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Sobrevivencia na selva- Comissária de voo

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SOBREVIVÊNCIA NA SELVA, MAR, 
DESERTO, GELO 
 
1 
 
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA 
INTRODUÇÃO 
A selva é paraíso e inferno, porque é bela e terrível. Fascinante, poderosa e dominadora, a selva 
esconde sob o verde, mistérios e perigos. 
Na selva há horizontes infinitos de beleza natural. O clima é quente, úmido e chuvoso com 
variedade enorme de espécies animais e vegetais e com matas de árvores gigantescas, cujo solo 
nunca viu o sol... 
A sobrevivência em plena selva está relacionada ao tempo em que nela se permanecer. 
Para tanto, o ser humano deve estar capacitado a dosar suas energias e lançar mão de todos os 
meios ao seu alcance, a fim de não pôr em risco sua vida. Esta capacidade envolve 
conhecimentos especializados, desconhecidos do homem urbano. 
O uso da imaginação, o empenho, o bom senso e o moral elevado, além do instinto de 
preservação, são fatores preponderantes. 
Assim, deverão ser consideradas, como condição primordial para uma sobrevivência na selva, 
as necessidades de: 
• Abrigo 
• Fogo 
• Água 
• Alimentos 
A capacidade de sobrevivência reside numa atitude mental adequada para enfrentar situações 
de emergência e, também, de estabilidade emocional, pois há sofrimentos físicos decorrente de 
fadiga, fome, sede e de ferimentos, por vezes graves. 
Deve – se procurar Ter em mente, nos piores momentos: 
“A SELVA NÃO PERTENCE AO MAIS FORTE, E SIM AO MAIS INTELIGENTE, 
CALMO, SÓBRIO E RESISTENTE”. 
 
 
2 
 
 
ORIENTAÇÃO BÁSICA 
Na selva, durante a evacuação da aeronave, os sobreviventes deverão ser comandados para se 
afastarem da mesma e se manterem agrupados nas imediações do local do acidente. Isto 
minimizará a possibilidade de risco de explosão da aeronave e facilitará a localização dos 
sobreviventes. 
Diversas ações deverão ser executadas imediata e simultaneamente. Para que haja a 
simultaneidade de ações e para prevenir o pânico entre os sobreviventes, um tripulante deverá 
assumir o comando e distribuir tarefas. 
 
AÇÕES IMEDIATAS E SIMULTÂNEAS 
Prestar os primeiros socorros a quem necessitar, de preferência por ordem de gravidade dos 
ferimentos (hemorragia, traumatismo craniano, fratura exposta, etc.) Se houver profissionais da 
área médica (médico, enfermeiro, veterinário, dentista), solicitar sua colaboração. 
 Acionar o radiofarol de emergência (beacon). 
Preparar todos os equipamentos de sinalização, tais como: foguetes pirotécnicos, espelho 
sinalizador e lanternas, colocando – os em invólucros impermeáveis, de forma que possam ser 
utilizados prontamente, ou seja, AO AVISTAR UMA AERONAVE OU AO SE ESCUTAR O RUÍDO DE 
SEUS MOTORES. 
 
AÇÕES SUBSEQÜENTES 
Numa sobrevivência, após serem executadas as ações imediatas, deve – se providenciar: 
• Abrigo 
• Fogo 
• Água 
• Alimentos 
Se a aeronave não se incendiar, ainda que destruída, fornecerá materiais que facilitarão a 
sobrevivência, como por exemplo: alimentos, medicamentos, espelhos, forração das poltronas, 
fios elétricos, combustível dos motores, óleo, borracha, plástico, etc. 
 
3 
 
Mesmo que a aeronave tenha se incendiado, sempre restará algum material a ser aproveitado. 
Numa situação de sobrevivência é importante, assim que possível, iniciar um diário, registrando 
a data e à hora do acidente, o número de pessoas a bordo, o número de mortos e feridos a 
posição estimada, as condições do tempo no momento da queda, enfim, qualquer dado que 
possa auxiliar as investigações sobre as causas do acidente. 
Visto ser a sinalização um item de suma importância, deve – se logo que possível, preparar uma 
área para tal, utilizando – se tanto de equipamentos e/ou partes da aeronave quanto de recursos 
locais. 
 
ABRIGO 
NOÇÕES BÁSICAS 
A aeronave (ou partes da mesma) poderá ser utilizada como abrigo, entretanto, os 
sobreviventes somente deverão retornar ao seu interior após os motores terem se esfriado e o 
combustível derramado ter se evaporado. 
Ao utilizar a aeronave como abrigo, devem–se cobrir as aberturas da mesma para impedir o 
acesso de mosquitos e de outros insetos, utilizando tecidos, plásticos ou folhas de palmeiras. 
Pode – se ainda utilizar como abrigo partes da aeronave, bem como equipamentos de 
emergência (barcos e escorregadeiras) e recursos naturais que se encontrem no local do 
acidente. 
 
 
 
 
ABRIGO PROVISÓRIO (RABO DE JACU) 
Para a montagem de um abrigo provisório (rabo de jacu) deve – se 
limpar o local escolhido e juntar boa quantidade de folhas de 
palmeiras. 
A seguir, atravessar um pedaço de pau sobre dois suportes, e apoiar 
as folhas de palmeiras, uma ao lado da outra, bem unidas, conforme 
ilustração abaixo. Este é um abrigo típico para uma noite. 
 
 
4 
 
 
ABRIGO TEMPORÁRIO 
Se a permanência na selva se estender, pode – se construir um abrigo 
temporário mais confortável, montando uma estrutura em forma de 
“A” que poderá ser coberta com folhas de palmeiras, folhas largas ou 
ainda com plásticos ou mantas. 
As folhas deverão ter as pontas voltadas para baixo para que a água 
escorra livremente em caso de chuva e bem juntas para que o 
telhado não deixe passar água. 
Para amarração deste tipo de abrigo pode – se usar cipó ou tiras de 
cascas de árvores torcidas. 
Dentro de um abrigo em forma de “A”, pode – se fazer uma cama 
(tarimba) acolchoada com folhas de palmeiras divididas pelo talo. 
 
 
INSTALAÇÕES DO ACAMPAMENTO 
Na instalação do acampamento dos sobreviventes deve – se observar os seguintes itens 
preferencialmente: 
• Escolher uma área num ponto elevado e afastado de charcos e pântanos (mosquitos), 
mas próxima de um rio, riachos ou igarapé. 
• Retirar da área escolhida folhas e galhos secos e podres. 
Ao construir o abrigo, cuidar para não o montar sob galhos secos ou sob castanheiras porque 
tanto os galhos secos quanto os ouriços da castanha (frutos) poderão cair, com resultados 
imprevisíveis. 
Construir duas fossas, uma para detritos (lixo) e outra para dejetos, ambas afastadas do 
acampamento, conforme abaixo: 
 
 
5 
 
 
A capacidade de água potável ser realizada num ponto tal que seja evitado o risco de 
contaminação pela infiltração de agentes poluentes originários das fossas do acompanhamento. 
O percurso entre o acompanhamento e as fossas deverá ser marcado para que os sobreviventes 
possam facilmente encontrá-lo, sobretudo à noite. 
 
FOGO 
NOÇÕES BÁSICAS 
O fogo é imprescindível numa situação de emergência de sobrevivência na selva, pois pode ser 
utilizado para sinalizar, cozinhar, purificar água, aquecer os sobreviventes, além de servir como 
elemento de segurança noturna do acampamento. 
Mesmo que o solo não esteja seco, é possível se fazer fogo sobre um estrado de troncos de 
árvores. 
 
ISCAS (PARA INICIAR O FOGO) 
Denomina – se isca ao amontoado inicial de folhas secas, papéis, palhas, pequenos gravetos 
e/ou cascas de árvores que são utilizados para se iniciar o fogo. 
Certas espécies de palmeiras com espinhos (Mombaça ou marajá) que, mesmo verdes ou 
molhadas, ao serem raspadas, fornecem raspas de madeira seca (maravalhas) que são 
excelentes iscas. 
O breu vegetal é uma boa isca porque além de facilitar o acendimento, conserva – o por mais 
tempo e, a fumaça liberada, espanta os mosquitos. 
 
 
6 
 
OBTENÇÃO DE FOGO 
Além dos meios comuns de obtenção de fogo (fósforos e 
isqueiros), pode–se conseguir através de: 
LENTES: A chama poderá ser obtida fazendo – se incidir os 
raios solares sobre a isca através das lentes de binóculos, 
máquinas fotográficas ou lentes de óculos. 
 
 
PEDRA PEDERNEIRA: Ao se golpear a pedra de 
pederneira com uma faca ou pedaço de aço, surgirão 
faíscas que produzirão fogo nas iscas. 
 
 
PILHAS: Um pedaço de lã de aço ou fio elétrico fino, ligado 
aos polos de uma bateria (ou 2 pilhas comuns), incendeiam 
– se facilmente e põe fogo nas iscas. 
 
 
ATRITO 
O fogo através de atrito pode ser obtido de duas maneiras: 
1. Abre – se uma pequena cavidade emmadeira plana e macia e 
aponta-se um bastão. 
A seguir, coloca – se iscas ao redor da cavidade e, pelo atrito com 
o bastão, as mesmas pegam fogo. Este processo requer muita 
prática. 
2. Esfrega-se uma correia de fibra seca (ou couro, numa madeira, 
em movimentos contínuos e progressivos). O atrito produzirá calor suficiente para as iscas se 
inflamarem. 
 
ÁGUA 
NOÇÕES BÁSICAS 
Podem–se viver semanas sem alimentos, porém, sem água, vive – se muito pouco, 
especialmente em regiões quentes onde se perde grande quantidade de água do organismo 
devido à transpiração. 
 
7 
 
Em condições normais, o corpo necessita, aproximadamente, de dois litros de água, por dia. 
Em situações adversas, a quantidade mínima de água necessária para que o organismo 
mantenha suas condições vitais, levando – se em consideração a temperatura ambiente, é de 
meio litro por dia. 
Ao se iniciar a sobrevivência, deve – se suspender o fornecimento de água e alimentos, aos 
sobreviventes, fornecendo as primeiras rações 24 horas após o acidente (excetuando – se 
feridos graves e crianças). Se a previsão de água for mínima e não houver a princípio, a 
possibilidade de aumentar o estoque é preferível bebê–lá na sua totalidade no primeiro dia do 
que perde–lá pela evaporação. 
 
CAPTAÇÃO DE ÁGUA 
ÁGUA DA CHUVA 
A água da chuva, quando captada diretamente, 
não precisa ser purificada. 
 
 
ÁGUA DE ORIGEM VEGETAL 
Há certos vegetais que sintetizam água pura e cristalina e, portanto, não precisam ser 
purificados, alguns destes vegetais são bem conhecidos, tais como: 
 
COCO 
Os cocos verdes são os que possuem maior quantidade de água. 
O coqueiro é uma espécie de palmeira que, além de apresentar o miolo 
interno da fruta comestível, ainda proporciona ao sobrevivente um 
método de se obter água com um coletor feito de bambu. 
 
