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Livro-Texto - Unidade I UNIP contabilidade 2022

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Autores: Prof. Edson Mota dos Santos
 Profa. Maria José Teixeira
Colaboradores: Prof. Alexandre Laurindo Fernandes
 Profa. Christiane Mazur Doi
Contabilidade
Professores conteudistas: Edson Mota dos Santos / Maria José Teixeira
Edson Mota dos Santos
Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Ibirapuera em 1989. Pós-graduado em Gerência Financeira 
em 1992 e mestre em Administração de Empresas em 2000 pela mesma universidade. Cursou doutorado na Florida 
Christian University em 2011. Professor titular da Universidade Paulista (UNIP).
Maria José Teixeira
Mestre e graduada em Ciências Contábeis pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e licenciada pela 
Faculdade de Educação Campos Salles. Experiência nas áreas de contabilidade societária, contabilidade tributária, 
custos e controladoria. Coordenadora-geral do curso de Ciências Contábeis e professora adjunta I da Universidade 
Paulista (UNIP). 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
U515.35 – 22
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S237c Santos, Edson Mota dos
Contabilidade / Edson Mota dos Santos. Maria José Teixeira. São 
Paulo: Editora Sol, 2022.
148 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Patrimônio. 2. Demonstrações. 3. Indicadores. I. Teixeira, Maria 
José. II. Título.
CDU 657
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Ricardo Duarte
 Ana Fazzio
Sumário
Contabilidade
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 10
Unidade I
1 CONCEITO, OBJETO E OBJETIVO DA CONTABILIDADE ........................................................................ 13
1.1 Conceito de contabilidade ................................................................................................................ 13
1.2 Objeto da contabilidade .................................................................................................................... 14
1.3 Objetivo da contabilidade ................................................................................................................. 15
2 ESTUDO DA FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO E DO RESULTADO ....................................................... 16
2.1 Introdução ao balanço patrimonial .............................................................................................. 16
2.1.1 Ativo ............................................................................................................................................................. 16
2.1.2 Passivo ......................................................................................................................................................... 16
2.1.3 Patrimônio líquido .................................................................................................................................. 17
2.1.4 Equação fundamental do patrimônio ............................................................................................ 17
2.2 Estudo das contas ................................................................................................................................ 18
2.2.1 Conceito...................................................................................................................................................... 18
2.2.2 Classificação das contas ....................................................................................................................... 19
2.3 Apuração do resultado do exercício ............................................................................................. 20
2.4 Escrituração: registro das operações contábeis ....................................................................... 21
2.4.1 Livros contábeis ....................................................................................................................................... 21
2.4.2 Lançamentos contábeis ........................................................................................................................ 22
2.4.3 Método das partidas dobradas .......................................................................................................... 23
2.4.4 Fórmulas de lançamento contábil ................................................................................................... 24
2.4.5 Lançamento no livro diário de operações que envolvem contas de ativo, 
passivo e patrimônio líquido ......................................................................................................................... 24
2.4.6 Lançamento no livro-razão de operações que envolvem contas de ativo, 
passivo e patrimônio líquido ......................................................................................................................... 25
2.4.7 Lançamento no livro diário de operações que envolvem contas de ativo, 
passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas .................................................................................. 26
2.4.8 Exemplo de lançamento no livro diário e no livro-razão de operações 
que envolvem contas de ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas ................... 28
2.4.9 Regimes contábeis: regime de caixa e regime de competência .......................................... 35
Unidade II
3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS I ............................................................................................................... 44
3.1 Balanço patrimonial ............................................................................................................................ 46
3.1.1 Conceito e classificação ....................................................................................................................... 46
3.1.2 Estrutura do balanço patrimonial .................................................................................................... 48
3.1.3 Ativo ............................................................................................................................................................ 48
3.1.4 Passivo ......................................................................................................................................................... 52
3.1.5 Patrimônio líquido .................................................................................................................................. 53
3.2 Demonstração do resultado do exercício (DRE) ...................................................................... 56
3.2.1 Conceito da DRE .....................................................................................................................................56
3.2.2 Dispositivo legal da DRE ...................................................................................................................... 57
3.2.3 Estrutura da DRE ..................................................................................................................................... 57
3.2.4 Contas da DRE.......................................................................................................................................... 58
3.3 Demonstração do resultado abrangente (DRA) ....................................................................... 62
3.3.1 Características da DRA ......................................................................................................................... 62
3.3.2 Estrutura da DRA .................................................................................................................................... 63
4 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS II .............................................................................................................. 64
4.1 Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) ............................................ 64
4.1.1 Obrigatoriedade ....................................................................................................................................... 64
4.1.2 Conceito e utilidade da DMPL ........................................................................................................... 64
4.1.3 Estrutura da DMPL ................................................................................................................................. 65
4.2 Demonstração dos fluxos de caixa (DFC).................................................................................... 70
4.2.1 Conceito da DFC ...................................................................................................................................... 70
4.2.2 Estrutura da DFC ..................................................................................................................................... 70
4.2.3 Métodos de elaboração da DFC ........................................................................................................ 73
4.3 Demonstração do valor adicionado (DVA) ................................................................................. 83
4.3.1 Obrigatoriedade ....................................................................................................................................... 83
4.3.2 Conceito e objetivo da DVA ................................................................................................................ 84
4.3.3 Estrutura da DVA .................................................................................................................................... 85
4.4 Notas explicativas ................................................................................................................................ 86
Unidade III
5 ATIVIDADE PRÁTICA: PARTE I ..................................................................................................................... 92
5.1 Enunciado do exercício ...................................................................................................................... 92
5.2 Resolução do exercício ....................................................................................................................... 95
6 ATIVIDADE PRÁTICA: PARTE II ..................................................................................................................101
6.1 Apresentação das demonstrações contábeis ..........................................................................101
Unidade IV
7 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS....................................................................................114
7.1 Objetivos e usuários das demonstrações contábeis .............................................................115
7.1.1 Objetivos ...................................................................................................................................................115
7.1.2 Usuários ....................................................................................................................................................115
7.2 Ajustes das demonstrações contábeis para fins de análise ..............................................116
7.3 Demonstrações (relatórios) contábeis utilizadas para análise .........................................116
7.4 Técnicas de análise das demonstrações contábeis ...............................................................117
7.4.1 Análise vertical: balanço patrimonial ...........................................................................................118
7.4.2 Análise vertical: DRE ............................................................................................................................121
7.4.3 Análise horizontal: balanço patrimonial .................................................................................... 123
7.4.4 Análise horizontal: DRE ..................................................................................................................... 125
8 ANÁLISE POR INDICADORES ....................................................................................................................127
8.1 Indicadores de endividamento ou de estrutura de capitais .............................................128
8.1.1 Participação de capital de terceiros ............................................................................................. 128
8.1.2 Composição do endividamento ..................................................................................................... 129
8.1.3 Imobilização do patrimônio líquido ............................................................................................. 129
8.1.4 Imobilização de recursos não correntes ..................................................................................... 130
8.1.5 Dependência financeira ................................................................................................................... 130
8.1.6 Independência financeira ................................................................................................................ 130
8.2 Indicadores de liquidez ....................................................................................................................131
8.2.1 Liquidez geral .........................................................................................................................................131
8.2.2 Liquidez corrente ..................................................................................................................................131
8.2.3 Liquidez seca .......................................................................................................................................... 132
8.2.4 Liquidez imediata ................................................................................................................................. 132
8.3 Indicadores de atividade ou indicadores de prazos médios .............................................133
8.3.1 Prazo médio de recebimento de vendas (PMRV) .................................................................... 133
8.3.2 Prazo médio de renovação de estoques (PMRE) ..................................................................... 134
8.3.3 Prazo médio de pagamento de compras (PMPC) ................................................................... 134
8.3.4 Ciclos de atividade: ciclo operacional (CO) e ciclo financeiro (CF) .................................. 135
8.4 Indicadores de rentabilidade (retorno sobre o investimento) ..........................................136
8.4.1 Giro do ativo (GA) ................................................................................................................................ 136
8.4.2 Margem líquida (ML) ..........................................................................................................................136
8.4.3 Rentabilidade do ativo total (RAT) ................................................................................................ 137
8.4.4 Rentabilidade do patrimônio líquido (RPL) ............................................................................... 137
9
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina aborda os conhecimentos contábeis essenciais para a gestão dos negócios. Representa 
o primeiro contato dos estudantes com a elaboração, análise e interpretação dos relatórios contábeis 
como importantes instrumentos de informação econômico-financeira para a tomada de decisões, o que 
é cada vez mais exigido do gestor.
