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Sinopse
Um dos homens mais poderosos da Inglaterra, Mason Campbell:
frio, duro e sem remorsos.
O vento carrega os sussurros de seu nome e faz qualquer um
tremer de medo. Ele era conhecido por ser cruel, impiedoso,
implacável.
Lauren Hart tinha acabado de trabalhar para ele como sua
assistente e se viu no limite de sua ira, sua raiva, seu ódio e sua
arrogância. A vida teria sido melhor se ela não trabalhasse para
Mason Campbell, invejado pelos homens e desejado pelas mulheres.
Mas Mason não tinha olhos para ninguém além dela, especialmente
depois de fazer um acordo que ela não podia recusar.
Classificação etária: 18+ (abuso, abuso sexual) Livro sem revisão
Capítulo 1
— Acalme-se, — minha colega de quarto, Beth, disse enquanto
me observava andar para frente e para trás em nossa sala de estar.
Eu estava andando de um lado para o outro por trinta minutos
agora, nervosa e ansiosa.
— Você vai arrasar nessa entrevista, — acrescentou ela com um
sorriso encorajador.
Eu lancei um olhar para ela. — Não é uma entrevista qualquer!
Corri minha mão pelo meu cabelo em frustração.
— Você vai ser entrevistada por Deus?
Sua pergunta me fez olhar para ela como se ela fosse louca.
Bem. claramente ela estava louca se estava dizendo uma coisa
dessas.
Ela não poderia saber como eu estava me sentindo sobre esta
entrevista.
Tudo dependia daquilo.
— Não, mas vou ser entrevistada por um homem muito
poderoso, — eu a lembrei.
Mason Campbell era um dos homens mais poderosos do mundo.
Ele era o homem mais poderoso da Inglaterra.
Ninguém gostava de admitir, mas ele era ainda mais poderoso do
que a Rainha.
Com uma idade tão jovem, ele adquiriu mais dinheiro do que
qualquer um.
Ele havia construído várias empresas em todo o mundo que
tinham cerca de mil trabalhadores.
Ele era temido em todo o país porque era frio e assustador.
Mason Campbell era um homem que ria da morte.
Ele vivia por suas próprias regras.
Eu tinha ouvido homens se encolherem diante de seu olhar
intenso e, com isso, quis dizer homens com grande poder.
Eu também tinha ouvido falar que ele poderia fazer qualquer um
desaparecer e nunca mais ser encontrado.
Esse pensamento me apavorou o suficiente.
— Por que você não escolheu outro lugar para trabalhar? — Beth
perguntou.
— Dizem que o que acontece lá dentro é assustador.
— Eu também ouvi dizer que seu olhar frio pode quebrar uma
pedra, e a terra tremia com sua raiva.
— Eu não me importaria de ver isso, — respondi, tentando
amenizar a situação em que me coloquei.
— Essa visão iria arruiná-lo com certeza. — Ela parecia tão certa.
Eu levantei meu queixo.
— Seria intrigante, no entanto.
— Sim. — ela concordou com um aceno de cabeça, então
presumiu sorrir divertidamente.
— Mas você vai sentir o contrário se os olhos dele te ferirem.
Eu queria rir daquilo, mas estava muito nervosa por conta do dia
seguinte.
Eu não tinha ideia de onde Beth tirou esses rumores, embora eu
tivesse que concordar que seus olhos eram assustadores, eu não acho
que ele poderia assar ninguém com eles.
As pessoas são muito dramáticas às vezes.
— Pff, — eu descartei a possibilidade.
— Isso é apenas um boato, Beth.
Ela sustentou meu olhar. — Rumores às vezes são verdadeiros.
Eu lutei contra a vontade de me contorcer sob seu olhar.
— Ouvi dizer que ele trata a todos como seus inimigos... até
mesmo seus funcionários.
Isso fez meus nervos dispararem.
Tratando seus funcionários como seus inimigos? Como assim?
Eu não sabia se ela estava sendo sincera ou não.
Eu lancei um olhar estreito para ela.
— Ele é maluco, eu sei.
— Mais uma razão para você considerar trabalhar em outro
lugar. — Ela agarrou minhas mãos nas dela, então me soltou para
cruzar os braços sobre o peito.
— Você tem certeza de que vou conseguir o emprego?
Muitas pessoas queriam trabalhar na Indústria Campbell e
muitas outras seriam entrevistadas. Apenas um de nós seria capaz
de conseguir o emprego, e duvido seriamente que fosse eu.
Algumas das garotas estavam atrás dele, não do trabalho.
— 0 por cento de certeza. — Beth riu, ganhando um olhar furioso
de mim.
— Não consigo ver nada de bom trabalhando lá. Esse lugar não é
nada além de aterrorizante. Está cheio de autoridade e escuridão.
— Mason Campbell toma aquele lugar frio e proibido.
— Nenhum lugar é proibido, — eu disse, puxando o travesseiro
para mais perto do meu peito.
— Mas dizem que o lugar ecoa choros.
— Sabe, — Beth olhou para mim com seu olhar esmeralda
penetrante.
— Eu adoraria estar lá amanhã apenas para ver você se encolher
de medo na presença dele. — ela terminou com uma risada.
— Cale-se. — Eu sorri, jogando o travesseiro nela.
— Eu não vou me encolher. Eu não estou com medo.
Ela ergueu uma sobrancelha desafiadora. — Ah. sério? Você
nunca esteve na presença dele antes. Você não sabe como seria.
Nervosa e com muito desconforto, pensei, mordendo o lábio.
— Se eu chegar em casa chorando, você nem deveria se
surpreender.
— Vou preparar o lenço.
— Vai sonhando, vadia. — Eu olhei de brincadeira para ela.
Seu sorriso desapareceu e ela olhou séria para mim.
— Você vai se sair bem na entrevista, Lauren. Seu currículo é
ótimo. Tenho certeza que você será escolhida entre centenas de
pessoas.
Eu sorri fracamente. — Espero que sim.
Sim, porque era o único trabalho que pagava bem. Eu seria capaz
de pagar as contas médicas de meu pai e seu tratamento.
Eu poderia fazer muito mais com o dinheiro.
Mas o tratamento médico do meu pai era a única coisa que me
preocupava.
Ele tinha câncer em estágio quatro, o que foi um golpe quando
me contou pela primeira vez.
Ele foi a única pessoa que sobrou depois que minha mãe nos
deixou quando eu tinha dez anos.
Ainda dói quando penso nisso.
Papai teve que enfrentar muitas coisas para me criar e era a
minha vez de cuidar dele.
A manhã chegou mais cedo do que eu esperava. Eu estava
acordada desde as seis da manhã, me preparando.
A entrevista era às sete e meia e eu queria estar lá às sete.
Eu gemi enquanto rastejei para fora da cama e cambaleei
sonolenta para o banheiro.
Lavei o rosto, e os benefícios foram tão fugazes, e não menos
grogue, escovei os dentes antes de tomar um banho.
Levei dez minutos para ficar pronta.
Endireitei minha coluna e alisei minha saia cinza surrada que
chegava aos joelhos.
Minha blusa azul clara estava enfiada dentro da minha saia.
Minhas bochechas estavam rosadas, desencadeando um brilho nos
meus olhos castanhos.
As orbes inclinavam-se ligeiramente para cima e eram repletas de
cílios.
Amarrei meu cabelo castanho em um rabo de cavalo, nem uma
única mecha se soltou.
Eu esperava parecer sofisticada o suficiente para a entrevista.
Não gostava de usar maquiagem, então fui em frente com meu
look natural.
Eu só tinha aplicado batom nude. Usei os velhos saltos pretos que
havia comprado há dois anos.
Sabendo que Beth ainda estaria dormindo, deixei um bilhete para
ela antes de pegar minha bolsa, saindo de nosso apartamento.
Londres estava muito fria e, como todos os meus casacos estavam
muito gastos, não pude usar nenhum.
Eu queria ter uma boa aparência, não queria ser desprezada.
Peguei um táxi e quando disse a ele onde ele me levaria, ele
pareceu chocado.
Ele me perguntou novamente para onde me levaria e eu disse a
ele o endereço.
— Tem certeza de que é para onde quer ir, senhora? — ele
perguntou, inseguro de si mesmo.
— Sim, — eu disse, ficando irritada.
Ele não disse nada depois, mas eu ocasionalmente o pegava
olhando para mim pelo espelho retrovisor como se ele não pudesse
acreditar que eu estava indo para um lugar daqueles.
Ele parou o carro em frente à Indústria Campbell e, quando eu
estava prestes a perguntar por que ele não me deixava perto do
prédio, ele disse: — Desculpe, senhora, mas nenhum táxi é
permitido perto do prédio. Eu tenho que te deixar aqui.
Minha boca se transformou em um — O, — balançando a cabeça
em descrença.
Saí e reajustei minha blusa.
Se alguém pudesse parar e me observar, veria o nervosismo
escorrendo de mim.
A Indústria Campbell olhou para mim Era um prédio enorme
com cerca de sessentaandares.
Era grande, largo e intimidante.
Eu cuidadosamente passei por um guarda na entrada do prédio.
Encontrei muitas pessoas andando por aí com suas roupas caras e
elegantes e me senti constrangida com o que estava vestindo.
Eles pareciam estar no limite, como se estivessem segurando o
mundo inteiro em seus ombros.
Eu fui diretamente até a recepcionista nervosamente. Ela era uma
mulher ruiva, vestida elegantemente com um vestido azul.
Até seu cabelo parecia estar perfeitamente penteado.
Seu rosto estava coberto com o mínimo de maquiagem.
Seus olhos castanhos me mediram, sua expressão era de puro
desgosto.
— A cafeteria fica no final da rua, senhora, — disse ela, e
insinuou um leve sotaque italiano.
— O que? — Eu perguntei, confusa.
Ela me encarou como se eu fosse um idiota.
— Não é para lá que você quer ir?
— Não. Estou aqui para uma entrevista
Ela ergueu a sobrancelha perfeita, a boca curvando-se para cima.
— Oh?
Me medindo novamente, ela estalou a língua antes de encontrar
meu olhar novamente.
Eu queria dar um soco no rosto dela. Ela não achava que eu
pertencia aqui.
Como ela ousa!
A recepcionista inspirou dramaticamente antes de esboçar um
sorriso falso.
— Vigésimo andar. Vire à esquerda e você se encontrará entre os
que estão aqui para a entrevista.
Meus lábios se contraíram.
Ela estava insinuando que havia muitas pessoas para a entrevista
e eu não tinha chance de conseguir?
Vaca.
— Obrigada, — disse fechando a cara.
— Boa.. — Ela olhou para mim de cima a baixo, seu rosto virando
de cabeça para baixo...
sorte.
Eu estava me sentindo um pouco irritada, mas tentei me acalmar
caminhei até o elevador.
Esperei alguns segundos antes que ele se abrisse e rapidamente
corri para dentro.
Antes de fechar, ouvi uma comoção.
Uma mulher estava sendo arrastada por um segurança e chorava.
Claramente, ela estava tendo um colapso mental.
— Não! — ela gritou. — Você não pode fazer isso comigo!
Trabalho aqui há três anos!
Observei enquanto ela tentava lutar contra o segurança.
— Eu sou leal! Você não pode fazer isso comigo
O elevador fechou, bloqueando os gritos e berros da mulher.
Meu batimento cardíaco acelerou.
Tive pena da mulher.
O que quer que ela tenha feito, ela não merecia ser tratada assim.
Ela havia trabalhado por três anos!
Ela merecia um pouco de respeito, pelo menos.
Minhas costas bateram na parede e fechei os olhos. Afinal, era
uma ideia tão boa? Mas aquele era o único lugar com um bom
salário.
Eu estava fazendo isso pelo papai, não deveria pensar duas vezes
antes de trabalhar aqui.
Trabalhar aqui?! Eu ainda nem tinha o emprego e nem sabia se
seria a sortuda.
Fechando meus olhos, eu esperava que aquela entrevista fosse
um sucesso.
Eu não podia me dar ao luxo de bagunçar tudo.
A vida de papai estava em jogo.
Você não pode, Lauren.
Você se sairá muito bem se apenas se acalmar e acreditar em si
mesma.
Sim, eu sei que arrasaria nessa entrevista.
— Você não vai descer? — Fiquei assustada com a voz de um
homem ao meu lado.
Percebi que havia chegado ao vigésimo andar, murmurei um
rápido pedido de desculpas para o homem mais velho de terno cinza
e saí.
Toda a esquerda era uma janela enorme e eu encarei a vista
incrível de Londres.
Meu telefone na minha bolsa estava coçando para sair e tirar uma
foto.
Antes que isso pudesse acontecer, eu me lembrei por que estava
ali em primeiro lugar. Eu segui as instruções que a recepcionista me
disse e ela tinha razão, havia um monte de gente.
Eram tantos que nem conseguia contar.
E todos eles usavam roupas bonitas.
Um grupo de meninas olhou para mim e eu as ouvi rir um pouco.
O que tinha na minha cara?! Eu queria perguntar.
Olhando para cima, percebi que não paravam de olhar na minha
direção e não eram sutis.
Eu desviei o olhar com raiva.
Só porque pareciam mais sexy do que eu e estavam vestidas com
roupas melhores, não significava que eu deveria ser tratada dessa
forma.
Abri caminho através de toneladas de corpos, tentando encontrar
um lugar para sentar.
Eu localizei um no final da sala e fiz caminhei até ele. Mas antes
que eu pudesse sentar, um homem chegou antes de mim.
Ele encolheu os ombros para mim e eu o encarei.
Virei-me para voltar para onde estava e, antes que percebesse,
estava sendo empurrada por corpos em diferentes direções.
Eu me vi sendo empurrado em direção a uma porta prateada e
dentro dela.
A porta se fechou automaticamente.
Eu entrei em pânico quando ele não se mexeu.
Tentei de novo, mas aconteceu a mesma coisa.
Ele simplesmente não se mexia.
Puta merda!
Virei-me para ver onde estava e me vi em um corredor muito
escuro, com um elevador no final dele.
Soltei um suspiro de alívio.
Uma saída.
Ela se abriu quando eu apertei o botão e rapidamente corri para
dentro.
Fui apertar o vigésimo primeiro botão, mas só encontrei um
botão com o logotipo da Campbell.
Meu rosto se contorceu.
Decidindo que seria melhor ir para lá do que ficar ali sem saída,
apertei o botão com o logotipo.
Meu coração começou a disparar por algum motivo, e minhas
mãos tremiam levemente.
Parecia abafado ali e eu senti como se houvesse a presença de
algo poderoso e assustador.
O que diabos havia de errado comigo?
Por que estou com tanto medo?
Que diabos?
O elevador parou e se abriu. Eu saí tão rápido quanto entrei.
Talvez eu pudesse respirar aqui e onde era esse lugar?
Eu examinei meus arredores e meu queixo caiu.
Literalmente.
O escritório era gigantesco e de tirar o fôlego.
Era polido e sofisticado.
Tudo ali cheirava a dinheiro.
Os assentos de couro branco estavam brilhando e eu não queria
tocá-los no caso de estragá-los.
A vista era muito mais incrível aqui.
Eu engasguei quando meus olhos encontraram algumas pinturas
na parede, e eu percebi que eram as pinturas muito famosas.
Custavam um bilhão de libras.
Puta merda.
Havia uma lareira e uma grande TV de tela plana na parede.
Literalmente, tudo no escritório era branco, até as canetas eram
brancas.
Não consegui descrever tudo porque de repente meus olhos
ficaram cegos por aquele escritório chique.
Eu ouvi a porta sendo aberta e vários passos.
Antes que eu percebesse o que estava acontecendo, eu estava
sendo empurrada para o chão com força e senti uma arma na minha
cabeça.
Puta merda.
Isso acontece totalmente nos filmes.
Não havia como aquilo ser real.
De jeito nenhum eu estaria no chão com uma arma na cabeça
como um maldito criminoso.
Tentei levantar minha cabeça, mas ela foi empurrada de volta
para baixo.
Eu estremeci e cerrei meus dentes.
— Declare sua razão de estar em um escritório particular antes
que eu estourar seus miolos, — ele gritou, pressionando a arma na
minha cabeça.
Escritório particular?
Como diabos eu deveria saber que estava fora dos limites?
— Fale! Agora!
Eu tremi de medo.
— Eu... eu me perdi. Eu não sabia que não deveria estar aqui.
— Sinto muito, por favor, não atire em mim, — implorei,
fechando os olhos e orando a Deus para não acabar morta sem
nenhum dos meus entes queridos perto de mim, e certamente não
aqui.
— Sente-se, Gideon, — disse alguém, fazendo-me suspirar de
alívio.
Eu o senti puxar de volta a arma que ele tinha na parte de trás da
minha cabeça.
Fiquei no chão, sem saber se estava dando permissão para me
levantar.
Veja, eu valorizo muito minha vida.
— Levante-se.
Eu não precisei ouvir duas vezes.
Levantando-me do chão, eu lentamente me virei para os homens
parados diante de mim em ternos pretos, segurando armas.
Estremeci quando meus olhos encontraram aquele que estava
com sua arma apontada para mim.
— Qual o seu nome?
— Lauren Hart. — eu levantei meu queixo, esperando que minha
voz soasse mais firme do que para mim.
— Eu não queria entrar aqui. Estou aqui para a entrevista e fui
empurrada por uma porta.
— Não pude voltar e a única saída era através de um elevador.
Isso me trouxe até aqui.
— Se você pensou que eu estava aqui para roubar, você se
enganou.
Obrigando-me a ser corajosa, continuei: — Por favor, deixe-me ir.
Eles se entreolharam e não demorei um minuto para perceber
que estavam se comunicando através dos olhos.Aquele que pensei ser o líder fez um gesto antes que um deles
saísse do escritório.
— Então... que tal eu simplesmente sair? — Eu sorri e fiz um
movimento para frente antes que minha visão fosse bloqueada.
— Ou não. — Eu dei alguns passos para trás.
— Olha, não há razão para eu estar mais aqui.
— Já te disse que não roubei nada. Apenas me deixe seguir meu
caminho. Eu tenho uma entrevista para ir.
Eles simplesmente me ignoraram.
Então...
Eu estremeci.
Imediatamente, o ar mudou.
O frio do escritório me atingiu, fazendo meu coração bater mais
rápido no meu peito.
Quase pude sentir uma onda de emoção, uma força poderosa
tentando provar sua fúria.
Agarrei minha bolsa com força, a sensação quase me derrubando.
Eu ouvi os passos raivosos antes de localizá-lo.
Eu juro...
Eu
parei
de respirar.
De pé, sua pose poderosa fez minha respiração ficar presa na
garganta.
Ele respirou com dificuldade, seu peito largo e musculoso
subindo e descendo como se ele tivesse acabado de correr uma
maratona.
Ele estava vestido de preto da cabeça aos pés; Terno preto
Armani, camisa e gravata que faziam seus braços poderosos e seu
peito parecerem quase vivos, quase desafiando qualquer um a
duvidar de sua ferocidade e gostosura.
Ele era lindo, quase como se tivesse sido ele quem se esculpiu;
maçãs do rosto que deixariam qualquer homem e mulher com
ciúmes, nariz reto e lábios vermelhos.
E seus olhos, meu deus, seus olhos eram de prata pura.
Foram os olhos mais intensos e frios que eu já vi na minha vida.
Ele passou os dedos pelo cabelo escuro, seus olhos prateados
quase prontos para encarar qualquer pobre alma estúpida o
suficiente para olhar em sua direção.
Seu brilho era quente o suficiente para apagar a existência da
humanidade.
Aquele era Mason Campbell.
O homem mais cruel do país.
Eu engoli em seco.
O homem saiu de seu caminho quando ele entrou. Seus
movimentos eram poderosos e confiantes.
Ele não olhou para mim enquanto se sentava atrás de sua mesa e
começou a examinar alguns arquivos.
Ninguém disse nada por cinco minutos, e eu estava começando a
ficar cansada e minhas pernas começaram a ficar dormentes.
Ninguém estava me reconhecendo e ninguém estava pronto para
me deixar ir ainda.
Mais cinco minutos antes que ele levantasse sua mão grande e
forte e me mandasse embora.
Soltei a respiração que estava prendendo e me virei para sair
quando recebi um olhar furioso de Gideon quando seus homens
começaram a deixar o escritório. Meu estômago caiu então.
Ele não me dispensou.
Todos eles foram embora e eu estava sozinha em sua presença
poderosa.
Tentei agir com naturalidade, mas, droga, estava falhando.
Eu fiquei congelada no meu lugar, mas continuei movendo meus
braços e pernas, apenas para poder parar de ficar tão nervosa.
Eu queria olhar para Mason Campbell, mas tinha medo de ser
transformada em cinzas ou em uma pedra.
Nenhum dos dois soou bem.
— Pare de perturbar minha paz, — sua voz suave, mas fria e
mortal.
Eu nem sabia que ele sabia que eu estava aqui.
Sem fazer nenhuma tentativa de esconder sua perturbação,
Mason Campbell fixou seu olhar mais sombrio em mim. a garota que
ousou perturbar sua paz.
— Ou eu farei algo a respeito.
Meu peito ficou tão apertado que mal conseguia respirar.
O medo bateu em mim. a imagem de mim mesma deitada fria e
morta em um lugar abandonado passou pela minha mente,
despertando emoções profundas em mim.
Quase fiz xixi na minha calcinha.
— Sente-se.
Com as pernas trêmulas, rapidamente me sentei em uma das
cadeiras à sua frente, decidindo que estaria mais segura se pudesse
ficar fora de sua vista. Mas eu não tive escolha.
— Por quê você está aqui? — ele perguntou sem tirar os olhos
dos papéis em que estava escrevendo.
Eu queria dar uma olhada, para ver como era sua caligrafia.
Era feia? Era linda?
Descobri que era linda, no entanto.
Eu me mexi na cadeira, desejando falar antes que ele ficasse com
raiva.
Lembro-me muito bem do que diziam sobre Mason Campbell.
As únicas emoções intensas que ele experimentou em sua vida
foram a raiva e a escuridão fria de seu próprio coração.
Eles disseram que ele tinha uma raiva tão forte que gelava os
ossos das pessoas.
Eu tinha pensado que era uma loucura, que ele não pudesse ser o
que todos dizem sobre ele, mas eu estava começando a pensar o
contrário. — Eu... eu... eu... eu..., — gaguejei de medo, a frase que
pretendia dizer estava encolhida atrás do meu coração.
Mason parou de escrever e de repente olhou para mim.
Os poderosos olhos prateados que colidiram com os meus me
fizeram engolir em seco.
Ele continuou a fazer buracos em mim com um olhar
decididamente aguçado.
— Cuidado com o que você diz, — disse ele antes de inclinar a
cabeça.
— Eu... assusto você?
Lambi meus lábios antes de falar, — Isso é uma pegadinha? — Eu
calmamente perguntei.
Não obtendo resposta alguma, acrescentei: — S... sim — .
Ele ergueu uma sobrancelha perfeita.
— Oh?
— Eu não quero dizer nada de errado que pode resultar na minha
morte — .
— As pessoas dizem que você é um assassino cruel que tem
prazer em matar suas vítimas ou fazê-las desaparecer.
Eu nem percebi o que tinha dito até que me dei conta.
Meus olhos se arregalaram e coloquei a mão sobre a boca.
Com a mandíbula apertada, ele passou a mão pelo rosto.
— Você faria bem em lembrar com quem está falando, senhorita,
— ele avisou com seu olhar prateado duro como gelo e sua voz
profunda igualmente fria.
— Hart, — eu respondi, minha voz tremendo.
— Lauren Hart. E. claro, Sr. Campbell.
— Senhorita Hart, eu não gosto de me repetir.
Por quê você está aqui? — ele empurrou, sua voz mais alta desta
vez.
Mais alto, e misturado com raiva e impaciência crepitantes.
— Estou aqui para uma entrevista. Eu não queria estar aqui. Fui
empurrada contra uma porta e a única saída foi por um elevador que
me trouxe até aqui. Eu sinto muito.
— Se você fizer a gentileza de me deixar ir, irei embora.
— Eu não sou gentil, — ele falou como se estivesse enojado com
uma palavra que ele não estava familiarizado.
— Claro. Se você tivesse sido gentil o suficiente?
Esticando-se em toda a sua altura, o Sr. Campbell ergueu uma
sobrancelha.
Um desafio.
— Sem diferença.
Eu estava muito irritada quando encontrei seu olhar aquecido
com o meu olhar frio.
— Poderia me deixar ir, por gentileza? Eu não quero incomodá-lo
mais.
— Você tem um dicionário, Srta. Hart? — Ele perguntou sem
nem piscar.
— Essas são as únicas palavras que você conhece? — Quando
tentei responder, ele me cortou.
— Era uma pergunta retórica.
— Oh.
— De fato, — ele respondeu em um tom que me fez pensar se ele
pensava que eu era uma idiota.
— Passe-me seu currículo.
Eu o estudei por um longo e desconfortável momento.
— Quer ver meu currículo?
— Estou falando sua língua, não estou? Passe-me seu currículo.
Eu rapidamente passei meu currículo para ele enquanto ele o
estudava.
— Hmm. Você estudou na Knight - obviamente, eu não esperava
que você tirasse boas notas.
— Teve apenas dois empregos. Experiência zero, — falou consigo
mesmo, enunciando cuidadosamente cada palavra.
Seu rosto se contorceu em uma estranha mistura de pena e
reprovação.
— Quando você veio para cá, espero que não tivesse esperança de
conseguir o emprego. — Pelo que estou vendo aqui, você não está
qualificada o suficiente para trabalhar na Indústria Campbell, Sra.
Hart, — ele rebateu, cada fibra de seu ser me desafiando a afirmar o
contrário.
Eu encontrei seu olhar com um brilho de aço, minha raiva pronta
para explodir em mim.
Pressionei meus lábios e esperei que ele não notasse os músculos
estremecendo em meu rosto.
— O que? Não vou conseguir o emprego? — Eu perguntei, suas
palavras mergulhando como uma faca habilmente empunhada
direto no meu coração.
Eu sabia quando vim aqui que não tinha chance, mas isso não
significava que não estava sofrendo.
Essa era minha única chance de conseguir um emprego perfeito
com um bom salário.
Queria dizer que não deveria ser entrevistada por ele, que foi
uma Mary Warner que me ligou para uma entrevista.
Mas fui uma covarde.
— Vocêvai chorar? — ele perguntou, inclinando a cabeça para o
lado.
— Não... eu só-
— Bom. Porque eu odeio mulheres fracas que não são fortes o
suficiente para lidar com a verdade Enxugue suas lágrimas antes de
deixar seu DNA aqui.
Eu enrijeci, uma veia na minha testa começando a latejar.
— Obrigado pelo seu tempo, Sr. Campbell.
Meu coração batia forte de raiva enquanto tentava me levantar e
deixar seu escritório sangrento e sua personalidade horrorosa. —
Mas... você está qualificada para uma coisa. Há uma vaga de
emprego que combina com você. Você gostaria de ser minha
assistente? Não deixe a palavra chegar à sua cabeça, no entanto.
— Você vai simplesmente fazer minhas tarefas, atender minhas
ligações e buscar chá para mim. Seu salário, é claro, não vai ser
muito.
Eu dei uma série de respirações longas e profundas até que a
tensão em mim começou a diminuir.
— Sr. Campbell se você apenas-
— É pegar ou largar. Há uma fila de pessoas que se lançariam
neste trabalho.
Fechando meus olhos, apertei a ponta do meu nariz e reprimi a
vontade de jogar minha cabeça para trás e gritar. — Sim mas-Ele
desviou o olhar de mim e olhou para os papéis à sua frente.
— Tenha um bom dia, Sra. Hart.
Parte de mim gritava que era um bom trabalho e outra gritava
que não merecia ser pisada, mas a outra parte que gritou mais alto
venceu.
— Está bem! Eu aceito o trabalho. — Apertando os lábios, engoli
a amargura subindo em minha garganta e, em vez disso, olhei para
ele com desdém.
— Sr. Campbell, você está ouvindo?
— Eu disse que aceito o trabalho. — Meu corpo inteiro vibrando
de agitação, eu apertei minhas mãos em punhos brancos sob a mesa
enquanto ele me ignorava.
— Vejo você na segunda-feira às oito horas, — ele dispensou, sem
se preocupar em olhar para mim.
— Muito obrigada! Eu não vou—
Ele interrompeu: — Retire-se.
Que idiota. Eu silenciosamente sai do escritório, minha mente
repassando os 20 minutos de conversa que tive com ele, e durante
esses minutos, ele nunca disse nada de bom para mim.
Como alguém pode trabalhar para uma pessoa assim?
Lembre-se, Lauren. Você trabalha para ele agora. Oh sim, que
pena para mim.
Se eu não estivesse tão desesperada para encontrar um emprego,
não teria concordado em trabalhar para ele.
Mesmo que o salário não fosse o que eu queria, eu aceitaria sua
oferta.
Eu não ia negar, tinha pensado em não aceitar, mas me lembrei
do meu pai e de como isso era importante para ajudá-lo.
Só espero sobreviver trabalhando para Mason Campbell.
Capítulo 2
Meu primeiro dia na Indústria Campbell foi ótimo, tão bom que
eu gostaria de poder reviver o dia indefinidamente.
Pense na melhor coisa que já aconteceu com você, agora
multiplique por cem. Era assim que eu estava me sentindo.
Conseguem notar o sarcasmo?
Aquele dia foi assim.
Não me lembrava da última vez que acordei para me preparar
para o trabalho ou para ficar animada e nervosa ao mesmo tempo.
Eu mal havia dormido na noite passada.
Minha mente continuava me dizendo que eu iria trabalhar para
Mason Campbell. Em algum momento, continuei me beliscando,
pensando que não era nada além de um sonho.
Quando contei para Beth, minha melhor amiga e colega de
quarto, ela teve a audácia de rir na minha cara e me chamou de
mentirosa.
Ela não acreditava que eu poderia falar com Mason, que eu não
era importante o suficiente para trocar palavras com ele e estar em
sua presença.
Ela achava que eu tinha encontrado trabalho em algum lugar
nojento e eu não queria contar a ela sobre isso, então comecei a dizer
que estava trabalhando na Indústria Campbell.
Se eu disser que não fui profundamente insultada, estaria
mentindo.
Ela estava falando como se Mason fosse um Deus que não podia
ser abordado.
Mas deixe-me dizer uma coisa, Mason não era um Deus ou um
anjo.
Ele não era alguém que distribuiria doces para crianças e diria
palavras bonitas que fariam qualquer um sentir calor no estômago.
Ele era o demônio.
Mason era alguém que arrancava doces das crianças e comia na
frente delas.
Ele era alguém que empurrava você na frente de um carro em
movimento.
Ele era alguém que diria poucas palavras o suficiente para fazer
qualquer pessoa ter um ataque cardíaco ou deixar uma cicatriz no
coração.
No entanto, havia uma coisa boa sobre ele.
Ele era bonito, isso eu não podia negar.
Por que os homens bonitos eram rudes, frios e sem coração? Eu
falo por experiência própria.
O último namorado bonito que tive alguns anos atrás me traiu.
Ele disse que eu era chata e exigente. Que idiota.
Ok, talvez isso não fosse motivo suficiente.
Mas e aqueles caras lindos para quem sorri e levei um fora, hein?
Enfim, Mason era o maior idiota de todos eles.
O idiota disse que eu não era inteligente. Ele ousou zombar da
minha escola.
Foi tudo adorável comparado ao que ele disse sobre eu não ter
nenhuma experiência.
Eu só podia imaginar como seria horrível trabalhar para ele.
Talvez ele estivesse de mau humor na outra vez? Talvez ele
realmente não fosse tão ruim e eu o tenha julgado mal.
Seja como for. eu seria a melhor assistente com quem ele já
trabalhou.
Eu não daria a ele um motivo para me atacar e zombar de mim.
Acordei cedo, me vesti e fiz minha cara de corajosa e feliz.
Sem me preocupar em acordar Beth e dizer a ela que estava indo
embora porque a vadia poderia dizer algo que eu não gostaria,
peguei tudo e deixei nosso apartamento.
Na minha opinião, o que eu estava vestindo era a melhor coisa
que pude encontrar no meu armário.
Eu poderia usar um vestido bonito para um casamento ou uma
ocasião especial, mas não conseguia acreditar que estava usando
para trabalhar.
Nem pude acreditar na hostilidade que vi quando pus os pés na
empresa.
Aparentemente, espalharam a notícia de que eu era a nova
assistente do chefe.
Isso não acontecia há um tempo.
Ignorando os poucos olhares que recebi, pressionei meu dedo
suado no botão que me levaria ao andar do Sr. Campbell.
No minuto em que a porta se abriu, eu saí.
Meus pés estavam tão nervosos que se tivessem vontade própria,
teriam saído correndo de lá e me deixado sem pernas.
Quando pisei no prédio, não fazia ideia para onde iria.
Eu não poderia simplesmente invadir o escritório do Sr.
Campbell e exigir saber onde ficava minha mesa.
Além disso, não achei que ele tivesse chegado ainda.
— Lauren Hart?
Virei-me ao som do meu nome e Fiquei cara a cara com uma
linda mulher.
Ela era tão linda e se vestia tão bem. Eu estava com inveja dela.
Tudo que eu queria fazer era puxar seu cabelo e estragar sua saia
e blusa.
Eu queria bagunçar aquela mulher e não sabia por quê.
Ah, eu sabia por quê. Ela estava muito melhor do que eu.
Deus sabe o que ela vê quando olha para mim.
Eu sei o que vejo quando olho para mim mesma.
Ela parecia ter vinte e quatro ou vinte e cinco anos.
— Sim? — Eu respondi educadamente. Eu até sorri.
Ela sorriu de volta? Não.
— Meu nome é Jade. Estou um pouco surpresa em vê-la aqui tão
cedo, embora seja uma coisa boa. O Sr. Campbell não gosta quando
seus funcionários chegam atrasados ao trabalho — .
Eu queria dizer — Você não veio um pouco mais cedo do que eu,
vadia? — mas em vez disso, sorri novamente.
— Tenho certeza de que ninguém quer. Estou acostumada em
acordar cedo.
— Sr. Campbell não precisa se preocupar comigo chegando tarde.
— Hmm. — Ela acenou com a cabeça, enquanto mastigava a
caneta e decidiu me dar uma olhada, claramente não gostando do
que viu.
— Ninguém me disse como é a nova assistente do Sr. Campbell,
mas devo dizer que estou um pouco desapontada. Eu esperava
muito mais do que havia imaginado. Mas acho que ele teve pena de
você.
— Se eu fosse ele, também teria pena de você.
Não queria mais bagunçá-la, eu queria matá-la e enterrá-la bem
fundo, e o que restaria de seu cadáver podre seria apenas ossos e
crânio.
O chefe e os funcionários eram todos iguais?
Todos eles agem como se fossem melhores do que todos.
Eu sorri amplamente.
— Acho que ele viu o que não viu em ninguém.
Eu devo ter sorte então.
O olhar assassino em seu rosto me deu um pouco de satisfação.
— Que seja. Siga-mee mostrarei sua mesa.
Eu a segui de perto, meus olhos lançando punhais em suas
costas.
No minuto em que ela se virou, coloquei um sorriso doce no
rosto.
Ela apontou para uma mesa que tinha um laptop branco.
A escrivaninha estava bem encostada na parede, ao lado de uma
grande porta dupla.
'Você vai ficar sentada aqui, — disse ela.
— Você pode colocar só uma coisa pessoal em sua mesa porque o
Sr. Campbell não gosta de muita bagunça. Seu trabalho é atender o
telefone e completar suas tarefas.
— Entendeu?
— Sim.
— Muito bem. Bem-vinda à Indústria Campbell. Veremos quanto
tempo você vai durar.
Mordi minha língua e forcei a respiração pelo nariz.
— Eu garanto que durarei mais do que você. — Observei sua
sobrancelha se contrair, mas ela não disse nada. Ela se afastou,
deixando que eu me acomodasse.
Não demorou trinta minutos antes que o Sr. Campbell entrasse
como uma tempestade pronta para sugar todos para seu vórtice.
Seu rosto não continha emoções e aqueles olhos frios de pedra
poderiam acabar com a existência de qualquer um.
Eu Fiquei paralisada, incapaz de desviar meus olhos da
musculatura de seus braços, peito e pernas.
A maneira como seu terno Armani azul se agarrava a seu corpo
como uma segunda pele.
Havia uma letalidade perfeita e predatória em seus movimentos
enquanto caminhava.
Meu coração batia forte de fascinação.
Ele era um homem poderoso, incrível em todos os sentidos, e a
simples visão dele agora, em sua glória, quase me fez cair de joelhos.
Foi como se o visse pela primeira vez.
Todos acenaram com a cabeça dando bom dia para ele, mas ele os
ignorou e passou com mais graça do que eu já tinha visto em
qualquer pessoa, enquanto ele entrava em seu escritório.
Ele era tão rude.
Fiquei em minha mesa por alguns minutos antes de reunir
coragem e me aproximar de seu escritório.
Eu bati na porta dele. Uma, duas vezes e não tive resposta.
Eu bati novamente.
Bem alto desta vez.
— O quê?! — Sua voz era profunda e estrondosa.
Parecia que roncava fortemente dentro do prédio.
Engolindo a bile que havia subido na minha garganta, girei a
maçaneta e empurrei a porta.
Entrei em seu escritório frio e fechei a porta atrás de mim.
— Bom dia, senhor, — eu o cumprimentei enquanto meu coração
batia forte no meu peito.
O Sr. Campbell levantou lentamente a cabeça para olhar para
mim.
Ele parecia mais assustador do que eu poderia ter imaginado, e
eu não pude controlar o estremecimento que sacudiu meu corpo
quando aqueles olhos prateados estavam fixos em mim.
Não havia nada familiar em seu olhar.
Prendi a respiração.
Seu olhar vagou sobre mim. uma ação quase preguiçosa.
Eu senti tédio. Eu senti aborrecimento.
Uma distância que era quase gelada o separava.
Nossos olhos ficaram presos por um longo e estressante
momento.
Cem sentimentos passaram por mim naquele instante. Era como
se tudo no mundo tivesse parado.
Aquele homem... ele era assustador. E posso ter acidentalmente
vendido minha alma para ele.
— Sim? Posso ajudar? — Ele latiu.
Eu o encarei, incapaz de entender o que ele quis dizer com isso.
Eu não tinha permissão para cumprimentá-lo até que ele precisasse
de mim?
Antes que eu pudesse dizer algo, ele disparou mais perguntas
para mim.
— Como você chegou aqui? Quem te deixou entrar? — Ele
apertou um interfone e falou nele.
— Quem deixou esta mulher entrar?
— Eu te pago para deixar algum estranho entrar em meu
escritório?! — Como assim — que mulher — ? Você está demitido!
Ele estava levantando a voz para o pobre recepcionista.
Foi uma voz que representou morte súbita para mim.
— Por favor, Sr. Campbell, você me contratou para ser sua
assistente. Lauren Hart, lembra?
Eu perguntei em uma voz sufocada e suplicante.
Meu coração estava batendo forte e eu não conseguia me mover.
Meu instinto mais profundo me alertou para não irritar mais este
homem.
Ele era como uma tempestade implacável, uma força com a qual
não se pode contar.
Mason ergueu as sobrancelhas enquanto me observava,
apontando a caneta para mim ao se lembrar.
— Você certamente parece diferente. Bem. não tão ruim quanto
você estava no outro dia, é um progresso.
— Sim, senhor, — respondi, lutando para manter meu tom leve e
simples.
— Vou tentar corresponder às expectativas desta empresa.
Mason ergueu as sobrancelhas enquanto me observava,
apontando a caneta para mim ao se lembrar.
— Você certamente parece diferente. Bem, não tão ruim quanto
você estava no outro dia, é um progresso.
— Sim, senhor, — respondi, lutando para manter meu tom leve e
simples.
— Vou tentar corresponder às expectativas desta empresa.
Finalmente afastando os olhos de mim, ele respondeu: — Não
vejo como isso será possível. Sra. Hart.
Eu o observei rabiscar algo em um pedaço de papel.
— Pegue isso. — Eu rapidamente me movi para pegar o papel
dele, nossos dedos quase se tocaram no processo se ele não o tivesse
soltado imediatamente antes de acontecer.
— Esse é o meu e-mail e a senha.
— Responda todos os meus e-mails. Ignore aqueles que não são
relevantes. Não agende uma reunião sem antes me consultar. Sob
nenhuma circunstância. Sra. Hart, torne nenhum dos meus e-mails
públicos.
— Mantenha meus e-mails privados. Se eu descobrir que você
mencionou isso com alguém, família ou amigo, garanto que você se
arrependerá profundamente.
Meu coração começou a bater mais rápido e odiei o fato de que
ele pudesse evocar essa ansiedade em mim. E ele estava fazendo isso
intencionalmente.
Claro, ele estava.
— Todas as manhãs exatamente às 9h, você vai me buscar o meu
chá, não o café. Eu gosto de preto Não deve ser muito frio ou muito
quente.
— Todos os arquivos que preciso assinar devem estar na minha
mesa antes de eu chegar aqui.
— Não entre em meu escritório e visitantes não são permitidos
das doze às uma. Você pega meu almoço no restaurante Roseire. É
uma hora de carro e não me importa como você chega lá. Basta pedir
o meu de costume.
— Lembre-se de que preciso dele quente e na minha mesa às 2. Se
esfriar, deduzirei o preço do seu salário.
Ele estava falando sério?
Deus, ele é tão mandão.
Sentado ali. declarando suas ordens como se ele governasse a
terra ou algo assim.
Deus, se este homem governasse o mundo, estaríamos todos
condenados.
Não passei muito tempo em sua presença, mas podia dizer que o
mundo iria sofrer em suas mãos.
— Você está me ouvindo? — Ele parecia indignado.
Raiva emanava de seu rosto, seu olhar viajando criticamente
sobre mim.
Algo sombrio cintilou em sua expressão que fez meu estômago
revirar.
Engolindo em seco, eu balancei minha cabeça.
Seus olhos se estreitaram. — Não acene.
Responda quando estiver falando com você, entendeu?
— Sim senhor. — Eu olhei para baixo antes de olhar para ele.
A expressão feroz em seu rosto me encheu de terror.
Ele continuou com seu tom frio e implacável.
— Eu assumi a responsabilidade de dar isso a você. — Ele jogou
o que parecia ser um manual para mim. — Leia-o. Siga isso. Se você
quiser estar aqui em uma semana.
— Eu prometo que não vou decepcionar você, — eu disse,
calmamente.
— Eu não me importo se você me decepcionar, Sra. Hart. Eu
ficaria feliz. Isso só provaria o que penso sobre você Não pense que
você entrou oficialmente na Indústria Campbell. — — Você está
sendo julgada. Qualquer erro vai tirar você daqui mais rápido do
que você pode piscar. Como eu disse, você não é a única que
adoraria ter esse emprego.
— Pessoas com mais talento do que você. — Ele entrelaçou os
dedos na frente dele.
— E não coloque na sua cabeça que você é especial.
Filho da puta.
Uma resposta saltou aos meus lábios, mas ele me silenciou com a
mão levantada.
— Isso é tudo.
Eu me virei e silenciosamente deixei o escritório.
Eu senti como se tivesse acabado de ouvir que alguém que eu
conhecia morreu e eu estava de luto por essa pessoa.
Eu nem sabia o que pensar.
Eu sabia que Mason Campbell era muitas coisas, e ser um homem
rude era uma delas, mas nunca soube que ele era tão rude.
Sem fazer contato visual com ninguém, fui até minha mesa.
Sentei-me, contando de um a dez antes de voltar minha atençãopara o manual do funcionário que recebi.
Eu estava prestes a começar a folheá-lo quando ouvi uma tosse.
Eu levantei minha cabeça e encarei Jade, que estava me dando
uma cara de — Eu te odeio, mas não há nada que eu possa fazer
sobre isso — .
— Sim?
Ela revirou os olhos.
— Eu devo te dar um maldito tour, como se eu não tivesse nada
melhor para fazer com meu tempo, — ela zombou, Virando-se sem
esperar que eu dissesse nada.
Eu encarei sua forma recuada, me perguntando se ela estava de
TPM ou se sua maldade era natural. Todos ali eram horríveis?
Não me lembrava da última vez que me vi cercado por pessoas
tão vis.
Mesmo o ensino médio não era tão ruim e isso dizia muito.
A senhorita cara de vaca provavelmente pensava que era uma das
melhores pessoas nesta empresa, alguém que pisaria em seu pé não
importando o que achasse e alguém que pensava que todos
precisavam seguir.
Bem, eu não seria a cadela de ninguém.
Eu olhei para o manual novamente, abrindo a primeira página.
— Você não vem? — Eu ouvi Jade gritar para mim.
Olhando para seu rosto zangado, levantei uma sobrancelha.
— Oh, eu não sabia que você queria que eu a seguisse. Você
deveria ter dito isso.
Fechei o manual e me levantei para segui-la.
Os próximos trinta minutos foram tão chatos.
Jade me mostrou todos os cômodos do prédio e eu sabia que não
iria me lembrar de todos os lugares porque não estava dando toda a
minha atenção.
Quase dancei de alegria quando voltei a me sentar na cadeira.
Finalmente acabou.
Estar na presença de Jade sugou toda a pouca felicidade que
ainda tinha em mim.
Exatamente às oito e cinquenta e cinco, corri para pegar o chá do
Sr. Campbell.
Fiz uma pausa, tentando me lembrar se ele me disse quanto
açúcar queria ou se queria mesmo.
Eu me arrisquei muito e não coloquei açúcar no chá dele.
Isso poderia me salvar ou me expulsar da empresa.
Quando ele me deu permissão para entrar em seu escritório, eu o
fiz com muita calma, pela primeira vez sem medo.
Eu mantive o chá na frente dele e esperei ser convidada a sair.
O Sr. Campbell demorou a terminar em seu laptop antes de pegar
o chá.
Suspirei de alívio quando ele não começou a gritar sobre a falta
de açúcar.
— Pode ir, — ele disse, friamente.
Ele ainda não havia olhado para mim.
— De nada, senhor, — eu disse, virando-me para sair do
escritório.
Sua voz me impediu de me mover.
— O que você acabou de dizer? — Havia descrença em seu tom,
raiva. Uma onda de raiva terrível que fez minhas pernas tremerem.
— Você está sendo sarcástica comigo. Sra. Hart?
Eu balancei minha cabeça, tentando apontar o momento exato em
que meus sentidos deixaram meu corpo.
Eu não estava sendo sarcástica. Como eu poderia saber que tinha
um chefe como ele?
Foi simplesmente um instinto que me fez dizer aquilo.
— Me desculpe senhor. Eu não quis ofender. — Eu não pude
contar quantas vezes eu tinha me desculpado desde o momento em
que o Conheci.
E algo me disse que havia mais por vir.
Ele estreitou os olhos, tentando me quebrar e provar a ele que eu
era fraca e incapaz de lidar com a pressão.
Pelo menos, era isso que eu pensei que ele estava fazendo.
— Pode ir.
Eu corri para fora de lá, respirando corretamente quando estava
fora de seu olhar penetrante.
Uma risada baixa começou e girei ao redor do culpado.
Um cara alto e magro estava olhando para mim, seus lábios se
curvaram em um sorriso malicioso.
Ele tinha cabelo curto e escuro nas laterais, e a ponta no meio era
um pouco longa e bagunçada.
Quando ele me viu olhando, ele cruzou para o meu espaço.
— Parabéns, — disse sua voz profunda com uma sugestão de
piada.
— Você sobreviveu a duas visitas ao escritório dele. Merece uma
comemoração.
Eu não pude deixar de sorrir.
Um, porque eu sabia que ele provavelmente estava dizendo a
verdade, e dois, porque eu sabia que gostaria dele. Ele era diferente
de como eu o via.
Fazendo uma pequena reverência que rendeu outra risada dele,
eu disse: — Você gostaria de gravar isso em um copo e entregá-lo à
minha mesa?
— Oh, inteligente. Você vai gerar sua própria satisfação.
Combinado.
Eu estendi minha mão, meu sorriso ficando mais amplo.
— Eu sou Lauren. Lauren Hart.
O cara de cabelos ruivos soltou uma mão de sua xícara e
balançou a cabeça.
— Prazer em conhecê-la, Lauren. Sou Aaron Hardy. É muito bom
ver alguém saindo do escritório do chefe sem uma lágrima.
— Pode me chamar de corajosa.
Ele acenou com a cabeça, inclinando a cabeça para o outro lado
para me estudar.
— Ou idiota. Por que você aceitou o trabalho? — Ele perguntou, e
antes que eu pudesse responder, ele me interrompeu com um
exclamação: — Ah! Eu acho que entendi.
— É o pagamento, não é? Sempre é pelo salário.
Eu revirei meus olhos. — Tipo isso. Eu preciso do dinheiro.
— Ah.
— Você é foi legal comigo. Como isso é possível? Todo mundo
me odeia ou ainda não me odeia. São todos tão tensos. Tipo, galera,
pega leve.
Ele riu com seus ombros tremendo. — Confie em mim quando
digo que eles estão com inveja de você. O Sr. Campbell não contrata
- desculpe minha escolha de palavras - alguém como você.
— Ele gosta de funcionários da classe alta, pessoas que não
envergonhariam sua empresa. Mas eles acham que você pode ser
especial para ele.
Eu bufei.
— Isso é tão estúpido. Ele me odeia.
— Ele odeia você tanto quanto odeia a todos. Não é pessoal.
— Eu quero saber porque.
— É isso, minha querida Lauren, que sempre ficamos nos
perguntando, — ele disse, piscando para mim.
— Vamos voltar ao trabalho antes de termos que fazer hora extra.
Eu pisei ao lado dele, parecendo surpresa.
— Você está falando sério?
— Não, — ele respondeu rapidamente. — Ele não é tão cuzão.
Eu parei de andar, dando a ele meu melhor olhar de — Você está
brincando comigo — . Ele se virou e encolheu os ombros.
— Ok, talvez ele seja um cuzão.
— Um cuzão classudo, se você me perguntar.
Alguém pigarreou e eu congelei em choque, Meu coração
disparou.
Foram as risadas de Aaron que pareceram me deixar aliviada.
— Meu deus, — ele se dobrou de tanto rir. — Você deveria ter
visto seu rosto. Você pensou que era ele.
— Não era?
— Não, mas você deve ter cuidado com suas palavras.
Uma garota de cabelo verde sorriu para mim, passando o braço
em volta do pescoço de Aaron.
— Esta é a nova garota?
Eu me endireitei, empurrando meus ombros para cima e olhei
direto em seus olhos.
Ela deu uma risadinha.
— Calma, menina, eu não mordo, — disse ela, divertindo-se
comigo tentando me manter firme.
Eu imediatamente relaxei, percebendo que ela não queria fazer
mal. Nenhum sinal de desdém. — Eu sou Athena.
Eu levantei uma sobrancelha.
Ela sorriu. — Minha mãe é esquisita.
— Lauren. Você tem cabelo verde e ainda não foi demitida.
Eu sabia com certeza que Mason nunca, jamais contrataria
alguém com cabelo verde.
— Isso é porque ele não pode me despedir. Eu sou a tia dele.
— O que?! Mas você não parece ter mais do que...
— 23? — Perguntou Athena.
— Sim, já ouvi isso várias vezes. Ele é mais velho do que eu, mas
eu sou tia dele, blá, blá, blá. A mãe dele é minha meia-irmã.
— Uau. — Ela deve ser a única pessoa com quem ele seria bom.
Athena olhou para meu rosto confuso.
— Ah. querida, só porque eu sou a tia dele, não significa que eu
não tenha que aguentar as merdas dele também.
— Sim, mas você é a única pessoa que ele respeita, — disse
Aaron.
Ela encolheu os ombros como se não fosse grande coisa. Nunca
pensei que o Sr. Campbell fosse capaz de respeitar alguém.
Seu ego do tamanho da Terra não seria capaz de lidar com tal
coisa.
Para um homem que exigia respeito em todos os lugares que ia.
era estranho imaginar aquilo.
— Vamos voltar ao trabalho.
Eu dei um tapinha no ombro de Aaron antes de ir para a minha
mesa.
Eu tinha um dia longo e doloroso pela frente.
Capítulo 3
— Cheguei! — Tirei os sapatos perto da porta e andei descalça
pelo apartamento.
Eu podia ouvir sons barulhentos vindos da cozinha e decidi
investigar.
Uma pequena risada me escapou quando vi Beth pairando sobre
a ilha, coberta de farinha.
Era isso que Beth fazia, ela cozinhava quando estava estressada -
e ela realmentefaz o bolo mais delicioso de todos os tempos.
É estranho que. quando ela não está estressada, ela não conseguia
fazer um bom bolo.
Ficava muito doce ou meio queimado.
Eu nunca consegui entender como isso funcionava.
Ela olhou para cima e limpou a farinha na bochecha, errando
completamente o lugar.
— O que temos aqui? — Aproximei-me da tigela de glacê,
mergulhei meu dedo dentro antes de colocá-lo na boca.
Eu balancei a cabeça em aprovação. — Mm. gostoso.
— Como foi o trabalho?
Como se ela tivesse arrancado a bandagem de mim, gemi e fui
atingida pela raiva e pela humilhação.
— Estou pronta para desistir.
Ela ergueu as sobrancelhas. — Você não gosta da loja?
— Loja? Que loja? Você ainda acha que eu não trabalho na
Indústria Campbell? Você acha que eu simplesmente mentiria
assim? Por que é que eu mentiria sobre isso? Porque eu não mereço?
— Você acha que outra pessoa deveria ter o emprego? — —
Caralho, um simples não teria bastado. Ok, eu acredito em você.
Deus, apenas cale a boca e me diga o que está te incomodando tanto.
Eu me virei e saí da cozinha, ouvindo seus passos atrás de mim.
- Aquele desgraçado do Mason Campbell. Ele é um pesadelo,
Beth.
— Ele me odeia e me ridiculariza a cada chance que tem, —
reclamei, meus punhos se fechando quando me lembrei de como ele
tinha sido rude desde que o Conheci.
— Ele é o infeliz mais ingrato de todos.
— Quem diabos ele pensa que é? AFF!
Eu sentei no sofá e cruzei as pernas.
— Então saia.
Eu olhei para ela.
— Você está louca? — Eu perguntei. — Eu preciso do dinheiro e
você sabe por quê. Eu tenho que cuidar do meu pai. Eu sou tudo o
que ele tem.
Parei quando minha voz começou a falhar.
Não queria abrir velhas feridas, não queria pensar na mulher que
nos deixou.
— O que você vai fazer então?
— Seguir em frente. Não é o fim do mundo.
Ela sorriu e bateu no meu braço. — Isso mesmo, garota. Basta
levantar a cabeça bem alto. Sorria quando ele for um idiota, sorria
quando ele for um cuzão. Não o deixe te ver frustrada.
— Tenho certeza que ele vai ficar tão chateado que você não vai
reagir às suas palavras ou ações.
De repente, pulei do sofá e a abracei.
— Você tem razão! — Exclamei, a frustração anterior de repente
foi substituída pelo velho eu feliz e alegre.
— Quando alguém for rude, mate-o com um sorriso. Você é
incrível, Beth Wallace.
— Eu sei. — Ela sorriu.
— Agora que deixamos isso de lado, quando você vai me
apresentar a ele? Eu quero vê-lo, Laurie!
— Eu quero olhar dentro daqueles olhos e ver seu corpo forte que
coloca as mulheres em coma. Eu quero vê-lo! — — Quero saber
como é ser seduzido com apenas um olhar. — Ela jorrou, seus olhos
brilhavam cada vez mais.
Peguei um travesseiro e bati nela.
— Ele não é meu namorado, nem um amigo a quem posso apenas
apresentar. Ele é meu chefe e nós dois estaremos mortas antes que
isso aconteça.
— Mantenha suas fantasias na internet. — Fui para o meu quarto
para tomar um banho.
Era meio-dia e meia e eu ainda estava respondendo os e-mails do
Sr. Campbell.
Eram tantos que eu havia perdido a conta de quantos respondi.
Alguns foram enviados de outras empresas que queriam marcar
uma reunião com ele. alguns eram de clientes e outros eram e-mails
pessoais de sua família.
Eu tinha marcado reuniões importantes e, quando chegou uma
hora da tarde, estava feliz com meu progresso.
Uma luz azul apareceu na minha caixa de entrada e eu cliquei
nela, chocada ao ver o destinatário, mas mais chocado ao ver o
assunto do e-mail.
Abra agora.
Uma demanda.
Uma ordem.
Deus, Mason Campbell era um homem rude.
Cliquei no e-mail.
Sra. Hart,
Você deve ir a este endereço antes de vir trabalhar e perguntar
por Peter Walsh. Certifique-se de que você não está nem um minuto
atrasado para o trabalho.
Mason Campbell.
Bem. pelo menos seu e-mail parecia melhor do que o que ele teria
realmente dito pessoalmente.
Eu rapidamente digitei uma resposta.
Sr. Campbell,
Recebi sua mensagem e será feito. Devo receber algo do Sr.
Walsh? Tenha uma boa noite.
Gentilmente,
Lauren Hart.
No minuto em que enviei, tive vontade de cancelar o envio.
Eu sei com certeza que um e-mail rude logo chegaria por eu ter
feito uma pergunta estúpida.
Se ele quisesse que eu pegasse algo, ele teria mencionado.
Deus, eu sou tão estúpida.
Mordi meus dedos e olhei para a tela, esperando por uma
resposta que com certeza temeria.
Eu poderia imaginar várias respostas dele. Eu teria incluído se
houvesse mais a dizer.
Ou algo como: — Não te dei permissão para enviar uma resposta.
Revirei os olhos porque não era impossível para ele dizer isso.
Cinco minutos se passaram e não havia nada.
Ele pode estar ocupado ou não achou necessário me responder.
Meus olhos se abriram e levei cinco segundos antes que eu
pudesse notar que o céu estava claro e não escuro.
Eu engasguei e verifiquei a hora, vendo claro como o dia.
7:10.
Eu gritei e pulei da cadeira, quase tropeçando e caindo no chão.
Pulei no chuveiro e me vesti em cinco minutos.
Aquele foi o banho mais curto que eu já tomei.
Carregando meus sapatos na mão, saí e chamei um táxi.
Eu rapidamente dei a ele o endereço que o Sr. Campbell me
enviou e recostei-me no assento.
Oh deus.
Eu ia me atrasar no meu segundo dia.
Eu não conseguia nem imaginar como o Sr.
Campbell reagiria ao meu atraso.
Especialmente Jade, que adoraria nada mais do que me ver ser
despedida.
— Você pode, por favor, se apressar? Não quero chegar atrasada,
— eu disse ao motorista impacientemente, verificando a hora
novamente.
7:17.
No minuto em que o carro parou em um prédio, pedi ao
motorista para esperar por mim.
Corri para dentro e caminhei até o recepcionista.
— Peter Walsh, — eu perguntei sem fôlego. — Sou da Indústria
Campbell e estou aqui para ver o Sr. Walsh.
— Ele acabou de sair, — respondeu ele, selando meu atestado de
óbito.
— O que? — Tentei não explodir e gritar ao mesmo tempo.
— Quando ele vai voltar? Eu realmente preciso vê-lo.
— Sinto muito, senhora, mas você tem que esperar uma hora para
vê-lo. Ele acabou de sair para sua atividade matinal.
— Uma hora? Não tenho nem vinte minutos! Obrigado pelo seu
tempo.
Corri para fora e entrei no táxi, dando-lhe o endereço do trabalho.
O suor começou a se formar na minha testa e minhas mãos
começaram a tremer de medo.
Demorou muito antes de conseguir sair do táxi e entrar na
Indústria Campbell.
Eu senti como se todos os olhos estivessem em mim. mas na
realidade, todos estavam fazendo seu trabalho.
Meus saltos clicaram quando eu levantei o chão e o rosto
presunçoso de Jade me cumprimentou.
Eu sorri, tentando não mostrar o quão preocupada e assustada
estava.
— Bom dia, Jade.
— Que manhã agradável, Lauren. Você não acha? — Ela zombou
levantando uma sobrancelha.
— É, acho.
Passei por ela para ir para o escritório do Sr. Campbell.
Eu só queria colocar alguns arquivos em sua mesa e voltar para a
minha antes que ele me encurralasse em seu escritório.
Abrindo a porta, quase dei um passo para trás quando o vi
sentado em sua cadeira, falando ao telefone.
Eu não esperava vê-lo. Como assim?
E o escritório dele, então é claro que ele estaria aqui.
— Sim. Jerry, avise-o sobre os detalhes das remessas. Não, não
deve ser mais tarde do que hoje.
Fui até sua mesa e coloquei os arquivos na frente dele.
Virando-me para sair, quase fiz uma dança da vitória por escapar
da ira de Mason Campbell.
— Não se mova. Sra. Hart.
Lá se foi minha esperança de viver um novo dia.
Fiquei onde estava e esperei até ele terminar a ligação.
Até rezei para que ele recebesse ligações ininterruptas e, por fim,
ele me pedisse para sair sem ser confrontada por ele.
— Muito bem. Certifique-se de que recebo os relatórios. — Ele
desligou o telefone.
— Senhorita Hart, — sua mudança repentina de tom fez meu
coração acelerar. — Odeio quatro coisas e uma delas são pessoas
incompetentes.
Eu engoli em seco.
— Você falhou em fazer um trabalho simples hoje.
— Me desculpe senhor. EU—
Aqueles olhos prateados capturaram os meus e pareciam
perfurar minha pele.
— Não me interrompa. — Seus olhos ficaram frios.
— Estou lhedando uma última chance, Senhorita Hart.
— Deixar de fazer o que é pedido só fará com que você seja
despedida. E talvez você não saiba as consequências de ser demitido
da Indústria Campbell.
— Ninguém estará disposto a contratá-la depois de saber que
você trabalhou para mim.
Ele se levantou da cadeira e desabotoou o terno, passando para o
meu lado.
— Ser despedido da minha empresa é como uma sentença de
morte. Você não quer trabalhar pelo resto de sua vida, Senhorita
Hart?
Meu peito subia e descia.
Ele pairou sobre mim, sombrio e perigoso. Sua expressão era fria
e pedregosa.
— Não estou surpreso que você falhou em completar uma tarefa
simples.
— Achei que sim. e foi por isso que enviei dois e-mails para você
e Jade Willows. E dê uma olhada nisso, o trabalho é importante para
ela.
Minha respiração saiu com pressa, depois ficou rápida e
superficial.
Se ele tinha tanta certeza de que eu iria falhar em sua tarefa, por
que ele me deu isso em primeiro lugar?
Para que ele não pudesse perder a chance de me humilhar e
insultar?
E Jade... não admira que ela tenha perguntado como foi minha
manhã. Ela provavelmente estava rindo em sua cabeça.
Minhas mãos se fecharam em punho.
Aos poucos, minha raiva cessou.
O clamor acelerado do meu coração diminuiu.
Eu controlei minhas emoções.
Nunca em toda a minha vida eu esperei cair em uma situação da
qual não pudesse escapar.
Eu não poderia me deixar ser despedida nem desistir depois de
saber o que iria acontecer depois.
Quanto poder Mason Campbell tem sobre todos?
Eu sabia que ele sentia um imenso prazer em me insultar e por
que motivo, eu não sabia. Mas eu não poderia ser egoísta.
Eu estava fazendo isso pelo papai.
Eu iria engolir e levar tudo como uma garota corajosa que meu
pai me ensinou a ser.
— Eu tenho uma reunião em quinze minutos e você certifique-se
de estar lá, — ele falou suavemente.
Foi um pouco mais que um sussurro.
No entanto, encoberto por essas palavras, havia uma advertência
de ferro.
— Ei, — Aaron me cumprimentou.
— Oi.
— Como está o seu segundo dia de trabalho?
— Como você acha que seria se você adicionasse picles, Nutella e
manteiga de amendoim em seu sanduíche?
Aaron fez uma careta. — Nojento - Ah. — Ele sorriu.
— Em breve você vai se acostumar com tudo por aqui e vai
melhorar.
Eu sorri.
— Então, como vai? Precisa de alguma coisa?
— Fui designado para garantir que você chegue cedo à reunião.
Minhas sobrancelhas se ergueram.
— Não brinca, sério? Então ele decidiu que eu não sou capaz de
ser pontual e ele arranjou uma babá? E você recebeu a tarefa mais
idiota de me acompanhar até a reunião?
Ele se ergueu em toda sua altura, um sorriso provocador no
rosto.
— Estou brincando com você, Lauren. Ele não tem tempo ou
energia para fazer isso. Gosto de você. Eu não quero que você seja
despedida.
— Você não sabe o que aconteceria quando isso acontecesse. —
— Ah. eu acho que tenho uma boa ideia. Ele mesmo me disse. Mas
isso é simplesmente estúpido. Por que diabos ele teria tanta
influência sobre as pessoas?
— Você subestima o poder de Mason Campbell, Lauren.
— Isto me lembra. Quando vim aqui para uma entrevista, vi uma
mulher sendo escoltada para fora do local. Eu me senti tão mal. Ela
não merecia ser tratada dessa forma. O que ela fez?
— Você quer dizer Gretchen? Ela é acusada de roubar alguns
arquivos importantes. Eles nunca os encontraram.
— Você acha que ela fez isso?
Uma nuvem negra se formou sobre sua cabeça antes que ele
balançasse a cabeça.
— Não, mas não importa se ela fez isso ou não. Ela já é uma
suspeita.
— Lugar difícil.
Ele acenou com a cabeça em concordância.
Eu verifiquei meu relógio.
— Temos sete minutos antes do início da reunião. Eu quero
chegar cedo. Não quero ser repreendida de novo.
Aaron riu. — Bem. Não gostaria que você ficasse sozinha.
Andei ao lado de Aaron até a sala de conferências e, para minha
surpresa, alguém já estava adiantado.
Ela estava sentada na cadeira perto do assento do chefe.
Eu segurei uma risada, mas acho que não tentei muito.
Ela olhou para cima e olhou para nós.
— Acho que alguém está mais ansioso do que você para agradar
o chefe, — Aaron comentou.
— Não tente muito. Jade. Será apenas um desperdício completo.
— Cale a boca, — ela atirou nele.
Eu não disse nada, encontrei um assento na ponta da mesa e me
sentei. Aaron sentou-se ao meu lado.
Exatamente às oito horas, as pessoas começaram a entrar e
ocupar todas as cadeiras vazias até que não houvesse mais nenhuma.
E exatamente às oito e três minutos, o Sr. Campbell entrou.
Nós nos levantamos de nossos assentos e quando ele se sentou,
nós o seguimos.
Eu tentei muito ficar longe de sua vista. Mas não o suficiente, já
que eu ainda podia ver seu rosto claramente.
Ele não estava sorrindo e também não estava carrancudo.
Ele parecia sério, determinado e todos colocaram todas as suas
mentes e atenção nele.
Poder, liderança e autoridade eram dele.
Eu desviei o olhar de seus olhos penetrantes e foquei minha
própria atenção na vista externa.
— Srta. Hart.
Era tão lindo. Eu poderia ficar olhando para ele o dia todo.
— Srta. Hart.
— Lauren, — Aaron sibilou, me dando uma cotovelada nas
costelas.
— Aí. o quê? — Eu olhei para ele, esfregando o lugar que ele
tinha me acotovelado. Doeu. Espero que ele não tenha me
machucado. Então eu percebi que todos os olhos estavam em mim.
Eu queria me esconder embaixo da mesa.
— Deixar de completar uma tarefa, não prestar atenção durante
uma reunião, o que mais você pretende nos mostrar em um dia, Srta.
Hart? — Ele zombou.
Os olhos do Sr. Campbell estavam em mim, suas mãos cruzadas
na frente dele enquanto ele me olhava.
Seu terno Armani azul escuro de alguma forma o fazia parecer
mais largo e alto do que nunca - ele já era enorme, mas sentado ali,
ele parecia maior do que era.
O próprio ar parecia zumbir e chiar com o poder de sua presença
- forte e vital, muito ousada e exigente.
Meu pulso de repente bateu rápido por ser sua atenção principal,
mas eu acreditava que ele não sabia o efeito que tinha sobre mim -
ou sabia?
Eu levantei meu queixo e encarei de volta, esperando que fosse
um olhar de alguém que fosse frio e confiante.
— Desculpe, não vai acontecer de novo.
Fiquei feliz por não gaguejar e mostrar um sinal de fraqueza.
— Então você continua mencionando.
Um momento de silêncio.
— Srta. Willow.
Jade foi rápida em responder.
— Pois não, senhor? — Ela parecia irritantemente doce.
Ela parecia um cachorro que tinha visto uma guloseima.
Deus, ela não poderia pelo menos fingir que estava menos
animada?
— Troque assentos com a Sra. Hart.
Seu rosto caiu em choque. Fiquei tão surpresa quanto ela.
Jade escorregou da cadeira e Aaron teve que me dar uma
cotovelada novamente antes que eu saísse da cadeira.
A cada passo que eu dava, o nó em meu estômago se apertava.
Eu teria preferido ficar onde estava.
O fato de que todos os olhos estavam em mim, especialmente os
do Sr. Campbell, não me deixava à vontade.
Meus passos diminuíram, mas não parei de me mover.
Peguei a cadeira de Jade.
Eu estava a céu aberto para que todos pudessem ver.
Eu queria afundar no chão e desaparecer.
Athena também estava lá. Suas sobrancelhas se ergueram de
surpresa, então ela piscou.
Olhei para Aaron, que tinha um sorriso fácil.
Se alguém mais ficou surpreso com a decisão do Sr. Campbell,
não falou em voz alta. Embora ninguém demonstrasse qualquer
hostilidade externa, também não havia um sinal de amizade.
Exceto por Jade, a quem eu me tornei o único objeto de ódio mal
disfarçado.
Eu pisquei.
Se todos eles soubessem que o motivo do Sr. Campbell para isso
era me causar desconforto, eles me deixariam respirar.
Ofereci a ela um sorriso hesitante, mas o meu sorriso vacilou. Eu
desviei o olhar.
— Podemos começar? Marcus?
Marcus era o homem sentado ao lado de Athena. Ele era de
estatura mediana, usava óculos redondos e um terno azul. Ele tinha
cabelo escuro, mas havia mechas de cabelo grisalho.
Eu nunca havia falado com ele.
— Como você sabe, fizemos algumas pesquisas há alguns meses e
conversamos sobre isso comtodos os outros aqui. — Todos eles
concordaram com a cabeça.
— Achamos que a ideia de Bethany sobre o drone também
funciona.
Marcus apontou para a configuração na lateral da sala.
— Noventa e três por cento das pessoas na pesquisa que fizemos
reclamaram de alguns problemas que estão tendo.
— Pessoas perdendo seus pertences na rua, turistas se perdendo
pela cidade. Desenvolver um drone que possa resolver esses
problemas será uma ótima ideia, Sr. Campbell.
— Por exemplo, se alguém perder um brinco, mostre a imagem
ao drone e ele o localiza. — — Sim, o mercado será realmente
enorme e este pode ser nosso maior projeto até agora, — disse uma
mulher de cabelos ruivos.
— Já iniciamos a coleta de todos os dados e o projeto do sistema
está planejado. A equipe de Mike realmente fez um bom trabalho.
— Envie-os para mim mais tarde, Riley, — disse Campbell.
Então ele se inclinou para mim e sussurrou. — Certifique-se de
que eu os receba. Sra. Hart.
Esta é a sua segunda tarefa.
Eu balancei a cabeça, tentando não reagir pela nossa proximidade
e a forma como sua voz soava quando ele sussurrava.
O Sr. Campbell sugeriu que todos reservassem cinco minutos
para apresentar novas ideias sobre o projeto.
Não ousei pensar que faria parte disso, já que não era nada para
ele mais do que uma garota de recados.
Depois que todos terminaram, as ideias começaram a ser
distribuídas e a maioria delas estava sendo riscada.
Fiquei quieta e só me levantei para pegar uma garrafa de água
quente para ele.
Quando voltei, a reunião havia acabado.
— Almoce conosco hoje, — disse Athena quando saímos da sala
de reuniões.
— Ok. — Eu estampei um sorriso no rosto por todo o caminho de
volta para minha mesa, feliz por não almoçar sozinha.
Eu sentei na minha cadeira e respondi alguns e-mails.
Capítulo 4
Não sabia que havia tantos funcionários.
Eu subestimei o quão grande era a Indústria Campbell e sua
decoração de interiores porque o refeitório era lindo.
Tudo estava limpo e brilhante.
Eu estava almoçando com Athena e Aaron.
Felizmente. neste refeitório enorme, Jade não iria localizar onde
eu estava.
Eu não estava a fim de entrar em uma competição de quem
encarava a outra por mais tempo.
Eu já tinha feito isso com nosso chefe.
Eu gostei de Athena. Ela era uma brisa de ar fresco, extrovertida e
a amiga mais legal que eu sempre quis.
Sem ofensa a Beth. Mas Athena era um pouco diferente.
Ela poderia literalmente acalmar um rinoceronte furioso se
quisesse. Além disso, também estava procurando saber como
funcionava seu relacionamento com Mason.
Como ele era em casa? Ele era tão tenso quanto no trabalho?
O dinheiro e a fama o afetaram tanto que ele se esqueceu de como
tratar as pessoas?
— Você gosta daqui?
Eu brinquei com a minha salada, sem muita vontade de comer
nada. Não é como se eu não estivesse com fome.
Eu realmente estava, mas também estava com medo de fazer algo
que pudesse me demitir, e então eu não saberia o que fazer.
Se eu comer, posso vomitar e já li o manual o suficiente para
saber que o escritório deve estar sempre limpo e brilhante.
Mas não foi tão surpreendente quanto a regra que afirmava que
todos os funcionários deveriam estar limpos.
Nenhuma mancha ou sujeira deve ser vista em suas roupas o
tempo todo.
Eu olhei para minha blusa branca, feliz por não ter derramado
suco na minha blusa sem saber.
— É uma merda, mas fazer o quê? Preciso do salário. Eu não
sabia que alguém poderia esgotar outra pessoa tão rápido quanto o
Sr. Campbell faz comigo.
Athena riu.
— Ele é um desgraçado, não é? Mas as vantagens de trabalhar
aqui é que você pode ver aquele babaca lindo, musculoso e rico de
um metro e oitenta e admirar como ele é gostoso.
Eu a encarei, completamente chocada com suas palavras e sua
habilidade de dizer isso com uma cara séria.
— Ele é seu sobrinho, — eu a lembrei, caso ela tivesse batido a
cabeça pela manhã e se esquecido daquele pequeno detalhe.
Eu nunca poderia dizer isso sobre minha família, e não que eu
tivesse visto algum deles.
Minha família era complicada.
A família do meu pai cortou os laços com ele depois que ele se
casou com minha mãe. A família dele era rica e eles achavam que
minha mãe era uma interesseira. Ela não o merecia, disseram a ele.
Ela não era uma boa mulher. Mas meu pai era tão apaixonado
por ela que ignorou os conselhos da família e a engravidou.
Eles cortaram os laços com ele e ele estava sem falar com eles em
23 anos.
Eles nem sabiam que ele tinha câncer.
Ele estava com medo de que eles o rejeitassem e também com
vergonha de que eles estivessem certos sobre sua mãe o tempo todo.
— Ele é muito gostoso. Você deveria vê-lo em roupas casuais...
aquela bunda marcada.
Eu lancei um olhar para Aaron. — Você também?
Ele encolheu os ombros. — Eu gosto da fruta, querida. — Ele era
gay.
— Não consigo ver nada além daquela personalidade ruim.
Mulheres gostam disso?
Os dois me deram um olhar do tipo: — Você está brincando? — .
— 99,9 por cento das mulheres não se importam com sua
personalidade ruim, — disse Aaron.
— Elas só se importam que ele seja gostoso, insanamente rico e
solteiro. Qualquer coisa além disso não importa tanto — .
— O cara foi nomeado o homem mais sexy do mundo por 5 anos
consecutivos. Ele é o solteiro mais desejado do Reino Unido.
Eu fiquei maravilhada.
Alguém com essa personalidade ruim ainda pode ser amado?
— Aposto que ele amou isso, — eu disse, colocando a salada na
boca.
Na hora, Aaron e Athena começaram a rir como se tivessem
ouvido uma piada de mau gosto. — O que? — — Amou? — ela
repetiu.
— Mason odiou. Ele disse que é bom demais para essa categoria.
Disse muitas coisas, na verdade.
— Uma delas era que era um insulto seu nome ser anexado ao
nome de outras pessoas. Também disse que iria processá-los por
discriminá-lo.
Eu engasguei. — Como isso é discriminatório?
Athena encolheu os ombros.
— Ele não quer ser associado a nada nem a ninguém. Seu único
foco na vida é ficar mais rico a cada dia e ser o homem mais
poderoso.
— Ele já não é?
Aaron baixou a voz. — Ele quer dominar o mundo.
Eu ri.
Eles não riram.
— Vocês estão brincando. — Eu encarei Aaron com os olhos
arregalados, depois Athena.
— Nunca brincamos com a história de Mason Campbell.
Minha voz baixou para um sussurro.
— Então também é verdade que ele faz as pessoas desaparecerem
e as mata em uma área isolada e se desfazem do corpo? — Eu
perguntei, com medo da resposta.
— Ele também tem uma câmara de tortura, — Athena
acrescentou em um tom abafado.
— Onde ele tortura pessoas para obter informações ou aqueles
que o injustiçaram.
— Meu deus, sério?! — Exclamei, recebendo alguns olhares em
retorno.
Eu olhei para baixo, com o rosto vermelho pela atenção que eu
não queria chamar.
O rosto de Athena de repente se contorceu em uma expressão
engraçada antes que ela explodisse em gargalhadas enquanto
segurava o estômago. Não quero dizer uma risadinha.
Foi uma risada estrondosa que me fez olhar mais fixamente.
Provavelmente me perguntando se ela era louca.
— Você deveria ter visto sua cara, — ela gritou entre risos.
— Deus, você acredita nas coisas tão facilmente. Mason não mata
ninguém.
Aaron riu. — Mas ele faz as pessoas desaparecerem, então você
deve se comportar da melhor maneira.
Eu olhei para ela.
— Mas não conte a ninguém que eu disse isso, — ela continuou.
— Mason quer que as pessoas acreditem que ele mata para
assustá-las. Se você contar a alguém o que eu disse sobre não ser
verdade, você não ouviu de mim.
Eu revirei meus olhos.
— Não se preocupe com isso. Não é como se eu quisesse falar
sobre ele de qualquer maneira. Quero deixar tudo sobre ele no
escritório.
— E tão fofo como você não gosta dele. — Ela sorriu.
— Ou parece ser afetada por ele. Acho que é por isso que ele quer
você perto. Deus, estou tão feliz que ele fez aquilo com a Jade.
— O que eu daria para ver algo assim novamente.
— Você não gosta dela?
— Ela não gosta. — Aaron sorriu.
— Jade era uma cadela com Athena quando ela chegou aqui. Mas
quando ela descobriu que era sua tia. ela começou a seramigável e...
— E eu a coloquei no lugar dela porque eu não gosto de pessoas
falsas. Mas ela ainda está tentando, sabe? Ainda espera que eu fale
bem dela para o Mason.
Eu balancei minha cabeça. Parece que Jade faria algo assim.
— Puta merda! — Eu gritei, olhando para o meu relógio. — Já
passou do meio-dia!
— E daí? O que isso significa?
Peguei meu telefone e engoli meu suco, acenando para eles.
— Tenho que buscar o almoço dele e ouvi dizer que é longe! Vejo
vocês!
Corri para o elevador, apertando o botão.
Não me lembrei que estava infringido a regra número vinte e
oito.
Sem correr no prédio.
No minuto em que saí do prédio para a rua. alguém gritou meu
nome.
— Lauren, espere!
Athena correu até mim e me jogou uma chave que peguei com
um bom reflexo. Joguei basquete na faculdade.
— Vai com meu carro, — disse ela.
— Acredite em mim, é melhor do que pegar um táxi. Vai te custar
muito.
— Obrigada! — Dei-lhe um abraço rápido antes que ela me
direcionasse para onde seu carro estava estacionado.
Era um bom carro. Cheirava como um novo.
Coloquei o nome do restaurante no GPS antes de sair do
estacionamento.
Eu dirigi rápido e cheguei lá em trinta minutos.
Sem perder mais tempo, pedi o de costume de Mason Campbell.
A garçonete tremia tanto quando me deu a comida que parecia
que Mason estava atrás de mim.
Será que ele estava?
Eu me virei para verificar, mas não havia ninguém, e eu queria
me bater por ser tão estúpida. Mas não custou nada verificar.
Quando saí do restaurante, pensei que finalmente iria
impressionar o Sr. Campbell.
Eu definitivamente recebería um agradecimento, ou até mesmo
um sorriso.
Uh.
Eu não deveria estar muito esperançosa.
Ele nunca sorriria para mim.
Ele poderia estar grato, entretanto. Com um sorriso, entrei no
carro e comecei a dirigir de volta para a cidade.
Ligando o rádio, ouvi com a mente limpa e o coração sólido.
Pensei em sair cedo hoje, mas algo me diz que não recebería um
favor.
Eu queria ir ver o papai e conversar com ele, ver como ele estava.
Desde que comecei a trabalhar na Indústria Campbell, mal tive
tempo de ver meu pai.
Tínhamos mandado mensagens um para o outro na noite
anterior, mas foi breve. Eu estava ficando meio com saudades de
casa, embora fosse ridículo.
Eu estava sentindo muita falta do papai.
O carro começou a fazer um barulho estranho. Estava vindo do
motor e eu queria parar e dar uma olhada.
Decidi não fazer isso porque perderia tempo e tempo era algo
que eu não tinha.
Dez minutos depois de dirigir, o carro começou a diminuir a
velocidade.
— Não, não, não, — cantei frenética. — Por favor, não quebra.
Eu olhei para o céu, orando a deus para que o carro não
quebrasse.
Isso seria um grande desastre.
Eu mantive minhas mãos no volante e pisei no acelerador,
determinada a voltar para a empresa antes que o carro parasse de
funcionar no meio da estrada.
Como diabos eu voltaria?
Deus estava do meu lado desta vez e cheguei ao escritório sem
que o carro quebrasse.
Eu queria beijar o chão e pular de alegria, mas então me lembrei
da regra número cinquenta e oito.
Nenhum funcionário deve agir de forma inadequada ou exibir
qualquer ato de infantilidade em público enquanto estiver perto da
empresa.
Regras idiotas.
Mason Campbell idiota.
— De onde você está vindo? — Jade disparou quando saí do
elevador.
Passei por ela e respondi.
— Por que você não vem e me pergunta novamente no escritório
do Sr. Campbell.
— Tenho certeza de que ele ficaria feliz com você perguntando
para onde foi a assistente dele.
Não esperei que ela respondesse, sabendo que tudo o que
recebería seria um olhar furioso.
Bati na porta devagar.
— Entre.
Eu entrei, minhas pernas e mãos tremendo.
— Seu almoço na hora certa, senhor. — Eu abri um sorriso.
Ele não disse nada e eu não me mexi. Achei que se o fizesse, seria
repreendida.
Quando os minutos pareceram se passar sem resposta, o Sr.
Campbell ergueu os olhos de seus papéis.
— O que você está esperando? Aplausos por finalmente fazer o
seu trabalho certo?
Eu abri e fechei minha boca, procurando algo para dizer.
Quando penso sobre isso, o que eu deveria dizer sobre isso?
— Mantenha-o sobre a mesa e vá embora.
Eu fiz exatamente isso e saí silenciosamente depois de terminar.
Estive ocupada o dia todo, embora isso não me impedisse de
pensar no meu chefe. Fui inteligente o suficiente para não cruzar o
caminho dele novamente ou cometer erros.
Eu estava fazendo o melhor que podia para ficar longe de
problemas e estava ficando mais fácil quando eu colocava minha
mente nisso.
Depois que saí do escritório naquela noite, parei em um
restaurante próximo e comprei comida tailandesa, sabendo que não
seria capaz de cozinhar, e Beth estava fora esta noite. Eu não era uma
grande cozinheira.
Ela sempre foi uma grande chef, não eu.
Quando voltei para casa, desabei na cama.
Não percebi o quão exausta estava até chegar à cama.
Por três dias, consegui agradar ao Sr. Campbell.
E foi muito bom quando a grosseria parou.
Digo, ele apenas parou de me insultar.
Já era um progresso.
Ele estava se acostumando a me ver, embora nunca perdesse a
chance de me lembrar que era apenas um trabalho temporário. Se eu
saísse da linha, tudo estaria acabado para mim.
Eu tive acesso à sua programação e foi útil se eu precisasse sair
do seu caminho.
Eu também estava me acostumando a ver Aaron e Athena e ser
amiga deles era ótimo.
Também comecei a conversar com Jonathan do departamento de
marketing.
Ele era legal, mas achava que era engraçado, sendo que não era.
Jade não tinha parado de me incomodar com suas palavras, mas
tudo que ela recebeu em troca foram várias reviradas de olhos, o que
realmente foi como um tapa, já que ela esperava que eu me
envolvesse em um insulto verbal com ela.
Eu era adulta. Claramente, ela tinha se esquecido disso.
O trabalho era frustrante, especialmente o trabalho de arquivo
que o Sr. Campbell me designou para fazer.
Já haviam se passado dois dias e eu ainda estava lutando para
organizar os arquivos em ordem alfabética, enquanto eu era
interrompida constantemente pelo telefone que não parava de tocar.
O telefone tocou ao meu lado e eu sabia que não era nenhum
cliente ou alguém perguntando pelo chefe.
Era o próprio patrão.
— Sim, senhor? — Eu perguntei educadamente.
— Mandei por e-mail alguns documentos que precisam ser
impressos. Faça isso agora, — ele ordenou antes de desligar.
Eu olhei para o telefone, murmurando baixinho.
Que idiota.
Então eu gemi, olhando para a pilha de arquivos na minha frente.
Depois de imprimir os documentos, estava voltando quando
esbarrei em alguém e os papéis caíram de minhas mãos.
Abaixei-me para pegá-los e a pessoa que esbarrou em mim tentou
me ajudar.
— Eu sinto muito, — ela se desculpou, entregando o último papel
para mim.
Eu sorri. — Está bem. Eu também não estava olhando.
Ela ajustou os óculos e eu olhei para aquela pessoa linda que
estava na minha frente.
Todo mundo era tão bonito ali.
Era como se o Sr. Campbell só contratasse pessoas que tinham
um rosto bonito, mas eu duvido.
A garota na minha frente usava roupas simples. Não havia nada
de extraordinário nela, e eu poderia jurar que usava uma blusa de
um ano atrás.
Algo me diz que ela era exatamente como eu.
Uma garota de origem pobre.
Eu podia relaxar agora, sabendo que não era a única pobre e sem
roupas caras.
— Nós não nos conhecemos. Eu sou Ode�e e você é Lauren. — —
Você sabe meu nome?
Ela sorriu.
— Todo mundo sabe o seu nome, Lauren.
— Como o Sr. Campbell contratou alguém que não atende aos
padrões da empresa, todos devem saber o nome dessa pessoa, certo?
— Eu rebati defensivamente.
O rosto de Ode�e caiu.
— Não, claro que não. — Ela parecia honesta.
— Eu sei o seu nome porque Jade tem falado sobre você sem
parar.
Eu revirei meus olhos. — Por que não estou surpresa. E não são
coisas boas, certo? — Recebi uma resposta de seu encolher de
ombros.
— Eu não vi você por aí.
— Sim. eu não venho muito aqui a menos que seja necessário.
Estou no segundo andar. Departamento de Informática. Você
deveria vir me visitaralgum dia.
— Isso seria legal. Desculpe mas eu tenho que ir. Foi bom
conversar com você, Ode�e. — — Você também. Vejo você por aí,
Lauren. Vê se não some.
Voltei para a minha mesa, verifiquei se não havia perdido nada
antes de bater na cova dos leões.
— Entre, Srta. Hart.
Eu abri a porta e fechei.
O Sr. Campbell não estava sentado em sua cadeira como pensei
que estaria.
Em vez disso, ele estava deitado em seu sofá, as mãos e as pernas
cruzadas na frente dele.
Ele não estava usando o paletó. Sua camisa branca agarrou-se a
ele, e seus enormes bíceps pareciam que poderiam rasgar a pobre
camisa a qualquer segundo agora.
Eu engoli em seco e desviei o olhar de seus bíceps.
Não pense em seus bíceps.
Ele é seu chefe.
Ele é um idiota.
Um idiota com um corpo lindo.
Cale-se!
— Como você sabia que era eu? — Eu me peguei perguntando,
depois de manter os papéis sobre a mesa que seu dedo apontou.
O Sr. Campbell não abriu os olhos quando respondeu: —
Ninguém bate mais irritantemente do que você.
E foi isso. Culpa minha por ter perguntado em primeiro lugar.
Aprendi que nada de bom saía de sua boca por fazer perguntas.
— Ah. e Srta. Hart? Faça uma reserva no melhor restaurante hoje
à noite. 19h. Eu tenho uma reunião de negócios.
Seus olhos se abriram, mas não caíram sobre mim. — Repito,
melhor restaurante.
— Estou totalmente convencido de que você não sabe ou nunca
ouviu falar de nada por causa de seu status, portanto, você está livre
para pedir ajuda.
Revirei os olhos, sabendo que ele não poderia me ver.
— Sim, senhor. Algo mais?
— Vejo você lá.
Eu abri minha boca. — Mas...
Aqueles olhos prateados olharam bruscamente em minha direção
e direto para o meu próprio par de olhos.
Eu poderia ter parado de respirar ali mesmo.
— Tem algo a dizer, Srta. Hart? Tem algo melhor para fazer?
Por acaso, sim.
Eu iria para o hospital para visitar meu pai, que não vejo há
algum tempo.
Mas pelo fato de ser covarde e prisioneira daqueles olhos que não
queriam brigar, balancei a cabeça.
— Não tenho planos. Combinado. — Eu queria chorar, queria
dizer que meu pai importava mais do que sua estúpida reunião de
negócios.
Ele desviou o olhar e fechou os olhos novamente.
— Feche a porta suavemente quando você sair. Não há razão
para descontar nela porque você foi covarde demais para admitir
que tinha planos.
— Estarei esperando por você, — ele dispensou.
Eu queria despedaçá-lo.
Cerrei meus punhos e voltei para a minha mesa, sentindo-me tão
inconsolável.
Eu me esforcei para não deixar nenhuma lágrima cair dos meus
olhos.
Um, porque eu queria me ensinar a ser forte, e dois, Jade não
parava de olhar para mim. Eu podia sentir seus olhos em mim o
tempo todo.
Eu não daria a ela algo para me insultar e fofocar que ela ficaria
feliz em compartilhar com todos.
Não me ocorreu o que vestiría aquela noite até que me lembrei
que não tinha nada para vestir.
Eu não tinha roupas bonitas e certamente não tinha um vestido
que fosse elegante o suficiente para o Restaurante Seasons, ou para o
gosto do meu chefe.
— Beth, estou ferrada! — Eu gritei, puxando vestido após vestido
e jogando na minha cama.
— O que eu vou vestir ?!
— Calma! Tenho certeza que você encontrará algo.
Eu me virei e olhei para ela.
— Você está dizendo isso há cinco minutos e nós examinamos
meus vestidos pela terceira vez.
— E eles não são muito bons. — Eu chutei um vestido com minha
perna em frustração.
— Não é minha culpa, Laurie, que a última vez que você foi às
compras foi há um ano.
— Mas você sabe por que não gasto meu dinheiro. Tudo vai para
as contas médicas do meu pai. Ugh, não sei o que fazer! — Eu gemi,
caindo de volta na cama.
— Ah. tenho uma ótima ideia! — ela exclamou de repente, me
fazendo levantar da cama.
— Vamos pegar alguma coisa no Melt.
— Você está brincando comigo? Não podemos pagar nada do
Melt. Não podemos nem comprar um brinquinho lá e você está
falando em comprar um vestido? Você enlouqueceu.
Ela me deu um tapa na cabeça.
— Não quero dizer comprar. Quero dizer que devemos alugar
um vestido e você pode devolver depois.
— Você só precisa garantir que o Sr. Campbell não veja a
etiqueta, se não vai ter mais motivos para insultá-lo.
Eu imaginei as expressões que ele teria em seu rosto ao vê-la.
— Você acha que funcionaria? — Ela acenou com a cabeça.
— Eu adorei a ideia. Muito obrigada, Beth. Vamos agora, antes
que eu mude de ideia.
Depois que voltamos do Melt, Beth se ofereceu para fazer minha
maquiagem.
Ela não queria exagerar, então escolheu me dar uma aparência
mais natural. Quando ela terminou, eu parecia diferente.
Diferente no bom sentido e eu adorei.
Decidi deixar meu cabelo solto, mas o enrolei um pouco.
Exatamente às seis e cinquenta e cinco, cheguei ao restaurante
Seasons. Mas eu não entrei.
Esperei pelo Sr. Campbell fora do restaurante.
Agora, não me pergunte por que eu precisava fazer isso quando
poderia simplesmente entrar e esperar por ele lá. Mas meu cérebro
estava funcionando bem aquela noite.
Não havia chance de eu entrar sem meu chefe.
7:05, um Escalade preto parou ao meu lado.
O motorista saiu e cruzou, abrindo a porta do banco traseiro.
Um sapato polido apareceu, seguido de outro e fui atingida com
o perfume mais delicioso de todos os tempos.
Eu não poderia nem começar a descrever como me senti quando
Mason Campbell saiu daquele carro, um macho alfa completo que
chamava atenção.
Minha boca ficou seca, apesar de ter bebido água cinco minutos
atrás, mas não pude evitar.
Mason Campbell era mais que lindo.
Ele era o tipo de homem que você admiraria de longe, porque era
impossível tocá-lo.
Do tipo que faz seu coração disparar e suas pernas ficarem
bambas.
Eu estava experimentando esse tipo de coisa?
Claro que sim.
Como não faria isso? Sendo que Mason parecia um deus grego
em seu terno Armani preto, o rosto perfeitamente barbeado e o
cabelo penteado para trás.
Os modelos masculinos não tinham nada de Mason Campbell.
Ele não tinha apenas a aparência, o dinheiro, o poder e o amor de
todos, mas ainda havia algo misterioso sobre ele.
Algo que você não consegue evitar, mas quer cutucar o dedo.
Inspire.
Expire.
— O que você está vestindo?
E eu fui puxada de volta da fantasia depois das cinco meras
palavras que escaparam de seus lábios vermelhos carnudos
perfeitos. Eu acabei de dizer — perfeitos — ?
Eu olhei para o meu vestido, certificando-me de que ainda o
estava usando, porque não tinha ideia de por que ele parecia
surpreso e irritado ao mesmo tempo.
Minha mão foi para as costas do meu vestido, certificando-me de
que a etiqueta estava bem escondida.
— Não importa agora.
Ele olhou para o carro. — Prince.
Prince?
Quatro pequenas pernas pularam do carro e antes que eu
pudesse perceber o que estava acontecendo, ele se lançou sobre mim
e eu gritei.
— Prince, sente-se, garoto. Ela é inofensiva. Não pode fazer
absolutamente nada.
O dono do cachorro puxou o cachorro de volta antes que ele
atacasse meu rosto novamente.
Eu segurei a mão no meu peito, ouvindo o som de meus próprios
batimentos cardíacos frenéticos.
A boca do Sr. Campbell se contraiu um pouco, mas eu também
poderia estar imaginando isso.
Eu finalmente encontrei minha voz.
— Isso é... isso é um cachorro?
Ele revirou os olhos.
— Cinco pontos para você.
— Mas não existe uma política que diz que nenhum cão ou
animal é permitido?! Por que você trouxe um cachorro?
Ele levantou uma sobrancelha com o meu tom. — ... senhor.
— E por isso que você está aqui. Sra. Hart. Para passear com meu
cachorro. Embora eu tivesse recomendado algo um pouco mais...
casual? — Ele me olhou da cabeça aos pés.
Eu estava usando um vestido preto sem alças com uma fenda e
sapatos de salto de Beth.
— Eu vou levar seu cachorro para passear? — Eu perguntei em
descrença.
— Por que, você achou que iria fazer outra coisa? — Ele
perguntou, seu tom soando como se ele estivesse zombando de mim.
— Não, claro que não, senhor. Eu só queria me vestir para
passear com o cachorro.
Nós dois sabíamos que eu estava sendo sarcástica. Ele escolheu
ignorar isso.
— Muito bem.— Ele entregou a coleira do Prince para mim.
— Volto aqui em uma hora e não mais do que isso, entendeu?
Eu concordei. — Sim, senhor.
Ele deu um tapinha na cabeça de Prince e entrou no restaurante,
deixando-me sozinha com um vestido de setecentas libras, salto de
sete centímetros e um cachorro em uma noite fria.
Não sabia quando passei de assistente a babá de cachorro.
Eu dei um pequeno grito.
 
