Buscar

ESPELHO_CORRECAO PENAL_S6

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Seção 6 
ESPELHO DE CORREÇÃO 
 
 
DIREITO 
PENAL 
 
 2 
 
 
 
Finalmente foi feito o julgamento pelo Tribunal do Júri, mas a condenação pelo crime doloso contra 
a vida foi imposta, em que pese tenha havido a exclusão das qualificadoras. Assim, passa-se ao 
último momento de insurgência contra as provas e fundamentos dos autos, consubstanciado na 
apelação da sentença condenatória. 
Em primeiro plano, destaca-se que o recurso cabível contra a decisão dos jurados é, de fato, a 
apelação, por expressa disposição legal, na forma do artigo 593, III, d, CPP. Tal recurso deve ser 
manejado no prazo legal de 05 dias. 
Cumpre ressaltar que o recurso em epígrafe deve ser recebido nos efeitos devolutivo e suspensivo, 
eis que o Código de Processo Penal prevê tais possibilidades nos artigos 597 e 599. 
No campo prático, importante o aluno mostrar conhecimento e fazer a petição de interposição do 
recurso de apelação em peça separada daquela destinada às razões recursais, na forma do 
comando legal previsto no artigo 600, CPP. Assim, primeiramente fará uma petição de interposição 
endereçada ao Juiz de 1ª instância e, após, serão juntadas as razões recursais endereçadas ao 
Tribunal de Justiça, como prescreve o artigo 600, parágrafo 4º, CPP. 
No caso da apelação, deve ser lembrado que o Tribunal de Justiça não tem o condão de reformar o 
veredicto prolatado pelo Tribunal do Júri, mas apenas cassar tal decisão e mandar a novo julgamento, 
devendo isso nortear toda a peça recursal. 
Como fundamento, destaca-se que o crime culposo não é julgado pelo Tribunal do Júri, daí a 
importância de diferenciá-lo do crime doloso eventual, a fim de demonstrar-se que os jurados 
somente irão decidir acerca dos crimes dolosos contra a vida. Nessa forma de pensar, a doutrina 
elenca pontos de divergência entre o dolo eventual e a culpa consciente, de forma a tornar mais clara 
a competência do Tribunal do Júri. Por todos, tem-se o escólio de Rogério Greco, in verbis: 
“Na culpa consciente, o agente, embora prevendo o resultado, acredita sinceramente 
na sua não ocorrência; o resultado previsto não é querido ou mesmo assumido pelo 
agente. Já no dolo eventual, embora o agente não queira diretamente o resultado, 
assume o risco de vir a produzi-lo. Na culpa consciente, o agente, sinceramente, 
acredita que pode evitar o resultado; no dolo eventual, o agente não quer diretamente 
produzir o resultado, mas, se este vier a acontecer, pouco importa” (GRECO, 2018, 
p. 313). 
Na prática! 
 
 3 
No caso dos crimes de trânsito, essa distinção entre dolo eventual e culpa consciente ainda é mais 
importante para fins de enquadramento penal, eis que o tipo penal doloso se encontra no Código 
Penal, artigo 121, sendo que o tipo penal culposo de homicídio no trânsito, de outra feita, repousa-
se no Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9.503/97), em seu tipo penal culposo a seguir transcrito: 
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: 
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
§ 1o (OMISSIS) 
§ 2 (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) 
§ 3o Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer 
outra substância psicoativa que determine dependência: (Incluído pela Lei nº 13.546, 
de 2017) (Vigência) 
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se 
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
Ora, a pena do crime culposo, além de ser menor que aquela descrita no Código Penal (12 a 30 
anos), é passível de regime de cumprimento de pena mais favorável, bem como benefícios penais 
mais relevantes, daí a importância de saber quando enquadrar o agente na figura culposa, e não na 
famigerada do chamado dolo eventual. Nessa mesma linha de pensamento sobre o dolo eventual 
previsto no Código Penal e a figura da culpa consciente, tem-se a importante lição do doutrinador já 
citado Rogério Greco sobre a influência da mídia para enquadrar o agente no tipo penal mais grave 
pelo fato de estar embriagado e dirigindo em velocidade excessiva, nesses termos: 
“Muito se tem discutido ultimamente quanto aos chamados delitos de trânsito. Os 
jornais, quase que diariamente, nos dão notícias de motoristas que, além de 
embriagados, dirigem em velocidade excessiva e, em virtude disso, produzem 
resultados lastimáveis. Em geral, ou causam a morte ou deixam sequelas 
gravíssimas em suas vítimas. Em razão do elevado número de casos de delitos 
ocorridos no trânsito, surgiram, em vários Estados da Federação, associações com 
a finalidade de combater esse tipo de criminalidade. O movimento da mídia, exigindo 
punições mais rígidas, fez com que juízes e promotores passassem a enxergar o 
delito de trânsito cometido nessas circunstâncias, ou seja, quando houvesse a 
conjugação da velocidade excessiva com a embriaguez do motorista atropelador, 
como hipótese de dolo eventual, tudo por causa da frase contida na segunda parte 
do inciso I do art. 18 do Código Penal, que diz ser dolosa a conduta quando o agente 
assume o risco de produzir o resultado.” (GRECO, 2018, p. 314) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13546.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13546.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13546.htm#art6
 
