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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE- FAVENI ENFERMAGEM EM ESTÉTICA MICHELLY BARROS SANTOS PREVENÇÃO DE RUGAS E TRATAMENTO PARA REJUVENESCIMENTO FACIAL ATRAVÉS DO USO DE TOXINA BOTULÍNICA TIPO A: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SALVADOR-BA 2022 PREVENÇÃO DE RUGAS E TRATAMENTO PARA REJUVENESCIMENTO FACIAL ATRAVÉS DO USO DE TOXINA BOTULÍNICA TIPO A: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Michelly Barros Santos1 Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). RESUMO O aumento da expectativa de vida mundial tem causado maior preocupação entre parcelas da população, de modo que seu bem-estar e qualidade de vida estão relacionados principalmente à autoestima e à estética corporal e facial. Com isso, o desenvolvimento de técnicas e procedimentos cosméticos tem crescido, destacando-se o uso da toxina botulínica tipo A (TBA) obtida através da toxina botulínica. Atualmente, o TBA é usado para tratar diversas condições como enxaquecas, e processos de sudorese acentuada. Também o TBA destina-se a realçar a prevenção e o tratamento das rugas faciais. Desse modo, o presente trabalho foi realizado através de uma revisão bibliográfica de literatura utilizando livros e artigos científicos da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Science Electronic Library Online (SCIELO), e base de dados da Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS). Cabe destacar que há um interesse crescente na comunidade científica em entender o papel da TBA no intuito de desenvolver novas tecnologias de aplicação e novos produtos voltados ao tratamento e prevenção utilizando as toxinas para rejuvenescimento facial. Assim, conclui-se que tratar e prevenir rugas com TBA é seguro e eficaz, resultando em melhor qualidade de vida e aumento da autoestima do paciente. Palavras-chave: Toxina botulínica. Estética. Rejuvenescimento facial. 1 E-mail: mienf.ftc@gmail.com INTRODUÇÃO O aumento da expectativa de vida tem levado a uma maior preocupação com o bem-estar, sobretudo ao nível da autoestima e da estética corporal e facial. Além desse fator, cada vez mais, as pessoas procuram atender aos padrões estéticos impostas pela sociedade atual. Acredita-se que o processo de envelhecimento da pele e o aparecimento de rugas faciais é um processo inerente ao corpo humano, é fisiológico, geralmente relacionado à genética, mas também relacionado a outros fatores. As rugas são definidas como vincos ou depressões causadas pelo envelhecimento que aparecem em diferentes partes do rosto, e ocorrem principalmente em diferentes partes do rosto, onde a pele fica mais delicada (AYRES; SANDOVAL, 2016). Desse modo, o envelhecimento da área facial causa mudanças estruturais associadas com a redução do suporte e rigidez óssea e da pele, ocorre a redução da atividade muscular facial e outras mudanças consideráveis na anatomia, o que favorece o aparecimento de rugas, e afeta significativamente a autoestima dos indivíduos (COIMBRA et al. 2014). Diante dessa situação, a indústria cosmética apoia e busca por recursos que possam proporcionar o rejuvenescimento facial, propondo diferentes tratamentos para propiciar uma aparência mais jovem. Nesse sentido, a toxina botulínica (TB) é uma das intervenções de escolha no tratamento, para a dermatologia clínica, voltada para o tratamento e prevenção do envelhecimento da pele e rugas faciais (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). A toxina botulínica é considerada uma das toxinas mais potentes já descobertas (BISPO, 2019). Esta substância tem sua produção a partir de uma bactéria que pode causar o botulismo, uma doença mortal que produz intensa paralisia muscular nos indivíduos afetados. No entanto, na década de 1980, estudos começaram a demonstrar a aplicação clínica da TB, onde a injeção local de pequenas doses intramusculares resultava em paralisia muscular duradoura, mas reversível (AYRES e SANDOVAL, 2016). Essa neurotoxina atua inibindo o neurotransmissor acetilcolina na placa motora, resultando em bloqueio neuromuscular (BRITO; BARBOSA, 2020). A paralisia muscular é temporária, por isso pode ser utilizada de forma segura e eficaz para a intervenção de rugas na região facial, procedimento clínico em alta demanda atualmente e visa principalmente melhorar a autoestima e a qualidade de vida, além da qualidade das características físicas das pessoas (GOMES et al., 2018). Diante das considerações aqui elencadas e visando aprofundar o conhecimento sobre esta neurotoxina e seu papel no alcance dos objetivos de rejuvenescimento facial, mais especificamente, no tratamento e prevenção das rugas este trabalho objetivo analisar a utilização da TB, tipo A, para prevenir e tratar rugas faciais. Desta maneira, a importância desse estudo evidencia-se em suscitar a ampliação de estudos sobre o rejuvenescimento e tratamento das rugas faciais, objetivo muito pertinente pela alta incidência nos dias de hoje. Também, por promover saberes acerca do tratamento estético através da utilização da toxina botulínica tipo A, como um método muito promissor de cuidados à pele. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de literatura com abordagem qualitativa, no qual o levantamento das publicações foi realizado na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), selecionada na Scientific Electronic Library Online (SCIELO) na Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Após a identificação dos artigos científicos, os critérios de inclusão foram: Artigo original, gratuito, completo, em português, publicado de 2012 a 2022, com conotação direta ao tema, em consonância com objetivo. Foram excluídos resumos, estudos duplicados e artigos que não atendiam ao plano critério previamente estabelecido. DESENVOLVIMENTO A toxina botulínica (TB) é produzida pela bactéria Clostridium botulinum, e é considerada uma das toxinas mais potentes conhecidas. Esta bactéria pode causar o botulismo, que é uma doença mortal assim como é capaz de produzir intensa paralisia muscular no corpo Indivíduos afetados. No entanto, na década de 1980, as pesquisas começaram a provar a aplicação clínica, onde a injeção local de pequenas doses por via intramuscular pode causar uma paralisia duradoura, contudo, reversível do músculo injetado. A propriedade é um marco Medicina Moderna (AYRES e SANDOVAL, 2016). A Europa do século XVII enfrentou uma epidemia de botulismo, uma doença causada pela bactéria Clostridium botulinum decorrente da ingestão de insumos contaminados com esta toxina. Desse modo o cientista alemão Justinius Kerner, em seus estudos com está bactéria descobriu a toxicidade de substâncias produzidas pela bactéria Clostridium botulinum (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). O cientista ligou as mortes por intoxicação alimentar ao 'veneno' presente em salsichas; ele também descreveu sintomas neurológicos assim como vômitos, cólicas intestinais, disfagia, insuficiência respiratória e midríase. O mesmo também sugeriu possíveis usos dessa substância para o tratamento em casos de delírios e raiva onde a substância seria responsável por reduzir a agilidade do sistema nervoso (BISPO, 2019). Acredita-se que seu modelo de ação consista na transmissão bloqueada nas sinapses colinérgicas no sistema nervoso periférico, o que não afeta a condução de sinais periféricos axônios (BRATZ; MALLET, 2015). Campos eMiranda (2021), mostraram que essa denervação química persiste por um período de tempo até surgirem terminações nervosas e conexões que restauram a neurotransmissão. Quando injetada por via intramuscular, a toxina se liga a receptores terminais localizados nos nervos motores, inativando a proteína de fusão, impedindo assim a liberação potencial de acetilcolina nos terminais pré-sinápticos. Assim, segundo Bratz e Mallet (2015), a aplicação bloqueia a liberação do neurotransmissor acetilcolina na fenda sináptica, bloqueando assim a despolarização da fenda sináptica, terminal pós-sináptico, gerando, uma paralisia muscular localizada, de caráter transitório, segue abaixo imagem da ação da TBA Figura 1- Mecanismo de ação da TBA Fonte: Flávio (2019). Segundo Ayres e Sandoval (2016), essa toxina é sintetizada naturalmente por uma diversidade de espécies de Clostridium, sendo principalmente a Clostridium botulinum, mas também pode ser por C. baratii e C. butyricum, bactérias anaeróbicas Gram-positivas. Foram identificados sete sorotipos diferentes desta toxina, designados de A a G, com mais de 40 subtipos, A classificação numérica (A1, A2, B1, B3, etc.) segue a letra do sorotipo. Um sorotipo é amplamente utilizado no tratamento clínico devido à sua potente e maior duração em comparação com outros subtipos (GOMES et al, 2018). Desde então, Gomes e colaboradores (2018), refletiram que a toxina botulínica produzida pela comunidade científica, se tornou a primeira proteína derivada de bactérias a ser usada em intervenções terapêuticas de doenças humanas por injeção. Como mencionado anteriormente, a TB é classificada por diferentes sorotipos, existem 7 denominados A até G, sendo o tipo A o mais promissor para a prática clínica. Atualmente, sorotipos de toxina botulínica estão disponíveis para diferentes terapias, como