Capítulo 5
Não adiantava descontar a raiva sobre um pobre cachorro,
especialmente se fosse o dono que me irritava.
Caminhei com Prince por vinte minutos.
Os cinco minutos que se passaram foi um telefonema que recebi
de Beth, que havia rido tanto que havia caído da cadeira.
Não tivemos uma boa conversa ou eu extravasei minha raiva e
frustração para ela quando tudo que ela fez foi rir entre o jargão que
estava dizendo.
Encerrei a ligação antes de ficar com mais raiva.
Prince era um cachorro fofo. Se eu não fosse uma pessoa tão
ocupada, teria adotado um cachorro. Mas ter um cachorro
significaria uma nova responsabilidade, além do dinheiro que eu
gastaria em comida de cachorro e outras coisas.
Seria pesado. Eu mal conseguia me sustentar como estava.
Eu nunca tinha visto um cachorro que fosse inteligente e
arrogante.
Eu juro, ele era igual ao seu dono, com um temperamento ruim
também.
Quando o levei para um parque próximo e notei uma bola suja no
chão, eu a peguei.
Eu queria brincar de pegar a bola com o Prince, mas o maldito
cachorro torceu o nariz em desdém.
Eu não estava brincando, ele olhava para a bola com nojo...
diferente de um cachorro normal.
Saímos do parque para a felicidade de Prince. Parei para comprar
cachorro-quente quando uma mulher com seu cachorro parou na
frente de uma loja.
— Olha, Prince, aquele cachorro não é fofo? Você quer ir brincar
com ele?
Ele me deu um olhar do tipo, — Você tá falando sério? — . Decidi
então que o cachorro era realmente mais esperto do que eu pensava
se ele pudesse entender o que eu estava dizendo. Talvez fosse tudo
minha imaginação.
— Qual é, Prince, quantas vezes você viu um cachorro mais fofo
do que aquele? Não fique tão tenso.
Ele bufou e desviou o olhar.
Posso estar enlouquecendo falando com um cachorro e pensando
que o cachorro estava respondendo com suas expressões. Ele
começou a se afastar de mim na direção oposta.
— Prince — Eu agarrei sua coleira e ele me agarrou com os
dentes.
— Nossa, você é igualzinho ao seu dono. Você pegou a
personalidade dele, pobre cachorro. — Eu cocei a parte de trás de
sua orelha.
— Deve ser difícil viver com um cara frio como a pedra.
Ele não respondeu.
— Posso te contar um segredo? Acho que se ele diminuir seu
temperamento ruim e começar a ser legal com as pessoas, eu posso
começar a gostar dele. Ele é muito gostoso.
Prince sorriu.
Eu juro que ele sorriu!
— Tudo bem vamos. — Eu puxei sua coleira, mas ele não se
mexeu.
— Prince, vamos, vamos.
Ele ficou exatamente onde estava, sem se mover.
— Prince! — Eu bati, puxando a coleira com força.
Ele se lançou para mim e em alguns segundos, ouvi um som de
rasgo.
Eu encarei o lugar que ele rasgou. Não era pequeno. Havia um
grande rasgo perceptível no vestido, logo abaixo dos joelhos.
— Porra! — Eu xinguei.
— Meu Deus, isso não está acontecendo.
Tentei respirar e me concentrar, mas tudo que pude ver foi a
etiqueta de preço que dizia setecentas libras.
— Não, não, não.
Eu ia hiperventilar bem na rua. O que eu deveria fazer? Estava
acabado para mim.
De jeito nenhum eu conseguiria arranjar duzentas libras e o
vestido custava mais do que eu tinha.
E eu sangraria até a morte antes de pegar o dinheiro que estava
economizando para papai.
— Por que foi que você fez isso, Prince?
Ele pareceu nem ligar e eu queria gritar.
O que diabos eu vou fazer? Vender minha TV?
Mas eu nem tinha uma. Era tudo da Beth.
Que coisa cara eu possuía que iria vender?
Nada.
Minha consciência me disse para contar ao Sr.
Campbell.
Afinal, era o cachorro dele e eu merecia ser paga pelo dano no
vestido que não era meu.
Mas, por outro lado, era meu orgulho e meu ego que não me
deixava contar a ele.
Que se dane seu orgulho e seu ego.
Diga à ele.
Deixe ele pagar pelo vestido.
Como diabos você vai resolver o problema?
Depois de me decidir, agarrei Prince e o puxei comigo de volta
para o restaurante.
Esperamos que a reunião do Sr. Campbell terminasse e quando o
tempo acabou, eu o vi saindo com um chinês de cabelos grisalhos.
Eles apertaram as mãos antes que o homem saísse do carro.
Então ele se virou para mim.
Eu olhei para o chão um pouco antes de levantar minha cabeça,
devolvendo a guia para ele.
— Meu vestido rasgou, — eu disse com uma voz abatida.
Minha voz interior estava gritando e pronta para morrer da
humilhação que acabei de trazer a mim mesmo.
— Percebi. O que tenho a ver com isso?
Mordi meu lábio inferior, segurando um grito.
— Prince rasgou meu vestido. — Tentei evitar aqueles olhos cinza
intensos e selvagens dele.
— Você está pedindo uma compensação, Srta. Hart?
Seu tom estava vazio de emoção.
Ainda desviando o olhar de seus olhos, brinquei com as mãos.
— Bem, é que-
— Olhe para mim, — ele me cortou.
Olhei em sua direção e vi sua mão se inclinando em direção ao
meu rosto. Meus olhos se arregalaram. Achei que ele fosse me dar
um tapa ou tocar meu rosto.
Em vez disso, sua mão foi para a minha nuca e então ele puxou a
etiqueta de preço.
Eu estava com o rosto vermelho. Eu estava humilhada. Eu queria
que o chão se abrisse e me engolisse.
Era aquilo que eu tentei evitar a noite toda.
— Muito infeliz, — ele comentou em uma fala arrastada
preguiçosa.
— O vestido é até barato.
O que? Ele estava chamando um vestido de setecentas libras de
barato? Eu adoraria saber o que ele chamava de caro.
Mas eu não conseguia olhar para ele.
De jeito nenhum eu iria superar isso. Fui pega de surpresa
quando suas mãos quentes agarraram as minhas e ele colocou
algumas notas na minha palma.
Eu não poderia dizer quanto era, mas havia muito.
Nunca tive tanto dinheiro.
Ele não disse nada e antes que eu pudesse reagir, ele já estava
dentro de seu carro, se afastando.
Eu fiquei lá enraizada no local, olhando para as notas na palma
da minha mão.
Por que diabos me chateou quando ele me deu seu dinheiro? Não
deveria ficar feliz por agora poder pagar pelo vestido?
Por algum motivo, não gostei. Eu não queria seu dinheiro.
Coloquei na bolsa com a esperança de devolvê-lo a ele no
escritório. Amanhã. Se eu soubesse onde ele morava, teria ido para lá
imediatamente.
— Você vai o quê? — Beth perguntou quando eu contei a ela toda
a história.
— Vou devolver o dinheiro, — respondi, deslizando o vestido
pelas pernas.
r
— Por que? E seu. Ele deu a você.
— Bem, eu não quero isso.
— Você é louca? Como você pagaria pelo vestido? O cachorro
dele o rasgou, então é dever dele pagar por isso. Pare de pensar
negativo e veja o lado bom disso. Você também pode ficar com o
vestido.
Eu joguei o vestido na cama e plantei minhas mãos em meus
quadris, olhando para Beth.
— Ele me deu duas mil libras. O que devo fazer com o troco,
hein? Não vou aceitar caridade, Beth.
— Eu tenho orgulho. Não posso simplesmente aceitar dinheiro
dele. E um insulto!
Ela revirou os olhos. — Insulto é o meu cu. Você simplesmente
não quer.
Meu tom ficou aborrecido quando perguntei imediatamente: —
Você já conheceu aquele homem? Ele é um idiota! Eu vou ouvir
sobre isso para sempre. Você acha que ele não vai me insultar?
— Você não tem ideia. — Eu ainda estava tentando lamber meu
orgulho ferido, ainda tentando compreender o que tinha acontecido.
Ela não estava lá, não podia ver o que vi nos olhos de Mason
Campbell.
— Ok, por que você não pega os setecentos e devolve o resto para
ele? E diga a ele que você pagará os setecentos quando receber seu
salário. Pronto, resolvi seu problema.
— Foi você quem o criou em primeiro lugar!
Ela balançou o dedo para mim.
— Não, Laurie, foi você quem pensou que foi convidada para
jantar com eles. — Ela riu levemente.
— Gostaria de ver seu rosto quando ele disse que você iria
passear com o cachorrodele. — — Tenho certeza de que ele também
achou graça na minha humilhação. Diga-me, é tão difícil me dizer o
que eu iria fazer lá? — Eu reclamei. — Ele poderia apenas ter dito: —
Srta.
— Hart, você vai passear com meu cachorro esta noite, então eu
não teria feito papel de idiota.
Mesmo se estivéssemos em um tribunal e na frente do juiz, o
culpado era meu chefe por não esclarecer.
Eu era inocente, fui eu que fui humilhada e fui eu que perdi
muito dinheiro naquela noite, o suficiente para me fazer perder o
sono, mas eu sabia que ele estaria roncando com todos aqueles
bilhões em sua conta no banco.
Eu gemi, esfregando minha testa.
De repente, senti uma dor de cabeça terrível.
— Eu odeio muito ele.
Beth fingiu engasgar.
— Como você pode odiar o homem mais gostoso da Inglaterra?
Olha, estou com tanta inveja de você. Você pode observá-lo o dia
todo e admirar cada parte daquele corpo maravilhoso.
Eu bati nela.
— Cale-se. Eu não fico olhando para ele. Eu nem presto atenção
nele.
Mentirosa.
— Eu só presto atenção no meu trabalho.
Eu era graduada em mentiras.
Ela parecia não acreditar em mim.
— Então você é imune à gostosura dele? Você não está atraída
por ele? Nem um pouco?
— Desculpe pelo balde de água fria, querida. — Que mentirosa
profissional você é, Lauren.
— Vou te denunciar por suas mentiras. — Seus lábios se
curvaram em um sorriso.
— Você só não quer admitir que também tem tesão pelo seu
chefe.
— Eu não tenho tesão pelo meu chefe! Ele é meu chefe! E
estritamente proibido.
— Onde está escrito que você não pode ficar a fim de seu chefe
em seu manual, hein?
Eu sorri.
— Regra número setenta e oito: Nenhum funcionário deve se
envolver em qualquer relação física ou formar um relacionamento
com um colega de trabalho. — Eu me cumprimentei por lembrar
alguma das regras.
Embora eu ainda não tivesse lido todo o manual, fiquei feliz por
ter conseguido ler algumas páginas e evitar violar as regras.
— Não diz chefe, — foi sua resposta espertinha.
— Sério? Esse é o seu argumento? — Eu perguntei, levantando
ambas as minhas sobrancelhas e ela encolheu os ombros em troca. —
Tanto faz, eu vou dormir.
Ela se levantou da minha cama.
— A gente vai sair no fim de semana, né?
— Noite das meninas? Claro. Posso convidar minha amiga
Athena?
— Sim. Você também pode convidar seu chefe.
Quanto mais melhor. — Ela piscou.
— Vai se foder, Bethany.
Papai tinha uma consulta médica marcada para aquele dia.
Sua enfermeira, Becky, prometeu me manter atualizada. Eu me
dei um breve momento para dizer a mim mesma que tudo ficaria
bem.
Ele faria a quimioterapia como a pessoa corajosa que era.
Ele ficaria bem e viveria o suficiente para ver seu neto.
Eu estava mais preocupada que ele tivesse que passar por aquilo
sozinho, sem ninguém ao seu lado, mas Becky me garantiu que
estaria com ele em cada passo do caminho.
Eu estava preocupada que papai ficasse chateado porque meu
trabalho estava me impedindo de ficar com ele lá, mas uma
mensagem dele me fez relaxar.
Foi um dia desses que realmente odiei a mulher que me deu à
luz.
Ela deveria estar com ele, não sua enfermeira.
Mas Deus sabe onde ela estava naquele momento, ou se ela ainda
estava pensando nele.
Mesmo que papai dissesse que não se importava que eu não
estivesse lá, ainda me sentia muito mal.
Eu era a única família que ele tinha e estava ocupada demais
cuidando de coisas para Mason Campbell.
Eu naveguei pelo tráfego intenso de pedestres até a cafeteria mais
próxima, a duas quadras do escritório. Peguei um café com leite com
espuma extra antes de correr para o nosso prédio.
O tempo frio estava batendo em meu rosto e eu me aconcheguei
ainda mais no meu cardigã.
O elevador estava vazio quando entrei e apertei o número do
meu andar. Eu estava nervosa, mas principalmente ainda
envergonhada quando me lembrei do que aconteceu na noite
anterior.
Minha humilhação ainda estava queimando dentro do meu
cérebro e eu temia ver o Sr. Campbell.
Desejei que fosse fim de semana para não ter que enfrentá-lo tão
cedo novamente. Deus sabia o que ele deve ter pensado de mim.
Por que a única pessoa para quem você não quer se envergonhar
sempre é a única pessoa para quem você acaba se envergonhando?
Assim que a porta do elevador estava prestes a se fechar, uma
mão bateu entre os dois metais e as portas se abriram.
Meu coração bateu forte quando vi o homem em quem estava
pensando apenas cinco segundos atrás.
O Sr. Campbell entrou no elevador e parou ao meu lado.
Seu cabelo tinha um corte estiloso que o deixava muito bonito.
E ele cheirava muito bem também.
Eu não deveria estar pensando nele.
Ele era alguém com quem eu nunca poderia ficar, embora nunca
tenha pensado nisso dessa forma.
Ele não falou nada e não olhou para mim. As portas do elevador
se fecharam e as portas da tensão se abriram amplamente.
Eu mantive minha cabeça baixa, focada no meu café com leite,
quando na realidade eu estava tentando não olhar para ele.
Eu deveria dizer algo.
Eu deveria cumprimentá-lo. Ele era meu chefe.
Essa pequena revelação foi como um tapa na cara. Eu estava tão
ocupada enlouquecendo por estarmos juntos em um espaço fechado
que não me ocorreu cumprimentá-lo.
— Bom dia, senhor. — Não recebi nada em troca.
Bem, não é como se eu esperasse que ele me dissesse algo depois
de demorar tanto para perceber meus defeitos.
— Então, você se lembra de quem é seu chefe. Achei que você, de
alguma forma, tivesse esquecido o que uma assistente deve fazer
quando vê seu chefe.
Dei uma olhada rápida em sua direção e o encontrei olhando
para seu relógio caro.
— Um minuto, trinta segundos. — Ele ergueu os olhos do relógio
para mim, seus olhos não revelando nada.
— Esse foi o tempo que seu cérebro demorou antes de começar a
funcionar bem.
Fiquei imóvel, apertando minha mandíbula até que pudesse
localizar a compostura e o autocontrole necessários para falar com
calma.
— Por que você sempre insulta minha inteligência? Saiba que sou
inteligente.
Ele se mexeu e tirou as mãos dos bolsos enquanto eu continuava
a olhar para ele enquanto ele continuava olhando para frente.
Ele cruzou as mãos à sua frente.
— Pessoas inteligentes não se dizem inteligentes. Quando você é
inteligente e sabe disso, deixa as pessoas pensarem que você não é.
Então você mostra isso quando eles menos esperam.
Eu levantei uma sobrancelha.
— Foi assim que você se tomou um dos homens mais poderosos?
— Fingindo que você não é inteligente? — Portanto, falhei em
seguir meu próprio conselho sobre não fazer perguntas que não
fossem da minha conta e definitivamente fora da minha folha de
pagamento.
Papai disse que eu tinha o hábito de ser uma pessoa intrometida e
não saber quando calar a boca.
— Um? Srta. Hart, sou o homem mais poderoso da Inglaterra.
Algo que você claramente falhou em perceber.
— Eu não falhei em perceber nada. Estou apenas sendo racional
aqui, senhor. Eu concordo com você sendo um dos homens mais
poderosos, mas de toda a Inglaterra?
— Você esqueceu que temos uma rainha e um primeiro-ministro?
As palavras saíram da minha boca, mesmo enquanto eu pensava
— nãããão, lembra com quem você está falando, — tentando fechar a
minha boca.
— Meu dever como chefe envolve ignorar comentários como esse
de meus funcionários. — Seu tom arrogante me fez lamentar
profundamente ter dito aquilo.
Fiquei quieta, olhando para os números vermelhos subindo, cada
um levando seu tempo até chegarmos ao nosso andar.
Talvez eu devesse ter apenas mantido minha boca fechada.
O Sr. Campbell esteve ocupado por horas, então não tive tempo
de falar com ele e devolver o dinheiro. Eu definitivamente estava
tentando evitá-lo também, mas não pude evitar vê-lo na reunião.
Quando entrei na sala de reuniões, decidi sentar-me onde ele
havia me falado da última vez para evitar complicações, e por
complicações, queria dizer receber olhares desnecessários e
questionáveis.
Sentando-me confortável em meu assento, esperei o início da
reunião.
Os outros funcionários, que não tive o prazer de conhecer,
porque ignoraram minha existência ou se esforçarampara me evitar,
acenaram com a cabeça para mim.
A reunião começou no horário exato e o Sr. Campbell focou sua
atenção em todos na sala.
Percebi que, quando ele falava, todos estavam ansiosos para
concordar com o que ele dizia e todos pareciam ouvir rapidamente.
Mas quando outro funcionário começou a falar, eles não se
esforçaram muito para se concentrar.
Quando o Sr. Campbell estava falando, você não podia deixar de
ouvir.
Não eram as palavras que ele estava dizendo, era o tom
autoritário que estava usando e como sua voz era sexy.
Todos os olhos estavam voltados para ele, pendurados em cada
palavra que ele dizia.
Cynthia, da área de marketing, começou sua apresentação e eu fiz
anotações como o Sr. Campbell queria.
Na hora seguinte, fiz o possível para fazer parte disso, mesmo
que tudo o que fizesse fosse acenar com a cabeça em concordância
com o que achei ótimo e escrever, nunca usando a boca.
Depois que eles passaram por todos os assuntos do dia, o Sr.
Campbell se levantou. — Ótimo trabalho hoje. Continuem assim.
Todos se afastaram de seus assentos e saíram da sala de
conferências.
Percebi que o Sr. Campbell ainda não tinha feito nenhuma
tentativa de sair. Quando eu estava prestes a sair, ele pigarreou.
— Srta. Hart, um minuto.
Eu me virei para ele.
Ele ainda estava de pé, e eu teria apreciado se ele apenas se
sentasse.
Ele era enorme e intimidador quando estava de pé.
Sempre achava que ele iria me esmagar sob seus sapatos de couro
caros.
— Há algo que você gostaria de me dizer?
Eu engoli em seco inquieta.
— Uhm, eu acho que não, senhor. Há?
Vai, idiota. Fala, idiota. Fala!
— Se você tem algo a dizer, deveria dizer agora, — ele repetiu,
ignorando minha pergunta. Aquele homem sabia ler mentes? Como
diabos ele saberia que eu queria falar com ele?
Talvez seja porque você o tem evitado e ficava inquieta em sua
presença.
— Esta é a sua chance, — acrescentou.
Vá em frente, Lauren.
Dei um passo à frente, repentinamente nervosa. Mas eu não ia
deixar meu nervosismo me impedir de fazer o que era certo.
E aquilo salvaria meu orgulho.
— Eu... eu quero te dar uma coisa.
Ele arqueou uma sobrancelha.
— Eu dei a você a impressão de que queria algo de você? — Ele
perguntou em um tom entediado.
Tudo o que pude fazer foi grunhir.
— Está na minha bolsa. Deixe-me pegar. — Eu rapidamente me
virei e saí da sala de reuniões antes que ele me impedisse
novamente.
Quando voltei, ele estava parado perto das grandes janelas,
olhando para a cidade.
Eu sabia que ele estava ciente de que eu estava de volta, mas ele
não se virou e eu não sabia o que dizer, segurando suas notas na
minha mão que de repente pareciam pesadas.
— Peguei.
— Bem, você precisa que eu diga duas vezes para chegar mais
perto?
— Não, senhor.
Avancei até poder ver seu rosto claramente.
Ele se virou lentamente.
Seus olhos cinza de cílios escuros me mantiveram cativa em
algum tipo de sonho.
Ele era incrivelmente bonito.
Como ele poderia ter sido abençoado com tanta perfeição?
Mas não foi abençoado com uma personalidade agradável?
Porque ninguém pode ter tudo, Lauren.
Seus olhos pousaram na minha mão.
Eu limpei minha garganta.
— Obrigado por ontem à noite, mas eu nã... — — Noite passada?
— Ele inclinou a cabeça, parecendo perdido.
— Aconteceu alguma coisa ontem à noite de que não estou
ciente?
Minhas sobrancelhas se juntaram em uma carranca incrédula.
— Hum, sim.
— Diga.
Ele estava fazendo aquilo de propósito?
Tentando me fazer falar sobre a noite passada, quando ele sabia
que eu já estava me sentindo humilhada?
— Não sei por que você me deu duas mil libras quando o vestido
custava setecentas libras. De qualquer forma, estou devolvendo o
troco para você.
— Eu prometo que quando eu receber meu pagamento, eu vou
devolver os setecentos, ou você pode apenas descontar, — eu
terminei, respirando pesadamente.
— Eu pareço me preocupar com duas mil libras?
— Não mas-
— Você precisava disso, não é? — Ele fez uma
pausa.
— Prince estragou seu vestido e eu paguei por ele. Eu me senti
generoso o suficiente para dobrar o valor. Por que você está criando
problemas sobre isso?
— Eu não estou... — Parei de falar quando percebi que levantaria
minha voz e respirei fundo antes de exalar.
— Não estou criando problemas, senhor. Obrigada, mas eu não
quero.
— Porque você é boa demais para isso?
— Não é isso, — eu disse em frustração.
— Eu não quero o seu dinheiro por pena.
— Então é isso? Te dei dinheiro por pena?
— Não sou uma pessoa que gosta de ficar com o dinheiro das
pessoas sem merecê-lo. Eu me sinto desconfortável sabendo que
devo a você agora, então, por favor, senhor, apenas aceite. Eu
realmente não quero isso.
— Jogue fora, — ele brincou.
— O quê?
— Você me ouviu. Jogue fora. Dê para alguém. Depende de você,
Srta. Hart.
Ele começou a se afastar e eu estendi minha mão para detê-lo.
No minuto em que meus dedos tocaram seu braço, senti uma
onda de choque percorrer meu corpo e rapidamente retirei meus
dedos.
O Sr. Campbell olhou para mim.
— Nunca tente me tocar de novo, — ele disse friamente, seu tom
mais frio do que nunca.
— Se dê ao respeito. Sou seu chefe e estamos no escritório.
r
— E altamente antiprofissional tocar em seu chefe. Você me
entende claramente, Srta.
Hart?
Sentindo-me abalada, eu balancei a cabeça engolindo em seco.
— Sim, senhor, sinto muito.
Seus olhos se estreitaram antes de falar com um tom firme de
comando.
— Volte para o trabalho.
Becky me enviou uma mensagem.
Nós precisamos conversar.
Essas três palavras eram simples e curtas.
Eles podem significar qualquer coisa, mas nada de bom jamais foi
associado a essas três palavras.
Quando algo ruim acontece ou quando você está prestes a contar
a alguém algo que você tem certeza que não o deixaria feliz, eles
usam essas palavras primeiro.
Capítulo 6
Becky me enviou uma mensagem.
Nós precisamos conversar.
Essas três palavras eram simples e curtas.
Eles podem significar qualquer coisa, mas nada de bom jamais foi
associado a essas três palavras.
Quando algo ruim acontece ou quando você está prestes a contar
a alguém algo que você tem certeza que não o deixaria feliz, eles
usam essas palavras primeiro.
Em um relacionamento, quando alguém lhe diz essas palavras, é
porque vai pedir o divórcio ou o término.
Quando os pais usam com os filhos, eles vão dizer que vão se
mudar ou que seus animais de estimação morreram.
Eu não conseguia parar de repetir a mensagem de Becky
indefinidamente.
Eu sabia que algo devia ter acontecido na consulta médica e ela
queria revelar isso.
Só podia ser algo ruim.
Eu não conseguia ignorar a sensação que estava tendo na boca do
estômago.
Eu queria ligar para ela naquele momento.
Eu queria porque não havia como prestar atenção em outra coisa
senão na saúde do meu pai.
Mas então me lembrei da regra número doze: não são permitidas
ligações pessoais durante o expediente.
Eu tentei tanto me interessar pelo e-mail que o Sr. Campbell tinha
recebido sobre algo acontecendo no armazém e ele precisava descer
e dar uma olhada.
Foi importante para mim dizer isso a ele. O e-mail exigia
estritamente sua presença, mas meus olhos estavam ficando
embaçados e meu batimento cardíaco acelerado porque nada
importava mais do que meu pai no momento.
O telefone tocou próximo a mim e eu tirei do gancho, atendendo
a ligação.
— Escritório do Sr. Campbell. Lauren, em que posso ajudá-lo?
Bati meu dedo ao longo da borda da minha mesa.
— Onde está Mason? — Uma voz rude cuspiu do telefone e eu
congelei, completamente chocada com a explosão de quem ligou.
— Eu liguei para o telefone dele muitas vezes e ele não atendeu.
— Se o Sr. Campbell não recebeu sua ligação, ele deve estar
ocupado. Se você precisar deixar uma mensagem, eu o farei.
— Cala a boca, garota!
Eu queria encolher na minha cadeira.
Quem quer que fosse essa pessoa, ela não estava de bom humor.
Ah. sério? Não me diga. — Eu não vou deixar mensagem nenhuma.
Quero que você vá ao escritório dele e diga a ele para pegar o
maldito telefone se ele quiser viver o suficiente para comemorar seu
60° aniversário!Eu cerrei meus dentes enquanto lutava para manter a
compostura.
Ele ousou ameaçar Mason Campbell? Ele sabia o que estava
fazendo? Ele estava consciente?
— Senhor, — eu cerrei meus dentes.
— Sr. Campbell me pediu estritamente para não incomodá-lo
com nada. Mas ficaria mais do que feliz em dizer a ele que ligou
quando ele estiver disponível.
— Apenas me diga seu nome. — Obriguei-me a sorrir e ser alegre
quando disse aquilo.
Eu tive que segurar o telefone longe dos meus ouvidos quando
ele latiu para mim.
— Eu não vou te dizer meu nome. Estou dizendo para você ir ao
escritório dele e dizer-lhe para pegar o telefone!
— Honestamente, garota, isso é muito difícil de entender?! Se ele
não quiser perder tudo, ele irá me atender.
Perder tudo?
Do que diabos ele estava falando?
— Ainda não descobri o seu nome, senhor.
A linha ficou muda antes que eu pudesse obter uma resposta
dele.
Desliguei e descansei minha cabeça em minhas mãos. Fiquei
assim por alguns segundos antes de levantar minha cabeça.
Como eu começaria a transmitir a mensagem de quem ligou para
o Sr. Campbell? E como ele reagiria a isso? Como eu seria a
mensageira, ele também não me pouparia.
Depois de pressionar dois dedos na minha testa, Aaron e Athena
atravessaram o elevador, rindo. Eu acenei para eles.
— Ei, Lauren.
— Você parece chateada, — disse Aaron. — O que foi?
— Acabei de receber uma ligação grosseira.
Ele me pediu para dizer ao Sr. Campbell para atender o telefone
ou ele perderá tudo. — Eu fiz uma careta.
— Essa parte eu não entendi. Mas ele realmente parecia zangado.
— Ele ao menos sabia quem é o Sr. Campbell para ameaçá-lo
assim?
Athena deu uma risadinha. — Tenho certeza de que é apenas um
rival tentando criar um drama com ele. Eu não me importaria com
isso. Na verdade, deixe-me aconselhá-la a não contar a ele.
Aaron acenou com a cabeça. — Eu concordo. Ele só vai ficar
furioso e vai gritar com você, e você vai vir aqui emburrada.
— Você tem razão. Vou simplesmente ignorar - ah, Athena,
minha amiga Beth e eu planejamos uma noite das garotas amanhã,
se você quiser ir junto...
— Uma noite das garotas? Parece divertido. Faz um tempo que
não faço isso.
— Você nem tem amigos.
Ela deu um tapa no braço dele. — Tenho sim! Você e Lauren são
meus amigos... e tenho muitos outros. — Sua voz ficou um pouco
aguda com as últimas palavras. Claramente, ela estava mentindo.
— Pessoas como eu, Aaron, eu simplesmente não gosto delas. É
normal.
Ele bufou.
— Ok, tá bom. A única razão pela qual sou seu amigo em
primeiro lugar é porque você não parava de me seguir.
Ele deu um tapa na mão dela quando ela tentou acertá-lo
novamente.
Aaron olhou em sua direção.
— Então, essa noite de garotas... posso ir?
Eu levantei uma sobrancelha. — É uma noite de garotas, Aaron.
Significa que não são permitidos meninos. Você não pode ir.
— Então, se eu usar uma saia, posso ir? — Eu balancei minha
cabeça.
Ele choramingou, — Ah. qual é, Lauren. É o final de semana. Eu
não tenho planos. Vou ficar preso no meu apartamento. Pelo menos,
deixe-me ir.
— E eu é que não tenho amigos, — Athena disse sarcasticamente
enquanto lutava para manter um sorriso que ameaçava tomar conta
de seu rosto.
— Eu não sei, eu tenho que perguntar a Beth se ela não liga de
um cara se juntar a nós.
— Maravilha! — ele gorjeou, juntando as mãos.
— Então estamos falando sobre dançar e ficar bêbados?! Tenho
que manter meu espírito de festa lá em cima!
— Ela não disse sim, seu imbecil!
— Quem você está chamando de imbecil? — Aaron perguntou
com um olhar feroz.
Athena colocou a mão sobre o peito. — Ah. perdão, — disse ela se
desculpando, depois acrescentou: — Eu queria dizer inútil.
— Acho que ouvi o Sr. Campbell, — menti rapidamente,
tentando fazer com que eles se calassem antes que o chefe saísse de
seu escritório e me culpasse por isso.
Eles estavam falando, mas seria minha cabeça que rolaria, não as
deles.
— Tchau! — Aaron saiu correndo antes que eu pudesse começar
a rir e dizer a ele que estava apenas brincando. Mas pelo menos eles
não começariam a discutir novamente.
— Medroso, — comentou Athena.
— Acho que o ouvi chamar seu nome.
Seus olhos se arregalaram antes que ela seguisse seus passos,
quase derrubando a pobre mulher em seu caminho.
Eu balancei minha cabeça com um sorriso e voltei ao trabalho.
O Sr. Campbell queria chá. Quando ele me mandou pegá-lo, ele
disse gentilmente. Não foi nada do tipo: — Você pode, por favor,
pegar uma xícara de chá para mim?, — como eu queria
desesperadamente que fosse, mas ele não foi rude.
Liguei para Becky ao sair e a ligação caiu direto na caixa postal.
Tentei várias vezes, mas deu sempre a mesma coisa.
Voltando ao meu andar, fiquei momentaneamente distraída e não
estava prestando atenção para onde estava indo e esbarrei direto em
alguém.
Meu telefone caiu no chão e o chá quente do Sr. Campbell
derramou na frente de um temo preto limpo antes de cair no chão.
Sabe aquele momento na vida em que pensa que cometeu um
erro gigantesco, mas estava totalmente confiante de que ia superar
aquilo? Aquele não era o meu caso.
Eu tinha despejado um chá quente no patrão.
O chefe enorme e assustador que agora estava olhando com seus
olhos de aço para a mancha úmida em seu terno caro.
Irracionalmente assustada e com raiva, eu engasguei. E o mesmo
aconteceu com todos na sala.
Um pânico cego tomou conta de mim.
Eu não estava brincando, mas poderia jurar que ouvi o estrondo
de um trovão que pareceu sacudir todo o prédio de sua fúria.
Instintivamente, dei um passo para trás, colocando minhas mãos
protetoramente na minha frente.
— Eu sinto muito, — eu sussurrei roucamente, e então mais
suavemente.
— Não foi minha intenção. Eu sinto muito.
Sua tensão parecia fria, e a maneira como seus olhos se
estreitaram e a forma como sua boca se curvou em um sorriso de
escárnio, eu quase podia sentir agora: era o fim da minha vida.
Meus olhos e lábios arregalados e assustados se separaram
enquanto eu ofegava de medo e pânico inexplicável e irracional.
— Que desgraça você está fazendo... — disse ele por entre os
dentes.
— Que você não poderia olhar por onde estava indo?! — Sua voz
explodiu no final.
A fúria fria em sua voz e o olhar perigoso em seus olhos me
fizeram recuar.
— Me desculpe... eu estava... isso é completamente - por favor,
eu... — Meu medo era tão grande que as palavras me faltaram e
fíquei ofegante, lutando para não chorar.
Eu vi seus olhos congelarem em lascas de gelo por um instante, e
então ele ergueu uma sobrancelha escura inclinada.
— Nunca Conheci uma mulher como você, — ele disse
pensativamente, e então, seu tom de repente se tomou áspero, — Tão
completamente estúpida. Dê-me um bom motivo pelo qual eu não
deveria despedi-la agora.
- Vamos, Mason, a pobre garota não fez de propósito. Deixe-a em
paz. — Um homem idoso saiu de trás do Sr. Campbell, que não tinha
visto até então.
— Vamos embora ou podemos nos atrasar.
Expressões de raiva e ressentimento perseguiram-se em seu rosto
enquanto seus olhos iam de mim para o homem idoso novamente.
Finalmente, me surpreendendo, ele apontou seu dedo longo para
mim e disse: — É melhor você entrar na linha, Srta. Hart. Não vou te
dar outra chance de novo.
Eu balancei a cabeça, incapaz de falar.
O homem idoso sorriu para mim antes de seguir atrás do Sr.
Campbell até o elevador. No minuto em que os dois desapareceram,
o escritório explodiu em sussurros abafados.
Evitei os olhares de todos que possivelmente estavam sorrindo de
satisfação e de outros que ficaram muito desapontados por eu não
ter sido despedida naquele momento.
Por horas que se seguiram, continuei encontrando sentimentos
novos e mais fortes pela antipatia que sentia por Mason.
Já havíamos estabelecido o fato de que ele era o homem mais
rude de todos os tempos, embora um homem gostoso.
Era sua personalidade que eu não suportava, e a fantasia que ele
tinha em sua cabeça de que poderia pisar em alguém quando
quisesse.
Você fez isso. Isso foi sua culpa.
Uma falha pela qual me desculpei. E uma falha que eu estavatentando compensar pesquisando diferentes tipos de ternos no
Google para comprar para ele.
Mesmo que eu não tivesse dinheiro para comprar os seus caros,
eu poderia pelo menos comprar ternos adequados.
Passou de uma busca inocente para os pensamentos dele sem
nada quando eu balancei minha cabeça antes de entrar na minha
cabeça.
Mesmo enquanto dizia essas palavras, eu sabia que era tarde
demais.
Mason Campbell tinha entrado na minha cabeça desde o
momento em que o Conheci.
Era difícil não pensar nele, especialmente se eu o visse todos os
dias.
Eu estava muito envolvida em minha busca que não percebi
quando Jade se aproximou de mim.
— O que você está fazendo? — Ela perguntou, olhando para o
meu laptop.
— Por que você está procurando ternos baratos? Está pensando
em comprar um presente para o seu namorado?
Eu me virei e afastei sua cabeça do meu laptop.
— Desde quando você se tornou uma pessoa intrometida?
— Que seja. O que você está fazendo, afinal?
Percebendo que ela não sairia dali se eu não contasse a ela o que
estava fazendo, falei: — Não é como se você não tivesse visto o que
aconteceu antes — .
Ela deu uma risadinha.
— Você quer dizer quando ele te humilhou na frente de todos e
quase te despediu na hora? — Seu tom sugeria prazer.
Só ela sentiria felicidade com a minha miséria.
— E o que isso tem a ver com o que eu perguntei a você?
— Estou tentando comprar para o Sr. Campbell outro terno para
aquele que o arruinei. Tenho certeza que você vai me dizer que é
uma má ideia ou me convencer a não fazê-lo.
Ela bufou. — Oh. querida, você só estará perdendo seu tempo. O
Sr. Campbell só usa roupas personalizadas de seu alfaiate que vem
todo mês da Itália.
— Você acha que ele vai usar isso? — Ela apontou o dedo bem
cuidado para a minha tela.
Eu estreitei meus olhos.
— Sério? Você não está brincando comigo?
— Por que eu deveria? Só porque eu não gosto de você, Lauren
não significa que estou mentindo. Agora tenho certeza de que o
temo caro que você arruinou provavelmente está em algum lugar no
lixo. Não acredito que você derramou chá nele.
— Isso realmente deveria ter feito você ser demitida.
— Aposto que você adoraria.
Jade balançou a cabeça enquanto dizia suas últimas palavras, —
Não, eu quero você aqui, Lauren. As coisas estão ficando cada vez
melhores. E assistir você na miséria é muito divertido.
— Onde estaria a diversão se você fosse demitida?
Mais tarde, fiquei muito grata pela longa e confortável noite de
sono que tive.
Fiquei sabendo por Beth durante o café da manhã que ela já havia
começado os preparativos para a noite das meninas e isso incluía
Athenas e Aaron, que teve sorte de poder vir.
Eu mal consegui segurar o estresse e a felicidade de ver meu pai
quando Cheguei ao hospital.
Eu senti muito a falta dele.
Eu levei orquídeas, sua flor favorita, e entrei trêmula em seu
quarto.
Papai estava na cama, assistindo TV. Todo o seu cabelo tinha
caído e ele parecia fraco, pálido.
Ele não parecia o homem que eu conhecia.
Aquela pessoa deitada ali parecia a casca do que costumava ser.
Eu queria chorar. As lágrimas estavam prestes a cair pelo meu
queixo quando as enxuguei.
Ele não ficaria feliz em vê-las.
Se havia algo que ele odiava, era me ver chorar por ele.
Eu daria o sorriso falso que ele queria.
Eu seria forte por ele.
Por nós dois.
— Oi, papai!
— Laurie! — ele disse com um grande sorriso tomando conta de
seu rosto.
Ele esticou os braços e dei a volta para abraçá-lo. Eu coloquei
minha cabeça em seu peito e inalei. Eu senti falta de abraçá-lo. Era
como se eu estivesse em casa.
Meu pai era minha âncora. Sem ele, eu me afogaria no mar de
solidão e tristeza.
— Como você está hoje?
— Estou maravilhoso, agora que você está aqui.
O sorriso no meu rosto diminuiu e ele segurou minhas mãos. —
Não fique assim. Você deve sempre colocar um belo sorriso no rosto.
— Mas, pai...
Ele sorriu compreensivamente.
— Eu sei, querida. O trabalho significa muito para você e você o
está fazendo por nós dois. Estou muito orgulhoso da pessoa que
você se tornou, Lauren.
Eu o abracei novamente.
— Pronto, pronto... — ele deu um tapinha no meu braço, me
levantando.
— Não vá chorar. Você sabe que não gosto de ver você chorar.
Eu balancei a cabeça com um sorriso. — Eu sei. Como foi a
consulta médica? O novo tratamento quimioterápico está
funcionando?
— Eu te disse, estou ficando forte e saudável. Não se preocupe
comigo.
Ele não respondeu minha pergunta.
Como está Beth?
Tentei parecer feliz e alegre. — Ela está bem. Ela disse para dizer
que ela sente sua falta. Sairemos mais tarde com alguns amigos.
— Estou feliz que você pelo menos esteja curtindo sua vida. Eu
não gostaria que você ficasse triste o tempo todo.
— Ei, você veio. — Becky entrou, segurando uma bandeja de
comida.
— Sim, eu vim. Como você está?
Ela sorriu e me puxou para um abraço. Becky era uma pessoa
afetuosa. Eu gostaria de pensar nela como uma irmã mais velha e
uma segunda mãe.
— Eu estou bem. Ei, Vincent, trouxe comida para você.
O rosto de papai imediatamente ficou amargo.
- Eu disse que não gosto de comida de hospital, Becky. Eles têm
um gosto ruim. Quero pizza com muito queijo. Eu quero uma
cerveja. Não quero algo que me faça querer vomitar.
— Ha, Ha.
Eu ri. — Pai, vamos. Tenho certeza que não tem gosto ruim.
Ele ergueu as sobrancelhas para mim.
— Ah, é? Você quer experimentar?
— Não.
Depois de comer, papai adormeceu. Becky disse que o câncer o
estava afetando.
Ele estava ficando fraco e dormia mais do que ficava acordado.
Isso não era algo que eu queria ouvir.
Ela disse que precisava falar comigo sobre algo e eu a segui para
fora de seu quarto.
Eu sabia pela expressão em seu rosto que não seria uma boa
conversa.
Tentei parecer corajosa, mas quando ela começou a falar, não
pude mais segurar aquela máscara.
— O tratamento com quimio não funcionou, — disse ela com
uma voz triste.
— O médico disse que se tentarmos outro tratamento, o corpo
dele pode falhar por causa de quão fraco está ficando.
— Então, o que isso significa? — Sussurrei, mas soou tão alto em
meus ouvidos.
— Becky, o que isso significa? — Insisti quando ela não quis
responder.
— Isso significa que ele não tem muito tempo de vida. Sinto
muito, Lauren.
Choque e horror me atingiram, caindo sobre mim em ondas
quentes e frias enquanto o silêncio assustador aumentava, seu peso
apagando todos os sons, exceto um zumbido agudo em meus
ouvidos.
Eu respirei fundo.
Meu coração começou a queimar e meus olhos ficaram
embaçados antes que eu não pudesse ver nada na minha frente.
Ele não tem muito tempo de vida.
Meu deus.
Um soluço percorreu meu corpo.
Senti braços envolvendo meu pescoço e me puxando para um
abraço.
Eu senti.
Essa dor eu não poderia descrever.
Apunhalou meu coração, diferente de tudo que eu já senti.
Eu senti como se já o tivesse perdido.
Ele era a única família que eu tinha e agora eu o perdi.
Quando minha mãe nos deixou, fiquei triste. Eu tinha chorado
nos braços do meu pai todos os dias durante semanas.
Ele me abraçou e disse que a perda fazia parte da vida.
Não importa o quanto amemos uma pessoa, ela nunca fica
conosco para sempre.
Uma noite eu perguntei a ele por que ela foi embora sem dizer
nada e se ela não nos amava. Ele me disse que às vezes é difícil dizer
adeus a alguém que você ama.
E minha mãe nos amou muito, mas não foi o suficiente para fazê-
la ficar. Devemos amá-la pelos tempos em que ela esteve conosco.
Dois meses depois, eu disse a ele que a odiava, que nenhuma mãe
que realmente amasse sua família os deixaria. Ele sorriu e disse: um
dia também vou deixar você, Laurie.
Não será minha escolha, mas eu vou.
Você também vai me odiar? Eu chorei e o abracei, dizendo que
ninguém jamais nos separaria.
O câncer nos separou.
Como iria viver sem a maior parte da minha vida?
Como eu veria o mundo da mesma forma novamente quando ele
levasse embora a única pessoa que importava para mim mais do que
qualquer outra pessoa?
Como eu iria passar os últimos minutos da vida de papai sem
que meu coração parecesse que estavase despedaçando?
Seria difícil vê-lo morrer.
Para vê-lo dar seu último suspiro diante dos meus olhos.
— Becky, — eu me afastei e olhei para ela com meus olhos
vermelhos profundos.
— Não é possível... — Eu parei, incapaz de continuar.
Ela balançou a cabeça.
Eu enxuguei minhas lágrimas. — Ele sabe?
— Ele sabe. Ele está tão preocupado com você.
Entrei em contato com sua mãe.
— Minha mãe? — Eu disse surpresa.
— Vincent me deu o número dela e eu liguei para ela. Ela merece
saber que ele está morrendo.
Eu ri asperamente.
— Ela merece saber? Ela nos abandonou há anos, Becky. Então,
não, acho que ela não merece saber. O que ela disse?
Desta vez, Becky parecia irritada.
— Ela disse que quando tivesse tempo, ela iria aparecer.
Eu ri de novo. Parecia oco e vazio.
Não Fiquei nem um pouco surpresa.
— Quando ela tiver tempo, né? É bom saber.
Eu invadi o quarto do meu pai com raiva. Felizmente para mim,
ele estava acordado. Fiquei com os braços cruzados e olhei para ele.
Um sorriso esperto tomou forma em seu rosto.
— Você falou com a Ginny?
— Ela é sua mãe, Lauren.
Eu revirei meus olhos. — Ela não é nada para mim e você sabe
disso, — eu disse com raiva, sem conter a raiva e o ódio que sentia
por ela.
— Já se passaram anos, — ele disse suavemente.
— Eu a perdoei. Não fique mais zangada com ela. A vida é muito
curta. Vocês duas precisam uma da outra. — — Eu não preciso dela,
— eu rebati.
— Quem você vai ter quando eu não estiver aqui? A única razão
pela qual eu a perdoei foi por sua causa. Porque eu não quero que
você fique sozinha.
— Eu não vou ficar sozinha, pai. Tenho Beth e até Becky. Não
acredito que você fez Becky ligar para ela. E você sabe o que ela
disse? — Eu chorei, levantando minhas mãos antes de trazê-las para
os meus lados.
Seu sorriso se aprofundou. — Eu sei o que ela disse.
Eu cruzei meus braços novamente. — Então você sabe que ela
não vai vir, certo? Ginny não se importa conosco. Por que devemos
nos importar?
— Ela não teve a decência de demonstrar simpatia pelo homem
que amava? Eu honestamente não me importaria se fosse sobre mim,
mas era sobre você. Essa mulher é egoísta e de coração frio.
— Eu nunca a perdoaria. Eu nunca iria querer ela em qualquer
lugar perto de nós.
— Se eu soubesse que você ficaria tão chateada, teria dito a Becky
para não dizer nada para você.
Eu olhei para a parede.
— Venha aqui, querida. — Aproximei-me dele e sentei-me ao
lado dele, com a cabeça em seu peito e o braço em volta dele.
— Eu te amo, Laurie.
— Eu também te amo, papai.
Ele beijou minha testa e apertou seu abraço em mim.
— Tudo ficará bem.
Vai mesmo?
Capítulo 7
A noite estava incrível.
As luzes, os ruídos e os sons do trânsito intenso. Mas nada
poderia bater o som da risada despreocupada dos meus amigos.
Eu estava apenas sorrindo, e estava me esforçando muito.
Meus amigos estavam se divertindo muito.
Por que eu não estava?
Ah, sim, porque meu pai estava morrendo.
A qualquer dia ou a qualquer hora agora, ele iria embora e seria
apenas uma memória.
Como um sopro, ele desaparecería como se nunca estivesse aqui
antes.
Eu queria parar de pensar naquilo.
Eu precisava.
Para o bem da minha sanidade. Aquela noite era para ser
divertida.
E talvez fosse a última, já que eu havia decidido que ia começar a
passar o tempo com o meu pai e não perder nenhum minuto.
Eu não sabia como dizer a Beth. Ela e o meu pai eram próximos
antes de ele ficar doente e gosto de acreditar que continuavam
próximos. Ele gostava dela porque disse que ela o lembrava de sua
irmã.
Outra família que eu não conhecia e nunca tinha visto.
Beth, meu pai está morrendo. Acho que ainda estava
processando. Como você diz a alguém que a pessoa de quem você
gosta iria morrer?
Como você lida com isso? Como você organiza um funeral?
Eu não sabia nada sobre isso e não tinha ninguém para me
ajudar.
Deus, por que estou pensando nisso agora? Ele não está morto.
— Eu estou com fome. Talvez devêssemos colocar um pouco de
comida em nosso estômago, — Beth disse.
— Acho que conheço o lugar perfeito, — Athena respondeu.
Athena não estava brincando quando disse que conhecia um
lugar perfeito. Este restaurante, era perfeito e estava fora do nosso
padrão... ou classe social.
Não seríamos capazes de pagar por nada.
— Uh, você sabe quando eu disse que estava com fome, estava
pensando em hambúrgueres, — disse Beth, olhando para o
restaurante com um olhar nervoso.
Eu Belisquei a ponte do meu nariz. — Athena, não podemos
comer aqui. Você realmente quer ter um ataque cardíaco ao olhar
para os zeros na conta? — — Vocês precisam relaxar. Além disso,
não vamos pagar absolutamente nada.
Aaron ergueu a sobrancelha. — Eu diria que é um milagre de
Natal, mas não é nem Natal. Como isso vai ser possível?
— Apenas confie em mim.
Ela avançou antes que pudéssemos impedi-la. Beth encolheu os
ombros e todos nós logo a seguimos para o restaurante sete estrelas,
Mist.
— Como vamos conseguir uma mesa aqui? — Beth expressou
minha curiosidade.
— Ah, olá? Tia de Mason Campbell. Eu sempre tenho uma mesa
aqui.
— O quê? — Beth perguntou em choque com seus olhos
procurando os meus.
— Você é tia do Mason?
Aaron deu um tapinha no braço dela. — Você vai se recuperar do
choque e então vai perceber que não é grande coisa.
— Mas você é parente do solteiro mais cobiçado, o homem dos
meus sonhos! Isso me faz querer ser sua melhor amiga e ouvir todas
as fofocas sobre ele!
Eu gemi.
— Oh, aqui vamos nós.
Athena riu. — Boa sorte tentando arrancar alguma coisa de mim.
Fiel às suas palavras, conseguimos uma boa mesa quando
perceberam quem ela era. Aparentemente, ela já esteve ali muitas
vezes, pelo que entendi.
Se eu achava que Mist era lindo, você deveria ver a comida que vi
nas mesas. Era como olhar para uma boa arte. Eu poderia ficar
olhando para ele o dia todo e ficar contente.
O restaurante tinha um perfume romântico no ar misturado ao
aroma. Separadamente, eles eram ótimos, mas combinados faziam
você querer morrer de felicidade.
Pegamos uma mesa particular, olhamos o cardápio e
engasgamos.
— Esse preço só pode ser brincadeira, né? — Beth sussurrou em
choque.
Peguei um copo d'água e bebi.
— Não se preocupe, Beth. Vai para a conta do Mason.
Eu cuspi a água, engasgando.
— O quê?! — Tentei não gritar, limpando minha boca com a mão.
— Eu disse que vai para a conta do Mason. — — Eu ouvi você da
primeira vez. Você vai fazer isso sem dizer a ele?
Ela acenou para mim com um sorriso.
— Ele não vai saber, então se acalme. — Seus olhos percorreram o
menu enquanto pareciam calmos e relaxados.
— Acalmar? Se ele descobrir, todos estaremos mortos. E não vou
começar dizendo o quanto ele vai me insultar por isso.
Ela revirou os olhos. — Não seja ridícula. Não é como se
tivéssemos usado o dinheiro para outra coisa que não comida.
— Sr. Campbell não parece um homem generoso e alguém que
apreciaria que seus funcionários usassem seu dinheiro sem seu
conhecimento.
Ela olhou para Aaron.
— Isso é praticamente um roubo, — acrescentou Beth, mas não
parecia se importar.
— Vamos embora antes que percamos nossos empregos. Você é
da família. Você não perderá seu emprego, mas a mesma coisa não
será dita sobre nós.
Athena bufou e abriu uma garrafa de vinho. Ela encheu a taça e
tomou um gole.
— Um, eu não vou sair daqui sem comer nada. Dois, ele não vai
descobrir.
— E três, ele não vai me tratar de forma diferente. Ele vai me dar
o mesmo castigo que você. Você não conhece Mason como eu. Ele é
um homem justo. Ele separa trabalho e relacionamentos.
— Então, se todos vocês forem demitidos, eu serei demitida com
vocês.
— De alguma forma, isso me acalma um pouco.
— E disso que estou falando, Aaron. Aqui, você quer vinho?
Eu não sabia o que fazer, mas não fiz nenhuma tentativa de me
levantar e ir embora. Eu não estava confortável em estar ali.
Eu estava me sentindo um pouco ansiosa, como se o Sr. Campbell
pudesse invadir ali a qualquer momento com um brilho mortal e
olhos de aço frios.
As orbes prateadas que a escuridão espreita atrás dela, clama por
você e exige que você sejaconsumido por ela.
Fiquei tentada, realmente tentada por isso.
Havia algo tão pecaminoso em Mason Campbell. Eu não
conseguia distinguir.
Num minuto você quer ser bom, no próximo você quer ser ruim
com ele.
Todos fizeram pedidos, menos eu.
Todos pareciam tão relaxados e despreocupados.
Beth chamou minha atenção de repente, e algo sabido,
ligeiramente divertido, me fez xingar silenciosamente.
Eu poderia apenas sentar ali olhando - ou poderia apenas comer
aquela comida de dar água na boca e esperar que valesse a pena.
— Então, como é o Mason?
— Sério, Beth? — Eu gemi, não gostando de como ele foi o início
de uma conversa.
Tudo que eu queria era deixar tudo sobre ele no trabalho -
incluindo qualquer discussão sobre ele e aproveitar meu tempo sem
que ele invadisse meus pensamentos.
— Ele é meu chefe. Isso é tão inapropriado. — — Assim como os
pensamentos que você tem quando olha pra ele, mas isso a impede
de algo?
Minhas bochechas queimaram.
— Eu não tenho pensamentos inapropriados sobre ele! — Além
de eu querer estrangular seu pescoço comprido, não havia mais
nada.
Claro, Mason poderia ser o que homens e mulheres pensavam
antes de ir para a cama, mas eu sabia que ele era a razão de eu ter
pesadelos às vezes.
— Claro, querida. Ele está saindo com alguém? — Ela disparou a
pergunta que sempre estivera em sua mente.
— Eu acho que ele nunca foi visto com alguém.
Em algum lugar na boca do meu estômago, isso me atingiu por
uma razão desconhecida. Mas eu não fiquei pensando muito nisso.
— Ele não está namorando ninguém. Quando ele tem tempo para
isso?
— A questão é sobre o que um homem assim teria que falar com
uma mulher? — Eu disse com desdém, e Aaron, sentado ao meu
lado sorriu em concordância.
— Eu nem consigo imaginá-lo sendo romântico.
— Não ficarei surpreso se ele não souber o que a palavra
significa.
— E você, Lauren, você é uma pessoa romântica? — Athena
desafiou.
— Filmes e livros arruinaram você, né? Seu último namorado não
correspondeu às suas expectativas?
Beth colocou a mão sobre ela e riu. Lancei-lhe um olhar de
advertência, sabendo que ela estava morrendo de vontade de deixar
escapar tudo sobre mim.
— Cale a boca, Bethany.
— Ela nunca namorou ninguém em toda a sua vida, — Beth
revelou com mais risos.
O queixo de Athena caiu e Aaron exclamou: — Sério? — —
Gente, não é grande coisa, — Eu disse com um encolher de ombros,
afastando-o como se realmente não fosse nada. Eu simplesmente
nunca pensei em namorar ninguém.
Eu estava muito ocupada cuidando do meu pai e tinha esses
problemas de abandono.
Eu temia que, se começasse a namorar, eles me deixassem como
minha mãe fez.
Sempre pensei que, se uma mãe podia abandonar seu filho, por
que um homem não abandonaria a namorada?
— Você é tipo... virgem? — Athena murmurou em voz baixa.
— Só porque eu não namoro, não significa que sou virgem.
— Então você transa casualmente? Nossa, Lauren, você continua
me surpreendendo.
Eu revirei meus olhos.
— Eu não transo casualmente.
— Jake foi o cara que tirou minha virgindade na minha formatura
do ensino médio. — E a única razão pela qual o deixei foi porque
não queria entrar na universidade virgem.
Não que fosse um grande problema, mas naquela época era para
mim.
Aaron engasgou.
— E você não esteve com ninguém desde então?
— Eu não preciso de um homem para ser feliz. Vibradores fazem
um bom trabalho.
Eles começaram a rir.
— Nós precisamos mudar isso. Esta noite você vai pegar um cara
e se divertir muito.
— Não, sem chance. — Eu esmaguei a ideia de Athena porque eu
não tinha tempo para ficar com ninguém.
— Como assim? — Beth comentou amargamente, acrescentando:
— Caramba, Lauren, viva um pouco. Você nunca ouviu aquele
ditado...
— Você só vive uma vez, — Aaron continuou. Ela acenou com a
cabeça.
— Que tipo de homem você quer? Ah, eu sei o que quero. Alto,
moreno e bonito. Muitos músculos. Deve ser capaz de me
acompanhar, — Athena disse sonhadora.
— Eu sei do que Lauren gosta. Sombrio e misterioso.
Eu olhei para Beth pela quinta vez naquela noite.
Eu senti que ela queria me provocar.
— Que nem o Mason, então! — Athena exclamou de repente.
— Você gosta do meu querido sobrinho?
— Olha, se eu gostasse de garotas, esta definitivamente teria sido
o pior rolê porque vocês só falam de macho, — disse Aaron,
sorrindo um pouco.
— Até o Aaron quer o Mason.
— Podemos falar sobre qualquer outra coisa além do meu chefe?
— Eu perguntei.
— Tudo bem, eu Conheci alguém. — Todos se viraram para olhar
para ele. — Por que estão olhando assim para mim?
— Há quanto tempo? — Athena exigiu.
— Faz um mês.
— Um mês?! — Ela gritou. — E você não pensou por um segundo
em me contar? Eu sou sua melhor amiga.
— A única razão pela qual não te contei é que não era pra valer
na época, — ele admitiu a contragosto.
Beth se inclinou para ele.
— Como ele é? Ele é gostoso? — Ela procurou por respostas.
Aaron sorriu. — Ele é tão gostoso. Conheci-o durante minha
corrida matinal. — Ele hesitou, então continuou.
— Ele era casado na época.
— O quê?! — Athena gritou novamente.
— Eu sei, eu sei o que você vai dizer. Mas o casamento já estava
arruinado e ele estava prestes a pedir o divórcio.
— Ah, droga, Aaron. Por favor, não me diga que você arruinou o
casamento de alguém, — eu perguntei a ele, dando a ele um olhar
quase suplicante.
— Prometo que não foi minha culpa. Vamos comprar um novo
apartamento e morar juntos.
Ele parecia feliz.
Ele parecia muito feliz.
Como amiga, devo apoiá-lo.
Estendi a mão e coloquei minha mão na dele, sorrindo. — Estou
muito feliz por você.
— Mesmo que eu esteja muito zangada com você por
desrespeitar nossa amizade, — Athena fez uma pausa com uma
sobrancelha franzida antes de seu rosto se abrir em um sorriso.
— Estou feliz que você esteja feliz. Então, quando posso conhecê-
lo?
— Nunca!
— Como assim?
— Sei lá, e se você assustá-lo?
Athena recostou-se na cadeira e lançou um olhar sarcástico.
— Sim, porque eu pareço uma bruxa malvada, — ela respondeu
sarcasticamente.
— Todos nós queremos conhecer o homem que conseguiu roubar
toda a paixão que você tinha por Mason para ele.
— Não é como se eu tivesse uma chance com ele, Athena. Glenn
tem mais chance de voltar dos mortos.
Ela ergueu o copo para ele.
Depois que terminamos de comer, Aaron saiu para fazer uma
ligação.
Eu sabia que ele ia ligar para o namorado porque ele havia ficado
vermelho quando eu perguntei a ele.
Beth e Athena foram ao banheiro para retocar a maquiagem, me
deixando para trás.
Eu estava brincando com a faca quando ouvi os passos de
alguém.
Eu virei minha cabeça.
— Vocês demoraram mui—
As palavras morreram na minha garganta e eu soltei um pequeno
suspiro silencioso quando vi a figura na minha frente.
Eu me levantei rapidamente.
A voz do Sr. Campbell, geralmente tão fria e furiosa, disse com
indiferença: — Que noite adorável, Srta. Hart. — — Sim, senhor, —
eu disse encorajadoramente, embora meu coração tivesse começado
a bater de forma alarmante.
 