Ao contrário do que algumas pessoas possam pensar, a contabilidade não é uma ciência exata, 
mas sim uma ciência social, por ser capaz de tratar do patrimônio de várias pessoas dentro de uma 
sociedade. Marion (2018b, p. 6) apresenta o conceito de contabilidade da seguinte forma:
A contabilidade é uma ciência social, pois estuda o comportamento das 
riquezas que se integram no patrimônio, em face das ações humanas (portanto, 
a contabilidade ocupa-se de fatos humanos). Ainda que a contabilidade 
se utilize de métodos quantitativos, não podemos confundi-la com as 
ciências matemáticas (ou exatas), que têm por objeto as quantidades 
consideradas abstratas, que independem das ações humanas. Na contabilidade, 
as quantias são simples medidas dos fatos que ocorreram em razão da 
ação do homem.
A contabilidade se traduz numa linguagem técnica e formal, pautada em leis, regulamentos e 
normas brasileiras em correlação com as normas internacionais de contabilidade. Conhecer a linguagem 
contábil é de suma importância para os profissionais da área e para os usuários da informação contábil, 
sejam eles internos (gestores) ou externos (investidores, governo e outros interessados).
A inclusão da disciplina de contabilidade nos cursos de gestão tem por objetivo: 
• capacitar o futuro gestor a entender a função da contabilidade e das diversas situações patrimoniais 
das organizações;
• oferecer conhecimentos que possibilitem o acompanhamento da evolução da ciência contábil; 
• incentivar a atualização no universo científico e profissional; 
• apresentar a aplicação dos fundamentos contábeis e propiciar a habilidade de elaborar e interpretar 
demonstrações contábeis.
Neste livro-texto, a partir dos conceitos básicos que revestem a atividade contábil, abordaremos 
o registro de várias operações que dão origem à formação do patrimônio de uma empresa. Após a 
contabilização das operações, pode-se extrair as demonstrações contábeis e, em seguida, proceder à 
analise econômico-financeira da empresa. As informações obtidas por meio da análise das demonstrações 
contábeis permitem estabelecer um diagnóstico ou conclusões para fins de tomada de decisão.
10
Ao término do estudo do conteúdo deste livro-texto, e dentro dos objetivos da disciplina, espera-se 
que o estudante seja capaz de: 
• analisar as variações quantitativas e qualitativas ocorridas no patrimônio organizacional;
• extrair dos balanços contábeis as informações úteis para a tomada de decisão;
• apreender os princípios, técnicas, normas e procedimentos próprios, medindo e interpretando os 
fatos contábeis da organização. 
O conteúdo a ser estudado neste livro-texto aplica-se a qualquer empresa, independentemente 
de porte, ramo de atividade ou tipo de sociedade. Cada vez mais, as empresas exigem agilidade na 
condução dos seus negócios, e a contabilidade destaca-se por ser uma grande aliada no processo de 
gestão, fornecendo informações úteis para o planejamento do negócio, a otimização dos resultados e 
a tomada de decisões acertadas.
INTRODUÇÃO
Neste livro-texto, iniciaremos a construção do conhecimento contábil de forma gradativa 
e sequencial. A contabilidade é uma ciência que está permanentemente em desenvolvimento e 
aperfeiçoamento para atender às necessidades de informação da evolução dos negócios empresariais. 
Desde a publicação do método das partidas dobradas por Luca Pacioli, em 1494, até a contabilidade 
internacional, impulsionada pelo fenômeno da globalização, a contabilidade passou por vários estágios 
de alteração legal e societária. A convergência das normas brasileiras às normas internacionais de 
contabilidade é uma realidade. Após a criação do International Accounting Standards Board (Iasb), que 
exigiu a convergência contábil em níveis internacionais, o Brasil criou o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC), a fim de elaborar as novas normas brasileiras de contabilidade adaptadas aos 
padrões internacionais.
 Saiba mais
Para conhecer o CPC, consulte o site da instituição.
Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC. Acesso em: 4 abr. 2022.
Os usuários da contabilidade sempre se beneficiaram das informações fornecidas por ela, mas as 
melhoras vieram com a convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais, o que 
conferiu maior confiabilidade às demonstrações contábeis ao assegurar a comparabilidade tanto 
com as demonstrações de períodos anteriores da mesma entidade quanto com as demonstrações de 
outras entidades.
11
Essa situação nos leva a uma indagação: os gestores utilizam as informações contábeis como 
fonte segura para tomar decisões? Diante de fatores como crise econômica, concorrência acirrada, 
disputa de mercados e achatamento de lucros, parece-nos impossível tomar decisões sem a base das 
informações contábeis. 
O gestor experiente reconhece que relatórios contábeis alinhados aos padrões internacionais 
de contabilidade se tornam instrumentos seguros e de grande valia para o processo de tomada de 
decisão. Deles se extraem informações sobre a real situação econômica e financeira da empresa, 
que assegurem decisões acertadas e produtivas e, assim, a conquista de vantagens estratégicas e 
competitivas. A auditoria das demonstrações contábeis também é um fator de segurança. O fato de 
serem auditadas e legitimadas por auditores independentes reflete uma ação fundamental de confiança.
Na unidade I, entraremos em contato com os principais conceitos da contabilidade. Conheceremos 
o objeto e o objetivo dessa área, passaremos pelo processo de escrituração, e chegaremos ao estudo da 
formação do patrimônio e do resultado das empresas.
Na unidade II, abordaremos as demonstrações contábeis. Concentraremos o estudo nas principais 
demonstrações contábeis obrigatórias pelo CPC 26 (R1). São elas: balanço patrimonial, demonstração 
do resultado do exercício, demonstração das mutações do patrimônio líquido, demonstração dos fluxos 
de caixa e demonstração do valor adicionado.
Na unidade III, veremos um exercício de aplicação, ligando a teoria à prática. 
Na unidade IV, trataremos da análise das demonstrações contábeis. Estudaremos as técnicas de 
análise frequentemente aplicadas, o cálculo e a interpretação dos índices e indicadores obtidos por 
essa análise, a fim de ter uma visão geral sobre a situação econômico-financeira e sobre o desempenho 
da empresa.
Esperamos que você aprecie este livro-texto e que, a partir dele, possa não só lidar com os fatos que 
afetam as situações patrimoniais e causam impacto nas organizações, mas também compreender as 
demonstrações contábeis como instrumentos relevantes no processo de decisão.
Bom estudo!
13
CONTABILIDADE
Unidade I
1 CONCEITO, OBJETO E OBJETIVO DA CONTABILIDADE
1.1 Conceito de contabilidade
Ao longo dos anos, vários autores da ciência contábil buscaram definir o conceito de contabilidade.
No 1º Congresso de Contabilidade, realizado no Rio de Janeiro em 1924, formulou-se o conceito 
oficial de contabilidade no Brasil: “Contabilidade é a ciência que estuda a prática e as funções de 
orientação, de controle e de registro relativas aos atos e aos fatos de administração econômica” (CFC, 
2016, p. 14).
No entanto, mesmo após a definição apresentada no 1º Congresso de Contabilidade, os autores 
continuaram a propor conceitos próprios.
Por exemplo, segundo Iudícibus (2019, p. 1),
 
a contabilidade é umametodologia especialmente concebida para captar, 
registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as 
situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja 
pessoa física, entidade de finalidades não lucrativas, empresas, seja mesmo 
pessoa de direito público, como estado, município, União, autarquia etc.
Para entendermos os conceitos aqui mencionados, vamos dividi-los em três funções distintas 
da contabilidade. 
• Orientação: elaboração de relatórios contábeis (balanço patrimonial e demonstração do resultado 
do exercício, por exemplo) por meio dos quais se comunica a situação econômica e financeira da 
entidade. Podemos dizer que aí está a essência da contabilidade, pois seu objetivo é fornecer 
informações úteis.
• Controle: processos pelos quais a administração é informada de que a entidade está agindo de 
acordo com os planos e as políticas anteriormente estabelecidas.
• Registro: para que possa haver orientação e controle, é necessário que os fatos econômicos e 
financeiros que acontecem numa entidade sejam registrados. Essa função envolve o registro, a 
análise e a classificação dos fatos, bem como a escrituração e o arquivo dos documentos gerados 
pelos fatos.