blefaroespasmo, estrabismo, espasmo hemifacial, linhas faciais hiperativas (rugas), deformidade do pé torto, distonia cervical, hiperidrose palmar e axilar em adultos, torcicolo espástico, etc (OLIVEIRA, 2018). No Brasil, a primeira aprovação da Toxina Botulínica Tipo A (TBA) foi realizada pelo Ministério da Saúde em 1992, para blefaroespasmo, distonia e estrabismo. Em agosto de 2000, houve sua aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para tratamento de linhas faciais (rugas), espasmos musculares e hiperidrose das solas e palmas dos pés. Para terapia dinâmica de rugas, a ANVISA aprova o uso das seguintes marcas: Botox® (2000), Dysport® (2003) e Prosigne® (2005). No entanto, atualmente outros Marcas como Xeomin®, Botulift®, Botulim® e Nabota® já estão no mercado (AYERS; SANDOVAL, 2016). Segundo Bispo (2019), os efeitos terapêuticos do Toxina Botulínica Tipo A (TBA) começam a aparecer após três dias da aplicação e dura em média de 3 a 6 meses. O tratamento é totalmente dependente de cada organismo e, portanto, deve ser analisado pelo profissional responsável pela aplicação. Como avaliação prévia, o profissional irá observar a idade, sexo, presença ou ausência de comorbidades e possíveis respostas imunes do indivíduo, no que se caracteriza como análise da anatomia dos Músculos Faciais e Fisiologia do Envelhecimento. Para obter resultados significativos com a aplicação da toxina botulínica tipo A (TBA), é necessário estudar aspectos como a anatomia dos músculos faciais por entender que os músculos faciais têm características distintas dos músculos do resto do corpo. Isso decorre do entendimento que a fixação aos tecidos moles na superfície da pele traz aspectos singulares a estes músculos (COSTA et al., 2016). Segundo Ribeiro et al. (2014), os principais alvos da atividade da toxina botulínica são as reduções nas contrações musculares. Já em procedimentos estéticos, a TBA é aplicada nos músculos que são responsáveis pelo desenvolvimento das rugas, decorrentes de um processo de enfraquecimento. Esta aplicação tem sido bastante procurada por promover uma harmonização facial nos indivíduos. Fisiologia da musculatura facial Em relação às aplicações na face, estes ocorrem nos seguintes músculos: frontal, orbicular do olho, zigomático menor, zigomático maior, bucinador, levantador e abaixador do ângulo da boca, músculo dorsal, músculo angular inferior, músculo abaixador do lábio inferior, músculo das rugas da sobrancelha, músculo nasal, lábio superior, elevador do lábio superior, bucal, masseter, orbicular da boca e mentoniano. Na região do pescoço, o principal destaque é o platisma (CARMO, 2021). Embora o platisma faça parte do pescoço, vale ressaltar que tornou-se cada vez mais evidente, com o passar dos anos que, ao se contrair voluntariamente, poderia puxar para baixo os dois cantos da boca, afetando a aparência de um modo geral. O envelhecimento da pele e o aparecimento de rugas faciais são um processo inerente do corpo humano, por natureza, fisiológico e genético (BRITO; BARBOSA, 2020). No entanto, também pode ser alterado por fatores ambientais, como radiação solar, consumo de álcool e outros narcóticos, consumo de tabaco, sedentarismo, deficiências nutricionais, ingestão adequada de água, etc (OLIVEIRA; GOMEZ, 2014; PEREZ; VASCONCELOS, 2014). De acordo com Ayres e Sandoval (2016), rugas são definidas como sulcos ou depressões causadas pelo envelhecimento que ocorrem em todas as partes do rosto, mas principalmente em áreas onde a pele é mais fina. Existem três tipos de rugas: Estática, dinâmica e gravitacional. Segundo Santos et al. (2015), as chamadas rugas estáticas são causadas por envelhecimento natural da pele afetado pelos diferentes fatores mencionados acima; as rugas dinâmicas são causadas pela atividade muscular devido às diferentes estruturas dos músculos faciais (em relação aos músculos do resto do corpo) apenas uma extremidade está ligada ao osso (enquanto outros músculos estão ligados em ambas as extremidades). A dinâmica é criada na direção perpendicular à contração muscular. Por outro lado, a gravitacional surge devido à flacidez da pele, o que pode levar a um declínio na estrutura facial (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). As expressões faciais estão intrinsecamente ligadas ao desenvolvimento de rugas dinâmicas e podem ocasionar baixa autoestima nos pacientes devido a diferenças de imagem e personalidade. Geralmente, o envelhecimento da pele leva à formação de emoções negativas como tristeza, cansaço, rigidez ou ressentimento (CARMO, 2021). Toxina Botulínica Tipo A e o processo de tratamento de Rugas