 4 
Na mesma arquitetura de pensamento, de forma a demonstrar que o dolo eventual necessita de ser 
demonstrado no caso concreto, a jurisprudência acompanha o pensamento de que ele deve ser 
provado de forma clara, conforme julgados a seguir citados: 
PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE 
RECURSO 
ESPECIAL. NÃO CABIMENTO. HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO NO 
TRÂNSITO. 
EMBRIAGUEZ AO VOLANTE E SOB EFEITO DE SUBSTÂNCIA TÓXICA. FUGA DO 
LOCAL DO ACIDENTE. OMISSÃO DE SOCORRO E CONDUÇÃO DE AUTOMÓVEL 
COM O 
DIREITO DE DIRIGIR SUSPENSO. DOLO EVENTUAL. PEDIDO DE 
DESCLASSIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. DOLO EVENTUAL. 
INCOMPATIBILIDADE 
COM A TENTATIVA. POSSIBILIDADE. QUALIFICADORA. EXCLUSÃO. 
COMPETÊNCIA 
DO TRIBUNAL DO JÚRI. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 
 
I - A Terceira Seção desta Corte, seguindo entendimento firmado pela 
Primeira Turma do col. Pretório Excelso, firmou orientação no 
sentido de não admitir a impetração de habeas corpus em substituição 
ao recurso adequado, situação que implica o não-conhecimento da 
impetração, ressalvados casos excepcionais em que, configurada 
flagrante ilegalidade apta a gerar constrangimento ilegal, seja 
possível a concessão da ordem de ofício. 
 
II - Não se pode generalizar a exclusão do dolo eventual em delitos 
praticados no trânsito. Na hipótese, em se tratando de pronúncia, a 
desclassificação da modalidade dolosa de homicídio para a culposa 
deve ser calcada em prova por demais sólida. No iudicium 
accusationis, inclusive, a eventual dúvida não favorece o acusado, 
incidindo, aí, a regra exposta na velha parêmia in dubio pro 
societate. 
 
III - O dolo eventual, na prática, não é extraído da mente do autor 
mas, isto sim, das circunstâncias. Nele, não se exige que o 
resultado seja aceito como tal, o que seria adequado ao dolo direto, 
 
 5 
mas isto sim, que a aceitação se mostre no plano do possível, 
provável. 
 
IV - Na hipótese, o paciente foi pronunciado por homicídio doloso 
(dolo eventual), uma vez que, conduzindo veículo automotor com 
velocidade excessiva, sob o efeito de álcool e substância 
entorpecente, não parou em cruzamento no qual não tinha preferência 
e atingiu a vítima, que andava de motocicleta, a qual só não veio a 
óbito por rápida e eficiente intervenção médica. 
 
