Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PEDRO SANTOS – DISPNEIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Definição Síndrome decorrente da incapacidade do coração em ofertar um débito cardíaco adequado às demandas metabólicas ou o faz às custas de altas pressões de enchimento. IC Insuficiência Cardíaca ICFER IC com fração de ejeção Reduzida (< 40%) ICFEP IC com fração de ejeção Preservada (≥ 50%) ICFEI IC com fração de ejeção Intermediária (40-49%) Etiologia: Etiologias Insuficiência Cardíaca Aguda (ICA) Síndrome Coronariana Aguda Doença de Chagas Emergências hipertensivas Álcool Ruptura de cordoalha tendínea da valva mitral Doenças infiltrativas (Amiloidose, hemocromatose) Agentes quimioterápicos (Doxorrubicina, ciclofosfamida) Miocardites Fisiopatologia Ativação do SRAA Retenção de sódio e água, com aumento do volume sistólico e débito cardíaco a curto prazo. A longo prazo, a aldosterona é deletéria. Ativação do Sistema Adrenérgico FC e DC a curto prazo. A longo prazo a adrenalina é tóxica aos miócitos. Produção de ADH Retenção de Água. Apoptose dos miócitos e remodelamento cardíaco Classificação – DC baixo em ambos. SISTÓLICA – ICFEr FE < 40% DIASTÓLICA – ICFEp FE > 50% Diminuição da força de contração – ejeção ruim Diminuição do relaxamento – enchimento ruim Coração dilatado B3 (sobrecarga volêmica) Coração normal/hipertrófico B4 (sobrecarga pressórica) DIREITA – IC esquerda ESQUERDA – DAC, HAS Congestão sistêmica Congestão pulmonar PEDRO SANTOS – DISPNEIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS IC DE ALTO DÉBITO – Aumento da demanda / desvio de sangue maior trabalho cardíaco Condições que leva a este tipo de quadro: Anemia Tireotoxicose Sepse Beribéri (B1 – tiamina) Fístula AV sistêmica Obesidade Clínica – principais: Fadiga e Dispneia. DIREITA ESQUERDA Cansaço aos esforços Turgência jugular patológica Refluxo hepatojugular Sinal de Kussmaul – aumento da jugular na inspiração Hepatomegalia Dispneia aos esforços Ortopneia Dispneia paroxística noturna Estertores pulmonares Tosse B3 **Pode ter respiração de Cheyne-Stokes (hiperpenia bradipenia apneia hiperpneia bradipneia) – ocorre na IC e em lesões do SNC. Exame Físico Ectoscopia Aparelho Respiratório Cianose Taquicardia Pressão percentual de pulso < 25%, sugerindo baixo débito cardíaco. Oxigenação periférica (medida na oximetria de pulso). Do tempo de enchimento capilar. Edema de membro inferiores com sinal do cacifo ou mesmo anasarca. Estertores finos, que podem se estender das bases (quadros iniciais ou cronificados) aos ápices pulmonares (em descompensações agudas ou edema agudo de pulmão). Sibilos (“asma cardíaca”). Macicez à percussão e diminuição ou ausência de murmúrio vesicular em derrames pleurais. **PA percentual de pulso: (PA sistólica – PA diastólica/PA sistólica) Aparelho Cardiovascular Aparelho Gastrointestinal Ritmo cardíaco regular ou irregular (fibrilação atrial é a arritmia mais comum). Sopros sistólicos em geral regurgitativos (insuficiência mitral e tricúspide secundárias à dilatação das câmaras). B3 na ICFER (por disfunção sistólica). B4 na ICFEP (por disfunção diastólica). Do volume abdominal. Macicez móvel ou sinal do piparote presentes (a depender do nível de ascite). Dor à palpação do hipocôndrio direito. Refluxo hepatojugular. Diagnóstico Clínico – Framingham. ECG + RX de tórax. Eco transtorácico – classificação e etiologia. Dúvida da dispneia: BNP e NT – proBNP (alto VPN) *Produzido no ventrículo por distensão PEDRO SANTOS – DISPNEIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS CRITÉRIOS DE FRAMINGHAM 2 maiores OU 1 maior + 2 menores MAIORES Dispneia paroxística noturna Estertores crepitantes pulmonares Turgência jugular a 45º Refluxo hepatojugular Cardiomegalia ao Rx de tórax B3 Edema agudo de pulmão PVC > 16 Perda > 4.5 kg com diurético MENORES Edema maleolar bilateral Tosse noturna Dispneia aos esforços Hepatomegalia Derrame pleural – bilateral, maior à Direita Diminuição da capacidade vital FC > 120 Achados de exames: Eletrocardiograma (ECG) Fibrilação atrial Taquicardia sinusal Sinais de sobrecargas ventriculares e atriais Ondas Q (área inativa devido infarto prévio) Baixa voltagem (derrame pericárdico e doenças infiltrativas) BRD + BDAS (cardiopatia chagásica) BRE (valor prognóstico) Radiografia de tórax Aumento da área cardíaca Sinais de congestão pulmonar (linhas B de Kerley, borramento peri-hilar) Derrame pleural Biomarcadores BNP > 35 pg/mL e/ou NT-pró-BNP > 125 pg/mL. Os pontos de corte dos peptídeos natriuréticos são diferentes na IC aguda: BNP > 400 pg/mL indica IC, de 100 a 400 pg/mL não afasta IC BNP < 100 pg/mL sugere outra etiologia para dispneia NT-pró-BNP > 450 pg/mL (até 50 anos) IC NT-pró-BNP > 900 pg/mL (50-75 anos) IC NT-pró-BNP > 1.800 pg/mL (acima de 75 anos) IC NT-pró-BNP < 300 pg/mL sugere outra etiologia. Bioquímica Hemograma Ureia Creatinina Sódio Urina rotina (EAS) Potássio Função hepática TSH Glicemia Sorologia para Chagas (2 metodologias) HbA1C Perfil do ferro Ecocardiograma Método de eleição por determinar a função sistólica, além de fornecer informações relativas a etiologia. Holter Pesquisa de arritmias e isquemia silenciosa PEDRO SANTOS – DISPNEIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS Cintilografia de perfusão miocárdica: Avalia função ventricular, viabilidade miocárdica, pesquisa de isquemia e inflamação. Ergoespirometria: Pesquisa de coronariopatia, estima prognóstico (através do VO2), indicando candidatos ao transplante, auxilia da diferenciação entre dispneia cardiogênica e pulmonar Cineangiocoronariografia: Na suspeita de doença arterial coronariana Outros exames (indicações mais restritas e específicas) Ressonância magnética cardíaca e biópsia endomiocárdica. Tratamento Classificação - FUNCIONAL (NYHA) – C ou D I Sem dispneia aos esforços habituais II Dispneia aos esforços habituais III Dispneia aos pequenos esforços IV Dispneia em repouso / qualquer atividade Classificação - EVOLUTIVA A Só fatores de risco – HAS, aterosclerose Tratar fatores de risco B Assintomático com lesão estrutural IECA + BB C Sintomático NYHA I: IECA + BB NYHA II-IV: + Diurético / + Espironolactona D Refratário NÃO FARMACOLÓGICO Dieta saudável com restrição do consumo de sal em até 7 gramas por dia. Abandono do tabagismo e etilismo, pesagem diária e evitar uso de AINEs. Restrição hídrica até 1.500 mL (se NYHA III ou IV, Na+ < 135 mEq/L ou anasarca). Reabilitação cardiovascular em centro especializado. Vacinação anual contra Influenza e a cada 5 anos contra Pneumococo. Tratamento adequado de todas as comorbidades. ICFEr IECA + BB Aumentam a sobrevida IECA Todos – mesmo assintomático (≥ B) Contraindicação: K > 5.5, IR, estenose bilateral da AR BETABLOQUEADOR – Succinato de Metoprolol / Carvedilol / Bisoprolol Todos – mesmo assintomático (≥ B) Contraindicação: descompensação Risco de rebote com suspensão! Não iniciar se agudamente descompensado – piora no início (não suspende!) ESPIRONOLACTONA Sintomáticos com IECA + BB (NYHA II-IV) Contraindicação: K > 5, IR PEDRO SANTOS – DISPNEIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS BRA Intolerância ao IECA – tosse, angioedema Contraindicação: IECA HIDRALAZINA + NITRATO Contraindicação a IECA/BRA Sintomáticos com IECA + BB + espironolactona VALSARTAN + SACUBITRIL – BRA + Inibidor da Neprilisina *Neprilisina: degrada vasodilatadores Sintomáticos com IECA + BB + Espironolactona Substitiu IECA!!! – tira IECA espera 36h inicia IVABRADINA – Inibidor Seletivo da corrente ifdo nó sinuatrial Sintomáticos com IECA + BB + FC > 70 sinusal INIBIDORES DA SGLT2 – Dapaglifozina / Empaglifozina Sintomáticos com IECA + BB + espironolactona Contraindicação: TFG < 20 Sintomáticos DIURÉTICO – Furosemida Sintomáticos – máx 240 mg/dia Pode associar com outros diurético (HCTZ) – bloqueio sequencial do néfron DIGITAL – Digoxina Refratários Melhora sintomas, diminui internação Contraindicação: insuficiência diastólica pura, cardiomiopatia hipertrófica **Evitar: BCC não-diidropiridínios: verapamil, diltiazem – inotrópicos negativos Considerar, se refratário: TRC: FE < 35% + BRE + QRS alargado + sinusal CDI: FE < 35% + NYHA II-III ICFEp Controlar fatores que prejudicam o relaxamento: PA, FC, coronariopatia, FA *Se congestão: Diurético *NÃO usar: Digitálico (Digoxina), Espironolactona DESCOMPENSAÇÃO A – quente e seco Avaliar outras causas B – quente e úmido Diurético + vasodilatador C – frio e úmido Inotrópico + vasodilatador (se PAS > 90) L/ D – frio e seco Volume Inotrópicos: Dobutamina (agonista adrenérgico). Levosimendana / Milrinone (sensibilizadores do canal de cálcio) – preferir se já usa BB. Digitálicos (aumenta influxo intracelular de cálcio). Deslanosídeo (aumenta influxo intracelular de cálcio). *Lembrar do potencial efeito vasodilatador que pode gerar hipotensão! – Contraindicado se PAS < 90. PEDRO SANTOS – DISPNEIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS
Compartilhar