CIPÓ DE CASCA GROSSA 
O cipó de casca grossa ou cipó d’água é um parasita, de 
coloração marrom – arroxeada e que cresce pendurado 
entre a galharia das árvores e solo. 
Para extrair a água, basta cortá-lo primeiro na parte superior 
(o mais alto que se possa alcançar) e depois, na parte inferior 
para que o líquido possa fluir. Pode–se beber a água 
somente se o líquido for cristalino e não estiver com gosto 
amargo e/ou sumo leitoso. 
 
8 
 
 
 CACTOS 
Alguns cactos do tipo bojudo possuem água no seu interior. 
Para se extrair a água deve – se cortar o topo do cacto, 
amassar a polpa e sugar a água com um canudo de bambu. A 
água só pode ser bebida se não apresentar gosto amargo e/ou 
sumo leitoso. 
 
ÁGUA DE RIOS E LAGOS 
A água captada de rios, lagos, pântanos, igarapés e charcos poderão ser utilizados, entretanto 
deverá ser purificada. 
Pode–se obter água dessas fontes cavando um buraco a uma distância de 5 m aproximadamente 
da margem; após algum tempo, devido à porosidade do solo, o buraco encher – se – à de água 
que deverá ser purificada. 
 
VEGETAIS QUE ARMAZENAM ÁGUA 
Há diversas variedades de vegetais que podem indicar a presença de água em seu interior ou 
nas proximidades. Entretanto, esta água só poderá ser utilizada após ser coada e purificada. 
 
 
BAMBUS 
Por vezes, encontra – se água no interior dos gomos do bambu (pelo barulho, ao ser sacudido, 
sabe – se da presença ou não de água). Essa água penetra no bambu micro organismos e larvas 
de insetos. Para se coletar essa água, deve – se fazer um furo junto à base dos nós, utilizando 
para a coleta um gomo cortado. 
 
 
9 
 
 GRAVATÁS OU CARAGUATÁS 
Os gravatás ou caraguatás são plantas da mesma família do abacaxi. Poderão ser encontradas 
no solo ou em ramos de árvores; como suas folhas são resistentes e bem próximas umas das 
outras, costumam conter apreciável quantidade de água da chuva armazenada. 
NOTA: As raízes dos gravatás são venenosas. 
 
 
BANANEIRAS SILVESTRES 
Normalmente, as bananeiras silvestres crescem em lugares de grande umidade (próximo a 
riachos e igarapés). Costumam armazenar água da chuva entre o caule da folha e o tronco. 
EMBAÚBA 
A embaúba é uma árvore cujas raízes externas, bastante ramificadas, armazenam água em suas 
cavidades. 
OUTRAS FONTES DE ÁGUA PARTES BAIXAS DO TERRENO 
Na selva é comum encontrar – se ravinas temporariamente secas que, entretanto, se transforma 
em leitos de igarapés ou igapós na época das chuvas. Para se obtiver água nessa ravina, deve – 
se cavar próximo aos tufos de plantas verdes e viçosas. Essa água 
também deverá ser purificada. 
 
PRÓXIMO AO BURITI 
O buriti é uma espécie de palmeira que se desenvolve somente 
onde há fonte de água. 
Caso não haja um igarapé próximo ao buritizal, basta cavar junto 
ao mesmo que, a pouca profundidade, obter –se – á água que 
deverá ser purificada. 
 
 
 
10 
 
 
 TRILHA DE ANIMAIS 
As trilhas de animais, quando identificadas na selva, poderão levar a uma fonte de água, ao local 
onde o mesmo se alimenta ou à toa do animal. 
DESTILADOR SOLAR 
O destilador solar é montado em alguns minutos, podendo – se extrair em torno de 1 litro e 
meio de água, por dia. 
Para monta-lo, deve – se: 
• Cavar um buraco com, aproximadamente, 1 metro quadrado e 50 cm de profundidade. 
• Colocar um recipiente qualquer no fundo do buraco. 
• Cobrir a cavidade com um pedaço de plástico fino de 2 metros quadrados, 
aproximadamente. 
O destilador solar dá bons resultados somente em áreas abertas onde os raios solares podem 
incidir sobre o plástico durante a maior parte do dia. 
Completar: 
 
PURIFICAÇÃO DA ÁGUA 
Tanto a água captada diretamente da chuva quanto à de origem vegetal, não necessitam ser 
purificadas antes do consumo, excetuam – se dessa regra aquelas captadas de outras fontes, 
devendo as mesmas serem purificadas por um dos seguintes métodos: 
Por fervura durante 1 minuto, no mínimo. Pela adição de 8 gotas de tintura de iodo por litro 
d’água; deve – se então, aguardar 30 minutos antes de consumi-la. 
Pela adição do purificador existente no conjunto de sobrevivência, conforme instrução da bula. 
Existem ainda, outros meios de purificação que têm como contraindicação a alteração do 
paladar, a saber: 
 
11 
 
Água oxigenada: deve – se adicionar uma colher de café de água oxigenada a 10 volumes para 
cada litro de água e aguardar 30 minutos. 
Café: adicionado à água, serve como desinfetante. 
Limão: adicionado à água protege dos vírus do tifo e da cólera. 
Sulfato de cobre: quando encontrado entre as bagagens dos passageiros poderá ser usado em 
solução de 1/1000 (meia colher de chá por litro de água). 
 
ALIMENTO 
ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL 
Existem no mínimo, umas 300.000 espécies diferentes de plantas silvestres no mundo e grandes 
parte delas podem ser ingeridas. 
Muito poucas plantas silvestres são letais quando ingeridas em pequenas quantidades; 
entretanto, se forem desconhecidas, não se deve ingerir sem previamente colocar uma porção 
na boca (sem mastigar) por 5 minutos, aproximadamente, caso o paladar não estranhe o sabor 
da porção, pode ingerir o alimento. 
Brotos vegetais encaracolados e quase todos são cobertos de fiapos que lhes dão um gosto 
amargo. Para preparar, deve–se: 
 
12 
 
• De uma maneira geral, não há perigo em ingerir vegetais procurados por pássaros e 
mamíferos (principalmente macacos). 
• A maior parte das espécies de inhame e raízes é venenosa em seu estado natural (cru), 
mas comestível após o cozimento. 
• Com exceção dos cogumelos, o veneno dos vegetais torna–se inócuo pelo cozimento. 
Portanto, numa situação de sobrevivência, deve-se preferir como alimento uma sopa de 
vegetais, pois será menos perigosa e indigesta, além de manter certo valor nutritivo. 
Todas as partes de determinadas, plantas, sejam elas aquáticas ou terrestres, são comestíveis, 
mas, na maioria dos vegetais, torna – se necessário escolher a parte com maior valornutritivo, 
seja ela a raiz, os brotos, as folhas ou os folhelhos. 
De uma maneira geral, não há perigo em ingerir vegetais procurados por pássaros e mamíferos 
(principalmente macacos). 
A maior parte das espécies de inhame e raízes é venenosa em seu estado natural (cru), mas 
comestível após o cozimento. 
Completar: Muitas plantas armazenam grande quantidade de amido comestível nas partes que 
se encontram sob a terra (fécula de batatas, mandiocas etc.). 
TODO ALIMENTO QUE CONTÉM ÁMIDO, DEVE SER INGERIDO COZIDO, 
 POIS CRU É INDIGESTO. 
 
ARMADILHAS DE CAÇA 
A caça pode se efetuar através de laços, arapucas e mundéus, especialmente na falta de arma 
de fogo. As armadilhas devem ser armadas nas trilhas da caça. Rastro fresco, excrementos e 
frutos roídos são indicadores da presença de animais. 
As armadilhas devem ser de construção simples, montadas antes do cair da noite e nas partes 
estreitas das trilhas. 
Deve – se evitar retirar o material para a confecção das armadilhas da área onde a mesma será 
armada, devido ao animal sentir as alterações no seu ambiente. 
Não se deve alterar a natureza ao redor das armadilhas ou urinar próximo a elas, pois a caça 
pode pressentir a presença humana. 
 
 
13 
 
 
PESCA 
Caso o sobrevivente não disponha de anzóis do conjunto de 
sobrevivência na selva, poderá improvisar alguns com pregos, madeira 
ou pedaços de ossos. Se não dispuser de linhas, pode improvisa–las 
com fios elétricos, arames, linhas de roupas ou cordões de calçados. 
Como iscas, poderão ser usados insetos, carnes e vísceras de 
quaisquer animais. Iscas artificiais poderão ser confeccionadas com 
pedaços de pano coloridos, penas coloridas o u fragmentos de algum 
metal brilhante. 
A zagaia um sistema prático para pescar a noite com lanterna ou 
archote. Para confeccioná-la, utilizam-se partes metálicas de aeronave ou varas pontiagudas 
(bambu). 
 
 
INSETOS 
Alguns insetos, entre eles as formigas e os besouros bruquídeos, podem deixar suas larvas. 
Dentro de coquinhos e frutas (ex: tapou). Essas larvas poderão ser consumidas, possuindo 
inclusive, alto teor vitamínico. 
O tapurú deve ser ingerido, preferencialmente, vivo, pois morto deteriora rapidamente. 
As formigas poderão ser consumidas assadas ou fritas e têm alto teor nutritivo. 
 
 
 
 
14 
 
 
PREPARAÇÃO DO ALIMENTO 
Ao utilizar uma ave como fonte de alimento, deve – se retirar as pernas logo após o abate ou 
ainda através do processo caseiro (água quente), podendo – se também empregar o processo 
do descamisamento (nesse processo perde – se a pele da ave). 
Das vísceras da ave, pode – se aproveitar o coração, o fígado e os rins que poderão ser ingeridos 
crus. 
Uma vez abatida uma caça, deve – se proceder à esfola (tirar o couro), feito isso, abre - se o 
animal pela linha do peito, tendo o cuidado de não perfurar a bexiga ou a víscera biliar. 
Nenhuma parte das vísceras deverá ser aproveitada. 
Os peixes devem ser descamados da cauda para a cabeça, isto é, no sentido contrário ao das 
escamas. 
Todos os ofídios, venenosos ou não, poderão ser ingeridos. Entretanto, no preparo das cobras 
venenosas, deve ser desprezado um palmo a partir das extremidades, pois aí se encontram 
glândulas, partes venenosas e a cauda (normalmente sem carne). 
As fontes de calor necessárias ao cozimento dos alimentos podem ser assim improvisadas: 
 
 
 
FOGAREIROS 
Pode-se improvisar um fogareiro a partir de óleo lubrificante ou querosene (destroços da 
aeronave). 
 
15 
 
FOGÃO DE ASSAR 
São duas forquilhas, colocadas uma de cada lado, sustentando o 
espeto com a caça. 
 
 FOGÃO PARA MOQUEAR 
Arma – se com varas um estrado, sobre o qual será depositada a carne. O moquém é utilizado 
para o preparo de carnes para consumo posterior. 
 
FORNO 
Deve – se envolver o peixe, batatas ou outros alimentos em uma camada de barro ou argila e, 
em seguida, assá-lo diretamente nas chamas ou nas brasas de uma fogueira. 
Pode – se, também, envolver o peixe em folhas de bananeira ou papel alumínio e enterrar sob 
a fogueira (1 hora de cozimento). 
 
