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A importância da governança corporativa APRESENTAÇÃO A globalização cada vez mais presente nas atividades de mercado tem trazido desafios permanentes e intensos para as organizações de diferentes portes e setores. Novas abordagens, processos e desafios de gestão têm emergido para dar conta dessas alterações sociais e do mercado e que tanto têm impactado o dia a dia da gestão das empresas. Nesse sentido, o conceito de Governança Corporativa vem ganhando cada vez mais destaque na seara acadêmica e do mercado. Tal notoriedade deve-se especialmente aos escândalos financeiros em diversas empresas americanas e, mais recentemente, nos casos de corrupção no cenário brasileiro. Esta Unidade de Aprendizagem (UA) tem como desafio demonstrar a importância da Governança Corporativa nos dias atuais para as organizações. Sua relevância é tanto para a gestão quanto para os acionistas e também para todas as partes envolvidas. Especificamente, a referida UA aborda a importância da governança partindo de três vértices principais: a importância da governança para a performance organizacional, para a concepção da estratégica e para a relação com os stakeholders. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever a importância da Governança Corporativa para uma melhor performance organizacional. • Explicar a relação da Governança Corporativa com a estratégia das organizações.• Analisar o papel da Governança Corporativa para uma melhor relação com os stakeholders. • INFOGRÁFICO Para reforçar a importância da Governança Corporativa, o Infográfico a seguir apresenta uma figura que indica a melhor relação com os stakeholders, na qual se apresenta a empresa ao centro e, orbitando à sua volta, diferentes partes interessadas, ou seja, os stakeholders que mais influenciam a organização. A figura apresenta, de maneira simplificada, uma forma de representar uma empresa em seu ambiente a partir da identificação e da análise de seus stakeholders. Pode-se observar que há mudanças nas setas que representam a relação da empresa com os demais grupos da sociedade interessados na empresa, passando a ser representada por duas setas em sentidos opostos, que demonstram interação, influência, relações de poder, dependência, etc., maiores entre empresa e os demais atores. CONTEÚDO DO LIVRO Por meio da leitura do capítulo A importância da governança corporativa, parte integrante da obra Governança corporativa, você poderá aprofundar os seus conhecimentos sobre como a Governança Corporativa pode contribuir para uma melhor performance organizacional. Verá também a relação da Governança Corporativa com as estratégias das organizações e como ela pode melhorar a relação com os stakeholders. GOVERNANÇA CORPORATIVA Giancarlo Giacomelli A importância da governança corporativa Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Descrever a importância da governança corporativa para uma melhor performance organizacional. � Compreender a importância da governança corporativa para a con- cepção estratégica das organizações. � Analisar a importância da governança corporativa para uma melhor relação com os stakeholders. Introdução A globalização cada vez mais presente nas atividades de mercado tem trazido desafios permanentes e intensos para as organizações de diferen- tes portes e setores. Novas abordagens, processos e desafios de gestão têm emergido para dar conta dessas alterações sociais e do mercado e que tanto têm impactado o dia a dia da gestão das empresas. Nesse sentido, o conceito de governança corporativa vem ganhando cada vez mais destaque na seara acadêmica e do mercado. Tal notoriedade deve-se, especialmente, aos escândalos financeiros em diversas empresas ameri- canas e, mais recentemente, aos casos de corrupção no cenário brasileiro. Este texto tem como desafio demonstrar a importância da governança corporativa nos dias atuais para as organizações. Sua relevância para a gestão, os acionistas e todas as partes envolvidas. Especificamente, será abordada a importância da governança partindo de três vértices prin- cipais: a importância da governança para a performance organizacional, para a concepção da estratégica e para a relação com os stakeholders. Governança e performance organizacional A governança corporativa nunca se fez tão importante como nos dias atuais. A integração dos mercados criou corporações gigantescas, com atuação em diversos países e uma gestão unificada. Simultaneamente, os arranjos finan- ceiros se tornaram cada vez mais complexos e refinados, permitindo inúmeras formas de as