— E uma noite muito boa.
Seus olhos se afastaram de mim e pousaram em nossa mesa, nos
pratos vazios e nas garrafas de vinho.
— Dá para perceber.
A garçonete voltou e se dirigiu a mim: — Tudo bem, seu jantar foi
cobrado na conta do Sr. Campbell, e nós da Mist esperamos que você
tenha gostado da comida e volte na próxima vez.
Ah, meu deus.
Os próximos três segundos foram os mais lentos de toda minha
vida.
Não pude começar a explicar porque não havia nada para
explicar.
Eu me senti tão envergonhada, mais uma vez.
Mas principalmente com medo.
Fiquei sem palavras enquanto olhava para seu rosto escuro e
zangado.
— Uma boa noite, de fato, é quando você come e bebe de graça.
Eu balancei minha cabeça. — Não é o que parece.
Ele se aproximou de mim como uma pantera e segurou meus
ombros, me sacudindo até que pensei que minha respiração nunca
mais voltaria.
Com raiva, ele me soltou tão abruptamente quanto tinha
estendido as mãos sobre mim, olhando para mim como se nunca
tivesse me visto antes.
— Esse é o tipo de pessoa que você é? Quem você pensa que é? —Ele ergueu a voz.
— Você não é nada além de minha assistente temporária. Isso não
lhe dá o direito de me usar para seu próprio benefício!
— Você não é rica, então coma comida que seu dinheiro possa
comprar. Olhe para isso..., — ele apontou para a nossa mesa.
— Você convidou seus amigos. Você não tem vergonha, Srta.
Hart?
— Você esqueceu seu orgulho e dignidade quando pediu a eles
que cobrassem minha conta?
As lágrimas começaram a cair em minhas bochechas.
— São mulheres como você que eu desprezo, — acrescentou ele
com um sorriso de escárnio.
Seus olhos viajaram lentamente sobre mim, e a maneira como o
fizeram me fez realmente me odiar.
Não havia razão para eu me odiar, mas ele realmente me fez
sentir que deveria.
— Mason. — Athena entrou aos tropeções.
Ele deu a ela um olhar mortal. — O que você está fazendo aqui?
Ela olhou entre ele e eu.
— Por que estou aqui não é da sua conta.
Embora, estou feliz por ter feito isso, — ele disse asperamente,
então olhou na minha direção.
— Senhoras, aproveitem a noite. — Ele nos deu as costas e saiu.
— O que diabos aconteceu? — ela perguntou.
Eu estava tão brava que estava tremendo.
Levei não menos de dez segundos antes de pegar minha bolsa e ir
embora sem dizer uma palavra.
Capítulo 8
Não melhorou meu humor descobrir, na manhã seguinte, que
estava trinta minutos atrasada para o trabalho.
Acho que não me importava o suficiente para ir trabalhar, afinal
não queria encarar meu chefe, que nas últimas seis horas se tomou
meu inimigo número 1.
Eu não conseguia tirar suas palavras da minha mente.
Elas foram dolorosas.
Elas não eram quem eu era, mas o fato de que ele não podia
esperar e me deixar explicar tudo para que ele decidisse por conta
própria, não só me irritou, mas me fez acordar e decidir que não
queria mais trabalhar para alguém assim.
O Sr. Campbell não valorizava ninguém e os tratava como se não
fossem nada.
Eu queria trabalhar em um escritório onde pudesse respirar sem
temer que tivesse feito algo errado, ou onde o chefe fosse realmente
legal e tratasse a todos com respeito.
Peguei minha xícara de café e olhei para a tela do meu laptop.
Esta foi a decisão que tomei no minuto em que deitei na cama na
noite passada.
Estava farta.
Não era como se eu me odiasse e não valorizasse meu respeito
próprio.
Eu tinha sentimentos. Eu sinto emoções.
Eu não era um maldito robô que não me machucaria com suas
palavras.
Eu digitei rapidamente.
Caro Sr. Campbell,
Carta de demissão.
Aceite esta carta como notificação de que estou renunciando ao
meu cargo de assistente de Mason Campbell na Indústria Campbell
em 10 de agosto.
Peço desculpas por não poder avisar com duas semanas de
antecedência.
Devido a circunstâncias além do meu controle -
Fiz uma pausa e bufei.
Eu queria escrever: — Porque você é um idiota e eu não posso
trabalhar para um idiota.
Eu continuei, -Preciso demitir-me. Fico feliz em receber meu
pagamento ou você pode pedir que enviem para meu endereço.
Muito obrigado.
Sinceramente,
Lauren Hart.
— Carta de demissão? Que diabos está fazendo? — Beth
perguntou, olhando por cima do meu ombro.
Seu cabelo estava bagunçado e ela ainda tinha baba no canto da
boca, indicando que ela tinha acabado de acordar e não tinha nem se
olhado no espelho ainda.
— O que tem? Não é nada chocante, — eu respondi, lendo a carta
novamente para ter certeza de que estava tudo certo.
— Eu venho de uma linha de desistentes.
— Minha mãe largou a família dela, meu pai está abandonando a
vida, então não tem nada demais se eu parar de trabalhar também.
Não importa.
Antes que eu pudesse clicar em enviar, ela puxou o laptop de
mim e me encarou com as bochechas vermelhas.
— Não importa? Você está falando sério?
Eu me levantei e tentei pegar de volta dela.
— Dê-me meu laptop, Beth. Estou falando sério.
— Não, a menos que você me diga o que é que há de errado com
você, Lauren. Eu sei que seu trabalho é importante para você, então
você não iria simplesmente desistir, a menos que haja algo que você
não está me contando. — — E você tem que lembrar que está
desistindo da única coisa que ajudará seu pai.
Eu engoli, pressionando meus dedos frios contra minha testa. —
Não mais.
Ela avançou e agarrou meu braço.
— Lauren, ou você quer me conta que merda tá acontecendo, ou
eu não vou te devolver o seu laptop e te deixar fazer algo que você
pode se arrepender mais tarde.
Eu me afastei de seu aperto.
— Eu não vou me arrepender, — eu assegurei. — Trabalhar para
Mason Campbell não me dá nada além de raiva e sofrimento.
— Eu sei, seu chefe é um idiota, e daí? — ela perguntou com
escárnio.
 
