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ESPORTES COMPLEMENTARES PROFESSORES Dr. Patric Paludett Flores et al. Quando identificar o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Acesse o seu livro também disponível na versão digital. Google Play App Store ESPORTES COMPLEMENTARES 2 NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; FLORES, Patric Paludett. Esportes Complementares. Patric Paludett Flores et al. Maringá - PR.:Unicesumar, 2019. Reimpresso 2022. 220 p. “Graduação em Design - EaD”. 1.Esportes . 2. Complementares. 3. EaD. I. Título. ISBN: 978-85-459-1765-6 CDD - 22ª Ed. 796 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Minco�, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação Kátia Coelho, Diretoria de Pós-Graduação Bruno do Val Jorge, Diretoria de Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de Design Educacional Débora Leite, Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima, Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas, Gerência de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva, Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecília Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Thayla Guimarães, Designer Educacional Nayara Valenciano e Kaio Vinicius, Revisão Textual Cíntia Prezoto, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock. Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Wilson Matos da Silva Reitor da Unicesumar boas-vindas Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informação e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. Willian V. K. de Matos Silva Pró-Reitor da Unicesumar EaD Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. boas-vindas Débora do Nascimento Leite Diretoria de Design Educacional Janes Fidélis Tomelin Pró-Reitor de Ensino de EAD Kátia Solange Coelho Diretoria de Graduação e Pós-graduação Leonardo Spaine Diretoria de Permanência autores Professora Ana Luiza Barbosa Anversa Doutora em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e UniversidadeEstadual de Londrina - UEM/ UEL (2017); Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Asso- ciado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2011); Especialista em Prescrição Personalizada de Exercícios Físicos pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2010), Especialista em Educação a Distância e tecnologias educacionais pelo Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR (2014); Graduada em Educação Física - Licenciatura Plena pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2007). Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/7812424308966855>. Professora Bruna Solera Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Uni- versidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2018); Especialista em Educação Especial pelo Instituto Paranaense de Educação - IPE (2016); Especialista em Psicomotricidade no Contexto Escolar pelo Instituto Paranaense de Educação - IPE (2015); Graduada em Educação Física - Bacharelado (2014) e Licenciatura (2013) pela Universidade Estadual de Maringá - UEM. Espe- cializanda em Arte, Educação e Terapia no Instituto Paranaense de Educação – IPE. Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/4778060448341914> Professor Jiusom Tokumi Akiyama Graduado em Educação Física - Licenciatura pelo Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR (2016); Professor de Beisebol da Associação Cultural e Esportiva de Maringá - ACEMA. Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/9400476870964008>. Professora Joicy Ligia de Andrade Especializanda em Personal Training e Metodologia da Preparação Física no Centro Universitário Ingá - UNINGÁ; Especialista em Teoria Histórico Cultural pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2016); Graduada em Educação Física - Bacharelado (2014) e Licenciatura (2013) pela Universidade Estadual de Maringá - UEM. Mestranda em Educação Física pelo Programa Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL. Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/9093685922231430>. Professora Mariana Amendoa Puppin Akiyama Graduada em Educação Física - Licenciatura pelo Centro Universitário de Marin- gá - UNICESUMAR (2016). Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/9591796087777262>. autores Professora Naline Cristina Favatto Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2016); Especialista em Educação Especial com ênfase em deficiência visual pelo Instituto Eficaz (2014); Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade do Centro do Paraná, UCP/ASSESPI (2011); Especialista em Educação Especial com ênfase em Libras pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí - FAFIPA (2011); Graduada em Educação Física Licenciatura e Bacharelado pelo Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR (2011). Doutoranda em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universi- dade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL. Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/5241937170211496>. Professor Patric Paludett Flores Doutor em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2018); Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2013); Especialista em Educa- ção Física Escolar pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2012); Graduado em Educação Física - Licenciatura pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2010). Professor da Rede Municipal de Florianópolis (2013); Professor do curso de Educação Física do Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR. Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/9742209806410309>. Professora Patricia Carolina Borsato Passos Doutora em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2018); Mestre em Educa- ção Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2014); Especialista em Morfofisiologia aplicada à Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2003); Graduada em Educação Física - Licenciatura Plena pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2000); Árbitra pela Fe- deração de Desportos Aquáticos do Paraná - FDPA; Professora de Educação Física da Prefeitura de Maringá (2004); Professora na Universidade Estadual de Maringá - UEM (2008); Professora na Universidade Paranaense - UNIPAR (2015-2016). Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/3088795225853584>. Professora Suelen Vicente Vieira Mestre em Educação Física pelo Programa Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2016); Especialista em Metodologia da Educação Física pela Faculdade Eficaz (2016); Graduada em Educação Física - Licenciatura e Bacharelado pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2013). Doutoranda em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Uni- versidade Estadual de Londrina - UEM/UEL. Professora de Educação Física da rede municipal de Maringá. Professora Mediadora do curso de Educação Física do Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR. Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/0695426170915616>. apresentação do material ESPORTES COMPLEMENTARES Professor Dr. Patric Paludett Flores Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Este material foi construído para poten- cializar sua aprendizagem a respeito de algumas práticas corporais da família dos esportes, as quais, aqui, denominaremos de esportes complementares, já que a ideia é diversificar a aquisição de modalidades para além dos esportes tradicionais (voleibol, basquetebol, handebol e futebol/futsal). Neste livro, você perceberá que, ao longo de cada unidade, serão apresen- tados conhecimentos e saberes sobre diferentes modalidades esportivas que integram os esportes com marca, de aventura, com rede divisória, de invasão e campo e taco aumentando o repertório de conteúdos explorados e trabalhados na sua formação profissional, bem como possibilitando novos olhares para a sua atuação dentro do campo da Educação Física. Na primeira unidade, você conhecerá uma das modalidades dos esportes de marca: a Natação. Os esportes de marca são caracterizados pelo fato de o resultado surgir da comparação dos índices alcançados pelos praticantes durante a realização de uma prova, na qual os adversários medem forças para saber quem foi mais rápido, longe ou levantou mais peso. Um das características de maior visibilidade desses esportes é a quebra de recordes (superando marcas anteriormente registradas), que, por vezes, ganham mais destaque do que o resultado da própria competição. Posteriormente, na segunda unidade, trataremos de algumas modalidades relacionadas aos esportes de aventura: Skate, Parkour e Slackline. Os esportes de aventura têm se tornado uma característica do mundo atual, e a maioria dessas modalidades apresentam a busca de um retorno à essência humana, de reaproximação ao meio natural e o desejo do desafio e superação de limi- tes. Vale ressaltar que a criação de técnicas e equipamentos para a prática de esportes de aventura é essencial à dinâmica e execução desta. Na terceira unidade, apresentamos algumas das práticas corporais que fazem parte da categoria dos esportes com rede divisória: Peteca, Badminton, Tênis de Campo e Tênis de Mesa. Esportes com rede divisória são modalidades nas quais se arremessa, lança ou se bate na bola ou peteca em direção à quadra oposta, sobre uma rede que divide os lados adversários, na tentativa que o rival não consiga ou a devolva fora daquadra adversária ou minimamente tenha dificuldades para devolvê-la. É interessante que esses esportes se orientam por desafios táticos ofensivos e defensivos semelhantes. Contudo, faz-se importan- te diferenciar que, conforme a modalidade, algumas jogadas são passíveis de realização de passes entre os colegas de equipe e em outras tal ação é vetada, mesmo havendo a colaboração de um companheiro durante o jogo. A quarta unidade traz uma das modalidades dos esportes de invasão: o Rugby. Os esportes de invasão são caracterizados pelo fato de que as equipes precisam ocupar o setor da quadra/campo defendido pelo adversário para marcar pontos que podem ser definidos, tais como gols, cestas ou touchdown, e, ao mesmo tempo, precisam proteger a própria meta. Pode-se perceber, entre tantas semelhanças, que as equipes jogam em quadras ou campos retangulares, e em uma das linhas de fundo ou num dos setores ao fundo, encontra-se a meta a ser atacada e, na outra linha ou setor de fundo, a que deve ser defendida. Ter a posse de bola é outra necessidade fundamental para atacar a meta do adversário e criar condições para alcançar o objetivo final. Em nossa última unidade, você terá acesso a uma das manifestações dos esportes de campo e taco: o Beisebol. Os esportes de campo e taco reúnem as modalidades que se configuram por rebater uma bola lançada pelo adversário o mais longe possível, para tentar percorrer o maior número de vezes as bases, ou a maior distância possível entre as bases (aproveitando que os defensores ainda não recuperaram o controle da bola) e, então, somar pontos. Nessa categoria, encontramos diversas modalidades que são pouco conhecidas e praticadas no Brasil, mas que têm popularidade e visibilidade em outros países. Lembre-se, o esporte é uma das temáticas da cultura corporal de movimento e, atualmente, tem se configurado como uma das manifestações culturais mais propagadas em todo o mundo, seja para a prática cotidiana no seio das variadas comunidades e pessoas, ou para o âmbito do espetáculo. Tanto os praticantes de esporte como os profissionais que o ensinam encontram diferentes senti- dos e significados na sua prática. Por isso, faz-se necessário que conheçamos a história de cada esporte, seus elementos técnicos e táticos, como também as várias formas de aprendê-lo, jogá-lo e ensiná-lo. Sendo assim, diante da necessidade de estudarmos, problematizamos e viven- ciarmos as múltiplas manifestações do esporte, na perspectiva de transcender os esportes inculcados na nossa sociedade como tradicionais, convido você a mergulhar com atenção nas cinco unidades que engendram este material, buscando reflexões e apontamentos para sua formação e desenvolvimento profissional. Vamos à leitura? apresentação do material sumário UNIDADE I ESPORTES AQUÁTICOS: NATAÇÃO 18 Introdução aos Esportes Aquáticos: Adaptação ao Meio Líquido e Aspectos Históricos da Natação 22 Os Quatro Estilos da Natação 28 Regras Básicas da Natação 32 O Ensino da Natação 36 Considerações Finais 41 Referências UNIDADE II ESPORTES DE AVENTURA 49 Introdução aos Esportes Radicais 50 Aspectos Históricos, Aplicação Pedagógica, Características e Classificações do Skate 58 Aspectos Históricos, Aplicação Pedagógica, Características e Classificações do Parkour 64 Aspectos Históricos, Aplicação Pedagógica, Características e Classificações do Slackline 70 Esportes Radicais de Ação e Aventura 82 Considerações Finais 88 Referências UNIDADE III ESPORTES COM REDE DIVISÓRIA 96 Peteca 101 Badminton 109 Tênis de Campo 122 Tênis de Mesa 129 Esportes com Rede Divisória na Escola 132 Considerações Finais 138 Referências UNIDADE IV ESPORTES DE INVASÃO: RUGBY 144 Conhecendo a História do Rugby 147 O Que é o Rugby? 168 Variações do Rugby 172 Modelos de Exercícios de Iniciação no Ensino do Rugby 177 Considerações Finais 182 Referências UNIDADE V ESPORTES DE CAMPO-E-TACO: BEISEBOL 188 Das Raízes à Modernidade: Beisebol, um Esporte em Evolução 190 Equipamentos do Beisebol 196 Posição e Função dos Jogadores em Campo 202 Regras do Beisebol e Dinâmica de Jogo 206 O “Minibeisebol”: uma Estratégia Pedagógica 213 Considerações Finais 218 Referências Professora Dra. Patricia Carolina Borsato Passos Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Introdução aos esportes aquáticos: adaptação ao meio líquido e aspectos históricos da natação • Os quatro estilos da natação • Regras Básicas da Natação • O Ensino da Natação Objetivos de Aprendizagem • Reconhecer as características do ambiente aquático, atividades de adaptação ao meio líquido e os aspectos históricos da natação. • Analisar o movimento técnico dos quatro estilos da natação. • Reconhecer as regras básicas da natação. • Possibilitar ações pedagógicas para o ensino da natação. ESPORTES AQUÁTICOS: NATAÇÃO unidade I INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), nesta unidade, você poderá se apropriar de uma das modalidades esportivas mais prazerosas que existe, a nata-ção. Organizamos o conhecimento básico sobre ela em quatro tópicos para que o aprendizado seja facilitado e didático durante esta uni- dade. O conhecimento do ambiente aquático é imprescindível para que o professor e profissional de Educação Física possa elaborar atividades para a adaptação ao meio líquido. Ainda, abordaremos os aspectos históricos da natação, pois reconhecendo a construção histórica desta modalidade, o professor de natação vai compreender a atuação de outros profissionais que obtiveram sua formação baseada em outros fundamentos científicos e, assim, podem atuar em harmonia, mas buscando sempre a evolução baseada em conhecimento científico e democratização deste esporte. Para tanto, o segundo tópico é um o conhecimento necessário para que você possa analisar o movimento técnico dos quatros nados da na- tação – crawl, peito, costas e borboleta –, com base no desenvolvimen- to histórico destes em nossa sociedade. Será detalhado o movimento de braçada, pernada, respiração e coordenação de cada um dos nados. Na sequência, abordaremos algumas regras da natação competitiva, no que diz respeito à piscina e suas principais marcações, principais funções, po- sicionamento da equipe de arbitragem e as especificidades do estilo livre, sendo o estilo mais praticado e comum entre os praticantes e atletas de natação, fundamentada pela organização oficial da natação, a FINA. No último tópico, será abordado o conteúdo mais esperado por qual- quer professor de natação, a descrição das possibilidades de ações pe- dagógicas para o ensino da natação, com o objetivo de instrumentalizar você em sua futura profissão. Espero que, ao final desta unidade, você mergulhe fundo na busca do conhecimento a respeito da natação e proporcione aos seus alunos o prazer em nadar em qualquer etapa de sua vida. ESPORTES COMPLEMENTARES 18 ESPORTES COMPLEMENTARES 18 Introdução aos Esportes Aquáticos: Adaptação ao Meio Líquido e Aspectos Históricos da Natação Olá, caro(a) aluno(a), este tópico foi elaborado em três subseções, para que compreendam as caracte- rísticas do ambiente aquático, o conteúdo de adap- tação ao meio líquido e, em seguida, apresentar os aspectos históricos da natação. EDUCAÇÃO FÍSICA 19 DESIGN 19 CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE AQUÁTICO Cabe, neste tópico, evidenciar as características do ambiente aquático, que influenciarão a prática de todos os esportes praticados neste meio. Tais carac- terísticas agem sobre as principais adaptações fisio- lógicas do corpo imerso na água. A imersão, que ocorre no simples fato de uma pessoa entrar na água de forma passiva ou em repouso, responde à pres- são hidrostática que representa a força compressi- va que age no corpo durante a imersão (LOBO DA COSTA, 2010). A pressão hidrostática é uma das características do ambiente aquático. O indivíduo, neste meio, sen- te, em todas as partes do seu corpo envoltas de água, que estásendo pressionado por algo. É importante lembrar que a ação de estar dentro da água ocor- re, maioria das vezes, na água mais fria (24 a 32 ºC) comparada à temperatura corporal (36 ºC); essas duas características – pressão hidrostática e tempe- ratura – agem principalmente sobre vasos sanguíne- os periféricos. Devido à baixa temperatura da água, que esti- mula a contração muscular, aliada à força exercida pela pressão hidrostática, uma grande quantidade de sangue periférico é lançada ao coração, que re- cebe uma sobrecarga momentânea. Em seguida, devolve o sangue à periferia e, às vezes, com certa intensidade, certa sensação de calor que o indivíduo sente para dar conta do volume que foi aumentado. Figura 1 - Pressão hidrostática Fonte: DP Hidrotreinamento ([2018] on-line)1. ESPORTES COMPLEMENTARES 20 A profundidade é uma característica importante para ajustar intervenções no meio aquático. Con- siderando o mecanismo de controle da frequência cardíaca, a profundidade da imersão no nível do processo xifoide (localizado próximo à parte supe- rior do abdômen) ocasiona bradicardia (diminui- ção da frequência cardíaca). Entretanto, níveis su- periores de imersão provoca taquicardia (aumento da frequência cardíaca) (LOBO DA COSTA, 2010). A pressão da água sobre o tórax imerso faz com que aumente o trabalho respiratório em per- centuais elevados, provocando um excelente de- senvolvimento dos músculos respiratórios, resul- tando não só no fortalecimento total, bem como o aumento de sua capacidade. Tais características apresentadas provocam ajustes fisiológicos, mes- mo na imersão passiva. ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO A adaptação ao meio líquido é um pré-requisito para o ensino da natação e outros esportes pratica- dos no meio líquido, sendo o seu principal objetivo levar o aluno a ser capaz de resolver, em qualquer situação e circunstância, os desafios que se apre- sentam em um novo meio. Uma dica relevante para estimular a adaptação ao meio líquido são os jogos, principalmente para crianças (MACHADO, 2004), intercalando com movimentos corporais simples que são realizadas fora da água; devem ser praticados, neste ambiente, como: andar, correr, saltar, empurrar, chutar em diferentes direções, planos e formas, levando em consideração todas as características do ambiente aquático, que foram apresentadas na subseção anterior. ASPECTOS HISTÓRICOS DA NATAÇÃO Caro(a) aluno(a), nesta parte, trataremos o aspectos históricos da natação, no intuito de compreender- mos sua evolução e alguns campos de atuação do mercado de trabalho. Ao final do tópico, deve ser questionado qual é a relevância do conteúdo histó- rico da natação para os futuros professores e profis- sionais de Educação Física. Assim, recorremos a fatos históricos da Antigui- dade, Idade Média e Idade Moderna. Na Antiguida- de, 3.000 a.C., os gregos tinham grande apreço pela natação e corrida, pois essas atividades eram sinôni- mas de força e beleza física. Há apontamentos que os filósofos Platão, Aristóteles, Heráclito e outros eram exímios nadadores. Havia uma lei nº 689 que definia que um cidadão para ser educado era necessário sa- ber ler e nadar (NORONHA, 1985). A Idade Média foi marcada pela prática da nata- ção restrita à nobreza e aos militares, que utilizavam a prática de banhos públicos nas casas de banho, com o objetivo de higiene e prevenção de doenças. Mas, com a queda do Império Romano, a natação quase desapareceu; um dos motivos foi que a igreja condenava tudo o que era relacionado ao corpo e propagava que esta atividade era propulsora na dis- seminação de epidemias (CHAVES, 2014). Um salto na história, recorremos a 1798, na Ale- manha, Guths Muths foi o primeiro a sistematizar o ensino da natação, cujo método era dividido em três partes: a primeira era chamada de adaptação geral à água; o segundo era exercícios em seco no banco de natação; e o terceiro era o exercício dentro da água com uma cinta amarrada na cintura e suspenso em uma corda (FERNANDES; LOBO DA COSTA, 2006). EDUCAÇÃO FÍSICA 21 Em 1837, em Londres, surge, oficialmente, os esti- los da natação, mas somente em 1908 surge o ór- gão responsável pela organização dos cinco espor- tes aquáticos no mundo, a Federação Internacional de Natação (FINA), atualmente responsável pelas modalidades de natação, polo aquático, saltos or- namentais, maratona aquática e nado sincronizado (DUARTE, 2016). A natação competitiva, no Brasil, teve início em 1898, com a realização do primeiro campeonato no Rio de Ja- neiro, mas sua participação em olimpíadas só aconteceu em 1920, na Bélgica, quando cinco nadadores do sexo masculino estiveram presentes. Um data que represen- ta a evolução da natação no Brasil é 21 de outubro de 1977, ano em que foi fundada a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA, [2018], on-line)3. Figura 3 - Modalidades esportivas de responsabilidade da FINA Figura 2 - Banco seco de natação Fonte: Modern mechanix (2008, on-line)2. http://blog.modernmechanix.com/publication?pubname=ModernMechanix ESPORTES COMPLEMENTARES 22 Os Quatro Estilos da Natação EDUCAÇÃO FÍSICA 23 CRAWL RESPIRAR VIRADA OLÍMPICA COSTAS PEITO BORBOLETA Caro(a) aluno(a), após o estudo deste tópico, você poderá reconhecer os quatro nados da natação: crawl, costas, peito e borboleta, os quais foram apresentados em quatro subseções. Cada um dos nados contém uma breve história de como surgiu, o movimento técnico de braçada e pernada, além da coordenação do nado. Neste tópico, não serão evidenciadas as regras oficiais de cada estilo da natação competitiva. Além da descrição de cada um dos nados, é possível visu- alizar cada um dos movimentos na Figura 3. Figura 4 - Ilustração das fases dos quatro estilos da natação: crawl, costas, peito e borboleta ESPORTES COMPLEMENTARES 24 ESTILO PEITO O nado peito foi chamado de “Clássico” e era na- dado com a pernada de tesoura e braçada lateral e aérea, pois a história conta que esse estilo foi o primeiro a ser utilizado em competição (MA- GLISCHO, 2010). Em 1924, nas Olimpíadas em Paris, o alemão Erich Rademacher adotou a posi- ção baixa dos joelhos (MACHADO, 2004). O nado peito deve ser realizado em na posição cor- poral horizontal em decúbito ventral (MAGLISCHO, 2010); a braçada é dividida em três fases: apoio, tração e recuperação; a pernada também é dividida em três fases: sendo o início com as pernas estendidas, na se- quência a flexão dos joelhos e a extensão para finalizar o movimento. A coordenação do nado peito deve ser de uma braçada para cada pernada e realizar a respi- ração frontal em cada braçada (MACHADO, 2004). Veja um exemplo do nado peito, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Figura 5 - Estilo Peito A explicação mais notável do porque as atividades no ambiente aquático são indicadas para pessoas que necessitam realizar exercícios com baixo impacto é devido a força do empuxo, que atua verticalmente sobre o corpo, no sentido contrário ao da força da gravidade, de baixo para cima. Fonte: Lobo da Costa (2010). SAIBA MAIS EDUCAÇÃO FÍSICA 25 Veja um exemplo do estilo borboleta, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. ESTILO BORBOLETA ILUSTRAÇÃO DO NADO O nado borboleta surgiu devido à imperfeição da regra que, por não detalhar precisamente o movimento da braçada do nado peito, foi possível realizar a braçada com a elevação dos braços para fora d’água, sendo que a primeira tentativa se deu em 1927, pelo nadador ale- mão Redemacher, e só foi reconhecido como um estilo diferente do nado peito em 1953 (MACHADO, 2004). Entre os quatro estilos da natação, o nado bor- boleta é o mais novo a ser criado e é reconhecido, atualmente, como o estilo que mais exige habilidade e força do nadador. Durante a realização do nado borboleta, o mo- vimento da braçada inicia-se com a entrada das mãos na água na linha dos ombros; em seguida, realiza-se o afastamento lateraldos braços para o apoio e imersão das mãos; quando aproximarmos as mãos na frente do corpo inicia-se a elevação da cabeça para realizar a respiração frontal. A finali- zação da braçada acontece com o afastamento das mãos para a lateral do corpo e elevação dos cotove- los, sendo a fase de recuperação da braçada. É im- portante ressaltar que para sincronização do nado, entre a braçada e a respiração, a cabeça deve retor- nar para água após a respiração, antes do início do novo ciclo de braçada (LIMA, 2007). O movimento da pernada do nado borboleta se dá no sentido vertical, contínuo e simultâneo, sendo que o movimento na fase ascendente deve ser esten- dida ao subir, mas não deve sair da água; e na fase descendente, a perna flexiona-se ligeiramente e es- tende para o fundo da piscina com força (MACHA- DO, 2004). A coordenação geral do nado borboleta acredita-se que o ideal é o movimento de duas per- nadas para cada ciclo de braçada (LIMA, 2007). Figura 6 - Estilo Borboleta ESPORTES COMPLEMENTARES 26 ESTILO COSTAS O nado costas apareceu em 1900, sendo realizado em decúbito dorsal, com a movimentação dos braços e pernas de forma simultânea, semelhante ao nado peito clássico. Em 1912, o americano Henry Hebner nadou nos Jogos Olímpicos de Estocolmo o nado de costas com movimentos alternados de braço e perna (MA- CHADO, 2004). Desde então, o nado costas vem se aperfeiçoando em cada ciclo olímpico. Para o presen- te momento, iremos descrever os movimento técnicos que este vem sendo executado e descrito na literatura mais atual, permanecendo sua característica peculiar: o posicionamento corporal em decúbito dorsal. O movimento da braçada do nado costas é realiza- do de forma alternada, sendo dividido em fase área e fase aquática. A fase área é o momento de recuperação da braçada, que deve estar o mais relaxado possível, sair da água na lateral com o rolamento de ombro e estendido; antes de entrar na água, deixar a palma da mão voltada para fora. Na fase aquática ou submersa, o movimento inicia-se após a entrada da mão na água na linha do ombro, em direção ao fundo da piscina; em seguida, realiza-se a varredura para a cima e na lateral, finalizando com o movimento de varredura para baixo e saída da mão (LIMA, 2007; MAGLISCHO, 2010). O movimento da pernada do nado costas se dá no sentido vertical e alternado, muito semelhante ao nado crawl, mas a diferença está no momento em que é dado ênfase na força da pernada; no costas, o mo- mento é na direção de baixo para cima. A respiração durante o nado costas é facilitada, porém é semelhan- te aos outros nados, sendo que a inspiração deve ser realizada pela boca. A coordenação do nado sugere- -se, a cada ciclo de braçada, a realização de seis per- nadas, na fase de aprendizagem (MACHADO, 2004). Veja um exemplo do estilo costas, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Figura 7 - Estilo Costas EDUCAÇÃO FÍSICA 27 ESTILO CRAWL A realização de um nado semelhante ao crawl foi execu- tado pelos egípcios, gregos, romanos e outros povos, que deixaram gravados suas artes do homem dentro d’água. Contudo, o nado com batimentos de pernas alternados, que era praticado por nativos da ilha Rubiana, no Pací- fico, foi introduzido na Austrália por Harry Wilkham, em 1893. Fato relevante, foi o que, neste mesmo ano, Alik Wickham, ao nadar de forma muito rápida, arran- cou a exclamação de um técnico: “Veja que forte ras- tejar”. Sendo o estilo batizado por crawl, que, quando traduzida da língua inglesa para o português, significa rastejar (MACHADO, 2004). Ao utilizar o nado crawl, o nadador consegue realizar percursos com os menores tempos, quando comparado aos outros estilos. Durante a realização do nado crawl, o movimen- to da braçada deve ser alternado, apresentando uma fase aérea e uma aquática. Na fase aquática, uma das mãos realiza o apoio após a entrada na água na li- nha dos ombros; em seguida, realiza o movimento de tração, que necessita da flexão do cotovelo levando a mão em direção a linha mediana sob o tronco, na qual a velocidade do movimento deve ser progressi- va; e na finalização desta fase, o movimento de em- purre ou varredura consiste na extensão do braço ao lado do tronco. Enquanto a outra mão está saindo d’água para a fase aérea, inicia-se com a elevação do cotovelo para fora d’água e mantendo-se sempre mais alto que o antebraço deve ser flexionado próximo ao tronco e antebraço e mão em um movimento de ro- tação de ombro realizar a entrada da mão na água. A respiração lateral, coordenada com o movi- mento da braçada, acontece no momento da varre- dura com o giro do tronco e da cabeça, para que a inspiração pela boca seja realizada; a face deve retor- nar para água após a respiração, antes do início do novo ciclo de braçada (LIMA, 2007). O movimento da pernada é alternado no sentido vertical, sendo que o movimento na fase ascenden- te deve ser estendida ao subir, mas não deve sair da água; e na fase descendente, a perna flexiona-se ligei- ramente e estende para o fundo da piscina com força (MACHADO, 2004). Veja um exemplo do estilo costas, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Figura 8 - Nado Crawl ESPORTES COMPLEMENTARES 28 Regras Básicas da Natação EDUCAÇÃO FÍSICA 29 A respeito das regras básicas da natação, veremos três subtópicos: piscina, arbitragem e estilo livre baseando-se nas regras oficiais de 2017 a 2021 ela- boradas pela Federação Internacional de Natação (FINA). Não é nossa pretensão abordar todas as particularidades que fazem parte deste conteúdo, mas fornecer informações para que o professor re- conheça e possa se instrumentalizar para o ensino da natação. Vamos buscar explanar aspectos que fazem parte e se mantém após vários ciclos olím- picos, já que é de conhecimento geral dos profis- sionais vinculados às federações e confederações que a cada ciclo olímpico, as regras da modalidade esportiva passam por revisões. PISCINA A piscina para a realização de competições oficiais de- vem ser de 50 metros (piscina olímpica) ou 25 metros (piscina semiolímpica), com profundidade de 1 me- tros, salvo no caso de piscinas com blocos de partida, neste caso, é exigido a profundidade de 1,35 metros numa extensão de 1 a 6 metros da cabeceira de partida. As raias devem ter, pelos menos, 2,5 metros de largura, com dois espaços de pelos menos 0,2 metros, na primeira e última raia, entre essas raias e as bordas laterais. É importante que as raias fiquem à superfície da água; as cores das divisórias de raia devem ser dis- postas conforme o número de raia, 8 ou 10. PISCINA OLÍMPICA - 50,0 m 5,0 m 15,0 m 15,0 m CA BE CE IR A D E PA RT ID A 25 ,0 m 2, 5 m 50,0 m 5,0 m Plataforma de Partida Raia A Raia 01 Raia 02 Raia 03 Raia 04 Raia 05 Raia 06 Raia 07 Raia 08 Raia B Figura 9 - Piscina Olímpica Fonte: os autores. ESPORTES COMPLEMENTARES 30 ARBITRAGEM A equipe de arbitragem em competições de natação é constituída conforme as regras da Fina; especifi- camente para simplificar as principais funções, al- gumas informações foram suprimidas. Conforme apresentado na Figura 10, a primeira e mais impor- tante função é a do árbitro geral, que é o responsável por toda a competição e deve garantir o bom anda- mento do evento, seja campeonato ou festival. 1. Árbitro Geral 2. Juiz de Partida 3. Banco de Controle 4. Juízes de Virada 5. Juízes de Chegadas 6. Juíz de Nado 7. Chefes de Cronometristas 8. Cronometristas 9. Locutor Figura 10 - Equipe de arbitragem Fonte: os autores. O juiz de partida fará a saída de cada uma das provas durante todo o evento, com equipamento eletrônico ou apito. O banco de controle será ocupado por uma pessoa ou um casal, para entregar o cartão de prova e conferência da vestimenta e documento oficial. Os juízes de virada serão responsáveis por verificar se a virada de cada nadador foi realizada respeitando a regra de cada uma dasprovas; nesta função, não é necessário um juiz por raia em caso de festivais. Na função de juiz de chegada, ele deverá anotar a sequência do número das raias conforme os na- dadores chegaram ao final da prova, para o caso de o equipamento (cronômetro ou eletrônico) falhar, sendo possível classificar os atletas conforme suas anotações. O juiz de nado deverá acompanhar todo o percurso dos nadadores para garantir que nenhu- ma infração ocorra que pode justificar a desclassifi- cação de um atleta, por executar um movimento que não é previsto na regra do estilo escolhido. O chefe de cronometristas será responsável por recolher a anotação de todos os cronometristas, em cada uma das raias. Os cronometristas deverão se posicionar cada um em uma das raias que serão uti- lizadas na competição. A função de locutor fará a chamada das provas e dos nadadores no decorrer da competição, bem como anunciará qualquer desclas- sificação, resultados e avisos. A equipe de arbitragem deve se posicionar con- forme a Figura 11 sugere, para um bom andamento da competição e exercício de sua função. EDUCAÇÃO FÍSICA 31 ESTILO LIVRE A prática da natação também envolve a participação de nadadores em campeonatos e festivais, sendo a prova de estilo livre a mais escolhida pelos pratican- tes de natação em diferentes níveis de aprendizagem. Semelhantemente aos estilos peito, borbole- ta e medley, a partida nas provas de estilo livre inicia-se com o apito longo do árbitro geral, os nadadores se posicionam no bloco de partida. Em seguida, o juiz de partida diz “às suas marcas”, o nadador deve colocar pelo menos um pé na par- te dianteira do bloco e permanecer imóvel até o sinal de partida (CBDA, 2018). Importante: qual- quer nadador que parta antes do sinal de partida ser dado, será desclassificado. O nado livre é uma prova oficial da natação, não significa nado crawl, porém a maioria dos nadado- res utilizam o nado crawl em provas do nado livre. Vejamos o que diz o livro de regras oficiais sobre o nado livre, disponibilizado pela FINA. A sigla SW 5 é sinônimo das regras do nado livre, no qual o nadador pode realizar qualquer nado, exceto nas provas de medley individual ou revezamento medley, nado livre significa qualquer nado diferente do nado de costas, peito ou borboleta (CBDA, 2018). Para comple- tar uma prova do nado livre, o nadador deve tocar a pa- rede em cada volta e no final com alguma parte do cor- po. Não é permitido que o nadador pegue impulso no fundo da piscina ou ande durante o percurso da prova. Juiz de Nado Juiz de Nado PISCINA OLÍMPICA - 50,0 m 5,0 m 15,0 m 15,0 m CA BE CE IR A D E PA RT ID A CA BE CE IR A O PO ST A (V IR A D A S) 25 ,0 m 50,0 m Bandeira Indicadora Bandeira Indicadora Corda Falsa Corda Falsa 5,0 m Plataforma de Partida Chegada Partida Geral J u i z V o l t a C r o n o m e t r i s t a Chegada Raia A Raia 01 Raia 02 Raia 03 Raia 04 Raia 05 Raia 06 Raia 07 Raia 08 Raia B Figura 11 - Piscina olímpica com a localização da equipe de arbitragem Fonte: os autores. ESPORTES COMPLEMENTARES 32 O Ensino da Natação EDUCAÇÃO FÍSICA 33 O ensino da natação permeia algumas particulari- dades que devem ser levadas em consideração para que a aprendizagem se concretize e supere o ensino da natação pautado na visão da década de 80, que enfatizava, exclusivamente, a repetição mecânica da técnica (TANI; BENTO; PETERSEN, 2006). Diante desse anseio, no conteúdo deste tópico, apresentare- mos a descrição das possibilidades de ações pedagó- gicas para o ensino da natação, subdividido em três subseções que responderão a três perguntas: 1. Quais são os principais componentes neces- sários para o ensino da natação? 