empresas captarem recursos. Esse aumento na complexidade do negócio e nas estruturas financeiras tem alguns efeitos colaterais, como o aumento nos conflitos de interesses entre os diretores e a maior dificuldade de acionistas minoritários conhecerem a realidade dos negócios em que investem. Como resposta a esses impactos negativos, surgiram as práticas modernas de governança corporativa, que também se refinaram nos últimos 30 anos buscando novas formas de atuação e respondendo às crises que a própria governança não pôde evitar. Antes de prosseguirmos, é importante definir a governança corporativa como ”um sistema de controles, regulamentações e incentivos, delineado para proteger os interesses dos proprietários” (LARRATE, 2013). Até chegarem ao estágio atual, as grandes corporações passaram por três estágios: o do empreendedorismo, no século XIX; o do expansionismo, que foi coadjuvado pelo desenvolvimento dos mercados de capitais; e o da fragmentação, resultante de processos sucessórios e da vigorosa demanda por recursos, que levou a sucessivas ofertas públicas de ações. O processo de gestão foi aperfeiçoado ao longo dos três estágios, e surgiu uma nova classe, a dos dirigentes executivos, assumindo posições autoforta- lecidas de poder. Essa categoria comandou o desenvolvimento industrial dos países centrais na segunda metade do século XX, reconfigurando o ambiente corporativo e formando o que J. K. Galbraith denominou “o novo estado industrial” (GIOVANELLA, 2017). Ainda conforme Giovanella (2017), nas últimas décadas do século XX, formou-se um novo estágio, cuja característica principal é a busca por um sis- tema equilibrado de decisões que dê sustentação à perenidade das corporações e à preservação de seus objetivos tangíveis e intangíveis. Este novo estágio deu origem à governança corporativa e, por meio de seu aperfeiçoamento, disseminação e prática, tornou-se peça fundamental da dinâmica empresarial do século XXI. A importância da governança corporativa142 O aprimoramento da performance As organizações são desafiadas a atingir e superar suas metas de desempenho. No entanto, para que elas consigam alcançar tais metas, é necessário que definam padrões de desempenho por meio do gerenciamento. De acordo com Kaplan e Norton (1997), a sobrevivência de uma organização depende de um sistema de gestão e da medição de desempenho, fruto da definição de estratégias; quando não ocorre a medição do desempenho, este não pode ser gerenciado. Campos (1998, p. 15), por sua vez, declara que “o que você medir é o que você terá. […] Não se pode administrar o que não se pode medir”. Dias (2007) afirma que o gerenciamento de uma empresa por meio de um sistema de mensuração de desempenho frequentemente é visto como essencial. No entanto, essa medição é tratada de maneira reativa ou, ainda, com pouco comprometimento por parte dos gestores. Apesar de os empresários consi- derarem que os indicadores de desempenho e a mensuração de desempenho são ferramentas importantes para a saúde de suas empresas, com frequência a rotina de medição é negligenciada, tornando a gestão um processo de alto risco. Rummler e Brache (1994) afirmam que o gerenciamento do desempenho só pode ser realizado quando existe um processo de medição.Quando este estiver ausente, o gerenciamento não permite identificar adequadamente os proble- mas, não torna claro o que se espera de cada executante e, consequentemente, inviabiliza a adequada tomada de decisão e a retroalimentação do processo, crucial para o aprimoramento contínuo. Para os autores, o desempenho de uma organização é verificado nos níveis organizacional, de processo e de execução. A mensuração advém da necessidade de obtenção de resultados em um cenário de mudanças ambientais e de crescente qualificação de competidores. Nesse ambiente competitivo, torna-se fundamental gerenciar a organização e seus processos a partir de indicadores capazes de refletir a performance da corporação, indo ao encontro dos objetivos estratégicos estabelecidos. Assim, os indicadores de desempenho se referem à forma como os resul- tados são medidos e devem estar dentro de parâmetros aceitáveis, podendo ser descritivos ou numéricos. Para Harrington (1993), essas medições devem ser baseadas, principalmente, na eficiência e na eficácia. A eficiência se refere à utilização dos recursos – por exemplo, tempo, pessoas e materiais – deman- dados pela atividade para a geração da saída do processo. Ao se minimizar os recursos necessários em um processo, aumenta-se a eficiência. Já a eficácia indica o quanto a(s) saída(s) da(s) atividade(s) satisfaz(em) as expectativas do cliente. A medição da eficácia deve contemplar o que o cliente deseja. 