V - “Consoantesreiterados pronunciamentos deste Tribunal de 
Uniformização Infraconstitucional, o deslinde da controvérsia sobre 
o elemento subjetivo do crime, especificamente, se o acusado atuou 
com dolo eventual ou culpa consciente, fica reservado ao Tribunal do 
Júri, juiz natural da causa, onde a defesa poderá desenvolver 
amplamente a tese contrária à imputação penal" (AgRg no REsp n. 
1.240.226/SE, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 
DJe de 26/10/2015). Precedentes do STF e do STJ. 
 
VI - As instâncias ordinárias, com amparo nas provas constantes dos 
autos, inferiram que há indícios suficientes de autoria e 
materialidade a fundamentar a r. decisão de pronúncia do ora 
paciente, por homicídio tentado com dolo eventual, de modo que 
entender em sentido contrário demandaria, impreterivelmente, cotejo 
minucioso de matéria fático-probatória, o que é vedado em sede de 
habeas corpus (precedentes). 
VII - Não é incompatível o crime de 
homicídio tentado com o dolo eventual, neste sentido é iterativa a 
jurisprudência desta Corte: "No que concerne à alegada 
incompatibilidade entre o dolo eventual e o crime tentado, tem-se 
que o Superior Tribunal de Justiça possui jurisprudência no sentido 
de que "a tentativa é compatível com o delito de homicídio praticado 
com dolo eventual, na direção de veículo automotor". (AgRg no REsp 
1322788/SC, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, 
julgado em 18/06/2015, DJe 03/08/2015). 
 
 
 6 
VIII - Esta Corte firmou orientação no sentido de que, ao se 
prolatar a decisão de pronúncia, as qualificadoras somente podem ser 
excluídas quando se revelarem manifestamente improcedentes. 
Habeas corpus não conhecido. (HC 503796 / RS, STJ). 
 
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO DOLOSO 
(ART. 121, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL). CRIME COMETIDO NA CONDUÇÃO DE 
VEÍCULO AUTOMOTOR. DOLO EVENTUAL. PRETENDIDA DESCLASSIFICAÇÃO 
PARA O DELITO PREVISTO NO ART. 302 DO CÓDIGO 
DE TRÂNSITO BRASILEIRO. EXAME DO ELEMENTO VOLITIVO. INVIABILIDADE. 
1. Enquanto no dolo eventual o agente tolera a produção do resultado, tanto faz 
que ocorra ou não; na culpa consciente, ao contrário, o agente não assume o 
risco nem ele lhe é indiferente. Presente essa controvérsia a respeito do 
elemento subjetivo, na lição de NELSON HUNGRIA, não é possível pesquisá-lo 
no 'foro íntimo' do agente, tem-se de inferi-lo das circunstâncias do fato 
externo. 
2. Os autos evidenciam, neste juízo sumário, que a imputação atribuída ao agravante 
não resultou da aplicação aleatória do dolo eventual. Indicou-se, com efeito, as 
circunstâncias especiais do caso, notadamente a embriaguez, o excesso de 
velocidade e a ultrapassagem de semáforo com sinal desfavorável em local 
movimentado, a indicar a anormalidade da ação, do que defluiu a aparente 
desconsideração, falta de respeito ou indiferença para com o resultado lesivo. 
3. O quadro de circunstâncias descrito não permite identificar qualquer vício apto a 
justificar, neste momento e nesta estreita via processual, a desclassificação da figura 
incriminadora. Caberá ao Tribunal do Júri auferir a existência do elemento subjetivo 
do tipo (dolo ou culpa), pois diretamente ligado ao contexto fático da prática delituosa. 
4. Agravo regimental a que se nega provimento. (HC 160500 AgR. STF) 
Pelo que se percebe dos julgados acima, bem como doutrina relevante acima destacada, o dolo 
eventual deve ser claramente demonstrado no caso concreto, sob pena de não restar configurado 
no caso concreto, pois não há uma fórmula legal ou jurisprudencial a ponto de imputar o crime de 
homicídio doloso no trânsito. Trata-se, assim, de uma perquirição no caso concreto de elementos 
que possam traduzir na vontade de o agente assumir o risco de causar o resultado morte, não 
bastando elementos corriqueiros como velocidade excessiva e direção sob o efeito de álcool ou 
drogas. Essa famigerada fórmula não se sustenta, ainda mais que o sistema penal é pautado na 
ideia do in dubio pro reo. 
 