2. O que devo ensinar primeiro em uma aula de natação para um desenvolvimento harmonioso? 3. Como ensinar a natação com base no conhe- cimento construído ao longo dos anos? Para responder a primeira pergunta, iremos abordar uma das mais importantes atividades de um profes- sor, o planejamento. Para a realização de um bom planejamento, você precisa conhecer os componen- tes de uma aula, um plano de aula de natação e as técnicas de ensino. Responderemos a segunda per- gunta apresentando o método básico de adaptação ao meio líquido e os três principais elementos da adaptação no ensino da natação. Ao final deste tópi- co, responderemos a terceira pergunta apresentando as correntes pautadas na pedagogia da natação e os movimentos necessários para o ensino da natação. OS PRINCIPAIS COMPONENTES PARA O ENSINO DA NATAÇÃO O ensino da natação deve iniciar com o planeja- mento que deve responder às perguntas que seguem (MACHADO, 2004), para, então, organizar o cro- nograma semestral ou anual, elaborando um plane- jamento adequado à sua realidade. 1. Qual o grupo de alunos (idade, nível e quan- tidade)? 2. Qual é o local disponível (instalações, piscina e materiais)? 3. Quanto tempo tenho para organizar o conte- údo e as turmas? 4. Quais são os objetivos (adaptação, aprendi- zagem, aperfeiçoamento, treinamento, ma- nutenção da saúde e terapêutico)? 5. Quais são os dias disponíveis para as aulas conforme o calendário do município? 6. Quais são os movimentos técnicos de cada nado e as regras oficiais da prática da natação? Após você responder às perguntas, terá as in- formações necessárias dos componentes de uma aula: aluno, professor, local e materiais (MA- CHADO, 2004). A respeito do aluno, você preci- sa conhecer suas características; o professor deve possuir o conhecimento dos movimentos técni- cos e as regras da natação, o local deve ser seguro, limpo e com instalações adequadas para a prática da natação e os materiais disponíveis específicos da modalidade, como o pullbóias, flutuadores, palmares, nadadeiras e pranchas, bem como ou- tros que podem fazer parte da aula, sendo todos em condições apropriadas para o uso. Outros componentes importantes são o pla- no de aula, que deve contemplar um objetivo; os materiais; a parte inicial, como o aquecimento ou outra atividade que desperte o interesse pela aula; a parte de desenvolvimento, que deve apresentar as atividades principais para atingir o objetivo pro- posto; e a parte final, com uma atividade de alon- gamento, jogo recreativo ou relaxamento. O último componente deve ser as sete técnicas de ensino adaptado de Kerbej (2002) e Lobo da Costa (2010), que visa: ESPORTES COMPLEMENTARES 34 1. Organizar o contexto (local e materiais). 2. Variar a situação de estímulo (visual, cinesté- sico, imaginário ou sonoro). 3. Formular perguntas para acompanhar a aprendizagem, bem como monitorar a respi- ração e satisfação do seu aluno. 4. Ilustrar com exemplos do cotidiano do aluno, facilitando a comunicação ou por meio de re- cursos audiovisuais. 5. Empregar reforços positivos, por meio de um feedback sincero sobre o desempenho do seu aluno. 6. Conduzir a aula conforme o objetivo, dei- xando claro para seu aluno o que espera dele ao final de cada atividade, bem como no final da aula. 7. Favorecer experiências integradas de apren- dizagem, para que o aluno, ao dominar um movimento, possa avançar no ensino da na- tação, agregando conhecimento por meio de associações e repetições. PRIMEIRO CONTEÚDO DO ENSINO DA NATAÇÃO Todos perguntam a mesma coisa ao iniciar a atuação como professor de natação: o que eu devo ensinar primeiro? Na verdade, não temos a “receita de bolo”, mas já temos o conhecimento do que precede o en- sino da técnica dos estilos culturalmente determina- dos (estilo peito, borboleta, costas e crawl). O aluno, antes de aprender os estilos da nata- ção, deve dominar os três elementos da adaptação ao meio líquido: respiração, equilíbrio e propul- são (TANI; BENTO; PETERSEN, 2006). A respi- ração na água perde seu caráter automático e passa a ser voluntário. Ela deve ser ativa, enquanto a ins- piração torna-se quase que um movimento reflexo. O equilíbrio está em constante mudança, devido à açãoda força da flutuação que produz instabilida- de do corpo submerso e a propulsão que consiste em se deslocar na água com economia de esforço. Importante para o sucesso da adaptação ao meio líquido, sugerimos considerar os seis itens que fa- zem parte do método básico de adaptação, basean- do-se em Lobo da Costa (2010): 1. Propiciar segurança e, se necessário, estar dentro d’água com o aluno no momento da adaptação. 2. Evitar utilizar materiais flutuadores na adap- tação para que o aluno não se prenda a um ou outro material. 3. Dar o tempo suficiente para a experimen- tação de novos exercícios e a frequência de repetições necessárias para a aprendizagem. 4. Iniciar sempre com tarefas fáceis e desafiadoras. 5. Proporcionar prazer na água, sempre que possível. 6. Promover jogos recreativos que facilitam a adaptação ao meio líquido. ENSINANDO COM A PEDAGOGIA DA NATAÇÃO O ensino da natação inicialmente era feito pelo mé- todo global, no qual consistia em ausência do pro- fessor, acreditava na capacidade de adaptação pelo instinto animal. As atividades eram desenvolvidas na tentativa e erro, considerava-se a estrutura bio- lógica, e o aluno era atuante no processo de ensino (CHAVES, 2014). Um aspecto positivo é que todo o ensino era baseado em três unidades básicas – equi- líbrio – respiração – propulsão. Outras duas corren- tes foram apontadas por Machado (1978): corrente analítica e corrente moderna ou sintética. EDUCAÇÃO FÍSICA 35 A corrente analítica enfatiza a reprodução de movimentos técnicos, utiliza educativos como o processo principal do ensino, tem como pontos po- sitivos uma tentativa de organizar o ensino de forma metodológica, trabalhando as dificuldades de forma sucessiva, e o professor aparece como fator neces- sário para o ensino de forma coletiva. Na corrente moderna, o professor deve contribuir com as téc- nicas e dados científicos das diferentes áreas do co- nhecimento (psicologia, pedagogia, biologia), orien- tando, experimentando e proporcionando situações diversas de aprendizagem. O ensino está baseado em três unidades básicas – equilíbrio – respiração – propulsão (NISTA-PICCOLO; TOLEDO, 2014). As correntes, que também podem ser chama- dos de métodos, possuem vantagens e desvanta- gens que são válidas. O que você, enquanto pro- fessor, deve conhecer são os métodos e quando aplicá-los, buscando não utilizar um único mé- todo. A pedagogia do desporto ressalta que inde- pendentemente do método, o ensino deve almejar a competência aquática, respeitando o desenvolvi- mento motor em suas diferentes fases, e que antes do ensino do nado, o ideal é que o aluno consiga realizar os movimentos fundamentais proposto por Freudenheim e Madureira (2006): posturas estáticas e dinâmicas, flexão e extensão, rotação e circundução e a adaptação respiratória. Em segui- da, combinar os movimentos fundamentais para realizar: o flutuar, propulsionar, imergir e respirar. Por fim, iniciar o ensino de um dos nados, que pode ser o crawl, por ser considerado o menos com- plexo devido à característica do movimento alterna- do ser semelhante ao andar. Entretanto, a pedagogia do desporto sugere que, para alcançar a competên- cia aquática, o ensino deva extrapolar os quatros estilos, ir além, estimulando a aprendizagem dos desportos do meio líquido, como o polo aquático, nado sincronizado e outras modalidades olímpicas (FREUDENHEIM; MADUREIRA, 2006). Neste sentido, outras práticas poderia ser incentivadas, como o biribol e a hidroginástica. Prezado(a) aluno(a), esperamos que, ao final desta unidade, os conteúdos abordados possam contribuir na atuação profissional, enquanto professores de nata- ção e, mais que isso, que você desperte o interesse pelos desportos aquáticos e busque cada vez mais atualizar o conhecimento na área em que pretende trabalhar. Você sabe me dizer entre os estilos da natação competitiva, livre, costas, borboleta e peito, qual seria o mais lento e por que? O estilo peito é o mais lento, por causa das grandes flutuações que ocorrem durante o ciclo de pernada e braçada. (Ernest Maglischo) REFLITA 36 considerações finais Ao final deste mergulho no conhecimento a respeito da natação, esperamos que você tenha se encantado com essa modalidade esportiva, por meio dos conteúdos abordados em quatro tópicos. Buscamos evidenciar as características do ambiente aquático, por acreditar que o profissional em posse desse conhecimento tem condições básicas para ela- boração de atividades de adaptação ao meio líquido, mas também foram sugeri- dos movimentos e jogos que podem ser uma ferramenta eficiente para alcançar esse objetivo. Abordamos os aspectos históricos da natação, pois entendemos que a história do esporte é parte da humanidade desde a criação à sua evolução. Esses aspectos devem nortear os futuros profissionais, na compreensão da realidade, para que superem os desafios atuais, evitando os equívocos do passado, para que a natação possa ser praticada por mais pessoas e, forma pretensiosa, esperamos que novos conhecimentos sejam produzidos a respeito dessa modalidade. Achamos importante abordar, no segundo tópico, o movimento técnico dos quatros nados da natação: crawl, peito, costas e borboleta, que forneceu infor- mações básicas a respeito de cada um dos estilos para que você possa ensinar a seu aluno. Contudo, atualmente, a evolução do conhecimento é disseminada em periódicos científicos, a partir dos quais é possível perceber o aprimoramento de métodos e o alcance de excelentes resultados em economia de energia e ganho de desempenho. No Tópico 3, apresentamos algumas regras da natação competitiva, na ten- tativa de fornecer ferramentas para a promoção de campeonatos e festivais que tanto despertam o interesse e entusiasmo dos que participam de atividades como estas, na prática da natação. A intenção é que você proponha adaptações no es- paço que possui para a prática da natação e incentive seus alunos por meio da participação em festivais de natação. Encerramos essa unidade com a descrição das possibilidades de ações peda- gógicas para o ensino da natação na escola, para que você sinta-se motivado para ensinar a natação independentemente das instalações e materiais que terá dispo- nível para atuação profissional, e, ainda, ao dominar esse conteúdo, possa cons- truir novas formas de ensinar a natação ou outra modalidade do meio líquido. considerações finais 37 atividades de estudo 1. As características do ambiente aquático influen- ciam a prática de todos os esportes praticados nesse meio. Tais características agem sobre as principais adaptações fisiológicas do corpo imerso na água. Essas características são: a. Pressão da gravidade, temperatura do corpo e profundidade. b. Pressão hidrostática, temperatura da água e do corpo. c. Pressão hidrostática, temperatura e profundi- dade. d. Profundidade, pressão da gravidade e tem- peratura. e. Nenhuma das anteriores. 2. Sobre as afirmações a seguir: I. A adaptação ao meio líquido é um pré-requisi- to para o ensino da natação e outros esportes praticados no meio líquido, sendo o seu princi- pal objetivo levar o aluno a ser capaz de resol- ver, em qualquer situação e circunstância, os desafios que se apresentam em um novo meio. II. Para a adaptação ao meio líquido, não se deve intercalar jogos com movimentos corporais simples que são realizadas fora da água e devem ser praticados neste ambiente, como: andar, correr, saltar, empurrar, chutar em di- ferentes direções, planos e formas. III. A pressão da água sobre o tórax imerso faz com que aumente o trabalho respiratório em percentuais elevados, provocando um excelen- te desenvolvimento dos músculos respirató- rios, resultando não só no fortalecimento total, bem como o aumento de sua capacidade. IV. A imersão que ocorre no simples fato de uma pessoa entrar na água de forma passiva ou em repouso responde à pressão hidrostática, que representa a força compressiva que age no corpodurante a imersão. Assinale a alternativa correta: a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas II e III estão corretas. c. Apenas I está correta. d. Apenas I, III e IV estão corretas. e. Nenhuma das alternativas está correta. 3. Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F): ) ( O nado peito foi chamado de “Clássico” e este era nadado com a pernada de tesoura e braça- da lateral e aérea, e segundo a história, este es- tilo foi o último a ser utilizado em competição. ) ( Entre os quatro estilos da natação, o nado borboleta é o mais novo a ser criado, o qual é reconhecido atualmente como o estilo que mais exige habilidade e força do nadador. ) ( Durante a realização do nado crawl, o movi- mento da braçada deve ser alternado, apre- sentando uma fase aérea e uma aquática. Assinale a alternativa correta: a. V, V, F. b. F, V, V. c. V, F, V. d. F, F, F. e. V, V, V. 4. Como em todo esporte, a natação tem suas re- gras. Sobre as regras da natação: I. A piscina, para a realização de competições oficiais, deve ser de 50 metros (piscina olímpi- ca) ou 25 metros (piscina semiolímpica), com profundidade de 1 metro, salvo no caso de piscinas com blocos de partida, neste caso, é exigido a profundidade de 1,35 metros numa extensão de 1 a 6 metros da cabeceira de partida. 38 atividades de estudo II. Na função de juiz de chegada, deverá anotar a sequência do número das raias conforme os nadadores chegaram ao final da prova, para caso equipamento (cronometro ou eletrônico) falhe, seja possível classificar os atletas con- forme suas anotações. III. Diferente dos estilos peito, borboleta e me- dley, a partida nas provas de estilo livre não se inicia com o apito longo do árbitro geral. IV. O nado livre é uma prova oficial da natação, significa nado crawl, por isso a maioria dos na- dadores utilizam o nado crawl em provas do nado livre. Assinale a alternativa correta: a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas II e III estão corretas. c. Apenas I está correta. d. Apenas I, III e IV estão corretas. e. 5. Nenhuma das alternativas está correta. 5. O ensino da natação permeia algumas parti- cularidades que devem ser levadas em consi- deração para que a aprendizagem se concre- tize e supere o ensino da natação pautado na visão da década de 80, que enfatiza exclusiva- mente a repetição mecânica da técnica (TANI; BENTO; PETERSEN, 2006). Descreva o que a pedagogia do desporto ressalta sobre o mé- todo para o ensino da natação. 39 LEITURA COMPLEMENTAR Caro(a) aluno(a), quero compartilhar com você uma pesquisa que demonstrou a importância do professor de natação; achei pertinente para este conteúdo, além do fato de o material ter uma linguagem prazerosa. Es- peramos que você goste e desperte o interesse em ler outras pesquisas sobre a natação. O artigo foi publica- do em uma revista de boa qualidade com o título “O papel do professor no desenvolvimento da sensoper- cepção em nadadores”. Os autores Onodera, Campana e Tavares (2015) esclarecem que sensopercepção é a percepção das sensações internas que são geradas por meio da experiência corporal. Neste momento, não descreveremos os métodos do es- tudo de forma detalhada, porém sugiro que você leia o artigo na íntegra, pois terá acesso a um planejamento de uma intervenção prática e sua avaliação, podendo ser uma ferramenta para sua atuação profissional. Após todas as etapas necessárias para um bom planeja- mento, foi estruturado um programa de intervenção de 12 semanas, com a duração de três meses e a frequência de 3 aulas por semana; a importância do professor foi verificada por meio da impressão dos alunos que regis- traram, em um diário de sensações, suas percepções a respeito das atividades propostas, bem como na forma com que elas foram conduzidas, juntamente com a pos- tura da pesquisadora nos momentos de propor as ativi- dades e corrigi-las. Os resultados evidenciaram que todos os participan- tes demonstraram, nos relatos, grande satisfação e gratidão por terem participado do projeto, por terem evoluído tecnicamente, melhorado o condicionamento físico, por terem tido tempo, espaço de aprendizado e descobertas sobre eles mesmos. Os autores concluíram que o programa proposto para o desenvolvimento da sensopercepção foi capaz de identificar estratégias que tornassem os alunos mais atentos às próprias sensações por meio de estímulos, como a fala e as anotações realizadas nos diários de sensações. Constatou-se que a intervenção realizada juntamente com o exercício da escrita no diário fo- ram eficientes no processo de tomada de consciência das sensações corporais dos voluntários, criando um espaço para que estas fossem validadas. Por fim, percebeu-se a importância do professor no fato de estar atento às necessidades de cada um, reconhe- cendo-os como únicos, respeitando o espaço, o tempo, os limites dos indivíduos e, principalmente, validando suas sensações, além de destacarem que o ambiente era confortável e seguro, aspecto relevante para o pro- cesso de desenvolvimento individual. Fonte: adaptada de Onodera, Campana e Tavares (2015, p. 600-613). 40 material complementar Pride – O orgulho de uma nação Ano: 2007 Sinopse: baseado em eventos reais, Pride conta a inspiradora história de Jim Ellis, um carismático professor dos anos 70 que mudou algumas vidas para sempre quando criou uma equipe de natação formada por negros americanos em um dos bairros mais problemáticos da Filadélfia. Indicação para Assistir Conheça todas as regras oficiais da natação que são muito mais específicas e podem ser encontradas na CBDA. Em: <http://www.cbda.org.br/regraFinaNatacao.pdf>. Em: <http://www.abc.com.br>. Indicação para Acessar http://www.cbda.org.br/regraFinaNatacao.pdf 41 referências CBDA. Regras Oficiais: Natação 2017-2021. Con- federação Brasileira de Desportos Aquáticos, 2018. Disponível em: <http://www.cbda.org.br/regraFina- Natacao.pdf>. Acesso em: 06 set. 2018. CHAVES, A. D. Mergulhando na aprendizagem da natação. In: NISTA-PICCOLO, V.; TOLEDO, E. Abordagens pedagógicas do esporte. Campinas: Editora Papirus, 2014. DUARTE, O. História dos Esportes. São Paulo: Edi- tora Senac, 2016. FERNANDES, J. R. P.; LOBO DA COSTA, P. H. Pe- dagogia da natação: um mergulho para além dos quatro estilos. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 5-14, mar. 2006. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rbefe/ article/view/16609>. Acesso em: 10 set. 2018. FREUDENHEIM, A. M.; MADUREIRA, F. Natação: análise e ensino do nado crawl. In: TANI, G.; BEN- TO, J. O.; PETERSEN, R. D. S. Pedagogia do Des- porto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. KERBEJ, F. C. Natação: algo mais que 4 nados. Ba- rueri: Manole, 2002. LIMA, W. U. Ensinando Natação. São Paulo: Editora Phorte, 2007. LOBO DA COSTA, P. H. Natação e atividades aquá- tica: subsídios para o ensino. Barueri: Editora Ma- nole, 2010. MACHADO, D. C. Metodologia da Natação. São Paulo: EPU, 2004. MACHADO, D. C. Metodologia da natação. São Paulo: E.P.U., 1978. MAGLISCHO, E. W. Nadando o mais rápido possí- vel. Barueri: Editora Manole, 2010. NISTA-PICCOLO, V.; TOLEDO, E. Abordagens pe- dagógicas do esporte. Campinas: Editora Papirus, 2014. NORONHA, R. Nadar é preciso. Rio de Janeiro: Edi- tora Marco Zero, 1985. ONODERA, C. M. K.; CAMPANA, A. N. N. B.; TAVARES, M. C. G. C. F. O papel do professor no desenvolvimento da sensopercepção em nadadores. Revista Pensar a Prática, Goiânia, v. 18, n. 3, jul./set., p. 600-613, 2015. TANI, G.; BENTO, J.O.; PETERSEN, R.D.S. Pedago- gia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. REFERÊNCIAS ON-LINE 1Em: <https://www.cdof.com.br/dp/dp1.htm>. 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Suelen Vicente Vieira Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Introdução aos Esportes Radicais • Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e classificações do Skate • Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e classificações do Parkour • Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e classificações do Slackline • Esportes radicais de ação e aventura Objetivos de Aprendizagem • Introdução aos Esportes Radicais • Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e classificações do Skate • Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e classificações do Parkour • Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e classificações do Slackline • Esportes radicais de ação e aventura ESPORTES DE AVENTURA unidade II INTRODUÇÃO Olá aluno(a), seja bem-vindo(a)! Esta unidade tem como tema central trabalhar os Esportes de Aventura no contexto esco-lar e não escolar (clubes, hotéis, acampamentos, entre ou-tros). Quando falamos em Esportes de Aventura, o que vem em sua mente? As práticas super radicais que vemos pela televisão? Pessoas equilibrando-se e escalando o alto de um penhasco? Realmente, você não está errado em sua relação! Mas já parou para pensar qual a melhor forma de trabalhar esse esporte no ambiente escolar em suas aulas de Educação Física? Essa questão poderá ser respondida ao final desta unidade. O Esporte de Aventura é uma prática relativamente nova, mas que vem ganhando visibilidade por apresentar modalidades que instigam tanto as habilidades motoras quanto as nossas emoções, pois apresenta uma íntima relação com diversos sentimentos, como o medo e o prazer. O material orienta de forma didática como deve ser a abordagem desse conteúdo, para aprendizagem e disseminação do Esporte de Aventura de forma atraente e acessível na escola. O ato de ensinar deve ir além das técnicas aprendidas no dia a dia. É importante destacar que, nesse momento de aprendizagem, é primor- dial que o aluno aprenda ludicamente as características e suas formas de aplicação e não necessariamente sua técnica. Isto é, o aluno aprenderá de forma prazerosa os esportes de aventura. No primeiro tópico, vamos conhecer o Skate; no segundo, o Parkour; e no terceiro, o Slackline. Em cada tópico serão abordados os aspectos históricos, principais características e orientações básicas para aplicação desses esportes da aventura no ambiente escolar. No quarto e último tó- pico, iremos conhecer outros esportes de aventura aquáticos, aéreos, ter- restres, mistos e urbanos. Os assuntos abordados nesta unidade permitirão uma aproximação e compreensão das principais características do Esporte de Aventura, a fim de aplicar em nossas aulas de Educação Física e demais ambientes. Bons estudos! ESPORTES COMPLEMENTARES 48 EDUCAÇÃO FÍSICA 49 A palavra Aventura se origina do latim “adventura” e significa “o que está por vir”, com o significado de misterioso, inexplorável (FERREIRA, 1989). Diversos autores discutem o esporte de aventu- ra, mas, de maneira geral, podemos observar inicial- mente sua forte característica por apresentar “riscos”. Para explanar essa temática, Uvinha (2001) menciona que esses esportes apresentam em co- mum o gosto pelo risco e pela aventura. Essa compreensão também pode ser percebida por Spink (2001), ao enfatizar que “Risco é também parte do pacote dos esportes de aventura que vem tornando-se cada vez mais populares”. Introdução aos Esportes Radicais Segundo Alves e Corsino (2013, p. 250), os es- portes de aventura são considerados como “[...] ati- vidades relativamente recentes na cultura esportiva” e passaram a ganhar destaque e força, principalmen- te na mídia, a partir da década de 90. Atualmente, os esportes de aventura mostram-se como um esporte cada vez mais abrangente e adotado no mundo todo. Dessa forma, ao longo desta unidade, você po- derá ver que os elementos que compõem a prática esportiva de aventura estão intimamente ligados às nossas emoções, ao prazer, medo e superação, assim como diversos outros sentimentos que motivam sua prática, cada vez mais crescente em nosso país. ESPORTES COMPLEMENTARES 50 ASPECTOS HISTÓRICOS, Skate APLICAÇÃO PEDAGÓGICA, CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÕES DO EDUCAÇÃO FÍSICA 51 O skate, parkour e slackline são esportes radicais que tiveram como base para sua criação outros es- portes. O skate teve influência do surfe, o parkour da ginástica e o slackline da escalada. Apesar desta semelhança, eles possuem características distintas, com relação a sua prática quanto a sua aplicabilida- de no ambiente escolar, no entanto todos são pas- síveis de adaptação e adequação para seu ensino. ASPECTOS HISTÓRICOS DO SKATE O Skate é uma das modalidades de aventura mais praticadas no Brasil, com objetivo de lazer ou alto rendimento, e vem crescendo e destacando-se entre os demais esportes de aventura. Assim, você já deve ter ouvido falar ou visto algo sobre o Skate, certo? O surgimento do Skate é incerto, pois falta regis- tros precisos e sistematizados sobre isto, o que dificul- ta identificar com exatidão sua história. Contudo, de acordo com os estudos encontrados, foi em meados de 1950, na Califórnia – EUA, que criou-se o Skate. Os surfistas estavam insatisfeitos com a calmaria das ondas que, por verões, não ofereciam condições ideais para surfar, então, pegaram as rodinhas de seus patins e as colocaram sob uma tábua de madeira do tamanho de uma prancha de surfe pequena (DUARTE, 2000; UVINHA, 2001) e, assim, passaram a deslizar pelas calçadas, buscando realizar manobras como se esti- vessem no mar. Além disso, o esporte era praticado descalço de forma a buscar maior aproximação com surfe (UVINHA, 2001). O esporte ficou conhecido como “sidewalk surfing”, traduzido como “surfe na calçada” (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Também existem teorias sobre o surgimento do Skate a partir do carrinho de rolimã e patinetes dos anos 60 (DUARTE, 2000). Uvinha (2001), ao entre- vistar dois skatistas, traz outra versão do surgimento do Skate, ocorrida por volta de 1943, numa espécie de patinete sem guidão. Ainda sobre esta versão, o autor afirma que o skate pode ter sido inventado por um menino no interior dos EUA, ao tirar a “direção” de um patinete para facilitar as manobras. No Brasil, o Skate teve início na década de 60 por meio da influência de anúncios nas revistas americanas de Surfer (PEREIRA; ARMBRUST, 2010; RICHTER, 2013). Era uma forma de vivência no lazer e ficou conhe- cido como “surfinho” (PEREIRA; ARMBRUST, 2010; ARMBRUST; LAURO, 2010). Em 1965, o skate já tinha criado identidade e, assim, ganhou o seu nome definitivo skateboard, em português skate (CÁSSARO, 2011). Após sua criação, com o passar dos anos, sofreu mudanças com relação ao tamanho, formato, durabili- dade dos materiais e no desenvolvimento de manobras. Figura 1 - Skat e 52 ESPORTES COMPLEMENTARES Como se pratica? O Skate é um esporte acessível a todas as classes sociais e diferentes idades, mas, em sua maioria, é praticado por adolescentes em busca de uma iden- tidade e para fazer parte de um grupo (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Você conhece os componentes do skate? Ele é composto por: tábua de Shape (ou pran- cha), onde colocamos os pés para andar com o skate; dois Trucks, que dão sustentação ao skape, em que se encaixam os rolamentos e as rodas; uma lixa sobre a prancha; e parafusos para man- ter unidas as partesdo skate. O tamanho da tábua do skate (shape) varia de acordo com a modalidade praticada e com a altura do praticante (pessoas mais baixas podem optar por um shape menor e pessoas mais altas por um shape maior para facilitar as manobras). Observe algumas modalidades do skate a seguir de acordo com Confederação Brasileira de Skate (2017, on-line)1 e Pereira e Armbrust (2010): Figura 2 - Partes do skate EDUCAÇÃO FÍSICA 53 Street Freestyle Slalom Figura 3 - Modalidade Street Figura 4 - Modalidade Freestyle Figura 5 - Modalidade Slalom Fonte: Visuahunt (2014, on-line)2. É baseada em obstáculos encontrados nas ruas, como: bordas, pequenas descidas, escadas e corrimãos. É praticado no solo plano com no mínimo 300 m2, onde são realizadas manobras con- secutivas sem colocar o pé no chão, acom- panhada por música como uma coreografia. Consiste em deslizar em ziguezague entre cones, geralmente em descidas. É utiliza- do um skate mais estreito e menor que os tradicionais. 54 ESPORTES COMPLEMENTARES Vertical Down Hill High Jump Figura 6 - Modalidade Vertical Figura 7 - Modalidade Down Hill Figura 8 - Modalidade High Jump Fonte: Visuahunt ([2018], on-line)3. Praticada em pistas em formato de half- -pipes (meio tubo com formato parecendo um U) ou bowls (bacia) onde são realiza- das manobras aéreas. Descida de ladeiras e montanhas. São usa- dos skates maiores. Consiste em realizar saltos em rampas com obstáculos. EDUCAÇÃO FÍSICA 55 Banks Park EspaciaL Big Air Figura 9 - Modalidade Banks Figura 10 - Modalidade Park Figura 11 - Modalidade Espacial Big Air Fonte: Wikimedia ([2018], on-line)4. É praticada em pista mais ovalada, seme- lhante a piscinas antigas em forma de feijão e sem quinas. Praticada em pistas com grandes dimensões com obstáculos. A rampa pode ter mais de 30 m, o que pos- sibilita velocidade próxima a 100 km/h. As manobras são feitas a mais de 10 m. 56 ESPORTES COMPLEMENTARES Essas modalidades podem ser praticadas de forma competitiva ou não e em cada uma delas estão envol- vidas diferentes manobras. Veja algumas delas a seguir. Quadro 1 - Manobras que podem ser realizadas com o skate MANOBRAS DESCRIÇÃO Frontside Manobra executa de frente para o destino. Backside Manobra realizada de costas para o destino. Slide Deslizar com o shape, atritando as rodas de modo perpendicular à pista ou a rampo. Ollie Tirar o skate do chão sem perder o contato dos pés com o skate. Varial Giro do skate em rotação no eixo longi-tudinal, por baixo dos pés e pra frente. 180º Rotação de 180º no próprio eixo longitudinal de seu corpo, e o skate segue seus pés. 360º Semelhante ao 180º. A rotação é de 360º. Fonte: adaptado de Pereira e Armbrust (2010). Para execução dessas manobras, é preciso par- tir de uma aprendizagem básica, que conta des- locamentos sem fase área e sem movimentos isolados do skate; em seguida, parte-se para as intermediárias, em que se pode realizar desloca- mentos com fase área e de fakie (trocar a base ao andar depois de começar a andar na base nor- mal) com movimentos isolados e, por fim, che- ga-se à aprendizagem avançada, na qual os des- locamentos com fase área estão presentes assim como movimentos isolados do skate e base de troca também (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). É importante lembrar que para a prática do skate são necessários alguns equipamentos de proteção, como: capacete, joelheiras, cotoveleiras, luvas e tênis. Pereira e Armbrust (2010) ressaltam que na iniciação não há necessidade de equipa- mentos de proteção, pois podem dificultar o equi- líbrio e a mobilidade. O equilíbrio é uma das mais importante habilidades da prática e, ao iniciar, a velocidade é moderada, podendo ocorrer às vi- vências em quadra. No entanto, os cuidados com a segurança são indispensáveis. Além disso, para a prática do skate se deve conhecer e optar pela base que irá te proporcio- nar maior segurança para impulsionar o skate. São elas: Regular: pé esquerdo a frente; Goofy: pé direito à frente; Switch: é usado as duas bases (Regular e Goofy). Veja os exemplos de Manobra, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. EDUCAÇÃO FÍSICA 57 O ensino do Skate Caro(a) aluno(a), para o ensino do skate, podemos partir de acordo com a faixa etária, habilidade e contato dos alunos com a modalidade. Desta forma, aqui, iremos expor possibilidades para se trabalhar com skate no ambiente escolar, tendo como ponto de partida o aluno que nunca teve contato com o skate. 1º Antes de iniciar a prática do skate, faça um levantamento do conhecimento prévio dos alunos a respeito do skate, questione: o que é o skate? Como e quando ele surgiu? Alguém já andou de skate? Após obter as respostas, in- troduza o conteúdo relacionando às pergun- tas feitas. Esta parte inicial pode acontecer na sala de aula ou na quadra com os alunos sen- tados em roda. 2º Início da prática: reconhecer os componentes do skate explicadas na teoria. Permitir ao alu- no a exploração do skate, andar sentado com o impulso de um colega, deitado, de joelhos e, por fim, em pé. Na fase em pé, um colega pode acompanhar o aluno dando-lhe a mão. 3º Desenhar skates do chão da quadra com giz para auxiliar o aluno na identificação da base. Após isso, passe para o shape do skate. Ensine o aluno a frear. 