REQUISITOS DE ENERGIA 
A cota de energização do sobrevivente estará assegurada se os alimentos à sua disposição 
contiverem: 
CARBOIDRATO VEGETAL: Presente, principalmente, no açúcar, nos cereais e nas frutas. Se a 
provisão de água for pequena, deve – se dar preferência aos alimentos de origem vegetal. 
PROTEÍNA ANIMAL: Presente, principalmente, em carnes e ovos. As proteínas têm alto valor 
nutritivo e sua finalidade principal é a de refazer os tecidos do organismo. Se a reserva de água 
for pequena deve – se procurar não ingerir grandes quantidades de proteínas. 
GORDURAS: As gorduras não constituem elemento essencial para a nutrição humana podendo, 
inclusive, causar distúrbios à digestão. A ingestão de gordura exige, para sua eliminação, grandes 
quantidades de água. 
 
 
 
16 
 
SINALIZAÇÃO 
NOÇÃO BÁSICA 
De início não se deve abandonar as imediações do acidente, pois a ação da queda destrói 
parcialmente a vegetação servindo, como visualização para o Serviço de Busca e Salvamento. 
 
EQUIPAMENTO DE SINALIZAÇÃO DA AERONAVE 
Os equipamentos de sinalização da aeronave são: 
• Radiofarol de emergência (Beacon) 
• Rescu 99 e/ou Locator 
• Foguete pirotécnico 
• Espelho 
• Apito 
• Lanterna 
• Corante marcador de água 
A descrição, a adequação e os procedimentos para a utilização destes equipamentos 
encontram–se no MANUAL DE SEGURANÇA – EQUIPAMENTO E PROCEDIMENTOS. 
 
SINALIZAÇÃO COM RECURSOS LOCAIS 
No local do acidente, facilmente poderão ser encontrados materiais para sinalizar. 
Entretanto, é necessário destacar que a sinalização difere, dependendo da situação, ou seja, há 
procedimentos específicos se os sobreviventes ainda não foram avistados e, outros, quando já 
foram avistados, mas o resgate não venha a ser imediato. 
 
FORMAS DE SINALIZAÇÃO 
Distribuir diversas fogueiras pequenas num raio de 50 a 100 m do local do acidente, de forma 
que possam ser rapidamente ativadas ao se avistar uma aeronave ou ao se ouvir o ruído de seus 
motores. 
Ao sinalizar com fumaça deve–se ter o cuidado de não fazê-lo sob copado cerrado, pois ela terá 
dificuldade de ultrapassá-lo. 
Mesmo que o consiga, facilmente será confundida com a neblina que existe na selva por ocasião 
da evaporação das águas. 
Para se obtiver fumaça branca, deve – se lançar na fogueira folhas ou ramos verdes, limo ou, 
gotículas de água. 
Para se obtiver fumaça preta, deve – se pôr na fogueira, óleo, borracha ou plástico, retirado da 
aeronave. 
 
17 
 
Se for possível subir em uma árvore alta, pode – se colocar uma bandeira improvisada com peças 
de roupas, tecidos dos estofados das poltronas, coletes salva – vidas, etc. Esses materiais 
amarrados aos galhos mais altos poderão ser avistados por aeronaves que sobrevoarem a área. 
QUADRO DE CÓDIGOS VISUIS TERRA – AR 
Na confecção desse tipo de sinal podem ser utilizados: 
• Troncos de árvores 
• Sulcos da terra 
• Partes da aeronave 
• Assentos das poltronas 
• Coletes salva-vidas 
Para se improvisar um quadro de sinais visuais TERRA-AR, deve-se fazer no chão e em dimensões 
avantajadas, o sinal adequado a cada necessidade, conforme o quadro: 
 
Na confecção desse tipo de sinal podem ser utilizados: troncos de árvores, sulcos na terra, partes 
da aeronave, assentos das poltronas e coletes salva-vidas. 
 
 
18 
 
CUIDADOS NA SELVA 
Para minimizar os riscos de uma permanência na selva, deve – se observar certos cuidados, 
sejam em relação ao vestuário, sejam em relação a animais que possam causar danos aos 
sobreviventes. 
VESTUÁRIO 
Deve – se pensar muito bem antes de se desfazer de qualquer peça de roupa, pois quando 
corretamente utilizado, o vestuário protegerá contra o frio e o calor e, também, contra 
queimaduras do sol, picadas de insetos e arranhões produzidos por folhas e/ou espinhos. 
O sobrevivente deve procurarmanter as roupas limpas; são melhores isolantes térmicos do que 
roupas sujas. 
 
 
 
 
ANIMAIS PERIGOSOS 
MOSQUITOS 
O maior perigo com que se defrontam os sobreviventes na selva é representado pelos 
mosquitos, muitos dos quais transmissores de moléstias a parasitas, tais como: febre amarela, 
malária, leishmaniose e outras. Deve – se procurar proteção mantendo a maior parte do corpo 
coberta, diminuindo, assim, a área exposta às picadas. 
 
ARANHAS 
São raros os casos fatais decorrentes de picadas por aranhas. Devido 
ao fato do veneno agir em relação ao peso da vítima, tornam – se 
perigosas para idosos e crianças de baixo peso. São muitas as espécies 
de aranhas e, poucas são venenosas; dentre essas, destacam – se: 
armadeira, viúva – negra, aranha marrom e tarântula (aranha de 
jardim). 
 
LACRAIAS E ESCORPIÕES 
Assim como as das aranhas, as picadas de escorpiões e lacraias não 
são graves quando ocorrem num adulto sadio, embora, em crianças e 
pessoas idosas possam ser fatais. 
 
19 
 
 
ABELHAS E MARIMBONDOS 
A picada desses insetos, geralmente não causa problemas, mas 
pode se tornar perigosa se as picadas forem múltiplas ou 
conforme a localização (face, pálpebra, pescoço, língua...) 
 
 
 
FORMIGAS 
Em seus formigueiros tornam – se muito ferozes. As picadas de 
algumas espécies são muito dolorosas (UCANDEIRA, FORMIGA 
DE FOGO, MARABUTAS...) e podem causar sérias irritações na 
pele. 
 
MUTUCAS 
São espécies de moscas que depositam suas larvas em organismo vivo, valendo – se de 
ferimentos, e/ou sangue, causando inflamações e infecções graves. 
 
 
BICHOS DE PÉ 
São pequenos insetos que penetram na pele deixam ovos que se desenvolvem produzindo 
inchaço local, coceiras e inflamações. Deve – se procurar permanecer vestido e calçado 
sempre que possível. 
 
20 
 
CARRAPATO 
Os carrapatos andam pelo corpo as centenas. Nunca se 
deve achatar um carrapato sobre a pele, pois são 
portadores de germes de doença graves para o homem. 
Caso necessário, deve – se retirá-lo encostando pontas de 
cigarro e/ou brasas a fim de não deixar suas garras na 
pele, pois poderão surgir inflamações no local. 
 
SANGUESSUGAS 
As sanguessugas são comuns em florestas pantanosas. Para se 
livrar de uma sanguessuga deve – se aplicar, sobre a mesma, 
gotas de iodo, pitadas de sal, fósforo acesos ou ainda pontas 
de cigarro. As mordidas de sanguessuga são indolores, mas 
podem resultar em grandes ulcerações. 
 
COBRA 
As cobras são normalmente tímidas. A proteção 
oferecida por calçados é adequada; caso não se 
disponha de calçados, deve – se improvisar um par 
de perneiras com pedaços de lona, panos de 
estofamento, cascas de árvores e/ou fibras 
vegetais. 
 
ARRAIA DE RIO 
A arraia de rio é um peixe cartilaginoso; possui na cauda um ferrão que produz ferida de difícil 
cura. Para evitar acidentes com arraias, ao se atravessar a pé, riachos ou igarapés, utiliza – se 
um bastão para tatear o fundo, a fim de não pisá–las. 
 
PORAQUÊ OU PEIXE ELÉTRICO 
É um peixe que acumula carga elétrica em seu corpo para usar em sua própria defesa. A 
descarga elétrica é proporcional ao tamanho do peixe. Deve – se ter cuidado ao atravessar 
pequenos cursos d’água (igarapés), pois é seu “habitat” preferido. 
 
21 
 
 
CANDIRU 
É um pequenino peixe amazônico que tem a 
particularidade de penetrar, com extrema 
facilidade, pela uretra ou ânus das pessoas. A 
operação para sua retirada é difícil e dolorosa. 
Portanto, ao banhar – se em rios onde habitam 
proteção com roupas de banho é indispensável. 
 
PIRANHA 
As piranhas tornam – se perigosas nos poços pouco movimentados dos rios e nas águas paradas 
de lagos e canais. Nos rios e riachos de água corrente, normalmente não oferecem perigo. 
Servem como alimento, apesar do excesso de espinhas. 
 
 CAMINHADA PELA SELVA 
 
DECISÃO DE PERMANECER OU ABANDONAR O LOCAL 
Deve-se abandonar o local do acidente somente se: 
Houver a certeza de conhecer tanto a posição geográfica quanto um ponto de abrigo; 
alimentação e socorro, ou tiverem transcorrido oito dias e for avaliada a pouca probabilidade 
de resgate. 
 
22 
 
Se for decidido o afastamento em busca de ajuda, antes de iniciar a caminhada, deve-se planeja-
la cuidadosamente, preparando o material necessário para deslocamento. 
Essa precipitação é normal, porém, errônea, muitos já perderam a vida andando a esmo pela 
selva. 
Observando do alto, é mais fácil localizar uma aeronave do que um grupo de pessoas 
caminhando pela selva, e, além disso, é provável que alguém tenha percebido a queda da 
aeronave e esteja se deslocando, ao seu encontro. 
A marcação do trajeto com sinais também poderá servir de auxílio aos grupos de resgate. 
 
 
ORIENTAÇÃO POR BÚSSOLA 
As bússolas encontradas nos conjuntos de sobrevivência nada mais são do que agulhas 
magnéticas móveis colocadas sobre um eixo que passa pelo centro de gravidade. 
Para se utilizar uma bússola manual, algumas regras devem ser seguidas: 
Quem determina o Norte é a agulha e não o limbo. 
Para fazer a leitura das direções com segurança, o primeiro passo é colocar o NORTE do limbo 
de madeira que coincida com o NORTE da agulha. 
Marca – se a direção a ser seguida a partir do local do acidente. 
Calcula – se o tempo de caminhada na direção determinada. 
Caso seja necessário mudar de direção, sinaliza – se o local em que se efetuou a mudança. 
Sempre que for feita a leitura da bússola, deve – se certificar que a mesma não está sob 
influência de alguma força magnética externa (imã, ferro, aparelho elétrico...). 
 
“UMA BÚSSOLA NUNCA DIZ O LUGAR ONDE SE ESTÁ E SIM O LUGAR PARA ONDE SE VAI” 
 
 
23 
 
BÚSSOLA DA AERONAVE 
Poderá ser utilizada tirando – se os magnetos compensadores que vêm acoplados a ela. 
 