14
Unidade I
1.2 Objeto da contabilidade
Para identificar o objeto da contabilidade, é necessário responder a uma questão: controlar e 
registrar o quê? A resposta é: o patrimônio das entidades, sejam elas pessoas físicas ou jurídicas, com ou 
sem fins lucrativos. Portanto, o objeto da contabilidade é o estudo do patrimônio.
O patrimônio deve ser entendido como o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade, 
isto é, o conjunto de meios necessários à existência e à realização de suas finalidades.
Devemos entender como bem tudo o que possa ser avaliado em dinheiro, que tenha alguma utilidade 
e satisfaça uma necessidade.
 Observação
O campo de atuação da contabilidade estende-se às pessoas e entidades 
que exercem atividades de fundo econômico, tenham propósito de lucro 
ou não. A contabilidade atua tanto no campo das pessoas físicas como no 
campo das pessoas jurídicas. 
Os bens podem ser de dois tipos:
• Bens materiais, corpóreos ou tangíveis: são aqueles que têm existência física. Por exemplo, 
máquinas, dinheiro e caminhões.
• Bens imateriais, incorpóreos ou intangíveis: são abstratos, sem existência física. Por exemplo, 
marcas, patentes e pontos comerciais.
 Lembrete
A classificação mais importante dos bens para a contabilidade é com 
relação a sua natureza.
Como direitos, devemos entender os valores que a empresa tem a receber de terceiros, representados, 
por exemplo, pelas duplicatas emitidas pela empresa para seus clientes por venda de mercadoria a 
prazo ou pela prestação de um serviço, também a prazo. As aplicações financeiras feitas pela empresa 
em certificado de depósito bancário (CDB) também são classificadas como direitos.
Devemos compreender como obrigação os valores que a empresa tem a pagar em função de dívidas 
ou compromissos assumidos com terceiros. 
15
CONTABILIDADE
 Saiba mais
Para essa parte introdutória, em que são apresentados diversos 
conceitos e o alcance da área de contabilidade, sugerimos consultar o site 
do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Nele, você encontrará grande 
quantidade de informação pertinente ao assunto.
Disponível em: https://www.cfc.org.br/. Acesso em: 4 abr. 2022.
Em resumo, os componentes patrimoniais são representados em uma demonstração contábil 
denominada balanço patrimonial, que de forma simplificada podemos representar assim:
Quadro 1 – Modelo de balanço patrimonial
Ativo Passivo e patrimônio líquido
Bens Obrigações
Direitos Patrimônio líquido
1.3 Objetivo da contabilidade
O objetivo da contabilidade é fornecer informações úteis sobre a situação patrimonial e financeira 
da entidade aos diversos usuários das informações contábeis para fins de tomada de decisão.
E quem são os usuários das informações contábeis? Qualquer pessoa física ou jurídica, com ou sem 
fins lucrativos, que tenha patrimônio. Entre eles, podemos destacar:
• Sócios, acionistas e proprietários: interesse na rentabilidade e na segurança do capital investido.
• Administradores, diretores e executivos: interesse na tomada de decisão com base nas informações 
contábeis.
• Bancos, fornecedores e credores: interesse em analisar o potencial da empresa no retorno e na 
remuneração dos recursos investidos.
• Governo: interesse na arrecadação de impostos.
• Pessoas físicas: interesse no controle do patrimônio individual.
16
Unidade I
2 ESTUDO DA FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO E DO RESULTADO
2.1 Introdução ao balanço patrimonial
O balanço patrimonial, uma importante demonstração contábil, expressa a posição financeira e 
patrimonial de uma entidade ao fim de cada exercício social. O exercício social é o período previsto pelo 
estatuto social para as empresas elaborarem as demonstrações contábeis. 
 Observação
A Lei n. 6.404, no art. 175, prevê que o exercício social terá duração 
de um ano, e a data do término será fixada no estatuto. Na constituição da 
companhia e nos casos de alteração estatutária, o exercício social poderá 
ter duração diversa (BRASIL, 1976).
O balanço patrimonial é composto pelo ativo, pelo passivo e pelo patrimônio líquido.
2.1.1 Ativo
De acordo com o CPC 00 (R2), ativo é um recurso econômico presente controlado pela entidade 
como resultado de eventos passados (CPC, 2019). 
O recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos, como 
direitos de receber caixa, direitos de receber produtos ou serviços, e direitos de trocar recursos 
econômicos com outra parte em condições favoráveis.
De forma mais simplificada, podemos dizer que o ativo é representado pelos bens e direitos.
 Observação
A sigla (R2) adicionada ao número do CPC significa que o pronunciamento 
já passou por duas revisões. A letra R identifica “revisão”, e o número 
sequencial representa quantas vezes o pronunciamento foi revisado – por 
exemplo, (R1), (R2), (R3). Essas referências são acrescentadas para identificar 
qual é o pronunciamento que está em vigor.
2.1.2 Passivo
O CPC 00 (R2) afirma que passivo é uma obrigação presente da entidade de transferir um recurso 
econômico como resultado de eventos passados (CPC, 2019).
Para o reconhecimento da existência do passivo, é necessário atender a três critérios: 
17
CONTABILIDADE
• que haja uma obrigação; 
• que essa obrigação seja transferir um recurso econômico; 
• que seja uma obrigação presente como resultado de eventos passados.
Podemos, então, dizer que o passivo é representado pelas obrigações.
2.1.3 Patrimônio líquido
No CPC 00 (R2), o patrimônio líquido é definido como a participação residual nos ativos da entidade 
após a dedução de todos os seus passivos (CPC, 2019).
Em outras palavras, o patrimônio líquido representa os ativos líquidos dos passivos, ou seja, deriva 
da expressão ativo (–) passivo.
 Observação
O balanço patrimonial faz parte do conjunto das demonstrações 
contábeis exigidas pela Lei n. 6.404/1976 e reflete a posição financeira e 
patrimonial da entidade em determinado momento.
2.1.4 Equação fundamental do patrimônio
O balanço patrimonial se baseia na ideia da existência de uma balança com dois pratos, em que o 
ativo (A) é igual ao passivo (P) mais o patrimônio líquido (PL). Portanto, o balanço patrimonial deve estar 
sempre em condições de equilíbrio.
P+PLA
Figura 1 – Equilíbrio patrimonial
Disponível em: https://bit.ly/38pjI5n. Acesso em: 4 abr. 2022.
18
Unidade I
A equação fundamental do patrimônio é representada pela seguinte expressão:
Patrimônio líquido = ativo – passivo
Essa equação poderá apresentar três situações líquidas patrimoniais:
• Situação líquida positiva: acontece quando o conjunto dos bens e direitos (ativo) é maior que o 
conjunto das obrigações (passivo). Temos, por conseguinte, um patrimônio líquido maior que zero.
• Situação líquida negativa: acontece quando o conjuntodas obrigações (passivo) é maior que o 
conjunto dos bens e direitos (ativo). Temos, então, um patrimônio líquido menor que zero.
• Situação líquida nula: acontece quando o conjunto dos bens e direitos (ativo) é igual ao conjunto 
das obrigações (passivo), ou seja, ativo = passivo. Em consequência da equação fundamental do 
patrimônio, o patrimônio líquido é igual a zero. Isso significa que o que a empresa possui ela deve. 
Entretanto, esse tipo de situação é difícil de acontecer na prática contábil.
2.2 Estudo das contas
2.2.1 Conceito
Até o momento, os componentes patrimoniais foram denominados bens, direitos e obrigações. 
Entretanto, esses componentes patrimoniais são expressos por um nome técnico: conta.
Conta é o nome técnico que identifica cada componente patrimonial apresentado no balanço 
patrimonial, formando o ativo, o passivo e o patrimônio líquido. O quadro a seguir mostra alguns 
exemplos de conta.
Quadro 2 – Exemplos de conta
Bens/direitos/obrigações Conta representativa Classificação
Dinheiro que a empresa possui Caixa Ativo
Investimento feito pelos proprietários da empresa Capital social Patrimônio líquido
Automóveis, caminhões, motos Veículos Ativo
Mesas, cadeiras, computadores Móveis e utensílios Ativo
Valores provenientes de vendas a prazo Duplicatas a receber Ativo
Valores provenientes de compras a prazo Duplicatas a pagar Passivo
Salários devidos aos funcionários Salários a pagar Passivo
Resultado positivo do período Lucros acumulados Patrimônio líquido
Cada conta apresenta um valor correspondente ao bem, ao direito ou à obrigação que ela representa. 