Existem várias categorias de rugas, mas o método desenvolvido por Glogau é o mais prático, pois mede o envelhecimento e a espessura da pele e das rugas. A possibilidade de classificar os tipos de rugas auxilia os profissionais na escolha do melhor tratamento para seus pacientes. As indicações estéticas estão relacionadas a padrões cosméticos, valores sociais e culturais (BRITO; BARBOSA, 2020). O interesse em se manter jovem o por um maior tempo faz parte da história cultural de modo que o chamado rejuvenescimento facial passou a ser defendido pela indústria cosmética com uma série de tratamentos propostos que visam proporcionar uma aparência mais jovem às pessoas. A busca por atender aos padrões cosméticos atuais e ter melhor autoestima leva as pessoas a buscarem procedimentos menos invasivos e menos dispendiosos do que a cirurgia plástica, ao que se destaca intervenções terapêuticas com Botox (KAMIZATO; BRITO, 2014; OLIVEIRA et al., 2016). A toxina botulínica tipo A (TBA) é utilizada na dermatologia clínica, especialmente para prevenir rugas estáticas e dinâmicas faciais. Atualmente há pesquisas sobre suas aplicações voltadas à redução de cicatrizes, enxaqueca, reações alérgicas, hiperidrose, vascular etc (REIS et al, 2014). De acordo com Pinto et al. (2017) e Oliveira et al. (2016), cada paciente tem necessidades específicas, portanto, a avaliação médica é essencial para orientar o tratamento ideal e indique quais áreas são mais adequadas. A principalindicação para esta toxina é Rugas e linhas de expressão ("pés de galinha") na testa, entre as sobrancelhas e ao redor dos olhos. Também é indicada para arquear as sobrancelhas, levantar a ponta do nariz, delinear os lábios e suavizar as rugas ao redor do pescoço. As rugas periorais entre os lábios e o nariz (chamadas "códigos de barras") e a correção do sorriso de viscose também são exemplos de uso da TBA. Segundo Brito e Barbosa (2020), compreender a formação de rugas é importante para a escolha da melhor forma de aplicação da TBA, a fim de atingir de forma eficaz e segura as metas estabelecidas pelo paciente. Este é um procedimento estético que, se executado corretamente, pode proporcionar uma melhora na qualidade de vida e na autoestima dos pacientes. Portanto, o TBA pode ser aplicado nas áreas da testa, glabela e periorbital, nariz, maçãs do rosto, perioral, queixo e pescoço para suavizar as rugas da expressão facial. Também é indicado para o tratamento da hipertrofia do orbicular dos olhos, cefaleia tensional, paralisia facial, bandas platismais e para suavizar as rugas no colo (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). Para uma aplicação segura e qualificada desta substância, Ribeiro et al (2014) destaca que os profissionais devem estar atentos na hora de diluir as toxinas. Neste sentido, o profissional deve encher lentamente o diluente no frasco, homogeneizar suavemente no frasco, etc. observando o volume exigido para a aplicação. Além disso, se o vácuo não sugar, o frasco contendo o diluente para aplicação interna deve ser descartado. O profissional deve observar também a data e a hora reconstituída no espaço reservado no rótulo do frasco, ou no rótulo que acompanha o produto para esta finalidade. Para preservar e otimizar os resultados, Perez e Vasconcelos (2014) recomendam um intervalo de 4 a 6 meses entre cada aplicação para evitar a formação de anticorpos neutralizantes e a falta de resposta terapêutica. Inicialmente, são realizadas manipulações assépticas em áreas demarcadas da pele, e os pontos de aplicação são marcados de acordo com a necessidade do cliente. A quantidade de toxina aplicada em cada ponto deve ser registrada em uma folha de pontuação e avaliação. Vale ressaltar que é preciso ter muito cuidado na aplicação assim como em deixar os pacientes confortáveis e relaxados. As orientações mais indicadas é que o profissional peça ao paciente para se sentar, inclinar para trás aproximadamente 45º ou deitar. Utilize sempre use luvas; suspenda medicamentos fortes, como Aminoglicosídeos, aspirina ou antiflamatórios (AINEs) dentro de 4 semanas antes e 4 semanas após o procedimento; o uso de anestesia local é opcional e pode ser necessário, aplique creme anestésico 40 minutos antes do procedimento (KAMIZATO; BRITO, 2014). Sabe-se que a administração de toxina botulínica desencadeia a produção de anticorpos, criando um processo imunogênico que reduz ou inibe seu efeito terapêutico. Como a toxina botulínica é um composto proteico estranho ao organismo, Campos e Miranda (2021) citaram o potencial deste último complexo peptídico para ativar o sistema imunológico do paciente como