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Tecnologia das Construções I Profª: Engª Tereza Cristina Magalhães, M.Sc. terezacristinamagalhaes@yahoo.com.br CURSO: Engenharia Civil – 6º período mailto:terezacristinamagalhaes@yahoo.com.br 2. FUNDAÇÕES 2.1- Classificação e orientações gerais; 2.2 – Tipos de Fundações 2.3 – Equipamentos utilizados. 2.1- Classificação e orientações gerais: Todo peso de uma obra é transferido para o terreno em que a mesma é apoiada. Os esforços produzidos pelo peso da construção deverão ser suportados pelo terreno sem a ocorrência de recalques ou ruptura do mesmo (BORGES,2009). É a fundação (alicerces) que recebe o peso de uma edificação e transfere para o terreno. O tipo, formas e dimensões dependem das cargas a serem transferidas (peso da construção) e do terreno onde essa se apoiará. Na prática, para cada situação tem-se um tipo adequado de fundação. Para a escolha da melhor fundação é importante considerar: A carga da edificação; Tipo do terreno; Profundidade da camada resistente de solo; Custo do método executivo; Viabilidade executiva; Verificação de edificações vizinhas à obra; Prazo da obra; Etc. De maneira geral as fundações são classificadas em: Fu n d aç ão . Superficial (rasas) Profunda Direta Radier Estacas Pré- moldadas Moldadas in locu Madeira Aço Concreto Broca Strauss Escavada Estação Hélice Tubulões 2.2 – Tipos de Fundações 2.3 – Equipamentos utilizados Quando um terreno for firme na superfície ou à pequena profundidade, emprega-se fundações superficiais (rasas) e quando o terreno for firme em camadas mais profundas, emprega-se fundações profundas. Quando um terreno tiver pouca resistência superficial, adota-se fundação rasa (tipo radier) pois, a tensão transferida para a fundação será menor quanto maior for a área. Se, Tensão = Força/área, e , aumenta-se a área, diminui-se a tensão que poderá ser menor que a tensão admissível do solo. Fundações rasas: Transmitem as cargas da edificação diretamente ao solo pela base da fundação e tem profundidade menor ou igual a 2,0m. São exemplos de fundações rasas as sapatas isoladas, sapatas corridas, radiers e os alicerces. Fonte: pedreirao.com.br Sapatas: Elemento de fundação superficial de concreto armado (a tração sujeita é resistida pelo aço). Pode ter espessura constante ou variável e sua base em planta é normalmente quadrada, retangular ou trapeizoidal. Fonte: refon.com.br Alicerces (sapatas) Os alicerces são estruturas executadas pelo assentamento de pedras ou tijolos maciços recozidos e principalmente concreto, em valas de pouca profundidade (entre 0,50 a 1,20 m), e largura variando conforme a carga das paredes. Fonte: refon.com.br Alicerces (sapatas) Fonte: google.com.br Sapatas associadas: Fonte: google.com.br Radier: O radier é um sistema de fundação que reúne num só elemento de transmissão de carga, um conjunto de pilares. Consiste em uma placa contínua em toda a área da construção com o objetivo de distribuir a carga em toda superfície. Seu uso é indicado para solos fracos e cuja espessura da camada é profunda. Podem ser executados dois sistemas de radier: sistema constituído por laje de concreto (sistema flexível) e sistema de laje e vigas de concreto (sistema rígido). Além de apoiar a casa, o radier já funciona como contrapiso e calçada (só deve ser usado se o terreno todo tiver o mesmo tipo de solo). Fonte: refon.com.br 7,50 G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Mãos à Obra - programa 5 - Sistemas construtivos.mp4 Fundações Profundas: Transmitem as cargas da edificação ao solo principalmente por atrito lateral à peça e tem profundidade superior a 3,0m. Além disso elas tem grande comprimento em relação à sua base. As peças das fundações profundas são conhecidas como Estacas. Elas podem ser cravadas ou escavadas. São fundações profundas as estacas: Strauss, Franki, Hélice Contínua, Mega (Prensada), Ômega, Raiz, Pré-moldada (concreto, aço), Escavada com trado; além dos tubulões. Fonte: pedreirao.com.br Estacas Elemento estrutural esbelto que, introduzido ou moldado no solo, por cravação ou perfuração, tem a finalidade de transmitir cargas ao solo, seja pela resistência sob sua extremidade inferior (resistência de ponta ou de base), seja pela resistência ao longo de sua superfície lateral (resistência do fuste) ou por combinação das duas. Tubulões a