Assim o balanço patrimonial passa a ter a seguinte apresentação. 
19
CONTABILIDADE
Tabela 1 – Apresentação do balanço patrimonial
Ativo Passivo e patrimônio líquido
Caixa 100 Fornecedores 250
Duplicatas a receber 300 Salários a pagar 150
Estoques 300 Impostos a pagar 100
Imóveis 400 Patrimônio líquido
Veículos 100 Capital social 600
Lucros acumulados 100
Total 1.200 Total 1.200
 Lembrete
Note que cada conta apresenta valor correspondente a um bem, a um 
direito ou a uma obrigação.
Ao considerar o balanço patrimonial apresentado, verificamos que o total do ativo é igual ao total 
do passivo mais o patrimônio líquido. Em outras palavras, o total dos bens e direitos é igual ao total das 
obrigações (passivo) mais o patrimônio líquido.
 Observação
Pela representação do balanço patrimonial, nota-se que o total dos 
bens e direitos apresentados no lado esquerdo e o total das obrigações e do 
patrimônio líquido apresentados no lado direito estão em equilíbrio, como 
determina a equação fundamental do patrimônio.
Ativo = passivo + patrimônio líquido
2.2.2 Classificação das contas
Existem dois grupos de contas:
• Contas patrimoniais: representam os componentes patrimoniais. Formam o ativo, o passivo e o 
patrimônio líquido. Como o próprio termo sugere, estão associadas ao balanço patrimonial.
• Contas de resultado: representam as variações patrimoniais. Formam as receitas e despesas e 
estão associadas à demonstração do resultado do exercício.
20
Unidade I
Cabe aqui apresentar o conceito de receita e de despesa:
• Receita: é o aumento do ativo, seja de disponibilidades, bens ou direitos. Corresponde, 
normalmente, à venda de mercadorias e produtos ou à prestação de serviços. A receita provoca 
aumento do patrimônio líquido. Alguns exemplos: receita de vendas, receita de serviços prestados, 
receita de aluguéis e receita de juros.
• Despesa: é o uso, o consumo e a utilização de um bem ou serviço que direta ou indiretamente 
ajuda a produzir uma receita. A despesa provoca redução do patrimônio líquido. Alguns exemplos: 
despesa de salários, despesa de energia elétrica, despesa de impostos e despesa de aluguéis.
2.3 Apuração do resultado do exercício
Uma das funções da contabilidade é relatar as mutações sofridas pelo patrimônio da entidade. 
Essas mutações são representadas pelo resultado obtido por uma entidade em determinado período. Tal 
resultado é apurado pela diferença entre as receitas e as despesas do período.
O resultado positivo acontece quando as receitas do período são maiores que as despesas. Nesse 
caso, o resultado é denominado lucro.
O resultado negativo acontece quando as despesas de um período são maiores que as receitas. 
Nesse caso, o resultado é denominado prejuízo.
 Observação
O resultado do exercício, portanto, é apurado por meio do confronto 
entre as contas de receitas e despesas. Esse confronto acontece em uma 
demonstração contábil denominada demonstração do resultado do exercício.
A demonstração do resultado do exercício é feita observando-se o regime de competência, que 
considera as receitas ganhas no período, não importando se foram recebidas ou não, e as despesas 
incorridas, não importando se foram pagas ou não.
Ao final do exercício, é necessário apurar o resultado obtido pelo confronto entre as receitas e as 
despesas. Para a apuração do resultado, deve-se criar uma conta transitória, denominada apuração do 
resultado do exercício (ARE). Para essa conta, serão encerradas todas as contas de receitas e despesas. 
A conta ARE será debitada, por um lado, com os créditos feitos para o encerramento das contas de 
despesas, e creditada, por outro lado, com os débitos feitos para o encerramento das contas de receitas. 
Tal procedimento faz com que todas as contas de resultado (receitas e despesas) tenham saldo zero no 
fim do exercício social. 
O saldo da conta ARE, depois de sua apuração, é encerrado contra a conta lucros ou prejuízos 
acumulados no patrimônio líquido. Caso a conta ARE tenha saldo credor, indicando lucro (receitas maiores 
21
CONTABILIDADE
que despesas), ela é encerrada debitando-se o valor do saldo e creditando-se a conta lucros ou prejuízos 
acumulados. Caso a conta ARE tenha saldo devedor, indicando prejuízo (receitas menores que despesas), 
ela é encerrada creditando-se o valor do saldo e debitando-se a conta lucros ou prejuízos acumulados.
2.4 Escrituração: registro das operações contábeis
A contabilidade é responsável pelo registro dos fatos que ocorrem em uma entidade. Esses fatos, 
como compra, venda, pagamento e recebimento, representam operações praticadas por uma entidade, 
sendo formalizados por meio de documentos (nota fiscal, fatura, duplicata, recibo) e expressos 
em valor.
A escrituração contábil é obrigatória por força das Normas Brasileiras de Contabilidade, 
especificamente pela Interpretação Técnica Geral – ITG 2000 (R1), cuja alteração e consolidação data de 
2014 e revoga as resoluções anteriores sobre o assunto.
Em 2017, o CFC publicou o Comunicado Técnico Geral – CTG 2001 (R3), com o objetivo de estabelecer 
os procedimentos técnicos e as formalidades para a realização da escrituração contábil de forma digital.
Deve-se, entretanto, ressaltar que atualmente a escrituração contábil, por decisão da Receita Federal, 
é transmitida de forma digital pelo módulo Escrituração Contábil Digital (ECD), incluído no Sistema 
Público de Escrituração Digital (Sped).
 Observação
O registro dessas operações é feito em livros contábeis, entre os quais 
destacamos o diário e o razão.
2.4.1 Livros contábeis
As operações ocorridas nas entidades são registradas em livros contábeis. 
Quanto à utilidade, os livros contábeis são classificados em livros principais e auxiliares.
Livros principais
O livro diário é um livro contábil obrigatório, que contém o registro de todos os fatos que ocorreram 
no patrimônio da empresa. Esse registro se dá em ordem cronológica de dia, mês e ano. 
O livro-razão, outro livro contábil obrigatório, registra a movimentação das contas individualmente, 
quer por meio de uma folha, quer por meio de uma ficha para cada conta. É um livro de fácil visualização, 
em que se registra a movimentação de cada conta, sendo transcrito do registro de débitos e créditos das 
contas do diário.
22
Unidade I
A escrituração do livro diário e do livro-razão deve obedecer a formalidades exigidas pelas NormasBrasileiras de Contabilidade, emitidas pelo CFC.
 Saiba mais
Para conhecer as formalidades intrínsecas e extrínsecas ao livro diário e 
ao livro-razão, consulte a ITG 2000 (R1), do CFC.
CFC. ITG 2000 (R1): escrituração contábil. Brasília: CFC, 2014. Disponível 
em: https://bit.ly/3DLymzs. Acesso em: 4 abr. 2022.
Outros livros também são obrigatórios para as sociedades por ações, como o livro de registro de 
ações nominativas, o livro de transferência de ações nominativas e o livro de atas de assembleias gerais.
Livros auxiliares
São utilizados para o registro de fatos específicos e fornecem à contabilidade maior quantidade de 
detalhes. Por exemplo, o livro-caixa, o livro registro de inventário e o livro de duplicatas a receber.
Os livros fiscais também são enquadrados na classificação dos livros auxiliares. São os livros exigidos 
pelo fisco: livro de apuração do lucro real, livro de apuração do IPI, livro de registro de entrada de 
mercadorias etc.
2.4.2 Lançamentos contábeis
A escrituração é o registro das operações que provocam variação no patrimônio da entidade.
Os lançamentos (ou a contabilização) das operações que ocorrem em uma empresa devem ser 
registrados nos livros contábeis em ordem cronológica de dia, mês e ano e conter os seguintes elementos 
e ordem de apresentação:
• local em que o registro está sendo efetuado;
• data (dia, mês e ano) da ocorrência da operação;
• conta debitada;
• conta creditada;
• histórico, resumo do fato acontecido, com identificação do documento comprobatório;
• valor, importância em moeda nacional.
23
CONTABILIDADE
2.4.3 Método das partidas dobradas
O método das partidas dobradas é o método de escrituração de uso universal.