— É comum ter um chefe que você tem vontade de matar de vez
em quando, mas isso não significa que você deva desistir.
— Eu realmente não me importo. Me dá meu laptop, — eu
implorei, enquanto meu rosto se tomava sombrio.
— Eu tenho que enviar minha carta de demissão. Ela não tinha
ideia do que eu tinha passado noite passada.
Ela não tinha ideia de como era ser menosprezado por alguém,
fazê-la pensar que você é mesquinho e ferir seu amor-próprio.
Ninguém nunca a fez se sentir tão baixa.
Ela não entenderia.
Nenhuma de nós disse mais nada, mas a tensão de nossas
expressões sombrias disse tudo.
— Não. — — Beth, eu não estou brincando.
Ela se manteve firme, desafiando-me abertamente com um olhar
fixo.
Beth não era de recuar e nem eu, e era por isso que sempre que
brigávamos ou tínhamos nossas diferenças, éramos obrigados a ter
um dia terrível.
— Nem eu. Isso diz respeito ao bem-estar de seu pai. Como você
vai encontrar outro emprego a tempo de pagar as contas médicas?
Suas só me encheram de mais pavor.
Por um único momento, o rosto de meu pai morrendo passou
pelos meus olhos e achei que fosse desmaiar.
— Ele está morrendo, ok?! Ele está morrendo, Beth, e não há nada
que eu possa fazer sobre isso, — eu confessei, minha voz soava como
se eu estivesse fora de órbita.
— O quê? — ela perguntou, chocada.
— O que você quer dizer com isso?
Minha garganta queimou e meus olhos lacrimejaram.
Eu havia aceitado a possibilidade de perder meu pai em breve,
mas se, por algum milagre, ele sobrevivesse, eu passaria todos os
dias agradecendo a deus por não tê-lo tirado de mim.
Ele era minha força e minha fraqueza. Eu faria qualquer coisa
para que ele vivesse mais.
Minha voz estava tremendo quando respondi. — O tratamento
de quimioterapia não funcionou e o médico disse que se ele tentar
outro, o corpo dele não aguentará, — implorei com meus dedos
apertando minhas mãos.
Minhas palavras soaram tão surreais aos meus ouvidos. Eu mal
podia acreditar que esse era o destino do meu pai.
Eu acrescentei em um tom amargo: — Então, basicamente
significa que ele morre se tentar outra quimio, e ele também morre se
não tentar outro tratamento novamente. A vida é uma merda. — —
Meu deus. — Beth deu uma longa série de respirações e lançou outro
olhar para mim.
— Quanto tempo ele tem? — — Isso importa? Ele não vai viver
muito.
Um gemido baixo e sobrenatural que só reconheci como minha
própria dor fechou minha garganta.
Eu cambaleei para trás e caí contra a parede, a dor me atingiu
com força.
Meus joelhos começaram a tremer e minha visão turvou, meu
mundo inteiro se contraiu em um vazio negro rodopiante.
Tudo que eu podia ver era o mundo me provocando com
vislumbres de meu pai, frio e cinzento morrendo e se afastando de
nós. Fechei meus olhos e engoli.
Eu os abri para olhar para a forma imóvel de Beth.
— Eu não quero que ele se vá, — minha voz tremeu e minha
visão começou a embaçar com as lágrimas.
— Beth, eu não quero que ele morra. Ele é o único que tenho. Por
favor, diga a ele para não me deixar.
Beth cruzou e me puxou para um abraço de esmagar os ossos.
Senti suas lágrimas caindo nas minhas costas enquanto as minhas
caíam em cascata pelo meu rosto. — Por que o mundo me odeia?
Primeiro, foi minha mãe e agora, meu pai. — — O mundo não te
odeia se você ainda me tiver. — Eu funguei, incapaz de falar.
— Eu estarei aqui para te ajudar nestes tempos difíceis, Laurie.
— E vamos deixar os últimosdias do seu pai felizes, vamos
garantir isso. — As palavras abriram um buraco no meu coração.
Beth e eu visitamos meu pai. Ele ficou tão feliz em vê-la, embora
tenha passado a maior parte do tempo dormindo. Ele ainda não
tinha recuperado muita energia e Becky disse que era esperado que
ele estivesse dormindo.
Quando ele acordou de novo, ele e Beth jogaram xadrez e ele a
deixou vencer como sempre.
Fiquei muito feliz ao ver o enorme sorriso em seu rosto.
Isso era o que eu queria, que ele passasse seus últimos dias
sorrindo. Não falamos sobre minha mãe de novo e fiquei feliz por
isso.
Falar sobre aquela mulher só me deixava de mau humor e nunca
esperei que ela aparecesse. E ela nunca o fez.
Cinco e meia, dei um beijo de despedida nele e prometi estar de
volta no dia seguinte. Beth tinha outros planos, então fui deixada
para voltar para casa sozinha.
Eu estava a duas quadras do nosso prédio quando desci do táxi,
preferindo caminhar para ajudar a limpar minha mente.
Caminhei em silêncio, desejando que a noite pacífica me
acalmasse.
Soltei um suspiro longo e instável quando meu prédio apareceu.
Um Range Rover preto estava estacionado em frente ao nosso
prédio.
Não dei muita atenção, pensando que algum dos moradores
tinha visita ou comprou um carro novo. Sem prestar a menor
atenção a isso, fiz um movimento para entrar no prédio.
— Srta. Hart.
Eu me virei e para meu choque, o Sr. Campbell estava parado na
frente do meu prédio, me chamando casualmente.
Eu devia estar sonhando porque não havia como o ver de jeito
nenhum.
Depois de passar um dia inteiro sem pensar nele, esse tinha que
ser o castigo que recebi por isso.
E ele sabia onde eu morava? Ele examinou as informações dos
funcionários e obteve meu endereço? Sendo dono ou não, aquilo era
uma violação de privacidade.
— O que você está fazendo aqui? — Olhei para a rua antes de
mover meus olhos de volta para ele, sem saber como reagir a esta
visita inesperada e indesejada.
— Essa é a sua primeira pergunta? Não vai perguntar como eu sei
onde você mora?
— Estou feliz por você não ter invadido meu apartamento, — eu
disse, cruzando os braços. — Isso não está além de suas capacidades.
— — Não está, não é? — ele perguntou, me olhando com olhos
semicerrados.
— Como eu poderia não vir ao receber isto? — Ele
acenou com um papel no ar.
— Sua carta de demissão.
— E, claro, fazer isso. — Ele agarrou as pontas do papel e rasgou-
o, o som dele se rasgando em dois chegou aos meus ouvidos.
Eu levantei meu queixo, fixando-o com um olhar penetrante. —
Isso ainda não muda nada.
— Estou rejeitando sua renúncia, Sra. Hart.
Eu olhei para ele, esperando ter entendido mal. — O quê?
Um olhar entediado cruzou seu rosto.
— Acredito que as palavras que eu disse não são difíceis de
interpretar. Você ainda trabalha para mim.
— Acho que não. — Franzindo a testa, coloquei-me em toda a
minha altura e coloquei os ombros para trás - apenas para enfatizar
minha negação.
Ele respirou fundo, algo que eu nunca o tinha visto fazer na
minha presença.
Algo em seu olhar ousado, quase rude, me deixou
desconfortável.
— Eu sou muitas coisas, mentiroso não é uma delas. Não tenho
tempo nem paciência para fazer piadas com você. Isso não é de meu
feitio. Você não pode pedir demissão ou parar de trabalhar para
mim, Srta. Hart. — — Minha empresa não é uma brincadeira de
criança, algo que você pode simplesmente largar quando quiser.
Um olhar de aborrecimento mal controlado passou por seus
olhos.
— Você ainda é minha assistente, ainda trabalha para mim.
Quando eu não quiser mais você, vou demiti-la.
Dei uma risada curta e inesperada, obrigando-me a responder
com calma e fingindo uma compostura que mal sentia. — Você não é
menos do que eu esperava que fosse, — eu revelei.
— Na verdade, você é muito diferente de como eu esperava que o
grande Mason Campbell fosse.
— Ah, é mesmo? — ele rebateu sarcasticamente.
— Posso perguntar o que você esperava que eu fosse? — Ele
estava me desafiando a dizer o que estava em minha mente, quase
soou como uma ameaça também, e se eu já não estivesse chateada
com o fato de que ele pensava que era meu dono e pudesse opinar
em tudo o que eu faço, eu teria atendido a seu aviso sutil e recuado.
— Quem você pensa que é? Você não pode me forçar a trabalhar
para você. Eu não vou mais trabalhar para você. — — Você parece
tão certa disso. Suponha que você ache que pode fazer isso, afaste-se
de mim tão facilmente. — Ele se aproximou de mim, seus passos
pareciam um predador e a ameaça oculta em seu rosto, alto e claro.
— Posso presumir, é claro, que você continuará com sua vida em
paz e felicidade.
— Você honestamente acha que eu deixaria? — Sua voz estava
friamente controlada, mas ele mal conseguia controlar o calor em
seus olhos.
Ele deu vários passos para perto de mim, até que estava na minha
frente, tão perto que eu pude contar as linhas de expressão em seu
rosto.
— Eu sou Mason Campbell, — disse ele, com arrogância e
orgulho.
— Eu não digo coisas duas vezes. Eu me afasto das pessoas. Eles
não se afastam de mim.
Por um momento, fiquei muito zangada e perplexa para falar.
Meus olhos se estreitaram perigosamente e minhas mãos se
fecharam em punhos.
Aquele homem não era apenas rude e sem maneiras, mas suas
insinuações desdenhosas eram demais para lidar.
Ele pareceu satisfeito com meu silêncio inesperado. Claramente,
ele pensou que tinha me colocado em um estado de silêncio.
Inclinei-me para frente, com minha voz condescendente.
— Vai se foder, Mason, — eu disse descuidadamente, liberando a
raiva que senti por ele desde o momento em que o vi.
— Você pode pensar que possui todos, o que é ridículo porque
não somos objetos, mas você não me possui. Eu tenho o direito de
não trabalhar para você. Ninguém vai me forçar, nem mesmo você.
— Você está tentando ir contra a minha palavra? — A voz do Sr.
Campbell mal foi controlada.
Percebi que todo o seu rosto ficou rígido de raiva, ele mal
conseguia pronunciar as palavras.
— Você quer entrar na lista de pessoas que me desafiaram?
Tentei não mostrar o quanto estava assustada.
— Ah, você vai me matar? — Minha voz soou incrédula; olhando
para cima, vi seus olhos brilhantes e os meus se tornaram
rancorosos.
— Ou me fazer desaparecer? Eu quero ver você tentar, — eu
continuei, não me importando que seus olhos tivessem se estreitado,
quase como os de um gato.
— Faça o seu pior, Sr. Campbell.
Ele me encarou com seus olhos cuspindo fúria. Eu balancei a
cabeça antes de me virar para sair.
— Se você não voltar a trabalhar, vou comprar seu prédio e
expulsá-la. Onde quer que você tente ir, estarei atrás de você. Você
não conseguirá um emprego ou um lugar para morar.
— E o mesmo se aplica às pessoas de quem você gosta.
Eu me virei para encará-lo novamente. Minhas bochechas
queimaram de raiva e eu não tinha nem um pouco de medo dele.
Minha voz tremia de raiva incontrolável.
— Você não pode fazer isso.
— Achei que você disse que não sou capaz de fazer nada. Por que
você parece tão assustada agora?
— Mason.
— Sr. Campbell, — ele corrigiu, com autoridade. — Nós não
compartilhamos nenhum relacionamento para que você não seja
formal comigo, Srta. Hart.
— Por que você está fazendo isso? Não quero mais trabalhar para
você!
— Que pena.
Mordi meu lábio inferior com força, tentando lutar contra a
vontade de gritar.
— Eu não quero que você machuque meus amigos e família. —
Eu não precisava dizer a ele claramente que tinha acabado de
conseguir meu emprego de volta.
Minha expressão derrotada causou um pequeno sorriso
sarcástico nos cantos de sua boca.
Minha respiração foi interrompida. Aquele sorriso, que inferno,
era um sorriso que o deixava tão bonito, era devastador.
Eu já o achava tão lindo, mas quando ele sorriu, ele poderia
muito bem ser o homem mais lindo do mundo.
Ele era de tirar o fôlego.
Seu sorriso me cegou.
Puta merda! Ele poderia fazer qualquer um de marionete. Mas
aquele sorriso pertencia a um homem simplesmente horrível e eu
não conseguia mais ver a beleza dele.
Um homem rude e controladornão era atraente.
— Vejo você na segunda-feira, Srta. Hart.
Mas eu já tinha me virado e estava correndo de volta para o meu
prédio, mal conseguindo respirar de tanta raiva que fervia dentro de
mim.
Mesmo quando Cheguei ao conforto do meu quarto e me joguei
na cama, achei impossível controlar meus sentimentos.
Raiva, humilhação e, acima de tudo, uma aversão abrasadora por
Mason Campbell, que me colocou em uma situação impossível sem
pensar em meus sentimentos.
Eu bati meus punhos contra os travesseiros, desejando gritar alto.
— Eu realmente não posso escapar dele, posso?
Capítulo 9
A segunda-feira passou tão rápido.
Beth não me questionou quando eu disse a ela que voltaria ao
trabalho.
Percebi que ela queria me perguntar, mas ela respeitou minha
privacidade.
Athena se desculpou comigo sobre o comportamento do Sr.
Campbell no sábado à noite.
Ela prometeu que havia esclarecido tudo com ele e que não era
inteiramente minha culpa.
Isso explicava porque ele me queria de volta.
Mas ter passado tanto tempo com ele e ouvi-lo me dizer
repetidamente como eu seria tão fácil de ser substituída não
extinguiu exatamente minha curiosidade e apenas me deixou com
uma pulga atrás da orelha.
Se era fácil me substituir como ele havia dito, por que ele me
chantageou para trabalhar para ele novamente?
Mas percebendo que nunca teria minhas respostas, parei de
pensar sobre tudo isso, ainda mais quando aparecia uma pilha de
documentos na minha mesa.
Parecia mais uma punição do que um trabalho real.
O Sr. Campbell não foi trabalhar naquele dia e sua ausência fez
daquele o dia mais agradável da minha vida. E eu fui verdadeira
comigo mesma.
Eu tinha sentimentos ruins em relação a ele, mas, ao mesmo
tempo, sentia mais do que isso.
Eu não conseguia entender meus sentimentos; Sentia antipatia,
sim, misturada com tremenda admiração, mas havia algo mais?
Não, definitivamente era apenas admiração.
Alguém que poderia arrebatar o mundo em uma idade tão jovem
e construir uma imagem poderosa era alguém a ser admirado.
Principalmente o Sr. Campbell, que tinha apenas 32 anos e tudo o
que queria e muito mais.
No final da tarde, ele entrou, anunciando que queria me ver.
Quando entrei em seu escritório, ele estava sentado em sua mesa.
Ele olhou para mim.
— Você não me deixou esperando.
— Você queria me ver? — Minha voz soou cautelosa.
— Recebi alguma mensagem do escritório de John Holt?
— Sim. O assistente dele ligou mais cedo sobre o acordo que você
fez com ele. O Sr. Holt não deseja mais continuar com o negócio se
seus termos ainda se aplicarem.
— Bem, suponho que devemos esperar que ele tenha dinheiro
suficiente para cuidar de seus cinco filhos.
Ele continuou falando no mesmo tom de voz inconsequente: —
Quando eu comprar a empresa dele e revelar todas as suas
atividades ilegais, você acha que ele percebería seu erro?
Não consegui controlar o choque e o rubor de raiva que surgiram
em meu rosto. Eu estava desconfortavelmente ciente do escrutínio
penetrante daqueles olhos cinzentos que captavam cada detalhe
disso.
Eu sabia que era uma pergunta retórica e minha contribuição não
era necessária, mas eu tinha que dizer algo.
 