143A importância da governança corporativa Kaplan e Norton (1997) abordam as medidas de desempenho organiza- cional considerando quatro dimensões: a) a perspectiva financeira, que considera a visão dos acionistas; b) a perspectiva do cliente, que considera a satisfação e retenção desses; c) a perspectiva dos processos, que considera a satisfação de acionistas e clientes; d) a perspectiva de aprendizado e conhecimento, que considera a capaci- dade de melhorar e modificar, envolvendo pessoas, sistemas e processos. Segundo Dias (2007), um sistema de mensuração de desempenho deve considerar a eficiência dos recursos utilizados e demandados pelos objetivos estratégicos da empresa, constituindo o chamado “indicador vertical”, e a eficácia dos objetivos estratégicos da empresa, constituindo o “indicador transversal”. Tal medição deve contemplar os propósitos da diretriz estratégica da empresa, conforme você verá mais adiante, quando tratarmos da governança corporativa relacionada à estratégia empresarial. Para o IBGC (INSTITUTO..., 2017), a estrutura da governança corporativa pode ser resumida conforme mostra a Figura 1. Como você pode observar, a governança está um nível acima da gestão, propondo uma estrutura que visa atingir os objetivos da organização e, assim, promover uma melhor perfor- mance. No entanto, ocorre uma retroalimentação, uma vez que os conselheiros e a equipe de governança não atuam diretamente na operação do negócio e precisam ser alimentados por indicadores de desempenho, para que possam sugerir adequações na estratégia. Com isso, a implantação de um sistema de monitoramento passa a ser um dos principais instrumentos pelo qual o conselho de administração pode acompanhar o desempenho e avaliar a aderência das ações dos gestores às estratégias definidas. A importância da governança corporativa144 Figura 1. Estrutura da governança corporativa. Fonte: Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (2017). Administradores Governança Gestão Conselho de Família Sócios Auditoria independente Conselho de Administração Diretor- presidente Diretores Conselho Fiscal Auditoria interna C. Auditoria Comitês Governança corporativa e estratégia empresarial Ainda que medir seja a palavra-chave da gestão organizacional, as avaliações de performance não devem ter um fim em si mesmas, ou seja, não devem ser feitas sem um propósito, e sim ser constantemente alinhadas aos objetivos da organização. Nesse sentido, a estratégia é parte central da elaboração das métricas de performance e elemento fundamental no contexto da governança corporativa. A formulação de estratégias tem suscitado o interesse de muitos pes- quisadores de administração de empresas, pois ela se apresenta como um diferencial competitivo e um fator de melhoria de desempenho nas empresas que sabem utilizá-la adequadamente. Ela também está cada vez mais ligada à estrutura de governança, principalmente porque a governança defende os interesses dos acionistas. 145A importância da governança corporativa Segundo Motta (1996), o conceito de estratégia começou a ser utilizado na administração de empresas na década de 1950, com o objetivo claro de mostrar às empresas uma nova perspectiva de futuro, a partir do conhecimento de como expandir os negócios e melhorar o desempenho empresarial. Entre- tanto, a estratégia, inicialmente, não foi levada em consideração no ambiente empresarial pouco mutante da época. Com o passar dos anos, a realidade mostrou-se outra. As mudanças ambientais tornaram-se rápidas, exigindo das empresas uma adequação voltada para a busca de novos clientes e de novas áreas de atuação. Essa nova realidade demandou análises mais racionais e uma visão de futuro voltada para a criação de novos produtos e serviços. Para tanto, foram necessárias estratégias corporativas mais específicas, voltadas para a área de marketing, por exemplo, ou para a melhoria da qualidade dos processos e produtos. Ficou claro que as organizações devem estar focadas no crescimento e na aprendizagem contínuos, e não somente na definição dos objetivos a serem atingidos. A estratégia pode ser vista como a habilidade para lidar com o futuro. Nesse sentido, ela tem relação com a concorrência: em um ambiente empre- sarial competitivo, os concorrentes são vistos como inimigos, pois podem “seduzir” os clientes de outras empresas. A perda de um cliente para outra empresa ocasiona, automaticamente, a diminuição da fatia de mercado, gerando consequências para o desempenho da