Até os nossos dias, ninguém conseguiu identificar o autor das partidas dobradas, mas acredita-se ter 
sido Luca Pacioli o primeiro a publicar uma obra explicando esse método. Em 1494, em Veneza, Pacioli 
publica a obra intitulada Summa de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalita, que tem 
um capítulo dedicado à contabilidade. Ali, talvez pela primeira vez, o método das partidas dobradas é 
explicado integralmente a partir do inventário. Essa obra é considerada o marco básico da evolução 
da contabilidade.
Esse método baseia-se no princípio de que o registro de qualquer operação implica que, a um débito 
em uma ou mais contas, deve corresponder um crédito de igual valor em uma ou mais contas. Logo, 
podemos concluir que, na contabilidade, não há débito sem o respectivo crédito.
 Observação
Partidas dobradas significam que, ao registrar uma operação por 
meio de um lançamento em um livro contábil, o valor lançado a débito 
corresponderá a igual valor lançado a crédito.
Mecanismo de débito e crédito
A aplicação do método das partidas dobradas consiste em registrar as operações por meio de 
lançamentos a débito e a crédito. Débito e crédito são termos convencionados que indicam o aumento 
ou a diminuição de um valor em determinada conta.
Considerando-se a natureza das contas, o mecanismo de débito e crédito é o seguinte:
• Contas patrimoniais
— Débitos: correspondem a aumentos do ativo e diminuições do passivo e do patrimônio líquido.
— Créditos: correspondem a diminuições do ativo e aumentos do passivo e do patrimônio líquido.
• Contas de resultado
— Débitos: correspondem a aumentos de despesa e diminuições de receita.
— Créditos: correspondem a diminuições de despesa e aumentos de receita.
24
Unidade I
— Saldos: correspondem à diferença entre os valores debitados e creditados em uma conta. 
O saldo pode ser:
- Devedor: quando o valor do débito é maior que o do crédito.
- Credor: quando o valor do crédito é maior que o do débito.
- Nulo: quando o valor do débito é igual ao valor do crédito.
2.4.4 Fórmulas de lançamento contábil
Podemos resumir em quatro as fórmulas de lançamento contábil:
• Lançamento de primeira fórmula: é a fórmula de lançamento contábil mais simples. Envolve 
uma conta debitada e uma conta creditada.
• Lançamento de segunda fórmula: encontramos uma conta debitada e diversas contas creditadas.
• Lançamento de terceira fórmula: há diversas contas debitadas e apenas uma conta creditada.
• Lançamentos de quarta fórmula: aqui, existem duas ou mais contas debitadas e, em 
contrapartida, duas ou mais contas creditadas.
2.4.5 Lançamento no livro diário de operações que envolvem contas de ativo, passivo e 
patrimônio líquido
Realizada uma operação, é de grande importância que se faça corretamente a determinação da 
conta a ser debitada e da conta a ser creditada.
A determinação da conta a ser debitada e da conta a ser creditada é o ponto inicial de todo o 
processo contábil de registro pelo método das partidas dobradas.
Tudo começa após o entendimento da operação, com a identificação das contas que foram utilizadas 
na operação (duas contas no mínimo). A seguir, as contas identificadas serão classificadas (ativo = bens 
e direitos; passivo = obrigações; patrimônio líquido). Após essa fase de classificação, devemos proceder 
à aplicação do mecanismo de débito e crédito.
Quadro 3 – Mecanismo de débito e crédito para contas patrimoniais 
Contas Para aumentar Para diminuir Saldo
Ativo Debita Credita Devedor
Passivo Credita Debita Credor
Patrimônio líquido Credita Debita Credor
O passo seguinte é o lançamento no livro diário, seguindo a ordem já mencionada.
25
CONTABILIDADE
Exemplo de aplicação
Operação: depósito feito em dinheiro na conta-corrente bancária no valor de R$ 10.000,00.
Passo 1. Identificar as contas.
Todo depósito bancário feito pela empresa deve sair da conta caixa. Portanto, as contas utilizadas 
para o registro desta operação no diário são caixa e banco conta-corrente.
Passo 2. Classificar as contas.
Caixa – bem → ativo
Banco conta-corrente – direito → ativo
Passo 3. Entrar com cada conta identificada e classificada no mecanismo de débito e crédito, 
identificando o efeito da operação sobre o seu saldo.
Caixa – ativo – o saldo diminui, pois sai dinheiro do caixa
Banco conta-corrente – ativo – o saldo aumenta, pois há entrada de depósito
Consequentemente:
Caixa – ativo – saldo diminui → crédito
Banco conta-corrente – ativo – saldo aumenta → débito
O lançamento no diário será o que segue:
São Paulo, 30 de março de 20X0.
D – Banco conta-corrente R$ 10.000,00
C – Caixa R$ 10.000,00
Pelo depósito efetuado nesta data.
2.4.6 Lançamento no livro-razão de operações que envolvem contas de ativo, passivo e 
patrimônio líquido
O livro-razão, aqui denominado razonete ou conta T, é representado didaticamente da seguinte 
forma:
26
Unidade I
Título da conta
Valor do débito Valor do crédito
O saldo do razão é apurado pela diferença entre os valores registrados a débito e os valores 
registrados a crédito.
Os lançamentos feitos no diário devem ser transportados para o razão, que destaca uma página 
para cada conta, demonstrando o seu saldo. Supondo-se que as contas caixa e banco conta-corrente 
utilizadas antes tivessem, respectivamente, um saldo inicial de R$ 100.000,00 e R$ 30.000,00, teríamos 
a seguinte representação, partindo-se do lançamento anterior no diário:
Caixa
Débito Crédito
SI 100.000
SF 90.000
10.000
Banco conta-corrente
Débito Crédito
SI 30.000
 10.000
SF 40.000
2.4.7 Lançamento no livro diário de operações que envolvem contas de ativo, passivo, 
patrimônio líquido, receitas e despesas
As contas que formam o balanço patrimonial são denominadas contas patrimoniais, pois, enquanto 
existir saldo, elas existirão. As contas de receitas e despesas, cujo conceito já vimos, são denominadas 
contas de resultado. No fim de cada exercício social, elas são encerradas, para que possamos apurar o 
resultado do exercício. 
Para o lançamento de uma conta de receita e de uma conta de despesa no diário, seguem-se os 
mesmos passos já indicados para as contas patrimoniais.
O mecanismo de débito e crédito para as contas de receitas e despesas é mostrado no quadro a seguir.
Quadro 4 – Mecanismo de débito e 
créditopara as contas de resultado 
Conta Para aumentar Para diminuir Saldo
Receita Credita Debita Credor
Despesa Debita Credita Devedor
O lançamento deve ser feito no livro diário segundo a ordem já mencionada para o registro.
27
CONTABILIDADE
Exemplo de aplicação
Exemplo 1
Operação: prestação de serviço à vista no valor de R$ 5.000,00.
Passo 1. Identificar as contas.
O recebimento em dinheiro será representado pela conta caixa, e a prestação de serviços, pela conta 
receita de serviços. Portanto, as contas utilizadas para o registro desta operação são caixa e receita 
de serviços.
Passo 2. Classificar as contas.
Caixa – bem → ativo 
Receita de serviços – venda de serviços → receita 
Passo 3. Entrar com cada conta identificada e classificada no mecanismo de débito e crédito, 
identificando o efeito da operação sobre o saldo da conta.
Caixa – ativo – saldo aumenta, pois entra dinheiro no caixa pelo recebimento
Receita de serviços – receita – saldo aumenta, pois houve venda de serviços
Consequentemente:
Caixa – ativo – saldo aumenta → débito
Receita de serviços – receita – saldo aumenta → crédito
O lançamento no diário será o que segue:
São Paulo, 30 de março de 20X0.
D – Caixa R$ 5.000,00
C – Receita de serviços R$ 5.000,00
28
Unidade I
Exemplo 2
Operação: pagamento em dinheiro do aluguel do prédio em que a empresa está instalada, no valor 
de R$ 1.000,00.
Passo 1. Identificar as contas.
O pagamento em dinheiro será representado pela conta caixa, enquanto o uso de um imóvel pela 
empresa será representado pela conta despesa de aluguel. Portanto, as contas utilizadas para o registro 
desta operação são caixa e despesa de aluguel.
Passo 2. Classificar as contas.
Caixa – bem → ativo
Despesa de aluguel – uso de um bem → despesa
Passo 3. Entrar com as contas identificadas e classificadas no mecanismo de débito e crédito, 
identificando o efeito da operação sobre o saldo da conta.