ORIENTAÇÃO POR RELÓGIO 
Coloque o número 12 do mostrador na direção do sol. A 
bissetriz do ângulo formado entre o 12 e o ponteiro das horas 
indicará o norte a qualquer hora do dia. 
 
ORIENTAÇÃO PELO SOL 
Para orientação pelo sol, estende – se o braço direito para o nascente; à esquerda ter – se – á o 
oeste; à frente o norte e às costas, o sul. 
 
 
SERVIÇO DE BUSCA SALVAMENTO (SAR) 
O serviço de Busca e Salvamento foi criado pelo Ministério da Aeronáutica (Defesa) a fim de 
cumprir o acordo firmado pelo Brasil junto à OACI. 
Neste acordo, os países signatários da Convenção de Chicago (1944) comprometeram – se a 
adotar recursos para cumprir e realizar missões de busca e salvamento em seus países. 
Os SAR são subordinados aos Serviços 
Regionais de Proteção ao Voo (SRPV) e, a cada um deles, é definida uma área de busca e 
salvamento de forma que na soma das áreas haja uma cobertura total do território brasileiro. 
O SAR regional possui um Centro de Coordenação e Salvamento (RCC) que opera às 24 horas do 
dia, dotado de estação de telecomunicação, podendo acionar todos os recursos humanos aéreos 
e disponíveis a fim de atender a uma emergência e iniciar uma possível missão de resgate. 
 
 
 
24 
 
SATÉLITE DE SALVAMENTO 
Os satélites de salvamento existem para reduzir o tempo – resposta, ou seja, o socorro aos 
acidentados no menor tempo possível e, consequentemente, aumentar suas chances de 
sobrevivência. Estados Unidos, Canadá e União Soviética desenvolveram programa 
internacional para a busca e salvamento por satélites que se denominou COSPAS – SARSAT 
(SEARCH AND RESCUE SATELLITE AIED TRACKKING). 
Basicamente o sistema funciona com o uso de satélites múltiplos em órbitas polares de baixa 
altitude, capazes de captar os sinais transmissores pelos radiofaróis de emergência nas 
frequências 121.5, 243 e 406 MHZ. 
Os sinais recebidos pelos satélites são 
retransmitidos para uma estação rastreadora 
no solo (LUT) onde são determinadas as 
coordenadas geográficas do ponto de 
emissão dos sinais. 
A posição do acidente é então passada ao 
Centro de Busca que acionará os meios 
necessários paraa busca e possível resgate. 
 
 
AÇÕES APÓS A EVACUAÇÃO DA AERONAVE: 
• Imediatas e Simultâneas 
• Afastamento 
• Prestação dos Primeiros Socorros 
• Acionamento dos radiofaróis 
• Subsequentes 
• Abrigo 
• Fogo 
• Sinalização 
• Rações: - Água Alimento 
 
 MÉTODOS DE ORIENTAÇÃO E PROCEDIMENTOS EM MATAS 
O indivíduo ou grupo de indivíduos, realizando buscas ou aventurando-se ao ver-se isolado na 
selva e tendo necessidade de sobreviver tenderá, naturalmente, a movimentar-se em uma 
direção qualquer em busca de salvação. 
Será normal esta precipitação, mas totalmente errada, pois muitos já perderam a vida por se 
terem deixado dominar pela ânsia de salvar-se, andando a esmo e entrando, fatalmente, em 
pânico. 
 
 
25 
 
 
GENERALIDADES 
A densidade da vegetação torna a selva "toda igual"; nela não haverá pontos de referência 
nítidos. Mesmo aqueles que já possuem alguma experiência não confiam muito em possíveis 
referências, porque tudo se modifica se confunde devido à repetição contínua e monótona da 
floresta fechada; os incontáveis obstáculos constantemente, contudo entusiasmar o 
deslocamento noturno. 
O copado fechado das árvores não permitirá que se observe o sol ou o céu, a não ser que se 
esteja em uma clareira, o que, ainda assim, não significará que se possa efetivamente observá-
los de dia ou de noite, pois haverá constantemente causarão desequilíbrio e quedas, tornando 
difícil à visada permanência sobre determinado ponto; a necessidade de saber onde pisar ou 
colocar as mãos desviará por certo a direção do rádio visual; e, finalmente, a própria densidade 
da vegetação só permitirá que se veja até a distância de 15 ou 20 metros à frente, quando muito. 
Á noite nada se vê, nem a própria mão a um palmo dos olhos. O luar, quando houver, poderá 
atenuar um pouco essa escuridão sem, contudo entusiasmar o deslocamento noturno. O copado 
fechado das árvores não permitirá que se observe o sol ou o céu, a não ser que se esteja em 
uma clareira, o que, ainda assim, não significará que se possa efetivamente observá-los de dia 
ou de noite, pois haverá constantemente a possibilidade de céu nublado. Por tudo isso, os 
processos de orientação na selva sofrerão severas restrições e, por já constarem de outros 
manuais, serão aqui apresentados de modo muito geral. 
 
JORNADA SOBRE A TERRA 
Antes de iniciar a jornada, planeje-a cuidadosamente e faça todos os preparativos de modo mais 
completo possível. Não se sobrecarregue. Procure levar palitos de fósforo ou isqueiro, velas 
bússolas, mapas, estojo de primeiro socorro, caderno de notas e lápis. 
Tudo isso deve ser acondicionada num saco à prova d'água. Deverá levar também um machado 
ou faca, água, alimentos, espelho de sinalização, óculos para sol (se houver), relógio, fio metálico 
ou corda-estais para armar abrigos. 
 
26 
 
Deixe uma notificação na aeronave, por escrito; deixe, também, um sinal que seja visível do ar 
indicando a direção seguida. 
Retire da aeronave, se possível, a bússola magnética e altímetro. 
Não se esqueça de remover os imãs de compensação da bússola. 
Procure seguir sempre o caminho mais fácil e mais seguro, mesmo que seja mais longo. Os 
deslocamentos devem ser lentos. 
Poupe suas forças contornando os obstáculos. Não lute com os cerrados e capoeiras, cortando 
mato com o facão, é preferível contorná-los. Não tente vencê-los pela força. Não suba em linha 
reta ou aclive, quando este for muito inclinado procure subir em zigue-zague, a fim de poupar 
sua energia. 
Mantenha um ritmo normal de marcha. Caminhe durante 3 horas e descanse uma e, inicie as 
marchas pela manhã procure acampar antes do anoitecer às 17:00 horas, na selva, já começa a 
escurecer. Portanto já a partir das 15:00 horas, procure encontrar um local para acampar. 
As correntes de água e as picadas abertas pelos animais são as estradas do sertão. 
Em caso de tempestade ou nevoeiro acampe logo e espere que a visibilidade se torne 
novamente normal e as condições de tempo se tornem melhores antes de prosseguir viagem. 
Assinale todo o caminho percorrido e o rumo seguido. Faça setas nas árvores, e em pequenas 
pedras quebre galhos, amarre pedaços de pano e modifique a paisagem natural. 
Evite acampar nas margens de rios ou riachos. Prefira pequenas elevações, a mais de 100 metros 
de um curso de água. 
Não acampe junto de árvores mortas e nem debaixo de galhos secos. Acenda uma fogueira junto 
de seu acampamento. 
Viaje pelos rios somente à luz do dia. 
Não atravesse águas pantanosas, contorne-as. 
 
NAVEGAÇÃO TERRESTRE DIURNO 
Equipe de navegação: - teoricamente uma equipe de navegação na selva na selva compor-se-á 
de quatro (4) homens. 
HOMEM PONTO - será aquele lançado à frente para servir de ponto de referência; portará um 
facão para abrir a picada; 
HOMEM BÚSSOLA - será o portador da bússola e deslocar-se-á imediatamente à retaguarda do 
homem - ponto; deverá manter a bússola amarrada ao corpo para não perdê-la; quando não 
estiver sendo utilizada deverá estar fechada; HOMEM PASSO - será aquele que se deslocará 
atrás do homem - bússola com a missão de contar os passos percorridos e transformá-los em 
metros. Para desempenhar essa função, deverá ter o passo aferido com antecedência, o que 
seria feito do seguinte modo: 
 
27 
 
• Em um terreno plano, medir e marcar a distância de 100 metros; 
• Percorrer essa distância 10 vezes, observando - se assim, cada vez, um determinado 
número de passos; 
• Tirar à média e concluir: 100 metros são percorridos por "P" passos; 
• A esse número de "P" somar P/3 (um terço); 
• Concluir, finalmente: 100 metros na selva serão percorridos por P+ P/3 passos. Essa 
margem de segurança, P/3 (um terço) compensará os erros provenientes de incidentes 
comuns nos deslocamentos através da selva, como quedas, desequilíbrios, passagens 
sobre troncos, pequenos desvios, terrenos elevados e uma série de outros. 
HOMEM – CARTA - será o que conduzirá a carta (se houver) e auxiliará na identificação de 
pontos de referência ao mesmo tempo em que nela lançará outros que mereçam ser locados. 
OBSERVAÇÕES 
Será interessante e muito aconselhável mesmo que todos os homens que integram um grupo 
tenham conhecimento do emprego da bússola e possua o passo aferido, o que possibilitará o 
rodízio de funções. O uso do facão no mato será restrito, para que não se deixem pistas. 
 
TÉCNICAS DE NAVEGAÇÃO 
(O AZIMUTE É DESCONHECIDO) 
Será o caso em que o grupo está perdido e tentará encontrar um caminho para salvação. Após 
um calmo estudo da situação, será selecionada uma direção da qual se tirará o azimute segundo 
o qual se navegará. Isso evitará que se caminhe em círculo (fato normal para quem, sem a 
bússola, procura marchar na selva); ao mesmo tempo em que permitirá se necessário, retornar 
a ponto de partida, orientando - se pelo contra - azimute. Quer seja azimute ou contra - azimute, 
a técnica será: 
HOMEM BÚSSOLA - lançará o homem - ponto à frente, na direção do azimute até o limite de 
sua visibilidade, por deslocamento comandado "um ponto para a direita". Ou "mais à esquerda". 
O homem - bússola determinará, com precisão, o local onde o homem - ponto deve parar. 
Estando este parado, aquele se deslocará até ele e o fará dar um novo lance à frente, na direção 
do azimute de marcha, repetindo as operações anteriores. Será, portanto, uma navegação por 
lances; 
O HOMEM PONTO - não será mais que um comando do homem - bússola; enquanto ele se 
deslocar, irá usando do facão para abrir picada e melhorar a visibilidade para os que vêm à 
retaguarda; 
O HOMEM PASSO - seguirá aqueles dois, contando o número de passos; à medida que atingir 
50, 100 ou quantos passos convencionar, irá anotando - os em um cordão por meio de nós, 
palitos de fósforo, pequenos galhos, folhas ou outro meio qualquer, de modo que a, qualquer 
momento, possa converter passos em metros e saber quanto andou. Tal procedimento será 
necessárioporque poderá haver necessidade de retorno a ponto de partida e, neste caso, será 
sempre útil saber que distância ter-se-á de marchar até eles; será, pois, fator de controle. Além 
do mais, caso haja uma carta e surjam acidentes dignos de ser locada, essa distância será 
necessária. 
 