céu aberto: São um misto das características das fundações porque são profundos mas transmitem as cargas ao solo pela sua base. Os tubulões podem ser escavados “a céu aberto” ou a “ar comprimido” (pneumático) e ter ou não sua base alargada. Fonte: google.com.br Tubulões a céu aberto: Custos de mobilização e desmobilização são menores que os de bate-estacas e outros equipamentos; Vibrações e ruídos provenientes do processo construtivo são de baixa intensidade; Permite observar e classificar o solo retirado durante a escavação e compará-lo às condições do subsolo previstas no projeto; As dimensões do tubulão podem ser alteradas durante a escavação para compensar condições do subsolo diferentes das previstas; É possível apoiar cada pilar em um único fuste, em lugar de diversas estacas, eliminando a necessidade de bloco de coroamento. Fonte: google.com.br No tubulão a céu aberto o fuste é escavado até a cota desejada, a base é alargada e posteriormente preenchido com concreto. Marcação do eixo da peça. Fonte: google.com.br Escavação do poço. Fonte: google.com.br Fonte: google.com.br Alargamento da base. Fonte: google.com.br Cuidados nessa etapa: - Injeção de nata de cimento, - Limpeza da borda da escavação; - Tempo entre alargamento da base e concretagem: < 24 horas; - Inspeção SEMPRE antes da concretagem; - Limpeza do fundo da escavação; - Concretagem com calha ou tremonha; - Evitar choque do concreto com a armadura; - Evitar execução simultânea de tubulões muito próximos; - Prever tratamento na “cabeça” do tubulão. Colocação da ferragem. Fonte: google.com.br Concretagem. Fonte: google.com.br G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Fundações - Tubulão em água AULA.mp4 G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Fundações - Tubulão concretagem com pedra de mão - AULA.mp4 G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Fundações - Tubulão trabalho de poceiro - Parte 1.mp4 Tubulões a ar comprimido: A injeção de ar comprimido nos tubulões impede a entrada de água, permitindo que a execução dos trabalhos de escavação, alargamento do fuste e concretagem ocorram. Fonte: google.com.br Estacas cravadas: Pode ser executada de madeira, aço, concreto pré- moldado, concreto moldado in situ ou mista. a) Estaca cravada por percussão: aquela em que a própria estaca ou um molde é introduzido no terreno por golpes de martelo – ou pilão (de gravidade, de explosão, de vapor ou de ar comprimido). • Estaca tipo Franki: crava-se até a resistência do solo necessária, um tubo de aço cuja ponta é obturada por meio de uma bucha de concreto seco. - Ao atingir a cota desejada, firma-se o tubo de revestimento e expulsa-se a bucha. - Posteriormente concreta o fuste, vertendo concreto seco no tubo que é arrancado à medida que vai sendo lançado o concreto o qual é sempre apiloado pelo pistão do próprio bate-estacas. - Na maioria das vezes introduz no fuste uma armação composta de quatro barras de ferro solidarizadas por estribos. - Diâmetro do fuste varia entre 30 e 60cm, suportando cargas elevadas de até 100t. - O concreto deve ter mínimo de 300kg de cimento por m³ e com densidade tal que possibilite boa compactação. - Se no local previsto para usar estaca Franki atravessar camada muito espessa de argila mole (~10m), é necessário adotar o processo de estaca Franki tubada, observando as mesmas recomendaçõesda Strauss quanto ao controle de concreto. Fonte: arq.ufsc.br G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Fundações - Franki - Cravação - AULA parte 1.mp4 G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Fundações - Franki - Colocação da Armadura - AULA parte 2.mp4 G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Fundações - Franki - Concretagem - AULA parte 3.mp4 G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Fundações - Franki - Concretagem - AULA parte 4.mp4 b) Estaca cravada por vibração: aquela em que a própria estaca, ou um molde, é introduzida no terreno por equipamento vibratório. c) Estaca cravada por prensagem (estaca de reação ou mega): aquela em que a própria estaca, ou um molde, é introduzida no terreno por meio de macaco hidráulico. d) Estaca mista: constituída pela combinação de dois ou mais elementos de materiais diferentes (madeira, aço etc) Fonte: tecgeo.com.br G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Fundações - Estacas