uma de suas características. Embora a implementação clínica seja por meio de aplicação local, sua incidência na corrente sanguínea está sendo estudada. Essas condições estão relacionadas a fatores que afetam a resposta imune devido a altas doses, aplicação frequente (intervalos de tempo curtos) e altas cargas de proteínas associadas a toxinas em formas de produtos comercialmente disponíveis assim como no desenvolvimento de anticorpos neutralizantes. Estes bloqueiam a formação de anticorpos e podem causar falha no tratamento com toxina botulínica porque estão associados a antígenos de toxinas que levam a efeitos diminuídos da aplicação (CARVALHO; GAGLIANI, 2014). Segundo Oliveira (2014), a aplicação de TBA na face exige alguns cuidados após a administração. Estes cuidados irão determinar se não haverá complicações após a aplicação da toxina. Outras orientações em relação à aplicação de TBA é que haja uma atenção especial às quatro primeiras horas após a aplicação, de modo que seja evitado o trabalho físico, que o paciente evite abaixar a cabeça nas 4 horas após a aplicação, não execute massagens nas áreas onde as toxinas são usadas, e embora imperceptível, o lugar da aplicação é um trauma menor, onde a substância foi usada e deve atender a cuidados em relação a exposição ao sol, indicando a necessidade de proteção solar (KAMIZATO; BRITO, 2014). Além disso, de acordo com Oliveira (2014), é importante lavar o rosto suavemente, devagar e com cuidado na área de aplicação. Também, evitar produtos de maquiagem e cuidados com a pele nas 24 horas após a aplicação do botox (maquiagem leve permitida após 6 horas); esperar 24 horas para realização de atividade física após o dia da aplicação. Como muitos procedimentos, o uso de Botox pode levar a complicações e efeitos adversos dependendo da condição. Segundo Santos et al (2020), a falta de habilidades e qualificações pode levar a complicações faciais como: assimetria, ptose, sobrancelhas caídas, aumento de bolsas de gordura nálpebra inferior, paralisia da musculatura facial, além de inchaço e dor no local da aplicação, dor de cabeça leve e náusea. Nesse sentido, é importante respeitar o corpo do paciente e o intervalo entre as aplicações para evitar paralisia e necrose muscular, principalmente em pacientes sensíveis à toxina botulínica ou a qualquer componente de suas preparações. Como mencionado anteriormente, a toxina botulínica é uma substância estranha ao corpo humano, causa efeitos colaterais como dor, eritema, edema, dor de cabeça, náusea, infecção e equimose. As complicações tendem a ser transitórias, leves ou moderadas, no entanto, levam a desconforto e insatisfação do paciente (RIBEIRO et al., 2014). Apesar dos benefícios, a toxina não é indicada para uso em alguns casos, portanto, pacientes com doenças neuromusculares, gestantes, lactantes, ou qualquer pessoa que tenha algum tipo de infecção no local da injeção e seja sensível à toxina botulínica ou são alérgicos a outros ingredientes do produto devem evitar o procedimento (BRITO; BARBOSA, 2020; SANTOS; MATOS, 2015). CONSIDERAÇÕES FINAIS Vários estudos têm apontado e demonstrado os benefícios do uso da toxina Botox tipo A (TBA) para rejuvenescimento facial e tratamento e prevenção de rugas faciais que melhoram a qualidade de vida e aumentam a autoestima do paciente. Sua aplicação tem evidenciado a eficácia e a baixa de efeitos colaterais em comparação com outros medicamentos e tratamentos, isso porque o BTA é uma substância que pode ser usada clinicamente para tratar outros quadros clínicos. A demanda de aplicação do TBA para o tratamento de rugas na população brasileira, mais especificamente no rosto e o pescoço, cresceu significativamente, por isso, é importante produções científicas sobre o tema, voltados a difundir informações para uma formação de profissionais da área. No campo acadêmico, os alunos da área da saúde devem ser estimulados a estudar esta temática, por exemplo, médicos, biomédicos, farmacêuticos, dentistas, esteticistas, etc. para fomentar novas pesquisas sobre a toxina botulínica e suas várias subclasses no intuito de melhorar os resultados e a segurança do tratamento com esta toxina. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AYRES, E.L E M.; SANDOVAL, H.L. Toxina botulínica na dermatologia: guia prático de técnicas e produtos. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. BISPO, L. B. A toxina botulínica como alternativa do arsenal terapêutico na odontologia. Universidade Cidade de São Paulo (UNICID). São Paulo, v. 31, n. 1, p. 74-87, jan./mar. 2019. BRATZ, P. D. 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