Caixa – ativo – saldo diminui, pois sai dinheiro do caixa para pagamento
Despesa de aluguel – despesa – saldo aumenta, pois houve despesa
Consequentemente:
Caixa – ativo – saldo diminui → crédito
Despesa de aluguel – despesa – saldo aumenta → débito
O lançamento no diário será o que segue:
São Paulo, 30 de março de 20X0.
D – Despesa de aluguel R$ 1.000,00
C – Caixa R$ 1.000,00
2.4.8 Exemplo de lançamento no livro diário e no livro-razão de operações que 
envolvem contas de ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas
Diversas pessoas fundam uma sociedade anônima para prestar serviços de jardinagem, integralizando 
um capital social de R$ 10.000,00 em dinheiro.
29
CONTABILIDADE
Compra à vista de mesas, cadeiras e computadores: R$ 3.000,00.
Compra a prazo de uma picape para entrega: R$ 4.000,00.
Depósito para abertura de uma conta-corrente no banco Beta: R$ 500,00.
Pagamento de aluguel referente ao imóvel em que a sede da empresa está situada, em cheque: 
R$ 200,00.
Pagamento de 30% da compra da picape.
Prestação de serviços, recebendo a importância de R$ 1.600,00.
Pagamento de funcionários pelos serviços prestados: R$ 250,00.
Pagamento da conta de energia do mês: R$ 30,00.
Prestação de serviços no valor de R$ 2.200,00, cujo recebimento ocorrerá em 30 dias.
Lançamentos contábeis no diário:
D – Caixa R$ 10.000,00
C – Capital social R$ 10.000,00
D – Móveis e utensílios R$ 3.000,00
C – Caixa R$ 3.000,00
D – Veículos R$ 4.000,00
C – Duplicatas a pagar R$ 4.000,00
D – Banco conta movimento R$ 500,00
C – Caixa R$ 500,00
D – Despesa de aluguel R$ 200,00
C – Banco conta movimento R$ 200,00
D – Duplicatas a pagar R$ 1.200,00
C – Caixa R$ 1.200,00
D – Caixa R$ 1.600,00
C – Receita de serviços R$ 1.600,00
D – Despesa de salários R$ 250,00
C – Caixa R$ 250,00
30
Unidade I
D – Despesa de energia R$ 30,00
C – Caixa R$ 30,00
D – Duplicatas a receber R$ 2.200,00
C – Receita de serviços R$ 2.200,00
Lançamentos contábeis nos razonetes:
Caixa Capital social Móveis e utensílios
(1) 10.000 3.000 (2) 10.000 (1) (2) 3.000
(7) 1.600 500 (4) 10.000 3.000
1.200 (6)
250 (8) Despesa de aluguel Duplicatas a pagar
11.600 30 (9)
4.980
(5) 200 (6) 1.200 4.000 (3)
200 200 (12) 2.800
6.620
Veículos Banco conta movimento Receita de serviços
(3) 4.000 (4) 500 200 (5) 1.600 (7)
4.000 300 2.200 (10)
(11) 3.800 3.800
Despesa de salários Despesa de energia Duplicatas a receber
(8) 250 (9) 30 (10) 2.200
250 250 (13) 30 30 (14) 2.200
ARE Lucros ou prejuízos acumulados
(12) 200 3.800 (11) 3.320 (15)
(13) 250 3.320
(14) 30
 480 3.800
3.320
(15) 3.320
Em seguida à transcrição do diário para o razão, devemos apurar o saldo de todas as contas. 
Continuando, elaboramos o balancete de verificação após as operações, um importante instrumento 
que a contabilidade usa para averiguar erros.
O balancete de verificação é um papel de trabalho em que são transcritas, para uma coluna, todas 
as contas com saldo devedor e, para outra coluna, todas as contas com saldo credor. Observe-se 
que o valor total da coluna de saldos devedores deverá ser igual ao valor total da coluna de 
saldos credores.
31
CONTABILIDADE
 Observação
Se os valores totais forem diferentes, certamente haverá erro no 
lançamento. Destacamos que o balancete de verificação jamais deve ser 
confundido com o balanço patrimonial.
Tabela 2 – Balancete de verificação 
após as primeiras operações
Contas
Saldo
Devedor Credor
Caixa 6.620 
Capital social 10.000
Móveis e utensílios 3.000 
Veículos 4.000 
Duplicatas a pagar 2.800
Banco conta movimento 300 
Despesa de aluguel 200 
Receita de serviços 3.800
Despesa de salários 250 
Despesa de energia 30 
Duplicatas a receber 2.200 
Total 16.600 16.600
Em seguida, devemos encerrar as contas de resultado (despesas e receitas) contra a conta ARE, 
o que foi realizado por meio dos lançamentos de encerramento no razão de números 11, 12, 13 
e 14. Complementando a sequência, foi apurado o saldo da conta ARE, que apresentou um saldo 
credor de R$ 3.320,00, indicando que o total das receitas (R$ 3.800,00) foi maior que o total das 
despesas do período (R$ 480,00).
Finalmente, a conta ARE foi encerrada contra a conta patrimonial lucros ou prejuízos 
acumulados, por meio do lançamento de número 15. Os lançamentos de encerramento das contas 
de resultado também são feitos no diário, a saber: 
Lançamento no diário de encerramento da conta de receita:
D – Receita de serviços R$ 3.800,00
C – ARE R$ 3.800,00
32
Unidade I
Lançamento no diário de encerramento das contas de despesas:
D – ARE R$ 480,00
C – Despesa de aluguel R$ 200,00
C – Despesa de salários R$ 250,00
C – Despesa de energia R$ 30,00
Lançamento no diário de encerramento da conta de resultado:
D – ARE R$ 3.320,00
C – Lucros ou prejuízos acumulados R$ 3.320,00
O próximo passo é a montagem do balanço patrimonial, com as contas patrimoniais, e a 
demonstração do resultado do exercício, com as contas de resultado.
Tabela 3 – Balanço patrimonial
Ativo Passivo e patrimônio líquido
Caixa 6.620 Duplicatas a pagar 2.800
Móveis e utensílios 3.000 Patrimônio líquido
Veículos 4.000 Capital social 10.000
Banco conta movimento 300 Lucros ou prejuízos acumulados 3.320
Duplicatas a receber 2.200
Total 16.120 Total 16.120
Tabela 4 – Demonstração do resultado do exercício
Receita de serviços 3.800
Despesa de aluguel (200)
Despesa de salários (250)
Despesa de energia (30)
 
= Resultado do exercício 3.320
Os conceitos e aplicações aprendidos até agora podem ser sintetizados da seguinte forma: 
• Patrimônio: conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica.
33
CONTABILIDADE
• Bem: do ponto de vista contábil, é tudo aquilo que uma empresa possui – seja para uso, troca ou 
consumo – e que tem valor monetário.
• Direitos: constituem os valores a receber de uma empresa sobre outra ou sobre pessoas físicas.
• Obrigações: referem-se às dívidas de umaempresa em relação a terceiros.
• Ativo: conjunto de bens e direitos.
• Passivo: conjunto de obrigações.
• Patrimônio líquido: diferença entre o ativo e o passivo.
• Ativo = passivo + patrimônio líquido.
• Ativo total = patrimônio bruto.
• Passivo = capital de terceiros.
• Capital inicial = capital nominal.
• Patrimônio líquido = capital próprio.
• Passivo + patrimônio líquido = capital total à disposição da entidade.
• Ativo bruto = ativo total.
• Ativo líquido = patrimônio líquido.
• Receitas: representam a entrada de elementos para o ativo na forma de venda de mercadorias, 
recebimento de aluguéis e juros, ou significam uma redução do passivo sem a correspondente 
redução do ativo.
• Despesas: consumo de um bem ou serviço que direta ou indiretamente gera receitas. Referem-se 
também a uma redução do ativo sem a correspondente redução do passivo.
• Custo: consumo de um bem ou serviço diretamente relacionado com a produção de outros 
bens e serviços.
• Fatos permutativos: apenas alteram (permutam) os valores do patrimônio sem impacto no 
patrimônio líquido.
• Fatos modificativos: modificam o valor do patrimônio líquido.
34
Unidade I
• Fatos mistos: além de modificarem o valor do patrimônio líquido, permutam elementos 
do patrimônio.
• Escrituração: registro dos fatos contábeis.