28 
 
ULTRAPASSAGEM DE OBSTÁCULO 
Será normal em um deslocamento na selva encontrarem - se, na direção de marcha, os mais 
variados obstáculos: árvores caídas, buracos, galharia barreiras quase na vertical, aclives e 
declives suaves ou fortes, chavascais (banhos, alagadiços), pantanais, igarapés (estreitos e lagos 
de fraca ou forte correnteza, rasos ou profundos); igapós, rios, lagos ou lagoas, etc... 
Quando se marcha segundo o azimute, às vezes não, sendo então necessário vencê-lo. Dentre a 
variedade de processos existentes para realizar um desvio ou transportar um obstáculo, serão 
apresentados os que se seguem: 
DESVIO DE UM OBSTÁCULO 
PRIMEIRO PROCESSO - DO PONTO DE REFERÊNCIA NÍTIDO 
Chegando ao obstáculo, escolhe - se um ponto bem nítido no lado oposto para servir como 
referência. Efetua - se o desvio necessário chega - se ao ponto e a marcha é reiniciada. 
Entretanto, o processo raramente terá aplicação prática quando se trata de obstáculo de 
grandes dimensões, pois o mais difícil na selva será encontrar aquele ponto nítido. 
Por isso, quando se sair de um ponto em busca de outro, não se esquecer de deixá-lo antes 
muito bem marcado para facilitar o retorno em caso de insucesso. 
SEGUNDO PROCESSO - DA COMPENSAÇÃO COM PASSOS E ÂNGULOS RETOS 
Marcha - se na direção amarrada pelo azimute de marcha até o ponto A, frente ao obstáculo. 
De A vai - se a B deslocando - se segundo um novo azimute, de modo que este forme com o de 
marcha um ângulo reto em A; neste deslocamento contam - se os passos dados entre A e B (P 
passos). 
De B vai - se a C deslocando - se segundo o mesmo azimute de marcha (será o azimute paralelo); 
também neste deslocamento contam - se os passos dados entre B e C (Q passos) para que não 
se perca a noção da distância geral do percurso realizado ou ainda a realizar. 
De C vai - se a D deslocando - se segundo o contra - azimute da direção AB e percorrendo a 
mesma distância que se percorre entre A e B, isto é, os mesmos P. passos. 
Chegando em D reinicia - se o deslocamento 
na direção dada pelo azimute de marcha 
original. Será normal ocorrerem pequenas 
diferenças em direção e em distância, 
quando se realizarem deslocamentos desse 
tipo por causa dos acidentes e incidentes em 
terreno de selva; daí a necessidade de 
designar, no mínimo, dois homens para lidar 
com a bússola e outros dois para contar os 
passos, quando possível, para minimizar os 
erros. 
 
 
29 
 
 
SOBREVIVÊNCIA NO MAR 
Numerosos são os casos de náufragos que permaneceram vários dias no mar, em balsas ou 
botes salva – vidas e que se salvaram apesar de, inicialmente, não disporem de água e comida. 
O recorde pertence a um marinheiro chinês chamado Poon Lim, que após o torpedeamento do 
navio “Bem Lemond” permaneceu à deriva sobre uma custa de peixes e água de chuva, sendo 
recolhido próximo à cidade de Belém do Pará. 
Sobreviver no ambiente marinho longe da proteção da terra é uma tarefa das mais difíceis, 
devido à sede, à fome, ao tédio, à solidão e às mudanças meteorológicas constantes. 
Sobreviverá aquele que, independente das dificuldades, não perder em nenhum instante a 
“VONTADE DE VIVER”. 
ORIENTAÇÃO BÁSICA 
Após a separação definitiva dos equipamentos de flutuação, os sobreviventes deverão se afastar 
da aeronave, devido ao risco de submersão ou explosão. 
Diversas ações deverão ser realizadas imediata e simultaneamente. Para que haja a 
simultaneidade de ações e para prevenir a ocorrência de pânico entre os sobreviventes, é 
necessário que um tripulante assuma o comando da embarcação e coordene a distribuição de 
tarefas. 
 
AÇÕES IMEDIATAS E AÇÕES SUBSEQUENTES 
Jogar a âncora de embarcação na água, certificando-se que não fique presa na aeronave ou em 
destroços. Deverá ser feita uma verificação das condições físicas dos sobreviventes, prestando 
os primeiros socorres a quem necessitar, de preferência por ordem de gravidade dos ferimentos 
(hemorragias, traumatismo craniano e fraturas expostas). 
 
30 
 
Se houver profissionais da área média (médico, veterinário, dentista, enfermeiro, entre outros) 
deve solicitar sua colaboração. 
Proceder a uma busca rigorosa em toda a área onde pousou a aeronave, pois poderão existir 
sobreviventes flutuando sem sentidos, em estado de semiafogamento. Se for verificada a 
existência de sobreviventes no mar, resgatá-los aplicando procedimentos de “RECUPERAÇÃO DE 
HOMEM AO MAR”. 
 
Tripulante, amarrado a embarcação pela corda do anel de salvamento, vai ao socorro de 
sobrevivente. Tripulação joga do barco, o anel de salvamento para o sobrevivente. 
Tripulante joga do barco, um colete salva–vidas amarrado à corda do anel de salvamento, para 
o sobrevivente. 
Acionar o radiofarol de emergência (beacon). Preparar e proteger todos os equipamentos de 
sinalização, tais como: foguetes pirotécnicos, corante marcador de água, espelho sinalizador e 
lanternas, colocando – os em invólucros impermeáveis, de forma que possam ser utilizados 
prontamente, ou seja, AO SE AVISTAR UMA EMBARCAÇÃO OU AERONAVE, OU AO SE ESCUTAR 
O RUÍDO DE SEUS MOTORES. 
 
Se houver mais de um equipamento coletivo de flutuação, os mesmos deverão ser agrupados, 
unindo – os (dentro do possível) através da corda do anel de salvamento. Este procedimento 
evitará que as embarcações derivem em rumos diferentes e facilitará o trabalho de localização 
e resgate pelo Serviço de Busca e Salvamento. 
 
31 
 
Para evitar abalroamento, a distância mínima a ser mantida 
entre as embarcações deverá ser de 8 metros. 
Examinar fragmentos da aeronave que estejam flutuando o que 
for possível. Retirar da água as rações que forem avistados, bem 
como almofadas, estofamento, vestimentas extras e outros. 
Cuidar para que os sobreviventes não se desloquem de pé no 
interior das embarcações, nem se sentem nas bordas, pois 
poderão cair na água. 
Tomar cuidado com os sapatos, canivetes, facas e demais 
objetos afiados no fundo da embarcação, pois poderão danifica–
lá. Usar os bujões de vedação em caso de infiltração no assoalho 
ou furos nas câmaras da embarcação. 
Manter seco o interior da embarcação, usando todos os meios 
disponíveis (ex: baldes e esponjas). 
Conservar a embarcação, em constante equilíbrio. Os sobreviventes devem permanecer 
sentados no assoalho de costas para as câmaras principais, e com os pés voltados para o centro, 
mantendo os coletes vestidos e inflados até o resgate. 
Se o número de sobreviventes ultrapassarem a capacidade máxima de embarcação, na 
impossibilidade de transferir os excedentes para as outras embarcações, será necessário 
promover um rodízio: os excedentes deverão permanecer dentro d’água e, por medida de 
segurança, amarrar as extremidades das tiras de seus coletes salva – vidas, às tiras laterais de 
salvamento da embarcação. 
A temperatura da água e as condições físicas dos sobreviventes determinarão o tempo de 
permanência fora da embarcação. 
Preservar a lanterna para tarefas essenciais, pois pode – se precisar dela para sinalização, 
proteger bússola, relógios, isqueiros e todo material que possa ser danificada pela umidade. 
Fazer verificações periódicas na âncora. Com mar calmo, liberar toda extensão de corda; com 
mar agitado, liberar somente meia extensão. 
Dividir os ocupantes da embarcação em grupos de vigilância, de forma que, enquanto alguns 
vigiam os demais repousam. 
Os turnos de vigia não deverão exceder duas horas e todos deverão participar com exceção dos 
feridos ou exaustos. Manter pelo menos uma pessoa na vigilância. 
Quem estiver na vigia deverá estar atento a qualquer sinal da terra, aos navios que passam ou 
aeronaves em voo,ao aparecimento de algas marinhas, cardumes ou bandos de aves que 
surjam, bem como a qualquer indício de avaria na embarcação. 
Uma nuvem de “cumulus” paradas sob um céu limpo ou céu onde todas as demais nuvens se 
movam, muitas vezes indica a existência de terra. 
Em geral, um maior número de aves é avistado mais próximo à terra do que em alto mar. A 
direção para a qual voam bandos de aves, ao anoitecer, poderá indicar terra próxima. 
 
32 
 
Se for possível, reavaliar os ferimentos dos sobreviventes e aperfeiçoar os curativos. 
Se houver queda de temperatura, à noite, fechar as laterais (sanefas) do toldo. 
Só se deverá navegar a embarcação, quando houver terra à vista. Se o vento estiver soprando 
em direção a terra, deve- se retirar a âncora da água, soltar a sanefa do toldo apenas do lado do 
vento e segura-lo o mais alto possível para que, enchendo- se de ar, proporcione, assim, um 
deslocamento mais rápido. 
Tranquilizar os sobreviventes, dizendo que o salvamento é esperado em breve. É ESSENCIAL 
CRIAR DESEJO DE SOBREVIVER. 
 
ÁGUA 
Médicos da U.S NAVY comprovaram na última guerra mundial, que um homem privado de 
alimentos, mas com abundância de água potável, evitando ao máximo despender qualquer 
esforço físico, pode ter uma sobrevivência de 20 a 30 dias dependendo da sua condição física e 
das condições ambientais. Por outro lado, a ausência total de água leva a uma sobrevivência em 
torno de 10 dias. 
 
EQUILÍBRIO HÍDRICO 
Normalmente o conteúdo de água no organismo é bem equilibrado. O excesso na ingestão de 
água, através de bebidas e de alimentos é compensado pela excreção via urina, fezes, respiração 
e transpiração. 
 
ENTRADA DE ÁGUA 
Em condições normais, a ingestão de água por um indivíduo, pode variar de 2.500 ml a 3.000 
ml, proveniente de três fontes principais. 
 
ÁGUA NATURAL 
A água natural é ingerida em maior quantidade, sob a forma de bebidas e alimentos líquidos, 
onde está presente em grande quantidade (sopa, leite, vitaminas e sucos). 
Numa situação de sobrevivência no mar, talvez a única fonte natural disponível seja a água da 
chuva, que nem sempre satisfaz a sede, pois não dispõe dos sais minerais necessários ao corpo 
humano. Ao chover, deve – se procurar armazenar a maior quantidade possível de água, tendo 
o cuidado para não contamina–lá com água do mar. Durante a chuva beber tanto quanto 
possível, sem que se sinta mal. 
 