4º Utilizar jogos para compreensão do que foi en- sinado, como uma estafeta. Ir em pé no skate, com auxílio do colega, até o cone e voltar, pas- sar para o próximo da fila, que deve realizar a mesma tarefa até que todos tenham participa- do. Atenção: não deixe a fila sem função! Dê tarefas que auxiliem os alunos no momento de contato com o skate na brincadeira. Uma opção é pedir que todos da fila esperem equi- librando em um pé só. 5º Podemos utilizar, também, brincadeiras para auxiliar na assimilação das bases do skate e na intimidade do aluno com o próprio ska- te. Espalhar os alunos pela quadra, cada um com um skate, e dar comandos de base regu- lar, goofy, switch, remada para frente, remada para trás, agachado, sentado, deitado no sha- pe. Em caso de poucos skates, é possível adap- tar esta prática. Peça para os alunos realiza- rem os movimentos em skate desenhados no chão, ou cumprirem outra tarefa, como correr acompanhado o colega e auxiliá-lo na prática. De forma geral, temos muitas formas de trabalhar com o skate. Aqui vimos o ponto de partida para sua prática que pode ser aperfeiçoada e ampliada para a profissionalização no esporte. Destacamos a importância do planejamento escolar, pois a sequência pedagógica bem estru- turada auxilia no sucesso das aulas, no alcance de seus objetivos e satisfação dos alunos. Planejar “[...] é como desenhar a planta de um edifício ou casa em construção” (OLIVEIRA; PERIM, 2009, p. 239) e você é o responsável por essa evolução. Estabeleça metas e comece a agir. ESPORTES COMPLEMENTARES 58 PARKOUR ASPECTOS HISTÓRICOS, APLICAÇÃO PEDAGÓGICA, CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÕES DO Figura 12 - Movimento do Le Parkour - Transposição EDUCAÇÃO FÍSICA 59 Você já deve ter visto na televisão, ou então em sua própria cidade, esse esporte de aventura que chama atenção por seus movimentos radicais. O objetivo principal é percorrer um percurso e com seu próprio corpo alcançá-lo, vencendo os desafios e transpon- do obstáculos que aparecerem durante o caminho (BELLE, 2006, on-line)5. Esse esporte é conhecido como um agrupamen- to de movimentos naturais do homem, por exemplo, saltar, escalar e correr somado às habilidades de rea- lizar movimentos mais rápidos, de maneira natural, eficiente e fluído (PARKOUR WORD ASSOCIA- TION, 2006, on-line6; ANGEL, 2011). É necessário, além de ter uma condição física, apropriar-se de recursos para transposição de obstá- culos, minimizar o gasto energético, perpassando de maneira eficiente pelo trajeto escolhido. Caro(a) aluno(a), essa prática corporal foi criada pelo francês David Belle, na França, ao final doséculo XX e início do século XXI, e foi influenciado por ou- tros esportes para a sua criação (ALVES; CORSINO, 2013). Além de apropriar-se de seus conhecimentos sobre a ginástica, esporte que praticava desde a infân- cia, Belle foi influenciado por seu pai, que era militar do bombeiro, treinado em salvamentos, e também pelos conhecimentos do Método Natural de Geor- ge Hérbert (ALVES; CORSINO, 2013; PARKOUR WORLD ASSOCIATION, 2006, on-line)6. A partir desses conhecimentos, Belle e seus ami- gos iniciaram treinamentos que visavam a sequência por meio do movimento, sendo que todos os mo- vimentos realizados deveriam se aplicar à vida real, com o objetivo de superar problemas e obstáculos. Desde então, com a instituição do primeiro grupo organizado de Parkour, em 1997, os Yamikazi (nome de origem africana, que expressa espírito forte), composto por Belle e seus amigos, o Le parkour co- meçou a ser difundido em todo mundo (PARKOUR WORLD ASSOCIATION, 2006, on-line)6. No Brasil, segundo Serikawa (2006), é muito provável que essa prática tenha chegado em 2004. O seu possível início pode ter sido motivado por víde- os divulgados na internet, não possuindo nenhum embaixador da modalidade no Brasil. O Le parkour começou a ser evidenciado a par- tir de jovens paulistas e brasilienses, que se propu- seram a estudar os movimentos de David Belle e a praticá-los (ALVES, CORSINO, 2013). Um ano mais tarde, em 2005, institui-se a Associação Brasileira de Parkour, estipulando regras na modalidade, para que o esporte mantivesse características de liberdade, su- peração e sem objetivar a competição (STRAMAN- DINOLI et al., 2012). Perceba que o objetivo era manter o significado da modalidade criada por Belle. Você sabia que, anteriormente à existência do Le Parkour, existia o Método Natural de George Hébert. Este baseia-se na importância de tra- balhar movimentos que atualmente o homem não realiza. Para combater o sedentarismo, George Hébert criou um sistema no qual o ser humano realiza movimentos utilizados para se locomover em ambientes naturais, como em uma pedra, árvore, lugares baixos que exigem o uso da quadrupedia, locomovendo-se, car- regando objetos pesados, agarrando-se em algo ou até mesmo rastejando (SOARES, 2003). Esse método tem base no argumento de que todo ser vivo, obediente às suas necessidades naturais, atinge seu desenvolvimento físico completo por meio da utilização de seus ór- gãos de locomoção, de seus meios de defesa e de trabalho (GODTSFRIEDT, 2010). Fonte: Stramandinoli, Remonte e Marchetti (2012). SAIBA MAIS 60 ESPORTES COMPLEMENTARES COMO É A PRÁTICA DO PARKOUR? Apesar de apresentar-se como um esporte de mo- vimentos naturais e cotidianos dos homens, o parkour apresenta uma complexidade e uma diver- sidade em seus movimentos. Como já vimos anteriormente, essa prática corpo- ral apresenta movimentos básicos como correr e sal- tar. Entretanto, objetiva um mínimo gasto de energia com uma maior eficiência nos movimentos, projetan- do uma otimização durante o percurso percorrido. Você aprenderá agora, caro(a) aluno(a), algumas nomenclaturas dos movimentos básicos que com- põem o Parkour. Segundo Pereira e Armbrust (2010), existem 3 movimentos característicos da modalidade e que auxiliam no deslocamento rápido e seguro: Figura 13 - Transposição ou passagem com o apoio das mãos Figura 14 - Transposição ou passagem de obstáculos com as pernas Transposições ou passagens sobre obstá- culos: esses movimentos podem ser rea- lizados com o apoio das mãos, com giros e também com as pernas entre os braços. Assista ao vídeo de Trans- posição ou passagem com o apoio das mãos. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Assista ao vídeo Trans- posição ou passagem de obstáculos com as pernas. Para acessar, use seu leitor de QR Code. EDUCAÇÃO FÍSICA 61 Figura 15 - Deslocamento Tic-Tac Figura 16 - Salto de alta precisão Deslocamentos e saltos: podem ser reali- zados os deslocamentos tic-tac ou o salto de alta precisão. Assista ao vídeo Salto de alta precisão. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Aterrisagens: o mais importante nessa ca- tegoria são os amortecimentos, que devem ser realizados com os membros inferiores ou também com rolamentos. 3 Figura 17 - Aterrissagem com rolamento Fonte: Visualhunt ([2018], on-line)7. 62 ESPORTES COMPLEMENTARES Os praticantes dessa modalidade são conheci- dos como traceurs, do sexo masculino, e traceuses para as praticantes do sexo feminino (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Características de superação, disciplina mental, autoconfiança, coragem, controle de emoções e persistência são fundamentais aos tra- ceurs e traceuses, visto o objetivo de superar desafios e realizar os movimentos com tranquilidade (BEL- LE, 2006, on-line5; DJORDJEVIC, 2006, on-line)9. Para Djordjevic (2006, on-line)9, o parkour transmite uma mensagem de união, de acolher di- ferentes sexos e raças, o que é imprescindível para atrair grupos praticantes. Vale destacar que você, enquanto futuro(a) pro- fessor(a) de Educação Física, deve atentar-se para a segurança na realização dessa modalidade. A prática do Parkour envolve variados grupos musculares, en- tão a segurança é indispensável, tanto na realização de pequenas transposições até nas aterrissagens e sal- tos mais complexos (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Além disso, o equilíbrio e a coordenação motora são de suma importância para a prática dessa modalidade. O ENSINO DO PARKOUR Você, enquanto futuro(a) professor/profissional de Educação Física, deve estar se perguntando: como poderei ensinar esse esporte? O trabalho com o conteúdo de Parkour são essenciais, vistos que pro- porcionam o desenvolvimento de habilidades e ca- pacidades motoras fundamentais para as crianças (ALVES; CORSINO, 2013). O Parkour pode ser trabalhado desde a educação infantil até o ensino médio; entretanto, é necessário que as atividades sejam adaptadas e que as caracterís- ticas físicas e cognitivas dos alunos sejam respeitadas (UVINHA, 2010). O ensino de movimentos básicos, Figura 18 - Aterrissagem com rolamento Fonte: leparkour… (2012, on-line)8. Assista ao vídeo Aterrissa- gem com rolamento. Para acessar, use seu leitor de QR Code. A partir desses principais movimentos, a prática do parkour já é possível. Você deve ter percebido que outras modalidades presentes na Educação Física já utilizam desses movimentos elencados anterior- mente. O diferencial é o caráter aventureiro e de risco que a modalidade propõe. Mas você deve estar se perguntando: em quais espa- ços essa prática corporal acontece? Quais são as roupas e como se caracterizam os praticantes dessa modalidade? A prática inicial do parkour era realizada em es- paços urbanos e não possuíam caráter de competição (ALVES; CORSINO, 2013). Entretanto, já existem indícios de jovens e grupos praticantes de parkour que utilizam de parques e praças para a realização da modalidade (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). http://leparkur-leparkur.blogspot.com.br/ http://leparkur-leparkur.blogspot.com.br/ http://leparkur-leparkur.blogspot.com.br/ EDUCAÇÃO FÍSICA 63 aspectos históricos, características da prática, aspectos de segurança e de cooperação são indicados para o tra- balho com essa modalidade (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Além disso, você enquanto professor(a) de Edu- cação Física, poderá trabalhar juntamente com outras disciplinas, como Matemática, Artes, História, Línguas Estrangeiras, entre outras (ALVES, CORSINO, 2013). Para iniciar o trabalho com o parkour, o ensino de saltos, rolamentos e aterrissagens pode ser ade- quado e bastante atraente para as crianças e adoles- centes (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Após isso, você poderá trabalhar com pequenos circuitos de transposição. Você já parou para observar um re- creio escolar ou as crianças brincando em espaços públicos? As crianças transpõem obstáculos com saltos e aterrissagens a todo momento. A ideia de pequenos circuitos com transposi- çõesde objetos e espaços são ideais para a prática do parkour. O circuito pode ser montado com diferentes objetos, como bancos, cordas, arcos que propiciem passagens em planos altos e baixos, deslocamentos em espaços grandes e pequenos. Lembre-se que o mais importante é que seu aluno vivencie essa mo- dalidade rica em habilidades e capacidades motoras. Os materiais para a aplicação dessa modalida- de podem ser encontrados na própria escola, nos espaços comuns que as crianças estão acostumadas a brincarem todos os dias. Assim, a percepção do local e da segurança de realizar os movimentos não serão um problema. Como afirmam Vieira, Pereira e Marco (2011, s.p): [...] qualquer espaço pode tranquilamente se transformar em um circuito para acontecer uma aula, nada precisa ser criado, modificado nem construído, o espaço está ai, já existe, e pode ser facilmente utilizado para as crianças praticarem. A partir dos movimentos básicos, o professor de Educação Física deve adequar a dificuldade e desa- fios das atividades, conforme a faixa etária dos alu- nos. Por exemplo, para o Ensino Médio, Pereira e Armbrust (2010) propõem que sejam trabalhadas diferentes possibilidades de saltos e aterrissagens, com e sem obstáculos. Além disso, você pode pro- por situações em que os alunos vivenciem estraté- gias em grupo para superar os desafios. A prática do Parkour pode ser feita por meio de brincadeiras e jogos para as crianças que estão no ensino infantil e no fundamental I. Por exemplo, a brincadeira de Pula Sela, tem como objetivo trans- por obstáculos. Nessa atividade, os alunos deverão saltar uns sobre os outros, com o apoio das mãos sobre as costas dos colegas que estão agachados ou abaixados. Os alunos formarão uma fila e ficarão abaixados com as costas em curvatura, apoiando as mãos no joelho. Um único aluno ficará em pé e deverá saltar sobre os alunos abaixados até o final da fila. Quando chegar ao fim da fila, o saltador fará a mesma posição dos outros alunos e quem está ao final passará a ser o saltador realizando o mesmo percurso que o primeiro aluno. A brincadeira segue até que o todos sejam saltadores. Quais outras brincadeiras e jogos você conhece que poderiam ser utilizadas para trabalhar movimentos do Parkour? Fonte: adaptado de 100 Brincadeiras... (2018, on-line)10. SAIBA MAIS ESPORTES COMPLEMENTARES 64 SLACKLINE APLICAÇÃO PE DAGÓGICA, CARACTERÍSTIC AS E ASPECTOS HIST ÓRICOS, CLASSIFICAÇÕE S DO EDUCAÇÃO FÍSICA 65 Assim como a grande parte dos esportes de aven- tura, o slackline começou a ser praticado em me- ados dos anos 70 e 80. Sua origem está associada aos escaladores que frequentavam o vale de Yose- mite, na Califórnia, desde os anos de 1851 (XA- VIER, 2012). Essa prática, reconhecida como Hi- ghline, é executada em alturas acima de 5 metros, em que o praticante caminha sobre a fita ancora- da em dois pontos fixos, como: rochas, prédios, pontes etc. (REVISTA UNIVERSO SLACK, 2012, on-line)11. Diante dessas características, o Highli- ne é compreendido como a modalidade mais ra- dical do slackline (XAVIER, 2012). Além da prática de equilibrar-se realizada nos circos, destaca-se também a prática do Jultagi. O Jultagi coreano tradicional é uma forma distintiva de caminhar da corda bamba que é acompanha- da por música e diálogo espirituoso entre o ca- minhante da corda bamba e um palhaço terrestre (UNESCO, 2011, on-line)12. Apesar do ato de equilibrar-se ser reconhecido em diversas atividades, pesquisas destacam que o slackline realmente originou-se da prática da esca- lada. A partir da difusão de sua prática desde o ano de 1851, essa atividade ganhou muitos adeptos que o realizam em diversos locais e alturas variadas. COMO É A PRÁTICA DO SLACKLINE? O princípio do slackline é completar de uma ponta à outra a travessia sobre uma fita, normalmente de nylon e poliéster (XAVIER, 2012). É uma atividade em que os participantes tencionam uma fita tubular entre dois apoios em diversas alturas (MAHAFFEY, 2009). A seguir, podemos observar a catraca do sla- ckline, que controla a posição da fita, podendo estar mais tensionada ou mais solta durante a prática. Diversos elementos psicomotores são fundamen- tais para a prática dos esportes de aventura. Dentre as diversas valências físicas, o equilíbrio destaca-se como o principal (MAHAFFEY, 2009; XAVIER, 2012). Como afirma Grosser (1983), o equilíbrio ca- racteriza-se como uma combinação de ações muscu- lares, que sustentam o corpo contra a lei da gravida- de, com bases estáveis ou instáveis. Dessa forma, ao iniciar a prática, procure execu- tar os quatros passos dispostos a seguir: Figura 19 - Prática de jultagi Fonte: Wikimedia commons (2008, on-line)13. Figura 20 - Catraca do slackline Flexione os joelhos. Mantenha os braços abertos a coluna ereta. Mantenha o calcanhar e a ponta dos dedos na fita. Olhe sempre para um ponto fixo. Vamos tentar? 66 ESPORTES COMPLEMENTARES A CAMINHADA NO SLACKLINE A caminhada é a primeira tentativa de manter o equilíbrio em movimento no slackline. Sabemos que requer persistência do praticante por tratar-se de um dos primeiros contatos com a prática. Como já discutimos nesta unidade, o equilíbrio é necessário para a realização das diversas manobras, dentre tantas destacamos as manobras básicas para que você e seus alunos possam iniciar a prática do slackline. O equilíbrio em apenas um dos pés destaca-se como uma extensão do movimento inicial de cami- nhada na fita, na qual o praticante deverá manter- -se equilibrado pela planta do pé. Os braços abertos facilitará a execução dos movimentos como já dis- cutimos anteriormente. A manobra cair de joelhos consiste em manter os dois pés em contato com a fita. Uma das pernas se mantém flexionada com a planta do pé fixa na fita, e a outra perna também flexionada, mas com o dorso do pé fixado na fita. A manobra andar de joelhos requer um pouco mais de controle motor, uma vez que o praticamente mantém o tronco à frente e não posiciona-se com a planta do pé fixo na fita, fato que poderá proporcio- nar maior desequilíbrio ao praticante iniciante. Assista ao vídeo Caminhada. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Assista ao vídeo Equilíbrio em um dos pés. Para aces- sar, use seu leitor de QR Code. Figura 21 - Caminhada Figura 22 - Equilíbrio em apenas um dos pés EDUCAÇÃO FÍSICA 67 Assista ao vídeo Cair de joelho. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Assista ao vídeo Andar de joelhos.Para acessar, use seu leitor de QR Code. Figura 23 - Cair de Joelho Figura 24 - Andar de joelhos SALTOS Os saltos se configuram como uma das manobras mais complexas no slackline. Dentro dessa manobra, podemos evidenciar o salto caindo sentado, caindo de joelhos, caindo de peito e caindo de costas, entre tantos outros praticados atualmente. Figura 25 - Saltos ESPORTES COMPLEMENTARES 68 O ENSINO DO SLACKLINE O slackline é uma ferramenta pedagógica interes- sante para aplicar nas aulas de Educação Física, visto que as capacidades e habilidades requisitadas são importantes para o desenvolvimento da criança, como a postura e o equilíbrio (MACHADO, 2014). Na escola, podemos proporcionar estímulos apro- priados a diferentes etapas da vida, desde a Edu- cação Infantil, Ensino Fundamental até o Ensino Médio (PEREIRA; ARMBRUST; 2010), ou seja, é preciso adaptar o esporte que trabalharemos a se- guir de acordo com a idade dos alunos. Nesse momento, você deve ter se perguntado: mas como poderei aplicar o slackline? Para turmas da Educação Infantil e início do En- sino Fundamental I, podemos iniciar a prática do sla- ckline colocando uma fita no chão para que os alunos possam ter a primeira experiência de equilíbrio com o esporte. Você poderá adaptar essa atividade colo- cando diferenciadas regras, por exemplo: os alunos não poderão pisar fora da fita ou deverão fazer o per- curso de costas e/ou de lado. Lembre-se que, nesses momentos, é importante valorizar suacriatividade. É preciso certificar-se que a escola apresenta um local seguro para a montagem do slackline, por exemplo árvores ou as próprias colunas de concreto, caso a escola possua uma quadra cober- ta. Após amarrar na árvore ou na coluna de con- creto uma corda resistente, o primeiro passo para a montagem do slackline está dado. Para turmas do Ensino Fundamental I e II, po- demos estimular o aprendizado do slackline amar- rando duas cordas resistentes nas árvores, uma para o aluno equilibrar-se e outra acima de sua cabeça para servir de apoio sempre que ele achar necessário. EDUCAÇÃO FÍSICA 69 Não se preocupe se sua escola não tiver condi- ções financeiras de comprar os equipamentos ofi- ciais para a prática do slackline, pois você poderá adaptá-lo com cordas de caminhão utilizados para segurar cargas transportadas. A primeira tentativa no Slackline resulta em um incontrolável balanço das pernas (KELLER et al, 2012), dessa forma, faz-se importante estimu- lar o equilíbrio dos alunos, peça para que tentem equilibrar-se na fita sem deslocar-se, apenas para que consigam, aos poucos, reconhecer os pontos de equilíbrio: joelhos flexionados, braços abertos, coluna ereta, calcanhar e pontas dos dedos retos na fita e olhar sempre para um ponto fixo, para não perder a concentração. Após essa experiência de reconhecimento do equipamento e das exigências físicas de sua práti- ca, o segundo passo é pedir para que os alunos ca- minhem sobre a fita. Nesse momento, você poderá deixar uma corda amarrada acima da cabeça deles, assim, quando o aluno se desequilibrar poderá se- gurar nessa corda, ou pedir para que outro aluno acompanhe o colega andando ao lado dele, ao me- nor sinal de desequilíbrio o aluno que está andan- do no slackline poderá apoiar nas costas do colega. Veja, ele não estará caminhando de mãos dadas com o colega, apenas o terá como apoio se necessário. Ao passo que os alunos vão se familiarizan- do com a caminhada básica no slackline, esses apoios deverão ser removidos e você poderá co- locar algumas dificuldades, como estimular o alu- no a executar outras posições ou manobras. Que tal tentar umas das manobras básicas trabalhadas nesta unidade com o apoio de um colega? Figura 26 - Catraca ESPORTES COMPLEMENTARES 70 EDUCAÇÃO FÍSICA 71 No âmbito dos esportes, a palavra radical tem em comum o gosto pelo risco e pela aventura, muitos deles com a proposta de engajamento em causas de preservação ambiental (UVINHA, 2010). Os esportes radicais podem ser compreendidos e classificados de maneiras distintas como esporte de aventura e esportes de ação (PEREIRA; ARM- Quadro 2 - Classificação dos esportes radicais ESPORTES RADICAIS Característica Ação Aventura Habilidade Predomina a estabilização Predomina a locomoção Capacidade física Predomina a força potente. A velocidade das manobras exige força e velocidade Predomina a resistência. A estratégia e a escolha ganham importância Surgimento Como atividade de lazer e uso do tempo livre Como expedição ou exploração (militar, econômica ou científica) Etimologia Manifestação de força e energia, movimento, comportamento, e atitude Experiências arriscadas, incomuns, perigo- sos e imprevisíveis Objetivo O lazer é o principal motivo. As competições geram eventos de grande importância Forte relação entre lazer e turismo Usado como educação Local Urbano e natureza. Espaços construídos e even- tos da natureza (onda, vento) Natureza e urbano. Espaços naturais (a meta é sair de um ponto e chegar a outro) Público Média entre 15 e 25 anos Média entre 25 e 35 anos Perigo Socorro mais próximo. Menor ação do clima Socorro mais distante. Maior ação do clima Organização Existem regras, associações e formação de tribos Existem regras, associações e formação de equipes Mídia Busca captar a manobra. Relaciona-se com públi- co-alvo na: atitude, vestimenta, comportamento e linguagem Busca captar uma história. Relaciona-se com o público-alvo na ecologia, qualida- de de vida e meio ambiente Fonte: Pereira, Armbrust e Ricardo (2008). BRUST; RICARDO, 2008). Diante dessa pers- pectiva, o esporte de ação está atrelado ao mo- vimento e à atitude, como uma manifestação de força e energia; já o esporte de aventura, como já discutimos anteriormente, apresenta o signi- ficado de desconhecido, imprevisível (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). 72 ESPORTES COMPLEMENTARES Esse quadro nos traz um retrato muito interessante quanto às diversas características do esporte de ação e aventura, dentre elas habilidade, capacidade física, surgimento, etimologia, objetivo, local de prática, público-alvo, possíveis perigos, formas de organiza- ção e sua relação com a mídia. Além dessa distinção entre esportes de ação e de aventura realizada pelos autores, as modalidades de esportes radicais são classificadas como: aéreos, aquáticos e terrestres (UVINHA, 2010). Dentro dessa temática, Pereira, Armbrust e Ricardo (2008) também acrescentam os esportes misto e urbanos. Para os autores, essa distinção é necessária diante das peculiaridades com que cada esporte se mani- festa, como podemos visualizar no quadro a seguir. Quadro 3 - Características dos Esportes de Ação e de Aventura ESPORTES RADICAIS MEIO AÇÃO AVENTURA Aquático Surf, windsurf Mergulho (livre e autônomo), canoagem (rafting, caiaque, aqua ride, canyonning) Aéreo Base jump, sky surf Paraquedismo, balonis- mo, voo livre Terrestre Bungee Jump, sandboarding Montanhismo (escalada em rocha, escalada em gelo, técnicas verticais, tirolesa, rapel, arvo- rismo); mountain bike (down hill, cross coun- try) trekking Misto Kite surf Corrida de aventura Urbano Escalada indoor, skate, patins in line, bike (trial, bmx) Le parkour Fonte: Pereira, Armbrust e Ricardo (2008). ESPORTES RADICAIS AQUÁTICOS Surfe É um esporte de ação praticado no ambiente aquático, é uma modalidade realizada com diferentes tipos de pran- chas, com o objetivo de deslizar e fazer manobras sobre as ondas (FRANCO; CAVASINI; DARIDO, 2014). Seu surgimento é controverso: alguns estudio- sos associam a povos Polinésios que deslizavam pelo oceano com suas jangadas, enquanto outros veem a origem do surfe na costa do norte do Peru, onde os nativos tinham embarcações feitas de junco que andavam pelos mares (REZENDE, 2004; PEREIRA; ARMBRUST, 2010; ROSAS, 2013). No Brasil, de acordo com Pereira e Armbrust (2012), o surfe teve início em Santos (litoral de São Paulo), onde, em 1938, Osmar Gonçalves, Jua Hafers e Silvio Malzoni construíram uma prancha, cópia de um projeto da revista “Mecânica Popu- lar”. Entretanto, foi no Rio de Janeiro que a moda- lidade se desenvolveu, na virada de 1950. As pranchas, assim como a modalidade, tam- bém sofreram mudanças com o decorrer do tempo e, hoje, são dividas em meio, rabeta e bico. Elas po- dem variar no tamanho e conter outros ajustes que irão influenciar na velocidade, flutuabilidade e le- veza nas manobras (PEREIRA; ARMBRUST, 2012). EDUCAÇÃO FÍSICA 73 Windsurf O windsurf é uma modalidade aquática que mis- tura o surf e a vela. Foi na década de 60 que um casal, Newman (velejador) e Naomi Darby (cano- ísta) criaram o windsurf, isso porque Naomi ti- nha o desejo de velejar mais rápido e, para isso, adicionou uma vela à canoa (RODRIGUES, 2009; WASBRASIL, 2015, on-line)14. Quatro anos de- pois, os amigos Jim Drake e Hoyle Schwietzer in- vestiram e patentearam o esporte. Mergulho O mergulho surgiu da vontade do homem de explo- rar o ambiente submarino e buscar alimentos e péro- las (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Com o decorrer dos anos, foram sendo criados equipamentos que permitiram ao homem mergulhar cada vez mais fun- do, como o Cilindro, que armazena o ar respirável. De acordo com Pereira e Armbrust (2010) exis- tem dois tipos de mergulho: • Mergulho Livre: mergulhamos sem o uso de equipamentos, assim usamos nossa capacida- de pulmonar e o sistema fisiológico para per- manecer na profundidade. • MergulhoAutônomo: mergulhamos usando um aparelho de respiração aquático indepen- dente (scuba), podendo, assim, ficar na pro- fundidade permitida pelo sistema de forneci- mento de oxigênio. Figura 27 - Mergulho Livre Figura 28 - Mergulho Autônomo 74 ESPORTES COMPLEMENTARES Canoagem Figura 29 - Canoagem A prática da canoagem está ligada historicamente à necessidade dos povos indígenas em retirar do mar o próprio sustento (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Rafting Figura 30 - Rafting O Rafting derivou da canoagem. Foi identificado como esporte em 1869, nos Estados Unidos, quan- do John Powel organizou a primeira expedição em barcos de remo em rio com corredeiras (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Sua prática consiste na desci- da de rios a bordo de botes infláveis de borracha. A aventura deste esporte está em descer as corredeiras evitando que o bote vire ou que as pessoas caiam na água (ROMANINI; UMEDA, 2002). ESPORTES RADICAIS TERRESTRES Montanhismo A prática do montanhismo está presente desde o Renas- cimento, quando, em 1492, o camareiro do rei Francês Carlos VIII recebeu a ordem de subir até o topo de Mon- te Agulha para relatar o que se via lá de cima. Já no Brasil, os pioneiros dessa prática foram os bandeirantes à pro- cura de ouro, mas a primeira prática do montanhismo documentada ocorreu em 1856, quando José Franklin Silva escalou sozinho o pico das montanhas negras, em Minas Gerais (ROMANINI; UMEDA, 2002). EDUCAÇÃO FÍSICA 75 Trekking Escalada Figura 31 - Trekking Figura 32 - Escalada indoor Caminhar de forma esportiva é relativamente re- cente, pois somente a partir da Revolução Indus- trial, quando a população tornou-se, em sua gran- de maioria, urbana, que sentiu-se a necessidade de buscar um contato com a natureza nos momentos de lazer. A prática do trekking define-se em ca- minhar em ambientes de mata e montanha e por não necessitar de equipamentos caros, atualmen- te é um dos esportes de aventura mais praticados (ROMANINI; UMEDA, 2002). Por apresentar essas características, permite que sua prática seja difundida nas aulas de edu- cação física, na qual o professor poderá propor um dia de caminhada em locais específicos de seu município. Que tal convidar o professor de Ge- ografia e promover uma aula multidisciplinar? Cheia de atividade física e conhecimento! A escalada consiste em subir uma parede rocho- sa utilizando somente os apoios naturais da pe- dra, sendo a forma mais praticada no Brasil, ou também fazendo uso dos materiais de segurança (ROMANINI; UMEDA, 2002). A escalada apresenta diversas variações quanto à sua prática: escalada livre e esportiva – a escala- da livre em estruturas artificiais, Bulder, Progres- são artificial em rocha, Big Wall, Escalada Alpina e Alta montanha (ROMANINI; UMEDA, 2002; PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Diante dessas variações, podemos trabalhar a escalada artificial em uma parede, caso a sua escola possua condições. Não é preciso utilizar cordas de sustentação, tampouco equipamentos caros. Nesse caso, trabalhe com paredes baixas e utilize apenas um colchonete para que seus alunos tenham uma queda segura ao final da atividade. ESPORTES COMPLEMENTARES 76 Mountain Bike Na década de 50, nos Estados Unidos, observou-se a prática do ciclismo fora do perímetro urbano. Peda- laram em montes, ladeiras e montanhas. Já no Brasil, essa modalidade foi aparecer a partir da década de 80 (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). As características desse esporte dá-se pelo ambiente no qual ele é pra- ticado. De acordo com Romanini e Umeda (2002), montanhas com descidas íngremes ou grandes subi- da, trilhas e estradas de terra no meio da natureza e pedras é o ambiente perfeito para seus praticantes. Sua prática requer uma bicicleta específica para o esporte e um capacete. A partir disso, você poderá iniciar sua prática e incentivar seus alunos também nessa nova experiência. Sabemos que não são todos os alunos que possuem uma bicicleta, mas que tal convidá-los para essa aventura? Você poderá levá- -los para pedalar em espaços rurais, predominantes na maioria dos municípios de nosso país, basta cer- tifica-se que o local não oferecerá riscos para os alu- nos e, a partir disso, sua aula está garantida. Você também poderá convidar outros professo- res para essa experiência, assim terá mais profissio- nais para lhe auxiliar. Dentro desse contexto, é mui- to importante destacar que o bicicleta é um meio popular de locomoção não poluente (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Sendo assim, professores de Biologia de Geografia são muito bem-vindos nessas aulas, pois o esporte de aventura possui uma forte ligação com o respeito à natureza, e nada melhor do que unir diversão e conhecimento! EDUCAÇÃO FÍSICA 77 ESPORTES RADICAIS AÉREOS Paraquedismo O paraquedismo é a atividade de descer planando no ar ou de voar. Nos séculos XIV e XV, Leonardo da Vinci e os chineses já estudavam formas de realizar esse tipo de voo. Em 1797, André Jaques Garnerin realizou o primeiro salto de paraquedas a partir do uso de um balão (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Os esportes de aventura são interessantes, pois diversos deles se originaram de práticas já existentes; outros passaram a ocupar funções variadas, como é o caso do paraquedas. De acordo com Pereira e Armbrust (2010), o paraquedas foi usado na Segunda Guerra Mundial para levar as tropas a atacar os inimigos. Essa prática requer muita cautela e cuidado com os equipamentos de segurança necessários, pois se praticados de maneira incoerente com as normas de segurança, poderão causar proble- mas fatais. Assim como outros esportes aéreos de aventura, como o balonismo e voo livre. MISTO Corrida de Aventura A corrida de aventura nasceu em 1987, durante a cobertura de Gerald Fusil (jornalista francês) a uma corrida de vela, pois a partir disso, ele teve a ideia de criar uma competição parecida com esta, sem transportes motorizados (ROMANI- NI; UMEDA, 2002). Hoje, então, a corrida é uma prática competitiva que tem como objetivo correr por um determinado percurso no menor tempo possível (PEREIRA; ARMBRUST, 2010), (FRAN- CO; CAVASINI; DARIDO, 2014). Esse desloca- mento pode ser por meio do trekking, mountain bike, técnicas verticais, rafting, canoagem e ca- valgada. Cada uma delas será utilizada de acordo com o terreno escolhido e dificuldade da corrida (ROMANINI; UMEDA, 2002). Para a prática desse esporte, lembrem das bús- solas e mapas, pois eles irão auxiliar na orientação. Figura 33 - Mapa e bússula 78 ESPORTES COMPLEMENTARES As regras da corrida de aventura podem variar de acordo com as características de cada região e do público participante, podendo durar horas ou dias; mas, em geral, de acordo com Pereira e Arm- brust (2010), este esporte é praticado por equipes de três a cinco pessoas, sendo a equipe formada por pessoas de ambos os sexos. Cada equipe deve percorrer os Postos de Con- trole (PCs), que estão espalhados na região da com- petição de forma estratégica. Os PCs possuem uma determinada ordem e os participantes devem passar por eles para ter sua corrida validada. Os atletas con- tam com o auxílio externo nas Áreas de Transição (ATs), onde se encontra uma equipe de apoio com equipamentos e suprimentos, assim como a equipe médica e o resgate (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Kitesurf O Kitesurf é um esporte aquático recente que mis- tura surf, windsurf e wakeboard (BERNEIRA et al., 2011), no qual o praticante utiliza a força do vento para deslizar com uma prancha sobre a água (MA- CHADO; COERTJENS, 2011), assim, ele depende da sintonia entre propulsão, direção, equilíbrio e também das condições climáticas (LUCENA; SIL- VA; BRASILEIRO, 2013). Ele pode ser praticado em rios, mares e lagos desde que tenham ventos adequados (12 nós). Para sua prática, então, é ne- cessário uma prancha onde se apoia os pés com- binada com pipas (kites) presas em um cinto na cintura do praticante (LUCENA; SILVA; BRASI- LEIRO, 2013). Além disso, conta-se com umabarra de controle para controlar a direção e velocidade (PACIEVITCH, 2017, on-line)15. O ensino de esportes de aventura por vezes perpassa um conteúdo multidisciplinar. As- sim, é possível trabalhá-lo em parceria com outras disciplinas. REFLITA EDUCAÇÃO FÍSICA 79 URBANO Escalada indoor É a escalada esportiva praticada em lugares fecha- dos, podendo estes serem, até mesmo, academias e ginásios, com muros com agarras artificiais fixadas, formando um caminho de diferentes níveis de difi- culdade (SILVA et al., 2007; MARINHO; BRUHNS, 2015). Marinho e Bruhns (2015) ressaltam que a es- calada indoor é usada para treinamento que, poste- riormente, será aplicado na escalada de montanhas. 80 ESPORTES COMPLEMENTARES Patins in-line O patins in-line é uma modalidade recente, na qual se utiliza de patins para sua prática. Sua história teve início nos países frios europeus, onde pessoas deslizavam pelo gelo com ossos de animais fixados aos pés (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). No Brasil, o patins in-line surgiu em 1993 e virou uma febre, começando a ser realizadas competições amisto- sas. A oficialização da modalidade de Patinação se deu em 1999 (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ESPORTES RADICAIS, [2018] on-line)16. O Patins in-line conta com cinco modalidades de acordo com a Confederação Brasileira de Espor- tes Radicais ([2018] on-line)16. São elas: • Slalom Inline (Speed e Freestyle): modalidade na qual se corre entre os cones. No Speed, vence quem terminar o percurso mais rápido e no Freestyle se tem a execução de manobras entre os cones. • High Jump: salto em altura de patins (Pure High Jump), tendo a disputa de melhor manobra (Best Trick). • Street: consiste em realizar gaps (saltos), giros e grinds (deslizamento pelo corrimão) no ambiente urbano, como escadas, rampas e telhados. • Vert: manobras da modalidade street executa- das em rampas em forma de “U”, chamadas de Halfpipe. • Park: praticada em pistas especializadas locali- zadas, geralmente, em “parks” ou “skatepark’s”. EDUCAÇÃO FÍSICA 81 Bike Biketrial é um esporte individual prati- cado com bicicletas especiais para a mo- dalidade com o objetivo de passar por obstáculos naturais ou não o mais rápido possível com menor contato dos pés com o solo (BIKETRIAL INTERNATIONAL UNION, 2018, on-line)17. A Bike BMX é um esporte individu- al no qual se utiliza uma bike, e com ela se deve percorrer uma pista de 470 metros de extensão para os homens e 430 metros para as mulheres cheia de obstáculos (COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO, 2015, on-line)18. 