• Fatos administrativos: são aqueles que podem modificar ou não os elementos patrimoniais.
• Fatos contábeis: são aqueles que provocam alterações nos elementos do patrimônio.
• Ativo: aumenta por débito e diminui por crédito.
• Passivo: aumenta por crédito e diminui por débito.
• Patrimônio líquido: aumenta por crédito e diminui por débito.
• Despesa: aumenta por débito e diminui por crédito.
• Receita: aumenta por crédito e diminui por débito.
• Método das partidas dobradas: obedece a um princípio matemático – a cada débito registrado 
em uma ou mais contas deve corresponder, obrigatoriamente, um crédito em uma ou mais contas 
no mesmo valor.
• Conta contábil: é o nome ou título representativo de um elemento ou grupo de elementos 
homogêneos do patrimônio. É por meio da conta que se processam os lançamentos contábeis das 
modificações patrimoniais.
• Lançamentos: são constituídos de cinco elementos essenciais – data, conta devedora, conta 
credora, histórico e valor.
• Classificação teórica das contas: teoria personalista (contas dos proprietários, contas dos 
agentes consignatários e contas dos agentes correspondentes).
• Livro diário: nele, as transações são registradas dia a dia. Deve ser encadernado e numerado 
tipograficamente, apresentar termos de abertura e encerramento, e ser registrado em órgão 
competente. Os lançamentos devem ser feitos cronologicamente, sem emendas, borrões 
ou rasuras.
• Livro-razão: também obrigatório segundo a legislação fiscal. Nele, os lançamentos são agrupados 
por conta.
35
CONTABILIDADE
Quadro 5 – Quadro-resumo do mecanismo de débito e crédito
Contas
Movimentação
Aumenta por Diminui por
Ativo Débito Crédito
Passivo Crédito Débito
Patrimônio líquido Crédito Débito
Receitas Crédito Débito
Despesas Débito Crédito
 Saiba mais
Para se manter atualizado sobre assuntos específicos de contabilidade, 
acesse o site do Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon). 
Lá, você encontrará várias informações sobre a área contábil.
Disponível em: www.ibracon.com.br. Acesso em: 4 abr. 2022.
2.4.9 Regimes contábeis: regime de caixa e regime de competência
Na contabilidade, temos os conceitos de regime de caixa e regime de competência para a 
contabilização das receitas e das despesas.
2.4.9.1 Regime de caixa
Pelo regime de caixa, as receitas devem ser reconhecidas no período em que o valor é efetivamente 
recebido (entrada de recursos no caixa), e as despesas devem ser reconhecidas no período em que o 
valor é efetivamente pago (desembolso, saída de recursos do caixa).
É um regime de aplicação simples sob a perspectiva do entendimento contábil, mas com restrições 
de uso, sendo permitido para micro e pequenas empresas e sociedades sem fins lucrativos.
 Observação
As micro e pequenas empresas podem optar pelo regime de caixa, 
mas não existe nenhum impedimento para que a opção seja pelo regime 
de competência. 
Para maior clareza, vejamos um exemplo.
36
Unidade I
Exemplo de aplicação
Venda de mercadorias a prazo, ocorrida no mês de outubro, com prazo para recebimento em 60 dias.
Mês da venda: outubro.
Mês do recebimento: dezembro (60 dias).
Pelo regime de caixa, a receita de vendas só será contabilizada no mês de dezembro, o mês 
de recebimento.
2.4.9.2 Regime de competência
Pelo regime de competência, as receitas e as despesas devem ser reconhecidas no período em que 
efetivamente ocorrem, independentemente do recebimento ou do pagamento. As receitas e as despesas 
são consideradas em função do fato gerador, e não em função do fluxo de caixa.
Esse é um regime de uso universal, reconhecido pelas normas internacionais de contabilidade. 
O CPC 00 (R2) (2019), correlacionado com as normas internacionais de contabilidade, apresenta a 
seguinte orientação para a adoção do regime de competência:
 
O regime de competência reflete os efeitos de transações e outros eventos e 
circunstâncias sobre reivindicações e recursos econômicos da entidade que 
reporta nos períodos em que esses efeitos ocorrem, mesmo que os pagamentos 
e recebimentos à vista resultantes ocorram em período diferente.
A preferência pela aplicação do regime de competência é defendida por oferecer melhor base 
para medir o desempenho da entidade do que as informações consideradas exclusivamente pelos 
recebimentos e pagamentos durante determinado período.
Para melhor entendimento do conceito, vamos retomar o exemplo usado para o regime de caixa.
Exemplo de aplicação
Venda de mercadorias a prazo, ocorrida no mês de outubro, com prazo para recebimento em 60 dias.
Mês da venda: outubro.
Mês do recebimento: dezembro (60 dias).
Pelo regime de competência, a receita de vendas deverá ser contabilizada no mês de outubro, mês 
em que a receita foi concretizada.
37
CONTABILIDADE
O quadro a seguir mostra um resumo sobre a contabilização das receitas e despesas pelos dois regimes.
Quadro 6 – Resumo da contabilização pelo regime 
de competência e pelo regime de caixa
Contabiliza (registra)
Regime de 
competência Regime de caixa
Receitas realizadas (ganhas) e recebidas Sim Sim
Receitas realizadas (ganhas) e não recebidas Sim Não
Receitas não realizadas (não ganhas) e recebidas Não Sim
Receitas não realizadas e não recebidas Não Não
Despesas incorridas e pagas Sim Sim
Despesas incorridas e não pagas Sim Não
Despesas não incorridas e pagas Não Sim
Despesas não incorridas e não pagas Não Não
Fonte: Montoto (2021, p. 78).
Em decorrência do regime de competência, surgem situações que precisam ser analisadas com 
atenção na época da sua contabilização, pois, por se tratar do reconhecimento de receitas e despesas, 
causam variação no patrimônio líquido da entidade. Se essas situações não forem corretamente 
reconhecidas, o resultado da empresa será prejudicado.
Receitas a receber
Essa operação surge em decorrência de vendas ou prestação de serviços a prazo. Deve-se reconhecer 
a receita no período em que ocorre, independentemente do recebimento.
15/12/X5 – Prestação de serviços a prazo, no valor de R$ 10.000,00, com vencimento para 15/02/X6
Em dezembro de X5, pela venda
D – Clientes/duplicatas a receber R$ 10.000,00
C – Receita de serviços prestados R$ 10.000,00
Em fevereiro de X6, pelo recebimento
D – Caixa ou equivalentes de caixa R$ 10.000,00
C – Clientes/duplicatas a receber R$ 10.000,00
38
Unidade I
Receitas recebidas antecipadamente
Essa operação surge quando ocorre o recebimento antecipado por conta de serviços a serem 
prestados ou vendas a serem realizadas no futuro. Deve-se reconhecer a receita somente no período em 
que ela for realizada, independentemente do recebimento. À medida que os serviços forem prestados 
ou as vendasrealizadas, a empresa irá reconhecer como receita o valor proporcionalmente ao período 
de realização dessas receitas.
15/12/X5 – Recebimento antecipado referente a serviços a serem executados em janeiro de X6 no 
valor de R$ 5.000,00
Em dezembro de X5, pelo recebimento
D – Caixa ou equivalentes de caixa R$ 5.000,00
C – Adiantamento de clientes R$ 5.000,00
Essa operação gera um passivo, pois a empresa fica com a obrigação de prestar os serviços ao 
seu cliente.
Em janeiro de X6, pela prestação dos serviços
D – Adiantamento de clientes R$ 5.000,00
C – Receita de serviços prestados R$ 5.000,00
Se a empresa tivesse prestado somente 50% dos serviços, reconheceria como receita, no mês de 
janeiro, apenas R$ 2.500,00, deixando o restante para reconhecer em fevereiro de X6.
Despesas a pagar
Essa operação surge quando uma despesa já incorreu, mas ainda não foi paga. Deve-se reconhecer 
a despesa no período em que incorreu, independentemente do pagamento.
31/12/X5 – Aluguel do prédio onde a empresa está instalada, referente ao mês de dezembro, a ser 
pago em 15/01/X6, no valor de R$ 2.000,00
Em dezembro de X5, pela apropriação da despesa
D – Despesas de aluguel R$ 2.000,00
C – Aluguéis a pagar R$ 2.000,00
39
CONTABILIDADE
Em janeiro de X6, pelo pagamento
D – Aluguéis a pagar R$ 2.000,00
C – Caixa ou equivalentes de caixa R$ 2.000,00
Despesas pagas antecipadamente
São operações de despesa pagas em um período que vão beneficiar os períodos seguintes, o que 
caracteriza uma despesa paga antecipadamente. No fim do exercício social, deve-se apropriar as 
despesas proporcionalmente ao período incorrido.