 
 
33 
 
ÁGUA DE CONSTITUIÇÃO 
Isto não significa que numa situação de sobrevivência deva – se comer mais, a fim de hidratar o 
corpo, pois será necessário aumentar também, a ingestão de água natural para metabolizar 
esses alimentos. 
Se não se dispuser de água não se deve comer, pois todos os alimentos ricos em proteínas, como 
o peixe e as aves, se ingeridas, farão aumentar a desidratação. 
 
ÁGUA DE OXIDAÇÃO 
A água de oxidação é formada metabolicamente pelo organismo, através da queima de 
proteínas, gorduras e carboidratos. Cada pessoa tem o metabolismo diferente das outras. 
Pode parecer que numa sobrevivência, a quantidade de água a ser distribuída, não deverá ser 
igual para todos, pois, teoricamente, deveria ser levado em consideração a idade e o peso de 
cada sobrevivente. Isso, certamente, levaria à desavenças no grupo. Como regra geral, portanto: 
todos deverão receber a mesma quantidade de água, reservando – se cotas extras para os 
feridos. 
 
PERDA DE ÁGUA VIA PULMONAR 
Esta perda é involuntária e constante, porque a água saí do corpo sob forma de vapor durante 
a expiração. Um homem adulto perde por via pulmonar, cerca de 200 a 400 ml de água, em 
média por dia. 
Esta perda varia de acordo com o grau da atmosfera, e também, em duas circunstâncias: febre 
e taquipneia, portanto o sobrevivente deve combater febres e evitar atividades físicas que o 
deixam ofegante, procurando repousar o máximo possível. 
VIA CUTÂNEA 
A perda de água por via cutânea está associada à perda de alguns sais minerais, e varia num 
período de 24 horas, de 300 a 600 ml, dependendo da temperatura, umidade do ar e da 
atividade corporal. 
As perdas por via pulmonar e cutâneas são insensíveis. Nos dias quentes, para minimizar a perda 
de água por via cutânea, deve – se evitar ao máximo a sudorese abrindo as laterais do barco 
salva vidas, para melhorar a circulação do ar. Também pode – se, nos dias muito quentes, 
umedecer as roupas com água do mar, para diminuir a transpiração e, também, reduzir ao 
mínimo quaisquer atividades físicas. 
 
VIA RENAL 
Os rins de um adulto sadio com regime alimentar livre, eliminam diariamente, cerca de 1 500 ml 
de urina. 
 
34 
 
Numa sobrevivência no mar, observa-se inicialmente uma sensível redução na produção de 
urina pelos rins, a fim de reter a água no organismo. Após o terceiro ou quarto dia, dependendo 
das condições metabólicas de cada sobrevivente, a urina passa a ter coloração âmbar escura, 
devido à concentração de sais e ácidos. 
Deve – se beber somente água potável e jamais água do mar, urina ou outros líquidos que 
venham produzir lesões nos rins e assim, provocar uma possível desidratação. 
VIA DIGESTIVA 
Pelas fezes o indivíduo normal elimina cerca de 100 ml de água por dia. Em situações normais, 
essa perda não é significativa, exceto nos casos de diarreias. Portanto, a ingestão de alimentos 
deteriorados ou mesmo alimentar-se sem dispor de quantidades suficientes de água para 
auxiliar a digestão, deve ser evitado pelos sobreviventes. Não tendo água, não se deve comer. 
PERDAS ADICIONAIS 
Alguns tipos de ferimentos podem ocasionar uma perda adicional de água, mas para o náufrago 
o que mais comumente pode ocorrer, é a perda de água através de eventuais vômitos 
provocados pelo enjoo. Nesses casos, deve-se fazer uso de comprimidos contra enjoou que se 
encontram nas farmácias que forem retiradas da aeronave. 
 
 
 
ÁGUA SALGADA 
Análises de situações de 
sobrevivência no mar em que os 
sobreviventes ingeriram água 
salgada demonstraram um número 
de mortes de sete a oito vezes 
maiores do que nas sobrevivências 
onde os náufragos não a ingeriram. 
O resultado da tentativa de aliviar a 
sede bebendo água do mar, é quase 
sempre o mesmo: a cada gole de 
água salgada, aumenta a sede. A 
náufraga procura então alivia-la 
bebendo mais água do mar, até 
perder o autodomínio. Nessa situação, nada no mundo pode impedi-lo de continuar bebendo 
água salgada, até morrer. “A MORTE POR ÁGUA SALGADA” é semelhante à morte pela sede. 
 
“NÃO SE DEVE BEBER ÁGUA DO MAR, NEM MISTURÁ–LA COM ÁGUA DOCE.” 
 
 
35 
 
QUANTIDADE NECESSÁRIA DE ÁGUA 
A quantidade mínima de água para que uma pessoa possa se manter em forma é de mais ou 
menos ½ litro por dia (500 ml). Se o suprimento de água for insuficiente, será preferível bebê–
la no primeiro dia e de uma só vez. 
No Brasil, o estado Maior das Forças Armadas (EMFA) 
Prescreve o consumo diário de 750 ml de água para que o sobrevivente mantenha as condições 
psicofísicas favoráveis. 
Entretanto, condições de momento, como socorro demorado, superlotação na embarcação, ou 
perda dos suprimentos, poderão fazer com que as rações de água sejam reduzidas. 
O consumo de água, dentro das possibilidades, deve seguir o quadro abaixo: 
 
 
CONCLUSÃO 
• NÃO BEBER DO MAR, NEM MISTURÁ-LA 
COM ÁGUA DOCE 
• NÃO COMER SE NÃO DISPUSER DE ÁGUA 
• NÃO BEBER URINA E NEM SANGUE DE 
ANIMAIS MARINHOS (MASTIGAR A CARNE 
APENAS) 
• EVITAR A PERDA DE ÄGUA PELA SUDOROSE, 
NÃO DISPENDENDO ESFORÇO FÍSICO 
DESNECESSÁRIO E MANTENDO A 
VENTILAÇÃO DA EMBARCAÇÃO E, SE 
NECESSÁRIO, MOLHAR AS ROUPAS. 
• PROCURAR REPOUSAR E NÃO SE AFOBA. 
 
 
 
 
 
36 
 
ALIMENTAÇÃO 
O sobrevivente deve ter em mente que dispondo de água, o seu organismo é capaz de suportar 
algumas semanas sem PESCA. 
Caso o náufrago, tenha uma boa reserva de água deve dirigir – se seus esforços para a obtenção 
de alimentos, pois resolve o problema da fome e, ao mesmo tempo, estáocupado com uma 
atividade, evitando pensamento mórbido que afetam o moral. 
Como apetrecho de pesca, além dos contidos nos conjuntos de 
Sobrevivência na Selva, podem – se improvisar anzóis com alfinetes, 
fivelas de cintos, grampos de cabelo etc., e linhas com cordões de 
sapatos e fios tirados de roupas. Para ser bem sucedidos na pesca, 
deve – se cuidar para que o peixe não seja ingerido, mas somente 
mastigado. 
Os peixes mordem mais as iscas em movimento do que as paradas. 
Intestinos de aves são excelentes iscas. Pequenos peixes são 
atraídos pela sombra proporcionada pela embarcação. 
À noite, o fecho de luz de uma lanterna projetada na água, ou o reflexo da lua numa superfície 
refletora (espelho de sinalização), costuma atrair peixes e lulas. 
A carne de animais marinhos de alto mar, excetuando – se medusas (caravelas e águas – vivas) 
é comestível. A carne do pescado cru não é salgada, nem desagradável ao paladar. 
NOTA: Os anzóis, facas e outros objetos perfurantes devem ser manuseados com 
cuidado para evitar danos à embarcação. 
 
PEIXES VENENOSOS 
Não existem métodos seguros que possam determinar se um peixe é venenoso ou não. Em 
alguns peixes o veneno está contido somente nos órgãos internos ou nas ovas; em outros, na 
própria carne. 
As características da maioria das espécies venenosas são as seguintes: 
• Quase sempre vivem em águas tropicais pouco profundas ou em recifes coralíneos. 
• Possuem forma estranha 
• Possuem pele dura, recoberta de placas ósseas e espinhos 
• Em sua maioria, possuem olhos, boca e guelras pequenas 
• Possuem carne com odor desagradável, que durante certo tempo fica marcada se for 
comprimida 
• Têm a capacidade de inchar se forem molestadas (Família dos Baiacus) 
 
 
 
 
37 
 
ANIMAIS MARINHOS PERIGOSOS 
MOREIA 
As moreias são raivosas e agressivas quando perturbadas no seu 
“habitat” e sua mordida causa grande lesão que, se não for tratada, 
infecciona rapidamente. 
 
BARRACUDA 
Numerosos são os casos de ataque a banhista por barracudas. 
Nadam em pequenos cardumes e suas mordidas, assim como 
as das moreias causam lesões graves. 
 
ARRAIA 
Possuem ferrões na cauda que podem causar ferimentos doloridos e de difícil cicatrização. 
 
TUBARÕES 
Apesar de existirem até em águas frias do Ártico e Antártico, 
os tubarões são mais numerosos em áreas tropicais, 
subtropicais e temperadas, e, a grande maioria dos ataques foi 
registrada em águas com temperatura acima de 18 graus 
centígrados. 
As pesquisas existentes sobre tubarões podem ser resumidas 
nas palavras do célebre pesquisador JACQUES YVES COSTEAU 
– “Quanto mais se fica em contato com tubarões, menos se 
conhece, pois nunca se pode prever qual será sua atitude”. 
Os tubarões são, de fato, imprevisíveis e as causas dos ataques 
a seres humanos são as mais diversas. As medidas enunciadas 
a seguir não significam que o ataque será evitado, mas em 
muitas ocasiões poderá surtir efeito: 
Não retirar as roupas, (roupas escuras parecem oferecer maior 
proteção que roupas claras). 
Permanecer imóvel, ou se estiver próximo a uma embarcação, nadar com movimentos 
regulares. 
Afastar – se dos locais onde existam cardumes de peixes. 
Estando no interior da embarcação, evitar deixar mãos e pés dentro d’água. 
Não atirar pela borda restos de alimentos, abandonar o peixe que por acaso se tenha fisgado no 
anzol. 
 
38 
 
Se um tubarão atacar a embarcação, procurar atingi-lo no focinho e na cabeça com algum objeto 
contundente. 
O perigo das medusas está no contato físico com as cápsulas venenosas, cheias com um líquido 
urticante, distribuídas pelos seus longos tentáculos e que provocam irritações e queimaduras, 
podendo até provocar a morte. 
 
MEDUSA 
As medusas (caravelas, água – vivas) são comuns nas 
águas tropicais. 
 
OURIÇO E ANÊMONA 
Os espinhos de algumas espécies de ouriços provocam ferimentos dolorosos. Algumas espécies 
possuem espinhos dentados, tornando–se necessário extraí–lo cirurgicamente. Nos casos 
menos graves, os espinhos de natureza calcária e silicosa, podem ser dissolvidos pela aplicação 
de amoníaco, álcool ou sumos cítricos (gotas de limão). As anêmonas, assim como as medusas, 
expelem uma secreção urticante, que produz irritação. Evite tocar com a pele desprotegida. 
 