organização. Henderson (1998) associa estratégia à competição e diz que quanto mais rico o ambiente, maior será o número de competidores e mais acirrada será essa competição. Entretanto, num ambiente rico, também haverá variáveis potencialmente significativas, que podem proporcionar a cada empresa uma vantagem competitiva única. Já Eisenhardt (1999) acredita que estabelecer uma estratégia não significa criar uma muralha impenetrável. A autora diz que o conceito tradicional, ba- seado em competências essenciais de longo prazo e na capacidade da empresa de defender-se dos concorrentes, já não é suficiente. A questão a ser discutida é se esse é ou não o melhor caminho a ser seguido, e caso não seja, o que a empresa pode fazer para mudar. A autora observou que as melhores empresas consideram a estratégia temporária, complexa e adaptável. Ao observarmos as referências relacionadas à estratégia em um sentido temporal, podemos perceber que a importância dada à estratégia pelos prin- cipais pensadores da gestão é anterior à consolidação da governança. O início e a popularização da governança corporativa moderna podem ser situados no final dos anos 1990. É possível perceber que o amadurecimento das empresas A importância da governança corporativa146 quanto à importância da estratégia foi a condição fértil para que as temáticas de governança passassem a ser consideradas. Assim, a governança nasce como uma estrutura de controle organizacio- nal e, também, como a principal responsável por assegurar que os objetivos estratégicos de médio e longo prazo da organização serão levados em conta nas principais decisões dos gestores. Para conhecer melhor a origem da governança, você pode acessar o artigo online “Como surgiu a governança corporativa? Uma breve discussão conceitual”, disponível no link (CASTRO, 2014): https://goo.gl/1wjsLf Governança corporativa e a relação com os stakeholders É possível afirmar que a necessidade de implementar-se a governança em umaempresa está diretamente relacionada à ampliação no número de partes interessadas no futuro dela. Enquanto a empresa possui um único dono, sem capital de terceiros, e este dono dita todos os rumos do negócio, a necessidade de uma estrutura de governança é menor, e sua implementação pode inclusive diminuir a velocidade com que a empresa toma decisões. No entanto, quando uma empresa cresce, capta recursos financeiros com investidores de fora, tem o ingresso de diferentes sócios, desenvolve parcerias com fornecedores e instituições de classes, e aumenta sua relevância para os clientes, passa a ser fundamental que todas essas partes envolvidas tenham acesso às informações relevantes do negócio, e a governança se faz necessária. A estratégia fez o papel de terreno fértil para o nascimento da governança, mas foi o aumento do número e da diversidade de partes interessadas nas organizações que fez com que a implantação de práticas de governança fosse tratada como urgente pelo mercado. 147A importância da governança corporativa Tendo em vista o ambiente em que as organizações estão inseridas e seu inter-relacionamento com diversos agentes, uma definição pontual desses referidos agentes, denominados stakeholders, se fez necessária. Existe pouca controvérsia entre os pesquisadores da área quanto a essa noção. A concei- tuação mais utilizada é a de Freeman (1984), que define stakeholders como “qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar ou ser afetado no alcance dos objetivos da empresa” (FREEMAN, 1984, p. 46). Pouloudi e Whitley (1997) definem stakeholders como os interessados nas organizações de maneira geral, contemplando juntamente quaisquer indivíduos, grupos ou organizações cujas ações podem influenciar ou ser influenciadas pelo desenvolvimento e utilização do sistema direta ou indiretamente. Por sua vez, Clarkson (1995, p. 106) define stakeholders como: pessoas ou grupos que possuem ou reivindicam propriedade, direitos ou interesses na organização e suas atividades, no passado, no presente ou no futuro. Estes direitos ou interesses reivindicados resultam de transações com a organização ou ações por ela tomadas. Na visão do autor, o stakeholder possui alguma forma de capital, financeiro ou humano, em risco (investido voluntaria ou involuntariamente) e, assim, tem algo a perder ou ganhar, dependendo do comportamento da organização. Visando demonstrar o impacto dos stakeholders no que se refere à perfor- mance das organizações, o trabalho de Jones (1997) teve como foco um grupo específico de stakeholders: os empregados. Seu estudo, formulado como um ensaio teórico, demonstra