 7 
Dessa forma, não se aceita o enquadramento puro e simples no tipo doloso, devendo o 
enquadramento ser feito na forma culposa prevista no Código de Trânsito Brasileiro, de forma que o 
juízo ad quem deverá submeter o acusado a novo julgamento, tentando-se buscar a desclassificação 
por parte do novo corpo de jurados. 
Em relação às qualificadoras, nada há que se falar, pois os jurados fizeram a devida exclusão de 
ambas, podendo o recurso de apelação restringir apenas a pedido de novo júri com o intuito de obter 
a absolvição ou a desclassificação do tipo básico de homicídio para a forma culposa, uma vez que 
se permite a apelação de parte da decisão, na forma do artigo 599, CPP. 
Quanto ao prazo, a intimação ocorreu no dia 19/10/21, iniciando-se a contagem do prazo em 
20/10/21, terminando-se 25/10/21, na forma do disposto abaixo: 
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, 
não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do 
vencimento. 
§ 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, 
considerado findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do 
dia em que começou a correr. 
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até 
o dia útil imediato. 
Colocar local, data, assinatura e OAB na peça, mas tomando muito cuidado para não inventar dados, 
já que isso identificaria a questão e desclassificaria o candidato do certame. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
PETIÇAO DE INTERPOSIÇAO DA APELAÇAO 
 
 
EXMO SR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO JURI DA COMARCA DE SÃO PAULO – SP 
 
 
Fulano de tal, solteiro, brasileiro, portador da carteira de identidade XXX, residente e domiciliado na 
rua xxx, nesta capital, vem por meio de seu Advogado (a) (procuração anexa), apresentar 
APELAÇAO, com fundamento nos artigos 593, III, d, e 600, do Código de Processo Penal. 
Requer o recebimento do mesmo, com a intimação do Ministério Público para apresentar 
contrarrazões, e encaminhamento à instância superior com as razões e contrarrazões recursais, para 
processamento e julgamento do mérito, onde se espera a reforma da decisão impugnada. 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
 
 
 
 
São Paulo, data 
Assinatura 
OAB 
 
 
 
 
 
Questão de ordem! 
 
 9 
 
PETICAO DE RAZOES RECURSAIS 
Recorrente: Fulano de Tal 
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP 
 
RAZÕES DE APELAÇAO 
EGREGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP 
COLENDA CÂMARA CRIMINAL 
COLENDA TURMA 
EMINENTES DESEMBARGADORES 
 
 
DOS FATOS 
 
Fulano de tal, brasileiro, solteiro, carteira de identidade número xxx, residente e domiciliado na rua 
xxx, nesta capital, estava numa boate com seus amigos comemorando seu aniversário de 18 anos. 
Durante toda a noite, ele bebeu várias taças de vinho, champanhe e cerveja, estando em estado 
avançado de embriaguez. Não obstante, pegou o seu veículo automotor de marca Porsche e foi 
embora para casa. 
Todavia, no meio do caminho, estando em velocidade dentro do permitido, dormiu no volante e subiu 
na calçada, atropelando duas pessoas que estavam no ponto de ônibus esperando para irem 
trabalhar, que morreram naquele exato momento. 
Tais fatos foram analisados sob o pálio do contraditório, ampla defesa e devido processo legal, na 
pertinente audiência de instrução e julgamento, sendo que a perícia não constatou a velocidade 
excessiva, testemunhas não afirmaram que ele estava embriagado e os vídeos juntados não 
possuem autoria delineada. Ao final, o membro do Ministério Público requereu a pronúncia para o 
seu julgamento no Tribunal do Júri. 
Após, em decisão de pronúncia, o Magistrado prolatou os seguintes fundamentos: 
 