Metálicas - AULA.mp4 G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Fundações - Estaca pre-moldada concreto - AULA.mp4 Estacas perfuradas (escavada): • Estaca-broca: é a mais simples das estacas perfuradas. - Executada por perfuração do terreno por meio de uma broca ou trado-cavadeira até encontrar o subsolo firme. Em seguida, o furo é preenchido com concreto bastante seco e lançado através de um funil apropriado. - O adensamento do concreto precisa ser feito por meio de socamento com vara. - O concreto deve ter consumo mínimo de cimento de 300kg/m³. - Comprimento máximo da estaca deve ser de 4m, diâmetro mínimo de 25cm e espaçadas no máximo 2,5m quando se tratar de pequenas edificações e 3m afastadas de muros, gradis etc. - Para a armadura de espera de ligação com o bloco de coroamento ou a viga baldrame, utiliza-se no mínimo 4 barras de aço de 3/8” de 1,5m de comprimento. - Essa estaca tipo broca só é permitida quando se tratar de execução de fundação de pequenas edificações, solos coesivos (para evitar estrangulamento do furo) e na ausência de lençol freático. • Estaca tipo Strauss: de custo bastante baixo. - É executada através de um tubo de aço cravado no terreno, tendo um mandril no seu interior, até ser atingida a resistência do solo necessária. - O mandril é retirado e em seguida lançado o concreto seco no interior do tubo, ao mesmo tempo em que este é removido. O mandril pode ser usado para apiloar o concreto à medida que for sendo lançado. - É comum forçar o apiloamento nas primeiras camadas (mais profundas), para formar uma base alargada e aumentar assim a resistência de ponta. - Não deve ser usado Strauss em solo de camadas submersas de areia (que possam impedir a limpeza do furo para a concretagem) e/ou camadas de argila mole (que possam produzir o estrangulamento do fuste quando retirada a camada plástica e o concreto ainda estiver plástico). - O concreto deve ter consumo mínimo de cimento de 300kg/m³ e suficientemente plástico para não aderir à camisa metálica durante sua retirada (impedindo formação de vazios e seccionamento ou estrangulamento do fuste). - É exigido rigoroso controle volumétrico da concretagem (volume do fuste + bulbo alargado = volume concreto lançado e adensado) permitindo que, na retirada da camisa metálica, continue uma coluna de concreto no seu interior impedindo entrada de terra no fuste (desmoronamento). Ate 2,54min G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Fundações - Straus com camisa - AULA.mp4 • Estaca escavada: executada por escavação mecânica com uso ou não de lama bentonítica*, de revestimento parcial ou total, e posterior concretagem. - Sua forma mais comum é a circular podendo ser alongadas (estacas barretes ou paredes-diafragma). - Possui o processo de execução mais complexo. - Deve ter resistência de 15MPa, fator a/c de 0,5, teor de cimento maior ou igual a 400kg/m³ e abatimento de (20 ±2)cm. Fonte: pini.com.br * uma rocha vulcânica, onde o mineral predominante é a montimorilonita. No Brasil, existem jazidas de bentonita no Nordeste (Bahia e Rio Grande do Norte). Fonte: pini.com.br G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Fundações - Estacas com lama bentonítica - AULA.mp4 • Hélice contínua: executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado helicoidal contínuo. - A injeção de concreto é feita pela haste central do trado, simultaneamente à sua retirada, e a armadura é sempre colocada após os procedimentos de concretagem da estaca. - Tanto a fase de perfuração quanto de concretagem são monitoradas eletronicamente a partir de sensores instalados na perfuratriz e podem ser acompanhadas, simultaneamente à execução da estaca em campo, através do envio dos dados executivos, via internet, para os computadores da Empresa. Fonte: tecgeo.com.br G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Fundações - Estacas escavadas tipo hélice contínua - AULA.mp4 G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Fundações - Animação Helice continua - AULA.mp4 Referências: BORGES, A. C. Prática das Pequenas Construções. Volume 1. 9ª ed. Ver. e amp. Blucher. São Paulo, 2009. YAZIGI, W. A técnica de edificar. 10ª ed. Revisada e atualizada. PINI. São Paulo, 2009. ABNT NBR 6122 Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 1996.
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