que os empregados, os stakeholders em questão, irão impactar de uma maneira mais significativa a performance da organiza- ção a partir do momento em que os dirigentes combinarem sua participação no controle acionário, especialmente nos resultados financeiros da empresa. Jones (1997) sugere que se faça uma divisão entre os stakeholders, deter- minando stakeholders primários e secundários, no intuito de verificar qual dos grupos impacta de forma mais positiva a performance da empresa. O autor aponta essa temática como sugestão para um estudo futuro, de caráter descritivo, para entender melhor o impacto dos stakeholders na performance das organizações. A governança sugere a introdução de novos agentes no modelo empresarial. No modelo de empresa de “entrada-saída”, muitos agentes não são repre- sentados, mesmo estando presentes no ambiente da empresa, por não serem considerados objetos de estudo da gestão. Ao modificar a forma de conceber a empresa, passa-se de um modelo de “entradas-transformação-saídas” para A importância da governança corporativa148 uma concepção da organização como uma rede formada por diversos atores com interesses no funcionamento desta (DONALDSON; PRESTON, 1995). Dessa forma, novas dimensões do pensamento sistêmico são incorporadas na gestão das empresas (KATZ; KAHN, 1987). Clarkson (1995) propõe uma divisão direta dos stakeholders com interesses, demandas ou direitos similares em dois grupos: primários e secundários. O critério para divisão é a existência ou não de contrato formal com a organização (clientes, fornecedores e empregados) ou autoridade direta sobre a empresa (proprietários e agências reguladoras). O autor defende que os stakeholders primários são aqueles que possuem um elevado nível de interdependência com a organização, compreendendo empregados, clientes, fornecedores e acionistas, além do governo e das agências reguladoras, os quais são responsáveis pelas leis e normas a que a empresa está submetida e que fornecem a infraestrutura para seu funcionamento. Para o autor, estes grupos fazem parte da organização, e o objetivo da empresa deve ser criar riqueza e valor para todos os stakeholders primários em vez de exclusivamente para os acionistas e diretores. Clarkson (1995) aponta como stakeholders secundários as organizações religiosas, os grupos de advogados, as comunidades, os ativistas, os movi- mentos sociais, os movimentos ambientalistas e outras organizações não governamentais, entre outros. Uma das missões da governança é garantir a simetria de informação entre os diferentes stakeholders, ou seja, não permitir que algumas pessoas, em virtude de suas posições e cargos, tenham acesso a informações privilegiadas que possam lhes favorecer em detrimento de outros parceiros do negócio. Além disso, a transparência (disclosure) no trato entre as partes deve fomentar um ambiente de confiança que incentive a criação de valor para o negócio, seja por meio do acesso facilitado ao capital financeiro, seja pela eficiência resultante da busca por transparência nos processos. Conheça mais sobre a influência dos stakeholders na governança corporativa acessando o artigo disponível no link a seguir, que apresenta um estudo de caso em organizações esportivas (RIBEIRO; COSTA, 2017): https://goo.gl/tzT21a 149A importância da governança corporativa 1. Qual o stakeholder prioritário para a Governança Corporativa? a) Funcionários. b) Concorrentes. c) Acionistas. d) Poder público. e) Intermediários. 2. Qual alternativa apresenta três importantes tópicos para o embasamento da Governança Corporativa? a) Concepção estratégica, relação com stakeholders e ampliação da performance. b) Política de preços agressiva, relação com stakeholders e ampliação da performance. c) Concepção estratégica, relação com stakeholders e foco no cliente. d) Relacionamento com cliente, controle de custos austero e concepção estratégica. e) Orientação de mercado, gestão da concorrência e relacionamento com stakeholders. 3. A partir das definições de Kaplan e Norton (1997), as medidas de desempenho organizacional são enfatizadas considerando quatro dimensões, que os autores chamam de perspectivas. Quais são elas? a) Financeira, cliente, processos e aprendizado e conhecimento. b) Financeira, cliente, stakeholder e aprendizado e conhecimento. c) Financeira, cliente, inovação e processos. d) Sustentabilidade, cliente, processos e aprendizado e conhecimento. e) Mercadológica, cliente, processos e sustentabilidade. 