 
 
CARACOL VENENOSO 
Os caracóis compridos e de forma cônicas, 
(principalmente algumas espécies do Oceano 
Pacífico e Índico) são venenosos. Os mais perigosos 
possuem um apêndice vermelho e uma tromba, que 
é usada para injetar o seu veneno. A ação desta 
picada produz fortes dores, inchaço, paralisia e 
cegueira, e ás vezes, a morte num espaço de até 
quatro horas. Na dúvida, o melhor a fazer é evitar 
tocar caracóis, principalmente se estiverem vivos. 
 
 
 
39 
 
 
 
CONCLUSÕES 
• NÃO INGERIR ALIMENTOS SE NÃO DISPUSER DE ÁGUA. 
• SE SENTIR NÁUSEAS AO COMER PESCADO CRU, NÃO INSISTIR NO SEU CONSUMO. 
• ANTES DE COMER QUALQUER ALIMENTO, VERIFICAR SE NÃO ESTÁ DETERIORADO. 
• NA DÚVIDA SE UM PEIXE É VENENOSO OU NÃO, USÁ – LO COMO ISCA (CUIDADO COM 
ESPINHOS, FERRÕES OU SUBSTÂNCIAS TÓXICAS). 
• INTERROMPER A PESCA SE APARECER TUBARÕES. 
• ALGUNS ANIMAIS MARINHOS NÃO SERVEM COMO ALIMENTO (MEDUSAS, ANÊMOAS, 
CARACÓIS CÔNICOS), EVITAR TOCÁ – LOS. 
• OS MOLUSCOS AGARRADOS A CASCOS DE NAVIO OU OBJETOS METÁLICOS NÃO DEVEM 
SER COMIDOS. 
 
 
 FATORES ADVERSOS AO SOBREVIVENTE 
FATORES SUBJETIVOS 
PÂNICO 
O pânico normalmente toma conta da pessoa no momento do acidente, ou mais tarde, já na 
embarcação. Pode, entretanto, ser controlado e até mesmo dominado, quando se está 
preparado para enfrentar situações de emergência; o conhecimento de procedimento e um 
razoável adestramento fará com que se desenvolva o autocontrole. 
SOLIDÃO 
A solidão é o prelúdio do tédio no barco salva – vidas. A pessoa, inicialmente, acredita que em 
pouco tempo será resgatada, e caso não aconteça, começa a se deixar abater, principalmente 
quando dá conta da sua situação e da vastidão do mar que o cerca. A solidão necessita ser 
combatida através de uma ocupação. A pesca, o cuidado com os feridos, a confecção de um 
diário. O cuidado com a higiene e com o barco salva – vidas são excelentes exemplos de 
combates à solidão. Deve – se evitar combater a solidão com a conversa, pois esta pode 
provocar sede. 
TÉDIO 
Em uma prolongada sobrevivência no mar, o aparecimento de certa rotina, aliada à solidão, faz 
com que o tédio tenda a se estabelecer. É a fase em que o sobrevivente, revoltado contra tudo 
e todos, começam a se desinteressar das coisas que poderiam servir de ocupação, e perde a 
vontade de viver. Quando, em uma sobrevivência, o tédio recair sobre alguém do grupo, será 
necessário combate-lo persistentemente. 
 
40 
 
FATORES OBJETIVOS 
Manter as roupas e o barco salva – vidas 
o mais seco possível. 
CONGELAMENTO 
O congelamento se manifesta 
principalmente no rosto, orelhas, pés e 
mãos, levando à ulceração das partes 
atingidas, podendo inclusive gangrenar os 
locais levando à amputação, e 
ameaçando seriamente a vida humana. 
Ao menor sinal de congelamento (cianose 
e/ou dormência) deve – se aquecer 
gradativamente as partes. Em hipótese 
alguma FRICCIONAR ou MASSAGEAR AS 
PARTES ATINGIDAS. 
 
 
FRIO 
Quando o corpo humano é exposto ao frio, perde calor. Se estiver vestido, o calor, por ele 
gerado, será mantido por mais tempo. 
A evaporação da umidade da pele, na forma de suor (ou em outras formas) é decorrência do 
aquecimento do corpo. A consequência da perda de calor do corpo resulta em uma redução da 
temperatura da pele dando a sensação denominada FRIO. 
Quando a temperatura interna do corpo cai cerca de 30 graus centígrados, a maioria das pessoas 
tem sua capacidade mental e física deterioradas, e entra em estado de CHOQUE. Se a 
temperatura do corpo continuar a cair, a pessoa morrerá. 
Durante o período de sobrevivência, no caso de baixa temperaturaambiente, uma das 
constantes preocupações deve ser a de QUEIMADURAS. 
Os sobreviventes deverão conservar a cabeça e a pele cobertas, protegendo inclusive, o pescoço 
e a nuca por meio de uma aba improvisada. 
Os raios solares refletidos na água, também queimam a pele. Deve – se usar pomada 
antisséptica nos lábios e na pele para evitar rachaduras. 
Não se devem furar as bolhas; deve – se evitar a penetração de umidade nas feridas, mantendo 
as cobertas de pomadas e o mais seca possível. 
Com o reflexo intenso do sol, do céu e da água, os olhos podem ficar injetados de sangue, 
inflamados e doloridos; na falta de óculos, usar um pedaço de pano ou atadura sobre os olhos, 
além de pomada oftalmológica. 
 
41 
 
 
 KIT DE SOBREVIVÊNCIA NO MAR 
ÂNCORA (OU BIRUTA D’ÁGUA) 
É presa ao barco ou escorregadeira - barco por meio 
de uma corda e vem acondicionada num invólucro 
localizado entre as câmaras principais. Somente deve 
ser liberada após a separação definitiva, cuidando-se 
para que não fique presa á aeronave. 
A finalidade da âncora é retardar a deriva da 
embarcação, fazendo com que permaneça o maior 
tempo possível nas proximidades do local do 
acidente, facilitando, assim, trabalho das equipes de 
busca e salvamento. Com mar calmo deve- se liberar 
toda a extensão da corda; com mar agitado, somente 
meia extensão. 
 
CORDA COM ANEL DE SALVAMENTO 
Está localizada junto à estação de embarque. Pode ser 
utilizada tanto para recuperar sobreviventes que estejam na 
água quanto para unir as embarcações após o afastamento 
definitivo da aeronave. 
 
TOLDO 
A finalidade principal da amarração do toldo é proteger os sobreviventes dos raios solares e dos 
respingos de água do mar. Pode, também, ser utilizado para captar água da chuva e do orvalho 
e para sinalizar á equipes de busca e salvamento. Está localizada junto ás válvulas de inflação 
manual das câmaras principais. Havendo necessidade de se completar a inflação de qualquer 
uma das câmaras, seja após a realização de um reparo de vedação, seja por outro motivo 
qualquer, deve-se adaptar a bomba manual á válvula correspondente e operá-la. 
 
 
42 
 
 
 
 
LUZES LOCALIZADORAS (ou SINALIZADORAS) 
Estas luzes são alimentadas por baterias acionadas a base de água, semelhante às dos coletes 
salva-vidas. Sua duração é, também, de oito horas, em média. 
 
TIRAS DE REENTRADA 
Podem ser laterais ou centrais e são utilizadas num pouso em terra, caso haja necessidade de se 
retornar ao interior da aeronave. 
 
TIRAS DE SALVAMENTO 
Devem ser utilizadas pelos sobreviventes, após pouso na água, enquanto aguardam a sua vez de 
embarcar. Se houver superlotação, deve-se realizar um revezamento e os sobreviventes que 
permanecerem fora da embarcação, nela deve amarrar as tiras de seus coletes salva-vidas. 
 
 
 
 
43 
 
PACOTE DE SOBREVIVÊNCIA NO MAR 
Conteúdo: 
• Farmácia 
• Manual de sobrevivência 
• Bíblia 
• Purificador de água 
• Bujões de vedação 
• Balde e esponja 
• Sinalizadores 
NOTA: As duas latas com água (1/2 litro cada) também fazem parte do pacote de 
sobrevivência no mar, mas podem ser encontradas presas a uma das extremidades da 
escorregadeira - barco, na parede externa. Esta reserva de água é destinada para fins 
medicinais. 
 
FARMÁCIA: Contêm rolos de gases, antissépticos, inalantes de amoníaco, 
bandagens estéreis retangulares e pomadas para queimadura e pomada 
oftálmica. 
MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA: Escrito em inglês, contendo instruções detalhadas sobre a 
utilização do equipamento coletivo de flutuação e de seus acessórios. 
 
BÍBLIA: Novo testamento, escrito em inglês. 
 
 
PURIFICADOR DE ÁGUA: Dosar de acordo com a bula. 
 
 
44 
 
 
BUJÕES DE VEDAÇÃO: São utilizados para vedar pequenos furos 
na embarcação. Deve-se colocar a parte emborrachada para o 
lado de dentro da câmara de flutuação, cuidando para que o 
tecido não fique enrugado. 
 
BALDE E ESPONJA: Em princípio, são utilizados para manter seco o interior dos equipamentos 
coletivos de flutuação. O balde pode ser utilizado como depósito de água, saco de enjoo ou vaso 
sanitário. 
SINALIZADORES: Os sinalizadores existentes no pacote (kit) de sobrevivência no mar são os 
seguintes: 
 
• Dois foguetes pirotécnicos de metal 
• Um corante marcador de água 
• Um espelho sinalizador 
• Um apito 
• Duas lanternas ativadas à base de água. 
 
 
 
 
 
CONJUNTO DE SOBREVIVÊNCIA NA SELVA 
O conjunto de sobrevivência na selva é constituído de dois pacotes e um facão de 20 polegadas 
e é protegido por uma carenagem plástica. Localiza-se, geralmente, no interior de 
compartimento de bagagem (bins) ou em rebaixamento de teto, diferindo esta localização de 
acordo com o tipo de aeronave. 
Cada pacote de sobrevivência na selva contém: 
• 02 frascos de 60 ml contendo purificador de água. 
• 03 caixas de fósforo, total de 150 palitos. 
• 02 frascos de 100 ml contendo repelente para insetos. 
• 01 manual de Sobrevivência na Selva (M.M. A-81) 
• 01 espelho de sinalização (circular, de metal) 
• 01 apito plástico 
• 20 analgésicos (Novalgina) 
• 06 sacos plásticos com água (125 ml) 
 
45 
 
• 02 foguetes pirotécnicos (baquelite) 
• 50 pacotes de açúcar com 60g cada 
• 50 pacotes de sal com 01g cada 
• 01 faca de sobrevivência na selva contendo: 
• 01 bússola dissociável (pode ser removida do cabo) 
• 02 chumbinhos para pesca 
• 02 anzóis (um pequeno e um médio) 
• 01 rolo de nylon (mais ou menos 2,5m) 
• 01 agulha (tipo para costura) 
• 01 alfinete (tipo fralda) 
• 02anéis de aço (acoplados ao cabo da faca) 
• 01 cabo de aço (mais ou menos 20 cm) 
 
OBSERVAÇÃO 
O cabo da faca pode ser usado como martelo, bastando para isto remover a bússola e os 
equipamentos que se encontram no seu interior. 
Quando em situação de emergência, em que o conjunto de sobrevivência seja necessário, deve-
se quebrar a carenagem na área demarcada, utilizando-se para isso a machadinha de bordo. 
 