— É... Sr. Campbell, isso é... isso... é realmente necessário?
Fiquei irritada por gaguejar e tropeçar nas minhas palavras. —
Você realmente tem que fazer isso? — — E desde quando eu te
ouço?
Havia um toque de ironia em sua voz, finalmente, seus olhos
semicerrados se estreitaram ligeiramente, — Isto é negócio. Você não
sabe nada sobre isso.
Eu sabia que quando o Sr. Campbell decidia adotar um
determinado curso de ação, nada poderia detê-lo, eu já deveria saber
disso, mas ainda assim protestei. Ele era um empresário implacável.
— Mas, senhor, ele tem uma família.
— Ligue para o escritório dele e transmita a mensagem, Sra. Hart,
— sua voz era sutil e seca, mas eu captei sua ameaça velada e
estremeci.
— Se ele não concordar com minhas condições, temo que seu
destino seja inevitável.
Mal conseguindo suprimir minha frustração, fiz um leve aceno de
cabeça antes de deixar o escritório.
O resto do dia foi tranquilo. Ele estava em seu escritório há horas
e não fez uma pausa.
Ele era um workaholic, e algo me diz que ele não tinha vida fora
do trabalho.
Como alguém pode viver assim? De alguma forma, eu poderia
imaginá-lo obcecado em ganhar mais pela manhã e estar no topo, e
uma pequena pausa poderia fazê-lo pensar que perderia tudo.
Foi exatamente assim que me senti quando assisti a um episódio
de The Walking Dead.
Eu estava trabalhando quando senti no ar um perfume
desconhecido. Eu olhei para cima e vi um homem vindo em direção
ao escritório do Sr. Campbell.
Ele estava vestido com uma camisa polo escura casual e jeans
rasgados com tênis preto.
Ele parou na minha frente com o sorriso mais bonito e bochechas
com covinhas. Seus olhos eram cor de avelã, quase pareciam brilhar
a cada poucos segundos.
Em conclusão, ele era realmente lindo.
— Olá, querida. — Ele parecia encantador, até mesmo amigável.
— Eu sou Gale, e você deve ser?
— Lauren. Nova assistente do Sr. Campbell. — Eu sorri de volta
nervosamente.
Se Beth estivesse ali, não havia dúvida de que ela pularia em cima
daquele homem. Ele era o tipo de homem que ela queria - lindo,
bonito e rico.
Ela não iria descansar até que o tivesse na cama.
— Bem, você certamente não merece ficar confinada neste
escritório chato. Alguém tão bonita de tirar o fôlego merece ser
mostrada nos braços de alguém. Eu, por exemplo, mostraria você
para o mundo.
Ele pegou minha mão antes que eu pudesse impedi-lo, beijando
as costas dela.
Com os olhos fechados, seus longos cílios tocaram minha palma.
Ele se retirou.
— Que cavalheiro. — Eu sorri, já gostando dele. Não porque ele
me elogiasse, mas porque parecia ser o único homem rico que não
era um idiota.
— O que posso fazer por você?
— Estou aqui para ver Mason. Esta é uma reunião surpresa não
planejada.
— Ah, me desculpe. O Sr. Campbell está ocupado agora, mas
gostaria de esperá-lo?
Em vez de responder, Gale andou ao meu redor e se sentou em
uma das duas cadeiras que estavam na frente da minha mesa. Ele
cruzou as pernas e colocou o braço direito sobre a cadeira.
— Normalmente eu não esperaria por ele, — ele começou com
um sorriso provocador. — Mas hoje parece ser uma exceção. Já faz
muito tempo que não fico na companhia de uma mulher bonita
como você.
Recostei-me na cadeira. — Tenho certeza de que você diz isso
para todas as mulheres que conhece, — respondi bufando e com um
aceno de cabeça.
Ele inclinou a cabeça para o lado e me estudou.
— Você é diferente, Lauren.
Eu não pude deixar de rir. — Essa fala é superestimada. Acho
que não funciona mais.
Gale inalou um suspiro dramático e cruzou os braços na frente
dele.
— Quer beber alguma coisa? — De repente, lembrei-me de como
ser uma boa assistente.
Suas covinhas apareceram. — Não, estou bem, Lauren. — Um
minuto se passou antes que ele perguntasse: — Há quanto tempo
você trabalha aqui?
— Não muito tempo.
— E você gosta daqui?
— Bem, eu não vou para casa cheirando a frango empanado. —
Uma sobrancelha levantou e eu expliquei: — Trabalhei em um lugar
onde eles o prato principal era frango empanado — .
— Tenho certeza de que eles ficaram arrasados quando você saiu.
— Por que eles ficariam?
— Porque sua saída deve ter afugentado alguns de seus clientes.
Tenho certeza que você sabe que é linda.
Minha boca se abriu antes de eu sorrir.
— Qual é a sua relação com o Sr. Campbell?
De repente, uma sombra caiu sobre meu ombro e eu olhei para
cima, surpresa ao ver o Sr. Campbell parado ali com um olhar
irritante no rosto.
— Eu não te pago para sentar e perguntar sobre meus
relacionamentos, Srta. Hart.
Quase engasguei quando respondi de cabeça baixa,
completamente envergonhada.
— Claro, senhor. Eu sinto muito. — Agora, ele vai pensar que sou
uma vadia intrometida. Ele já tinha muito o que pensar sobre mim.
Ele olhou para Gale. — Você não resistiu à chance de fofocar
sobre mim? — Ele perguntou amargamente.
— Você se acha tão importante assim,Mason? Venha, vamos para
o seu escritório. Você tem problemas maiores do que o seu ego.
Como se ele se controlasse com esforço, o Sr. Campbell olhou
para mim e se virou, caminhando para seu escritório. Gale seguiu
atrás ansiosamente, todos os traços de felicidade sumiram de seu
rosto.
O que foi aquilo? E que problemas o Sr. Campbell estava
enfrentando agora?
Isso não é da sua conta, Lauren.
Não é seu trabalho saber tudo sobre ele.
Além disso, alguém como Mason Campbell sempre enfrentaria
problemas.
Nos próximos quinze minutos, ouvi um barulho vindo de seu
escritório. Eu pulei de medo e meus olhos permaneceram fixos na
porta.
O que é que estava acontecendo lá dentro? Eles estavam
brigando? Não, o Sr. Campbell não iria se envolver em uma briga no
escritório.
O que devo fazer?
Chamar o segurança ou invadir a sala?
Eu estava de pé quando a porta se abriu dez minutos depois, e a
cabeça de Gale saltou para fora. Ele parecia exatamente da mesma
maneira que chegou. Sem hematomas ou sangue nele. Aquilo foi um
bom sinal.
Devo dizer algo, perguntar o que aconteceu, mas como?
— Lauren, — Gale disse, quase feliz. Ele sorriu para mim. — Foi
bom conhecê-la. Espero vê-la novamente em breve... em um local
diferente, espero. Seu chefe quer ver você agora.
Sem perder um segundo, corri para dentro do escritório.
Tudo na mesa do Sr. Campbell estava espalhado no chão com
algumas coisas quebradas. Deliberadamente, deixei meus olhos
vagarem por ele.
De seu lugar perto da janela, o Sr. Campbell observou minha
reação com uma expressão impassível.
— Senhor, está tudo bem? — Eu disse, finalmente, as palavras
soando suaves e hesitantes.
— Sim, — disse ele abruptamente, e o olhar em seus olhos passou
por mim como um choque, fazendo meu coração bater
vertiginosamente.
— É melhor você limpar isso, — ele disse secamente, caminhando
até a porta.
— É melhor você não falar com ninguém sobre isso.
Que você deu um chilique? Quase escorreguei e, a julgar pela
maneira como ele estava olhando para mim, como se quisesse me
esfaquear com sua caneta, sabia que ele devia ter adivinhado meus
pensamentos.
Um sorriso lento enfeitou o canto dos meus lábios.
Ele bateu a porta.
Pelos próximos dias, o comportamento do Sr. Campbell mudou
com todos, não como se ele não fosse um idiota antes, mas ele
piorou.
Ele estava mal-humorado, zangado e gritava com todos.
Estávamos todos tensos e sofremos muita pressão. Todo mundo
estava com medo de sair da linha e correr o risco de ser demitido.
Eu sabia que algo o estava incomodando, mas não conseguia
descobrir o que era.
Sexta à noite, eu estava dormindo quando meu telefone tocou às
três da manhã. O som daquilo me acordou.
Olhando para o número desconhecido, eu queria ignorá-lo, mas
então, pensei que poderia ser relacionado ao meu pai.
Nervosa e com medo de ouvir más notícias, atendi à chamada.
— Olá?
— Srta. Hart. — Foi uma fala arrastada e preguiçosa,
pronunciada com uma voz aveludada, e senti uma emoção dentro de
mim.
— Sr. Campbell? — Eu perguntei em choque, esfregando meus
olhos.
— Está tudo bem? São três da manhã.
 
— É mesmo? — Sua voz áspera gotejava sarcasmo.
— Eu quero te ver. Agora, Srta. Hart. Queens Hotel. Número do
quarto 205.
— Um... hotel? — Eu engasguei, meus olhos saltando das órbitas.
— Vejo você em dez minutos.
Eu não pude entender o que ele disse até que ouvi a ligação
terminar.
— O que tá acontecendo? — Eu murmurei para mim mesma.
Não mudei o que estava vestindo, que era um shorts e um colete.
Decidi usar um moletom por cima.
Beth ainda estava dormindo quando escapei de nosso
apartamento.
Aproximando-me do luxuoso hotel, de dentro do táxi, notei a
presença de um funcionário que anotou meu nome e usou o telefone
antes de me mandar de elevador para a suíte do Sr. Campbell no
último andar.
Eu não entendi por que ele queria que eu o encontrasse no hotel
quando ele poderia simplesmente me mandar para sua casa ou me
encontrar em algum lugar que não fosse um maldito hotel.
As portas do elevador se abriram e eu saí, procurando pelo
número do seu quarto.
Quando parei em frente à porta, precisei de muita coragem antes
de bater lentamente.
Três minutos depois, o Sr. Campbell abriu a porta.
Ele estava lá em uma camisa polo que revelava seus músculos
enormes e calças pretas que abraçavam sua coxa.
Seu cabelo estava despenteado e seus lábios ligeiramente
curvados. Ele estava tão gostoso.
Eu sabia que Mason Campbell era autoconfiante, até arrogante,
um homem que não teria problemas para atrair qualquer mulher
que quisesse.
Pisquei, pega de surpresa.
Eu sentia que ele não era meu chefe, era alguém que eu pegaria
em um bar e falaria sobre ele a semana toda.
Ele estava tão bonito que doía.
Queria verificar se estava babando, mas decidi não fazer isso.
Eu sorri um pouco. Mas não houve sorriso de resposta nos olhos
cinzentos que encontraram os meus.
Meu sorriso vacilou em face de sua recepção fria.
Capítulo 10
Pow.
Pow.
— Srta. Hart. — Ele assentiu. — Você está atrasada. — E assim, o
idiota se virou e voltou para dentro, deixando-me ficar perto da
porta, meu coração ameaçando explodir.
Eu o segui para dentro da sala de estar, que era luxuosamente
mobiliada e tinha uma vista magnífica das janelas da varanda.
Estava frio por dentro, mas cada parte de mim estava quente e
suada.
— Sente-se.
Sentei-me com relutância, empoleirando-me na beirada do sofá
enquanto o Sr. Campbell se espreguiçava com uma facilidade
insolente em outro.
Cruzando suas pernas, seu olhar me intimidou e seus dedos
tamborilando lentamente em sua coxa fizeram meu estômago
apertar.
— Eu acredito que você está bastante curiosa para saber por que
eu chamei você aqui.
— Sim, senhor.
— Eu não gosto de rodeios, então deixe-me dizer isso
imediatamente. — Ele descruzou as pernas e olhou fixamente para
mim, não me deixando quebrar o contato.
— Case-se comigo, — disse ele casualmente.
Case-se comigo.
Minha mente disparou. Eu pensei ter ouvido errado.
Ele não podia ter dito que eu deveria me casar com ele.
Eu não conseguia tirar meu olhar dele. Sua postura era de
extrema tranquilidade.
Mas foram seus olhos que me acorrentaram, porque eu não
imaginei o brilho frio e calculista daqueles olhos prateados.
Tentei localizar as câmeras escondidas porque tinha certeza de
que estava sendo enganada em um reality show.
Case-se comigo. Mas o Sr. Campbell não perderia tempo fazendo
isso.
Case-se comigo. E ele com certeza nunca diria algo que não
quisesse.
Case-se comigo.
Case-se comigo.
Essas palavras soaram alto em meus ouvidos. Lentamente,
comecei a recostar-me na cadeira, sentindo-me atordoada.
Ele ficou olhando. Sem piscar. Totalmente relaxado.
Algo que não pude compreender totalmente.
Eu falei, em tom muito baixo.
— Casar com você? Eu ouvi corretamente?
— Sim, eu quero que você se case comigo.
Eu ri, uma risada bem alta. — Sr. Campbell, não pensei que você
fosse se envolver em uma pegadinha boba. Quer dizer, está falando
sério?
— Onde estão as câmeras? — Tentei vasculhar o sofá em que
estava sentada, puxando as almofadas e jogando-as no chão.
— Sério, senhor? Você quer brincar comigo às três da manhã?
— Onde você escondeu as câmeras?
Levantei-me e verifiquei o vaso de flores, por algum motivo
acabei checando embaixo do sofá também. Eu estava prestes a
começar uma busca profunda quando ele latiu para mim.
— Sente-se.
O tom que ele usou me fez voltar rapidamente ao meu lugar
antes que eu pudesse perceber, e meu coração bateu rapidamente
contra o meu peito.
— Isto não é uma brincadeira, Sra. Hart. Estou profundamente
insultado por você pensar que eu faria tanto esforço para me
divertir, — ele disse aborrecido.
— E que seja a última vez que repito: você é a última pessoa com
quem eu faria uma piada ou faria algo bobo. Agora, eu perguntei a
você uma coisa e você aceitaria. Case-se comigo.
Eu forcei uma risada. — Por que você está dizendo isso tão
facilmente como se estivesse me perguntando como foi meu dia.
Ele ergueu uma sobrancelha.
— Por que você quer se casar comigo? Issonão faz sentido. — As
palavras saíram mais nítidas do que eu pretendia.
— Faz sentido. Simplesmente não precisa fazer sentido para você,
— disse ele. Havia uma luz forte em seus olhos, uma luz que era
quase assustadora.
— Quando penso nisso, você é a única melhor opção.
— Opção? Opção para quê?
— Para ser a Sra. Mason Campbell.
— Você está tentando fazer parecer que é um negócio e não um
casamento.
Ele descruzou as pernas, mais uma vez.
 
— É um negócio, Srta. Hart. Um que irá beneficiá-la, confie em
mim.
— Você só precisa se casar comigo por um ano, e depois disso,
você está livre para ir e fazer o que quiser.
Eu apertei minhas mãos na minha frente, tentando entender o
que ele estava dizendo.
— Por que você quer se casar por um ano? — Na verdade, eu não
estava pensando nisso, mas estava curiosa sobre sua condição.
— A razão será conhecida por você assim que você aceitar minha
oferta, — ele declarou secamente.
Para alguém que parecia desesperado, ele com certeza estava
saindo como se eu não tivesse escolha.
Como se ele já tivesse decidido que eu me casaria com ele, e ele só
estava sendo gentil o suficiente para me avisar. Que cara mais idiota.
— Por que eu? Por que não escolhe alguém de quem você gosta?
— Como você sempre me diz, Sr. Campbell, há muitas pessoas
por aí e tenho certeza que adorariam ser sua esposa. — Fariam de
tudo para ser sua esposa, era o que eu queria dizer.
Acho que se ele anunciasse ao mundo que estava procurando
uma esposa, eles precisariam de todos os policiais do país para
segurar as mulheres.
Mas ele estava perguntando por mim...
O aborrecimento me obrigou a ficar de pé e eu calculei a distância
até a porta.
— Não tenho ideia de qual é o seu novo jogo, mas não serei
incluída nele. — Corri para frente, tentando escapar.
Eu me senti como se estivesse em um filme de terror.
Ele me pegou no meio do caminho.
Seus dedos se enrolaram em volta do meu braço e me giraram
para encará-lo.
Eu olhei para ele com um suspiro quando minhas costas se
conectaram à porta.
Seus olhos ficaram gelados.
— Eu não sou homem para falar levianamente sobre esses
assuntos, Sra. Hart. Mulheres não estão nos meus planos, e digo o
mesmo sobre casamento. — — Mas estou em uma situação em que
tenho que fazer uma coisa que não gosto.
Ele pressionou seus dedos na minha pele.
— Você entende, não é?
Não, eu não entendo nada.
— Isso... isso não vai acontecer. Não vou me casar com você, Sr.
Campbell.
— Nem nesta vida, nem em qualquer outra. — Mesmo que me
oferecessem tudo na vida, mesmo que eu nascesse de novo, eu me
recusaria a me casar com Mason Campbell. Que coisa mais absurda!
Ele me odiava oito horas atrás e de repente queria se casar
comigo? Isso não parecia suspeito?
Ele me puxou com ele para dentro da sala. Ele estava perto - tão
perto que eu podia sentir o calor de sua respiração em minhas
bochechas.
— Eu consigo o que eu quero, — ele respirou, enquanto a riqueza
suave de sua voz passava por mim como aconteceu na primeira vez
que o Conheci.
— Se eu tiver que forçar um anel no seu dedo, então que seja.
— Mas no final, você será minha esposa.
Eu estremeci, olhando nos olhos ousados dele. O silêncio
zumbido se estendeu tão tenso que sua tensão estalou na sala de
estar.
— Isso é um desafio? — Eu perguntei, o nivelamento do meu tom
revelando muito mais do que as poucas palavras faladas.
— Um desafio? — ele repetiu em um tom pesado. Então ele
ergueu uma sobrancelha cética.
— Mesmo? Como quiser.
Eu desviei o olhar de seu aceno de desprezo, caminhando os
poucos passos que me separavam da porta, minha mente girando.
Casar com Mason Campbell?
Aquela é uma nova piada de mau gosto?
— Seu chefe pediu que você se casasse com ele? Mason
Campbell?
O espanto de Beth pairou no ar. Ela coçou a cabeça, de alguma
forma conseguindo parecer confusa, feliz e brava ao mesmo tempo.
Com meu próprio rosto irritado e confuso, tentei reunir um
pouco da minha sanidade.
Fechei os olhos e o imaginei parado ali, com seus olhos cativantes
que me perseguiam, calculando cada movimento meu.
Aqueles olhos prateados que eram tão misteriosos, mortais, como
uma bomba prestes a explodir em você.
Fechei meus olhos e pude sentir como se ele ainda estivesse
parado na minha frente, seu pulso rugindo em meus ouvidos.
Eu o imaginei lá, puxando-me para perto dele, inalando seu
hálito perfumado.
Senti a presença de Mason Campbell ao meu redor e através de
mim.
Ele disparou meus sentidos e representou um desafio vibrante
não apenas para a minha sanidade, mas para a batida do meu
coração.
Cada respiração que eu dei.
Respirando fundo, abri meus olhos e voltei minha atenção para
ela. Eu apertei a ponta do meu nariz e fechei meus olhos com força
novamente, buscando o consolo familiar da paz... mesmo que apenas
por um momento.
Mas aquilo também foi um desafio, pois tudo que eu podia ver
era ele me pedindo em casamento.
- Se estou sonhando me belisque, Laurie, mas Mason Campbell
pediu que você se casasse com ele. Você não está mentindo, está?
Eu revirei meus olhos.
— Você disse sim, né? Espero que você não tenha parecido muito
animada quando fez isso. — Seu nariz se contraiu.
— Isso não pareceria bom, Sra. Campbell. — Seu sorriso se
alargou.
— Sra. Lauren Mason Campbell, — ela declarou, suas palavras
quebrando dentro da minha cabeça. — Isso soa bem para isso, certo?
Eu olhei para ela. — Você tá usando alguma droga, Bethany? —
Eu atirei de volta, meu peito apertando.
— Eu não aceitei. Por que você não está pirando como eu?
Ela encolheu os ombros sem nenhuma preocupação no mundo.
— Por que eu deveria pirar? É uma proposta de casamento.
— Isso não te assusta?! Não parece suspeito? Por que um homem
como Mason Campbell me pediria em casamento quando poderia
ter qualquer mulher no mundo? Uma atriz, uma maldita modelo,
mas ele me escolheu.
— E você ainda acha que não é nada para ficar assustada? —
Procurei explicar em pura descrença.
As sobrancelhas de Beth se ergueram, mas se juntaram com a
mesma rapidez. Coçando a cabeça, ela me olhou como se quisesse
dizer algo, mas, pensando melhor, optou por segurar a língua.
— Acho que parece um pouco suspeito.
Meus olhos se estreitaram. — Um pouco?
Eu queria chutá-la de volta aos seus sentidos.
Ela encontrou meu olhar com os olhos estreitos e a testa franzida.
 
— É o maldito Mason Campbell, o solteiro mais desejado de toda
a Inglaterra, o homem mais rico e poderoso. O que há para não
gostar?
Eu arqueei minhas sobrancelhas. A realização de repente caiu
sobre ela. — Oh.
— Exatamente! — Finalmente, estávamos pensando da mesma
forma.
— O que mais ele disse?
— Algo sobre ser por um ano.
Que tipo de pessoa burra concordaria em se casar com alguém
por um ano? E que tipo de oferta era essa? Casar por apenas um
ano?
Ele achava que o casamento era como um negócio?
Beth balançou a cabeça, refletindo minha descrença e confusão.
— Ele quer casar com você por um ano? Mas por que?
— Ele não diria a menos que eu concordasse com isso. Ele é
realmente inflexível em me fazer casar com ele.
— Mas ser esposa dele... — ela parou, alguns pensamentos
entravam em sua mente. Seu espanto me irritou mais do que
deveria.
Até recentemente, descobri que Beth era a pessoa mais ilógica. Ela
não entendeu o quadro geral, os problemas que surgiam com a
proposta de Mason.
Tudo o que importava era o quão rico, gostoso e famoso ele era.
Verdade seja dita, essa proposta me pegou desprevenida. Quando
eu imaginava alguém me pedindo em casamento, seria ótimo, e eu
realmente gostaria do cara... ele gostaria de mim também.
Mas fazia muito tempo que eu não olhava para alguém ou
pensava em namorar, para começar. Mason e eu não éramos nem
amigos. Nunca sorrimos um para o outro e ele queria se casar
comigo.
— ... é absolutamente ridículo e algo pelo qual não vou perder o
sono, — terminei sua frase, lançando um longo olhar penetrante
para ela. Um brilho que se acumulou com todas as minhas
frustrações.
— Isso tudo é tão chocante. Primeiro, você começou a trabalhar
na Indústria Campbell, e agorarecebeu uma proposta de casamento
do próprio grandalhão, você é muito rabuda.
— Um mês atrás, eu não teria acreditado se alguém me dissesse
que estaríamos sentados aqui conversando sobre o pedido de Mason
em casamento.
— Touché.
— Não deixe que isso te incomode. — Senti suas mãos na minha
mão.
— Eu te conheço, Lauren, você vai continuar pensando sobre isso.
Não deixe isso entrar em sua cabeça como tudo, e concentre-se em
sua vida.
Eu não conseguia me concentrar em nada quando suas palavras
ainda ecoavam em meus ouvidos.
— Deixe-me apenas dizer que estou sendo corajosa agora por
dizer tudo isso e absolutamente destruída. — Beth acrescentou com
uma exclamação: — E o maldito Mason Campbell!
— Ah, dá um tempo, tá? — Eu me levantei da
mesa.
Beth e eu estávamos tomando café da manhã - foi o único dia que
conseguimos comer juntas. Nós estávamos ocupadas com o trabalho.
Eu com meu trabalho e Beth com o dela no escritório de
advocacia.
Fui para o meu quarto e ela me alcançou.
— Eu não terminei, Sra. Campbell!
— Meu deus! Dá pra parar de me chamar assim?
Ela agarrou meu braço. — Não pretendo deixar você esquecer
essa proposta. Vou contar pro seu pai - Aí! Sai de cima de mim, sua
louca!
Eu a mantive presa e murmurei em seu ouvido. — Você não vai
dizer nada para o papai. — Beth tentou se levantar, mas eu a
empurrei para baixo.
— Certo?
— Isso é realmente inapropriado, — ela comentou com um
sorriso malicioso. Lambi sua bochecha, rindo. — Ai credo! Você me
passou seus germes.
Ela me empurrou para trás e eu caí de bunda no chão com uma
risada, observando-a correr para o banheiro, gritando: — Eu te odeio
— e algo sobre o Sr. Campbell.
Capítulo 11
O estresse e a tempestade emocional que passei na semana
passada me drenaram de todos os sentimentos.
Mas eu não conseguia tirar Mason da minha mente.
Mason. o homem que era a resposta para o meu problema, mas
também era um grande problema.
O homem que conseguia o que queria.
E ele queria se casar comigo.
Eu, Lauren Hart, a garota mais comum do mundo casada com o
bilionário Mason Campbell. Não apenas um bilionário, mas o
homem mais desejado.
Não, pensei.
O pensamento queimou minha mente e corpo... não era possível.
Ele insistiu, uma voz bem no fundo da minha mente.
Algo sobre isso acendeu dentro de sua cabeça. Você sabe que sim.
O pensamento se enraizou e ficou mais forte a cada batida do
meu coração.
Deus não.
Eu tentei ao máximo me livrar disso, continuar com o que era
importante e deixar o passado para trás.
Eu tentei e empurrei com mais força para a parte de trás da
minha cabeça quando fui ver meu pai.
Fiquei feliz em vê-lo depois de alguns dias.
Entrando com suas flores favoritas nas mãos, parei na porta.
Alto, moreno e taciturno como uma tempestade negra, ele estava
de costas largas para mim e minha boca ficou seca ao vê-lo.
Eu o reconheceria em qualquer lugar. Mason Campbell era o tipo
de homem difícil de não notar.
Não apenas porque ele era grande, mas porque carregava uma
aura poderosa que atrai você para ele.
De forma simples, ele se destaca.
Papai foi o primeiro a me localizar.
— Lauren.
Ele se virou e eu esqueci de respirar.
Seu cabelo estava liso e quase brilhando na luz.
Seus ombros se curvaram e ondularam com o movimento, e seu
perfil forte revelando o quão forte ele tinha cerrado a mandíbula, o
quão sombrio eram suas belas feições.
Ele sabia que uma cara séria o faz parecer ainda mais gostoso?
Mais atraente?
Eu estremeci, calafrios começaram a subir e descer pela minha
espinha quando seu conjunto de orbes prateadas me cativou em sua
prisão.
Aquele era o homem que dobrava os outros à sua vontade. Ele
diminuiu a distância entre nós, me alcançando antes que eu pudesse
recuperar o fôlego ou me recuperar de vê-lo.
Tentei manter a calma... mas. droga, quando ele se ergueu sobre
mim como se fosse me engolir inteira... foi difícil.
Inclinei meu queixo para olhar para ele. meu coração batendo
forte, as emoções selvagens girando dentro de mim.
Eu olhei em seus olhos, mas não pude ler o que estava escondido
atrás deles.
Ele havia erguido escudos impenetráveis, não deixando espaço
para eu adivinhar por que ele estava ali.
Eu olhei furtivamente para papai, que estava observando Mason
com admiração, sorrindo brilhantemente como se tivesse sido
anunciado que ele sobreviveria, o que levantou mais perguntas.
Minha sobrancelha se franziu.
Mason sorriu... se o movimento ascendente no canto esquerdo de
seus lábios pudesse ser qualificado como um sorriso.
— Olá, Lauren, — ele cumprimentou. A riqueza de sua voz me
deixaria de joelhos.
Ele me chamou de Lauren de uma maneira diferente.
Era mais como se ele estivesse tentando me seduzir, para ser
honesta.
Eu nunca, em um milhão de anos, imaginei que Mason teria esse
tipo de voz... a voz profunda e sedutora que era reservada apenas no
quarto.
E ele estava usando em mim agora.
Limpei a garganta, meio com medo de que minha própria voz
falhasse, mas as palavras estavam presas na minha garganta. Por
onde devo começar?
— Eu estava apenas tendo uma boa conversa com seu pai sobre
seus dias de infância, — ele arriscou, lançando um rápido olhar para
meu pai.
— Você deu trabalho.
Pisquei, então o estudei, tentando ver a verdade por trás de seus
olhos. Ele fez parecer como se estivesse tudo bem para ele saber
sobre a minha infância.
Mas antes que eu pudesse exigir respostas, uma ligeira mudança
em sua expressão, algo na maneira como ele estava olhando para
mim tirou as palavras.
Meu coração respondeu, batendo descontroladamente contra
minhas costelas.
— Estou muito feliz em saber que você ainda é a mesma garota.
— Sua voz fluiu para dentro e ao meu redor, sua profundidade
suave me balançou novamente.
Feliz em saber que eu era a mesma garota? Ele não sabia nada
sobre mim. Eu tinha que reconhecer que ele era um bom mentiroso,
mas por que ele estava mentindo era um mistério para mim.
— O que você está fazendo aqui? — Consegui sussurrar.
Houve uma onda de gritos de silêncio.
E foi nesse vazio cada vez mais profundo que suas palavras
caíram.
— Eu não esclareci isso? Se você não vai apresentar o homem
com quem vai se casar para seu pai, pensei, por que eu não poderia
fazer isso?
As únicas palavras ressoando em meus ouvidos eram o homem
com quem vai se casar.
Fechei os olhos e contei de um a dez.
O rosto de Mason refletia uma calma absoluta, uma calma que eu
estava longe de sentir enquanto ele esperava minha reação.
Meus lábios se moveram, mas nenhum som veio. Demorou várias
tentativas antes que eu pudesse encontrar minha voz.
— O quê? — Isso foi o melhor que eu pude pensar.
Fiquei chocada. Eu não esperava isso dele de forma alguma.
Ir pelas minhas costas para encontrar meu pai e mentir sobre
estar noiva de mim, isso foi um movimento idiota. Mas fui eu quem
o desafiou para começar.
Bem. eu nunca esperei que isso acontecesse!
Minha escolha de palavra provocou um leve sorriso.
— Não se preocupe, amor. Eu não contei todas as surpresas
ainda, — ele disse levemente, então se inclinou para frente em minha
orelha esquerda. — Eu não disse a ele que seria em duas semanas.
Duas semanas? Eu me casaria em duas semanas?
O que diabos eu estava dizendo? Não iria me casar em duas
semanas!
— Esse é o seu plano? — Perguntei o mais baixinho que pude
para que meu pai não pudesse ouvir o que eu estava dizendo.
— Vir ver o meu pai? — Foi uma declaração, não uma pergunta.
Revirei os olhos, passando por ele para caminhar até meu pai na
cama. Eu ia dizer a ele que Mason não era o homem com quem eu
iria me casar e que não havia nenhum homem, para começar.
Mas papai começou a chorar antes que eu pudesse dizer algumas
palavras.
— Oh, querida, você não tem ideia de como estou feliz, — disse
ele, enxugando as lágrimas.
— Eu pensei que morreria antes de ver minha linda garotinha em
seu vestido de noiva. Oh, Lauren, estou tão feliz.
Algo feriu meu coração e eu sabia exatamente o que era.
Papai continuou, sorrindo para meu chefe. — Mason, você tem
sorte de tê-la. Você vai tratá-la bem, certo, filho?Filho?
Mason acenou com a cabeça. — Claro, senhor.
Eu a trataria exatamente do jeito que ela merece.
Do jeito que eu mereço? Era uma piada? Claro, papai não
entendeu, mas as palavras de Mason o fizeram parecer mais feliz do
que eu jamais o tinha visto.
— Venha aqui, querida. — Ele abriu os braços e eu me recebi em
seus braços seguros e quentes.
— Como estou feliz, Lauren.
Meus olhos formaram uma poça de lágrimas e não consegui tirar
sua felicidade.
Eu queria dizer a ele que aquilo não iria acontecer e que o
casamento não era do jeito que ele imaginava.
Não era um casamento por amor e não duraria para sempre. Eu
gostaria de poder contar a ele todas essas coisas.
Quem é que concordaria em casar com um contrato?
— Ok, pai. — Eu me afastei, sorrindo para ele.
— Vou falar com o Sr. Campbell sozinho lá fora por alguns
minutos. Você vai ficar bem?
Papai levantou uma sobrancelha.
— Ela me chama assim quando está chateada comigo, —
comentou o Sr. Campbell atrás de mim.
— Você sabe como são as mulheres e seus acessos de raiva.
Minha mão se fechou em um punho ao meu lado. Eu realmente
queria dar um soco nele.
Papai deu uma risadinha. — Exatamente como a mãe dela. —
Então ele sorriu para mim. — Querida, não seja muito dura com ele.
Forcei um sorriso falso antes de assentir.
— Não se preocupe, pai, não vou encostar um dedo nele, — eu
disse, olhando para o Sr. Campbell. Ele estava me observando de
perto, uma sobrancelha escura casualmente levantada, algo ousado e
estranhamente cintilante em seus olhos.
Sem hesitar, ele me seguiu para fora da sala.
Eu não queria que ninguém nos visse, então abri a porta de uma
sala vazia.
O Sr. Campbell deu vários passos para ficar perto da janela. Mãos
fortes unidas atrás das costas, pernas fortes ligeiramente afastadas,
ele olhou para fora.
O silêncio engrossou - junto com minha inquietação.
— O que você está fazendo?
Por fim, ele se virou, sua expressão ilegível.
— Eu descobri mais sobre sua vida. Seu pai está morrendo de
câncer. Pelo relatório que recebi, ele está aqui há algum tempo,
sofrendo.
— Isso não tem nada a ver com o que eu perguntei!
— Receio que sim.
Aproximei-me dele, apontando meu dedo. — Eu não vou casar
com você.
— Receio novamente, Srta. Hart, que está fora de questão. Falei
com alguns dos meus médicos, e seu pai pode sobreviver.
Um som de esperança soou alto em meus ouvidos. — O quê? —
Sussurrei em choque.
— Você me ouviu corretamente. Com os melhores médicos
cuidando de seu pai, ele sobreviverá.
— Meu deus. — Eu coloquei a mão sobre minha boca.
— Não fique tão animada ainda. — Suas palavras me deixaram
sem fôlego. — Ele vai precisar de vinte milhões de libras, e é aí que
eu entro.
— Se você concordar em se casar comigo, pagarei pelo
tratamento do seu pai e você receberá um bônus.
O quê?
— Não.
Ele ergueu uma sobrancelha. — Você prefere deixar seu pai
morrer? É isso, Srta. Hart? Você quer o arrependimento que virá
quando ele der seu último suspiro?
Eu engoli, fechando meus olhos antes de abri-los novamente. —
Existem outras maneiras...
Minha resposta pareceu diverti-lo. — Em outras palavras, você
não tem dinheiro.
— Vou encontrar outro jeito, — eu sussurrei, as lágrimas
ameaçaram escapar dos meus olhos.
O Sr. Campbell cruzou os braços e me estudou, seus olhos cheios
de zombaria.
— E por favor, diga como você vai fazer isso? Você vai implorar
por um empréstimo? — Ele perguntou se divertindo.
— Quem vai ter pena de você?
— Vou trabalhar, — acrescentei, corajosamente.
Suas sobrancelhas se ergueram. — Ah. é? E por quanto tempo?
Cinco anos? Dez? Para sempre antes de você conseguir essa quantia,
ou nunca? O câncer do seu pai vai esperar por você?
— Pare com isso.
— Não. estou tentando te entender, Srta. Hart. O que você vai
fazer para conseguir esse tipo de dinheiro?
— Eu não vou casar com você. — Ele deu um suspiro.
— E chantagem.
— Chantagem ou não, tanto faz, — ele encolheu os ombros. —
Vamos acabamos casando.
Eu não sabia de onde vinha sua confiança. Minha mente me disse
que não havia outra maneira de conseguir esse tipo de dinheiro.
Eu deixaria meu pai morrer?
Porque meu ego levou o melhor de mim?
— Tem que haver outra maneira. Vou trabalhar vinte e quatro
horas para você, se for preciso. Apenas, algo que não seja casamento.
— Não haverá negociação, Srta. Hart, — disse ele por fim. —
Você tem uma escolha e é melhor se decidir antes que seja tarde
demais.
— É verdade que posso ter qualquer mulher que eu quiser, mas
eu não quero nenhuma mulher. Eu quero você, Lauren.
Quero você.
Mesmo que suas palavras fossem inocentes, isso despertou algo
perigoso em mim.
Eu respirei fundo, estremecendo, mas imediatamente me
arrependi porque seu perfume requintado e descontroladamente
perturbador encheu meus pulmões.
Uma miríade de emoções cintilou em meu rosto antes de eu virar
as costas para ele. colocando a mão na minha testa antes de puxá-la
de volta para correr meus dedos pelo meu cabelo.
Reuni minhas emoções dispersas e silenciosamente deixei a sala
para ir ver meu pai. Eu precisava vê-lo antes de tomar qualquer
decisão.
Ele não me impediu.
Capítulo 12
Empurrei a porta e entrei.
— Oi, pai.
Ele manteve a revista que estava lendo e olhou para mim em
dúvida. — Ele está inteiro?
Eu sorri e segurei suas mãos, sentando na cadeira perto de sua
cama.
— Por que você está tão preocupado com ele?
Você acabou de conhecê-lo.
Qualquer pessoa que conhecesse Mason Campbell não ficaria
preocupado com ele.
Eles aplaudiriam se ele fosse atropelado por um carro, e isso
apenas se o encontrassem por cinco minutos. Não ficaria surpresa se
alguém que o conhecesse por mais tempo estivesse planejando seu
assassinato.
Só deus sabe quantas vezes eu quis matar aquele homem.
— Eu sei que acabei de conhecê-lo, querida, mas eu sinto que
conheço esse rapaz há anos.
— Você não me disse que estava namorando e que ele a pediu em
casamento. — Ele olhou para mim e perguntou gentilmente: — Você
está feliz, querida, não está?
Dizem que os pais sabem exatamente como seus filhos se sentem
sem eles dizerem nada. Por que meu pai não estava vendo como eu
estava infeliz?
O quão assustada a presença de Mason me fazia sentir e quão
estressada eu estava.
— Estou feliz, papai. Mas ficarei mais feliz se te vir melhor de
novo.
Ele deu um sorriso triste e derrotado. — Eu vivi anos incríveis. —
Sua mão tocou minha bochecha esquerda e eu coloquei a minha
diretamente em cima da dele.
— Fui um bom filho, um bom marido... — Ele inclinou a cabeça
com um sorriso radiante.
— Um ótimo pai para uma ótima filha. Estou feliz com a vida que
vivi por cinquenta anos, Lauren.
— Se eu morrer agora, vou morrer um homem feliz.
— Pai...
— Ouça, me acalma saber que Mason cuidará de você depois que
eu partir.
Se ao menos você soubesse que o seu desejo não se tornaria
realidade. Aquele homem me odiava.
— Eu não quero que você morra, — eu disse, engasgando.
— Todos aqueles que vivem devem morrer, querida. Aquele
homem lá fora, — ele apontou o dedo para a porta. — Ele vai te
tratar bem. Sou um bom juiz de caráter.
Eu encarei meu pai, realmente encarei ele e decidi que não queria
que ele morresse.
Eu queria que ele vivesse e aproveitasse mais trinta anos de sua
vida. Eu não queria imaginar a vida sem ele.
— E se houver outra maneira?
Ele olhou para mim confuso. — Outra maneira? O que você quer
dizer? — Ele cutucou.
— E se eu disser que há uma chance de você viver, pai?
Seu rosto exibia várias emoções - choque, descrença, felicidade e
esperança. Vi esperança em seus olhos.
Ele começou a sorrir e soluçar ao mesmo tempo, e eu o segurei.
Ambos chorávamos de felicidade, mas, ao mesmo tempo, chorava
pela vida que começaria com Mason Campbell, pela verdade que
escondi de meu pai.
Eu sabia que quando um ano se passasse, não seria mais capaz de
mentir. Ele pode me perdoar, talvez não, mas tudo que fiz até agora
foi para garantir que ele sobrevivesse.
A qualquer custo.
Quando encontrei o Sr. Campbell, uma hora depois, parei na
frente dele e soltei um suspiro.
— Se vamosfazer isso, acho que devo saber por que você de
repente quer se casar.
Ele respondeu à minha pergunta com um sorriso bem-
intencionado e satisfatório.
— Bem, — ele começou arrogantemente, movendo-se para dar
alguns passos para longe de mim, encostando seu corpo contra uma
mesa. — Eu devo uma explicação a você, não devo?
O Sr. Campbell se moveu para se sentar na cadeira, cruzando as
pernas.
— Meu avô tem uma fortuna. Você ficaria chocada se eu dissesse
quanto. Ele tem dois filhos - meu pai e meu tio.
— Ele deu a cada um deles vinte por cento, e os sessenta por
cento restantes vão para seu neto mais velho.
— Deveria ter sido Tom. mas ele sofreu um acidente há seis anos,
perdeu a sanidade e foi considerado irrecuperável. — Suas feições,
assim como sua voz, não refletiam nenhum indício de emoção.
Sem saber o que dizer, fiquei em silêncio.
Achei que prestar condolências pudesse ser a coisa errada a se
fazer, ou ele poderia me dar uma bronca por interrompê-lo. Além
disso, não achei que ele esperava que eu dissesse nada.
— Depois disso, foi passada para o próximo neto. Ou seja, para
mim, — ele continuou.
— Bem, não exatamente para mim, mas para a mulher com quem
eu me casar, minha esposa. O endurecimento de seu tom não passou
despercebido por mim.
Meus olhos quase saltaram das órbitas.
— Eu vou receber todo esse dinheiro? — Ele me olhou
atentamente. Percebendo o que eu disse, sorri timidamente, minhas
bochechas queimando de calor.
— Não foi o que eu quis dizer.
— Então, o que foi, Srta. Hart?
Eu revirei meus olhos. — Por que para sua esposa? Porque não
para você? — Eu perguntei devagar.
— Devemos ir ao túmulo e perguntar isso a ele? Talvez ele
responda à sua pergunta, — ele respondeu sarcasticamente.
— Então você quer se casar comigo e-
— Adquirir a propriedade, sim.
— Mas isso não é trapaça—
Ele me cortou. — Não estamos aqui para debater sobre isso, Srta.
Hart. — Então, ele riu asperamente.
— E, francamente, você é a única mulher em quem confio que
não vai fugir com o dinheiro assim que ele cair em sua conta
bancária.
Eu fiz uma careta. — Nossa, sorte minha então.
— O advogado do meu bisavô espera que eu me case com uma
mulher neste mês, ou eu perco o dinheiro para o idiota de um primo.
— E se eu não escolher uma noiva logo, está declarado no
testamento que eu me casarei com a mulher que meu pai aprovar. —
Um breve espasmo de fúria cruzou seu rosto.
— Casar-se com alguém da escolha de meu pai não é uma opção,
Srta. Hart.
Minha boca se formou em um sorriso malicioso. — Então, o
grande Mason Campbell se curva à vontade de alguém?
Ele olhou para mim. — Meu pai é um homem obstinado que
consegue o que quer.
Tal pai tal filho.
— Mas não vou deixá-lo escolher uma esposa para mim. Se eu
deixar que ele me controle nisso, ele ficará convencido de que pode
me controlar em tudo, e ninguém me controla — .
Sua voz endureceu e eu engoli.
— Esta não é a combinação mais adequada...
Uma combinação improvável, eu queria dizer. Eu consegui me
parar a tempo. Ele consideraria isso um insulto.
O problema com o Mason era que ele pode te insultar, mas
quando você faz isso com ele, ele leva isso a sério.
Quando eu não respondi, ele arqueou uma sobrancelha escura.
— Você não tem nada a dizer? Não vai pedir mais dinheiro? Você
realmente é diferente. — Ele pareceu surpreso.
 