 10 
“Trata-se de denúncia criminal ofertada em razão de ter o agente atropelado,dolosamente, duas pessoas que estavam indo realizar as suas atividades 
laborativas. Opta-se pelo dolo eventual para descrever a figura típica, tendo em 
vista que o réu, com sua conduta embriagada e em alta velocidade, na condução 
de seu veículo automotor de marca Porsche, assumiu o risco de causar o resultado 
morte. O tipo penal em tela deve ser qualificado pelo meio cruel, uma vez que foram 
atropeladas de forma que os corpos foram estraçalhados, bem como pelo recurso 
que dificultou a defesa dos ofendidos, posto que não esperavam morrer enquanto 
estavam indo trabalhar num dia como qualquer outro. Além disso, requereu a soma 
das penas do homicídio doloso, de forma que o enquadramento penal está 
estampado no artigo 121, parágrafo 2º, III e IV, na forma do artigo 69, todos do CP. 
Decido. Na forma exposta pelo Ministério Público, pronuncio o acusado nos exatos 
termos da denúncia, sendo que os vídeos juntados nos autos são hábeis a 
convencer esse Magistrado de que o acusado estava embriagado e com isso 
assumiu o risco de causar o acidente, enquanto as testemunhas ouvidas na 
instrução e a prova pericial não serão consideradas com base no princípio do livre 
convencimento motivado. Ademais, quanto à inversão da ordem do interrogatório, 
entende, ainda, que se trata de mera irregularidade e não deve tal preliminar ser 
atendida. Assim, pronuncio o acusado na forma pretendida e encaminho os autos 
para julgamento pelo Tribunal do Júri”. 
 
Não se conformando com a decisão de pronúncia, fora feito o pertinente recurso em sentido estrito, 
que também não fora acatado por esse Tribunal de Justiça. Em julgamento pelo Conselho de 
Sentença, o acusado foi condenado por homicídio doloso, na forma simples, sem as qualificadoras, 
mas não houve a absolvição pretendida e nem mesma a tese de desclassificação, razão pela qual 
opõe-se o presente recurso de apelação, com o fim de ser feito novo julgamento por outro Conselho 
de Sentença, respeitando-se a soberania dos veredictos. 
 
DOS FUNDAMENTOS 
 
DO MERITO- PROVAS DOCUMENTAIS (VIDEOS) E PROVAS TESTEMUNHAIS 
 
Cumpre ressaltar que a decisão dos jurados foi manifestamente contrária às provas produzidas em 
audiência de instrução e julgamento. 
 
 11 
Quanto aos supostos vídeos que demonstram a embriaguez do acusado, ressalte-se que eles são 
desprovidos de autoria, não se sabendo quais pessoas que filmaram o episódio, nem mesmo sendo 
possível realizar a contraprova, o que fere de morte os princípios do contraditório e da ampla defesa, 
bem como o artigo 306, parágrafo 2º, Lei n. 9503/97, em especial cita-se este último: 
 § 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de 
alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou 
outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova 
(grifos nossos) 
Dessa forma, inviável que Vossas Excelências aceitem os referidos vídeos como prova da 
embriaguez, ainda mais que as testemunhas ouvidas na audiência de instrução e julgamento foram 
uníssonas no sentido de não terem presenciado o acusado embriagado, conforme registro de áudio 
e vídeo juntados no presente feito. 
Nesse mesmo sentido, tem-se a prova pericial que deverá ser fundamentada nos artigos 159 e 160, 
CPP, corroborando para a tese de que o acusado não estava em velocidade excessiva, portando-se 
dentro da ideia de risco permitido, isto é, cumprindo fielmente os requisitos da teoria de Direito Penal 
da imputação objetiva, ocasionando-se, então, a exclusão do nexo de causalidade. 
Além disso, as testemunhas ouvidas em juízo não corroboraram a tese ministerial de que o acusado 
estaria dirigindo embriagada e em velocidade excessiva, o que demonstra claramente a ideia de que 
o crime doloso nunca existiu, sendo a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos 
autos. 
 