82 considerações finais Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa segunda unidade, na qual apresentamos diferentes formas de trabalhar os esportes de aventura e reconhecemos a necessidade de superar apenas o ensino das práticas corporais mais tradicionais e inserir o espor- te de aventura de maneira efetiva nas aulas de Educação Física. Também pudemos oferecer subsídios para que você, futuro(a) professor(a), possa aplicar esse conteúdo, adaptando os locais e materiais necessários para sua prática escolar, pois sabemos que as escolas e as regiões as quais estão inseridas apresentam características distintas. A fim de compreender como os campos de atuação dos esportes de aventura se apresentam, tratamos de forma ampla o assunto não apenas no contexto escolar, mas também abordamos as formas de aplicação dos esportes de aventura e suas princi- pais características em diversos outros ambientes. Por meio dos temas desenvolvidos, você também poderá organizar atividades que levem seus alunos a conhecerem o contexto histórico do esporte de aventura e entender como as modalidades de hoje receberam influências de diferentes momentos históricos. Ao compreender as principais características e classificações do esporte de aven- tura e reconhecer as diferentes formas de aplicabilidade no ambiente escolar, possibi- litamos de forma efetiva a aplicação pedagógica desse conteúdo também de maneira interdisciplinar contando com a participação efetiva de outros atores escolares. Não deixe de aplicar e compartilhar com seus alunos tudo que aprendemos aqui! Forte abraço! considerações finais 83 atividades de estudo 1. O Skate é um esporte radical classificado como de ação do ambiente urbano; no entanto, sua origem não é certa. Uma das vertentes que po- dem ter dado início ao skate está relacionada ao surfe, um esporte de ambiente aquático. Com base nas leituras sobre o Skate desta unidade, responda Verdadeiro (V) paras as respostas cor- retas e Falso (F) para as respostas erradas. ( ) As origens do Skate não apontam com precisão para um fato único, podendo ela estar relacio- nada ao uso de patinetes sem o guidão e ao uso de pranchas com rodinhas. ( ) O Skate chega ao Brasil em 1960 e fica conhe- cido como “sidewalk surfing”, traduzido como “surfe na calçada”. ( ) Desde a criação do Skate, em 1950, na Califórnia- EUA, ele era tido como um modo de vida por seus praticantes, assim como sua prática era adotada com o objetivo de integração a um grupo. Assinale a alternativa correta: a) V, V, F. b) V, F, F. c) F, V, V. d) F, F, V. e) F, F, F. 2. Com o passar dos anos, o Skate foi evoluindo, tanto em questões relacionadas à sua estrutura e competições quanto nas manobras. Além dis- so, foram sendo criadas modalidades para esse esporte. Com apoio na leitura feita sobre o Skate e sua prática, analise as afirmativas que seguem e, em seguida, marque a alternativa correta: I) Todas as modalidades do Skate devem ser práticas com o intuito competitivo, buscan- do a realização de manobras diversas e alto grau de complexidade. II) A modalidade Street é baseada em obstá- culos encontrados nas ruas, como bordas, escadas, corrimãos e descidas. III) Banks é uma modalidade do Skate pratica em pista mais ovalada semelhante à pisci- na antigas. IV) Em todas as modalidades do Skate, é im- portante o uso de equipamentos de se- gurança, como capacete. No entanto, na iniciação, estes podem ser dispensáveis, devido à pequena velocidade alcançada. V) Há inúmeras manobras que podem ser rea- lizadas com o Skate, entre elas temos: front- side, backside, slide, ollie, speed e varial. Assinale a alternativa correta. a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas II e V estão corretas. c) Apenas I está correta. d) Apenas II, III e IV estão corretas. e) I, II, III e IV estão corretas. 3. Sabemos que a realidade de muitas escolas não permite que trabalhemos os variados conteúdos que competem à Educação Física com a estrutura adequada, principalmente ao se tratar de espor- tes de aventura. No entanto, podemos usufruir em nossas aulas das riquezas naturais que nos- so município apresenta. Dessa forma, descreva quais as possibilidades e vantagens de se tra- balhar o conteúdo de Mountain Bike, Corrida de orientação e Trekking de maneira interdisciplinar? 4. Por meio da leitura dessa unidade, pudemos compreender e categorizar os esportes de aven- tura e assimilar os aspectos históricos que con- templam cada modalidade. Dentro desse con- texto, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta quanto às características his- tóricas dos esportes de aventura. 84 atividades de estudo I) Muitos acreditam que o Slackline originou- -se da prática do Highline por montanhis- tas. No entanto, tal prática originou-se do circo por meio do equilibrismo. II) A corrida de aventura surgiu a partir da Revolução Industrial quando a população tornou-se, em sua grande maioria, urba- na sentindo a necessidade de buscar um contato com a natureza nos momentos de lazer. III) A prática da canoagem está ligada histori- camente à necessidade dos povos indíge- nas em retirar do mar o próprio sustento. IV) O Mountain Bike nasceu em 1987, duran- te a cobertura de uma corrida de vela por um jornalista, pois a partir disso ele teve a ideia de criar uma competição parecida com esta, sem transportes motorizados. V) A prática do montanhismo está presentedesde o Renascimento, quando em 1492, o camareiro do rei Francês Carlos VIII rece- beu a ordem de subir até o topo de Monte Agulha, para relatar que se via lá de cima. Assinale a alternativa correta. a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas III e V estão corretas. c) Apenas III está correta. d) Apenas II, III e IV estão corretas. e) I, II, III e IV estão corretas. 5. O parkour é um esporte de aventura que tem como objetivo percorrer um percurso, e com seu próprio corpo alcançá-lo, vencendo os desafios e transpondo obstáculos que aparecerem durante o caminho. Como um(a) professor(a) de Educa- ção Física poderia trabalhar com essa modalida- de na iniciação? 6. Durante esta unidade, aprendemos o conceito de esportes de aventuras e, consequentemente, conhecemos algumas dessas práticas que po- dem ser trabalhadas por professores de Educa- ção Física. Sobre as características desses espor- tes, leia as afirmações a seguir: I) Inicialmente, uma forte característica dos es- portes de aventura é a presença de “riscos”. II) A segurança é indispensável na prática dos esportes de aventura, principalmente quan- do se trabalha na iniciação. III) Segundo Pereira, Armbrust e Ricardo (2008), os esportes de aventura podem ser classi- ficados em: Aquáticos, Aéreos, Terrestres, Mistos e Urbanos. IV) O equilíbrio é uma das capacidades motoras que pode ser trabalhada e que auxiliará no ensino dos esportes de aventura, por exem- plo ao se equilibrar no slackline. Assinale a alternativa correta. a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. b) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. c) Apenas a afirmativa II está correta. d) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. e) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. 85 LEITURA COMPLEMENTAR Os esportes de aventura podem ser praticados por to- das as pessoas, inclusive com deficiência. Veja o excerto sobre o canoismo para pessoas com deficiência visual, retirado de um estudo feito por Carvalho (2005): “Os esportes na natureza não devem ser restritos a gru- pos específicos de pessoas, como o de aventureiros fa- mosos ou de pessoas que possuam um perfil imposto pelo padrão social como sendo os únicos capazes de re- alizar proezas ou simplesmente pela mídia. Através de uma proposta pedagógica e de uma metodologia estru- turada, é possível fazer com que outros grupos como o de pessoas com deficiências de qualquer natureza, bioti- pos diferenciados, ou até com problemas de ordem psi- cológica consigam ter acesso a estes esportes modernos, podendo desfrutá-los com segurança e com os mesmos direitos de se expor ao risco imaginário”. Frente a isso, Carvalho (2005) propôs um programa pe- dagógico para o ensino da canoagem a um grupo de pes- soas com deficiência visual. Veja alguns passo: “Para ensinar ao grupo de deficientes visuais o que era especificamente o canyoning, optamos por desenvolver as atividades de forma pedagógica e gradativa, conside- rando os níveis de complexidade. Após a etapa de ex- plicações verbais sobre o tema, iniciamos as aulas com base no reconhecimento dos materiais e equipamentos pessoais que são utilizados na prática do canyoning. Pen- sando em facilitar a compreensão dos alunos e causar maior interação no grupo, inclusive entre os monitores, exploramos atividades nas quais os alunos tinham que utilizar o próprio corpo formando figuras que correspon- deriam ao equipamento a ser utilizado nas aulas subse- qüentes. Antes porém, todos tinham acesso ao equipa- mento para senti-lo e tateá-lo para o reconhecimento”. Vejam um exemplo trazido no estudo de atividade para o ensino da canoagem a pessoas com deficiência visual: “Atividade 1 : Brincadeira de Vestir a Cadeirinha Montamos duas equipes divididas em duas colunas dis- postas uma ao lado da outra. Alguns metros à frente ha- via dois monitores, um frente a cada coluna. Cada aluno tinha em suas mãos uma cadeirinha de escalada. Ao sinal do professor o primeiro da coluna deveria se deslocar até o monitor e vesti-lo corretamente com a cadeirinha e sentar-se atrás dele. Em seguida, o próximo da fila de- veria executar o mesmo procedimento colocando outra cadeirinha no mesmo monitor, o que se tornava cada vez mais complicado em função do acúmulo de cadeirinhas. A equipe que terminasse primeiro e com todas as cadei- rinhas devidamente fechadas seria a vencedora. Nesta brincadeira buscamos treinar a capacidade dos alunos na colocação do equipamento em um colega, aprendendo a manuseá-lo e com níveis de dificuldade progressiva”. Fonte: adaptada de Carvalho (2005). 86 material complementar PST/Navegar: aspectos técnicos e pedagógicos Rodrigo Cavasini, Ricardo Demetrio de Souza Petersen, Fábio de Oliveira Petkowicz. Editora: Eduem Sinopse: esse livro trata de aspectos técnicos e pedagógicos de esportes de aven- tura aquáticos, Canoagem, Remo e Vela. Além disso, conta com tópicos sobre im- pactos ambientais e gestão de risco dos esportes de aventura. Assim, ao estudar esse material, você saberá mais sobre os esportes aquáticos e como aplicá-los na escola com segurança, minimizando a poluição da natureza. Indicação para Ler Tudo por um sonho 2012 Sinopse: Jay Moriarity, 15 anos, trabalha e estuda para ajudar sua família. Um dos sonhos de Jay é enfrentar as maiores ondas do mundo na costa Mavericks. Morando com a mãe e irmã, em Santa Cruz, Califórnia, é em seu vizinho e surfis- ta Frosty Hesson que o garoto se espelha. Por meio das orientações e apoio de Frosty, o garoto irá realizar o necessário para atingir seu sonho. Indicação para Assistir Vida sobre Rodas 2010 Sinopse: Esse documentário apresenta o caminho percorrido nas últimas dé- cadas pelo Skate no Brasil. Histórias, manobras, desenvolvimento das técnicas desse esporte por quem vivenciou toda essa transformação e os desafios en- frentados pelo Skate. Indicação para Assistir http://www.lume.ufrgs.br/browse?type=author&value=Petersen,%20Ricardo%20Demetrio%20de%20Souza http://www.lume.ufrgs.br/browse?type=author&value=Petersen,%20Ricardo%20Demetrio%20de%20Souza http://www.lume.ufrgs.br/browse?type=author&value=Petkowicz,%20F%C3%A1bio%20de%20Oliveira http://www.lume.ufrgs.br/browse?type=author&value=Petkowicz,%20F%C3%A1bio%20de%20Oliveira 87 material complementar Yamakasi - Les samouraïs des temps modernes 2001 Sinopse: Jovens, aventura, emoção. Esse filme representa um grupo de Jovens franceses, os Yamakasi, que imersos na prática do Parkour objetivam diversão e o reconhecimento da modalidade. Entretanto, os policiais locais não compreen- dem a prática do Parkour dessa forma. Indicação para Assistir Neste vídeo, você poderá acompanhar alguns dos movimentos básicos do Parkour realizados por adolescentes e sua aplicação em uma escola. Acesse o conteúdo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6FXJn6FWgE4>. Indicação para Acessar 88 referências ALVES, C. S. R.; CORSINO, L. N. O Parkour como Possibilidade para a Educação Física Escolar. Revis- ta Motrivivência, ano XXV, n. 41, p. 247-257, dez. 2013. ANGEL, J. Ciné Parkour. França: Brighton, 2011. ARMBRUST, I.; LAURO, F. A. A. O skate e suas pos- sibilidades educacionais. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 3, p. 799- 807, 2010. Disponível em: <http://www. scielo.br/pdf/motriz/v16n3/a28v16n3.pdf>. Acesso em: 10 set. 2018. BERNEIRA, J. O.; DOMINGUES, M. R.; MEDEI- ROS, M. A.; VAGHETTI, C. A. O. Incidência e ca- racterísticas das lesões em praticantes de kitesurf. Revista Brasileira Cineantropometria e Desempe- nho Humano. Florianópolis, v. 13, n. 3, p. 195-201, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbc- dh/v13n3/06.pdf>. Acesso em: 10 set. 2018. CARVALHO, A. J. S. Esportes na natureza: estra- tégias de ensino do Canionismo para pessoas com deficiência visual. 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O professor de Geografia pode- rá ajudá-lo, durante a caminhada ou pedalada, a reconhecer os tipos de rochas, tipo de terreno característico da região. O professor de Biologia poderá explicar sobre os principais animais que habitam esses locais e caracterizar as principais árvores e plantações predominantes na região. O professor de História poderá contextualizar o surgimento desses esportes. Esse tipo de aula possibilitará ao aluno o contato direto comos diversos conteúdos escolares de maneira não fragmentada, de modo que o mesmo objeto de estudo levará ao aluno uma gama de conheci- mento, além de tornar a aula mais dinâmica. 4. B. 5. Na iniciação do parkour, é indicado que utilize o ensino de saltos, rolamentos e aterrisagens, pois são adequados e muito atraentes para as crianças e adolescentes. Depois, o trabalho com pequenos circuitos de transposição pode ser utilizado. A ideia de pequenos circuitos com transposições de objetos e espaços são ideais para a prática do parkour. O mais importante é que o aluno vivencie essa modalidade rica em habilidades e capacidades motoras. 6. E. Professora Dra. Ana Luiza Barbosa Anversa Professor Dr. Patric Paludett Flores Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Peteca • Badminton • Tênis de Campo • Tênis de Mesa • Esportes com Rede Divisória na Escola Objetivos de Aprendizagem • Compreender os aspectos históricos, regras e fundamentos da Peteca e sua aplicabilidade em situação de jogo. • Compreender os aspectos históricos, regras e fundamentos do Badminton e sua aplicabilidade em situação de jogo. • Compreender os aspectos históricos, regras e fundamentos do Tênis de Campo e sua aplicabilidade em situação de jogo. • Compreender os aspectos históricos, regras e fundamentos do Tênis de Mesa e sua aplicabilidade em situação de jogo. • Refletir sobre a aplicabilidade dos esportes com rede divisória no contexto escolar. ESPORTES COM REDE DIVISÓRIA unidade III INTRODUÇÃO Olá, caro(a) aluno(a), nesta unidade vamos conhecer um pouco de algumas modalidades esportivas da família dos esportes com rede divisória. Esses esportes se caracterizam pela necessidade de se arremessar, lançar ou bater em uma bola ou peteca em direção ao campo contrário (sobre uma rede divisó- ria) de tal forma que o rival não consiga devolvê-la de forma satisfatória (dar sequência ao rally ou marcar ponto). Várias modalidades no mundo todo podem ser classificadas nessa categoria e ambas se orientam por desafios táticos próximos. Podemos citar como alguns exemplos: voleibol, vôlei de praia, tênis, tênis de mesa, badminton, peteca, pádel, sepaktakraw, ringo e ringtennis. Nota-se, como característica comum dessas modalidades, a importância de sem- pre interceptar a trajetória da bola ou peteca ao mesmo tempo em que se busca jogá-la para o lado contrário. Para esta unidade, vamos conhecer só algumas modalidades espor- tivas dessa família, em especial as que se configuram pelo vai e vem da bola ou peteca ser direto (alternado direto), o que possibilita apenas um toque. No entanto, você aprendendo algumas delas, é possível transferir e relacionar os conhecimentos de uma para outras modalidades. Sendo assim, as modalidades esportivas apresentadas ao longo des- ta unidade são: Peteca, Badminton, Tênis de Campo e Tênis de Mesa. Para cada modalidade, buscaremos aprender sobre sua história dentro do campo esportivo, suas características enquanto jogo, bem como suas principais regras básicas e suas possibilidades no contexto escolar. Nossa ideia é apresentar algumas das diferentes práticas corporais da Educação Física, derivadas do conteúdo estruturante do esporte, para que você construa novas formas de jogar inventadas com base na lógica dessas modalidades esportivas. Por isso, não deixe de criar, experimen- tar e ensinar novos jogos de rede divisória. Boa leitura e aproveite os conhecimentos adquiridos! 96 PETECA A peteca é uma modalidade esportiva de origem brasileira. Desde antes do descobrimento do Brasil, ela já era um jogo muito praticado pelos índios na- tivos como atividade esportiva para ganho de aque- cimento corporal durante os dias frios do inverno. Essa atividade estava presente em todas as festas e rituais das tribos indígenas e, como uma manifes- tação cultural, com o passar dos anos, geração por geração, acabou se difundindo por todo o país. O nome peteca é de origem Tupi (peteca – ba- ter com a mão). Sua origem condiz muito com a característica do jogo, sua simplicidade. Para praticar esse esporte, de forma recreativa ou com- petitiva, não há a necessidade de grandes imple- mentos, sendo a peteca o único existente – a qual pode ser facilmente adaptada com materiais alter- nativos (GINCIENE; GONZÁLEZ, 2017). Vamos conhecer melhor o esporte peteca? EDUCAÇÃO FÍSICA 97 A HISTÓRIA DA PETECA A peteca, conforme a Confederação Brasileira de Peteca (CBP), como recreação, era praticada pelos índios brasileiros, mesmo antes da chegada dos por- tugueses. Consequentemente, por meio de sucessi- vas gerações, nossos antepassados também foram praticando, o que fez essa recreação indígena chegar a todo o território brasileiro (CBP, 2017, on-line)1. Na primeira participação do Brasil nos Jogos Olímpicos de 1920, na Antuérpia – capital da Bélgica –, os atletas brasileiros levaram petecas como estraté- gia de aquecimento e até recreação. Tal jogo acabou atraindo olhares e despertando o interesse de atletas de outros países, o que possibilitou uma maior visi- bilidade dessa atividade (GINCIENE; GONZÁLEZ, 2017). Em registros da época, destaca-se que o então chefe da Delegação Brasileira, Dr. José Maria Castelo Branco, viu-se embaraçado pelos insistentes pedidos de regras formuladas de técnicos e atletas finlande- ses, os quais demonstraram interesse pela nova ativi- dade esportiva (CBP, 2017 on-line)1. Coube a Minas Gerais o privilégio de dar senti- do competitivo à modalidade peteca. Na década de 40, os clubes pioneiros de Belo Horizonte realizaram os primeiros jogos internos entre clubes da cidade, o que possibilitou a transformação dessa recreação, an- tes praticada na rua, na grama ou na areia, em esporte, praticado, a partir de então, em quadras. Contudo, so- mente em 1973 que surgiram as regras da peteca e, com isso, dois anos depois, a criação da Federação Mineira de Peteca (FEMPE), consolidando o pioneirismo do estado nesse esporte nascido e desenvolvido no Brasil. Mas quando a peteca foi oficializada como uma modalidade esportiva? Somente em 1985 que esse jogo se tornou um esporte, conforme deliberação do Conselho Nacional de Desporto n° 15, de 17 de agosto de 1985, em Brasília. Em 1986, em Belo Ho- rizonte, sob o comando do desportista Walter José dos Santos, então dirigente do Departamento de Peteca, aconteceu a primeira reunião para codificar as regras e regulamentos dessa modalidade, os quais foram adotados para o primeiro Campeonato Brasi- leiro de Peteca no ano de 1987 (CBP, 2017 on-line)1. A potência desse esporte levou-o para fora das fronteiras de Minas Gerais, instalando-se no Dis- trito Federal, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Pa- raná, Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Com o crescimento do esporte nesses estados, surgiram as suas federações e logo depois a CBP, que tem, atualmente, sua sede em Belo Horizonte-MG. Apesar de tanto tempo de existência, a pete- ca como esporte institucionalizado ainda é muito recente se comparada a outros esportes (GINCIE- NE; GONZÁLEZ, 2017). Contudo, a modalidade vem crescendo e ganhando mais adeptos, graças à organização de federações, confederações e cam- peonatos nacionais. Para além do Brasil, jogam-se peteca também no Paraguai, Bolívia, Chile, Estados Unidos, Por- tugal, Holanda, França, Alemanha, Suíça, Estônia, Lituânia, Rússia, China e Japão. Porém, ainda não existem competições internacionais oficiais para essa modalidade esportiva, embora já estejam sendo feitos congressos para reverter tal situação, como na Alemanha no ano de 2000 e na Estônia em 2002, bem como competições de destaque fora do Brasil, igual a que aconteceu na França em 2006, entre atletas franceses e brasileiros com o objetivo de difundir, ainda mais, a prática desse esporte naquele país (CBP, 2017, on-line)1. 98 O JOGO DA PETECA A peteca é um esporte de rede divisória, semelhante ao badminton, sóque sem a raquete. Os jogadores podem utilizar qualquer uma das mãos para bater na peteca. Essa modalidade pode ser praticada por qual- quer pessoa, em qualquer idade, e sua lógica interna não é muito distante de outras práticas corporais co- nhecidas pelos brasileiros, por exemplo, o voleibol (segundo esporte mais popular no país). Em ambos esportes, o objetivo do jogo é fazer a peteca/bola passar sobre a rede e cair no espaço contrário, con- tudo, a diferença entre ambas as modalidades é que na peteca é possível utilizar apenas um toque para concluir tal ação, enquanto no voleibol são permi- tidos três toques (GINCIENE; GONZÁLEZ, 2017). O jogo pode ser disputado de diferentes forma- tos: Simples (1v1) masculino ou feminino, duplas (2v2) masculinas e femininas. O diferencial entre os formatos de disputa (simples ou duplas) está nas dimensões da quadra (Figura 1), que apresenta di- mensões de 15,0 m x 7,5 m para duplas, e 15,0 m x 5,50 m para simples, dividido em duas metades, cada uma para o uso de uma das equipes contrárias. Você sabia que existe uma modalidade de peteca que se joga em países da Europa e Ásia que muito se parece com o voleibol, denominada de Indiaca? No entanto, as equipes jogam com cinco e não seis jo- gadores. Essa modalidade é organizada pela International Indiaca Association (Associação Internacional de Indiaca, nome internacional da peteca). Criada em Berlim no ano de 2000, essa federação propôs-se a regulamentar as diferentes formas do jogo e promover torneios internacionais da modalidade. As maiores federações do esporte se encontram na Alemanha e Japão, mas também são membros da Associação a Suíça, Estônia, Eslováquia, Brasil e Luxemburgo. Fonte: adaptado de Ginciene e González (2017). SAIBA MAIS 5 5 5 1500 5 5 750 5100 550 Q uadra de Peteca 75ou 175 Figura 1 - Dimensões da Quadra de Peteca Fonte: Feperj… ([2017], on-line). https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=International_Indiaca_Association&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=International_Indiaca_Association&action=edit&redlink=1 http://feperj.blogspot.com.br/p/regulamento.html EDUCAÇÃO FÍSICA 99 Sobre a rede (Figura 2), para jogos da categoria mascu- lina, esta deverá apresentar uma altura de 2,43 m; para a categoria feminina e até 12 anos, ela deverá ter 2,24 m. Para além dos aspectos táticos citados, os movi- mentos (Quadro 1) também são muito importantes no jogo, e precisam ser aprendidos nos momentos certos e quando fizeram sentido para o atleta. 760 50 83 60 243 Dimensões da rede Figura 2 - Dimensões da Rede Masculina Fonte: Feperj… ([2017], on-line). Como é confeccionada a peteca oficial para essa modalidade? O diâmetro da base da peteca (Figura 3) deve ter de 5 a 5,2 cm e a altura total delas deve ser de 20 cm, in- cluindo as penas. O peso da peteca deve ser de 40 a 42 gramas, aproximadamente. Em relação às penas, elas devem ser brancas, em núme- ro de quatro, montadas paralelamente duas a duas, de modo que o quadrado formado caiba num círculo ideal com diâmetro de, aproxi- madamente, 5 cm. As penas podem ter outra coloração nas situações em que a cor branca prejudica a visibilidade dos jogadores ou de meios de gravação em vídeo. A base deve ser construída com discos de borracha, montados em camadas sobrepostas. No jogo, o objetivo central é fazer com que a peteca caia no chão da quadra adversária, ou forçar o erro adversário para que devolva o móvel. Nesse sen- tido, é necessário que o jogador com- preenda as intenções táticas (Figura 4), criadas para a modalidade da peteca. Figura 3 - Peteca TÁTICA DE JOGO Não errar Preparar o ponto sem precipitação, criando a oportunidade adequada Antecipar jogada Explorar o lado fraco do adversário Usar seus pontos fortes (jogadas que executa bem) Dosar o esforço físico Não jogar a peteca na mão do adversário (peteca a meia altura) Figura 4 - Táticas de jogo na peteca Fonte: os autores. Quadro 1 - Movimentos demandados pelo jogo de peteca MOVIMENTO CARACTERÍSTICAS SAQUE Pode ser por baixo ou por cima TOQUE Pode ser feito com a direita ou esquerda, mas nunca com as duas mãos ao mesmo tempo. Pode ser feito por baixo ou por cima CORTADA Golpe de ataque, muito parecido com a cortada do voleibol. PINGADA Golpe curto próximo à rede, pareci-do com a deixadinha ou drop-shot. Fonte: os autores. Assista ao vídeo de Movi- mentos do jogo da pete- ca. Para acessar, use seu leitor de QR Code. http://feperj.blogspot.com.br/p/regulamento.html 100 REGULAMENTOS E NORMAS DA PETECA A peteca é posta em jogo por meio de um saque, no qual o jogador golpeia com a mão a peteca para que passe por cima da rede. A peteca deve ser jogada para o outro lado da quadra com um único toque, sem que tenha tocado o solo. Atualmente, utiliza-se o sistema de vantagens para contagem de pontos. Cada partida é disputada em sets, que chegará ao fim quando uma das equipes alcançar 12 pontos ou após 20 minutos de jogo. O atleta ou dupla que ganhar dois sets pri- meiro, ganha a partida. Outro detalhe importante é que após o saque, o ponto deverá ser finalizado em 30 segundos, senão a vantagem será revertida. Colocados os jogadores na quadra, um deles inicia o jogo com um saque postado atrás da linha de fundo, no qual ele segura a peteca com uma mão, batendo nela com a outra, a fim de jogá-la, por cima da rede, para a quadra adversária. O jogador ou dupla adversária deve, então, re- bater a peteca, devolvendo-a, também, por cima da Figura 5 - Jogo da peteca Fonte: Barata... (2013, on-line). rede (Figura 5), mas com apenas um toque, como no jogo de tênis de campo ou mesa. Posta a pete- ca em jogo, ela vai sendo jogada de um adversário para outro até que seja marcado um ponto. O atleta ou dupla consegue o ponto quan- do não deixa a peteca cair em seu campo, ou não aconteceu nenhuma falta técnica (toque na rede, invasão da linha central, condução etc.) ou, ain- da, quando o adversário não consegue rebatê-la, ou se consegue, não a devolve dentro dos limites do campo adversário, porque bateu na rede ou foi fora dos limites da quadra. Para disputa do ponto seguinte, o jogador que conseguiu o ponto inicia nova disputa mediante um novo saque. Vale lembrar, como foi mencionado ante- riormente, que o tempo também é um condicio- nante da disputa. As regras completas são muito mais específicas e podem ser encontradas na CBP ([2017], on-line)1. Assista ao vídeo Jogo da peteca. Para acessar, use seu leitor de QR Code. EDUCAÇÃO FÍSICA 101 BADMINTON O badminton é um esporte de raquete que integra a família dos esportes com rede divisória. Pelas estimativas, ele é um dos esportes praticados por milhões de pesso- as em todo o mundo. Este secular jogo de peteca, que foi regulamentado na Inglaterra, em cone- xão com a Índia e com raízes lúdicas nos antigos hábitos de lazer da China, dos gregos e romanos, dos povos astecas e até mesmo entre os indíge- nas brasileiros, adquiriu uma legião de aprecia- dores, em especial após a estreia nas Olimpía- das de Barcelona, em 1992 (SESI, 2012). 102 No Brasil, esse esporte ainda é pouco conhecido, diferentemente de alguns países europeus e asiáti- cos, no qual a modalidade faz parte da cultura as- sim como o futebol se faz presente na nossa. Con- tudo, nosso país viveu/vive um momento único no esporte, foi sede em 2016 dos Jogos Olímpicos do Rio, no qual pode presenciar inúmeras moda- lidades que ainda não têm certa visibilidade e que podem se tornar práticas corporais do dia a dia da nossa população, por exemplo, o badminton. Vamos conhecer essa modalidade esportiva? O BADMINTON E SUA HISTÓRIA O badminton tem origem em Poona, uma cidade mística do oeste da Índia, estado de Maharashtra, berço da meditação, a qual, no século XIX, tinha como tradição um jogo nada místico batizado com o nome da cidade e que representava uma atividade de convivência e recreação. Jogar ‘poona’ restringia- -seem manter no ar uma espécie de peteca (conhe- cida também de volante ou birdie), rebatida de um lado a outro por garotos que seguravam um tipo de tamborete, parecido com um pequeno remo. A competição não existia durante o jogo, a ênfase se dava na movimentação, distração e leveza, o que chamava também a atenção dos adultos, os quais transformavam as reuniões para jogar ‘poona’ em pretexto para agradáveis piqueniques (SESI, 2012). O entretenimento conquistou a todos, princi- palmente, oficiais ingleses a serviço na Índia, os quais criaram gosto em jogar ‘poona’ e não demo- raram a levar para a Grã-Bretanha os princípios básicos do jogo (CBBd, 2017, on-line)2. A partir disso, com o auxílio de uma rede que dividia o es- paço de jogo, demarcando o campo de competição, era só criar um conjunto de códigos e um modo de pontuação para a diversão acontecer. E foi as- sim que certo Duque de Beaufort fez, ao receber a novidade no início da década de 70. O jogo se tornou popular na propriedade do Duque, e a li- gação Poona e Gloucestershire, cidade do sudoeste da Inglaterra, na qual ficava a propriedade, estava criada (SESI, 2012). O nome da propriedade do Duque, Casa de Badminton, significou a certidão de batismo ocidental ao jogo, e por isso recebeu o nome atual (GINCIENE; ABURACHID, 2017). No ano de 1893, foi fundada a Badminton As- sociation of England, na Grã-Bretanha, e dois anos após sua equivalente nos Estados Unidos. O pri- meiro torneio internacional de badminton, o All England Open Championships, surgiu em 1899, na cidade inglesa de Birmingham. O prestígio deste torneio foi tão significativo que até 1977, ano em que oficialmente o Campeonato Mundial passou a ser disputado, o vencedor do All England era, para todos os efeitos, o campeão do mundo (SESI, 2012). Em 1934, foi criada a Federação Internacional de Badminton – International Badminton Fede- ration (IBF) –, situada, logicamente, em Glouces- tershire, com nove membros: Canadá, Dinamar- ca, Inglaterra, França, Irlanda, Países Baixos, Nova Zelândia, Escócia e País de Gales). Três anos depois, uma representação foi criada na Índia como um reconhecimento do local de origem do jogo, bem como para atender a demanda crescente de clubes asiáticos de badminton. Em 1948, a IBF realizou a Thomas Cup, primeira competição internacional por equipes, no masculino, e após oito anos a Uber Cup, versão feminina do torneio (SESI, 2012). EDUCAÇÃO FÍSICA 103 O aumento do número de torneios internacio- nais e de praticantes da modalidade levou o Co- mitê Olímpico Internacional (COI) a estruturar um teste-exibição do badminton durante os Jo- gos Olímpicos de Munique, em 1972. No ano de 1988, nas Olimpíadas de Seul, a modalidade foi disputada em caráter experimental, mas somente nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, que a modalidade foi incorporada, na qual a Indonésia se tornou o primeiro país a ganhar medalhas de ouro na história desse esporte olímpico, conquis- tando os títulos de simples masculino e feminino. Na Olimpíada seguinte, em Atlanta, os jogos de duplas mistas foram introduzido (SESI, 2012). Desde então, a partir do número de medalhas de ouro distribuídas até a última Olimpíada do Rio (Figura 6), nota-se o domínio soberano de três países asiáticos: China, Indonésia e Coreia do Sul. Figura 6 - Badminton: Olimpíadas do Rio - 2016 104 JOGANDO BADMINTON A prática do badminton exige peculiaridades físicas e mentais. Você vai encontrar a competitividade do voleibol, as exigências musculares e psicológicas do tênis de mesa, a concentração do tênis de campo e o domínio apurado de movimentações e rotações comuns a todos os esportes de quadra fechada, do futsal ao basquete, passando pela esgrima. Porém, além de toda essa exigência corporal, o badminton possui a leveza como marca estética do jogo, tornan- do-o plástico e dinâmico (SESI, 2012). O jogo pode ser disputado em diferentes for- matos: Simples (1v1) masculino ou feminino, du- plas (2v2) masculinas e femininas e duplas mistas. O diferencial entre os formatos de disputa (simples ou duplas) está nas dimensões da quadra (Figura 7). O badminton, normalmente, é disputado em locais fechados, em uma quadra dividida por uma rede, a qual deve ter uma trama bem esticada de forma que seus fios superiores fiquem no mesmo alinhamento dos postes. A rede pode ser fixada em postes ou em suportes fora da área da quadra. Para evitar acidentes, o espaço deve ser de material an- tiderrapante, e suas marcações precisam ser feitas de cores de fácil visualização. Figura 7 - Dimensões da Quadra de Badminton Fonte: os autores. EDUCAÇÃO FÍSICA 105 Quais são os equipamentos necessários para jogar badminton? Petecas: as petecas (Figura 8), usadas em competi- ções, pesam entre 4,74 e 5,50 gramas. Existem dois tipos de petecas, as tradicionais, feitas com penas de ganso, e as sintéticas, feitas de nylon. Ambas possuem bases esféricas feitas de cortiça ou poliu- retano, contendo um pequeno peso de chumbo, sem o qual a peteca seria muito leve para percorrer as distâncias necessárias. A esta base estão fixadas 16 penas, e no caso das petecas de nylon, uma ‘saia’ deste material. Jogadores profissionais só utilizam as petecas de penas, que só duram alguns rallys, pois as penas não suportam os golpes. Raquetes: a raquete (Figura 9) é, sem dúvida, o principal equipamento do badminton, sendo sua escolha muito importante para um bom de- sempenho nas quadras. Elas variam de 85 a 110 gramas em peso. Qual é o objetivo a ser alcançado ao jogar badminton? O objetivo do jogo é rebater a peteca sobre a rede para que esta toque o solo da quadra adversária, ou que o(s) adversário(s) não consiga(m) devolvê-la (GINCIENE; ABURACHID, 2017). Apesar de se assemelhar muito ao tênis de campo pelo objetivo do jogo, o badmin- ton apresenta aspectos peculiares, pois é disputado em uma quadra muito menor. Por isso, a técnica e a forma como ela é aplicada ganha muita importância. Sendo assim, na modalidade badminton, muitos são os elementos que determinam o desempenho no jogo, os quais podem influenciar diretamente no resultado. Conforme Ginciene e Aburachid (2017), o aspecto tático (Figura 10) é um dos primeiros elementos que devem ser considerados no processo de ensino-apren- dizagem, justamente para que o aprendiz consiga com- preender como funciona o jogo. Por isso, é importante que os jogadores entendam ‘o que se deve fazer’ na par- tida, ou seja, as intenções táticas necessárias ao jogo. Figura 9 - RaquetesFigura 8 - Petecas 106 Para além dos pensamentos que se deve ter du- rante um jogo de badminton, também se torna importante que o aprendiz saiba como fazer os diferentes movimentos demandados pela modali- dade (Quadro 2). Só assim ele terá mais artifícios para alcançar o objetivo do jogo. Como posso criar espaços na quadra adversária O que devo fazer para marcar ponto O que devo fazer para atacar em duplas O que devo fazer para defender meu lado da quadra O que devo fazer para defender um ataque Como devo agir para defender em duplas INTENÇÕES TÁTICAS Figura 10 - Pensamentos que se deve ter ao jogar badminton Fonte: os autores. Quadro 2 - Movimentos ao jogar badminton DIFERENTES MOVIMENTOS DURANTE O JOGO DRIVE Golpe feito à frente do corpo e na altura do ombro. CLEAR Golpe feito por cima da cabeça e dire-cionado para o alto e para o fundo. SMASH Golpe feito por cima da cabeça, quando a peteca estiver em frente à cabeça, direcionando-a para baixo. DROP-SHOT Golpe parecido com o clear, porém com um movimento mais lento quan- do próximo à peteca para fazê-la cair logo após a rede. LOB Golpe feito de baixo para cima, direcio-nando a peteca para o fundo da quadra. NET-SHOTS Golpes feitos de cima para baixo ou de baixo para cima, direcionando a peteca para a parte anterior da qua- dra, próxima à rede. PUSH Golpe para empurrar a peteca para o outro lado com apenas um toque. Fonte: os autores.