01/11/X5 – Assinatura de um contrato de seguro contra incêndio para o prazo de 1 ano, no valor de 
R$ 15.000,00, pago na data da assinatura
Em novembro de X5, pelo pagamento
D – Prêmios de seguros a vencer (ou a apropriar) 15.000,00
C – Caixa ou equivalentes de caixa 15.000,00
A conta prêmios de seguros a vencer, também denominada de seguros a apropriar, é uma conta de 
ativo, pois a empresa fica com o direito de usar o seguro durante todo o ano, ou seja, o patrimônio fica 
coberto contra o risco durante os 12 meses.
No fim do exercício, a empresa deverá reconhecer as despesas referentes ao período de 2 meses 
(novembro e dezembro de X5).
15.000,00 ÷ 12 meses = 1.250,00 × 2 meses = 2.500,00
Em 31/12/X5, pela apropriação das despesas do período
D – Despesas de seguros 2.500,00
C – Prêmios de seguros a vencer (ou a apropriar) 2.500,00
No encerramento do ano de X5, a empresa apresentará no balanço patrimonial um ativo representado 
pela conta prêmios de seguros a vencer de R$ 12.500,00 e na demonstração do resultado do exercício 
constará a conta despesas de seguros no valor de R$ 2.500,00.
Em 31/12/X5, a conta do ativo prêmios de seguros a vencer ou seguros a apropriar apresentará um 
saldo de R$ 12.500,00, que corresponde aos exatos 10 meses de cobertura do seguro. 
40
Unidade I
 Resumo
Nesta unidade, apresentamos o conceito de contabilidade como ciência 
social que estuda o patrimônio, tanto das pessoas físicas como das pessoas 
jurídicas, com ou sem fins lucrativos, com ênfase no principal objetivo, que 
é o de fornecer informações úteis aos usuários da informação contábil.
Identificamos esses usuários e suas reais necessidades em utilizar as 
informações contábeis para tomar decisões acertadas e prudentes na 
gestão de seus negócios.
Exploramos o estudo do patrimônio e do resultado com a introdução 
de duas das principais demonstrações contábeis, o balanço patrimonial e 
a demonstração do resultado do exercício. Como vimos, a contabilidade 
deriva de uma equação. Entre os elementos que compõem o ativo e os 
elementos que compõem o passivo, obtém-se o patrimônio líquido, 
que reflete as várias situações líquidas patrimoniais, essenciais para o 
conhecimento da riqueza líquida das entidades.
Pelo conhecimento das contas, entramos no método das partidas dobradas, 
defendido pelo italiano Luca Pacioli. Aplicamos o mecanismo de débito e 
crédito, registramos as operações nos livros contábeis e consideramos a 
formação do patrimônio e a apuração do resultado do exercício.
Ilustramos a formação do patrimônio e a apuração do resultado 
com a aplicação de procedimentos para os lançamentos no livro diário 
e no livro-razão.
Complementamos a ilustração com um exemplo prático com operações 
contendo contas de ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas. 
Apuramos o resultado e levantamos o balanço patrimonial e a demonstração 
do resultado do exercício.
Completamos a unidade com a descrição do regime de caixa e do 
regime de competência, destacando suas particularidades e consequências. 
Concluímos com a inclusão de operações sobre o reconhecimento das 
receitas e despesas e o impacto causado nos resultados das entidades com 
a aplicação desses regimes.
41
CONTABILIDADE
 Exercícios
Questão 1. Leia o texto a seguir.
O que é contabilidade
A contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o patrimônio 
de uma entidade. Ela alcança sua finalidade por meio do registro e da análise de todos os fatos 
relacionados com a formação, a movimentação e as variações do patrimônio vinculado à entidade, com 
o fim de assegurar seu controle e fornecer aos seus administradores as informações necessárias à ação 
administrativa, bem como a seus proprietários e às demais pessoas relacionadas as informações sobre o 
estado patrimonial e o resultado das atividades desenvolvidas pela entidade para alcançar os seus fins.
Diversas técnicas são usadas pela contabilidade para que seus objetivos sejam atingidos:
• A escrituração é uma forma própria dessa ciência de registrar as ocorrências patrimoniais.
• As demonstrações contábeis são demonstrações expositivas para reunir os fatos de maneira a 
obter maiores informações.
• A análise de balanços é uma técnica que permite decompor, comparar e interpretar o conteúdo 
das demonstrações contábeis, fornecendo informações analíticas para o processo de tomada de 
decisão financeira.
A contabilidade adquire cada vez maior importância no contexto atual, dado o crescimento das 
corporações, das entidades e das empresas, que exige grande eficácia dos profissionais contábeis, para 
que sejam capazes de trabalhar a infinita gama de informações que são necessárias ao estudo e ao 
controle do patrimônio das entidades.
Adaptado de: https://bit.ly/3FYzkcp. Acesso em: 4 abr. 2022.
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas.
I – A contabilidade é a ciência responsável pelo registro metódico dos fenômenos que influenciam 
o patrimônio de uma organização, e a análise e a interpretação desses fenômenos ficam fora do seu 
escopo de atuação.
II – As demonstrações contábeis são técnicas utilizadas pela contabilidade relativas a relatórios 
contábeis que visam fornecer informações a respeito da situação patrimonial, financeira e econômica 
de uma entidade.
III – Com o recente fenômeno da globalização, a contabilidade perdeu relevância nas apurações 
fiscais feitas por corporações, entidades e empresas das mais diversas naturezas.
42
Unidade I
É correto o que se afirma apenas em:
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: no texto, é dito que a “contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra 
os fenômenos que afetam o patrimônio de uma entidade”. Logo, a análise e a interpretação desses 
fenômenos fazem parte do escopo de atuação da contabilidade.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: segundo o texto, “diversas técnicas são usadas pela contabilidade para que seus 
objetivos sejam atingidos”, como as demonstrações contábeis, que “são demonstrações expositivas para 
reunir os fatos de maneira a obter maiores informações”. Tais demonstrações incluem informações a 
respeito da situação patrimonial, financeira e econômica da entidade em foco.
III –Afirmativa incorreta.
Justificativa: de acordo com o texto, a “contabilidade adquire cada vez maior importância no contexto 
atual, dado o crescimento das corporações, das entidades e das empresas”. Isso demanda “grande eficácia dos 
profissionais contábeis, para que sejam capazes de trabalhar a infinita gama de informações que são 
necessárias ao estudo e ao controle do patrimônio das entidades”.
Questão 2. Vimos, no livro-texto, que as três funções distintas exercidas pela contabilidade são:
• orientação;
• controle;
• registro.
43
CONTABILIDADE
 Em relação às funções mencionadas, avalie as descrições a seguir.
• Descrição 1: refere-se aos processos pelos quais a administração é informada de que a entidade 
age em conformidade com os planos e as políticas previamente estabelecidos.
• Descrição 2: refere-se à elaboração de relatórios contábeis, por meio dos quais é comunicada a 
situação econômica e financeira da entidade.
• Descrição 3: refere-se ao registro, à análise e à classificação dos fatos e, também, à escrituração 
e ao arquivo dos documentos gerados pelos fatos.
Assinale a alternativa que mostra, correta e respectivamente, os princípios relacionados às 
descrições 1, 2 e 3.
A) Orientação, controle e registro.
B) Controle, registro e orientação.
C) Registro, controle e orientação.
D) Controle, orientação e registro.
E) Registro, orientação e controle.
Resposta correta: alternativa D.
Análise da questão
No livro-texto, foi dito que as três funções distintas exercidas pela contabilidade são as explicadas 
a seguir.
• Controle: diz respeito aos processos pelos quais a administração é informada de que a entidade 
atua em conformidade com os planos e as políticas previamente estabelecidos.
• Orientação: diz respeito à elaboração de relatórios contábeis (balanço patrimonial e demonstração 
do resultado do exercício, por exemplo), por meio dos quais é comunicada a situação econômica 
e financeira da entidade.
• Registro: diz respeito ao registro, à análise e à classificação dos fatos, bem como à escrituração e 
ao arquivo dos documentos gerados pelos fatos.

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