DA DESCLASSIFICACAO-FALTA DE ANÁLISE PELOS JURADOS 
 
Quando muito, caso os jurados tivessem o afã de condenar o acusado em algum crime, o correto 
seria enquadrá-lo no tipo culposo do Código de Trânsito Brasileiro, nunca na forma dolosa do Código 
Penal, tendo em vista que não se comprovaram os elementos do tipo doloso com aquilo que fora 
instruído na fase de provas. 
Destaca-se que os jurados não compreenderam que o crime em epígrafe deveria ser o culposo, pois 
quem está dirigindo veículo automotor, nas condições narradas nos autos, não tem vontade de matar 
ninguém, podendo ocorrer apenas eventual descuido consubstanciado em imprudência ou 
negligência. 
 
 12 
Como é cediço, o crime culposo não é julgado pelo Tribunal do Júri, daí a importância de diferenciá-
lo do crime doloso eventual, a fim de demonstrar-se que os jurados somente irão decidir acerca dos 
crimes dolosos contra a vida. Nessa forma de pensar, a doutrina elenca pontos de divergência entre 
o dolo eventual e a culpa consciente, de forma a tornar mais clara a competência do Tribunal do Júri. 
Por todos, tem-se o escólio de Rogério Greco, in verbis: 
“Na culpa consciente, o agente, embora prevendo o resultado, acredita sinceramente 
na sua não ocorrência; o resultado previsto não é querido ou mesmo assumido pelo 
agente. Já no dolo eventual, embora o agente não queira diretamente o resultado, 
assume o risco de vir a produzi-lo. Na culpa consciente, o agente, sinceramente, 
acredita que pode evitar o resultado; no dolo eventual, o agente não quer diretamente 
produzir o resultado, mas, se este vier a acontecer, pouco importa” (GRECO, 2018, 
p. 313). 
No caso dos crimes de trânsito, essa distinção entre dolo eventual e culpa consciente ainda é mais 
importante para fins de enquadramento penal, eis que o tipo penal doloso se encontra no Código 
Penal, artigo 121, sendo que o tipo penal culposo de homicídio no trânsito, de outra feita, repousa-
se no Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9.503/97), em seu tipo penal culposo a seguir transcrito: 
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: 
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
§ 1o (OMISSIS) 
§ 2 (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) 
§ 3o Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer 
outra substância psicoativa que determine dependência: (Incluído pela Lei nº 13.546, 
de 2017) (Vigência) 
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se 
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
Ora, a pena do crime culposo, além de ser menor que aquela descrita no Código Penal (12 a 30 
anos), é passível de regime de cumprimento de pena mais favorável, bem como benefícios penais 
mais relevantes, daí a importância de saber quando enquadrar o agente na figura culposa, e não na 
famigerada do chamado dolo eventual. Nessa mesma linha de pensamento sobre o dolo eventual 
previsto no Código Penal e a figura da culpa consciente, tem-se a importante lição do doutrinador já 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13546.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13546.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13546.htm#art6
 
 13 
citado Rogério Greco sobre a influência da mídia para enquadrar o agente no tipo penal mais grave 
pelo fato de estar embriagado e dirigindo em velocidade excessiva, nesses termos: 
“Muito se tem discutido ultimamente quanto aos chamados delitos de trânsito. Os 
jornais, quase que diariamente, nos dão notícias de motoristas que, além de 
embriagados, dirigem em velocidade excessiva e, em virtude disso, produzem 
resultados lastimáveis. Em geral, ou causam a morte ou deixam sequelas 
gravíssimas em suasvítimas. Em razão do elevado número de casos de delitos 
ocorridos no trânsito, surgiram, em vários Estados da Federação, associações com 
a finalidade de combater esse tipo de criminalidade. O movimento da mídia, exigindo 
punições mais rígidas, fez com que juízes e promotores passassem a enxergar o 
delito de trânsito cometido nessas circunstâncias, ou seja, quando houvesse a 
conjugação da velocidade excessiva com a embriaguez do motorista atropelador, 
como hipótese de dolo eventual, tudo por causa da frase contida na segunda parte 
do inciso I do art. 18 do Código Penal, que diz ser dolosa a conduta quando o agente 
assume o risco de produzir o resultado.” (GRECO, 2018, p. 314) 
Na mesma arquitetura de pensamento, de forma a demonstrar que o dolo eventual necessita de ser 
demonstrado no caso concreto, a jurisprudência acompanha o pensamento de que ele deve ser 
provado de forma clara, conforme julgados a seguir citados: 
PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE 
RECURSO 
ESPECIAL. NÃO CABIMENTO. HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO NO 
TRÂNSITO. 
EMBRIAGUEZ AO VOLANTE E SOB EFEITO DE SUBSTÂNCIA TÓXICA. FUGA DO 
LOCAL DO ACIDENTE. OMISSÃO DE SOCORRO E CONDUÇÃO DE AUTOMÓVEL 
COM O 
DIREITO DE DIRIGIR SUSPENSO. DOLO EVENTUAL. PEDIDO DE 
DESCLASSIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. DOLO EVENTUAL. 
INCOMPATIBILIDADE 
COM A TENTATIVA. POSSIBILIDADE. QUALIFICADORA. EXCLUSÃO. 
COMPETÊNCIA 
DO TRIBUNAL DO JÚRI. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 
 