É sempre bom lembrar que o ensino da técni- ca e da tática precisa acontecer da forma mais contextualizada, para potencializar maiores significados. Mas, além disso, quais outros aspectos são determinantes para o resultado de uma partida de Badminton? REFLITA REGRAS BÁSICAS DO BADMINTON Conforme a Confederação Brasileira de Badmin- ton (CBBd, 2017, on-line)2, as regras oficiais dessa modalidade se configuram a partir das seguintes características: Para começar o jogo: sorteie com uma moe- da, ou peteca, ou gire a raquete. O vencedor tem a opção de servir ou receber. Posição na quadra no começo de um game: a pessoa que saca deve ficar dentro da área de saque no lado direito da quadra (olhando para a rede) (Fi- gura 11). Quem recebe fica dentro da área de servi- ço da quadra, na diagonal do sacador. Nos jogos em duplas, o parceiro pode ficar em qualquer lugar da quadra desde que não bloqueie a vista do receptor. Figura 11 - Jogador em posição de saque EDUCAÇÃO FÍSICA 107 Posição do sacador: se o placar do sacador for par, o serviço deve ser feito do lado direito; se for ímpar, do lado esquerdo. Nos jogos em duplas, quando o placar da dupla for par, a dupla permanece na posição inicial do jogo. Quando for ímpar, invertem-se as posições. Isto, somente para a dupla que está com o serviço. O Saque: os saques, no badminton, sempre são rea- lizados na diagonal, como no tênis. O serviço, tanto no jogo de simples quanto no de duplas, inicia-se pelo lado direito da quadra do sacador, que deve lan- çar a peteca, obliquamente, para o lado esquerdo da quadra adversária, tomando-se por referência a vi- são do sacador. Vencendo o ponto, continua sacando o mesmo jogador, devendo apenas inverter a sua po- sição na quadra. Sacará, então, para o lado direito da quadra adversária. Havendo perda do ponto, o saque passa ao companheiro de equipe, sem que haja mo- dificação na posição dos jogadores. Perdendo este seu saque, o serviço transfere-se à equipe adversária. Desta forma: a. perdendo o primeiro ponto, transfere-se o saque para o companheiro de equipe do sa- cador; b. perdendo o segundo ponto, finda o serviço da equipe, que passa aos adversários. Há, porém, uma exceção. No primeiro saque de cada game, a perda do ponto importa a perda do serviço, que passa automaticamente à equipe con- trária, sem que o companheiro do primeiro saca- dor sirva. O receptor não deve se mexer até que o sacador golpeie a peteca. O sacador tem que: a. manter parte ou ambos os pés numa posição imóvel no chão; b. acertar a base da peteca primeiro; c. acertar a peteca abaixo da sua linha de cin- tura; d. acertar a peteca abaixo da linha da mão que segura a raquete; e. manter o movimento contínuo da raquete, não podendo enganar o adversário. Sempre que uma equipe saca à direita, isto significa que sua contagem – no momento do saque – é par. Se o saque é pela esquerda, a pontuação, necessaria- mente, será ímpar; Durante o jogo: se o jogador ganhar a disputa da jogada (rally), ele marca um ponto, mudando o lado do serviço e continuando a sacar. Se ele perde o rally, seu oponente passa a sacar e nenhum ponto é mar- cado. Nos jogos em duplas, se a dupla sacadora ga- nhar o rally, um ponto é marcado e o sacador muda de lado e continua a servir. Se eles perderem o rally, o saque passa para o parceiro. Note-se que não há troca de posições e nenhum ponto é marcado. De- pois que a dupla perder os dois serviços, este passará para a dupla oponente. No início de cada game, a dupla sacadora só tem o direito ao primeiro serviço. Assista ao vídeo de Saque. Para acessar, use seu lei- tor de QR Code. 108 Servindo ou recebendo do lado errado: o jogador repetirá o saque (let) se a pessoa que cometeu o erro vencer o rally e o erro for descoberto antes do próxi- mo serviço. O placar continua o mesmo se a pessoa que cometeu o erro perde o rally. Neste caso, os jo- gadores permanecerão na posição ‘errada’ e repete-se o serviço. Se o próximo serviço for efetuado, o placar continua e os jogadores continuam na posição ‘errada’; O let ocorre quando: a) o sacador ou o recep- tor estiver do lado errado e vencer o rally; b) ocorre uma interferência de fora do jogo como, por exem- plo, uma peteca de outra quadra que cai na sua qua- dra; c) a peteca bater na rede ficar presa nela ou cair no lado do adversário (exceto no serviço); Será considerado falta: a) se a peteca cair fora das linhas da quadra (a linha é considerada parte da quadra); b) se o atleta (raquete ou roupa, inclusive) encostar-se à rede enquanto a peteca está em jogo; c) se o jogador invade ou acerta a peteca no lado oposto da rede (não vale ‘carregar’ a peteca); d) se a peteca for golpeada duas vezes do mesmo lado da quadra; e) se a peteca acerta o jogador, sua roupa, teto ou arredores da quadra; f) se houver interfe- rência com a peteca, mal comportamento ou ‘cera’, o jogador perde o serviço ou o oponente ganha um ponto; g) se o parceiro do receptor receber o serviço; h) se o sacador faz o movimento e erra a peteca. Observação: se a peteca acertar a rede e cair do lado oposto, o serviço é válido, desde que ela caia na área de serviço. Fim do jogo: o primeiro jogador a atingir 21 pontos ganha o ‘game’. O ‘game’ pode chegar ao má- ximo de 30 pontos, caso os jogadores empatam em 20 a 20, é prorrogado para 22 pontos, caso empa- tam em 21 a 21, é prorrogado para 23 pontos e as- sim até os 30 pontos máximos. O jogo tem duração máxima de três ‘games’, o famoso melhor de três. Ganha quem vencer 2 ‘games’. Assista ao vídeo de Servin- do ou recebendo do lado errado. Para acessar, use seu leitor de QR Code. EDUCAÇÃO FÍSICA 109 TÊNIS DE CAMPO O esporte tênis de campo é uma modalidade es- portiva que a cada dia conquista novos adeptos e espectadores. Já são mais de um bilhão de fãs, em todo o mundo. O tênis de campo é um esporte de rede divisória com suas características próprias, podendo ser jogado de forma individual e em du- plas mistas em gênero ou não. Vamos conhecer um pouco melhor essa modalidade? 110 ASPECTOS HISTÓRICOS DO TÊNIS DE CAMPO O Tênis de Campo é um esporte praticado em todo o mundo. De acordo com a Federação Internacio- nal de Tênis – International Tennis Federation (ITF, [2018], on-line)3 – o Brasil possui cerca de um mi- lhão e meio de praticantes. A popularidade da mo- dalidade se deu principalmente após o tenista brasi- leiro Gustavo Kuerten (Figura 12) vencer o torneio de Rolland Garros, em 2000 e 2001, chegando à po- sição de número 1 do mundo (GINCIENE, 2017). Mas onde e quando surgiu o tênis de campo? Va- mos, a partir deste momento, fazer um breve resgate histórico da modalidade. Os primeiros indicativos do tênis de campo se deram há mais de dois mil anos atrás, quando egíp- cios e persas praticavam uma modalidade seme- lhante, mas utilizando-se das mãos ao invés da ra- quete. A versão mais próxima das características que temos nos dias de hoje no tênis de campo descende do século XII, período em que monges italianos e franceses praticavam uma modalidade desportiva utilizando-se de bola e raquete em um espaço deli- mitado por cordas (TRAVASSOS, 2015). Como modalidade esportiva, o tênis de campo surgiu no século XIX nos países do Reino Unido, destacando-se a Inglaterra e a Escócia, onde as re- gras da modalidade foram registradas pelo Major Walter C. Wingfield e a consolidação da modalidade veio com a criação do torneio de Wimbledon, em 1877 (GONZÁLEZ; DARIDO; OLIVEIRA, 2017). No Brasil, a modalidade foi trazida pelos ingleses que trabalhavam nas ferrovias e nas docas portuárias e as primeiras quadras foram construídas em 1892, no São Paulo Athletic Club. Neste período histórico, a modalidade não visava competição e sim uma prática recreativa voltada para o convívio social. O primeiro torneio brasileiro só foi realizado em 1904, com um interclube entre o Tennis Club de Santos e o Paulistano. Em 1924, foi fundada a FederaçãoPaulista de Tê- nis (FPT), tendo, na década de 30, um número recor- de de 30 filiados. Até o ano de 1955, o tênis de cam- po era membro junto com mais outros esportes da Confederação Brasileira de Desporto (CBD). Nesse ano, a modalidade passou a ser cargo da Confedera- ção Brasileira de Tênis (CBT), criada no governo de Juscelino Kubitschek (CARTA; MARCHER, 2004). Apresentado o processo histórico do tênis de campo, vamos, agora, compreender as principais ca- racterísticas da modalidade, destacando as caracte- rísticas gerais do jogo e dos jogadores. Figura 12 - Tenista Gustavo Kuerten (Guga) EDUCAÇÃO FÍSICA 111 23 ,77 m de co mp rim en to 8,23m de largura 1,06 m de altura PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO JOGO DO TÊNIS DE CAMPO Você já jogou tênis de campo? Se sim, quais prin- cipais características da prática você pode indicar? Isso mesmo, a primeira característica a ser indicada é que o tênis de campo se configura como um es- porte com rede divisória, assim como o voleibol e as demais modalidades que vimos até o momento. Outra característica marcante do tênis de campo é o fato de ser um esporte individual e não ser permi- tido, durante um jogo/partida, a comunicação com o técnico, o que demanda do jogador, além de um bom preparo físico, técnico e tático, um trabalho psicoló- gico que o auxilie a lidar com o erro e com fatores es- tressantes da partida, mantendo a concentração e foco em estímulos relevantes do ambiente (WEINBERG; GOLD, 2001; MAZO; BALBINOTTI, 2009, apud GONZÁLES; DARIDO; OLIVEIRA, 2017). Vale ressaltar que mesmo sendo um esporte in- dividual, o jogo do tênis de campo pode ser disputa- do entre duas pessoas (jogo simples - 1 v 1) ou entre quatro pessoas (jogo de dupla - 2 v 2), adotando a mesma forma de disputa, tendo como principal in- tuito rebater a bola para a quadra do oponente sem chance de defesa, ou seja, a bola precisa tocar o chão adversário para garantir o ponto. A quadra do jogo de tênis de campo (Figura 13) é retangular de 23,77 m de comprimento por 8,23 m de largura para jogos de simples (utilizam a demarcação das linhas laterais internas) e 10,97 m para jogos de duplas (utilizam a demarcação das linhas laterais externas). A quadra é dividi- da ao meio por uma rede com 1,06 m de altura, e a área de saque é de 6,40 m de comprimento por 4,11 m de largura. Ao longo destas medidas, o jogador conta com três áreas de jogo, a zona de defesa (rally) no fundo da quadra, a zona de ata- que e contra-ataque no meio fundo de quadra e a zona de definição, próximo à rede (ISHIZAKI; CASTRO, 2012). Figura 13 - Medidas da quadra de tênis 112 No que se refere aos tipos de quadra, o tênis de campo pode ser praticado em quadras abertas e em três tipos de superfície, sendo: Figura 14 - Quadra de Saibro Saibro: feita de pó de tijolo, deixando a quadra com uma aparência de terra fofa, isso faz com que a bola, ao quicar, perca sua velocidade e ganhe efeito (Figura 14). Figura 15 - Quadra de Grama Grama: neste tipo de quadra, a relva não pode ultra- passar os 8 mm de altura, deixando a quadra mais irregular, isso faz com que a bola perca pouca veloci- dade ao quicar no solo, deixando o jogo mais rápido, uma vez que a bola não sobe tanto e acaba deslizan- do/escorregando (Figura 15). EDUCAÇÃO FÍSICA 113 Figura 16 - Quadra de cimento Cimento: conhecida como quadra rápida, a quadra dura pode ser feita de cimento, material sintético ou carpete, deixando o jogo mais dinâmico, uma vez que favorece golpes de base assim como os de saque e voleio (Figura 16). Além da quadra e suas peculiaridades, o jogo do tênis de campo requer alguns equipamentos apropriados. A raquete deve ser leve e pesar entre 260 g e 340 g. Geralmente, é feita de fibra de vidro, um material com maior durabilidade e que minimiza o efeito de vibração provocado pelo impacto com a bola. A ra- quete é dividida em duas partes: aro ou cabeça e grip ou corpo, e deve medir, no máximo, 73,66 cm de com- primento com 31,75 cm de largura. Além da raquete, outro material imprescindível para a prática é a bola, que deve ser revestida por te- cido uniforme e sem costuras, na bola amarela, e pos- suir um peso entre 56,0 g e 59,4 g. Vale ressaltar que há diferença no peso e diâmetro da bola dependendo da categoria, sendo: infantil, bola vermelha (75% mais lenta que a amarela); bola interme- diária - Estágio 2 (laranja - 50% mais lenta que a amare- la); bola intermediária - Estágio 1 (bola verde - 25% mais lenta que a amarela) e a categoria adulto, bola amarela. A modalidade possui seis golpes básicos (AMERI- CAN SPORT EDUCATION PROGRAM, 1999; ISHI- ZAKI; CASTRO, 2006; GINCIENE, 2017; CONFEDE- RAÇÃO BRASILEIRA DE TÊNIS, [2018], on-line)4. Subdivididos em golpes de fundo e de rede, denomina- dos fundamentos de jogo, que são de suma importân- cia para se obter resultados satisfatórios. Sendo: 114 Golpes de fundo São os golpes realizados no fundo da quadra, per- to da linha de base. Geralmente, marcam um a jogada mais agressiva. Os golpes de fundo são: Figura 17 - Movimento Forehand Forehand: a raquete é segurada com uma mão, e o movimento é executado quando a palma da mão que segura a raquete está apontada para a bola no ato da rebatida (Figura 17). Com isso, esse golpe é dado do lado direito do destro e do lado esquerdo do canhoto. Assista ao vídeo de Fo- rehand. Para acessar, use seu leitor de QR Code. EDUCAÇÃO FÍSICA 115 Backhand: a raquete é segurada com uma ou com as duas mãos e o movimento é o oposto do forehand, sendo executado quando, “as costas” ou a parte de cima da mão que segura a raquete está apontada para a bola no ato da rebatida (Figura 18). Com isso, esse golpe é dado do lado esquerdo do destro e do lado direito do canhoto. Por meio destes movimentos, o jogador pode execu- tar dos efeitos (GINCIENE, 2017): • Top spin: efeito que faz a bola girar de baixo para cima, dando à bola a tendência de ganhar velocidade, profundidade e altura. • Slice: mais utilizado com o golpe de forehand, dá à bola um efeito contrário ao Top Spin, ou seja, a bola sai mais baixa, lenta e com rotação para trás. Figura 18: Movimento Backhand Assista ao vídeo de Backhand. Para acessar, use seu leitor de QR Code. 116 Golpes de rede São os golpes realizados próximos à rede. Geral- mente, buscam quebrar o ritmo de jogo, forçando o ponto e/ou encurtando o tempo de reação do adver- sário. Os golpes de rede são: Saque ou serviço: fundamento que marca o início da disputa dos pontos e pode ser executado por cima ou por baixo (Figura 19). Para executá-lo, o jogador deve lançar a bola com uma das mãos e gol- pear com a raquete antes que ela encoste o chão, é o único golpe em que o jogador tem domínio sobre sua execução e resultado (LONGHI et al., 2014). Figura 19 - Movimento Saque Assista ao vídeo de Golpes de Rede. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Assista ao vídeo de Saque ou serviço. Para acessar, use seu leitor de QR Code. EDUCAÇÃO FÍSICA 117 Assista ao vídeo de Voleio. Para acessar, use seu lei- tor de QR Code. Figura 20 - Movimento Voleio Voleio: como se fosse um bloqueio da bola de ataque do seu adversário, neste fundamento, o jogador gol- peia a bola do adversário antes de deixá-la quicar no chão (Figura 20). A diferença do voleio para o smash é que no voleio o contato com a bola ocorre nas laterais, próximo ao tornozelo e ombro. Já no smash, o contato é acima da cabeça, batendo de cima para baixo. 118 Figura 21 - Movimento Lob Lob: fundamento que tem como objetivo fazer a bola subir encobrindo o adversário antes de cair na quadra oposta, é utilizado quando o adversário está fora de posição ou próximo à rede (Figura 21). Assista ao vídeo de Lob. Para acessar, use seu lei- tor de QR Code. EDUCAÇÃO FÍSICA 119 Figura 22 - Movimento Smash Smash: também é realizado dentro da quadra perto da rede, o movimento é semelhante a uma cortada do voleibol(Figura 22) e tem como objetivo anular o lob. Assista ao vídeo de Smash. Para acessar, use seu lei- tor de QR Code. 120 A sequência dos quatro principais torneios do mundo do Tênis de campo são nomeados de Grand Slam, sendo eles: o Open da Austrália, o torneio de Roland Garros, Wimbledon e o US Open. No Open da Austrália e o US Open, as partidas são realizadas em piso de cimento/asfalto, Rolang Garros adota o piso de saibro e Wimbledon o de grama. Fonte: Jogando Tênis ([2017], on-line). SAIBA MAIS EDUCAÇÃO FÍSICA 121 Visualizadas as principais características do jogo, vamos para nosso último bloco de conteúdo do tópico, que se direciona para as regras básicas, não para atuarmos como árbitros, mas para temos aporte didático necessário à nossa futura interven- ção neste campo de atuação. REGRAS BÁSICAS DO TÊNIS DE CAMPO Em relação ao jogo propriamente dito, a partida se inicia mediante o lançamento de uma moeda (cara ou coroa), em que se decide qual jogador irá começar com o saque e quem vai escolher o lado da quadra. O sacador é quem dá início à partida, golpeando a bola atrás da linha de base, lançando-a para quadra adversária por cima da rede em direção ao retângu- lo de serviço do rebatedor (jogador que responde o saque). Vale destacar que se o primeiro saque não atingir a área correta, será considerado falta, e se a bola bater na rede antes de ir para a área correta, essa ação será chamada de let; com isso o sacador repete a ação sem penalidade (AMERICAN SPORT EDU- CATION PROGRAM, 1999). O jogo se inicia com o saque no lado direito da marca central, que deve ser enviado em dia- gonal para o lado oposto de onde está sacando. O segundo saque deve ser realizado pelo lado esquerdo e ir alternando até completar o game. Após o saque, a bola deve ser golpeada por cima da rede para a quadra adversária com o propósito do jogador oposto não conseguir devolver, se isso ocorrer, marca-se o ponto. De acordo com as regras estabelecidas pela Inter- national Tennis Federation (ITF, [2018], on-line)3, o tênis de campo é disputado em pontos, games e sets. Uma partida é, geralmente, decidida em melhor de 3 sets, sendo o vencedor aquele que fizer dois sets. Os grandes torneios, geralmente, são decididos em me- lhor de 5 sets e podem perdurar por mais de três horas. Set é o nome dado à divisão de uma partida de tênis de campo, composta por 6 games vencidos por um dos lados, com diferença mínima de 2 ga- mes (por exemplo 6-4). Havendo empate em 5-5, o set continuará até 7 games (por exemplo um de- sempate em 7-5). Se houver novo empate com 6-6 o jogo será decidido por tie break, que é o game de desempate com sistema de pontos corridos, na qual vence o jogador que acumular 7 pontos primeiro. O primeiro jogador sacará no 1º 4º e 5º pontos. O segundo jogador sacará no 2º, 3º, 6º e 7º pontos (ITF, [2018], on-line3; ISHIZAKI; CASTRO, 2012). O game é a disputa dos pontos, sendo quatro no total, mantendo-se o mesmo sacador até seu final. O primeiro recebe a contagem de 15, o segundo de 30, o terceiro de 40 e o quarto completa o game; caso ocorra empate em quarenta quarenta, disputam-se mais dois pontos chamados de vantagem (ISHI- ZAKI; CASTRO, 2012). No que se refere à contagem de pontos, Brown (2000) aponta que, em uma partida amistosa ou em uma partida de categoria juvenis, os jogadores são responsáveis pela contagem e em comunicar quando a bola do adversário quicar dentro ou fora da quadra. Perde pontos quando sacar na rede ou fora da zona de saque do adversário, nas duas tentativas; deixar a bola quicar por duas vezes seguidas na sua metade da quadra; devolver a bola na rede; e de- volver a bola fora dos limites determinados pelas linhas da quadra adversária. Ganha pontos quando sua bola de saque ou golpe não for devolvida pelo adversário e quando o adversário cometer qualquer das falhas listadas no item anterior. 122 TÊNIS DE MESA Agora, vamos conhecer o esporte que ganhou o ape- lido “ping-pong” devido ao barulho da bola ao longo da partida. Mas fique atento(a)! Essa nomenclatura só cabe no contexto recreativo, em seu viés esporti- vo, este esporte de raquete é nomeado tênis de mesa. EDUCAÇÃO FÍSICA 123 ASPECTOS HISTÓRICOS DO TÊNIS DE MESA O tênis de mesa é um esporte de origem inglesa, criado no Século XVIII como adaptação do tênis de campo para o ambiente fechado, devido ao clima frio do inverno inglês ou as altas temperaturas da índia na época da ocupação por soldados britânicos (DEPRÁ, 2011). De acordo com a Sociedade Social da Indústria (SESI, 2012), em sua origem o tênis de mesa era pra- ticado em salões fechados, utilizando-se de uma mesa de jantar, dividida ao meio por uma corda, ou sob ár- vores para minimizar o calor dos campos de ocupa- ção. Nessa nova modalidade, os jogadores se enfren- tavam sob regras semelhantes ao do tênis de campo. Desde esse período, o esporte passou por aper- feiçoamentos e pela constituição de regras e téc- nicas. Seus recursos materiais oficiais (raquete e bolinha) foram trazidos dos Estados Unidos para Inglaterra pelo ex-maratonista James Gibb. A em- presa americana, responsável pela a construção deste material, patenteou o produto sob o nome de “Ping Pong”, devido a isso a prática passou a utilizar o nome tênis de mesa (SESI, 2012). No ano de 1926, foi criada a Federação Interna- cional de Tênis de Mesa, em Berlim – Alemanha, e o reconhecimento do esporte como modalidade olím- pica se deu em 1977, tendo sua primeira participa- ção nos Jogos Olímpicos de Seul (1988). No Brasil, a prática foi introduzida em 1905, nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, princi- palmente no formato recreativo em clubes e associa- ções. De acordo com a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM, [2018] on-line)4, foi em 1912 que as atividades da modalidade começaram a ser desenvolvidas de modo organizado e a oficialização da modalidade se deu a partir da tradução das regras e pela fundação da Confederação Brasileira de Des- porto (CBD) no ano de 1942. Nas grandes competições da modalidade, o Bra- sil se destaca entre os países da América do Sul e da América Latina. Nosso maior destaque é o atleta Hugo Hoyama, que possui 10 medalhas, sendo sete de ouro em jogos Pan-americanos. Nos dias de hoje, o tênis de mesa é um dos espor- tes mais praticados no mundo, em especial na sua forma recreativa. Os principais destaques no contex- to esportivo são os atletas chineses, que trouxeram à modalidade fortes traços de atenção, concentração, velocidade e precisão nas técnicas e movimentos. Apresentado o processo histórico do tênis de mesa, vamos, agora, compreender as principais ca- racterísticas da modalidade, destacando os aspectos gerais do jogo e dos jogadores. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO JOGO DO TÊNIS DE MESA Quando falamos em tênis de mesa, nos vem à mente o “Ping Pong”, a prática mais popular e recreativa da modalidade, com regras variadas, mas que tem como principal característica, assim como as outras modalidades com rede divisória, passar a bola de um lado para o outro da mesa, sem dar chance que o adversário a defenda. Em seu viés esportivo, o tênis de mesa assume como característica ser um jogo de ataque e contra- -ataque, com tempos curtos para os pontos e para as pausas entre um ponto e o próximo saque (de oito a dez segundos). Devido a isso, essa modali- dade não é marcada por regras complicadas, mas sim pela necessidade de preparação técnica, aten- ção e domínio psicológico, apresentando algumas variantes clássicas (SESI, 2012): 124 1 2 3 4 5 6 7 Tempo de reação: variante menos treinável, está re- lacionada a uma condicionante individual, mas por meio de treinos e repetições, é possível aprimorar. Antecipação: um dos pontos principais do tênis de mesa. Provém da experiência, é uma forma de ante- cipar o que o adversário fará na jogada, traçando es- tratégia de ataque, contra-ataque e/ou defesa. Rapidez: combinaçãode velocidade de racio- cínio e explosão muscular. Pode ser treinado uma vez que resulta da distribuição do peso e força no corpo. Concentração: um dos elementos principais do jogo. É preciso ter foco na bolinha e movimentos. Precisão: fundamento indispensável para a finalização das jogadas e para as respostas de ataque e contra-ataque. Equilíbrio emocional: está relacionado ao clima de competição e a fatores psicológicos, como motivação, percepção de competência e níveis de ansiedade. Capacidade de coordenação: equilibrar todos os fa- tores aos movimentos corporais. Faz referência à ca- pacidade do jogador organizar os movimentos. EDUCAÇÃO FÍSICA 125 Essas variantes são aplicadas ao longo das partidas, que podem ser disputada entre duas pessoas (jogo simples - 1v1) ou entre quatro pessoas (jogo de dupla - 2v2). Todas as partidas, seja do “ping pong” (viés re- creativo da modalidade) seja do tênis de mesa, são realizadas em um mesa retangular (Figura 23) com 2,74 m de comprimento, 1,525 mm de largura e com 76 cm de altura, tendo uma linha branca de 2 cm em toda sua volta. Em jogos de dupla, há uma linha branca de 3 mm que divide a mesa em duas partes, no sentido de comprimento. Vale ressaltar que a cor da mesa deve ser escura e fosca para via- bilizar um pique padrão a bola. Em relação à rede, ela deve se estender 15,25 cm além das bordas laterais da mesa e ter 15,25 cm de altura. Precisa ser de cor escura e ter sua parte superior a cor branca. A bola deve ser feita de celuloide ou plástico similar, na cor branca ou laranja, pesar 2,7 g e ter 40 mm de diâmetro. Já em relação à raquete (Figu- ra 24), a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM, [2018] on-line)4 aponta que ela pode ser feita de qualquer tamanho, forma ou peso, mas pre- cisa conter 85% de madeira natural. O lado usado para bater na bola deve ser coberto com borracha, tendo uma espessura máxima de 2 mm. O lado não usado para bater na bola deve ser manchado de cor diferente da borracha e só deve ser vermelho vivo ou preto. A raquete tem que ter duas cores diferentes, que, geralmente, são o preto e o vermelho vivo. Figura 23 - Mesa oficial do Tênis de Mesa 126 Além das características físicas, psicológica e mate- riais, o jogo do tênis de mesa também é marcado pela empunhadura (grip) adotada pelo jogador ao longo da partida e pelos seus principais movimentos. A empunhadura mais conhecida e utilizada é a empunhadura clássica (Shakehand) (Figura 25), na qual o jogador pega a raquete como em um aperto de mãos, com o indicador aberto sobre a borracha. Nesta empunhadura, o golpe de backhand é poten- cializado (DEPRÁ, 2011; SESI, 2012). A segunda mais utilizada é a empunhadura ca- neta (Penholder) (Figura 26), na qual o jogador se- gura a raquete de modo similar a como se empunha uma caneta. Nesta empunhadura, é comum que o jogador utilize apenas um lado da raquete para gol- pear a bola, e a força e velocidade dos golpes são fa- vorecidos (DEPRÁ, 2011; SESI, 2012). A terceira empunhadura é a classineta, uma evolução, criada pelos chineses, para a empunha- dura caneta. Nessa empunhadura, o polegar fica apoiado em um lado da raquete, e do outro lado os dedos mínimo, médio e indicador, com isso se ganha liberdade de movimento, uma vez que é pos- sível golpear a bola com os dois lados da raquete (DEPRÁ, 2011; SESI, 2012). Já em relação aos movimentos, muitos são provenientes do tênis de campo, como o saque, forehand, backhand, smash, slice/backspin e tops- pin. Para além destes, o tênis de mesa conta com o movimento de bloqueio e slidespin. No tênis de mesa, o forehand é o golpe mais comum, realizado com a palma da mão voltada para frente (para a bola), podendo ser realizado à frente ou ao lado do corpo. Utilizado quando a bola é lançada para o lado direito (DEPRÁ, 2011; SESI, 2012; GINCIENE; DEPRÁ, 2017). Figura 25 - Shakehand Figura 26 - Penholder Figura 24 - Raquete e bolinha utilizada para a prática do tênis de mesa EDUCAÇÃO FÍSICA 127 O backhand é feito ao lado do corpo com as costas da mão virada para a bola. É utilizado quando a bola é lançada para o lado esquerdo do jogador (DEPRÁ, 2011; SESI, 2012; GINCIENE; DEPRÁ, 2017). O Smash, assim como no tênis de campo, é o movimento de cortada, realizado de cima para baixo. O Slice/backspin é um golpe defensivo, no qual o conta- to com a bola é feito de cima para baixo, tirando a velo- cidade do golpe adversário. O Topspin é igual o movi- mento do tênis de campo, fazendo a bola girar de baixo para cima (SESI, 2012; GINCIENE; DEPRÁ, 2017). Para além desses golpes, como apontado ante- riormente, o tênis de mesa conta com o movimento de bloqueio, uma jogada defensiva utilizada para tentar neutralizar o ataque adversário. E o slidespin, que é o efeito topspin, realizado para direita ou es- querda, ou seja, ora de dentro para fora da raquete, ora de fora para dentro, exigindo grande precisão do jogador (SESI, 2012). Apresentadas as principais características da modalidade, suas empunhaduras e movimentos, vamos, no próximo tópico, debater sobre as regras básicas do tênis de mesa. A prática competitiva do tênis de mesa não requer um biótipo específico. Há atletas com 1,50 m e outros com quase 2,00 m. Mas, será que o tipo físico dos atletas não influencia diretamente nos resultados obtidos na partida? REFLITA REGRAS BÁSICAS DO TÊNIS DE MESA Em relação ao jogo (DEPRÁ, 2011; CBTM, [2018] on-line4; SESI, 2012), ele deve ser composto de qual- quer número de sets ímpares, por exemplo, em uma partida de três sets, ganha a partida quem conquis- tar dois destes. Cada set é constituído de 11 pontos, caso ocorra empate com 10 pontos, vence quem fizer dois pontos consecutivos primeiro. A partida se inicia mediante o sorteio da ficha (duas cores), em que se decide qual jogador irá come- çar com o saque e quem vai escolher o lado da mesa. O atleta que atuar no 1o set de um lado é obrigada a atuar no lado contrário no set seguinte. No caso de partidas com necessidade de desempate, deve-se mudar o lado da mesa quando atingir cinco pontos. Assista ao vídeo de Regras básicas do Tênis de mesa. Para acessar, use seu lei- tor de QR Code. 128 O set é iniciado com o saque. Para isso, o jogador precisa lançar a bola, atrás da linha de fundo, para cima (16 cm no mínimo) e, na descida, deve ser batida, de modo a bater primeiro no campo do sacador, passando a rede sem tocá-la para então tocar no campo do recebedor. Cada jogador tem direito a realizar dois saques consecutivos, depois deste número, os saques devem ser realizados de modo alternado, até um dos jogadores atinja onze pontos. Caso o placar seja de 10 a 10, o saque segue a mesma sequência, mas o jogador só tem direito a um saque, até o final do jogo. O ponto é marcado quando ocorrer falha na re- alização do saque ou em sua recepção pelo oponen- te; quando a bola toca em algo que não seja a rede e seus acessórios antes de chegar ao oponente; se a bola passar da metade da mesa ou atrás da linha de fundo sem tocar o campo; se o oponente bater duas vezes na bola ou com o lado da raquete que não res- peite as regras oficiais da modalidade (bater com o lado de madeira); se a mão livre do oponente tocar a superfície do jogo; quando houver movimento da mesa de jogo e se o oponente obstruir a bola. A obstrução da bola pode ser gerada quando o saque “queimar” a rede; o adversário não estiver preparado para receber a bola; ocorrer erro na or- dem do saque e quando condições de jogo forem perturbadas (SESI, 2012). Por fim, ressalta-se que no jogo de duplas, se- guem-se as mesmas regras, mas o saque deve ser al- ternado entre os jogadores (dois saques para cada) e ser executado na diagonal (do lado direito da mesa até o outro lado direito), sempre para o mesmo re- ceptor da equipe adversária. Em situação de defesa, cada atleta pode bater uma vez na bola. Assista ao vídeo de Regras básicas do Tênis de mesa.Para acessar, use seu lei- tor de QR Code. Assista ao vídeo de Regras básicas do Tênis de mesa. Para acessar, use seu lei- tor de QR Code. EDUCAÇÃO FÍSICA 129 ESPORTES COM REDE DIVISÓRIA NA ESCOLA 130 A Educação Física escolar é marcada pelo ensi- no dos esportes tradicionais conhecidos popular- mente como “quarteto fantástico”, ou seja, fute- bol, basquetebol, handebol e voleibol. Entretanto, ressalta-se que há a necessidade de romper com essa proposta, explorando outras possibilidades da prática corporal, advindas da cultura corporal de movimento (BETTI, 2009). Uma das possibilidades pode ser o incentivo de vivências dos esportes não tão frequentes ou que não apresentam um trabalho sistematizado no contexto escolar, atentando-se para os interesses e necessida- des do grupo, uma vez que o trabalho com os ele- mentos da cultura corporal de movimento assumem uma importância na formação do sujeito. Dentre as possibilidades, temos os esportes com rede divisória, que debatemos ao longo desta uni- dade. Ao levá-los ao contexto escolar, é preciso nos atentar para alguns elementos durante o planeja- mento de ensino escolar (Quadro 3). Quadro 3 - Sistematização do trabalho com esportes com rede divisória ORIENTAÇÃO DIDÁTICA DESENVOLVIMENTO DA AULA Valorizar a participação e a integração de todos. Intervir para que não ocorra discriminação de participação, não permitindo que ninguém fique de fora da aula. Viabilizar que todos os alunos joguem ao mes- mo tempo. Organizar a aula de forma que todos os alunos se envolvam na maioria das atividades propostas. Organizar grupos com o nível de desempenho motor semelhante. Buscar o equilíbrio entre os grupos de forma a favorecer o interesse e a motivação para com a atividade proposta. Estruturar o tempo das atividades de acordo com questões físicas e motivacionais. Acompanhar o nível de motivação dos alunos e suas capacida- des físicas, pensando em atividades de curta e média duração. Organizar grupos mistos. Incentivar que meninos e meninas joguem juntos. Construir materiais alternativos. Proporcionar que, ao longo das aulas, sejam construídos materiais alternativos para serem utilizados nas vivências das modalidades. Adaptar as dimensões para as práticas das modalidades. Possibilitar a adaptação dos espaços da quadra, flexibilizando as dimensões oficiais da quadra e da rede. EDUCAÇÃO FÍSICA 131 Resgatar os conhecimentos prévios dos alunos. Aproveitar o que os alunos sabem sobre a modalidade para incorporar e aprofundar. Indagar os alunos sobre os conceitos técnicos e táticos da modalidade. Refletir junto aos alunos quais são os movimentos necessários e quais as ações devem ser pensadas para alcançar os objeti- vos do jogo. Indagar os alunos sobre as regras das modali- dades. Proporcionar que os alunos busquem, junto aos sites das confederações das modalidades, suas regras oficiais de modo a compreendê-las enquanto praticante e expectador. Iniciar as práticas do simples para o complexo. Proporcionar que o ensino das modalidades que requerem implementos (raquete), nas primeiras aulas, seja realizado sem o material. Ao longo do processo, implementar o uso da raquete e ampliar os níveis de dificuldade das tarefas, intervin- do sempre que necessário (mesmo durante o jogo). Utilizar materiais mais leves. Usar, nas primeiras aulas, bolas/petecas e/ou raquetes mais leves que as oficiais, para contribuir com o processo de ensino e aprendizagem. Fonte: adaptado de González, Darido e Oliveira (2017). Além das possibilidades apresentadas no quadro, outro elemento importante e que deve ser levado em consideração no contexto escolar é a realização de festivais e/ou eventos culminantes ao término de cada modalidade, de modo proporcionar a vi- vência em situações mais próximas do jogo formal, viabilizando uma experiência esportiva. Para a realização dos festivais/eventos, é impor- tante proporcionar aos alunos autonomia no que se refere à organização, viabilizando que sejam, além de atletas, também capitão, técnico, observador, ár- bitro, secretário, gandulas e assessor de imprensa. considerações finais 132 considerações finais Chegamos ao fim desta unidade sobre os esportes com rede divisória. Esperamos que, ao longo das unidades, você tenha compreendido as características de cada uma das modali- dades trabalhadas, bem como suas aproximações. No Tópico 1, trabalhamos com os conteúdos e saberes relacionados à peteca. Uma mo- dalidade de origem brasileira e com fortes traços recreativos que, aos poucos, foram se ajustando, por meio de regras e táticas, ao contexto desportivo. Já no Tópico 2, conhecemos o badminton. Um esporte, de origem Indiana e regula- mentado pelos britânicos que faz uso da peteca e raquetes para o desenvolvimento de sua prática, dando ao jogo a marca de um esporte plástico e dinâmico. No Tópico 3, discutimos as principais características do tênis de campo. Esporte prove- niente dos países nórdicos e que assume diferentes características de jogo, de acordo com o tipo de quadra em que é praticado. No Tópico 4, abordamos o tênis de mesa, um esporte que surgiu da necessidade de adaptar o tênis de campo para locais fechados e que tem sua prática fortemente atrelada ao viés recreativo (Ping-Pong), mas no contexto esportivo/competitivo vêm assumindo a característica de uma modalidade extremamente técnica, que demanda precisão, rapidez e concentração de seus praticantes. No Tópico 5, vimos que para desenvolver o trabalho com a cultura corporal de movi- mento, no caso dessa unidade com os esportes com rede divisória, é preciso pautar-se em conhecimentos históricos, culturais e sociais, proporcionando um ensino condizente ao ob- jetivo do participante (aluno, atleta, cliente). As vivências com a modalidade precisam partir dos conhecimentos prévios dos sujeitos e primar pela experimentação. Por fim, a partir dessa base e dos conteúdos abordados, esperamos que você construa novas formas de jogar e não deixe de experimentar e ensinar essas modalidades em sua trajetória profissional! considerações finais 133 atividades de estudo 1. A peteca é uma prática corporal de origem bra- sileira, criada como uma atividade recreativa pelos povos indígenas e que, atualmente, tem sua estrutura e organização como modalidade esportiva. Os jogadores podem utilizar qualquer uma das mãos para bater na peteca e o objetivo do jogo é fazer com que a peteca passe sobre a rede e caia no espaço adversário. Considerando os aspectos apresentados nesta unidade e as re- gras que normatizam o esporte peteca, assinale a afirmativa correta. a) A peteca é posta em jogo por meio de um saque, no qual o jogador golpeia com a mão a peteca para que passe por cima da rede, podendo esta ser jogada para o ou- tro lado com até dois toques. b) Durante o jogo da modalidade peteca, uti- liza-se o sistema de vantagens para con- tagem de pontos. Chega ao fim do set a equipe que alcançar 12 pontos ou após 20 minutos de jogo. c) Durante um jogo de peteca oficial, o tem- po não é considerado um condicionante da disputa, sendo vencedor a equipe que ganhar dois sets primeiro. d) A equipe consegue o ponto quando não deixa a peteca cair em seu campo, mesmo tocando na rede, ou quando o adversário não consegue rebate-la, ou se consegue, não a devolve nos limites do adversário. e) A quadra do esporte peteca deve apresen- tar dimensões de 15,0 m x 7,5 m em jogos simples (1x1), não havendo diferença em suas dimensões nos jogos femininos ou masculinos. 