— E o que você diz.
— Então, o que me diz, Srta. Hart, está pronta para ser minha?
Meus olhos se arregalaram em um grau alarmante.
Sua.
Então era isso, eu estava realmente concordando com isso. Eu ia
me tornar a esposa desse ousado estranho.
Ele pode muito bem ser um estranho, já que eu não sabia nada
sobre ele.
Para mim, sempre sonhei com um casamento luxuoso e me casar
com alguém que eu amava, ter uma casa juntos e viver nossas vidas
felizes.
Como eu poderia morar em uma casa por um ano com alguém
que nem se importa comigo?
Como eu poderia morar em uma casa onde tudo pode ser restrito
e eu não poderia estar confortável com isso?
Por um instante atemporal, balancei impotente entre o sim e o
não.
Se eu concordasse, seria um casamento solitário e provavelmente
com um marido ausente, porque algo me diz que o Sr. Campbell não
concordaria em morar comigo.
Eu ficaria louca em dizer sim a este casamento, e igualmente
estúpida em dizer não.
— Você sabe que ainda não perguntou, — eu disse, olhando para
ele.
— Tudo que você fez foi tirar meu direito e assumir que eu diria
sim para você. Você é um homem arrogante.
Ele inclinou a cabeça para o lado. — Você deseja que eu me
ajoelhe?
— De alguma forma, não vejo isso acontecendo.
— Bom. você é inteligente. Você sabe o que posso e o que não
posso fazer, — respondeu ele, olhando para a porta como se tivesse
ficado entediado com a conversa e tivesse assuntos muito mais
importantes a tratar.
Eu estava fazendo um bom favor a ele! Na verdade, nós dois
ganharíamos algo com isso.
— Deixando isso de lado, — eu comecei, encarando seus olhos
novamente.
— Gostaria de negociar os termos deste contrato.
Tem que estar do jeito que quero.
Por um longo momento, ele me olhou como se mal pudesse
compreender o que acabara de ouvir. Uma carranca escura passou
por seu rosto.
— Do jeito que quer? — ele repetiu. — Espero que você saiba que
estamos nisso juntos, certo? Nós dois. Você não vai se casar sozinha,
vai?
— Você não pode esperar que eu celebre um contrato de
casamento sem estabelecer minhas próprias regras. Isso seria uma
loucura da minha parte.
Um músculo se contraiu em sua mandíbula e qualquer indício de
diversão desapareceu.
Era óbvio pela raiva em seus olhos que ele não estava
acostumado a ouvir isso de ninguém, e certamente não de uma
mulher.
Ele estava acostumado a ser temido e obedecido.
Mason se aproximou de mim, o cheiro de sua colônia atingindo
meu nariz. Ele olhou para mim.
— Vou mandar meu advogado se encontrar com você e escrever
o contrato de acordo com a nossa vontade, até que ambos estejamos
satisfeitos.
— Quando você for para casa, anote quantas regras quiser, Srta.
Hart, e verei quantas regras valem a pena manter.
Eu concordei.
Idiota.
Ele deu um passo à frente.
— E outra coisa, você não deve voltar ao escritório. — Ele
encontrou meu olhar friamente.
— Você vai ser minha esposa e eu separo o trabalho da minha
vida pessoal.
— Mas...
— O dinheiro fez você trabalhar para mim. certo? Você receberá
isso quando nosso casamento expirar.
Ele foi até a porta e a abriu. Inclinando a cabeça, ele
silenciosamente indicou que eu examinasse.
Eu me movi atordoada. Minha mente estava girando e eu mal
conseguia entender tudo o que tinha acontecido.
Parecia tão... surreal!
Há apenas algumas semanas, Conheci aquele homem... agora
parecia que estava prestes a me casar com ele.
Sra. Lauren Mason Campbell.
Aquilo me assustava muito. Como eu seria uma esposa de
alguém assim?
Alguém cujo mundo era diferente do meu? O que é preciso para
ser a Sra. Mason Campbell?
Como devo começar a lidar com isso?
Só o tempo iria dizer.
Capítulo 13
Estávamos na confeitaria com Beth, vendo-a comprar um bolo
grande para a irmã, que acabara de se formar no ensino médio.
Beth tinha dois irmãos. Ela era a mais velha, e Stephanie tinha
apenas dezoito anos, e o mais novo deles tinha onze, Daniel.
Eu amava sua família. Eles eram boas pessoas, especialmente
seus pais.
Eles me tratavam como sua própria filha.
Quando meu pai mal estava em casa, eu estava sempre na casa
deles, e sua mãe nunca me deixava sentir falta de minha própria
mãe.
Ela se endireitou e se virou para mim.
— Nós temos mantimentos suficientes? Esqueci de verificar antes
de sairmos.
— Sim mas não muito. No entanto, estamos sem leite. Usei a
última caixa esta manhã, — eu disse, distraidamente.
— Podemos ir às compras amanhã.
Ela acenou com a cabeça, me observando. — E aí? Você queria me
dizer algo?
Olhei em volta para me certificar de que ninguém estava
ouvindo, então me inclinei e sussurrei: — Vou me casar com Mason
Campbell.
Demorou três segundos antes de reagir à notícia.
Seus olhos se arregalaram e ela abriu a bocapara gritar antes que
eu colocasse a mão em sua boca, bloqueando seus gritos.
— Fique quieta, — eu assobiei em um aviso.
— Ninguém sabe, exceto você e meu pai. — Com a menção do
meu pai, seus olhos se arregalaram ainda mais.
Ela recuou um pouco e minhas mãos caíram para os lados.
— Você vai se casar com Mason? — Ela perguntou em um
sussurro, seu tom soando surpreso e animado.
— Puta merda, você vai ser a Sra. Mason Campbell.
— Você sabe o que isso significa?
— Que estou condenada? — Eu meditei em voz alta.
— Não! Você conseguiu o que toda mulher quer! Ter Mason é
como ter toda a riqueza deste mundo. Você tem ideia de como você é
sortuda?
— Deixe-me lembrar que é um casamento por contrato que dura
um ano. Não é real.
Beth me observou com interesse.
— E daí? Mesmo que seja por um dia, é um grande negócio.
Lauren, você vai ser uma daquelas esnobes que odiamos. — Ela riu.
Eu olhei para ela. — Claro que não. Eu nunca vou ser uma
daquelas idiotas.
— Quando é o casamento?
— Não sei. — Dei de ombros. — Provavelmente em duas
semanas, quando tudo estiver resolvido.
Ela ficou um pouco surpresa. — Você não sabe a data do seu
casamento?
— Se você pensar sobre isso, não é realmente meu casamento.
Um casamento de verdade, quero dizer. Este é apenas um acordo
entre duas pessoas, e não estou animada com isso.
— Você deve ser a noiva menos empolgada. E eu estou com
vontade de bater em você agora porque você vai se casar com Mason
Campbell, e você deveria estar gritando e pulando de empolgação.
Revirei os olhos e ignorei a observação boba.
— Por que você simplesmente não se casa com ele. Beth?
— Ele escolheu você, querida.
Uma sombra escura tomou conta de seu rosto antes que ela
engasgasse, batendo no meu ombro direito repetidamente.
— Inferno, precisamos excluir todas as suas contas de redes
sociais.
Eu tirei a mão dela do meu ombro e levantei minhas sobrancelhas
em confusão. — Por que?
— Porque você será o alvo. A mídia vai te devorar quando
descobrir algo sobre você, e vão aparecer tantos haters que você se
arrependerá de estar viva.
— Você sabe o que é ser alvo deles, Lauren? Eles são como um
veneno lento. Você se casará com Mason Campbell e todos os olhos
estarão voltados para você agora.
— Eles serão alertados a cada movimento seu. apontarão todos os
seus erros e farão de tudo para derrubá-la.
Fique surpresa com a calma com que Beth conseguia explicar
tudo quando minhas entranhas estavam cambaleando de pavor.
Isso vai acontecer comigo?
— Mas eu não pedi por isso.
Beth olhou fixamente para mim por um momento, então riu alto.
— Olhe para você, nada começou e você já está levando muito a
sério. Ninguém vai se importar, querida.
— É apenas uma questão de tempo antes que a notícia se espalhe
e você tenha que se preparar.
— Como? — Eu pausei. — Como faço isso?
— É fácil. Apenas bloqueie seus olhos e ouvidos
e você ficará bem.
— Muito bom. — Eu Belisquei minhas bochechas para colorir e
corri meus dedos pelos meus cachos de cabelo encaracolado.
— Mas você não deveria me aconselhar sobre como sobreviver
com Mason?
Seus olhos dançaram com humor. — Verdade, mas não faço ideia.
Ela deu um tapinha no meu braço. — Você está por sua conta.
Eu joguei minhas mãos para cima. — Beth! É sério? Conte-me as
histórias sobre ele novamente. Como ele é?
— Mason Campbell, — ela recitou seu nome, levando alguns
segundos antes de começar novamente, — As histórias sobre ele são
verdadeiras, sem mentiras. Você já sabe que ele é grande, violento e
temível.
— Ele é implacável e não mostra misericórdia com aqueles que o
prejudicam e aterroriza qualquer um que respire.
— Você está tentando me assustar? — Mas eu sabia que ele era
tudo isso. Ele também era feroz.
Ele era como um leão, e logo eu iria morar na cova dos leões, ficar
à sua mercê.
— Você já está com medo. — Ela voltou seus olhos brilhantes
para mim. — Prometa-me que você vai pelo menos seduzi-lo. Você
sabe o que dizem - você pode domar a besta.
— Alguém pulou suas pílulas matinais, — eu disse em descrença,
bufei de desgosto com a ideia de seduzi-lo.
— Eu não vou seduzi-lo. Este não é um casamento de verdade, é
um acordo, e sedução ou qualquer outra coisa não vai acontecer.
Então, é melhor você não tocar mais nesse assunto.
— Vou simplesmente ignorá-lo até o fim do ano e seguir com
minha vida.
— Mm, — Beth continuou, não acreditando na minha palavra. —
Acho que essa é a coisa responsável a fazer.
O vendedor entregou a Beth duas sacolas.
— Obrigada, — ela murmurou antes de irmos para a porta,
deixando a confeitaria.
— Às vezes, me pergunto por que ouço você, — reclamei,
entrando no carro.
Ela sorriu para mim. — Porque eu sou sua melhor amiga e você
me adora.
— Não é isso.
— Quando você vai vê-lo? — ela questionou enquanto ligava o
motor, então seguiu para a estrada.
— Vou me encontrar com o advogado dele amanhã às quatro
para revisar o contrato, — expliquei, sentindo que tudo ainda era um
sonho.
— Sr. Campbell quer que eu escreva minhas regras, se eu tiver.
Ela deu uma olhada rápida para mim antes de seus olhos
voltarem para a estrada novamente.
— Você tem?
— Eu preciso, e tenho certeza que ele tem suas próprias regras
também. Não sei. — Dei de ombros, olhando para o meu telefone
para sua última mensagem.
Meu advogado encontrará você às quatro horas na Campbell
Corporation.
Beth parou na casa de sua família. Não era grande e também não
era pequena. Era uma bela casa que tinha muito amor um pelo
outro.
A porta da frente foi aberta antes de sairmos do carro e os cachos
escuros correram rápido e se lançaram sobre Beth. que foi pega de
surpresa, mas sorriu mesmo assim.
— Você está aqui! — A adolescente cantou, afastando-se do
abraço.
— Onde está meu bolo?
Beth bufou. — Eu sabia que essa recepção era boa demais para
ser verdade.
Stephanie sorriu e olhou em minha direção. — Laurie me disse
para sempre recebê-la como se sentisse sua falta e eu arrancaria algo
de você.
Ela se concentrou em mim e amaldiçoou: — Sua vadia.
Eu lancei para a irmã mais nova de Beth um olhar de
desaprovação. — Sério, Stephanie?
Não podemos manter as coisas entre nós? — Eu perguntei,
balançando minha cabeça.
— Achei que pudesse contar com você, menina.
— Eu não sou uma menina! — ela atirou em mim, irritada. Eu a
ignorei e me dirigi para a porta da frente. — Você é apenas alguns
anos mais velha do que eu.
Eu me virei e caminhei para trás, encolhendo os ombros com um
sorriso torto. — Não muda o fato de que você ainda é uma menina.
Stephanie bateu os pés com um gemido e marchou bem atrás de
mim.
— Lauren! Estou tão brava com você, querida.
Você não nos visita há muito tempo. — A mãe de Beth
cumprimentou, envolvendo os braços em volta de mim.
Fechei meus olhos e abracei o calor de uma mãe de que fui
privada.
Sua voz soou sincera e isso me fez sentir desagradavelmente
culpada.
— Você não tem ideia do quanto eu senti sua falta e sua
repreensão, Leigh. É que as coisas estão difíceis e não tive tempo de
passar por aqui.
Respirei fundo, tentando ignorar a sensação de que meu mundo
estava fora de controle e estava tudo acontecendo tão rápido como se
ninguém tivesse misericórdia de mim.
— Mãe, ela acabou de chegar. Deixe-a em paz, — Beth castigou
quando ela deu a volta e abraçou sua mãe.
As duas se separaram antes que Leigh olhasse para sua filha.
— Eu sou sua mãe, Beth, você não pode me dizer o que fazer.
Horas depois, nós três estávamos preparando o jantar, Stephanie
estava na casa de uma amiga e Daniel em seu quarto, jogando
videogame.
Eu estava preparando a salada em silêncio, entrando na conversa
de Leigh e Beth apenas quando elas me faziam alguma pergunta.
— Mãe, você nunca vai acreditar com quem Lauren vai se casar.
Leigh largou a faca e olhou para nós em estado de choque.
— Lauren vai se casar?
Beth sorriu. — Mãe, eu garanto a você, essa não é a parte
chocante.
— Ela vai se casar com Mason Campbell.
Suas palavras ficaram no ar e eu me perguntei por que ela estava
jogando essa bomba agora, quando não tínhamos discutido se ela
tinha permissãopara contar a sua mãe ou não.
— O quê?! — Leigh gritou, fazendo-me pular por ser pega
desprevenida.
Eu ignorei o olhar surpreendente que ela ainda usava em seu
rosto pálido enquanto ela se inclinava para frente, mantendo sua
atenção em mim.
— Você vai se casar com aquele homem famoso? Eu ouvi
corretamente? Ele é um homem mau. Lauren.
Ela fez uma pausa, deixando suas últimas palavras pairarem no
ar. — Como isso é possível?
— Onde você o conheceu e quando vocês dois se apaixonaram?
Tem certeza de que não está se precipitando?
— Mãe, respire.
Mesmo enquanto ouvia a mãe preocupada sob seu tom, eu ainda
sorria e mentia descaradamente, embora o pavor estivesse subindo e
descendo pela minha espinha.
— Leigh, está tudo bem. Eu sei quem ele é, e ele nunca escondeu
isso de mim.
Uma mentira das grandes.
Eu não sabia quem Mason realmente era.
Só conhecia as histórias que ouvi sobre ele e os dias que passei
em sua presença.
Mesmo depois disso, eu ainda não conseguia definir bem quem
ele era.
Não dava para realmente conhecer Mason Campbell apenas por
estar em sua presença, ou pelas histórias sendo contadas.
Não dava para conhecê-lo apenas olhando em seus olhos.
Não havia ninguém que pudesse dizer quem ele era.
Para conhecê-lo, você precisaria entrar em sua mente, sua alma e
ver o que há por dentro.
Teria que tirar a máscara que ele usa o tempo todo e se preparar
para o pior.
Claramente, isso era algo que nunca iria acontecer.
— As pessoas exageram sobre ele, mas ele é tão atencioso, gentil e
amoroso - essas qualidades são difíceis de encontrar em um homem
hoje em dia.
Eu amo ele.
Nós nos amamos.
As sobrancelhas de Beth estavam tão altas que você pensaria que
elas estavam prestes a escapar de seu rosto. Eu dei a ela um olhar
penetrante, um que claramente significava que seus lábios
precisavam ser fechados.
— Uau, — disse Leigh. maravilhada. — Essas são as palavras que
eu nunca pensei que seriam associadas a ele. Onde vocês se
conheceram?
O pânico começou a crescer em meu peito.
Tentei me esquivar dessa pergunta pela primeira vez porque não
sabia o que dizer. Que mentira precisava dizer para convencê-la?
Nunca me passou pela cabeça que essa era uma questão
importante.
Todos gostariam de saber como nos conhecemos. Que tal dizer
que fui ao escritório dele e quase fui morta pelos seus homens, então
nos apaixonamos?
Eu podia ver os olhares esquisitos que receberia de todos.
Mas eu deixei meu medo de lado e decidi dizer algo ou Leigh
faria tudo para me salvar de ser casada com ele se ela sentisse o
medo ou ouvisse o desgosto em minha voz.
Eu não poderia colocá-la nessa situação quando sabia que não iria
acabar bem para nós.
— No café. Foi tão clichê, na verdade. — Eu ri.
— Nós nos esbarramos e eu derramei café nele. Ele odeia café.
— Eu me ofereci para lavar seu temo a seco, mas em vez disso ele
pediu meu número e foi isso.
Leigh parecia estar se esforçando tanto para acreditar em minhas
palavras, a julgar pela sua testa franzida.
— Não consigo imaginar isso acontecendo, — disse ela, fazendo
meu coração disparar no peito de medo de ser descoberta.
— Mãe, se ela disse que foi isso que aconteceu, então foi isso, —
Beth acrescentou, e eu dei a ela um sorriso de aprovação.
— Claro que não Eu acredito em você. — Ela tocou meu braço.
Pisquei de volta com brilho em meus olhos. — Seja o que for que
você precise, nunca hesite em me perguntar.
— Nós somos família.
Eu sorri e passei meus braços em volta dela em agradecimento.
Depois do jantar, Beth e eu subimos para o antigo quarto dela, o
quarto em que eu tinha dormido tantas vezes que eu não conseguia
contar, onde conversávamos sobre meninos, chorávamos e ríamos de
nossos relacionamentos.
Aquele já foi nosso santuário.
Eu encarei as paredes rosa, a velha cama de solteiro, os pôsteres
de Harry Po�er e as fotos penduradas na parede. E nosso lugar
favorito; a janela de sacada.
— Droga, passamos anos fofocando aqui, — disse Beth ao meu
lado, com um sorriso no rosto. — Era legal, não era?
— Bons tempos, amiga, — respondi, movendo-me para a janela
saliente.
— Não posso acreditar que foi aqui que decidimos que
queríamos mudar o mundo. Como nós éramos bobas.
 
— Nós não éramos bobas, Lauren. Éramos apenas adolescentes
com grandes sonhos.
Eu sorri. — Se ao menos elas pudessem nos ver agora. Elas
saberiam que não é uma boa ideia sonhar grande, desejar algo que
nunca aconteceria.
— Lauren...
Eu a encarei. — Estou falando sério, Beth. Ter grandes sonhos é
um veneno.
Eu mantive minhas costas para ela enquanto abria a janela. Em
seguida, estiquei primeiro o pé esquerdo e o outro antes de sair para
o telhado.
Deitei lá com a mandíbula cerrada e olhei para a noite enevoada,
o brilho de estrelas distantes cintilando no céu negro. Beth saiu e se
juntou a mim no telhado.
— Você sabe o que eu mais sinto falta da nossa infância? Isso...
ficar aqui no telhado, olhando para o céu. Sinto muita falta, — eu
disse, finalmente, dando boas-vindas ao frio da noite em meu rosto.
— E você se esgueirando aqui quando seus pais brigavam e nós
ficávamos aqui a noite toda tentando encontrar uma solução para
consertar o relacionamento deles.
Eu me lembrava daqueles dias em que meus pais brigavam tanto
e eu corria para pedir ajuda a Beth.
Algo não estava bem entre eles, eu sabia disso, mas não sabia a
história completa.
Tudo que eu sabia era que tinha sido culpa da minha mãe, o
tempo todo.
Papai tinha prometido que iria passar.
Isso nunca aconteceu, e aquela mulher saiu de nossas vidas.
Num piscar de olhos, tudo se foi.
Eu soltei uma respiração irregular, uma onda de tristeza apertou
meu peito.
— Algumas coisas não podem ser consertadas.
Beth não disse nada. Minha expressão de pedra deve ter
expressado o que ela já sabia.
— Lembra-se de Dave Smith?
Eu fiz uma cara feia. — Aquele idiota do colégio? Aquele que me
perseguiu?
Ela deu uma risadinha. — Sim. o próprio. Ouvi dizer que ele está
morando nos Estados Unidos agora e está na Broadway.
— Uau. que bom para ele. E quanto a Elizabeth Snow? É verdade
que ela tem uma padaria em Manchester? — Beth acenou com a
cabeça.
— Aquela garota se sentia uma rainha naquela época e jurava que
seria modelo ou atriz.
— Todos nós sabíamos que isso não iria acontecer. — Nós rimos.
— Nossa amiga, Rebecca, aquela que costumava nos cobrir na
educação física, acabou de dar à luz seus gêmeos. — Tentei ficar feliz
por ela. — A vida continua para as pessoas.
— Acabamos bem. Laurie.
— Mesmo? — Eu perguntei, meu olhar quase queimando o ar.
— Eu não. Todo mundo tem uma ótima vida. Não estou chateada
nem nada. Estou feliz por todos que as coisas estão indo bem para
eles, mas eu devo ser a mais azarada.
— Minha própria mãe nos abandonou, meu pai está morrendo e
eu vou me casar com o homem de quem não gosto.
— Ei, pelo menos ele é bonito e rico!
Eu encontrei meus globos oculares rolando em direção ao topo da
minha cabeça. — Quem se importa, — eu murmurei baixinho.
Continuamos a olhar para o céu. — Você vem comigo?
— Você é louca? — ela perguntou com um aceno de cabeça. — De
jeito nenhum eu vou ficar presa entre vocês dois com tanta tensão.
Eu não consigo lidar com toda a pressão. Eu vou derreter.
— Ok, — eu disse, o brilho inconfundível de lágrimas não estava
muito longe. — Eu vou sozinha.
Beth olhou bruscamente para mim. — Você está chorando? — ela
perguntou com espanto. — Por que você está chorando pelo amor de
deus? Porque eu me recusei a ir? Não é nem tão grave.
— Não, sua idiota, não é isso, — eu disse consternada, as
lágrimas que eu estava lutando para manter sob controle caíram,
escorrendo pelo meu rosto.
— Acabei de perceber que não preciso comer a comida que você
cozinha.
Isso me rendeu um tapa no braço enquanto nós duas ríamos e os
próprios olhos de Beth se enchiam de lágrimas, e com um murmúrio
inarticulado, ela me deu um abraço lateral.
— Vou sentir falta de uma colega de quarto. O apartamento vai
ficar muito quieto sem você.
Lutando para me controlar, eventualmente fiz minhas lágrimas
pararem, minharespiração saindo em pequenos soluços rápidos.
— E só por um ano, Bethany. Não é para sempre.
— Sim, ou eu sempre posso morar com vocês dois.
— Eu já consigo ver o rosto de Mason se eu sugerir isso. — Eu ri
quando um pequeno jorro de alegria voltou.
Ela mordeu o lábio. — Devo fazer as malas?
— Beth.
— Estou brincando.
Eu sorri, e nós duas continuamos a olhar para o céu, imaginando
quão rápido o tempo passa em um piscar de olhos.
E eu sabia, meu casamento com Mason não era permanente, e eu
olharia para trás em um ano e perceberia que não havia nada com
que me preocupar.
Capítulo 14
Eu não entendi porque Mason queria se casar comigo se ele
apenas iria me esconder de todos se sua indicação para me colocar
secretamente dentro da Indústria Campbell sem que ninguém
soubesse disse o contrário.
Havia duas razões para isso.
Ou ele não queria que soubessem que ele ia se casar comigo, uma
fulana qualquer, ou não queria que a mídia caísse sobre nós quando
as coisas ainda não eram oficiais.
E eu, por exemplo, não queria estar lá quando isso acontecesse.
Seu segurança particular, que mais tarde descobri se chamava
Coop, foi quem me acompanhou por uma entrada secreta escondida
na Indústria Campbell.
Ninguém teria adivinhado onde era.
Foi realmente muito inteligente da parte de Mason.
Enquanto íamos para a sala de reuniões onde encontraria seu
advogado, continuei entoando um mantra que me dava coragem
suficiente para mover as pernas.
Sou valente.
Sou valente.
Sou valente.
Eu realmente ia fazer aquilo, dar um beijo de adeus na minha
vida por um ano.
Foi realmente assustador pensar nisso. Não apenas me casaria
com um homem poderoso, mas a mídia estaria de olho em mim.
O pensamento era realmente assustador, não conseguir ter
privacidade e ter sua vida aberta o tempo todo. Eu não sabia como
iria lidar com isso.
Um suor se formou na minha testa quando parei do lado de fora
da sala de reuniões.
Contei até dez antes de Coop abrir a porta e recuar, me deixando
entrar sozinha.
Eu o localizei imediatamente.
Ele parou diante da janela, suas costas largas me
cumprimentaram. Quando ele ouviu o som da porta fechando, ele se
virou e sorriu para mim.
— Olá, Sra. Hart, — ele cumprimentou, estendendo a mão.
— É bom finalmente conhecê-lo. Max Wynward.
Eu apertei sua mão dura antes de deixar a minha cair ao meu
lado novamente.
— Olá, por favor, me chame de Lauren. Você deve ser o
advogado do Sr. Campbell.
— Acho que seria sensato chamá-lo pelo primeiro nome, já que
vocês dois vão se casar e não querem escorregar na frente de
ninguém.
Ou seja, qualquer pessoa que não soubesse sobre seu casamento
falso.
Isso significava todos, exceto seu advogado, mas ele estava certo.
Eu deveria me acostumar a chamar Mason pelo primeiro nome.
Corei e sentei no assento.
— Podemos revisar o contrato? — Eu balancei a cabeça quando
ele me passou uma pasta preta.
— Olhe para ele e veja se há algo que precisa ser mudado.
Eu li o contrato cinco vezes, e o Sr. Wynward foi paciente o
suficiente para me deixar reler várias vezes.
Tudo parecia estar em perfeita ordem e bem escrito.
Estava estipulado no contrato que o casamento duraria apenas
um ano e uma grande quantia de dinheiro que eu receberia depois,
para a qual meus olhos quase saltaram nos zeros.
— Tudo certo?
Eu olhei para cima tão rápido, quase quebrando meu pescoço no
processo.
Mason estava sentado à minha frente, ao lado do Sr. Wynward
em seu terno perfeitamente desenhado.
De onde veio esse homem?
Estive tão absorta em ler cada frase com atenção para não perder
nenhum problema que não percebi quando ele entrou ou se sentou.
Grata por não perder a calma na frente dos dois, limpei minha
garganta repentinamente seca.
— Sim. tudo parece estar bem até agora, — eu respondi, meus
olhos se conectando com os dele.
Meu coração já estava batendo forte e o desejo de sair dali provou
ser quase opressor.
— E suas condições, você as declarou? — O Sr. Wynward
questionou.
— Quase. — Molhei meus lábios secos antes de começar.
— Quero poder ir aonde eu quiser e não quero que você me force
a ir a qualquer lugar que eu não queira.
— Não queremos nos forçar a fazer nada.
— Concordo, — respondeu Mason.
— Meu pai, — eu disse, tentando não mostrar nenhuma emoção.
— Vai cuidar dele, certo?
— Sem dúvida.
Fiquei muito chocada com a rapidez e facilidade com que ele
aceitou minha segunda condição e quase mostrou em meu rosto,
mas, mesmo assim, procedi com cautela.
— E os arranjos para dormir, — eu pausei, mudando meu assento
quando seu olhar se estreitou para mim.
— Dormimos em quartos diferentes.
— Concordo, — disse ele.
— Algo mais?
— Eu quero trabalhar. Não posso ficar enfiada em casa o ano
todo sem fazer nada. Sou uma mulher independente e gostaria de
continuar sendo.
Ele pensou sobre isso por um segundo antes de responder de
maneira seca: — Vou ver o que posso fazer sobre isso Embora
trabalhar aqui esteja definitivamente fora de questão.
Bem, eu não esperava manter meu emprego aqui.
Eu engoli em seco e tive que engolir em seco para manter minha
voz firme.
— Não vamos compartilhar nenhum relacionamento físico.
Esse, não surpreendentemente, foi o que o fez parar.
Percebi como ele estava reprimindo o desejo de contrair o olho
esquerdo. — Você nunca terá que se preocupar com isso, Srta. Hart.
— Claro, — respondi.
Uma imagem repentina de sua mão grande e dura traçando um
dedo lento ao longo da linha de minha mandíbula, no centro da
minha garganta, então ao longo do meu decote de ombro a ombro
rastejou dentro da minha mente.
De onde é que veio aquilo?
Definitivamente por estar na presença de Beth. suas palavras
idiotas acabaram subindo à minha cabeça. Eu afastei o pensamento,
ou qualquer outro pensamento inapropriado de Mason da minha
cabeça.
— E uh... — Eu parei, mantendo meus lábios fechados.
— Fale agora, Srta. Hart, ou cale-se para sempre.
Eu estava realmente tendo dificuldade em manter o ar dentro e
fora dos meus pulmões.
— Eu sei que é um contrato de casamento, mas se você me
respeitar e não me trair até o ano acabar, isso seria ótimo.
Seus olhos se estreitaram com uma determinação sombria.
 
— É claro que você perdeu a parte em que eu disse que as
mulheres não estão nos meus planos, — ele respondeu.
— Além disso, não sou o tipo de homem que trai.
— Quando amo uma mulher, meu coração estará para sempre
ligado a ela.
Uau.
Estremeci, pois as palavras de nenhum homem jamais soaram tão
sinceras quanto as dele.
Minha cabeça girou em círculos.
A mulher que acaba sendo amada por Mason Campbell era uma
verdadeira vencedora.
Ele a amaria de verdade, incondicionalmente.
Certo, senhor apaixonado, como você poderia saber disso?
Porque mesmo os homens mais duros poderiam acabar caindo em
tentação por alguma mulher.
O Sr. Wynward pigarreou, parecendo bastante desconfortável
com as palavras de Mason.
Ele não é o único, eu queria gritar.
 
— É isso? Você não tem mais nada a acrescentar?
Eu balancei minha cabeça. — Não, isso é tudo.
O olhar penetrante de Mason permaneceu no meu rosto, e meu
estômago se torceu e derreteu em uma grande poça quente de
sensações.
Eu coloquei minha mão sobre meu rosto, tentando bloqueá-lo.
Se eu estava me sentindo um pouco atraída por ele, era um
grande sinal vermelho que dizia que eu precisava transar e rápido
para parar de ter esses pensamentos.
Nada de bom viria de querer um homem que nunca iria querer
você de volta.
— Você está ouvindo, Lauren? — O Sr. Wynward me perguntou,
levantando as sobrancelhas questionando.
— Ela tem esse hábito de não ouvir e perder o foco em uma
reunião.
— Sim. claro. Estou ouvindo. — Lutei para limpar a cor do meu
rosto, ignorando o pequeno comentário de Mason.
— Sinto muito, continue.
— E também o hábito dela de se desculpar quando não é
necessário.
— Mason, — advertiu o Sr. Wynward.
— Você faria bem em lembrar que Lauren está ajudando você e
não o contrário. Você deve se esforçar para ser gentil.
Fiquei realmente surpresa com a coragem do Sr. Wynward.
Admirei sua coragem em dizer isso na carade Mason. Eu tinha total
respeito por aquele cara. Mason revirou os olhos, mas não parecia
zangado com ele.
— Você tem uma condição. Mason?
— Eu sei que vocês mulheres falam muito.
Eu zombei de suas palavras, querendo perguntar a ele o que ele
tinha contra as mulheres. — Você não deve deixar escapar sobre
nosso casamento ser um contrato.
— Nem agora, nem depois do fim do ano.
— Minha melhor amiga sabe, — eu admiti.
— Você contou à sua amiga? — Um brilho de raiva queimou em
seus olhos de aço.
— O negócio está cancelado.
Ele fez um movimento para se levantar, mas o Sr. Wynward o
segurou.
— Não faça algo de que você se arrependerá.
— Sinto muito, mas ela é minha melhor amiga. Não guardo
segredos dela. Ela não vai contar a ninguém, eu juro!
Suas feições estavam gravadas em uma reprovação sarcástica.
— E devemos acreditar na sua palavra por quê?
— Porque eu não estou mentindo! — Eu estalei com um olhar.
Meus olhos se agarraram aos dele com um desafio.
— E você também não, — disse o Sr. Wynward com um pequeno
sorriso, olhando para seu cliente.
— Você tem mais alguma coisa a acrescentar? — Um aceno de
cabeça foi a resposta de Mason.
— Lauren?
— Não, — eu disse, me consolando com o fato de que pelo menos
pude definir minhas condições e isso aliviou um pouco minha
preocupação.
Eu olhei para cima e me encontrei novamente olhando para as
profundezas cinza inflexíveis de seus olhos.
— Terminamos agora? — ele perguntou com um quase rosnado.
Era muito claro que ele queria estar em qualquer lugar, menos ali
comigo.
— Você conseguiu o que queria? — Seus olhos escureceram.
— Nós dois conseguimos o que queríamos, — eu corrigi
categoricamente, não perdendo a chance de lembrá-lo que eu não era
a única a ditar as regras.
— Então, nós selamos o acordo.
Depois que o Sr. Wynward estabeleceu as condições, ele passou
uma caneta para mim e apontou para onde eu iria assinar. Com
minhas mãos tremendo, assinei em dois lugares.
Um sacrifício foi feito.
Alguém irrompeu pela porta sem ser convidado e todos nós
viramos nossas cabeças para a porta. Era Aaron.
Ele ficou chocado ao me ver. mas rapidamente tirou os olhos de
mim e os focou em seu empregador.
— Senhor, — ele disse sem fôlego.
— Não sabemos quem os chamou aqui, mas eles estão aí...
— Eles? — O Sr. Campbell perguntou com uma sobrancelha
levantada.
— —Está um caos lá fora. Chamamos os seguranças, mas eles não
vão embora, senhor.
 
— Não vão embora? De quem você está falando?
- A mídia, senhor - Aaron respondeu, engolindo em seco de
medo.
— Eles ficaram sabendo que você vai se casar?
Não só eu, até Mason reagiu. Suas narinas dilataram-se e ele se
levantou abruptamente da cadeira, fervendo de raiva. E eu, por
outro lado, comecei a pirar.
Seu olhar furioso pousou em mim, um olhar escuro em seus
olhos frios.
Ele parecia absolutamente enorme quando estava bravo. Seu
peito inchou para cima e para baixo, sua raiva era evidentemente
clara.
Seu corpo estava enrolado e pronto para saltar.
— Ainda acha que devemos confiar nela, Max? — Ele lançou um
olhar acusador em minha direção.
— O quê? — Eu perguntei, pasma. — Você acha que eu tive algo
a ver com isso?
Ele se enfureceu: — Eu não ficaria surpreso.
Eu cerrei meus dentes e a fúria tomou conta de mim.
— Eu estive aqui com você. Quando você me viu ligando para a
maldita mídia? Você só quer alguém para culpar.
— Você pode ter ligado para eles no caminho para cá.
Eu encarei sua descrença.
— Ok, já chega. Todos nós sabíamos que isso iria acontecer mais
cedo ou mais tarde, — o Sr. Wynward falou, então olhou para
Aaron.
— Você lida com a mídia antes de chegarmos lá.
Aaron acenou com a cabeça antes de me lançar um último olhar
curioso e sair.
— Temos que lidar com a mídia agora, Mason. Você vai ter que
apresentar sua noiva ao mundo.
Meu coração bateu forte no meu peito.
Eu ainda não estava pronta.
Eu deveria agira como se o amasse na frente de todo o país?
A tensão percorreu meu corpo, enfraquecendo-me de joelhos.
Mason murmurou algumas maldições e passou os dedos pelos
cabelos. Olhando para mim, ele disse friamente: — Vamos?
Minhas mãos tremiam e meu coração batia forte, mas você não
teria percebido. Procurei desesperadamente lembrar exatamente o
que Beth me disse se algum dia eu enfrentasse o mundo.
— Você vai ser a esposa de Mason Campbell, então você precisa
mostrar ao mundo que você é uma mulher forte. Sempre mantenha
sua cabeça erguida e disfarce suas emoções.
— Não mostre a eles que você está nervosa ou com medo.
Ok, não mostre emoções.
Cabeça erguida.
Entendi.
Quando chegamos à recepção, todos os olhos estavam sobre nós.
Eu vi Athena e Aaron tendo uma conversa abafada, e no momento
que eles olharam na minha direção, eu desviei o olhar, incapaz de
olhar nos olhos deles.
As portas duplas se abriram e nós saímos, flashes imediatamente
cegaram meus olhos.
Os repórteres tiravam fotos sem parar e tudo era demais para
mim.
Eu odiava estar no centro das atenções. Eu me vi obcecado pelo
desejo de pular loucamente para a rua e correr com todas as minhas
forças.
Mas um braço lentamente se enroscou no meu e o aperto em meu
cotovelo aumentou, como se fosse um aviso. Decidi quase com
amargura que ele não teve dificuldade em adivinhar minha intenção.
— Sr. Campbell, é verdade que você vai se casar de repente?
— Sr. Campbell, o que você pode nos dizer sobre seu casamento?
— Sr. Campbell.
— Sr. Campbell, o que você tem a dizer?
— Quando é o casamento?
 