I - A Terceira Seção desta Corte, seguindo entendimento firmado pela 
Primeira Turma do col. Pretório Excelso, firmou orientação no 
sentido de não admitir a impetração de habeas corpus em substituição 
ao recurso adequado, situação que implica o não-conhecimento da 
impetração, ressalvados casos excepcionais em que, configurada 
 
 14 
flagrante ilegalidade apta a gerar constrangimento ilegal, seja 
possível a concessão da ordem de ofício. 
 
II - Não se pode generalizar a exclusão do dolo eventual em delitos 
praticados no trânsito. Na hipótese, em se tratando de pronúncia, a 
desclassificação da modalidade dolosa de homicídio para a culposa 
deve ser calcada em prova por demais sólida. No iudicium 
accusationis, inclusive, a eventual dúvida não favorece o acusado, 
incidindo, aí, a regra exposta na velha parêmia in dubio pro 
societate. 
 
III - O dolo eventual, na prática, não é extraído da mente do autor 
mas, isto sim, das circunstâncias. Nele, não se exige que o 
resultado seja aceito como tal, o que seria adequado ao dolo direto, 
mas isto sim, que a aceitação se mostre no plano do possível, 
provável. 
 
IV - Na hipótese, o paciente foi pronunciado por homicídio doloso 
(dolo eventual), uma vez que, conduzindo veículo automotor com 
velocidade excessiva, sob o efeito de álcool e substância 
entorpecente, não parou em cruzamento no qual não tinha preferência 
e atingiu a vítima, que andava de motocicleta, a qual só não veio a 
óbito por rápida e eficiente intervenção médica. 
 
V - “Consoantes reiterados pronunciamentos deste Tribunal de 
Uniformização Infraconstitucional, o deslinde da controvérsia sobre 
o elemento subjetivo do crime, especificamente, se o acusado atuou 
com dolo eventual ou culpa consciente, fica reservado ao Tribunal do 
Júri, juiz natural da causa, onde a defesa poderá desenvolver 
amplamente a tese contrária à imputação penal" (AgRg no REsp n. 
1.240.226/SE, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 
DJe de 26/10/2015). Precedentes do STF e do STJ. 
 
VI - As instâncias ordinárias, com amparo nas provas constantes dos 
autos, inferiram que há indícios suficientes de autoria e 
materialidade a fundamentar a r. decisão de pronúncia do ora 
paciente, por homicídio tentado com dolo eventual, de modo que 
 
 15 
entender em sentido contrário demandaria, impreterivelmente, cotejo 
minucioso de matéria fático-probatória, o que é vedado em sede de 
habeas corpus (precedentes). 
VII - Não é incompatível o crime de 
homicídio tentado com o dolo eventual, neste sentido é iterativa a 
jurisprudência desta Corte: "No que concerne à alegada 
incompatibilidade entre o dolo eventual e o crime tentado, tem-se 
que o Superior Tribunal de Justiça possui jurisprudência no sentido 
de que "a tentativa é compatível com o delito de homicídio praticado 
com dolo eventual, na direção de veículo automotor". (AgRg no REsp 
1322788/SC, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, 
julgado em 18/06/2015, DJe 03/08/2015). 
 