2. O esporte badminton exige peculiaridades fí- sicas e mentais. Nessa modalidade esportiva, você encontrará a competitividade do voleibol, as exigências musculares e psicológicas do tênis de mesa, a concentração do tênis de campo e o domínio apurado de movimentações e rotações comuns a todos os esportes de quadra fechada. Considerando os diferentes tipos de movimenta- ções demandados ao jogar badminton, assinale a afirmativacorreta. a) Ao jogar badminton, um dos artifícios que pode ser utilizado é o Lob, o qual se carac- teriza por ser um golpe feito de baixo para cima, direcionando a peteca para o fundo da quadra. b) O Drive é um golpe feito por cima da cabe- ça, direcionando a peteca para o alto e para o fundo da quadra, é um movimento bas- tante utilizado na modalidade badminton. c) Um golpe que é utilizado ao jogar badmin- ton e que se caracteriza por ser feito de cima para baixo ou de baixo para cima, di- recionando a peteca para a parte anterior da quadra, próxima à rede, é o Smash. d) Clear é um Golpe feito por cima da cabeça, quando a peteca estiver em frente à cabeça, direcionando-a para baixo. É uma jogada bastante agressiva e muito utilizada no badminton. e) Um movimento que pode ser evidenciado no jogo do badminton e que se caracteriza por ser um golpe feito à frente do corpo e na altura do ombro, direcionando a peteca para o fundo de quadra, é o Net-Shots. 3. O tênis de campo é um esporte com rede di- visória, originário dos países do Reino Unido e que a cada ano conquista novos adeptos (pra- ticantes e/ou espectadores), devido a suas téc- nicas e características apresentadas durante o jogo. Considerando os tipos de quadra e os fundamentos técnicos da modalidade tênis de campo, analise as afirmações: I - O tênis de campo pode ser praticado em quadras de cimento, saibro e grama, sen- do os jogos na quadra de grama os com jogadas mais lentas, devido à resistência exercida pela relva na bola. 134 atividades de estudo II - Dentre os fundamentos técnicos do tênis de campo, destaca-se os golpes de fundo, os quais são marcados por jogadas com maior agressividade, como os golpes de Forehand e Backhand. III - Os golpes de rede são conhecidos como técnicas que visam quebrar o ritmo do jogo encurtando o tempo de reação do adversário. Dentre os golpes de rede, te- mos Smash, golpe que se assemelha a cordada do voleibol. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 4. Deprá (2011) aponta que o tênis de mesa surgiu como uma adaptação do tênis de campo para locais fechados, devido às situações climáticas. Mesmo com suas aproximações técnicas e táti- cas com o esporte tênis de campo, a modalidade apresenta suas especificidades. Com base nos conteúdos trabalhados sobre o tênis de mesa, avalie as afirmações a seguir como V para verda- deiras e F para falsas: I - O termo “ping pong” se destina à práti- ca recreativa da modalidade, enquanto o nome tênis de mesa faz referência ao ter- mo competitivo, aderido após uma empre- sa americana patentear sob a marca “ping pong” os equipamentos da modalidade. II - Além da necessidade de preparação téc- nica, de atenção e domínio psicológico, o jogador precisa estar atento ao longo da partida, uma vez que o tênis de mesa, dentre os esportes com rede divisória, é o que apresenta regras mais complicadas. III - O tênis de mesa apresenta três empunha- duras: a clássica ou Shakehand; caneta ou Penholder; e a classineta, empunhadura criada pelos chineses, que permite, ao longo da partida, que o jogador golpeie a bola com os dois lados da raquete. IV - Os golpes do tênis de mesa são exatamen- te os mesmos que os do tênis de campo, sendo saque, forehand, backhand, smash, slice/backspin e topspin. As afirmações I, II, III e IV são, respectivamente: a) V, F, F, F. b) V, V, F, F. c) V, F, V, F. d) F, V, V, V. e) V, F, V, V. 5. O esporte, por ser um fenômeno culturalmente enraizado em nossa sociedade, apresenta-se como uma das manifestações da Cultura Cor- poral de Movimento que precisa ser vivenciada nas aulas de Educação Física escolar. Por isso, faz-se importante que nós, professores de Edu- cação Física, sejamos responsáveis por ofere- cer aos alunos condições de entender e refletir sobre o esporte e suas possibilidades. Nesse sentido, a partir das discussões e possibilida- des apresentadas nesta unidade, quais cuida- dos didáticos devem ser considerados para o desenvolvimento das aulas dos esportes com rede divisória na escola? 135 LEITURA COMPLEMENTAR PÁDEL O pádel é uma modalidade esportiva de raquete da fa- mília dos esportes com rede e parede de rebote. Esse esporte é jogado somente em duplas que ficam dispos- tas em uma quadra dividida ao meio por uma rede, mas com paredes ao fundo e parte das laterais que podem ser utilizadas para a reposição da bola em jogo. Histórico O pádel surgiu, primeiramente, dentro de navios ingle- ses, por volta de 1890, como uma forma de adaptação do jogo de tênis, que era muito praticado. Em 1924, o pádel passou a ser praticado em terra a partir da improvisação de quadra executadas pelo norte-americano Frank Beal, em Nova Iorque. Nesse período, o pádel era conhecido como pádel tênis. Em 1969, Enrique Corcuera levou o pá- del para o México e definiu as dimensões da quadra e as regras oficiais para o esporte. Afonso de Hohenlohen, príncipe espanhol, levou o pádel para a Europa, inician- do sua difusão lá. Atualmente, o pádel é regulamentado pela Internacional Padel Federation (FIP, 2017), a qual pos- sui 33 países associados. O pádel chegou à América do Sul, primeiramente nos pa- íses de língua espanhola devido à influência do México e Espanha. No Brasil o pádel chegou em 1988, trazido por uruguaios e argentinos, tendo grande difusão no Estado do Rio Grande do Sul, com a construção de quadras nas cidades de Jaraguão e Livramento, expandido-se a par- tir de 1991 para outros locais. Em 1992, foi fundada a primeira Federação de Pádel no Brasil no Estado do Rio Grande do Sul, permitindo, então, sua difusão por outros estados brasileiros em especial Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Materiais e espaço de jogo O pádel é disputado em uma quadra retangular de 10 m de largura e 20 m de comprimento, dividida em sua metade por uma rede com 88 cm de altura no centro. A 7 m da rede e paralela a ela é marcada uma linha denomi- nada linha de serviço ou saque. Paralela à lateral da qua- dra e ao centro desta, é marcada uma linha que liga as duas linhas de 7 m de distância da rede e divide a quadra em metades esquerda e direita. O espaço delimitado por essas linhas e a rede corresponde à área de recepção do saque e forma dois retângulos de 5 m de largura por 7 m de comprimento. Entre a linha de fundo e a linha de saque, fica situada a área de saque constituída por dois retângulos de 3 m de comprimento por 5 m de largura, tanto para a direita quanto para a esquerda. As paredes de fundo possuem 3 m de altura e acima de- las um alambrado de 1 m de altura. As paredes laterais e alambrados laterais podem possuir dimensões dife- renciadas de quadra para quadra. As paredes de fundo e laterais podem ser feitas de alvenaria ou de vidro ou blindex que permite uma melhor visualização do jogo. De cada lado da rede existe, também, obrigatoriamente, um vão de saída, sem nenhum tipo de porta constituído por 1,90 m de altura e 90 cm de largura. Quanto aos materiais, utiliza-se uma bola de tênis para a disputa das partidas e uma raquete com 45,5 cm de comprimento por 26 cm de largura e 50 mm de espes- sura que, necessariamente, deve possuir um cordão de segurança de uso obrigatório pelo jogador. 136 LEITURA COMPLEMENTAR O jogo e o sistema de pontuação Segundo a Federação Gaúcha de Pádel (2017), o siste- ma de pontuação é igual ao do tênis de campo. As par- tidas são disputadas em melhor de 3 ou 5 sets, sendo que cada set possui 6 games e cada game 4 pontos con- tados por 15, 30, 40 e game. São necessários dois pon- tos de vantagem para se vencer um game, assim como também são necessários dois games de vantagem para se vencer um set. Se ocorrer empate nos games em 6X6, pode ser disputado um tie-break com contagem igual ao do tênis, ou seja, contagem numérica crescente de 0 até 7, vencendoquem chegar a 7 pontos primeiro com dois pontos de vantagem. Quanto ao jogo, este se inicia com o saque que deve ser executado abaixo da linha da cintura e de forma cruza- da. O jogador possui duas chances de acertar o saque que não pode ser respondido por voleio pela equipe adversária, ou seja, antes que a bola quique no solo. Durante a disputa do ponto permite-se que a bola to- que nas paredes laterais e de fundo e seja recolocada em jogo, desde que ela não quique duas vezes no solo. Fonte: adaptado de Copelli (2010). 137 material complementar Para ter conhecimento de todas as regras oficiais do Badminton, você pode acessar ao site da CBBd. Disponível em: <http://www.badminton.org.br/regras>. Acesso em: 11 set. 2018. Conheça as regras completas do Tênis de Campo que são muito mais específicas e podem ser encontradas na CBTM, disponível em: <http://www.cbt-tenis.com. br>. Acesso em: 11 set. 2018. As regras completas do Tênis de Mesa são muito mais específicas e podem ser encontradas na CBTM. Disponível em: <http://www.cbtm.org.br>. Acesso em: 11 set. 2018. A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa disponibiliza um Guia Prático, com informações sobre as principais competições da modalidade, além de questões históricas e as regras. Disponível em: <http://www.cbtm.org.br/Data/Sites/1/me- dia/guia-tm_rev-10-1-2017.pdf>. Acesso em: 11 set. 2018. Indicação para Acessar Esportes de marca e com rede divisória ou muro/parede de rebote Fernando Jaime Gonzáles; Suraya Cristina Darido; Amauri Aparecido Bássoli de Oli- veira (Org) Editora: Eduem Sinopse: o livro faz parte da coleção Práticas Corporais e a Organização do Co- nhecimento, do Ministério do Esporte, por intermédio da Secretária Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social - SNELIS. A coleção busca dar suporte pedagógico aos professores de Educação Física, contribuindo na organização das aulas, por meio de planos de aula estruturados sob os direcionamentos do espor- te educacional. Indicação para Ler http://www.badminton.org.br/regras http://www.cbt-tenis.com.br http://www.cbt-tenis.com.br http://www.cbtm.org.br/ http://www.cbtm.org.br/Data/Sites/1/media/guia-tm_rev-10-1-2017.pdf http://www.cbtm.org.br/Data/Sites/1/media/guia-tm_rev-10-1-2017.pdf 138 referências AMERICAN SPORT EDUCATION PROGRAM. Ensinando tênis para jovens. São Paulo: Manole, 1999. BETTI, M. Educação física escolar: ensino e pesqui- sa-ação. Rio Grande do Sul: Unijuí, 2009. BROWN, J. Tênis: etapas para o Sucesso. São Paulo: Manole, 2000. CARTA, G; MARCHER, R. O tênis no Brasil: de Maria Esther Bueno a Gustavo Kuerten. São Paulo: Códex, 2004. COPELLI, V. N. Introdução dos esportes de raquete nas aulas de Educação Física Escolar: uma visão se- gundo a cultura corporal de movimento. Monografia (Graduação em Educação Física) - Universidade Es- tadual de Campinas, Campinas, 2010. DEPRÁ, P. P. Tênis de Mesa. In: OLIVEIRA, A. A. B. et al. Ensinando e aprendendo esportes no Progra- ma Segundo Tempo. Maringá: Eduem, 2011. BARATA e simples, a peteca proporciona competição e lazer. 11 out. 2013. Divirta-se mais. Disponível em: <http://df.divirtasemais.com.br/app/noticia/progra- me-se/2013/10/11/noticia_programese,144661/ba- rata-e-simples-a-peteca-proporciona-competicao-e- -lazer.shtml>. Acesso em: 18 set. 2018. FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PETECA DO RIO DE JANEIRO. Regulamento. Disponível em: <http://feperj.blogspot.com/p/regulamento.html>. Acesso em: 18 set. 2018. GINCIENE, G. Tênis de Campo. In: GONZÁLEZ, F. J.; DARIDO, S. C.; OLIVEIRA, A. A. B. (Org.). Esportes de marca e com rede divisória ou muro/ parede de rebote: badminton, peteca, tênis de cam- po, tênis de mesa, voleibol, atletismo. 2. ed. Maringá: Eduem, 2017. (Volume 2). GINCIENE, G.; ABURACHID, L. M. C. Badminton. In: GONZÁLEZ, F. J.; DARIDO, S. C.; OLIVEIRA, A. A. B. (Org.). Esportes de marca e com rede divi- sória ou muro/parede de rebote: badminton, peteca, tênis de campo, tênis de mesa, voleibol, atletismo. 2. ed. Maringá: Eduem, 2017. (Volume 2). GINCIENE, G.; DEPRÁ, P. P. Tênis de Mesa. In: GONZÁLEZ, F. J.; DARIDO, S. C.; OLIVEIRA, A. A. B. (Org.). Esportes de marca e com rede divisória ou muro/parede de rebote: badminton, peteca, tênis de campo, tênis de mesa, voleibol, atletismo. 2. ed. Maringá: Eduem, 2017. (Volume 2). GINCIENE, G.; GONZÁLEZ, F. J. Peteca. In: GON- ZÁLEZ, F. J.; DARIDO, S. C.; OLIVEIRA, A. A. B. (Org.). Esportes de marca e com rede divisória ou muro/parede de rebote: badminton, peteca, tênis de campo, tênis de mesa, voleibol, atletismo. 2. ed. Ma- ringá: Eduem, 2017. (Volume 2). GONZÁLEZ, F. J.; DARIDO, S. C.; OLIVEIRA, A. A. B. (Org.). Esportes de marca e com rede divisória ou muro/parede de rebote: badminton, peteca, tênis de campo, tênis de mesa, voleibol, atletismo. 2. ed. Maringá: Eduem, 2017. (Volume 2). ISHIZAKI, M. T.; CASTRO, M. Tênis: Aprendiza- gem e Treinamento. São Paulo: Phorte, 2012. JOGANDO tênis. História dos Gran Slam. Disponí- vel em: <http://www.jogandotenis.com.br/tenis-de- -campo/historia-dos-grand-slam/>. Acesso em: 18 set. 2018. LONGHI, A. et al. Biomecânica do saque no tênis de campo: “estado da arte” e tendência dos estudos. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 22, n. 2, p. 163-172, 2014. PETECA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Fló- rida: Wikimedia Foundation, 2018. 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Aces- so em: 11 set. 2018. 4Em: <http://www.cbtm.org.br/111guia-do-t%- C3%AAnis-de-mesa.aspx>. Acesso em: 11 set. 2018. 1. B. 2. A. 3. D. 4. C. 5. Nessa questão, é importante discorrer a partir dos indicativos apresentados no Quadro 3, destacando: • A importância da integração e participação de todos alunos/atletas. • Organização de grupos mistos com níveis de habilidades motoras seme- lhantes. • Levar em consideração questões físicas e motivacionais para a prepara- ção das atividades. • Adaptar os materiais e dimensões da quadra, partindo de questões mais simples para as mais complexas. • Verificar os conhecimentos prévios dos alunos sobre as regras, conceitos técnicos e táticos. http://www.cbpeteca.org.br/ http://www.cbpeteca.org.br/ http://www.badminton.org.br/ http://www.itftennis.com/home.aspx http://www.cbtm.org.br/111guia-do-t%C3%AAnis-de-mesa.aspx http://www.cbtm.org.br/111guia-do-t%C3%AAnis-de-mesa.aspx Professora Esp. Joicy Ligia de Andrade Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Conhecendo a história do Rugby • O que é o Rugby? • Variações do Rugby • Modelos de exercícios de iniciação no ensino do Rugby Objetivos de Aprendizagem • Reconhecer o contexto de origem do Rugby e sua inserção no Brasil. • Conhecer as principais características do Rugby, assim como as regras e fundamentos necessários para sua prática. • Identificar as principais variações do Rugby. • Analisar as possibilidades de ensino e aprendizagem na iniciação do Rugby. ESPORTES DE INVASÃO: RUGBY unidade III INTRODUÇÃO Olá, aluno(a), seja bem-vindo(a)! Nesta unidade, teremos a oportunidade de nos familiarizar com o Rugby, um esporte deinvasão e contato físico que teve suas origens nas escolas Inglesas, chegando anos mais tarde em território brasileiro. Apesar de não ser tão popular no Brasil, é um dos esportes mais pratica- dos em países, como a Inglaterra, África do Sul, Nova Zelândia, Austrália, França e também na Argentina. Nesta unidade, optamos por trabalhar com o Rugby Sevens, esporte que surgiu como variação do Rugby XV (ou Union), modalidade originá- ria. O Rugby Sevens ganhou espaço e se popularizou mundialmente, pro- porcionando competições oficiais para o público masculino e feminino. Esta modalidade conseguiu consolidar seu espaço, ganhando o direito de ser oficialmente inserida como modalidade olímpica nos Jogos Olímpi- cos, em 2016, no Rio de Janeiro. O Rugby é um conhecimento historicamente produzido pela humanida- de e enquanto esporte deve ser praticado de modo que promova a aprendi- zagem do aluno/atleta e a reflexão acerca do contexto e das situações da vida real. Pensando na iniciação e no esporte escolar, devem ser trabalhados de maneira lúdica, mas sem excluir os conhecimentos técnicos da modalidade. O professor, durante o processo de ensino e aprendizagem, deve pro- mover a integração e o trabalho em equipe, evitando um ambiente onde o aluno sinta-se desmotivado a participar por não ser tão habilidoso ou possuir dificuldades em sua prática. Nesse sentido, esperamos que com essa unidade, você, futuro(a) pro- fessor(a), possa conhecer a história da modalidade, os princípios e valo- res da modalidade, seus fundamentos, as regras básicas, além de suges- tões para a iniciação desse conteúdo dentro e fora da escola. Que o seu aprendizado possa ser prazeroso e desafiador, uma vez que avançamos esse “território desconhecido”. Desejamos a você uma ótima leitura! ESPORTES COMPLEMENTARES 144 CONHECENDO A HISTÓRIA DO RUGBY EDUCAÇÃO FÍSICA 145 Olá, caro(a) aluno(a), neste tópico inicial, daremos um salto no tempo, retornando ao século XIX, para conhecer um pouco da história do Rugby. Sua ori- gem ocorreu na Inglaterra, no ano de 1823, quando um rapaz, aluno da Rugby School, chamado William Web Ellis, durante uma partida de futebol, tomou a bola em suas mãos e tentou atravessar o campo sem que ninguém o parasse. Apesar de existirem outras teorias acerca da origem do Rugby, o mito de Web Ellis é o mais aceito e difundido entre seus pratican- tes (PINHEIRO; SCHUSTER, 2010). Thomas Arnold, diretor da Rugby School, foi um dos maiores incentivadores dessa prática e res- ponsável por delinear suas regras. Para o diretor, a modalidade auxiliava no controle do espírito agres- sivo dos alunos (AGUIAR, 2011; GARCIA, 1964). O esporte começou a se propagar por escolas e en- tre ex-alunos, dando origem a clubes na Inglaterra. Com a popularização do esporte e o aumento de seus adeptos, tornou-se necessária a organização de um manual de normas e regras para a modalidade que posteriormente foram adotadas em escolas da Alemanha, França, Inglaterra e Irlanda, possibilitan- do a realização de jogos intercolegiais (CENAMO; DANTAS, 2010; COLLINS, 2009). Hoje, a entidade responsável por regulamen- tar o Rugby no mundo é a World Rugby, contan- do, em 2016, com um número de aproximada- mente 3,2 milhões de jogadores registrados e 5,3 milhões de jogadores não registrados (WORLD RUGBY, [2018], on-line)1. No Brasil, acredita-se que o Rugby tenha vin- do pelas mãos de Charles Miller, que, após anos morando na Inglaterra, retornou ao Brasil aos vinte anos de idade, empregado da São Paulo, Railway Company. Miller trouxe em sua bagagem alguns materiais esportivos, dentre eles os neces- sários para a prática do críquete, futebol e do Ru- gby (CENAMO; DANTAS, 2010). No Brasil, em 1970, o Rugby também já fazia parte das grades de educação física de colégios pau- listanos tradicionais, como o Rio Branco, Liceu Pas- teur, Santa Cruz, Pueri Domus, Porto Seguro, São Luis, Objetivo, entre outros. O ensino do esporte nas escolas possibilitava a realização de jogos intercole- giais. Na década de 80, houve um acidente durante o jogo da Escola Politécnica, que resultou na fratura da coluna cervical de um jogador, desenvolvendo, deste modo, um quadro de tetraplegia. A gravidade da lesão levou pais e professores a discutirem se essa prática seria realmente viável para que continuasse sendo praticada nas escolas (CENAMO; DANTAS, 2010; MAZZONI, 1950). No ano de 1963, foi fundada, em nosso país, a União Brasileira de Rugby (URB), responsável por sediar o III Campeonato Sul-Americano e inaugu- rar o campo do São Paulo Athletic Club. Em dezem- bro de 1972, a URB foi substituída pela Associação Brasileira de Rugby e reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos. Sob a supervisão da ABR, a equipe Brasileira de Rugby participou do VIII, IX, X e XI campeonatos Sul-Americanos no Paraguai, na Argentina, no Chile e no Uruguai, respectivamente (PINHEIRO; SCHUSTER, 2010). O Rugby, no Brasil, começou a ganhar seu es- paço no século XXI. Segundo Pinheiro e Schus- ter (2012), desde 2004, teve um aumento anual de 43% de seus praticantes. Hoje, a Confederação Brasileira de Rugby (antiga ABR) é o órgão máxi- mo da modalidade em nosso país, contando com uma média de 11 mil atletas federados e 60 mil praticantes (CBRu, [2018], on-line)2. 146 ESPORTES COMPLEMENTARES No ano de 2016, nas Olimpíadas do Rio de Janei- ro, o Rugby Sevens foi oficialmente inserido como modalidade Olímpica, contando com a participa- ção das seleções feminina e masculina de nosso país, que terminaram em 9º e 12º lugar, respec- Figura 1 - Seleção Brasileira Feminina de Rugby Fonte: Visualhunt ([2018], on-line)3. Seleção brasileira feminina de Rugby conquista o título de tridecacampeã (treze vezes) Sul-Americana de Rugby Sevens. Apesar desse esporte ainda estar na busca por espaço no Brasil, nossa equipe feminina vem obtendo bons resultados em competições no exterior. Após vencer cinco jogos consecutivos com um placar disparado, a equipe disputou a final em um duríssimo jogo contra a Argentina, fechando com um saldo positivo de 22x12 e garantindo pela 13ª vez consecutiva o título de campeãs Sulamericanas. O título garantiu a nossa seleção a classificação para a Copa do Mundo de Rugby de Sevens, em Hong Kong 2018. Fonte: Ramalho (2017, on-line)4. SAIBA MAIS tivamente. A equipe masculina de Fiji sagrou-se campeã olímpica em cima da Grã-Bretanha, en- quanto que, dentre as seleções femininas, a vitó- ria ficou com a Austrália sobre a Nova Zelândia (ESPN, 2016a; 2016b). http://esporte.ig.com.br/maisesportes/rugbi/2017-02-20/rugby-titulo-feminino.html EDUCAÇÃO FÍSICA 147 Esporte de ogros jogado por cavalheiros, o Rugby pode ser caracterizado como um esporte de inva- são, uma vez que é necessário avançar (correr) pelo campo adversário portando a bola em suas mãos, apoiá-la dentro da linha do “gol” (in-goal) sem per- mitir que ela caia nesse processo, realizando, assim, o try. Possui como característica o contato físico, re- presentado, principalmente, pelo tackle – que é um movimento defensivo utilizado para derrubar o ad- versário em posse da bola e impedir que este avance pelo campo (ANDRADE, 2016). Para que o jogo possa progredir, é permitido ao atleta passar a bola somente para trás ou para o lado ou, então, chutá-la para frente. No Rugby, a bola re- presenta a linha de impedimento, ou seja, todo atleta da equipe em posse de bola que estiver a frente dessa linha será considerado impedido, devendo ser pena- lizado (ANDRADE, 2016). De acordo com a World Rugby (2014, on-line), o Rugby é um esporte coletivo que traz consigo bene- fícios sociais e para a saúde. É um esporte que exige muito preparo físico e mental para uma prática segura e positiva. É responsabilidade de todos os seus parti- cipantes (jogadores, técnicos e pais) ensinar compor- tamentos positivos para que todos possam desfrutar dessa prática em um ambiente saudável e prazeroso. O QUE É O RUGBY? 148 ESPORTESCOMPLEMENTARES PRINCÍPIOS E VALORES A prática do Rugby não se baseia somente em aspectos técnico-táticos. Os jogadores, técnicos e também os fãs do esporte seguem princípios e valores de conduta, levados tão a sério quanto suas próprias regras (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. É fundamental para que o jogo aconteça, sen- do gerada a partir de atitudes honestas e do jogo limpo. A INTEGRIDADE Representa o entusiasmo apaixonante que as pessoas têm pelo esporte, gerando emoções e sentimentos de fazer parte de uma grande fa- mília que é o Rugby. A paixÃO Promove um espírito de união, que reúne amizades, trabalho em equipe e lealdade para a vida toda. A solidariedade Presente dentro e fora do campo, desde o res- peito às leis e normas do jogo até a adesão aos seus princípios e valores. A disciplina Entre companheiros de equipe, adversários, árbitros, técnicos, dirigentes e todos aqueles envolvidos no jogo. O respeito EDUCAÇÃO FÍSICA 149 TERCEIRO TEMPO Valorizando suas raízes e tradições, ao final dos jogos, é comum a realização de uma confraternização or- ganizada pela equipe anfitriã. Essa confraternização recebe o nome de terceiro tempo – um momento de integração, amizades, trocas de experiências, onde os atletas deixam sua rivalidade de lado, para desfrutar de um ambiente familiar, onde todos comem, bebem, realizam brincadeiras, cantam músicas tradicionais, trotes com seus calouros, oportunizando muita di- versão, além de criar e reafirmar laços de amizade (AGUIAR, 2011; CENAMO; DANTAS, 2010). Figura 2 - Seleção Neozelandesa All Blacks Os All Blacks, nome pela qual ficou conhecida a equipe de Rugby neozelandensa, realizam uma “dança de guerra” em frente aos oponen- tes antes de iniciarem suas partidas, trazendo intimidação. Essa dança é conhecida como “haka”, que reafirma a tradição e memória da cultura da tribo maori, originária da Nova Zelândia. O haka mais conhecido e apresenta- do pelo All Blacks é o “ka mate“ utilizado para aproximar os espíritos e para pedir proteção e confiança para aqueles que o realizam. Fonte: Pereira e Moraes (2016). SAIBA MAIS 150 ESPORTES COMPLEMENTARES FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO RUGBY A técnica dentro do Rugby é fundamental para que o atleta consiga se desenvolver na modalidade. Andra- de (2013) aponta que, para jogar Rugby, o aluno deve perder o medo de cair, de entrar em contato com o ou- tro sem a intenção de feri-lo, utilizando corretamente suas técnicas de contato e respeitando as leis do jogo. Segundo Soares et al. (1992), todos esportes pos- suem gestos técnicos, que não devem ser o único con- teúdo de nossas aulas, mas também não podem ser excluídos da educação física. O uso de jogos esporti- vizados não atendem a necessidade dos alunos de co- nhecer e dominar as técnicas da modalidade. Passes, recepção, chutes, fundamentos de contato e outras ha- bilidades, como dummy, hand-off, side-step e offload, são os principais fundamentos trabalhados no Rugby. Passe O passe no Rugby é um fundamento muito impor- tante, permitindo que o companheiro possa receber a bola a longas e curtas distâncias. Para que o jogo possa progredir, é importante saber que apesar da necessidade de atravessar o campo portando a bola, ela só poderá ser passada para o lado ou para trás. Existem dois tipos de passes muito utilizados no Rugby: o passe em pêndulo (simples) e o passe spin (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Passe em pêndulo O passe em pêndulo é utilizado para curtas distân- cias, facilitando a recepção do companheiro. Por ser de fácil aprendizagem, Fernandes (2002) reco- menda que seja o primeiro tipo de passe a ser en- sinado para seu aluno. Para executá-lo você deverá segurar a bola com suas duas mãos, olhar firme- mente seu companheiro e realizar um movimento de pêndulo com os braços, iniciando sempre na extremidade oposta e seguindo até o jogador na qual pretende passar a bola. Assista ao vídeo de passe em pêndulo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Assista ao vídeo de passe. Para acessar, use seu lei- tor de QR Code. Figura 3 - Passe em pêndulo EDUCAÇÃO FÍSICA 151 Passe spin O passe spin é um passe em espiral, utilizado para longas distâncias e uma excelente maneira de fazer com que a bola chegue em velocidade para seu com- panheiro. Para realizá-lo, é preciso segurar a bola com uma mão na parte de trás (responsável por apli- car força e o giro na bola) e a outra mão mais a frente (apenas para apoiar e di- recionar). No momento do giro, as mãos saem próximas ao quadril e deslocam-se para frente, finalizando o movimen- to apontadas para a mesma direção do jogador (COA- CHING WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Recepção Assim como os passes, a recepção é fundamental no Rugby, uma vez que o jogador, ao realizar uma boa recepção, consegue manter a posse de bola e dar continuidade ao jogo. No Rugby, utilizamos dois ti- pos de recepções: a de passe e a de chute. Assista ao vídeo de passe spin. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Assista ao vídeo de recep- ção de passe. Para aces- sar, use seu leitor de QR Code. Assista ao vídeo de recep- ção . Para acessar, use seu leitor de QR Code. Figura 4 - Passe Spin Recepção de Passe Inicialmente, o jogador deve avançar em direção a bola, mantendo suas duas mãos voltadas para frente com os dedos abertos e os polegares quase se tocan- do, formando uma letra W. O tronco deve ser girado ligeiramente em direção ao jogador que irá passar a bola. Acompanhe a bola com os olhos até que esteja controlada em suas mãos. A comunicação é funda- mental nesse momento, desse modo, o jogador deve- rá pedir a bola para se mostrar disponível a receber (COACHING WORLD RUGBY, [2018], on-line)6. 152 ESPORTES COMPLEMENTARES Recepção de Chute Uma boa recepção de chute é tão importante quan- to a de passes, uma vez que o jogo se inicia com um chute do centro do campo. É preciso, inicialmente, calcular o espaço onde a bola irá cair, verificando se será necessário se deslocar, esperar a bola com os pés no chão ou saltar para rece- bê-la. Estender os braços para cima e acompanhar a bola com os olhos até que ela seja recebida por suas mãos, trazen- do, posteriormente, para os bra- ços e, por fim, em direção ao corpo (NOGUEIRA; MIGLIANO; VOU- GA, 2012). Chutes No Rugby, a bola também pode ser chutada ou con- duzida com os pés. Sua realização pode ser feita de inúmeras maneiras, porém, trazermos as três princi- pais utilizadas no jogo. Assista ao vídeo de recep- ção de chute. Para aces- sar, use seu leitor de QR Code. Assista ao vídeo de Tap- -kick ou Quick Tap. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Assista ao vídeo de chu- tes. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Figura 5 - Recepção de chute Tap-kick ou Quick Tap O quick tap, como a tradução sugere, consiste em um toque rápido para suas próprias mãos. O joga- dor deve segurar a bola com as duas mãos, posi- cionar seus braços estendidos à frente do corpo e inclinar levemente o tronco para frente. A bola de- verá ser soltada em direção ao pé, que será utiliza- do para chutar. Após soltar a bola, o jogador deverá devolver a bola para suas mãos com um chute curto, sendo permitido o uso de qualquer parte da perna abaixo do joelho. Também é possível realizar uma cobrança colocando a bola no solo e movê-la com um chute curta antes de tomá-la em suas mãos. EDUCAÇÃO FÍSICA 153 Punt Chute longo, sem permitir que a bola toque o solo. Para realizar um punt, segure a bola a com o braço es- tendido à frente da perna que será utilizada para chu- tar. Dê um passo com a perna de apoio e solte a bola em direção à perna do chute. No momento do conta- to, o dedo do pé deverá estar apontado para baixo. Se for necessário recuperar o equilíbrio, estenda o braço oposto ao chute durante a finalização do movimento (COACHING WORLD RUGBY, [2018], on-line)6. 1 2 3 4 Assista ao vídeo de punt. Para acessar, use seu lei- tor de QR Code.Assista ao vídeo de drop- -kick. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Figura 6 - Punt Kick Fonte: Tomlatchford11… ([2018], on-line)7. Drop-kick A bola toca (quica) no solo antes do contato com os pés, semelhante ao chute de bate pronto no fu- tebol. Para realizá-lo, você deve segurar a bola de modo que, ao cair, ela deverá manter-se na mesma posição na qual estava antes da queda. Uma de suas mãos deve se posicionar atrás da bola segurando-a de modo semelhante ao punt; solte a bola ao solo e de um passo à frente com a perna de apoio. A perna que será utilizada para o chute deverá ser posiciona- da para trás, dobrando o joelho e, no momento em que a bola tocar o solo, deverá ir de encontro com ela tocando a parte superior do pé na parte inferior da bola com a ponta dos dedos apontados para frente (WORLD RUGBY COACHING, [2018], on-line)6. Figura 7 - Drop-Kick 154 ESPORTES COMPLEMENTARES Fundamentos de Contato Os fundamentos de contato permitem a dinâmica e a continuidade do jogo. Assista ao vídeo de funda- mentos de contato. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Tackle O tackle é um movimento defensivo característico do Rugby, mas também pode ser encontrado no futebol americano. É uma forma eficiente de impedir que o adversário em posse da bola continue progredindo em campo. Para realizar um tackle, o jogador deve agarrar o portador da bola, levando-o consigo ao solo. O tackleador não pode empurrar ou soltar o jogador tackleado durante a execução do movimen- to e também é proibido segurar o adversário à altura do pescoço, pois estes movimentos representam jogo perigoso e são passíveis de falta. Após realizado o ta- ckle (quando já estiverem no chão), o jogador deve soltar imediatamente seu adversário, permitindo que ele disponibilize a bola para o lado onde sua equipe se encontra (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Figura 8 - Tackle EDUCAÇÃO FÍSICA 155 Tackle Lateral Para realizar o tackle lateral, você deverá estar posi- cionado lateralmente ao jogador em posse de bola. Mantenha os olhos no seu adversário e se agache, preparando para realizar o contato abaixo da linha das nádegas. Com as pernas, o jogador deverá se impulsionar para o contato, apoiando o ombro na coxa do adversário e abraçando suas duas pernas, levando-o ao solo. É importante apoiar a cabeça sempre no lado oposto ao lado que irá para o solo (NOGUEIRA; MIGLIANO; VOUGA, 2012). Tackle Frontal A execução do tackle frontal é muito semelhante ao tackle lateral, porém o jogador deve se posi- cionar ligeiramente em um dos lados do seu ad- versário e realizar o contato com seu ombro en- tre o peito e a cintura do adversário, segurando-o com os braços e girando ao realizar o impacto (NOGUEIRA; MIGLIANO; VOUGA, 2012). Maul Quando o jogador de defesa não consegue levar seu adversário ao solo, é possível dar continui- dade na ação defensiva a partir de uma forma- ção conhecida como maul. Para iniciar um maul, são necessários, no mínimo, três jogadores (um portando a bola, seu companheiro e um adver- sário). Durante a execução do maul, os jogadores abraçam, ou apoiam seus ombros no portador da bola e podem empurrar, deslocando-se até a linha de in-goal ou passar a bola a qualquer momento, para jogadores que não façam parte da forma- ção (INTERNATIONAL RUGBY BOARD, 2008; WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Figura 9 - Maul / Fonte: Visualhunt ([2018], on-line)8. Ruck Para dar continuidade ao jogo, após o tackle, é per- mitida a realização de um ruck, que consiste em pro- teger a bola disponibilizada pelo jogador tackleado. Para realizar um ruck, um ou mais jogadores em pé devem se posicionar ao redor da bola, protegendo-a como se formasse uma “casa”. No ruck, é permitido utilizar os pés para puxar a bola ou empurrar os adversários, visando manter ou ganhar a posse da bola (INTERNATIONAL RUGBY BOARD, 2008; WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Figura 10 - Ruck 156 ESPORTES COMPLEMENTARES Outras Habilidades No Rugby, além dos fundamentos básicos, exis- tem algumas habilidades que podem ser execu- tadas como modo de garantir a posse de bola e avançar para o in-goal e realizar o try. São elas: o dummy, o hand-off, o side-step e o offload. Dummy Para realizar um dummy, o jogador deve avançar em direção ao adversário e simular um passe para seu companheiro, porém no momento do passe, ele guar- da a bola para si e ludibria o adversário, avançando em campo (INTERNATIONAL RUGBY BOARD, 2008). Figura 11 - Execução do Dummy Fonte: adaptada de Keyassets ([2018], on-line)9. Hand-off O hand-off é realizado no momento em que o ad- versário prepara o tackle. O portador da bola deve guardá-la sob um de seus braços, estendendo o bra- ço oposto, mantendo-o firme e com a mão aberta, desviando a trajetória do tackleador empurrando-o (INTERNATIONAL RUGBY BOARD, 2008). Figura 12 - Posição de Hand-off Side-Step O side-step é utilizado como forma de finta, em que o portador da bola, marca sua entrada para um lado com uma das pernas e muda de direção rapidamente, para transpor a defesa (INTERNATIONAL RUGBY BOARD, 2008). Figura 13 - Executando um Side-Step Fonte: adaptada de Flickr ([2018], on-line)10. EDUCAÇÃO FÍSICA 157 Offload O offload consiste em realizar um passe para seu companheiro no momento exato em que o jogador recebe o tackle e antes de ir ao solo, evitando a ne- cessidade de formação de um ruck para reiniciar o jogo e garantir a posse de bola. Figura 14 - Offload Regras Básicas do Rugby O Rugby possui regras bem características que se baseiam em princípios e condutas dentro e fora de campo. O cumprimento das regras é fundamental, uma vez que diminuem os riscos de lesões por con- dutas inapropriadas dentro de campo. Traremos, aqui, as regras que possibilitam a compreensão do jogo. Porém, para maior aprofundamento, é neces- sário consultar o manual de regras disponibilizado pela World Rugby Laws ([2018], on-line)5. 158 ESPORTES COMPLEMENTARES Figura 15 - Campo de Jogo Fonte: os autores. EDUCAÇÃO FÍSICA 159 Campo de Jogo As recomendações para o campo do jogo, é que ele seja de grama. Porém, a lei permite que possa ser grama artificial, neve, areia ou terra, desde que se- jam avaliadas como seguras para o jogo. O campo não deve exceder a 100 x 70 metros em sua área de jogo, e 22 metros de comprimento na área de gol (in- -goal). Todas as áreas devem ter um formato retan- gular (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Área de Jogo A área de jogo compreende o campo de jogo e o in-goal. As linhas de lateral, linha de bola morta e as linhas do in-goal, estão além da área de jogo, o que significa que no momento que a bola ultra- passa estas linhas, ela está fora de jogo (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. • Linha de Meio de Campo: utilizada para iní- cio da partida ou reinício após um try. • Linha Lateral: limita as laterais do campo de jogo, resultando em um line-out (alinhamento lateral) quando a bola sai de jogo por essas linhas. • Linha de 10 metros: demarca a distância na qual devem se posicionar os jogadores de defesa no início e reinício da partida após o try e a distância que a bola deve percorrer após o chute inicial. • Linha de 22 metros: demarca a última área antes do in-goal, permitindo o uso da técni- ca mark (ver mais a frente) quando a bola é chutada nessa área. Permite, também, a saída de 22, que consiste em um drop kick realiza- do pela equipe defensora após “queimar” um try (realizar um try contra), impedindo, dessa forma, que o adversário pontue. • Linha de Meta: linha que demarca o início da área de in-goal. • Linha Lateral de In-goal: linha que demarca a lateral da área de in-goal. • Linha de Bola Morta: demarca o limite da área de in-goal. Postes de gol Os postes de gol possuem um formato de H e de- vem manter uma distância de 5,6 m entre eles; ao centro, deve ser colocada uma barra transversal a 3 metros do solo; a prolongação dos postes, aci- ma da barra transversal,deve possuir uma altura mínima de 3,4 m (ANDRADE, 2016; WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Altura mínima 3,4 m 3 m até a parte superior do travessão 5,6 m Figura 16 - Postes de Gol Fonte: os autores. Regras de Tempo No Rugby Sevens, o tempo total de jogo não deve ultrapassar 14 minutos. Esses 14 minutos são di- vididos em dois tempos de 7 minutos. O interva- lo de jogo deve ter a duração de dois minutos e, ao final do intervalo, as equipes deverão trocar o lado do campo. http://laws.worldrugby.org/images/laws/goal-posts-ptbr.jpg 160 ESPORTES COMPLEMENTARES Tempo extra O tempo extra ocorre quando há um empate. Para que as equipes se organizem, uma pausa de um mi- nuto deverá ser realizada. O tempo extra possui a duração de períodos de cinco minutos. As equipes deverão trocar de lado sem intervalo ao final de cada período. O vencedor será deliberado imediatamente a equipe que realizar ponto no tempo extra. Equipamentos de Jogo Para um bom desempenho e prática de Rugby, al- guns equipamentos são necessários, bem como bola e vestimentas. A bola Para jogar Rugby, é necessário o uso de bola de for- mato oval, medindo de 280 a 300 milímetros de comprimento, 580 a 620 milímetros de circunferên- cia (na largura), 740 a 770 milímetros de circunfe- rência (entre seus extremos) e pesando entre 410 a 460 gramas. Esta bola deverá ser confeccionada com quatro gomos de couro ou material sintético similar (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Vestimentas As vestimentas necessárias para a prática do Ru- gby consistem no uso de camisetas, calções, rou- pas térmicas, meias e chuteiras. No entanto, além destes, são permitidos o uso de tornozeleiras por baixo da meia, feitas de um material que não apresente metal. Também são permitidos o uso de luvas sem dedos, ombreira, protetor bucal ou dental, capacete (scrum-cap) e esparadrapo para proteger partes do corpo ou cobrir ferimentos (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Para as mulheres, além dos equipamentos já ci- tados, é liberado o uso de protetores de seios, calças compridas por baixo do short e das meias e lenços na cabeça. Todos os equipamentos citados são per- mitidos desde que estejam em acordo com as leis do jogo (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Figura 17 - Bola Figura 18 - Arbitragem Fonte: Visualhunt ([2018], on-line)11. EDUCAÇÃO FÍSICA 161 Equipe de Jogo e Arbitragem O árbitro é a autoridade máxima dentro de campo, e de modo hierárquico, somente o capitão deve dialogar com ele, utilizando e recebendo o título de “senhor”. As reclamações, dúvidas e questionamentos devem ser repassadas para o capitão e este poderá dialogar com o árbitro responsável pela partida. Cabe ao árbi- tro garantir que a partida possa ocorrer de forma justa e leal (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. O árbitro é auxiliado por um juiz de linha, res- ponsável por verificar os momentos em que a bola sai de jogo pelas linhas laterais e laterais do in-goal e as conversões após o try, e por um árbitro assistente, que além de cumprir a função do juiz de linha deve estar atento ao jogo sujo, auxiliando o árbitro princi- pal (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. No Rugby Sevens, são permitidos sete jogadores dentro da área de jogo e mais cinco reservas nome- ados. Uma vez que o jogador tenha sido substituí- do, este não pode retornar ao campo de jogo nessa partida. Cada jogador é fundamental para que seu time obtenha sucesso. Suas posições recebem nomes específicos que, geralmente, englobam jogadores de portes físicos diferenciados. Temos os fowards (avançados) e os backs (recuados). Fowards Os fowards são os atletas com maior força física, possuem vantagens nos scrums, usando sua força para empurrar os adversários e garantir a posse de bola. Os fowards, são divididos em: dois pilares (ca- misas 1 e 2) e o hooker (camisa 4), que geralmente disputam os scrums e os line-outs. Backs Os backs são muito mais leves e velozes, facilitando sua progressão pelo campo e finalização das jogadas. Os backs são divididos em: scrum-half (camisa 3), abertura (camisa 5), centro (camisa 6) e ponta (camisa 7). • Pilares: ótimos defensores. Fortes e resis- tentes, sustentam os scrums e auxiliam no line-out. • Hooker (Talonador): forte e veloz, porém não tão grande quanto os pilares. É o responsável por puxar a bola nos scrums. • Scrum-Half (Meio-Scrum): vínculo entre fowards e backs. Orienta constantemente sua equipe. Não é forte ou pesado. Geralmente um bom chutador. • Fly-Half (Abertura): é o responsável pelas jo- gadas de ataque do time, devendo ser ótimo em tomada de decisão. Forte e rápido, tam- bém pode ser ótimo chutador. • Centro: é inteligente, encontrando falhas na defesa adversária. Seus braços são fortes e é veloz. Está sempre sincronizado com os joga- dores ao seu lado. • Ponta: é o mais rápido da equipe e um exce- lente finalizador de jogadas. Deve ser habili- doso na recepção de bola, chute e defesa. Figura 19 – Posições Rugby Sevens Fonte: os autores. 162 ESPORTES COMPLEMENTARES Início de Jogo e Posicionamento Para o início da partida, os times deverão se posi- cionar em campo. Um dos membros da equipe em posse de bola deverá dar um pontapé inicial (kick- -off), a partir da linha central, e seus companheiros deverão se posicionar atrás do portador da bola no momento do chute. Os adversários, durante o chute inicial, devem estar posicionados a dez metros da linha central, podendo receber a bola e iniciar as jogadas. Após o chute, qualquer jogador que não esteja em situação de impedimento poderá receber a bola, passá-la ou chutá-la. (ANDRADE, 2016; WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Para facilitar a dinâmica dos passes, é preciso que a equipe se posicione em diagonal, de modo que os jogadores sempre se encontrem atrás da li- nha da bola. Uma vez posicionados, a equipe pode trocar passes até encontrar um espaço vazio que oportunize transpor a defesa e seguir para o in-go- al fazer o try. A defesa poderá utilizar a estratégia que julgar mais conveniente com a situação, po- rém, a sugestão é de que se mantenham em linha reta, posicionando-se um ao lado do outro. Figura 20 - Exemplo de posicionamento de início de jogo Fonte: os autores. EDUCAÇÃO FÍSICA 163 Pontuações As pontuações, em qualquer modalidade esportiva, possuem seu valor, sendo fundamentais para estabe- lecer um vencedor nas partidas. Sua principal forma de pontuar é o try (ensaio) com um valor de cinco pontos para a equipe que atravessar a linha de meta adversária e apoiar a bola no solo, sem derrubá-la ou perder o contato com alguma parte do corpo. Porém, além do try, existem outras formas de pontuar, como: o Pênalti try, o chute de conversão, o gol de pênalti (penalty kick) e o drop gol. Durante a execução dos chutes, com exceção do drop gol, a equipe adversária deve ficar posicionada a dez metros do local de co- brança (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Pênalti Try Ocorre quando um jogador que claramente teria finalizado marcado um try é impedido por meio do jogo sujo de seu adversário. Nesse caso, é apli- cado um pênalti try, atribuindo sete pontos para a equipe que sofreu a falta. Nesse caso, não se deve realizar o chute de conversão (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Chute de Conversão O chute de conversão deverá ocorrer quando um jogador consegue efetuar um try. No Rugby Sevens, para efetuar uma conversão, o jogador deve reali- zar um drop kick em direção aos postes de gol. A bola deve passar acima do travessão e entre os pos- tes laterais, somando mais dois pontos para a equi- pe. O chute deve ser realizado dentro de um tempo de 30 segundos; do contrário, poderá ser anulado (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Gol de Pênalti O jogador deve realizar o chute de pênalti a partir do local onde sofreu a falta. Quando o pênalti ocorrer dentro do in-goal, deverá ser cobrado a 5 m da linha da meta, alinhada com o local da infração. Ao acer- tar o chute, a equipe recebe3 pontos por um gol de pênalti (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Drop Gol O drop gol ocorre quando o jogador consegue con- verter um drop kick em direção aos postes durante o jogo aberto. Essa conversão equivale a três pontos (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Impedimento No Rugby, a bola representa a linha de impedimen- to. Isso impossibilita que os jogadores em posse da bola recebam passes a frente dessa linha. A bola pode, ainda, ser chutada para frente, porém, somen- te aqueles jogadores que estiverem atrás da linha da bola no momento do chute é que poderão recebê-la. (INTERNATIONAL RUGBY BOARD, 2008). Uma maneira simples de observar se o jogador está impedido é verificar se ele se encontra à frente da linha da bola no momento do chute ou passe re- alizado por qualquer membro de sua equipe. Segun- do a World Rugby Laws, [2018], on-line)5, o impedi- mento no Rugby pode ocorrer: • Quando um jogador impedido recebe a bola ou obstrui/atrapalha o adversário. • Quando um membro da equipe do jogador impedido chuta a bola para frente e o jogador impedido não se coloca em posição legal an- tes de se mover ao local onde a bola cai. • Quando não cumpre a lei dos 10 metros. 164 ESPORTES COMPLEMENTARES A lei dos dez metros se aplica quando um jogador impedido está à frente de uma linha imaginária cru- zando o campo, no momento do chute de seu compa- nheiro, a dez metros do oponente que espera receber a bola, ou onde a bola irá cair. O atleta impedido deve sair imediatamente posicionando-se atrás dessa linha ou do companheiro que chutou a bola, sem interferir no jogo (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. É importante analisar a situação antes de sancionar uma punição. Por exemplo: o jogador, ao receber um passe para frente, que não foi intencional, não está impedido e não é marcando impedimento se o jogador estiver dentro do in-goal. Para se colo- car em posição legal (ver Quadro 1), o atleta pode depender de si mesmo, de seus companheiros ou dos adversários. Quadro 1 - Posição Legal no Rugby EDUCAÇÃO FÍSICA 165 Infrações As infrações são registradas mediante algumas ações, como: forward pass, knock-on e jogo sujo. • Foward pass: ocorre quando o jogador realiza um passe ou lançamento da bola para frente. • Knock-on: ocorre quando o jogador perde o controle da bola, derrubando-a para frente. Jogo sujo Corresponde a ações contrárias às leis do jogo, in- cluindo a obstrução, o jogo desleal, o jogo perigoso e a má conduta. • Obstrução: empurrar o adversário, atrapa- lhar o jogador em posse da bola, bloquear o tackleador, bloquear a bola. • Jogo Desleal: infringir intencionalmente as leis do jogo, enrolar o jogo e perder tempo, jogar intencionalmente a bola para a lateral com as mãos. • Jogo perigoso e má conduta: socos, golpes, chutes, pisotear um adversário, dar rastei- ras, tackles perigosos (altos ou no oponente sem a posse da bola), levantar um jogador do chão e deixa-lo cair enquanto seus pés estão fora do chão, revidar a provocações e brigas, má conduta fora de jogo, obstruir um chutador, desrespeito ao árbitro ou aos oficiais da partida. Sanções As infrações das leis do jogo podem resultar em advertências, suspensões ou expulsões. No Ru- gby Sevens, a suspensão deve durar dois minu- tos, permitindo que o jogador retorne ao campo após cumpri-la. A suspensão ocorre com a apre- sentação de um cartão amarelo ao jogador. A ex- pulsão será realizada com o uso de um cartão vermelho, não permitindo que o jogador retorne à partida. Quadro 2 – Exemplos de Infrações e Sanções Infração Sanção Infração Sanção Obstrução Pênalti Impedimento Pênalti Jogo desleal Pênalti Foward-Pass Scrum Perda de tempo Free-kick Demora na saída das 22 Free-kick Jogo perigoso e má conduta Pênalti Equipe adversária avança na linha das 22 antes da bola ser chutada Free-kick Equipe com jogadores a mais em campo Pênalti Obstrução da Saída da linha das 22 Pênalti Retorno de um jogador ao campo sem autorização do árbitro Pênalti Investida contra um jogador que pediu Mark Pênalti 166 ESPORTES COMPLEMENTARES Uso de equipamento inapropriado Pênalti Sair da posição em pé, no ruck Pênalti Tackleador não solta adversário após o tackle Pênalti Não segurar os braços do adversário, ou apenas apoiar suas mãos sobre o adversário no ruck Pênalti Jogador tackleado não solta a bola após o tackle Pênalti Cabeça abaixo da linha do quadril no ruck Free-Kick Tocar a bola evitando gol de Pênalti Pênalti Devolver a bola para dentro do Ruck Free-Kick Não realizar o chute de conversão em 30 segundos Anulação do Chute Foward-Pass Scrum Fonte: adaptado de World Rugby Laws ([2018], on-line)5. Mark O mark ocorre quando a bola é chutada em pro- fundidade e recebida por um jogador em sua área de 22 metros. Ao receber a bola, este deve gritar “MARK” e pode optar por chutá-la ou realizar uma cobrança curta e correr com a bola. O Mark não deve ocorrer após chutes de início e reinício de jogo. Ele também pode ser pedido por um jogador da equipe defensora na linha de in-goal (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Além das sanções apresentadas para as faltas, a equi- pe na qual foi outorgado o direito de pênalti ou free kick,pode optar por realizar um scrum, ganhando o direito de introduzir a bola. Free-kick O free kick consiste em uma forma de cobrança após uma infração, em que o jogador pode optar pelo tipo de chute que irá utilizar, podendo ser realizado um punt ou um drop kick. Scrum O scrum, no Rugby Sevens, é uma formação com o objetivo de reiniciar a partida de modo rápido e im- parcial, executada com três jogadores de cada equi- pe. Os jogadores (dois pilares e um hooker) de cada equipe devem se unir em uma linha, interligando cabeças e ombros para criar um túnel. Esse túnel irá permitir que o scrum-half coloque a bola em dispu- ta. Somente o hooker deverá tentar chutá-la para trás para que seu scrum-half coloque a bola em jogo no- vamente (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Figura 21 - Scrum EDUCAÇÃO FÍSICA 167 Line-Out (alinhamento Lateral) O line-out consiste na cobrança de lateral. Para ser executado, necessita de quatro jogadores: dois le- vantadores, um saltador e um lançador. Levantadores Devem se manter um à frente e outro atrás do salta- dor, com as pernas flexionadas e afastadas na largura dos ombros. Para levantar, o jogador posicionado à frente do saltador deverá apoiar suas mãos logo acima dos joelhos, enquanto que o de trás deverá segurar no calção. A força para levantar deverá estar concentrada nos membros inferiores, utilizando as mãos somente para o empurrão final, finalizando estendidas. Saltador: deverá realizar um salto para cima, es- tendendo seu corpo para facilitar o movimento dos levantadores. Ao saltar, o jogador deve contrair toda a musculatura do abdome e membros inferiores, além de disponibilizar as mãos para receber a bola. Lançador: deverá se posicionar a cinco metros do line-out. A bola deverá ser segurada com as duas mãos e elevada atrás da cabeça. Para realizar o lança- mento, o jogador deverá girar a bola de modo seme- lhante ao passe spin, finalizando o movimento com os braços estendidos acima da cabeça e as palmas da mão voltadas para frente. Figura 22 - Line-out Figura 23 - Lançador ESPORTES COMPLEMENTARES 168 VARIAÇÕES DO RUGBY EDUCAÇÃO FÍSICA 169 Além do Rugby XV e do Rugby Sevens, existem ou- tras variações que permitem sua aprendizagem de modo simplificado. Abordaremos aqui o Rugby Bea- ch, o Touch Rugby e o Tag-Rugby. RUGBY BEACH O Rugby Beach (Rugby de praia/areia) é uma forma simplificada de jogar a modalidade trazendo poucas regras e necessitando, como “campo de jogo”, apenas uma quadra de areia. Para competições oficiais, a World Rugby Laws ([2018], on-line)5 recomenda um campo de jogo com 31 metros de comprimento e 25 metros de largura. Essa variação pode ser jogada por homens e mulheres de várias idades e níveis deex- periência. Para jogar, são necessários de cinco a sete jogadores de cada lado, podendo variar conforme as regras de cada competição. O tempo de jogo varia entre dois tempos de cinco a sete minutos. O jogo se inicia com um free kick ou um punt kick. É permitido que os jogadores em posição legal recebam a bola e deem continuidade ao jogo. No Rugby Beach, é permitido tacklear os jogadores adversários que este- jam portando a bola, seguindo a dinâmica do Rugby Se- vens, porém sem scrum, line-out e sem chute aos postes (H). As penalidades devem ser cobradas com um free kick e o try é a forma de pontuar, valendo apenas 1 (um) ponto (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Figura 24 - Rugby Beach Veja um exemplo do Rugby Beach, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. 170 ESPORTES COMPLEMENTARES TOUCH RUGBY O Touch Rugby segue a mesma dinâmica do Ru- gby Beach, contudo, essa variação é jogada com o mínimo de contato físico. Pode ser jogado na areia, nos gramados e em espaços físicos de piso duro. O Touch também pode ser jogado de forma mista, sem quaisquer restrições. Para jo- gá-lo de forma livre, o espaço físico e o número de jogadores pode ser adaptado de acordo com suas necessidades. Entretanto, para a realização de competições oficiais, existem algumas regras trazidas pela Federação Internacional de Touch (FIT, [2018], on-line)12. De acordo com a FIT (2018], on-line)12, o campo deve ter uma extensão de 70 metros por 50 metros de largura. São necessários seis joga- dores em campo e, no máximo, sete no banco de reservas. Nessa modalidade, a única forma de contato permitida é o touch, que consiste em to- car no jogador em posse da bola. Uma vez tocado, o adversário deve disponibilizar imediatamente a bola no solo para que um companheiro de equipe venha buscá-la. Veja um exemplo do Touch Rugby, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Veja um exemplo do Tag Rugby, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. São permitidos 6 (seis) touchs por equipe antes de trocar a posse de bola. Contudo, se o jogador re- alizar um knock on, a posse de bola deve ser trocada imediatamente, reiniciando o jogo com um roll ball (pisando na bola e rolando para trás, ou rolando ela para trás com as mãos por entre suas pernas), os de- mais jogadores devem se afastar cinco metros para a realização do roll ball. As pontuações ocorrem ao atravessar o campo e apoiar a bola no chão, realizan- do o try que, nessa variação, vale apenas um ponto. TAG-RUGBY O Tag-Rugby é uma variação excelente para inicia- ção. Pode ser praticada por todas as faixas etárias, e na composição do time em meio escolar é reco- mendado que haja dois meninos e duas meninas, no mínimo. O Tag-Rugby conta com um estímulo visual e palpável que são as fitas (tags), facilitando a organização do jogo e sua arbitragem, uma vez que, o jogador em posse de bola só deve cessar seu movi- mento quando sua fita for retirada. EDUCAÇÃO FÍSICA 171 Segundo Portugal Rugby (2011), o Tag-Rugby possibili- ta inúmeras vivências pelos alunos, trazendo benefícios a sua aprendizagem e desenvolvimento motor. Permite a socialização, a convivência, o respeito e a integração de meninos e meninas de diferentes tipos físicos, fa- vorecendo a inclusão e o êxito em um esporte no qual todos são necessários para que a equipe possa vencer. Esta variação pode ser jogada entre cinco a sete jogadores em cada lado do campo/quadra. O espaço recomendado é de 20x40 m ou 30x50 m e o jogo divi- de-se entre dois tempos de cinco a sete minutos. As- sim como o Touch, a dinâmica do jogo acontece sem scrums, line-outs e sem chute aos postes. O início do jogo ocorre no centro do campo com um free kick/ tap kick e após a realização do try, reinicia no centro da quadra com um free kick, cobrado pela equipe que sofreu o try (PORTUGAL RUGBY, 2011). Possui como objetivo conquistar território e reali- zar o try que, nessa variação, também vale um ponto. Apesar de não trabalhar o Rugby como um todo, no Tag-Rugby, encontramos os principais fundamentos dessa modalidade, como o passe, a recepção, o side-step, a progressão e o try (PORTUGAL RUGBY, 2011). O Tag-Rugby não utiliza o contato físico. Em seu lugar, são utilizadas duas fitas com velcro, presas em cada lado da cintura do jogador. Para cessar a progressão adversária, é preciso retirar uma tag do jogador que está portando a bola. Ao trabalhar com essa modalidade nas escolas, fica a sugestão de uti- lizar, como alternativa, fitas confeccionadas com o T.N.T ou algum tipo de tecido (ANDRADE, 2016). Após ter a tag retirada, o portador da bola tem três segundos para passar a bola para seus compa- nheiros. Os defensores, ao retirar uma tag, devem levantá-la para cima, gritar Tag e devolver ao porta- dor da bola. As faltas e as saídas de bola pelas laterais mudam automaticamente a posse da bola e levam a equipe adversária a se posicionar a cinco metros de distância (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE RUGBY, [2018], on-line)2. A cobrança de falta deverá ser realizada com um Free-Kick. As faltas ocorrem quando o jogador toca a bola de modo intencional com seus pés, quando re- alizam knock on ou passam a bola para frente, além de jogadas perigosas que possam ferir a integridade física dos jogadores (PORTUGAL RUGBY, 2011). Como ensinar o Rugby para nossos alunos? Quais os possíveis desafios e dificuldades encontrados na prática escolar e iniciação esportiva? Identificadas as dificuldades, como superá-las? REFLITA Figura 25 - Tag-Rugby 172 ESPORTES COMPLEMENTARES MODELOS DE EXERCÍCIOS DE INICIAÇÃO NO ENSINO DO RUGBY EDUCAÇÃO FÍSICA 173 Olá, aluno(a), chegamos ao último tópico desta uni- dade. Para auxiliar em suas vivências enquanto alu- no(a) e futuro(a) professor(a), traremos aqui algumas sugestões de exercícios trazidos pela Coaching World Rugby, [2018], on-line)6, além de ideias oriundas de vivências experienciadas pela autora desta unidade. Para a World Rugby (2014), esportes como o Rugby promovem o respeito, a interação social, a amizade, a solidariedade, dentre outros valores, esti- mulando a autoestima e a autoconfiança dos alunos. Possibilita o desenvolvimento de habilidades funda- mentais para a vida, como: a disciplina, o autocontro- le, a tomada de decisão, a liderança e a concentração. Para a iniciação com o Rugby, é recomendado o uso do Tag-Rugby e do Touch Rugby, modalidades explicadas no item 3 desta unidade. Porém, ao tra- balhar somente essas variações, acabamos por dei- xar de lado muitos fundamentos que enriquecem as experiências corporais de nossos alunos. Para a experimentação de fundamentos que envolvem quedas e contato físico, na ausência de gramados, recomendamos o seu ensino utilizando placas de E.V.A (tatame), colchonetes para ameni- zar o impacto. É importante que o professor esteja constantemente atento e oriente seus alunos corre- tamente na execução de tackles, line-outs e scrums, evitando acidentes e proporcionando um ótimo momento de aprendizagem. De acordo com Andrade (2013), para que o aluno possa compreender e jogar a modalidade corretamente, sua técnica é fundamental, dimi- nuindo os riscos de lesões na prática. Além do en- sino das técnicas, é possível realizar um caminho de reconstrução da história da modalidade com seus alunos, possibilitando refletir e compreender o contexto no qual surgiu a modalidade a partir do futebol. 1. Jogo: do Futebol ao Rugby 2. Objetivo: conhecer a história da modalidade e compreender sua transição do esporte de origem até o Rugby. 3. Materiais: bola de futebol, fitas de tag, bola de Rugby. Início: o jogo se inicia com as regras básicas do futsal, em que os alunos devem conduzir a bola com os pés e tentar fazer o gol. Primeira alteração: além dos pés, os alunos podem correr com a bola nas mãos, mas só podem fazer pas- ses e gols com os pés. Segunda alteração: a bola só pode ser passada com asmãos (passes livres). Terceira alteração: não se pode mais usar os pés para passar ou conduzir a bola, apenas para finalizar. Os passes com as mãos poderão ser feitos somente para trás. Se a bola cair, troca a posse de bola. Quarta alteração: os goleiros entram no jogo e o gol (try) só poderá ser feito dentro do gol e apoiando a bola no solo. Ao tocar o adversário em posse da bola, ele deverá parar e passar a bola. Final: a partir desse momento seguir a regra do Touch Rugby, caso necessário, entregar as fitas e realizar um jogo de tag. 174 ESPORTES COMPLEMENTARES 1. Jogo: Touch com suicídio 2. Objetivo: desenvolver a recuperação rápida da defesa em situações que exijam reposicionamento constante. 3. Materiais: cones e bola de Rugby 4. Como Jogar: Utilizando a regra básica do Rugby Touch, os jogadores deverão realizar troca de passes e progressões em campo. Quando um jogador de defesa realizar um touch, ele deverá correr até o cone, tocar no chão e voltar para marcar. O jogador de defesa só poderá voltar a marcar após realizar o exercício de suicídio no campo. Cone Defesa Ataque Bola Trajeto do jogador Figura 26 - Defesa com suicídio Fonte: os autores. 1. Exercício: Quadrado de Passes 2.Objetivo: aprimorar habilidades de passe, recep- ção e deslocamento. 3. Materiais: cones e bola de Rugby 4. Como Jogar: os jogadores deverão formar 4 filas for- mando um quadrado a 2 ou 3 metros de distância. Um jogador deverá ficar posicionado no centro do quadrado. O jogador da fila A deverá passar a bola ao jogador do centro e tomar seu lugar. O Jogador do centro deverá passar a bola para a fila B e entrar no final da fila, e assim o exercício segue até que todos tenham passado por todas as filas e pelo centro. Variação 1: duas bolas e dois jogadores no centro. Um de costas para o outro. Cone Bola Trajetória do jogador no cone Trajetória do jogador do centro Figura 27 - Passes com deslocamento Fonte: os autores. EDUCAÇÃO FÍSICA 175 1. Exercício: Diagonal de passes 2.Objetivo: aprimorar habilida- des de passe para trás, recepção em deslocamento e formação em diagonal 3. Materiais: cones e bola de Rugby 4. Como Jogar: formar uma diagonal com os cones e posicionar os alunos em cada cone. No primeiro cone, ficará o aluno em posse de bola, ele deverá trotar e passar a bola para o aluno do segundo cone (que deverá ultrapassá- -lo após receber a bola) e assim o exercício segue até o último aluno. Obs: esse movimento de ultrapassar o colega após receber a bola permite que a diagonal vá sendo construída novamente para que a bola possa ir e voltar a qualquer momento. Variação 1: fazer a bola ir até o final da linha de passe e voltar até o início novamente (sempre em deslocamento). Variação 2: fazer um passe mais longo pulando um jogador. Exemplo: joga- dor 1 passa para o jogador 3, o 3 passa para o 5. Cone Bola Trajetória do jogador Trajetória da bola Figura 28 - Diagonal de passes Fonte: adaptada de World Rugby Coaching, [2018], on-line)6. 1. Jogo: Tag com superiorida- de numérica 2.Objetivo: promover situa- ções de jogo com superiorida- de numérica. 3. Materiais: cones, Tags e bola de Rugby 4. Como Jogar: iniciar o jogo de Tag-Rugby em uma situação de 3 jogadores no ataque contra 2 na defesa. A equipe no ataque deverá aproveitar a superiorida- de numérica para tentar avançar e fazer o try. A defesa deverá pensar em meios de barrar a progressão adversária mesmo com um número inferior. O professor delimita o tempo de jogo e vai modificando as equipes de ataque e defesa. Variação 1: aumentar as situações de superioridade (4x3, 5x4, 6x5, 7x6). Variação 2: inverter a situação de jogo, tornando o ataque com inferioridade e a defesa com superioridade, visando encontrar furos na defesa e progredir para marcar try. Ataque Defesa Ataque Defesa Figura 29 - Superioridade Numérica Fonte: adaptada de World Rugby Coaching, [2018], on-line)6. ESPORTES COMPLEMENTARES 176 As sugestões apresentadas nesta unidade nos trazem alguns caminhos para trabalhar a ini- ciação do Rugby, contudo, adaptações e novas estratégias metodológicas para o ensino des- sa modalidade podem ser necessários para contemplar as diferentes realidades, nas quais nosso aluno está inserido. É importante ob- servar que, conforme o aluno se desenvolve, novos fundamentos podem ser acrescentados, sempre avançando e retrocedendo, permitin- do, deste modo, que o aluno possa se apro- priar e refletir acerca de sua própria prática. 