— Quem é a noiva? E Chloe West? A mulher que dizem que você
namorou?
Perguntas continuavam sendo lançadas em nós de todos os
ângulos. Mas eu parecia ser a única petrificada.
— Cavalheiros, por favor.
De repente tudo ficou quieto pela voz autoritária de Mason, mas
os flashes da câmera não pararam. Achei que, no final daquilo,
poderia acabar cega.
— Obrigado. E com grande prazer que anuncio meu casamento
com minha noiva, — ele se virou para me olhar com um sorriso que
cegava mais do que os flashes da câmera.
— Lauren Hart.
As câmeras se voltaram para mim enquanto todos tiravam minha
foto com o sorriso mais falso que eu esperava que parecesse real o
suficiente para eles.
— Srta. Hart, aqui! Vocês definiram a data do casamento? — Um
repórter me perguntou.
Meu peito bateu forte.
— Sim. amor, você quer fazer as honras de compartilhar as
novidades?
Eu encarei o bando de repórteres que aguardavam minha
resposta e me perguntei se Beth estava rindo loucamente agora.
— Será daqui duas semanas, — eu gritei, piscando um sorriso
para as câmeras.
Eu não tinha certeza se aquela era realmente a data. Mason dizia
que o casamento seria em duas semanas, então presumi que ele
cumpriria sua palavra. A menos que ele tivesse mudado a data.
— Srta. Hart, ser casada com um dos solteiros mais cobiçados
deve ser fantástico e bastante assustador considerando sua posição e
poder, como você se sente sendo a Sra. Mason Campbell?
r
— E algo que você pode lidar?
Sua pergunta era irritantemente semelhante à que Beth me fez
uma vez.
Eu ri nervosamente do repórter, lançando um rápido olhar para
Mason, cujos olhos estavam brilhando com desonestidade.
— Acho que é um sonho que se tornou realidade, — respondi,
com meu sorriso se aprofundando.
— O sonho de poder me casar com o amor da minha vida, e
Mason é essa pessoa.
— Então, eu não acho que vou me preocupar em ser esposa dele.
Eu era boa de conversa, mas provavelmente a pior atriz.
Mason escolheu esse momento para inclinar o rosto perto das
minhas orelhas e roçar os lábios na minha bochecha corada.
Uma cascata de arrepios percorreu meu cérebro primeiro e
formigamentos sedutoramente deliciosos formigaram cada
centímetro do meu corpo. Ele se retirou e sorriu para mim.
Minha queixo quase caiu em choque e meus dedos quase
alcançaram o lugar que ele beijou para parar o formigamento
restante. Quase me denunciei.
Verdade seja dita, eu iria ignorar o fascínio de seu corpo definido,
a aura de seu poder fervendo sob seus traços marcantes, a
intensidade de sua voz e aqueles olhos prateados dele.
Não me faria nenhum bemse continuasse obcecada por ele.
— Muito obrigado por terem vindo, mas temos que ir agora.
Temos os preparativos do casamento para começar. Vamos, amor?
Afastamo-nos das câmeras para voltar para dentro da empresa.
Fechando meus olhos, eu respirei fundo o ar fresco e úmido algumas
vezes até que estivéssemos seguros lá dentro.
Eu arranjei uma desculpa para encontrar Athena e Aaron.
Olhares estavam sendo lançados a mim em todos os lugares que eu
ia e eles não eram bons.
Acho que apreciei mais os olhares que recebi no meu primeiro
dia.
Eu sabia o que todos eles estavam pensando e dizendo.
Eu era uma interesseira que estava atrás do dinheiro de Mason.
Eu chantageei ele para se casar comigo.
Eu estava grávida de seu filho.
Todos esses tipos de pensamentos e muito mais cruzariam suas
mentes.
Eu sabia como a fofoca funcionava e como funcionava a mente
das pessoas se não conseguissem descobrir nada. Eles fariam
qualquer coisa para manchar o seu nome, mesmo que a verdade
estivesse bem na sua cara.
Eles só queriam alguém para culpar.
Alguém bloqueou meu caminho e descobri que era Jade. Ela
parecia absolutamente furiosa porque eu podia ver as veias
pipocando em sua testa.
— Você vai se casar com o Sr. Campbell?!
Suspirei. — Sim. eu vou.
Seus olhos se arregalaram. Seus lábios trabalharam, mas nenhum
som saiu. — Sinto muito, — eu me desculpei. — Eu sei o quanto
você gosta dele.
Ela se endireitou com um grito estrangulado.
— Como um ninguém como você conseguiu se casar com ele?
Eu realmente entendo o que ela estava sentindo. Ela estava ferida
e me atacando. Era totalmente compreensível e me senti muito mal.
Mesmo que eu nunca tenha gostado de Jade por razões óbvias, eu
nunca poderia desejar que ela se machucasse - física ou
emocionalmente.
— Jade, abaixe sua voz. Todo mundo está ouvindo — .
Eu disse suavemente, tentando fazer com que ela não gritasse
mais e fosse demitida, e então culpasse a mim. Era como se ela
tivesse esquecido onde estava.
Seu rosto estava vermelho.
— Eu não vou ficar quieta! Você acha que é melhor do que eu, —
ela explodiu, lágrimas de raiva borrando seus olhos.
— Jade! — Athena retrucou, forçando-a a se afastar de mim. Seu
próprio rosto estava um tom de vermelho.
— Essa é a noiva do Sr. Campbell, você está louca?
— Sim, estou louca! — ela gritou descabelada.
— Como ela pode se casar com ele? Ela não é nada e veio do
nada! Ela é uma mulher simples que não está no nível dele! Ela-
TAPA!
Minhas mãos voaram para minha boca com um suspiro. —
Athena!
— Srta. Walker! — Alguém estrondou por trás.
Viramos para ver Mason e a raiva que estava refletindo em seus
olhos.
Ai, meu deus.
Por que ele tinha que aparecer agora?
Meu deus.
— Srta. Walker, — ele repetiu, olhando para Athena, que olhou
para o chão.
Sua voz enviou calafrios na minha espinha.
— Você quebrou uma das regras da Indústria Campbell que
afirmava que nenhuma luta física deveria acontecer no prédio. Você
está ciente do que fez?
Eu fiquei tensa.
O rosto de Athena estava destituído de emoções quando ela
respondeu: — Sim, Sr. Campbell, estou bem ciente das regras.
— E Sra. Willow, você tem algo a dizer sobre você? — Seu tom
indicava que ele tinha ouvido cada palavra que ela disse sobre mim.
Os músculos de Jade ficaram tensos.
— N... não. senhor.
— Eu vou deixar vocês duas com uma advertência. A primeira.
Meu corpo relaxou e pude finalmente respirar bem. Os músculos
de Jade pareceram murchar com suas palavras.
Mason dirigiu-lhe um olhar de tal escuridão que estremeci.
— Com quem eu me casei não é da sua conta e não é seu trabalho
dar sua opinião, Sra. Willow.
— Lauren vai ser minha esposa, e se você não pode respeitá-la
como você me respeita, você ficará afastada de seu trabalho Espero
que você entenda isso. Agora, volte ao trabalho.
Jade assentiu e correu para obedecer.
Mason fixou um olhar feroz em Athena por mais tempo,
enquanto ela se mexia desconfortavelmente sob seu olhar.
— Você e eu vamos ter uma longa conversa sobre o seu
comportamento, Athena, — disse ele, parecendo desapontado.
Ela sorriu. — O quê? Sem tia?
Eu sufoquei uma risada, observando-o encará-la novamente.
O Sr. Wynward se aproximou de Mason, deu um tapinha em seu
ombro e sacudiu a cabeça em direção a um escritório logo adiante.
— Uma palavra com você em particular, por favor.
— Senhoras, — disse ele antes de se virar. Observei os dois
homens partirem com os olhos cheios de preocupação antes de
mover meu olhar para Athena.
— Eu tenho que falar com você.
Eu esperava que ela me rejeitasse com raiva, mas ela me
surpreendeu me puxando para um abraço.
— Eu tenho muito trabalho agora. Mas eu te ligo mais tarde e a
gente se encontra em algum lugar.
— Claro, sem problemas. — Ela me abraçou novamente e então
se afastou, caminhando em outra direção.
Suspirei e caminhei em direção ao elevador, apertando o botão do
primeiro andar.
Eu estava pronta para encerrar o dia.
Capítulo 15
Coop correu para abrir a porta para mim, dando um passo para o
lado para me deixar descer.
Eu sorri educadamente para ele. apesar de me sentir tão
desconfortável e nova nisso.
Quem poderia imaginar que eu faria alguém abrir a porta para
mim. muito menos, estar em um carro tão bonito como aquele?
Sempre pensei que iria recorrer a observá-los passando por mim. me
provocando.
Eu já tinha dito a Coop que não precisava dele para abrir a porta
para mim, mas ele disse que era seu dever fazer isso pela noiva de
Mason.
Eu ainda não estava confortável com essa palavra.
Era tão estranho ouvir as pessoas me chamarem de noiva de
Mason e eu não achei que fosse algo com o qual me acostumaria
facilmente. Eventualmente, eu teria que aceitar e viver com isso.
— Aqui, senhora. E do chefe. Tenha uma boa noite, senhora. —
Coop me entregou uma pequena sacola preta antes de balançar a
cabeça e voltar para o carro, indo embora.
Segurei a sacola que não pesava muito quando entrei no saguão e
apertei um botão que me levaria para o meu andar.
Usei minha chave e a inseri no buraco da fechadura,
empurrando-a para abri-la antes de entrar.
— Aí está minha amiga celebridade! — Beth exclamou, seu rosto
se dividindo em um grande sorriso. Ela pulou até mim e segurou
minha mão. me arrastando para me sentar no sofá enquanto ligava a
TV.
Imediatamente, a notícia apareceu, cobrindo o noivado de Mason
Campbell.
Ela mudou para outro canal, e eles estavam mostrando a mesma
coisa.
Meu rosto estava em todos os canais.
Eu me senti tão sobrecarregada. Tudo que eu queria fazer era
cavar um buraco e me enterrar nele.
Eu teria preferido isso do que a vida em que fui lançada.
Correção: A vida em que me joguei.
— Todo mundo conhece você agora, — ela comentou
alegremente. Obviamente, Beth encontraria emoção nisso, porque
não era ela quem estava lidando com isso.
Não entendi por que tantas pessoas ficam animadas com algo que
acontece com você quando você mal está animada com isso.
Eles podem pensar que era uma coisa boa, mas nem tudo sai
exatamente do jeito que queremos.
— Como eles conseguiram essa foto minha? — Eu perguntei,
surpresa que eles estavam mostrando a foto da minha carteira de
motorista que foi tirada três anos atrás. Eu não estava feia nela.
Eu parecia da mesma maneira que agora.
Eu não olhei para Beth para ver o tom profundo de vermelho que
agora estava cobrindo suas bochechas pálidas.
— Mandei para a mídia. Não me olhe assim!
— Eles teriam desenterrado uma foto feia de você e a teriam
mostrado para o mundo. Imagine se eles tivessem a foto do seu
anuário. Você tinha aparelho e duas espinhas na testa.
— Eu te fiz um grande favor.
— Puxa, obrigada, — eu respondi sarcasticamente.
— Você sabia que meu telefone está explodindo desde que foi
anunciado no noticiário? — Até os nossos velhos amigos do colégio
ligaram. Todos eles queriam ver a gente.
Eu bufei.
— Pois é, — ela continuou com escárnio. — Quando você fica
famoso, de repente todos querem sair com você. Eles ligaram para o
seu telefone, mas você não atendeu.
Eu olhei para o meu telefone e percebi que estava mudo. — Deveter ficado sem bateria.
— E nem te conto sobre o Zack, o proprietário do apartamento.
Ele veio e me disse para não me preocupar com o aluguel do
próximo mês se ele fosse convidado para o casamento. Dá pra
acreditar na audácia desse homem?
— Eu teria batido a porta na cara dele se não tivesse medo de
sermos expulsas.
Eu bufei alto desta vez, balançando minha cabeça em descrença.
— As pessoas são realmente assim? Deus, eles são tão horríveis.
— Todo mundo quer algo de você, e essas são as pessoas que não
piscariam e fingiriam não ver você.
Ela deu um tapinha nas minhas costas.
— Acredite nisto, querida. Como você está se sentindo?
Eu me inclinei no sofá, com a TV esquecida ao fundo.
— Sobrecarregada. Ainda não consigo acreditar que isso está
acontecendo. Tudo está acontecendo tão rápido.
— Pois é! Eu realmente pensei que quando nós decidíssemos nos
casar, seria daqui quatro ou cinco anos. Mas seu casamento vai ser
daqui duas semanas, Laurie. É surreal.
Eu soltei um suspiro. — Nem me fale. Só de pensar nisso me dá
vontade de vomitar.
Seus olhos avistaram a pequena sacola que eu havia esquecido.
— O que é isso? — Ela perguntou, pegando-a.
— É do Mason.
Beth puxou uma caixa de veludo preto que suspeitamente parecia
um pouco com o que eu pensava que era.
Ela lentamente abriu a caixa e um grande anel de diamante olhou
para nós. Nossas bocas caíram.
— Uau, — ela finalmente disse, espantada. Beth puxou o anel e o
girou entre os dedos.
 
— Isso é real, Lauren. Puta merda. E enorme!
Eu retirei meus olhos do anel caro, não me deixando ser atraída
por ele.
Eu não iria usar porque não era meu tipo. Eu gostava de algo que
não fosse muito chamativo e atraente.
— Não estou nem chateada porque seu futuro marido teve a
audácia de enviar o motorista para lhe dar seu anel de noivado. Isso
apagou completamente a culpa dele em meus olhos.
— Meu deus, Lauren.
Revirei meus olhos para ela. Bem. eu não esperava que Mason se
ajoelhasse e pedisse em casamento, ou me desse ele mesmo.
Peguei um lindo cartão que tinha sua bela caligrafia.
Lauren,
Seu anel de noivado. Se o diamante for pequeno, Coop irá levá-lo
para trocá-lo ao seu gosto.
Mason Campbell.
— Eu não posso acreditar nele, — eu murmurei, espremendo o
papel em uma bola e jogando-o através da parede.
— Quem diabos ele pensa que é?
Beth me olhou se divertindo. — Eu preciso dizer isso de novo?
Eu olhei para ela. — Não, obrigada.
— Quando posso conhecê-lo oficialmente?
— No casamento.
— Ah. qual é, Lauren, — ela choramingou, fazendo um pequeno
beicinho.
— Eu sou sua melhor amiga. Eu deveria ter uma conversa cara a
cara com Mason.
Um sorriso afetou meu rosto e eu arqueei uma sobrancelha. —
Você quer ter um cara a cara com ele? Apenas vocês dois?
Ela revirou os olhos e cruzou os braços, estufando o peito. — Não
tenho medo dele e, sim, preciso aprovar seu relacionamento antes de
você se casar com ele.
— Perfeito! — Exclamei, levantando-me para pegar o carregador
do meu quarto.
— Deixe-me ligar para ele e marcar uma reunião para vocês dois.
Ele não vai dizer não a isso.
— Sua vaca! — Beth pairou sobre mim, tentando tirar meu
telefone. — Eu só estava brincando, mas aparentemente ele sugou
seu senso de humor.
Eu ri. — Eu estava apenas fazendo o que minha melhor amiga
queria.
Ela olhou para mim. — Para, Laurie. — Batendo em mim com um
travesseiro, ela marchou de volta para a sala para assistir a TV
novamente.
— Adivinha quem não vai ser sua dama de honra?
— Este não é meu casamento de verdade!
— Claro que é! Só não me procure quando se apaixonar por ele,
cheia de arrependimentos por não ter planejado seu casamento
perfeito! — Ela atirou de volta.
— Bem, se isso acontecer, sempre podemos planejar outro! —
Beth se virou bruscamente e sorriu para mim, levantando as
sobrancelhas ainda mais. Percebendo o que eu disse, eu me bati.
— Isso não significa nada! Foi apenas - UGH!
— Eu não disse nada.
— Vaca!
Capítulo 16
Athena só me ligou quatro horas depois, quando já havia
esquecido que íamos nos encontrar para conversar.
Ela saiu mais cedo do trabalho e me convidou para ir a um bar.
Encontrei-me com ela, sentindo-me muito nervosa, o que era
ridículo porque ela era minha amiga e não havia razão para ficar
nervosa.
Eu simplesmente não tinha ideia se devia contar a ela a verdade
ou as mentiras que estávamos alimentando para todo mundo.
Se fosse outra pessoa, eu teria certeza de que eles não saberiam
nada sobre nosso contrato, mas Athena era parente de Mason.
Se eu mentisse para ela quando ela já sabia a verdade, ela não
confiaria em mim novamente.
Ela estava sentada na mesa ao fundo quando me aproximei dela.
— Eu estou atrasada?
— Não, eu que Cheguei cedo, — Athena rebateu
preguiçosamente, enquanto ela esticava as pernas na frente dela e
arqueava uma sobrancelha para uma cadeira vazia na frente dela.
— O que você está bebendo? — Eu perguntei, apontando para a
bebida roxa que ela estava tomando. — É tão bom quanto parece?
— Muito. — Ela chamou um garçom e pediu exatamente a
mesma bebida.
Athena largou a bebida e olhou para mim. Ela estava procurando
por algo no meu rosto? Por que mais ela estaria me olhando assim?
- Então... você e Mason... - ela parou, com uma expressão
pensativa no rosto.
— Pois é. Aconteceu tão rapidamente.
Então, eu estava tentando mentir e esperava não parecer um
cervo prestes a ser atropelado.
— Ah. sério? — Ela perguntou com um sorriso fraco e tomou um
gole de sua bebida.
— Então, como começou?
E eu disse a ela a mesma coisa que disse à mãe de Beth, e o único
problema desta vez foi que não soei convincente, nem mesmo aos
meus próprios ouvidos.
As sobrancelhas de Athena ficaram tensas a cada palavra.
— Ah, sério? Isso parece romântico. Falando em romântico,
aonde ele a levou no seu primeiro encontro?
— Espero que seja aquele restaurante na rua Elx, porque Mason
sempre quis ter um primeiro encontro lá.
— Sim, foi esse mesmo. — Eu sorri, concordando com algo que
eu nem sabia que existia até agora.
Ela tinha certeza de que havia um restaurante na rua Elx?
Porque eu poderia jurar que já passei por aquela rua muitas vezes
e não encontrei um restaurante.
— O que vocês comeram?
— Camarão, — eu deixei escapar sem pensar duas vezes.
Ela franziu o cenho. — Mas eu pensei que ele odiava frutos do
mar.
Eu olhei para seu rosto perplexo e ri nervosamente, mentalmente
me batendo por ser tão estúpida.
— Eu comi camarão sozinha e ele comeu uma salada.
Era mais fácil mentir para a mãe de Beth, mas Athena estava
tornando isso muito difícil com suas perguntas intermináveis.
Senti que aquele era um interrogatório para o qual nunca me
preparei.
Ela olhou para mim antes de explodir em gargalhadas. Quando
parou, ela enxugou uma lágrima sob os cílios.
— Você é a pior mentirosa de todas e, a propósito, não existe
restaurante na rua Elx. Eu estava te enganando e você caiu
direitinho.
Eu só podia imaginar o quão vermelho meu rosto estava agora, se
eu pudesse dar uma olhada pela janela de vidro.
— Droga, eu sabia que você estava me enganando.
— Me conta o que está acontecendo. Mason está chantageando
você? É por isso que você concordou em se casar com ele?
Não era exatamente chantagem, éramos apenas duas pessoas se
ajudando.
— Claro que não, — eu respondi, minha voz tentando soar como
um humor.
— Eu pareço o tipo de mulher que é chantageada facilmente?
Sim.
— Então por que vocês dois vão se casar? — Ela perguntou. Sua
voz sugeria confusão e aborrecimento - provavelmente irritada por
não conseguir descobrir o motivo.
Uma carranca apareceu em seu rosto, e Athena franziu a
sobrancelha e me observou.
— Você tem que entender minha curiosidade e confusão, Lauren.
— Mason odeia mulheres e nunca pensaria em se casar com
ninguém.
Na verdade, eu sabia que ele odiava as mulheres porque tinha
sido franco sobre isso, por que motivo, eu não sabia. Ele parecia
alguém que tinha sido ferido e teve seu coração partido por uma
mulher.
Mas quando me lembro que é de Mason de quem estava falando,
ri e desprezei aquela teoria ridícula.— Eu sinto que deveria te contar, mas então nós dois teremos que
enfrentá-lo. Você deveria falar com ele. Sinto muito, mas eu
realmente não posso, mesmo se eu quisesse.
Ela acenou com a cabeça em compreensão. Pelo menos, ela foi
sincera.
Quem mais entenderia minha situação melhor do que a tia de
Mason? Ela sabia quem ele era e do que era capaz.
Desafie-o e você encontrará sua ira.
— Ele está controlando você de alguma forma, — ela observou.
— Sim. mas cá entre nós, este casamento não vai durar dois anos.
Ela deu uma risadinha. — Eu não ficaria chocada. Mas eu tenho
que avisá-la sobre o que você está se metendo.
— Eu já conheço o tipo de homem que Mason é. Você acha que
não estou preparada?
Athena balançou a cabeça. — Não estou falando sobre Mason, —
respondeu ela, em seguida, parou, parecendo tomar seu tempo
tomando um gole de sua bebida.
— Estou falando sobre a família dele. Se você acha que Mason é
ruim, espere até conhecê-los.
Meus olhos se arregalaram.
Nunca parei para pensar na família dele e no tipo de pessoa que
eles poderiam ser, mas se eles fossem tão maus quanto Mason, ou
ainda piores, como Athena estava insinuando, optaria por me trancar
e me esconder deles.
Porém, isso nunca seria uma opção.
— Como são eles? — Eu perguntei, esperando que minha voz não
saísse tão fraca como eu pensei.
— Seu pai é um idiota controlador, seus primos mais idiotas.
Suas irmãs são vadias completas e provavelmente irão esfolar você
viva e usar sua pele. Minha irmã é a pior.
— Ela é uma vadia fria que definitivamente vai enterrar você viva
com seus olhos de aço e palavras frias.
Eu entendi que ela estava falando sobre a mãe dele, e nada do
que ela disse me deixou calma de forma alguma.
Na verdade, minha ansiedade cresceu a ponto de eu querer
vomitar.
— Mas isso sou apenas eu dizendo de uma maneira agradável, —
ela acrescentou, esvaziando o copo antes de pedir uma garrafa de
Jack Daniels.
— Porra, acho que preciso de algo mais forte.
Ela riu às minhas custas e pediu um licor forte, ao qual não perdi
mais tempo engolindo e sentindo queimar minha garganta.
— Relaxe, Lauren. parece que você vai ter um ataque de pânico.
Eu atirei a ela um olhar profundo. — Bem, desculpe-me se estou
tentando compreender esta informação inesperada.
— O que você esperava? Arco-íris e unicórnios? Novidade:
famílias ricas não são como famílias normais. São cheias de pessoas
horríveis e manipuladores.
 