SOBREVIVÊNCIA NO GELO 
INTRODUÇÃO 
Durante meses o sol desaparece atrás da linha do horizonte. Mas isso é ainda melhor do que no 
inverno, quando ele nunca aparece. 
Na Antártica, no Ártico, ou em qualquer outra região, o homem sente – se frágil e pequeno. 
Em momentos, tudo pode se transformar num inferno Branco de ventos furiosos; horas depois, 
pode – se sentir em pleno paraíso, cercado de animais. 
O gelo e o frio foram os principais fatores que fizeram do Ártico e da Antártida as últimas regiões 
exploradas pelo homem. 
 
46 
 
A descoberta e a colonização das áreas geladas são, ainda hoje, desafios à sobrevivência 
humana. 
Temperatura muito baixa, escassez de alimentos e, principalmente, a ação dos ventos fazem 
com que o homem, caso não conheça algumas noções básicas de sobrevivência tenha uma 
sobrevida muito pequena. 
 
ORIENTAÇÕES BÁSICAS 
A maior quantidade possível de roupas deve ser mantida. A manutenção da temperatura do 
corpo é um dos maiores segredos para o êxito numa sobrevivência no gelo. 
As extremidades (mãos, pés, orelhas, cabeça e nariz), mucosas e faces devem ser muito bem 
protegidas. 
Um pouso em regiões geladas pode acontecer sobre uma camada espessa do gelo continental, 
suficientemente forte para suportar o peso da aeronave (ICE – SHELF) ou sobre uma camada 
mais fina, que se forma sobre o mar e cuja resistência é limitada (PACK – ICE), esta camada se 
quebra pela ação de ventos e marés, dificultando ainda mais a situação. 
 
AÇÕES IMEDIATAS 
As ações imediatas (prestação de primeiros socorros e acionamento doradiofaróis de 
emergência) são idênticas às apresentações no Manual de sobrevivência. 
Importante lembrar que os grânulos de sílica – gel devem ser utilizadas na sua finalidade anti – 
congelante para o acionamento dos radiofaróis de emergência (Beacon) modelo RESCU 99. 
 
 
 
 
 
 
47 
 
AÇÕES SUBSEQÜENTES 
Deve – se providenciar ABRIGO imediatamente após o acionamento dos radiofaróis deemergência (Beacon), pois, inclusive, a deficiência na prestação de primeiros socorros poderá 
depender deste fator. 
Seria muito difícil sobreviver no gelo sem abrigo e calor; o ser humano resistiria poucas horas, 
somente. Por isso, tão logo quanto possível, um tripulante deverá coordenar a construção de 
abrigo e, no seu interior, acender um foco de fogo. 
 
ABRIGOS 
Deve–se avaliar a área ao redor da aeronave para determinar o local mais adequado à 
construção do abrigo, considerando a disponibilidade de água e alimentos. 
O interior da aeronave NÃO deverá ser utilizado como abrigo, visto que a sua temperatura será, 
também reduzida drasticamente. Entretanto, partes de sua fuselagem e/ou interior (forração e 
assentos) poderão ser utilizadas para a confecção de um abrigo. 
Deve – se ter um cuidado especial ao manusear partes metálicas da aeronave que não estejam 
pintadas, porque em contato direto com a pele, poderão causar lesões irreversíveis. 
Escorregadeiras e barcos salva – vidas também poderão servir como abrigos, desde que 
devidamente fixados sobre o gelo. 
É importante se ter certeza de que o abrigo será construído sobre blocos sólidos de gelo, 
distantes de fendas ou do mar aberto. 
Dentre os vários tipos de abrigo que podem ser construídos, destacam – se: 
 
TRINCHEIRA 
Pode ser constituído rapidamente e proporciona uma proteção eficiente. Devendo–se cuidar 
para que a entrada não se localize na direção de vento. 
Para a cobertura da trincheira pode – se usar toldos, escorregadeiras, pedaços da fuselagem ou 
blocos de neve formando um “V” invertido. 
 
 
48 
 
 
IGLU 
Na eventualidade de uma sobrevivência prolongada no gelo, deve – se buscar um abrigo de 
construção mais sólida, como por exemplo, o iglu. 
Para a sua confecção são necessários blocos de gelo com medidas aproximadamente de 50 cm 
x 30 cm x 30 cm. 
A forração do local onde se for deitar é importante para que a neve não derreta sob o corpo. 
Em qualquer abrigo deve – se acender uma vela (ou outra fonte de calor) de forma a manter a 
temperatura do abrigo próximo a 0 GRAU CELSIUS e o teto deve ser bem liso para evitar que a 
neve derretida fique gotejando. 
FOGO 
Os únicos combustíveis inflamáveis numa 
sobrevivência no gelo são os provenientes da 
própria aeronave (querosene e óleos) e as 
gorduras de origem animal. 
Para promover fogo em gordura de origem 
animal, deve-se depositá-la em recipientes 
(jarras e baldes de gelo), utilizando um pavio 
para acendê-la. A chama proveniente da 
queima deste combustível é muito brilhante 
e pode ser avistada a grandes distâncias. 
 
ÁGUA 
Há duas maneiras de se obter água em uma sobrevivência no gelo: 
Derretendo – se o gelo. Tendo o cuidado de não utilizar aquele proveniente de áreas onde haja 
colônias de pinguins ou concentração de outros animais. 
 
49 
 
Colhendo água de fonte natural oriunda de gelo, cujo curso, sob camadas livres de gelo, muitas 
vezes se pode ouvir. 
 
 
ALIMENTO 
Excetuando – se todo alimento que estiver disponível no interior da aeronave, e que deverá ser 
retirado, nas regiões polares a alimentação se limitará aos alimentos de origem animal: focas, 
leões – marinhos, aves, peixes e demais animais marinhos, sendo que, provavelmente as focas 
serão a principal fonte. 
Somente em último caso se deve ingerir a carne de pinguins, pois muito comumente está 
contaminada por vermes. 
 No caso de regiões continentais geladas (Cordilheira, por exemplo), cuja localização é afastada 
do mar, a alimentação pode se basear, além dos mantimentos encontrados na aeronave, nos 
animais de caça e possíveis roedores. 
CUIDADOS NO GELO ENVENENAMENTO POR MONÓXIDO DE CARBONO 
A queima de velas, lamparinas etc. no interior dos abrigos, promove a liberação de monóxido 
de carbono (gás altamente tóxico). A fim de evitar o excesso de sua concentração e 
consequentemente envenenamento dos sobreviventes no abrigo, deve – se manter uma 
ventilação adequada em seu interior. 
 
50 
 
 
CONGELAMENTO 
O congelamento a nível epitelial pode ser basicamente classificado em três grupos, a saber: 
1º grau: ARREPIOS – não são perigosos. Servem como primeiro sinal. 
2º grau: FLICTENAS (OU BOLHAS) – indicam um processo de queimadura nos tecidos. 
3º grau: NECROSE – gangrenas ou manchas escuras na pele indicam uma diminuição muito 
grande de fluxo sanguíneo para a região. 
Qualquer sensação de amortecimento ou anestesia (dormência) deve ser encarada como 
pronúncia de congelamento. O frio intenso também pode ocasionar o estado de choque e perda 
da razão, devido ao estreitamento dos vasos sanguíneos pela hipotermia, ficando o indivíduo 
em estado letárgico. 
Deve o sobrevivente, neste caso, ser tratado à base de banhos de imersão iniciando–se o 
tratamento com água fria e, aos poucos, aquecendo – a (tratamento muito difícil de ser 
executando sob as condições encontradas na sobrevivência). 
IMPORTANTE: O congelamento nunca deverá ser tratado através de fricção. Desta maneira ao 
invés de apresentar melhoras no quadro clínico, a vítima teria sua situação agravada. 
O congelamento inicial da face pode ser tratado colocando – se as mãos quentes sobre a mesma. 
O congelamento dos dedos pode ser resolvido colocando – se as mãos sob as axilas ou dentro 
das calças. 
Caso haja um princípio de congelamento dos pés, o melhor a fazer é coloca–los dentro das 
vestimentas de outro sobrevivente, caso não disponha de meios mais apropriados, com os 
descritos anteriores. 
Quando se estiver desenvolvendo esforços físicos, deve – se evitar ao máximo a transpiração, 
pois quando cessar a atividade, o suor se congelará rapidamente, causando a hipotermia. 
 
51 
 
Por esta razão deve – se retirar paulatinamente as peças de roupas de modo a não manter a 
temperatura do corpo excessivamente alta. Ao se retirar uma peça de roupa deve – se cuidar 
para que esteja bem protegida a fim de não ficar úmida ou molhada. 
Encerrando – se a atividade física, as peças devem ser vestidas gradualmente, de modo a manter 
a temperatura normal do corpo. 
CEGUEIRA 
Não há uma adaptação natural da visão aos reflexos solares na neve, no gelo e na água. Os raios 
infravermelhos provocam fadiga ótica e dor intensa. Deve – se proteger os olhos (utilizando 
óculos escuros, vendas ou abrigando – se em lugares pouco iluminados) ao primeiro sinal de dor 
ocular. 
AÇÃO DO VENTO 
O corpo humano queima energia para manter sua temperatura. Em regiões geladas este gasto 
energético é aumentado; o vento aumenta ainda mais a perda de calor, e consequentemente 
sensação de frio ao dispersar as camadas de ar “aquecido” existente entre a roupa e a pele. 
Esta dispersão é proporcionada à velocidade do vento. Para se reduzir este problema, os 
sobreviventes devem se proteger do vento, valendo – se de anteparos (a aeronave, os abrigos, 
etc.) ou quaisquer meios que minimize a ação eólica. 
GRETAS (OU FENDAS) 
São fendas encobertas de neve e se constituem em perigo potencial para quem caminha sobre 
o gelo. Sua formação se deve à acomodação de camadas de neve e gelo em trechos de relevo 
irregular. 
Os deslocamentos somente deverão acontecer quando todos os elementos estiverem 
amarrados entre si e, o primeiro homem (homem – guia) for capaz de vistoriar o solo com um 
bastão (ou similar) e detectar as gretas existentes. 
 
 
52 
 
 
 SOBREVIVÊNCIA NO DESERTO 
INTRODUÇÃO 
Em quase todos os continentes (com exceção da Europa) há extensas regiões que têm como 
característica a aridez do solo, quase completa ausência de chuvas e temperatura muito quente 
durante o dia e bastante fria à noite. 
A maior de todas as faixas de terras áridas do mundo estende – se desde o norte da África, 
passando pela região do Golfo Pérsico, até a Ásia central. Nela se incluem os desertos do Saara, 
da Arábia e de Gobi. Além desses, existem outros desertos de menor extensão, como os de 
Kalahari (África Meridional), Sind (Índia),

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