4. A visão de Kaplan e Norton (1997), compartilhada e complementada por outros autores, considera que a sobrevivência de uma organização depende especificamente de: a) um planejamento estratégico bem definido. b) uma gestão financeira adequada. c) uma permanente análise da concorrência. d) um sistema de gestão e medição de desempenho baseado na definição das estratégias. e) um controle de custos austero. 5. Harrington (1993) alega que as medições devem ser baseadas, principalmente, na eficiência e na eficácia. De acordo com o autor, qual é a alternativa que melhor representa a definição conjunta destes dois termos? a) A eficácia diz respeito à gestão operacional da organização, especificamente acerca do atingimento de resultados operacionais, da eficiência e aspectos de Governança Corporativa,especificamente no que diz respeito à distribuição de lucros para os acionistas. b) A eficiência aborda aspectos da concorrência em todos os níveis, desde a concorrência local até a concorrência global, que cada vez mais assola as organizações. A eficácia aborda a questão da performance organizacional interna. c) A eficiência remete à relação A importância da governança corporativa150 com stakeholders e seus desdobramentos junto às diferentes partes interessadas da organização e eficácia com o nível de influência junto aos shareholders, ou seja, acionistas. d) Eficiência faz alusão à performance financeira da organização no que tange ao atendimento dos resultados estipulados, ao controle orçamentário e à eficácia sobre o atingimento de metas. e) A eficiência se refere à utilização dos recursos demandados pela atividade para a geração da saída do processo. A eficácia indica o quanto a(s) saída(s) da(s) atividade(s) satisfaz(em) as expectativas do cliente. CAMPOS, J. A. Cenário Balanceado. São Paulo: Aquariana, 1998. CASTRO, H. U. Como surgiu a Governança Corporativa? Uma breve discussão con- textual. Portal Administradores.com, João Pessoa, 2014. Disponível em: <http://www. administradores.com.br/artigos/negocios/como-surgiu-a-governanca-corporativa- -uma-breve-discussao-contextual/79785/>. Acesso em: 16 out. 2017. CLARKSON, M. B. E. A stakeholder framework for analyzing and evaluating corporate social performance. The Academy of Management Review, New York, v. 20, n. 1, p. 92-117 1995. DIAS, M. A. P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. DONALDSON, T.; PRESTON, L. The stakeholders theory of the corporation: concepts, evidence and implications. The Academy of Management Review, New York, v. 20, n. 1, p. 65-91, 1995. EISENHARDT, K. M. Strategy as strategic decision making. Sloan management review, Cambridge, v. 40, n. 3, p. 65-72, 1999. FREEMAN, R. E. Strategic management: a stakeholder approach. Boston: Harper Collins, 1984. GIOVANELLA, M. Pilares evolutivos. 2017. Jusbrasil. Disponível em: <https://mlgiovanella. jusbrasil.com.br/artigos/439033596/pilares-evolutivos>. Acesso em: 16 out. 2017. HARRINGTON, H. J. Aperfeiçoando Processos Empresariais. São Paulo: Makron Books, 1993 HENDERSON, H. Construindo um mundo onde todos ganhem. São Paulo: Cultrix, 1998. 151A importância da governança corporativa INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. Governança corporativa e boas práticas de comunicação. São Paulo: IBGC, 2017. (Série Cadernos de Governança Corporativa). KAPLAN, S R.; NORTON P. D. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. KATZ, D.; KAHN, R. L. Psicologia social das organizações. São Paulo: Atlas, 1987 LARRATE, M. Governança Corporativa e Remuneração dos Gestores. São Paulo: Atlas, 2013. MOTTA, P. R. M. Gestão contemporânea: a ciência e a arte de ser dirigente. Rio de Janeiro: Record, 1996. POULOUDI, A.; WHITLEY, E. A. Stakeholder identification in interorganizational systems: gaining insights for drug use management systems. European Journal of Information Systems, 6 (1). p. 1-14, 1997. RIBEIRO, H. C. 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Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! NA PRÁTICA Veja a seguir um case que demonstra a importância da Governança Corporativa nas decisões sobre os projetos de uma organização. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: O vídeo a seguir traz uma entrevista da Presidente do Conselho de Administração do IBGC e demonstra a importância da Governança Corporativa. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Na apresentação a seguir, disponibilizada pelo Valor Econômico, é possível conhecer o papel fundamental que as práticas de Governança Corporativa vem tendo para o desenvolvimento do mercado de ações no País. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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