— É por isso que Mason é assim? Porque ele não cresceu em um
ambiente vil? — Eu estava realmente começando a simpatizar com
ele.
Todo esse tempo, eu pensei que ele estava fazendo de propósito,
e porque ele podia, mas pensar que ele tinha vivido toda a sua vida
com pessoas assim, era muito triste.
Athena riu novamente. Parecia ser a única coisa que ela estava
fazendo.
— Não se deixe enganar. Ninguém pode mudar você, além de
você mesma, Lauren.
— ... Olha, a única vez que você pode acabar encontrando os
Campbells seria no casamento, e você pode não ter que lidar com as
merdas deles quando estiver muito ocupada sendo uma recém-
casada. Então, acalme-se.
— Quando você diz isso e inclui o recém-casada nisso, só me
deixa mais nervosa. — Eu soltei um suspiro.
— Então, me conta. Quem é que vai me odiar mais?
Eu realmente esperava que ela não dissesse nada, mas a chance
de isso acontecer era pequena. Eu tinha que saber quem iria me
odiar mais para evitá-los.
— Todos eles.
— O quê?
— Todos eles. — Quando ela percebeu meu rosto em branco, ela
repetiu.
— Eu disse todos eles. Estou tentando transformar isso em uma
palavra para não ter que escolher, porque todos podem odiar você.
— Você está namorando Mason, afinal. Ele é a estrela da família.
Eu podia sentir meus olhos esbugalhados. — Eu realmente odeio
quando você me conta fatos concretos e frios.
— Você só pode conseguir isso de mim. Não vou suavizar nada,
— declarou ela, parecendo imensamente satisfeita.
— Você é próxima da sua família? — Decidi bisbilhotar, tentando
conhecê-la melhor, mas, na realidade, queria afastar minha mente do
fato de que a família de Mason poderia me odiar.
Eu gostaria de expressar minha preocupação a ele na esperança
de que ele cancelasse o casamento, mas eu sabia que Mason não
daria a mínima.
Eu podia ouvir sua voz irritante na minha cabeça dizendo, — ser
adulto significa ser capaz de lidar com as críticas. Mas se você quiser
seguir em frente e seguir o caminho do medo, isso depende de você.
— Você quer dizer a família de Mason?
Eu balancei a cabeça, notando como ela os chamava, como se não
fossem a família dela.
Athena encolheu os ombros. — Quer dizer, eles não são flor que
se cheire, mas dá pra tolerar. São principalmente as mulheres que
você precisa evitar.
— Eu sei. São sempre as mulheres que são impossíveis.
— Sim, quando sentimos o cheiro de uma ameaça, tentamos
morder primeiro. Falando em mordida, podemos almoçar amanhã?
Quero saber mais sobre minha futura sobrinha.
Eu me encolhi e franzi o rosto.
— Por favor, nunca diga essa palavra novamente.
Athena ergueu uma sobrancelha e parecia estar se divertindo. —
Você não quer isso, quer?
— Eu quero.
Ela tentou examinar meus olhos, mas Fiquei levemente
interessada na garrafa na frente dela.
— Ele ofereceu algo a você, — ela finalmente disse, descobrindo.
— Algo que você não poderia recusar.
— Ele é muito bom em fazer negócios.
Eu grunhi em concordância. Muito do que Athena disse era
verdade.
Houve inúmeras vezes em que observei Mason dar a seus sócios
ou rivais escolhas, uma escolha difícil que eles não podiam recusar,
embora as probabilidades não fossem favoráveis para alguns deles.
Como uma vez, ele deu a Connor Julian a escolha de deixá-lo
comprar sua empresa e ainda ser o CEO ou vê-la queimar até o chão.
Naquela época, Fiquei muito desapontada com Connor Julian por
vender a empresa que ele construiu com suas próprias mãos.
E então, descobri quando aceitei o próprio acordo de Mason
comigo que tinha sido um bom negócio para Julian. Eu estava
fazendo a mesma coisa que ele. Por algo que ambos amamos.
— Mas às vezes é bom fugir disso. Mesmo que seja um bom
negócio.
O aviso era evidente em sua voz. Eu sorri para ela. determinada a
agir o mais natural possível.
— Há um ditado em meu livro, Lauren. que você nem sempre
pode confiar nas palavras de um homem com poder, com tatuagens
e, ah. sim, pessoas arrogantes.
— Então, basicamente Mason.
— Especialmente meu sobrinho. Não confie nele.
— Espera... tatuagens? Mason não tem.
— Mmh. — Ela tomou um gole de sua bebida com um sorriso
malicioso.
Meus olhos se arregalaram. — Merda, onde?! O senhor
perfeitinho e melhor do que todo mundo tem tatuagem? — Eu ri. —
Eu não posso acreditar nisso. Você tem que me dizer onde ele tem a
tatuagem, Athena.
— Você vai ver quando se casar.
— Sinceramente, você não presta.
— Eu sou a melhor.
Eu não conseguia parar de pensar na tatuagem de Mason e que
tipo ele tinha, e onde ele a tinha. Essa súbita obsessão por saber me
fez pensar em maneiras de ver isso.
Se eu fosse direta e perguntasse, minha cabeça não estaria mais
presa ao meu corpo. E eu sabia que não havia nenhuma maneira de
Mason querer estar na minha presença depois do casamento.
Sua tatuagem poderia ter algum significado?
Era grande?
Era pequena?
Isso estava realmente me matando.
Maldita Athena por trazer isso à tona.
Nunca fui tão obcecada por nada... mas quando algo diz respeito
a Mason, sinto a necessidade de saber.
E se isso me matasse, eu iria descobrir.
Capítulo 17
Por que toda vez que você dorme em paz, uma coisa ou outra
tem que te acordar?
Quanto a mim, era o meu telefone irritante. Devo aprender a
desligá-lo.
Eu iria ignorá-lo ou jogá-lo fora, mas ele continuou tocando e
tocando, várias vezes.
Eu o peguei debaixo do meu travesseiro e abri um olho,
encarando o identificador de chamadas.
Gemi e coloquei o telefone no modo silencioso, rolando na cama
para voltar a dormir.
Foda-se o Mason.
Ele nunca ligou na hora certa.
Ele sempre tinha que arruinar meu sono por causa de algo
completamente estúpido.
Euapostaria em qualquer coisa que ele estava me ligando para
falar algo que pudesse ser dito no dia seguinte. Ele estava agindo
como um idiota impaciente, ou como se não tivesse amanhã para
viver.
O que quer que ele tivesse a me dizer, poderia ser dito no dia
seguinte. Daquela vez, eu iria dormir.
Ele poderia se transformar no Hulk que eu não iria me importar.
Sua raiva não era páreo para o meu amor pela minha cama
quentinha.
Acordei com Beth batendo na porta sem piedade e gemi,
enterrando minha cabeça no travesseiro. Quando eu não respondi,
ela se encarregou de pegar a chave extra e abriu a porta, entrando.
— Lauren, levante-se.
Eu a ignorei. Eu sabia que ignorar as pessoas as fariam ir embora.
Infelizmente, minha colega de quarto não era uma dessas
pessoas. Ela foi persistente. Essa era uma característica irritante que
ela tinha.
— Lauren, eu não estou brincando, — ela disse, soando séria. —
Levante-se e venha ver por si mesma.
A menos que o apartamento estivesse pegando fogo, eu não tinha
interesse em nada.
Mas se meu noivo aparecesse em nossa porta usando um vestido
rosa e sapatos de salto combinando, isso sim era algo que eu
adoraria ver e definitivamente nunca veria.
— Que horas são? — Eu finalmente perguntei, sem levantar
minha cabeça.
Eu sabia que era muito cedo, mas o que eu não sabia era que era
tão cedo.
— Isso importa? O motorista do seu noivo está sentado do lado
de fora do nosso prédio.
— O quê?! — Isso me fez levantar em um pulo, qualquer vestígio
de sono completamente apagado por esta pequena informação. Eu
olhei pela janela e encontrei o carro de Mason fora do prédio.
O que diabos Coop estava fazendo aqui?
— Há quanto tempo ele está lá embaixo?
Ela encolheu os ombros. — Um tempo, provavelmente. Você sabe
por que ele está aqui?
Por quê?
Uma lâmpada passou pela minha cabeça e me afastei da janela.
— Onde está meu telefone? — Beth acenou em sua mão e eu o
agarrei, mordendo meu lábio inferior enquanto desbloqueava o
telefone.
Havia dez chamadas perdidas e seis mensagens de Mason Eu
tropecei para trás e minha bunda bateu na cama, meus olhos
examinando as mensagens.
Atenda neste instante.
O único propósito dos telefones é atender ligações, Lauren. Algo
que você não está percebendo.
Eu atenderia minhas ligações se fosse você.
Eu pulei o resto de suas mensagens que envolviam ele insultando
minha inteligência e outras coisas. A última mensagem fez com que
meus olhos saltassem das órbitas e meu queixo quase caísse no chão.
Coop está lá embaixo esperando por você.
Você e eu vamos embora por alguns dias.
O voo parte às oito da manhã.
E melhor você não se atrasar. Leve pouca bagagem.
De qualquer forma, caberá a mim se suas malas virão ou não.
— Ah, que emocionante! — Beth respondeu. Ela leu o texto por
cima do meu ombro. Só ela acharia isso emocionante.
Eu me perguntei onde diabos ele queria me levar, mas eu não
queria participar daquilo. Só porque ele era meu noivo não
significava que eu confiava nele para não me machucar.
Eu não seria tola o suficiente para ir a qualquer lugar que eu não
conhecesse com ele.
— Você quer que eu te ajude a fazer as malas?
Ah. Beth. Sempre o tipo de amiga que fica animada com tudo e
qualquer coisa.
— Não, eu não vou. — Fui para a cama para voltar a dormir, mas
foi Beth quem puxou meu braço de volta para ela.
Ela me encarou. — Vai, sim. Você vai fazer as malas e entrar no
carro de Mason.
Eu puxei meu braço para longe dela. — E mandar ele me matar
onde meu corpo não seja recuperado? Não, obrigado.
— Para alguém que diz ser adulto, às vezes você age como uma
criança. Mason não vai matar você, Laurie.
— Tenho certeza de que ele vai levar você a um lugar incrível, e
você não saberia disso porque está sendo tão boba agora!
— E você está sendo tão irritante, — reclamei.
— Me escute, — ela disse em um tom sério. Não conseguia me
lembrar da última vez que ouvi Beth falar naquele tom antes.
— Você vai se casar com ele e vai morar com ele por um ano.
— Quanto mais você o desafia, mais ele tornará sua vida um
inferno quando você for morar com ele. A melhor coisa que você
deve fazer é agradar a ele.
— Não faça nada que o irrite e você realmente vivera por um ano
em paz.
Havia um motivo pelo qual Beth era a mais inteligente, embora
ela raramente demonstrasse isso. Eu não conseguia desviar o olhar
para o quão certa ela estava.
Se eu fosse sobreviver na cova do leão, precisava saber como
controlá-lo.
Se eu não pudesse domesticá-lo, pelo menos acalmaria a
tempestade.
Ela sorriu de satisfação quando peguei minha mochila e comecei
a embalar algumas roupas. Ele disse para levar pouca coisa, ou então
eu perderia tudo. Eu bufei.
Aquele homem era a pessoa mais dramática que eu já conheci. E
pensar que suas demandas seriam o que eu ouviria por um ano.
Seria um ano péssimo, mas de uma coisa eu estava certa: eu iria
lembrá-lo de que era alguém que não gostava de ser controlada.
Exigir respeito. Dominá-lo.
Ele não me trataria como seu empregado.
Eu seria sua esposa, e nenhuma esposa merecia ser pisada pelo
marido.
Respeite e seja respeitado.
Pedi desculpas a Coop pela centésima vez. Eu me senti tão mal
por deixá-lo esperando e por ser arrastado para longe de sua casa no
meio da noite.
Eu queria perguntar a ele se ele tinha família, mas realmente não
era da minha conta.
Embora, a curiosidade estivesse realmente me matando.
Ser deixada no aeroporto sem explicação não parecia uma boa
ideia. Achei que Coop iria me deixar lá. mas ele voltou cinco
minutos depois e me acompanhou para dentro, onde Mason nos
esperava.
Já sentiu aquela sensação estranha quando você fez algo errado e
está com muito medo de enfrentar as consequências? Foi assim que
me senti no momento em que estava prestes a encontrar meu noivo.
Eu queria me virar e fugir, mas Lauren Hart não era covarde. Ok,
talvez eu fosse um pouco covarde, mas não iria me esconder de
Mason.
O logotipo Campbell estava no avião particular que Coop me
conduziu para dentro Eu soube que estava prestes a decolar em
quatro minutos, então tive a sorte de chegar na hora certa.
Eu nunca tinha estado dentro de um avião particular antes e
deixe-me dizer, eu queria poderia morar ali dentro para sempre.
Era tão lindo, limpo e brilhante. Cheirava a coisa cara.
Mas estava faltando alguma coisa:
Mason.
A doce aeromoça me deu um sorriso educado e perguntou se eu
queria alguma coisa.
Eu queria dizer a ela para chamar seu chefe, mas não queria que
ela distorcesse minhas palavras e a fizesse pensar que eu realmente
gostava de Mason ou queria vê-lo.
Eu só queria ter certeza de que ele estava no avião, que ele não
me trouxe aqui apenas para ver o avião cair e dizer que foi um
acidente enquanto o piloto e os comissários escapavam.
Eu relaxei no meu assento, inclinando minha cabeça para trás e
curtindo o voo. Eu não dormi muito durante o dia, mas eu realmente
poderia tirar uma soneca para me livrar do tédio.
E onde é que estava Mason?
Tendo bebido muita água, minha bexiga gritou e me levantei para
ir ao banheiro, apenas para ficar cara a cara com a parede de aço do
meu noivo.
Ele elevou-se sobre mim como um escudo protegendo seu país,
seu doce cheiro de menta atingiu meu nariz e fez minha cabeça ficar
mais leve.
Ele sempre tinha um cheiro incrível.
Mason Campbell sempre fazia o ar ao meu redor sumir e meus
pulmões se comprimir. Ele tinha um impacto tão grande na minha
vida e eu só queria que ele não tivesse.
Eu não queria olhar para ele, porque olhar para ele me levava a
pensamentos inadequados.
Eu queria desviar o olhar para evitar o dano que causaria a mim
mesma se continuasse a olhar.
Porque Mason estava me cegando.
Cativando.
Ele era uma raça rara de humano.
Ele era como uma droga que não tinha como não viciar. Era
gostoso, mas fazia mal.
Minha respiração ficou presa na minha garganta quando meus
olhos me traíram, e quando seus próprios olhos desceram sobre
mim.
Aborrecimento.
Irritação.
Ferocidade.
Tudo isso estava claro em seu rosto e meu estômago deu um nó.
Nunca uma vez alguém me impactoucom apenas um olhar, e meus
pulmões lutaram por ar.
Ele finalmente me evitou e foi embora sem dizer uma palavra e
eu soltei um suspiro quente que não percebi que estava segurando.
A vontade de ir ao banheiro passou e eu silenciosamente voltei para
o meu lugar.
Era estranho para ele não dizer nada, ou pelo menos reclamar por
ter ignorado suas ligações e chegado tarde. De qualquer forma, eu
não estava bem.
Especialmente se ele estava me ignorando enquanto estava
sentado na minha frente.
Ele estava lendo um livro e não consegui entender o título. Mason
não estava usando terno e optou pelo casual.
A camisa preta que ele usava caía sobre os ombros largos como
uma segunda pele, sem uma ruga visível e a calça azul escura e os
sapatos pretos ficavam bem nele.
Eu franzi meus lábios, estudando-o.
Ele parecia estar com raiva com base na maneira como ele cerrava
os dentes e virava as páginas com tanta brutalidade. Tive vontade de
rir.
Ele era como uma criança temperamental.
Eu me levantei da minha cadeira e fui sentar na cadeira vazia na
frente dele.
— Sinto muito, — falei, tentando cortar a tensão entre nós. —
Estou pedindo uma trégua. — Nenhuma palavra ou dica de que ele
me ouviu.
Eu não deveria estar surpresa. — Eu sei que cometi um erro...
Sua voz suave aveludada me atingiu como uma droga quando ele
respondeu: — É a primeira vez.
Ironia. Entendi.
— Talvez se você parasse de me ligar no meio da noite, eu não
estaria irritando você. Se fosse qualquer namorado meu, eu não teria
atendido também, então não foi nada demais.
— Falando sobre namorado sendo que você só teve um.
Eu franzi a testa sem que ele visse. — Ah. como se você tivesse
pegado várias, ‘Sr. Odeio Mulheres, elas me deixaram infeliz e
irritado, — eu disse sarcasticamente.
— Eu não sou nenhuma dessas coisas que você mencionou, — ele
falou lentamente em um tom preguiçoso, virando outra página de
seu livro.
— Por favor, diga isso para alguém que não conhece você. — Mas
ele não respondeu novamente, apenas focou sua atenção ainda mais
em seu livro. Ele não deu nenhum sinal de que me ouviu.
Fiquei curiosa.
O que ele estava lendo de tão importante e ao qual dedicava toda
a sua atenção? — O que você está lendo?
— Um livro.
— Ah. vá. Quis dizer, qual livro está lendo?
Sem levantar a cabeça para olhar para mim, ele falou enquanto
suas palavras me cortavam profundamente. Pode não parecer que
ele disse muito, mas ele disse muito.
— Não se preocupe com o título. O livro não é algo que sua
pequena mente possa entender, Lauren. É melhor não torturá-la.
— Uau, adoro quando você insulta minha inteligência, —
retruquei sarcasticamente, tentando esconder o quão magoada suas
palavras me fizeram sentir. O sarcasmo sempre foi útil quando eu
queria mascarar o que estava sentindo.
— Como o seu ego cabe dentro da sua cabeça?
Ele fechou o livro com cuidado, sem pressa antes que sua cabeça
se erguesse para mim.
Seus olhos brilhavam com uma emoção oculta que ele era capaz
de manter escondida atrás de seu exterior frio.
Uma mecha de cabelo caía sobre seu rosto e lhe dava uma espécie
de aparência selvagem e infantil. Meus dedos coçaram para tirá-la de
seu rosto.
— Se você está entediada, pode pedir um tabuleiro de xadrez à
comissária de bordo ou pode usar a porta de emergência, — ele
cerrou os dentes e estreitou os olhos para mim.
— O que for mais adequado para você.
Sua voz vibrou no meu corpo e eu fiz uma cara feia.
— Apenas diga que você me quer morta e vá embora. Não é
como se você não tivesse me trazido neste avião para me matar. E
melhor continuar com isso aqui e agora.
— Não gosto de sujar as mãos. — Sua voz era baixa e rouca.
— Não, você prefere sujar as mãos de alguém. Dessa forma, você
não tem nada a ver com isso e pode escapar da prisão.
Ele bufou, e era aquilo era tão esquisito para ele que eu tive que
me virar e me certificar de que ele tinha mesmo feito aquele barulho.
Era verdade. Ele realmente bufou.
— Não estou planejando matar você, Lauren. Se eu quisesse, você
não acha que teria feito no primeiro momento em que nos
conhecemos?
— E me dá grande satisfação saber que te incomoda não saber
para onde estamos indo.
A intensidade em seus olhos causou inquietação no meu coração.
Ele realmente gostava de me provocar.
— Doente do caralho.
— O que disse? — ele perguntou com um tom furioso em sua
voz.
— Eu disse 'Vou jogar um baralho'. — Eu não cometeria o mesmo
erro duas vezes.
Lembrei-me do conselho de Beth sobre não sair da linha com ele e
parecia que meu trabalho ia ficar mais difícil a cada minuto.
Quanto mais eu passava o tempo em sua presença, mais ele me
fazia querer jogar a sensata Lauren pela janela, aquela que não era
tola o suficiente para latir na cova dos leões.
— Está com fome?
Uma risada borbulhou de meus lábios. — Uau, estou chocada.
Mason Campbell realmente se preocupa com um ser humano, — eu
disse surpresa.
— Você realmente tem alguma humanidade em você, afinal.
— Se eu soubesse que perguntar se você estava com fome iria
trazer à tona o seu lado dramático, eu não teria perguntado.
— Não sou dramática.
— Suas ações dizem o contrário.
Minha mandíbula cerrou. — Você é irritante, Sr. Campbell. —
Essa foi fraca.
— Eu te aviso quando começar a me importar com o que você
diz.
— Ah. vamos, você não deveria estar dizendo isso para sua
futura esposa. O que a mídia diria sobre isso? — Eu perguntei com
um sorriso de lobo.
Eu sabia quais botões apertar.
Se havia algo que ele não queria que estragasse, era este noivado.
— Tsc, eu poderia estar gravando esta conversa agora para todos
ouvirem. Eles iriam adorar.
Seus olhos se estreitaram e se tornaram mais severos, como se ele
estivesse tentando ver os pensamentos passando pela minha cabeça.
— Atreva-se.
— Não me tente.
— Por favor. — Seus olhos ferozes me fixaram no lugar e meu
coração palpitou no meu peito.
Um bufo nada atraente escapou de mim. — Você continua
jogando bombas em mim hoje. Não sabia que a palavra 'por favor'
estava no dicionário Campbell.
— Você está cheio de surpresas hoje, Sr. Campbell, mas, por
favor, tenha calma comigo. É tudo o que uma garota pode aguentar,
— eu disse dramaticamente, colocando minha palma sobre o meu
coração.
Ele arqueou uma sobrancelha perfeita. — Isso só prova que estou
certo, mais uma vez. Você é dramática. — Então ele olhou para
baixo, abriu seu livro e decidiu que ele havia terminado de me
entreter.
Eu considerei sua visão com um sorriso inocente.
Escócia.
Era para lá que ele estava me levando, mas o que havia na
Escócia?
Eu realmente pensei que ele estava me levando para longe, mas
eu deveria estar feliz por estar perto de casa.
Alguém estava esperando por nós quando saímos do aeroporto
em um Range Rover preto. Era um jovem, vestido com um temo
preto que acenou para nós antes de abrir a porta.
— Para onde estamos realmente indo? — Eu perguntei a ele,
olhando pela janela.
A única vez que estive na Escócia foi quando era criança, e tinha
ido com meus pais.
Tudo era vago, mas me lembrei de algo acontecendo entre meus
pais. Tivemos de sair mais cedo do que pretendíamos.
— Minha casa, — ele respondeu humildemente.
— Você vai conhecer minha família.
Surpresa com suas palavras, eu virei minha cabeça para a
esquerda e Fiquei boquiaberta com ele.
— O quê? Você está me levando para conhecer sua família?
— Sim.
Meu deus! Eu não estava pronta. Não podia conhecer a família de
Mason. Achei que iria demorar mais. Inferno, eu não imaginei que
iria conhecê-los tão rapidamente. Ele deveria ter me contado para eu
me preparar.
Eu estava pronta para desaparecer.
Eu o nivelei com um olhar duro.
— Você não pensou em me avisar? — Eu berrei.
O brilho em seus olhos, como se ele tivesse ganhado de alguma
forma, me mantendo no escuro e me chocando com essa notícia, me
fez querer jogá-lo para fora do carro.
— Eu avisei. Agora mesmo.
Minha mandíbula cerrou e eu mal fui capaz de evitar que as
palavras descontroladas saíssem dos meus lábios. Respire, Lauren,
respire. Se eu podia lidar com Mason, eu poderia lidar com aquelesabutres. Simples assim.
Mas meu coração batia forte no meu peito.
— Por que temos que conhecê-los agora? Por que não depois do
casamento? — Eu perguntei levantando meu queixo.
— Meus pais têm algo marcado e não poderão ir ao casamento.
— Que tipo de pais não vão ao casamento do filho? Essa é a coisa
mais importante que está acontecendo em sua vida.
Seus olhos brilharam com fogo.
— Talvez devêssemos perguntar isso a eles? Lembre-os de como
seu filho é importante e como é egoísta da parte deles perder isso.
Eu o considerei com um olhar irritado. — Eu não disse que estava
curiosa.
Capítulo 18
A família de Mason morava em um castelo.
Bem. parecia um e era lindo.
Eu não conseguia parar de olhar.
Eu nunca tinha visto uma mansão como esta em meus sonhos
mais loucos, e ali estava eu. prestes a entrar em uma. Os portões
eram pretos e grandes, o caminho até a mansão levou um minuto
inteiro para chegar lá.
O terreno era grande e desnecessário em minha opinião.
Cinquenta casas poderiam ser construídas nele, mas uma grande
mansão com quatro partes estava no meio.
Eu não esqueci que iria enfrentar os Campbells e ainda tinha
aquele medo dentro de mim que parecia esticar a cada passo que eu
dava.
Saindo do carro, dois homens correram para fora da casa e
vieram buscar nossas malas, que agora eu havia percebido que eu
era a único que tinha levado bagagem.
Mason não havia trazido nada. Por que?
Aquela era sua casa.
Eu olhei para a porta e engoli em seco.
Eu podia sentir os sussurros do demônio silenciosamente me
convidando para entrar para me arruinar.
— Mestre Mason. — Um homem alto parou na nossa frente em
um terno preto, seu cabelo e barba da cor de cinza, em pose
deliberada, ambas as mãos atrás das costas e o peito estufado.
— Bem-vindo a casa. — Houve uma leveza repentina e amor em
seu tom.
— Leon, — Mason respondeu, acenando para ele. Não havia
nenhum senso de familiaridade em seu tom, nenhum calor ou amor.
O homem chamado Leon mudou seu olhar para mim e estreitou
os olhos para mim.
— Bem-vinda, senhora.
Eu nem mesmo pisei dentro e já estava sendo odiada. O que
diabos eu fiz com esse velho que decidiu me odiar à primeira vista?
A única explicação sensata poderia ser que ele pode estar
apaixonado por Mason, mas eu rapidamente evitei esse pensamento
ridículo.
O homem tinha idade suficiente para ser seu avô, certamente
deveria haver uma explicação melhor do que essa.
— Por favor, me siga, Mestre Mason, seu pai deseja vê-lo na área
externa. Ele soube que você estava no país no minuto em que o avião
pousou.
— Certo. — Então, os lábios de Mason se contraíram
ligeiramente.
— E, Leon, talvez seja melhor mudar o tom de sua voz na
próxima vez que falar com minha noiva.
Os olhos de Leon se arregalaram em choque antes de ele se
recuperar e limpar a garganta. — Minhas desculpas, senhor. Sinto
muito, senhora.
— Está tudo bem, — soltei sentindo o calor que percorreu meu
corpo quando Mason veio em minha defesa. Não que eu precisasse,
mas era estranho.
— Lauren. — Os dedos de Mason roçaram meu braço quando ele
se virou para mim.
— Eu preciso ver meu pai. Você pode entrar primeiro.
Suas palavras me fizeram arregalar os olhos em alarme. Eu
balancei minha cabeça e dei um passo para trás.
— O quê? Não, eu não posso entrar sozinha, — eu disse
fracamente. — Eu não conheço essas pessoas.
— Não seja teimosa, amor. Leon irá acompanhá-la para dentro.
Estarei com você daqui a pouco.
Sua expressão era tão severamente proibitiva quanto seu tom.
mas eu não acho que ninguém poderia entender, exceto eu.
Então, ele me surpreendeu quando passou o braço em volta da
minha cintura e me puxou para o seu peito.
Eu engasguei quando dezenas de relâmpagos surgiram em meu
corpo.
Meus olhos se arregalaram para ele. ele colocou sua testa em cima
da minha, liberando um hálito quente que atingiu meu rosto e me
fez estremecer.
Seu hálito cheirava a hortelã e chocolate, uma combinação
inebriante de cheiros.
Enraizado no local e incapaz de se mover, Mason começou a
esfregar nossas testas antes de se mover para colocar um beijo leve
na minha bochecha, recuando para olhar para mim.
— Tente não sentir muito a minha falta, querida, — ele falou
baixinho, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e
acariciando o lado da minha cabeça.
Eu fiquei pasma.
Meu coração martelou dentro do meu peito e minha respiração
ficou presa entre meus pulmões quando ele me deu um sorriso
atrevido.
Ele estava me olhando como se eu fosse a única mulher que ele já
tinha visto, e não era justo porque era apenas um teatrinho para
Leon.
De alguma forma, isso fez meu coração disparar.
Mas por um segundo, eu só queria acreditar que ele estava
olhando para mim desse jeito porque ele queria.
Porque eu era muito especial para aquele homem sexy e
poderoso que tinha o mundo em suas mãos.
Algo que eu não podia evitar estava começando a acontecer e eu
não queria deixar ir mais longe.
— Eu te desafio a me impedir de sentir sua falta, — eu brinquei,
sorrindo como se acreditasse em minhas próprias mentiras.
— Se eu não te vir em breve, irei te procurar.
Ele acenou com a cabeça e se virou, caminhando em outra
direção. Eu o encarei de volta, seus músculos flexionando enquanto
ele andava e o sorriso no meu rosto não parava.
Leon pigarreou, chamando minha atenção. Minhas bochechas
queimaram, embora eu tenha ficado surpresa com a nova expressão
em seu rosto. Não era hostilidade, mas sim aceitação.
Eu me perguntei o que mudou sua opinião sobre mim.
— Podemos entrar?
Eu balancei a cabeça e o segui para dentro. Foi como entrar no
paraíso.
Não se podia realmente dizer quanto dinheiro foi gasto no design
de interiores. Beth teria ficado louca se estivesse ali.
— Quem é você? — O som de passos surgindo de um corredor
veio em nossa direção e eu respirei fundo.
Ele era jovem - devia ter quase 30 anos e era bonito com seu
cabelo escuro e ombros largos. Ele tinha mais de um metro e oitenta
de altura, maçãs do rosto pontiagudas e queixo liso e quadrado.
Seus olhos eram verdes esmeralda e brilhantes. Ele não se parecia
com Mason, mas também não era mais bonito do que ele.
— Pois não? — Ele arqueou uma sobrancelha para mim. — Quem
é você? — ele perguntou com uma voz profunda que parecia fazer
todo o meu corpo vibrar de forma errada.
— Ela é noiva do Mestre Mason.
O homem olhou brevemente para Leon.
— Noiva de Mason? — Sua sobrancelha se franziu em uma
carranca incrédula. — Você pode ir, Leon.
Eu ouvi os passos de Leon recuando. Ele se virou para mim.
— Você é?
— Eu sou o que?
— Noiva de Mason, — ele murmurou em um tom frustrado.
— Sim, — eu respondi bruscamente, desejando não me encolher
diante dele. Ele não me assustava.
Ele se endireitou rapidamente, sorrindo, mas seus olhos estavam
vigilantes. — Tem certeza de que estamos falando sobre o mesmo
Mason?
— Nosso Mason nunca ficaria noivo de nenhuma mulher, não
desde quando— — Ele se conteve com uma risada curta.
— Você está com os repórteres?
— Se estamos falando sobre Mason Campbell, então sim. —
Minha mão cerrou-se apesar de tudo. — Eu sou a noiva dele, Lauren
Hart. Prazer em conhecê-la.
Uma de suas sobrancelhas se arqueou friamente. — Se você está
mentindo para mim, Lauren Hart, eu pessoalmente a levaria para
conhecer meus dois cães e eles a rasgariam em pedaços. Eu odeio
mentirosos.
Quem que esse cara pensa que é? Eu estava a segundos de jogar
minha educação pela janela. — Bem. então, acho que você tem que
encontrar outra pessoa para levar.
Seus lábios se curvaram em um sorriso fraco e irônico. — Deixe-
me levá-la para conhecer todos, noiva de Mason. — Ele começou a se
virar quando eu bati.
— Meu nome é Lauren, — eu corrigi em aborrecimento.
Ele acenou com a cabeça com um leve sorriso.
— Lauren, é claro, minhas desculpas. Me siga.
Eu caminhei bem atrás dele, e o pânico me fez querer correr e sair
dali rápido.
Nossos passos faziam o único som à medida que avançávamos; a
casa poderia estar vazia, mas foi apenas quando chegamos ao final
do corredor que os primeiros sons vieram aonosso encontro; a
princípio, um sussurro, crescendo com os passos, depois engolindo
em um murmúrio.
Eu olhei para o homem ao meu lado, mas seu rosto severo não
mostrou nada.
No final do corredor, havia duas boas portas duplas e eu entrei.
Por um momento, a tagarelice não parou.
Então, cabeças começaram a se virar e me vi confrontada por uma
fileira de rostos pálidos e fixos em um silêncio aterrorizante. Eu olhei
ao meu redor desamparadamente procurando uma fuga, mas o
homem estava bloqueando meu caminho atrás.
Então, em algum lugar, alguém deu uma risadinha e outra voz
começou: — Sebastian, por que você está parado na porta? E quem
você trouxe com você?
Eu não pude dizer quem estava falando, porque eles eram poucos
ali - talvez cinco pessoas sentadas nas cadeiras reais mais lindas.
Fiquei enraizada no lugar, olhando para todos eles, o brilho e a
elegância de suas roupas e joias machucando meus olhos.
— Eu trouxe a noiva de Mason, Lauren Hart, — Sebastian
respondeu com prazer, me empurrando para frente para a sala de
estar.
— O quê?! — Uma mulher gritou, levantando-se da cadeira.
Meus olhos se conectaram com ela enquanto ela se aproximava de
mim.
Ela era linda, seu cabelo loiro e encaracolado balançava em seus
ombros enquanto ela caminhava com graça e elegância. Ela usava
um vestido curto brilhante e saltos pretos que clicavam no chão.
Ela ficou a poucos centímetros de mim, seus olhos castanhos fixos
nos meus. Ela me encarou como se quisesse me matar, e eu dei a ela
um olhar que dizia que não tinha medo dela.
A mulher tinha maçãs do rosto salientes, o nariz reto e quando
ela franziu a testa, covinhas apareceram em ambas as bochechas.
Seus lábios carnudos foram pintados com uma cor vermelha
ousada e um colar de diamantes estava em seu pescoço, brilhando
como estrelas. Essa garota era tudo que eu não era.
— Você acabou de dizer que ela é noiva de Mason?
Sebastian não respondeu, mas seu sorriso era malicioso quando
olhou para trás, para a mulher caminhando em nossa direção. Antes
mesmo que alguém pudesse me dizer, eu sabia que ela era a mãe de
Mason.
Ela tinha uma semelhança impressionante com o filho. Seu cabelo
bronze estava penteado com estilo, e sua blusa e terninho a faziam
parecer mais jovem do que sua idade.
Mas foi o antagonismo em seu rosto que me chocou; quando ela
olhou para mim, seus olhos cinzas estavam ardendo e sua boca
estava dura. Engoli em seco antes que pudesse me impedir.
Então, ela me examinou por mais um momento; então ela exigiu,
— O que meu sobrinho disse é verdade? Você é a noiva do meu
filho?
— Sim.
Não reaja.
Respire.
— Você está mentindo, — a outra garota disse, sua expressão
dura. — Mason nunca daria uma chance para uma pessoa como
você.
Revirei meus olhos para ela, apesar das marteladas em meu peito.
— Ah, mas ele deu. Parece que você não o conhece muito bem.
Eu dei a ela um sorriso educado enquanto seus olhos brilharam.
— Chega, Chloe, — a mãe de Mason gritou para ela, então olhou
para mim.
— Você está grávida?
Meu queixo caiu com sua pergunta. Eu abri e fechei minha boca,
sem palavras.
Ela estava insinuando que a única razão pela qual eu estaria com
seu filho seria se eu estivesse grávida?
Então, de repente, alguém riu. Era estridente e um pouco
malicioso, mas havia uma nota de genuíno divertimento nisso. —
Isso é uma pergunta, mãe? — Outra garota falou.
— A única razão pela qual ela estaria aqui é se ela está grávida de
seu filho, ou talvez ela esteja mentindo. Ela vai ter um filho e alega
que é do meu irmão.
— Eu conheço garotas como ela que fariam qualquer coisa para
prender alguém por dinheiro.
Eu a ignorei enquanto fechei meu punho com raiva.
— Se isso é sobre dinheiro, garota, eu daria a você um cheque em
branco agora e você sairia da vida do meu filho, — ela disse
suavemente, seus olhos estreitos traindo seu tom leve.
— Deixe-me pegar minha bolsa e podemos fazer isso
rapidamente, e depois saia da minha vista.
— Não, — eu a impedi de se mover, encontrando seu olhar
intenso com firmeza.
— Eu não estou grávida. — Eu olhei brevemente para Chloe.
— E não quero o seu dinheiro, — disse isso à mãe dele, e falando
as palavras com clareza, em um esforço para me sentir mais
confiante, acrescentei: — Mason e eu estamos apaixonados. Eu amo
ele. Ele me ama.
Ou então estávamos dizendo a todos.
— Cale-se! — Chloe gritou, apontando sua unha pintada para
mim.
— Mason não está apaixonado por você. — Ela sorriu com uma
intenção sinistra. — Tenho certeza que ele está fazendo isso para se
vingar de mim.
Uh... isso não é verdade, mas eu não deveria dizer nada. Deixe
que ela alimente seu próprio ego. Algo estremeceu dentro de mim
enquanto eu digeria a sugestão óbvia de que Mason poderia estar
envolvido com Chloe.
Isso explicaria muita coisa, pensei com uma pontada de
desconforto perturbador, mas de alguma forma, não conseguia
imaginá-lo com Chloe.
Ela parecia uma pirralha.
Sebastian riu. — Só você pensaria que Mason perderia seu tempo
fazendo algo assim, Chloe. — A diversão estremeceu em sua voz. —
Além disso, ele odeia sua própria existência.
— Ninguém pediu sua opinião, Seb — . ela disparou nele.
— Chega, vocês dois. — A mãe de Mason olhou para Sebastian.
— Onde está Mason? Eu preciso falar com ele. Isso ... — Ela apontou
para mim em desaprovação.
— Essa garota não vai servir. — Então ela voltou a se sentar.
— Garota, chegue mais perto, — outra mulher latiu para mim.
Eu pulei um pouco com o som, mas não ousei me mover. —
Estou falando com você.
— Não se mova um centímetro, Lauren.
Virei a cabeça e lá estava Mason, com o peito largo arfando e os
dentes à mostra como um animal.
Nossos olhos se encontraram e ele olhou para mim antes de
mover seu olhar de volta para sua tia em um frenesi enlouquecido
de raiva.
— Mason.
Ele ignorou sua mãe e caminhou até onde eu estava entre
Sebastian e Chloe, olhou para mim e estendeu a mão. Hesitei no
início antes de apertar minha mão na dele, sentindo seu calor.
Como nossas mãos podem caber tão perfeitamente? Quase como
se fossem feitos uma para a outra.
Ele encarou sua tia descontroladamente novamente. — Eu dei a
seu filho meu dinheiro para começar seu negócio quando ele jogou
fora toda sua herança, tia Matilda.
— Se você quer que ele ainda tenha seus negócios intactos, faria
bem em respeitar minha noiva, — disse ele em voz baixa, perigosa e
ameaçadora.
— Ela não é alguém que você pode mandar. E isso vale para
todos vocês. Qualquer um que a desrespeite responderá a mim.
— Mason! — Sua mãe exclamou de espanto e as bochechas de
sua tia coraram de raiva e vergonha.
Algo dentro de mim mudou e eu olhei para ele em estado de
choque, este homem que me odiava estava me defendendo contra
sua família. Ele deve realmente odiá-los mais.
— Você não pode estar falando sério!
Ele se virou tão rápido e olhou para Chloe.
Foi o suficiente para querer que eu desviasse o olhar.
— Cale. A boca.
A animosidade fervilhava em sua voz. Foi assustador.
Ele fez três palavras soarem como um desejo de morte.
Este era o Mason Campbell que Beth e eu tínhamos ouvido
rumores.
Este era o homem que fazia as pessoas se encolherem de medo.
Eu saberia, tive vontade de me encolher e ele nem estava falando
comigo.
— Nem mais uma palavra sua, Chloe Estou falando com minha
família. — Ele apontou seu longo dedo para ela, seus olhos sem
humanidade. — Na próxima vez que você falar, verá o quão ruim eu
posso ser.
Chloe deu um passo para trás com medo e desviou o olhar.
— Agora, se você nos dá licença, Lauren e eu precisamos nos
registrar em um hotel. Claramente, ela não é bem-vinda aqui, e não
vejo como eu ficar aqui.
Ele agarrou minha mão com força e nos viramos para sair.
— Não seja tolo, filho. Ninguém dirá uma palavra a ela, eu
prometo. — Sua mãe se aproximou de nós e me surpreendeu ao me
abraçar com força. Alguma emoção lutava para se expressar em seu
rosto marcante.
— Bem-vinda à família, Lauren. — Ela me deu seu melhor
sorriso.
Não foi legal.
— Dê-me uma boa razão para eu confiar em suas palavras, mãe.
— Seus olhosestavam semicerrados e com raiva.
— Eu prometo, Mason.
Ele não parecia acreditar nela.
E nem eu.
Capítulo 19
Depois de deixar a sala de estar enquanto éramos observados,
Mason se encarregou de me mostrar o quarto de hóspedes.
Ele tinha estado quieto desde que deixamos sua família lá,
optando por apenas caminhar silenciosamente ao meu lado. Tentei
encontrar seus olhos, mesmo por um breve segundo, mas ele não
olhou para mim.
Paramos em frente a uma porta marrom antes que ele abrisse,
entrando primeiro antes de eu segui-lo.
Olhei em volta, observando minhas malas que já haviam sido
trazidas para dentro, sentadas ao pé da cama.
Eu estava em uma sala grande que era do tamanho do meu
apartamento, enquanto meu olhar viajava lentamente ao redor da
sala para a cama king-size. o interior e uma enorme TV de tela plana
no lado esquerdo da parede.
Mason pigarreou ao meu lado Eu olhei rapidamente para ele e
encontrei sua sobrancelha erguida - só então, percebi que minha mão
ainda estava entrelaçada na dele.
Eu corei e a retirei, ansiosa para colocar alguma distância entre
nós e meu coração martelando no meu peito ao perceber que segurei
suas mãos por mais tempo do que o normal.
Eu esperava que ele não achasse que eu estava ciente disso, ou
que fosse bom segurar sua mão. Eu esperava que o pensamento não
passasse por sua mente. Eu já estava lutando para segurar a emoção.
— Estou feliz que este não seja o seu quarto, — eu abri um sorriso
que qualquer um poderia dizer que era falso.
Eu estava tentando encobrir o constrangimento, para esconder o
quão trêmula e agitada eu me sentia no momento.
— Ninguém entra no meu quarto, — ele respondeu mal-
humorado, sem tirar os olhos de mim.
Ele resolveu colocar as mãos no bolso, e eu gostaria que ele
pudesse ver a si mesmo através dos meus olhos, para ver o que eu
estava vendo - o quão gostoso ele parecia parado ali com uma
postura arrogante, mas ele não estava fazendo aquilo de propósito,
era apenas como ele era.
Arrogância, intimidação e confiança eram fáceis para ele,
naturalmente.
Eu tinha certeza de que aquilo deve ter crescia quanto mais ele se
tornava bem-sucedido. Ele conquistou o direito de se exibir, de se
certificar de que as pessoas soubessem do que ele era capaz e de
simplesmente se divertir um pouco com isso.
Sua confiança estava ligada ao sucesso genuíno e ninguém
poderia derrubá-lo do pedestal em que se colocou.
Eles poderiam tentar, mas não teriam sucesso.
— Ah. — Eu balancei a cabeça e sorri, quase como se tivesse
descoberto algo.
— E provavelmente onde você planeja seus assassinatos. Mantém
as pessoas afastadas para não ficar exposto. Entendi.
Uma sobrancelha de sarcasmo se ergueu.
— Talvez eu devesse levá-la até lá.
Foi a frieza de seu tom, muito mais do que suas palavras, que me
deixou sem dúvida de que ele estava brincando, mas não pude evitar
de bufar.
— Bela família você tem aí. Agora sei a quem você puxou, —
arrisquei, caminhando para pegar minhas malas e colocá-las na
cama, tentando pegar o carregador do meu telefone.
— Vocês, Campbells, são definitivamente um raio de sol.
Eu me virei e ele me lançou um olhar longo e lento.
A linha tensa de sua boca não diminuiu. Eu apontei para seu
rosto.
— Você deveria sorrir com mais frequência. A raiva diminui a
expectativa de vida, você não sabia disso?
— E você tem quantos, uns quarenta? — Eu brinquei, sabendo
muito bem que ele não tinha quarenta anos. Mas eu precisava que
ele ficasse mais calmo. Seus ombros estavam muito rígidos e sua
mandíbula estava cerrada.
Ele parecia ter jogado uma parede em torno dele, por qual
motivo, eu não tinha ideia.
— Você já calou a boca? — ele perguntou com um suspiro de
frustração.
Eu balancei minha cabeça em decepção.
— Isso não é jeito de falar com sua noiva grávida, Mason. — Em
sua sobrancelha erguida, expliquei com uma risada.
— Sua família acha que o único motivo pelo qual vamos nos casar
é que você me engravidou. Ah, espere! Essa não é a melhor parte
ainda. Eles acham que estou grávida do filho de outra pessoa e
afirmando que é seu porque, aparentemente, sou uma interesseira.
Eu estava achando mais engraçado do que na frente deles. Eles
eram pessoas realmente malucas.
Mason praguejou baixinho.
Sorrindo amplamente, me aproximei dele, levantando minha
cabeça para olhar em seus olhos. Eu me encontrei perdendo o
equilíbrio com o calor vindo de seu corpo para a minha
proximidade.
— Eu só queria dizer obrigada, — comecei, com cuidado para
não tropeçar em minhas palavras. — Pelo que você fez lá atrás. Você
poderia ter deixado sua família me insultar mais, mas você me
defendeu.
— Embora eu possa lutar minhas próprias batalhas, mas
obrigado por pelo menos se importar.
Mesmo que não estivéssemos nos casando por amor ou
acabaríamos juntos depois de um ano. Mason sabia de sua
responsabilidade.
Eu estava preocupada que ele não se importasse com nada ou me
negasse respeito, porque aquilo não era nada mais do que um
acordo de casamento que forçamos um ao outro.
Agora, eu estava convencida de que ele não faria nada para me
machucar. Ele cumpriria sua parte no trato.
Talvez papai estivesse certo, afinal. Havia algo de bom em Mason
Campbell. Embora ele raramente mostrasse, ainda estava lá.
Ele revirou os olhos para mim. — Não é como se eu tivesse
escolha. Eu preciso fazer o papel de noivo bom e amoroso.
Eu sabia o que ele estava fazendo. Ele estava tentando fazer o
papel do homem durão que todos conheciam, alguém que não fazia
coisas boas para ninguém, mas a verdade era que eu sabia que ele
faria isso por qualquer um.
Mas eu deixaria passar dessa vez.
— Então, onde você vai dormir?
— Bem aqui, é claro.
— O que? — Eu congelei, com medo de me mover, até mesmo de
respirar.
— Você não pode ficar aqui! — Não havia nenhuma maneira de
deixá-lo dormir no mesmo quarto que eu.
Em uma casa com dezenas de quartos, certamente, deveria haver
um em que ele pudesse dormir.
Mason cruzou os braços e me olhou com um olhar entediado.
— Onde você acha que eu deveria ficar senão no quarto da minha
noiva? No minuto em que minha família perceber que não estamos
dormindo no mesmo quarto, eles começarão a suspeitar e eu
acabarei não conseguindo o que quero. Não vou arriscar, Lauren.
— Você vai ter que engolir. — Seus olhos me percorreram com
uma expressão que era um insulto.
— Não se preocupe, não tenho interesse em você. Você não é-
— Seu tipo, sim, eu sei.
— Você já me disse isso tantas vezes que eu consigo ouvir até nos
meus sonhos.
Ele deu um passo lento em minha direção enquanto eu dava um
passo para trás, olhando-me com diversão, seus olhos assumindo
um tom de cinza mais escuro, e eu senti a excitação familiar
queimando em minha pele com seu olhar.
Foi tão emocionante quanto fogos de artifício.
— Ah. então você sonha comigo? — ele perguntou, lentamente
dando mais passos para perto de mim enquanto eu me afastava dele.
— N... não. Não seja louco Eu não sonho com você.
Por que ele tinha que dizer isso ou me olhar assim? Isso fez meu
coração bater mais rápido com o alarme.
Ele riu baixinho, seu tom baixo e sensual.
— Eu não sou apenas o melhor empresário, mas também sou
habilidoso em detectar mentiras, Srta. Hart.
— Ah. é? — Eu me esforcei muito para dizer mais em um tom
imparcial enquanto me afastava dele, pois ele estava a apenas alguns
centímetros de respirar o mesmo ar que eu.
— Você pode detectar isso? — Fiz um movimento rápido para
passar por ele, mas pisei em algo escorregadio e, antes que
percebesse, perdi o equilíbrio e estava prestes a cair no chão.
Humilhação, minha velha amiga.
Uma mão se esticou em um reflexo, envolvendo o braço em volta
da minha cintura para tentar me impedir de cair.
Mason nos girou tão rápido que perdeu o equilíbrio enquanto
ambos caíamos na cama com ele por cima e eu, por baixo dele.
Sua mão estava deitada na cama acima da minha cabeça,
apoiando seu corpo de me esmagar com seu peso enquanto ele
olhava diretamente nos meus olhos.
Seu olhar era tão quente e intenso.
Eu podia ouvir meu coração batendo forte emmeus ouvidos,
intoxicada com seu cheiro, a sensação de sua respiração atingindo
meu rosto e o calor de seu corpo me envolvendo.
Ele não estava me tocando, mas eu quase me desfiz ali mesmo.
Ele era tão lindo.
Cada detalhe em seu rosto era perfeito, quase como se ele fosse
aquele que egoisticamente se esculpiu.
Eu queria afastá-lo, mas só conseguia olhar para trás, respirando
com dificuldade.
O olhar de Mason desviou para meus lábios e ficou lá. Eu engoli e
meu pulso acelerou quando sua expressão se tomou ilegível.
Então, seu corpo começou a tremer de tanto rir enquanto ele se
endireitava, olhando para mim com pura diversão.
Ele recuou com um sorriso satisfatório, se virou e saiu da sala,
deixando-me olhando para o teto sem fôlego e com o conhecimento
de que Mason Campbell provou que estava certo.
Capítulo 20
Eu não queria jantar com sua família, mas ele disse que eu não
deveria dar a eles a satisfação de me ver me esconder deles, e ele
estava certo.
Às vezes, eu me perguntava como ele conseguia agir bem comigo
em um minuto e me odiar no minuto seguinte.
Eu segui Mason até a mesa enquanto ele me sentava ao lado dele
antes de se sentar na mesa principal. Sua mãe e seu pai estavam
ausentes por algum motivo.
Ainda não tinha conhecido o pai dele, mas não estava animada
para isso.
Eu poderia dizer pelos rostos carrancudos que ninguém estava
feliz que eu estivesse ali, especialmente Chloe, que estava
apunhalando seu bife e provavelmente imaginando que fosse minha
cabeça.
Naquele exato momento, ela me lembrou de Jade.
— Você está gostando da sua estadia, Lauren? — Sebastian
lançou a pergunta para mim, surpresa por estar sendo legal. Ele me
deu um sorriso encorajador para apoiar suas palavras.
Mas antes que eu pudesse dizer algo, irmã de Mason, Rebecca
falou.
— Como ela poderia não gostar?
— Ela está vivendo com luxo pela primeira vez, Seb. — Ela
zombou, erguendo sua taça de vinho de uma forma que
envergonharia até Cersei Lannister.
— A julgar por tudo sobre ela, posso dizer que ela vivia em um
lixão e isso é o paraíso para ela.
Eu encontrei seu olhar com um sorriso.
— Morando no lixão ou não, sou feliz e isso é o que importa. Sim,
você tem dinheiro, mas acho que vivo mais feliz do que você e tenho
amigos de verdade que me amariam se eu fosse um sem-teto ou não.
Você pode dizer o mesmo de si mesma?
Sebastian bufou uma risada e disfarçou com uma tosse enquanto
ela atirava adagas em mim.
Mason colocou sua mão em cima da minha. Ele estava recostado
na cadeira, me olhando com uma expressão preguiçosa que me
irritou de repente.
— Coma.
Eu olhei para o meu prato - tanta comida que eu mal conseguia
segurar no meu estômago enquanto desviava meu olhar e
encontrava o dele.
— Tudo, — acrescentou ele.
— Como você é mandão, — retruquei lentamente. — E se eu não
quiser?
Sua mandíbula se apertou por um instante antes de se inclinar
para frente e sorrir.
— A menos que você queira uma repetição do que aconteceu
antes bem aqui. — Sua voz era quase um ronronar e meus olhos se
arregalaram.
Sebastian estava ouvindo descaradamente e sorriu quando
chamou minha atenção. — O que aconteceu antes? — ele perguntou.
Os olhos de Mason ainda não tinham deixado os meus e eu olhei
para ele em um aviso. Ele ergueu as sobrancelhas em troca. Suspirei
e peguei meu garfo, mordendo meu bife enquanto ele sorria de
satisfação.
— Vocês dois vão manter o mistério, não vão?
— Dá pra calar a boca? — Chloe gritou com Sebastian. olhando
para ele. Claramente, ela não viu nenhuma diversão naquilo.
— E Mason, como você pode fazer isso comigo? Como você pode
escolher alguém como ela?!
Revirei os olhos, olhando para a minha comida.
— Eu escolhi alguém como você, — ele respondeu friamente
enquanto a observava, medindo sua reação.
— Por que não posso escolher alguém como ela? — Ele apenas
falou algumas palavras, e ela o encarou incrédula, com o rosto
vermelho e zangado.
— Eu sou diferente! Eu cresci com sua família e devo me casar
com alguém dela! Todo mundo sabe disso.
— Bem, é uma boa coisa que os Campbells não têm falta de
homens. — A voz de Mason estava entediada.
— Você pode escolher quem quiser. A esposa de meu tio distante
morreu há cinco anos. Talvez você possa preencher seu coração
vazio.
Sebastian riu alto e eu não pude evitar o sorriso que apareceu no
meu rosto. Chloe parecia que poderia explodir em chamas a
qualquer segundo.
Mas, ele não tinha terminado ainda.
— Ou talvez, Sebastian aqui possa aceitar sua oferta, certo? — Ele
perguntou a seu primo que parecia enjoado com o pensamento.
— Não, obrigado. Nem pintada de ouro, eu não a levaria.
Desculpe, Chloe.
Seu rosto e tom soaram sem remorso para mim. Suas mãos se
fecharam em punhos sobre a mesa.
— O que temos aqui? — Uma nova voz de boas-vindas
perguntou suavemente. Ele era muito alto e esguio, e usava jeans e
blazer.
O que vi quando olhei para ele foi um rosto ferozmente belo, seu
perfil marcante e a boca bem torneada sob a barba aparada.
Seu cabelo escuro agrupado em cachos grossos com olhos
cinzentos fixados no rosto de um anjo sombrio.
A sala ficou quieta e tensa, e eu só Fiquei com mais perguntas.
Ele me viu imediatamente e suas pálpebras caíram, e um sorriso
fraco e inquietante nos lábios.
Ele se moveu deliberadamente ao redor da mesa em minha
direção, parando seus passos na minha frente.
Puxando minha cadeira um pouco para trás, ele agarrou minha
mão da mesa e levou-a aos lábios, dando um beijo suave nas costas
da minha mão, me observando com olhos de falcão. O que estava
acontecendo?
— O que você pensa que está fazendo, Dom? — Rebecca exigiu
indignada.
Ele a ignorou.
— Olá, sou Dominic, — ele disse com seus lábios se curvando em
um sorriso. — Você deve ser a noiva.
Eu olhei para ele e puxei minhas mãos para trás.
— Se você sabia disso, deve saber que é impróprio beijar a noiva
de alguém.
Ele riu levemente, recuando um pouco, mas seus olhos não
deixaram os meus.
— Me desculpe. Eu nunca resisto quando vejo uma mulher
bonita. — Então, ele olhou para Mason.
Eu não sabia o que ele viu lá que o fez rir, mas ele voltou para se
sentar ao lado de Sebastian, dirigindo-se à sala, — É bom ver todos
aqui.
— O que você está fazendo aqui? Achei que você estivesse na
Itália.
— Ainda está de olho nele? — Mason sorriu para Chloe, mas não
foi agradável.
— Por que, prima? Eu acredito que você quase parece com ciúme,
— Dominic respondeu, ainda ignorando Chloe.
Mason estreitou os olhos para ele. — Eu estava apenas dizendo a
Chloe aqui que não temos falta de homens na família. Vendo que
vocês dois têm história, é apenas adequado que você reacenda esse
relacionamento.
Ele estreitou os olhos de volta, mas não era tão assustador quanto
os de Mason. Ele soltou uma risada alta e sem humor que de alguma
forma aumentou a temperatura na sala.
Percebi como sua mandíbula estava rígida e como ele tentava
parecer calmo e relaxado. Dominic estava falhando miseravelmente.
— Eu amo as piadas que você faz, Mason. Piadas como essas me
fazem sentir sua falta todos os dias.
O que é que estava acontecendo entre os três? Eu precisava saber.
Eu estava curiosa.
A tensão entre eles era intensa e eu temia que a qualquer minuto
pudéssemos explodir com isso.
Olhei para Mason, cuja mandíbula estava cerrada e os ombros
tensos. Havia uma fúria oculta em seus olhos, pronta para ser
liberada, então fiz o que achei certo. Inclinei-me em direção a ele e
beijei sua bochecha.
Ele jogou a cabeça para trás para mim, e foi o momento em que
me afastei de seu olhar, chocada por ter feito exatamente aquilo sem
pensar. E eu não era a única que estava me olhando.
— Mason... — Chloe começou a dizer após os dez segundos de
silêncio, um silêncio abençoado.
— Podemos ir falar sobre isso em particular. Resolver as coisas
entre nós.
Ele parecia estar surdo às palavras suplicantes dela, apenas as
linhas cada vez mais profundas de petulância entediada em sua boca
mostrando que ele a ouvia.
Então ele disse com indiferença:
— Já chega. Alguém pode tirá-la da minha vista se ela nãoparar
de falar? — Antes que alguém pudesse dizer qualquer coisa, ele se
levantou e envolveu meu pulso com a mão, ele me puxou para cima
e o agarrou com força.
Ele esperou um instante pelo silêncio e então falou com uma
virada arrogante de sua cabeça para seus rostos.
— Eu esqueci o quanto eu não gosto de vocês.
— Estar na sua presença não faz nada além de me irritar,
especialmente você, Chloe, que não deixa transparecer na sua cabeça
que você e eu nunca vamos ficar juntos.
— Eu tenho uma noiva que não gosta que você fale em voltar
comigo.
— Ela não está fazendo nada por cortesia, mas da próxima vez
que você fizer isso de novo, eu a mandarei de volta para o lugar de
onde você veio, retirando seus privilégios e tudo o que você ama até
que você esteja nas ruas implorando por um pedaço de pão.
— Agora, espero, para o bem de todos, que você pense
profundamente nas palavras que sairão de sua boca na próxima vez.
Ele olhou para eles com aborrecimento absoluto antes de me
levar de volta para as portas duplas que tínhamos passado antes.
Ele ainda segurava meu pulso, mas tudo que eu podia fazer era
segui-lo de perto.
Parecíamos estar indo para fora, ou pelo menos parecia que
estávamos.
A varanda estava muito fria à noite, mas linda com as estrelas
brilhando no céu e o cenário à minha frente.
Estremeci quando o frio me atingiu com força.
Eu estava vestindo apenas um top sem alças e shorts.
Não era exatamente a melhor roupa para jantar com os sogros,
mas uma coisa sobre mim era que eu não faria nada por ninguém.
Eu não me importava com minha aparência e não me importava
como alguém me visse.
A mão de Mason apertou a minha; involuntariamente, olhei para
ele e vi seus olhos brilhando por trás do leve sorriso que mascarava
seu rosto duro.
Pensei em ficar sozinha com ele novamente, pensei sobre o que
havia acontecido entre nós na sala e empurrei minha mão, tentando
me afastar.
Mas eu não conseguia me livrar; ele apenas segurou com mais
força, me observando lutar contra sua prisão sem uma mudança em
sua expressão.
Então, sua mão caiu enquanto ele caminhava até a borda,
colocando as mãos no corrimão.
— O que está acontecendo entre você e Chloe?
— Nada que valha a pena mencionar. — Sua resposta veio como
um martelo.
Reconhecendo a nota de impaciência em sua voz, zombei e
comecei novamente: — Por favor, eu sei que algo aconteceu entre
você, ela e Dominic. Você pode me dizer, você sabe.
— Sou uma boa ouvinte e duvido que você tenha alguém
próximo com quem compartilhar algo. Não é bom ficar guardando
as coisas.
Eu fui até o lado dele, colocando meu olhar sobre ele.
— Ela é a razão pela qual você odeia as mulheres?
Sua mão se contraiu, mas ele não disse nada por um longo
tempo, então eu simplesmente esperei por ele.
Eu queria que ele se abrisse para mim.
Se íamos nos casar, ele precisava saber que poderia falar comigo a
qualquer hora que quisesse.
Eu não estava nisso apenas pelo dinheiro.
Poderíamos sair desse casamento como amigos.
Eu gostaria de pensar que ainda seríamos amigos depois disso.
— Você não sabe do que está falando, — disse ele, por fim.
esmagando minha esperança de que ele se confidenciasse em mim.
Tive que continuar lembrando que ele era um homem duro e nada
era fácil com ele.
— Bela tentativa, Hart. Mas infelizmente isso aqui não é um
filme.
— Mesmo assim, — acrescentei, não prestes a ceder. — Eu sei que
aconteceu alguma coisa.
— E daí? E daí se ela me machucou e eu Fiquei mal e isso me
mudou a tal ponto que comecei a odiar mulheres? — ele perguntou,
olhando para mim antes de soltar uma risada, mais arrepiante do
que a noite fria.
— Engraçado, Lauren.
Eu examinei seus olhos. — Não é engraçado se for verdade. Por
que mais você a odeia?
— Pela mesma razão que odeio mulheres.
— E qual seria? Ah. claro. Você acha que toda mulher é uma
aproveitadora.
— Se eu pensasse assim, você estaria aqui comigo?
Eu sorri. — Eu sou especial.
E sua resposta veio em um bufo desagradável.
Imaginando se era mesmo possível ter uma conversa sem ele me
cortando o tempo todo, decidi escolher outro assunto, um pelo qual
estava mais animada.
— Onde fica a sua tatuagem?
Ele pareceu surpreso. Não era todo dia que eu o surpreendia, e eu
gostava disso.
— Quem te contou sobre isso? — ele exigiu, notando a maneira
como sua voz havia se elevado um pouco.
Um meio sorriso arrogante apareceu em meus lábios. — Isso é
assunto meu.
Ele me olhou sem sorrir. — Foi a Athena. Aquela desgraçada fala
demais. — Observei a maneira como ele batia os dedos no corrimão.
Eu estava um pouco feliz e surpresa por ele parecer
desconfortável por eu saber que ele tinha uma tatuagem.
— Qual é, não precisa ficar com vergonha.
Apenas mostre para mim. Queria ver desde o momento em que
soube. Por que você fez?
— Eu pensei que o Mason Campbell não se tatuaria mesmo se a
morte estivesse olhando para seu rosto.
Levantando uma sobrancelha diabolicamente arqueada, ele
respondeu,
— Pois é.
— Me conta! — Eu pressionei seu braço duro.
— Você estava bêbado quando fez? — Eu sorri. — O que estou
dizendo? Você não ficaria bêbado por medo de perder o controle.
Um canto daquela boca dura curvou-se para cima.
— Como você me conhece em pouco tempo.
Lauren? Não sou tão fácil de ler. — Eu balancei minha cabeça
com uma risadinha. Ele revirou os olhos.
— Eu fiz durante o ensino médio. Eu me arrependo agora.
— Então o que é? Eu pensei sobre isso a semana toda. Estou
morrendo de vontade de saber, — eu perguntei em antecipação.
— Isso não é problema meu. — Ele se afastou da grade e se virou
para sair.
 
— É difícil gostar de você, sabe, — gritei para ele, lutando para
manter minhas emoções sob controle.
Sua abordagem foi rápida e impenitente; a intenção inflexível em
seus olhos nada prometia para mim.
— Eu não preciso que gostem. Prefiro que alguém me odeie do
que goste de mim. Incluindo você.
Estranhamente, suas palavras não me chatearam tanto quanto
deveria. Não, realmente não era o que estava em minha mente agora.
O cheiro dele de hortelã agarrou-se a suas roupas, e eu podia
sentir o calor de seu corpo, pois ele estava parado tão perto de mim.
— Boa noite, Lauren, — ele acrescentou.
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	Sinopse
	Capítulo 1
	Capítulo 2
	Capítulo 3
	Capítulo 4
	Capítulo 5
	Capítulo 6
	Capítulo 7
	Capítulo 8
	Capítulo 9
	Capítulo 10
	Capítulo 11
	Capítulo 12
	Capítulo 13
	Capítulo 14
	Capítulo 15
	Capítulo 16
	Capítulo 17
	Capítulo 18
	Capítulo 19
	Capítulo 20

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