VIII - Esta Corte firmou orientação no sentido de que, ao se 
prolatar a decisão de pronúncia, as qualificadoras somente podem ser 
excluídas quando se revelarem manifestamente improcedentes. 
Habeas corpus não conhecido. (HC 503796 / RS, STJ). 
 
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO DOLOSO 
(ART. 121, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL). CRIME COMETIDO NA CONDUÇÃO DE 
VEÍCULO AUTOMOTOR. DOLO EVENTUAL. PRETENDIDA DESCLASSIFICAÇÃO 
PARA O DELITO PREVISTO NO ART. 302 DO CÓDIGO 
DE TRÂNSITO BRASILEIRO. EXAME DO ELEMENTO VOLITIVO. INVIABILIDADE. 
1. Enquanto no dolo eventual o agente tolera a produção do resultado, tanto faz 
que ocorra ou não; na culpa consciente, ao contrário, o agente não assume o 
risco nem ele lhe é indiferente. Presente essa controvérsia a respeito do 
elemento subjetivo, na lição de NELSON HUNGRIA, não é possível pesquisá-lo 
no 'foro íntimo' do agente, tem-se de inferi-lo das circunstâncias do fato 
externo. 
2. Os autos evidenciam, neste juízo sumário, que a imputação atribuída ao agravante 
não resultou da aplicação aleatória do dolo eventual. Indicou-se, com efeito, as 
circunstâncias especiais do caso, notadamente a embriaguez, o excesso de 
velocidade e a ultrapassagem de semáforo com sinal desfavorável em local 
movimentado, a indicar a anormalidade da ação, do que defluiu a aparente 
desconsideração, falta de respeito ou indiferença para com o resultado lesivo. 
 
 16 
3. O quadro de circunstâncias descrito não permite identificar qualquer vício apto a 
justificar, neste momento e nesta estreita via processual, a desclassificação da figura 
incriminadora. Caberá ao Tribunal do Júri auferir a existência do elemento subjetivo 
do tipo (dolo ou culpa), pois diretamente ligado ao contexto fático da prática delituosa. 
4. Agravo regimental a que se nega provimento. (HC 160500 AgR. STF) 
Pelo que se percebe dos julgados acima, bem como doutrina relevante acima destacada, o dolo 
eventual deve ser claramente demonstrado no caso concreto, sob pena de não restar configurado 
no caso concreto, pois não há uma fórmula legal ou jurisprudencial a ponto de imputar o crime de 
homicídio doloso no trânsito. Trata-se, assim, de uma perquirição no caso concreto de elementos 
que possam traduzir na vontade de o agente assumir o risco de causar o resultado morte, não 
bastando elementos corriqueiros como velocidade excessiva e direção sob o efeito de álcool ou 
drogas. Essa famigerada fórmula não se sustenta, ainda mais que o sistema penal é pautado na 
ideia do in dubio pro reo. 
Dessa forma, não se aceita o enquadramento puro e simples no tipo doloso apenas por um capricho 
midiático ou por imposição ministerial, devendo o Juiz analisar o caso concreto para destacar o que 
de fato ocorrera, aplicando-se a necessária desclassificação, com base no artigo 419, CPP, a seguir 
descrito: 
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência 
de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente 
para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. 
Em razão do exposto, Eminentes Desembargadores, vem requerer um novo julgamento do acusado, 
com o intuito de obter-se, pelo novo Conselho de Sentença, a desclassificação do crime de homicídio 
doloso para a forma culposa prevista no Código de Trânsito Brasileiro. 
 
DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, respeitosamente, requer o conhecimento do recurso, eis que tempestivo,bem 
como o seu provimento, na forma que se segue: 
a) Seja cassada a decisão prolatada pelo Conselho de Sentença, eis que manifestamente contrária 
à prova dos autos, devendo ser realizado novo julgamento por outro corpo de jurados; 
 
Nestes termos, pede-se deferimento 
 
 17 
 
São Paulo, data 
Assinatura 
OAB

Continue navegando