177 considerações finais Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta unidade! Tivemos oportunidade de conhe- cer um pouco da história do Rugby, seus princípios e valores, suas regras e fundamen- tos, além das variações e sugestões para sua prática de iniciação nesta modalidade. A partir de nossas discussões, pudemos perceber que o Rugby, apesar de ser um esporte que surgiu dentro das escolas, em nosso país ainda enfrenta resistência de pais e professores, movidos pelo receio de trabalhar com uma modalidade que traz em sua raiz uma alta incidência de contato físico. As sugestões aqui apresentadas nos mostram que é possível, sim, desenvolver um ótimo trabalho com a modalidade e, ao mesmo tempo, cuidar da segurança de nossos alunos. O contato físico pode ser inserido aos poucos, conforme o aluno progride, permitindo que ele se aproprie cada vez mais de elementos es- pecíficos da modalidade. Nas escolas, além dos recursos apresentados, é possível trabalhar com livros, imagens, vídeos, seminários e um contato orientado em colchonetes e superfícies se- guras. Para incentivar a prática, fica a sugestão de realizar visitas aos clubes próximos a cidade, realização de festivais de Tag-Rugby com terceiro tempo, apresentações abertas à comunidade proporcionando um momento familiar de interação, diversão e difusão da modalidade. Além de uma rica experiência corporal, o Rugby proporciona a formação de ca- ráter, a disciplina e a socialização, mostrando a importância de respeito, da solida- riedade e do companheirismo. Nós, enquanto professores, somos responsáveis por propagar esses valores, auxiliando no desenvolvimento e formação de nossos alunos, não apenas para o esporte, mas também para a vida! Caro(a) aluno(a), esperamos que, a partir dessa leitura inicial, novas inquieta- ções e curiosidades tenham surgido, proporcionando um momento de buscas e re- flexões acerca de sua prática enquanto futuro professor. considerações finais 178 atividades de estudo 1. O Rugby é um esporte que foi criado em terras In- glesas no ano de 1823, na cidade de Rugby, onde os alunos da Rugby School, em meio à ação ilegal de um jogador, que tomou a bola de futebol em suas mãos e correu em direção ao gol sem per- mitir que fosse parado, deram origem ao mito do Rugby, difundido historicamente por seus joga- dores. Assinale corretamente o nome do jogador responsável por executar essa jogada ilegal e, consequentemente, dar origem ao Rugby? a) Joseph Jason Momoa. b) Charles William Miller. c) Thomaz Arnold. d) Jorah Eduard Mormonn. e) William Web Elis. 2. O jogo de Rugby apresenta algumas caracterís- ticas e regras específicas que o diferenciam das outras modalidades esportivas. Deste modo, du- rante sua prática, o jogador deve avançar e se posicionar constantemente, evitando estar im- pedido. Uma maneira simples de observar se o jogador está impedido é verificar se ele se encon- tra à frente da linha da bola no momento do chu- te ou passe realizado por qualquer membro de sua equipe. Com base nas informações, cite as três formas de impedimento trazidas pela World Rugby Laws, [2018], on-line)5. 3. O Tag-Rugby é uma variação excelente para ini- ciação. Pode ser praticada por todas as faixas etárias, e na composição do time em meio esco- lar é recomendado que haja dois meninos e duas meninas no mínimo. O Tag-Rugby conta com um estímulo visual e palpável que são as fitas (tags), facilitando a organização do jogo e sua arbitra- gem, uma vez que ojogador em posse de bola só deve cessar seu movimento quando sua fita for retirada. Pensando no trecho, assinale a(s) afir- mativa(s) correta(s): I - O ensino do Tag-Rugby é inviável, uma vez que pode lesionar os alunos em virtude do contato físico constante. II - O uso das Tags facilita a compreensão acerca das regras do jogo, permitindo que, ao jogar, saiba o momento exato em que deve parar e reiniciar o jogo por meio da retirada das tags. III - O Tag-Rugby é uma alternativa exclusiva- mente voltada para as escolas, sendo to- talmente inviável ensinar outras técnicas da modalidade em meio aos pisos duros. IV - Apesar do ensino do Tag-Rugby ser uma ótima alternativa para a iniciação, o pro- fessor não deve se prender somente a essa variação, é preciso proporcionar, ao aluno, momentos em que ele possa in- teragir, reconhecer e vivenciar os outros movimentos da modalidade, desde que seja planejado e executado de modo se- guro. Assinale a alternativa correta: a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas II e IV estão corretas. c) Apenas IV está correta. d) Apenas II, III e IV estão corretas. e) Apenas I, III e IV estão corretas. 4. O Rugby é um esporte de invasão e contato físi- co, muito popular no campo mundial. Considera- do um esporte de ogros jogado por cavalheiros, traz junto às leis do jogo princípios e normas de conduta, difundidos como fundamentais para a prática da modalidade. Seus fundamentos e re- gras trazem uma complexidade inicial, justamen- te por apresentar movimentos que não estamos habituados, por exemplo, realizar os passes somente para o lado ou para trás. Os desafios trazidos pela modalidade são excelentes para di- 179 atividades de estudo versificar nossas aulas e evitar que nossos alunos sintam-se excluídos por não terem suas habilida- des desenvolvidas, gerando um ambiente amis- toso onde todos devem se ajudar para aprender e alcançar seus objetivos. Reflita sobre o texto e assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F): ( ) O Rugby é um esporte extremamente agres- sivo oriundo da Nova Zelândia, país com um dos melhores Rankings mundiais no Rugby e muito conhecido hoje por sua equipe intitula- da All Blacks. ( ) Os passes com as mãos, no Rugby, podem ser realizados para frente, somente depois que seu companheiro realizar um drop-kick e repor rapidamente a bola em jogo. ( ) O alinhamento lateral (line-out) ocorre quando a bola ultrapassa a linha lateral, necessitando de três jogadores para formar o elevador. ( ) O Tag-Rugby é uma ótima alternativa para a iniciação do Rugby, uma vez que pode ser tra- balhado em pisos duros e evita o contato físico entre os alunos, proporcionando um ambiente amigável e divertido. ( ) O Rugby XV foi a modalidade criada, inicialmen- te, pelos Ingleses, sendo adaptada posterior- mente e difundida também em uma variação conhecida como Rugby Sevens. 5. Andrade (2016) aponta que o ensino do Rugby deve permitir ao aluno a reflexão acerca de sua história, seus princípios e valores e sua essência enquanto formador de caráter. Ao ser trabalha- do na iniciação ou nas escolas, deve oportunizar ao aluno não só a vivência, mas a apropriação do conhecimento teórico e prático, permitindo que possa desenvolver suas habilidades motoras e cognitivas. O conhecimento técnico permite ao aluno a prática da modalidade de forma mais eficiente e com um menor dispêndio de energia. Pensando nos fundamentos técnicos da modali- dade, assinale a alternativa correta. I - As técnicas de chute no Rugby também podem ser utilizadas como forma de co- brança de falta, por meio de um free-kick. II - Apesar de gerar contato brusco, o tackle e o scrum, se executados corretamente, não representam nenhum risco de lesão aos atletas. III - O passe no Rugby é um fundamento mui- to importante e necessita de constante co- municação, permitindo que os jogadores possam se localizar e realizá-lo de modo eficiente, mantendo a posse de bola. IV - Todos os fundamentos podem ser ensina- dos e trabalhados no ambiente escolar e na iniciação, desde que o professor tome os devidos cuidados para manter a segu- rança de seus alunos. Assinale a alternativa correta: a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas II e IV estão corretas. c) Apenas IV está correta. d) Apenas II, III e IV estão corretas. e) Apenas I, III e IV estão corretas. 180 LEITURA COMPLEMENTAR A estrutura proposta por Andrade (2016) traz um esboço que não deve ser tratado como manual de instruções, mas possibilita a reflexão e reconstrução a partir da re- alidade na qual se insere. A autora sugere a organização em três temas: aspectos históricos, aspectos técnicos e aspectos sociais. Aspectos Históricos (Origem do Rugby) - apresenta a origem do Rugby contextualizando a prática do aluno por meio: • Da realização de jogos que demonstrem sua ori- gem no futebol e sua evolução até Rugby. • Vídeos e imagens que tragam características do país de origem, da modalidade em si e que facilitem a compreensão da criança acerca dessa origem. • Rodas de histórias: onde o professor pode contar, re- presentar ou possibilitar que as crianças façam parte da representação, contando a história do Rugby. Aspectos técnicos da modalidade (características do Rugby, Tag-Rugby). Possibilitar que o aluno seja introdu- zido ao mundo dessa modalidade. Para isso, o professor tem como alternativa apresentar: • O Union e o Rugby Sevens: por meio de vídeos e imagens, uma vez que sua prática como um todo (com contato físico), não é recomendada ainda nes- se período, pelo alto risco de lesões. • Os materiais necessários para a prática: o professor pode trazer para a aula a bola e os equipamentos uti- lizados, mostrar por meio de imagens, recortes etc. • Regras e fundamentos básicos: devem ser traba- lhados para que a criança possa se apropriar desse conhecimento, conseguindo, desta forma, jogar o Tag-Rugby. • Princípios e valores: muito defendidos na modali- dade, visando sempre à formação do aluno para a coletividade. • Terceiro-tempo: possibilitar eventualmente a re- alização de jogos, e ao término desses jogos, a participação do terceiro tempo, a partir da qual as crianças podem dividir comidas e bebidas, além de brincar e socializar os conhecimentos que já adqui- riram. • O Tag-Rugby deve ser utilizado como uma forma ini- cial de se apropriar da modalidade, possibilitando que o aluno aprenda as formas de movimentação e regras básicas do jogo. É possível trabalhar funda- mentos como: passes, corridas, recepções, ataque (progressão com a bola), defesa (evitar progressão adversária), linhas de ataque e defesa (formas de organização básicas de ataque e defesa). Aspectos Sociais (Organizações de festivais): a ideia principal deste conteúdo é organizar para os alunos, fes- tivais abrindo as portas para a comunidade escolar (pais, professores). • Possibilitar um momento lúdico para a criança, no qual possa interagir, mostrar e ensinar o que pode aprender sobre a modalidade em seus aspectos históricos e técnicos. • Realização do terceiro tempo, em que todos podem se alimentar e trocar abertamente suas novas ex- periências em meio à modalidade. Fonte: adaptada de Andrade (2016). 181 material complementar O link a seguir possibilita a compreensão da técnica de execução dos passes. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=CNDjdYkHRmg>. O vídeo a seguir possibilita sua compreensão sobre o side-step no Rugby Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zjLgoReDBGw>. O vídeo facilita a compreensão da técnica do maul no Rugby. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ak_QWAAtvFo>. O link, a seguir, apresenta de forma simples a execução da técnica do tackle. Disponível em: <https:// www.youtube.com/watch?v=QiOzQprHjkE&t=38s>. O link, a seguir, nos mostra a forma correta de levantar um jogador no lite-out. Disponível em: <https:// www.youtube.com/watch?v=9XdtrQfgZSA>. Indicação para Acessar ForeverStrong - Para Sempre Vencedor 2008 Sinopse: após um acidente de trânsito, o jogador adolescente de rúgbi, Rick, vai para a cadeia. Lá, recebe uma outra chance quando é chamado para fazer parte do time local, mas deve seguir regras rígidas de conduta. Seu grande desafio chega quando deve enfrentar seu antigo time, treinado por seu próprio pai. Indicação para Assistir Invictus 2009 Sinopse: após o fim do apartheid, o recém-eleito presidente Nelson Mandela lidera uma África do Sul que continua racial e economicamente dividida. Ele acredita que pode unificar a nação por meio da linguagem universal do esporte. Para isso, Mandela junta forças com Francois Pienaar, capitão do time de rúgbi, promovendo a união dos sul-africanos em favor do time do país na Copa Mun- dial de Rúgbi de 1995. Indicação para Assistir https://www.youtube.com/watch?v=zjLgoReDBGw https://www.youtube.com/watch?v=Ak_QWAAtvFo https://www.youtube.com/watch?v=QiOzQprHjkE&t=38s https://www.youtube.com/watch?v=QiOzQprHjkE&t=38s https://www.youtube.com/watch?v=9XdtrQfgZSA https://www.youtube.com/watch?v=9XdtrQfgZSA 182 referências AGUIAR, F. R. Valores presentes na prática do rugby em um clube de Porto Alegre. 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Acesso em: 11 set. 2018. 12Em: <https://www.internationaltouch.org/>. Aces- so em: 11 set. 2018. Professora Mariana Amendoa Puppin Akiyama Professor Jiusom Tokumi Akiyama Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Das raízes à modernidade: Beisebol, um esporte em evolução • Equipamentos do Beisebol • Posição e função dos jogadores em campo • Regras do beisebol e dinâmica de jogo • O “Minibeisebol”: uma estratégia pedagógica Objetivos de Aprendizagem • Inserir o leitor no universo do beisebol por meio da história, tradição e expansão do esporte. • Estudar sobre os equipamentos utilizados para o jogo. • Apresentar as posições dos titulares e suas respectivas funções em campo. • Proporcionar o contato com o conhecimento da modalidade, bem como suas regras e dinâmica de jogo. • Habilitar os alunos para o ensino da modalidade em escolas e clubes. ESPORTES DE CAMPO-E-TACO: BEISEBOL unidade V INTRODUÇÃO Olá, caro(a) aluno(a). Seja bem-vindo(a) à Unidade 5. Nesta unidade, falaremos sobre o Beisebol, esporte que vem cres-cendo muito no Brasil e ganhando milhares de amantes e adeptos. Embora ele já esteja presente em nosso território há mais de cento e cinquenta anos, ainda precisa ser conhecido por mui- tos brasileiros e ser desenvolvido no país. Esta informação tão importan- te deve estar fazendo você se questionar: “Como assim? Existe beisebol no Brasil durante todo esse tempo e eu não sabia?” E a nossa resposta para você é sim, isso mesmo! O Beisebol chegou ao Brasil nos anos de 1850 por meio de funcioná- rios americanos de uma empresa de telefonia, mas não se consolidou com eles. Foi por meio dos imigrantes japoneses, que desembarcaram no Bra- sil pelo navio Kasato Maru, em 1908, no porto de Santos, que o esporte se sustentou até os dias de hoje em nosso território nacional. No entanto, esses imigrantes que trabalhavam nas lavouras de café nos estados de São Paulo e Paraná, bem como em outros estados, serviam-se do esporte com intuito recreativo. Desta forma, juntavam-se com os amigos para matar a saudade de sua terra natal, e durante muitos anos, o beisebol se manteve desconhecido para várias pessoas e praticamente inexplorado. Para introduzi-lo melhor neste tema, esta unidade foi cuidadosamen- te preparada para lhe apresentar um conhecimento global sobre o moda- lidade, bem como seus aspectos históricos, táticos, técnicos e as nuances do jogo. Sua estrutura pedagógica está organizada em tópicos, passando pelo período da criação, o momento da chegada no Brasil e como se de- senvolveu até os dias de hoje. Deste modo, desejamos a você uma boa leitura, que esta unidade possa lhe preparar para as oportunidades que surgirem em sua carreira profissional, que você consiga desenvolver suas capacidades de profissio- nal do movimento nesta modalidade, que possa proporcionar aos seus futuros alunos um excelente desenvolvimento dascapacidades motoras, intelectuais e sociais. Bons estudos! ESPORTES COMPLEMENTARES 188 DAS RAÍZES À MODERNIDADE: BEISEBOL, UM ESPORTE EM EVOLUÇÃO Figura 1 - Equipe de beisebol da People’s Drug Store, membros das equipes amadoras de Washington 1921 Neste tópico, vamos explorar um pouco sobre a história do beisebol, sua criação, expansão e con- temporaneidade. Esperamos que esta unidade possa proporcionar uma experiência animadora nesse novo universo que nos reserva várias sur- presas pelo caminho. Não é possível datar exatamente quando o beisebol nasceu, porém, há relatos de um certo jogo, praticado na Inglaterra, chamado Rounders, de onde pode ter surgido os primeiros traços do beisebol. Oficialmente, o beisebol surgiu com os Knickerbocker Base Ball Club, na cidade de Nova York, em meados de 1845, fundado por Alexander Cartwrigth. A partir de então, o jogo foi ganhando espaço no coração dos novaiorquinos e dos ameri- canos de forma geral, vindo a tornar-se, hoje, uma paixão nacional, capaz de reunir mais de cinquenta mil pessoas em um estádio, para se divertir assis- tindo aos jogos, como é o caso do Dodger Stadium, na cidade de Los Angeles. EDUCAÇÃO FÍSICA 189 Há relatos de que o Beisebol foi trazido para o Bra- sil no Século XIX, por funcionários americanos da empresa Light, companhia telefônica e Frigorífico Armour, que praticavam o esporte onde hoje é o Parque Antártica, estádio do Palmeiras, mas não se encontra relatos da continuidade dessa ativida- de dos americanos no Brasil. Portanto, em 1908, desembarcou no Brasil, tra- zendo os primeiros imigrantes japoneses, o Navio Kasato Maru, por meio dos quais o beisebol começa a deixar seu legado no país. Os imigrantes recém- -chegados ao Brasil instalaram-se em sua grande maioria nos estados do Paraná e São Paulo, para trabalhar na lavoura de café, contudo, em seus mo- mentos de descanso, com caráter recreativo e de re- cordar suas origens, praticavam o beisebol. O beisebol foi levado nesse intuito durante mui- tos anos, ao se tornar mais competitivo em meados de 1920 e 1940. Em setembro de 1946, com o objetivo de formalizar as competições que aconteciam no estado de São Paulo, foi criada a Federação Paulista de Beise- bol e Softbol (FPBS) e, neste mesmo ano, com 13 equi- pes filiadas, foi disputado o Campeonato Estadual de Beisebol. Surge, no ano de 1990, a Confederação Bra- sileira de Beisebol e Softbol (CBBS, [2018], on-line)1, fundada para regulamentar e promover as competi- ções em âmbito nacional, desta forma, ampliando o es- paço para a difusão do esporte em território nacional. Atualmente, são cerca de 25 clubes filiados à CBBS, os quais disputam torneios regionais e nacionais. Os atletas brasileiros, Ian Gomes, André Rienzo, Paulo Orlando, Thiago Vieira, entre outros, são as estrelas brasileiras que brilham no beisebol ameri- cano e carregam uma geração de novos jogadores brasileiros com o mesmo sonho de desbravar cada vez mais o beisebol mundial. Figura 2 - Dodger Stadium na cidade de Los Angeles, California. ESPORTES COMPLEMENTARES 190 EQUIPAMENTOS DO BEISEBOL EDUCAÇÃO FÍSICA 191 Após nos entusiasmar com os aspectos históricos que permeiam o beisebol, acredito que a vontade de seguir em frente tenha aumentado ainda mais, não é mesmo? Antes de conhecermos os aspectos táticos do jogo, precisamos conhecer de que forma jogam, onde jo- gam e como atuam os jogadores dentro do campo de beisebol. Para isso, falaremos um pouco sobre o cam- po e suas dimensões os equipamentos utilizados pelos jogadores e a função de cada um deles dentro do jogo. CAMPO DE BEISEBOL O Beisebol é jogado em campo misto de terra e gra- ma (opcional), popularmente chamado de diaman- te, em função do seu formato; sua área total é de, aproximadamente, doze mil metros quadrados, di- vididos com quatro bases de 27,432 m. O campo é separado em território “foul” e território “fair” que serve de limite entre a bola válida e não válida. O território “foul” indicado pelas linhas brancas e a parte de fora do campo pode ser chamada de “ba- ckstop”, a barreira está situada a partir das linhas de foul até o limite da arquibancada, podendo medir 18,795 m ou mais. O território fair é definido como toda a extensão do campo que fica para dentro das linhas brancas, partindo da “home plate” e seguindo a extensão das linhas de foul, pode ter 97,536 m ou mais. Da home plate ao “center field” 121,92 m ou mais. Há, também, uma divisão de campo interno e campo externo chamado de infield e outfield, respec- tivamente, constituído pela parte inferior do campo, composta por terra ou saibro e toda a parte superior do campo gramado, onde atuam os jogadores aptos a interceptar as bolas altas. Dentro de todo esse com- plexo, movem-se os defensores, dos quais falaremos adiante, com o objetivo de defender o “diamante”, impedindo que os rebatedores conquistem as bases. Figura 3 - Materiais utilizados pelos jogadores 192 ESPORTES COMPLEMENTARES Figura 4 - Campo de beisebol e suas dimensões Fonte: os autores. EDUCAÇÃO FÍSICA 193 EQUIPAMENTO DOS JOGADORES A Luva A luva ou glove, como é chamada, é utilizada pelos jogadores que estão em ação defensiva. Feita em cou- ro de alta durabilidade, pode variar entre 8 a 14 po- legadas, dependendo da posição em que o jogador estará atuando. As luvas dos jogadores de campo in- terno são, geralmente, menores do resto dos jogado- res e servem para aparar as bolas rebatidas na terra, e as luvas de campo externo são maiores para auxiliar os jogadores a interceptar bolas altas, porém os joga- dores escolhem qual o melhor tamanho para sua mão e com a qual ele se sente seguro para agarrar as bolas. No campo interno, diferente de todas as ou- tras luvas, encontra-se a luva para o jogador da primeira base, chamada de “first mitt”, feita em acolchoado intermediário e de tamanho maior, para agarrar as bolas lançadas para ele, no intuito de eliminar os corredores intencionados em con- quistar sua base correspondente. Figura 5 - Luva de beisebol Figura 6 - Mitt para o jogador da primeira base 194 ESPORTES COMPLEMENTARES O Capacete O BASTÃO OU TACO O Bastão de beisebol é utilizado na ação ofensiva dos times. Feito em formato cilíndrico, pode chegar a 1,09 m; porém, os mais utilizados têm em torno de 81,3 cm e 81,9 cm, pode ser produzido em carbo- no, madeira ou alumínio. Entretanto, os mais usa- dos pelos jogadores a partir dos 17 anos é feito em madeira. Um bat pode pesar de 850 g a 1kg, com uma particularidade para os tacos de madeira, que se não forem utilizados da maneira correta, ou seja, se o rebatedor golpear a bola com as extremidades do taco e não no centro, ele poderá se romper, fato que ocorre com frequência nos jogos profissionais. Figura 7 - Catcher´s Mitt O Beisebol, originalmente, foi jogado a mãos nuas; somente em meados de 1860 é que surgiram as primeiras luvas, no intuito de proteger as mãos dos defensores. Os primei- ros jogadores a adotarem as luvas foram os catchers, seguido pelos jogadores da primeira base e depois todos os outros jogadores. To- das as luvas são feitas em couro e preenchidas com acolchoados menos ou mais resistentes, como é o caso do catcher e do primeira base. Para saber mais, acesse o link disponível em: <https://www.britannica.com/sports/base- ball/Analyzing-baseball#toc30444>. Fonte: adaptado de Encyclopaedia ([2018], on-line)2. SAIBA MAIS A luva do catcher (o receptor) é uma particularidade, diferente da de todos os outros jogadores, chamada de “Catcher´s Mitt”. É composta por um acolchoado mais resistente, que permite agarrar bolas lançadas acima de 150 km/h, garantindo a segurança das mãos. Figura 8 - Bat ou Bastão Figura 9 - Capacete com proteção para as duas orelhas EDUCAÇÃO FÍSICA 195 O capacete é utilizado pelo rebatedor para prote- gê-lo de eventuais golpes contra a cabeça. Existem vários modelos e tamanhos, podendo ter proteção para as duas orelhasdo rebatedor (Figura 9), pode também ser encontrado somente com a proteção para uma orelha (Figura 10) ou, ainda, com más- cara protetora acoplada (Figura 11) (utilizado nas categorias de base). Há, ainda, equipamentos não obrigatório aos rebatedores que muitos fazem uso, são eles: a cotoveleira e a caneleira. A bola de beisebol é feita com uma bola de cor- tiça no seu núcleo, revestida por três camadas de barbante, recoberta com couro branco e arremata- da com exatas 108 delicadas costuras feitas à mão. Pode pesar entre 141 a 150 gramas e sua circunfe- rência é de 240 milímetros. As costuras têm a fun- ção de auxiliar os jogadores no agarre da bola para obter efeitos específicos de rotação. Figura 12 - Bola de beisebolFigura 11- Capacete com proteção para o rosto Figura 10 - Capacete com proteção para uma orelha para rebatedores destros ESPORTES COMPLEMENTARES 196 POSIÇÃO E FUNÇÃO DOS JOGADORES EM CAMPO EDUCAÇÃO FÍSICA 197 A DEFESA Todos os jogadores que atuam na ação defensiva são distribuídos ao redor do campo de forma a garan- tir que as bolas rebatidas serão capturadas, sem que haja brechas na defesa. Ao longo do tempo, essas po- sições foram sistematizadas e ganharam nomes para facilitar o posicionamento dos jogadores. Iniciando pelo Pitcher ou Arremessador, (1) ocupa o centro do campo no lugar chamado Mon- tículo do Arremessador ou “Pitching Mound” – área que compreende 5,486 m de diâmetro, cujo centro está a 17,983 m da parte traseira do home plate, a base onde fica o receptor ou catcher. Sua função dentro de campo é arremessar a bola de forma que os rebatedores sintam dificuldade em rebatê-la, para isso, eles lançam bolas retas com muita velocidade, podendo atingir cerca de 160 km/h e, também, uma série de bolas curvas que dificultam a ação do rebatedor. Figura 13 - Posição dos jogadores em campo Fonte: os autores. 198 ESPORTES COMPLEMENTARES Seguindo, vamos falar do Receptor ou Catcher, este é o único jogador que tem a visão geral do campo em um prisma que nenhum outro jogador pode ter. O catcher observa todo o campo e os jogadores em uma posição de frente, portanto, é de sua po- sição que sai todas as jogadas táticas do time, tam- bém é ele que deve dizer qual bola o arremessador deverá jogar em determinado momento do jogo ou em função do rebatedor etc. O catcher ainda se utiliza de um equipamento de proteção forma- do por duas caneleiras, uma proteção para o tórax com duas ombreiras e um capacete com máscara, além da luva resistente e bem acolchoada, como mencionado no capítulo anterior. Figura 14 - O arremessador Figura 15 - O catcher EDUCAÇÃO FÍSICA 199 Em seguida, falaremos do Primeira Base ou First Baseman: este jogador é responsável por apanhar as bolas que os jogadores do campo interno lhe arre- messam e pisam em sua respectiva base para elimi- nar o corredor que tenha a intenção de conquistá-la. Falaremos, a seguir, do Segunda Base ou Second Baseman: ele compõe a defesa interna na parte direi- ta do campo junto com o primeira base. Sua função é defender a segunda base para que os corredores não consigam conquistá-la e agarrar todas as bolas que fiquem em sua zona defensiva. Seguindo o infield, chegamos à posição do Ter- ceira Base ou Third Baseman: este jogador defende a sua base correspondente, não permitindo que os corredores a conquistem; assim como o primeira base, ele defende toda a área da frente do campo e o limite de sua posição termina quando começa a zona de defesa do Inter Bases ou Short Stop, jogador do qual falaremos agora. O Interbases ou Short Stop é o jogador que defende os limites centrais do campo interno jun- tamente com o segunda base, ele tem a caracterís- tica de ser um dos jogadores mais ágeis do time e com uma competência incrível de defesa. Partin- do para o Campo Externo ou Outfield, onde se en- contram os Jardineiro Esquerdo ou Left Fielder, o Jardineiro Central ou Center Fielder e o Jardineiro Direito ou Rigth Fielder, esses três jogadores têm a função de agarrar todas as bolas que vierem em sua direção, pois atrás deles só há o muro, onde não devem deixar a bola ir, pois, se assim o fize- rem, certamente os corredores alcançarão a home plate e marcarão ponto. A partir daqui toda a defesa está composta e já podemos nos aprofundar na dinâmica do jogo e suas regras mais específicas. O ATAQUE Iniciando o ataque falaremos um pouco do rebate- dor, este é o jogador da equipe adversária que está em ação ofensiva. É da competência do rebatedor chegar a salvo em base, dessa forma, ele deve rebater a bola lançada o mais longe possível, podendo re- batê-la para fora dos limites do campo (Home run) e percorrer as bases retornando a home plate, a fim de marcar um ou mais pontos para sua equipe e/ou avançar um corredor que o precedeu em base, exe- cutando uma jogada de sacrifício, por exemplo. Veja um exemplo de ataque, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Figura 16- O rebatedor 200 ESPORTES COMPLEMENTARES O rebatedor deve permanecer na área chamada de caixa do rebatedor, situada nos dois lados da home plate, e obedecer à ordem dos rebatedores preestabe- lecida pelo técnico, a fim de executar sua ação; caso contrário, poderá ser punido. Para garantir a rebati- da, os rebatedores defendem uma área que chama- mos de Zona de Strike ou Strike Zone e está constituí- da da seguinte forma: todas as bolas que passarem no ponto médio entre o topo dos ombros e a parte baixa da rótula do rebatedor dentro das linhas da home plate deve ser considerada strike, da mesma forma que as bolas que passarem fora deste limite são con- sideradas ball. Em uma combinação de quatro balls e três strikes, o rebatedor deverá escolher uma bola para executar sua ação ou ser eliminado. Figura 17 - Zona de Strike Fonte: Gentil (2011, on-line)3. Veja um exemplo de reba- tedor, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. EDUCAÇÃO FÍSICA 201 O “Home Run” acontece quando o rebatedor conse- gue golpear a bola na parte ótima do taco e mandá- -la para fora dos limites do estádio. Quando o reba- tedor alcançar esse feito, ganha um ponto para sua equipe automaticamente, portanto, se houver mais corredores em base no momento da sua rebatida, to- dos eles também completam a corrida, marcando a quantidade de pontos dos corredores existentes. Por esse motivo, o home run é uma das jogadas mais es- peradas do beisebol, pelos jogadores e torcida. Veja um exemplo de Home Run, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Figura 18 - Home Run Fonte: Beckham ([2018], on-line)4 ESPORTES COMPLEMENTARES 202 REGRAS DO BEISEBOL E DINÂMICA DE JOGO O Beisebol possui uma centena de regras que definem o jogo e o faz ser um dos esportes mais interessantes no tocante à estratégia. O objetivo do jogo constitui-se em rebater a bola o mais longe possível e percorrer as bases até completar a corrida, retornando ao ponto de partida, a “Home Plate”; desta forma, conquista-se o ponto chamado “run”. EDUCAÇÃO FÍSICA 203 OS TURNOS DE ATAQUE E DEFESA Os jogadores se revezam em turnos de ataque e de- fesa a cada três eliminações durante o jogo, que per- corre nove entradas. Existe uma série de formas para a defesa eliminar os corredores, deste modo, neste capítulo, vamos apro- fundar como são feitas as eliminações no beisebol. Figura 19 - Eliminação por Strike Out. As eliminações podem acontecer de quatro for- mas principais, a saber: • Eliminação por “Strikeout”, é quando o rebatedor permite passar três strikes sem realizar o contato com a bola. 204 ESPORTES COMPLEMENTARES • Eliminação por jogada forçada, “Forced play”, acontece quando o jogador, após conseguir a rebatida, corre em direção à primeira base, mas chega até ela depois da bola, em função de uma jogada dos defensores internos (neste caso para bolas rebatidas rasteiras). • Eliminação por Flyout ou Popout, é quando qualquerjogador da defesa intercepta a bola antes que ela toque o solo. Essa jogada acontece em rebatidas em forma de parábola ou em forma de linha. Esse tipo de jogada é mais frequente no outfield. • Eliminação por Tag out acontece quando o corredor, na tentativa de alcançar a base subse- quente, é surpreendido pelo defensor que está com a posse a bola e toca qualquer parte do corpo do corredor antes que ele alcance a base. Os jogadores da defensiva, após completarem as três eliminações, poderão ter a chance de rebater. É importante lembrar que somente na ação ofensiva é possível pontuar no beisebol. Figura 20 - Eliminação do corredor/batedor na primeira base Figura 21 - Jogada de eliminação por flyout ou popout EDUCAÇÃO FÍSICA 205 Figura 22 - Tag out O Beisebol, no Brasil, em sua grande maioria, é ensinado por ex-atletas sem formação profissional, fato que ocorre com outras modalidades pouco conhecidas. Portanto, embora desenvolvam a difusão da modalidade, nem sempre possuem conhecimento científico suficiente para lidar com as questões bio- mecânicas, fisiológicas e de condicionamento físico. Talvez seja o momento de profissionais da educação física assumirem também este espaço, não só no beisebol, mas em outras modalidades, manifestando a beleza do repertório motor que os atletas podem alcançar. Arriscar-se em novos desafios faz de nós mais capazes e versáteis no mercado de trabalho. Fonte: os autores. SAIBA MAIS ESPORTES COMPLEMENTARES 206 O “MINIBEISEBOL”: UMA ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO FÍSICA 207 O Minibeisebol é uma das estratégias que se pode adotar para fazer a iniciação do beisebol em am- biente escolar, associações esportivas e não somente em clubes, como é a realidade do Brasil. Observa-se que, nas escolas, encontra-se a maior concentração de crianças em desenvolvimento motor e com uma vitrine de oportunidades a sua volta. Para o ensino do beisebol nas escolas, faz-se necessário uma adap- tação do esporte para um ambiente muito menor do que o usado para prática da modalidade. Portanto, se o beisebol não fosse levado a essas crianças, quantas delas realmente poderiam conhe- cer esse esporte fantástico a ponto de poder prati- cá-lo em nível de competição? Foi por meio desta motivação que se iniciou o ensino do beisebol de maneira adaptada para que mais crianças tivessem o contato com a modalidade e pudessem ser enca- minhadas a instituições que o praticam. Seguem al- gumas propostas de atividades pré-desportivas em modelo segmentado, de forma a desenvolver a com- preensão das competências separadamente A QUADRA A quadra do mini beisebol é composta no espaço de uma quadra poliesportiva, com dimensões entre 30 m x 37 m. A 3 m da linha de fundo está a base do triângulo equilátero de 20 m, que formará o infield. Na ponta do triângulo, deverá haver uma marcação feita com cones ou desenhado com giz no chão, com o intuito de marcar as bases. 30m 20m 20 m20m 37 m Time A Time B Linha de 3m Figura 23 - Quadra de mini beisebol Fonte: os autores. 208 ESPORTES COMPLEMENTARES Objetivo: iniciar as atividades de rebatida desenvol- vendo a coordenação óculo-motora antes mesmo do contato com o jogo. Materiais: para essa atividade, você irá precisar de um cabo de vassoura cortado ao meio, 20 bolas de plástico (no padrão de bolas de piscina de bolinhas) ou de outro material leve. Desenvolvimento: separe duas equipes de número iguais de participantes, e defina a equipe que co- meçará a disputa no bastão. Cada rebatedor terá 3 chances para rebater. A cada acerto na bola, soma um ponto para a equipe. A troca entre defesa e ataque deve acontecer somente depois de todos os competidores terem realizado as rebatidas. Veja um exemplo de apren- dendo a Rebater, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. 30m 20m 20 m 20m 37 m 2 1 3 4 5 6 7 8 9 101112 (Ataque) - (Rebatedor) Linha de 3m RP Figura 24 - Adaptação da quadra poliesportiva para iniciação de ativi- dades de rebatida Fonte: os autores. APRENDENDO A REBATER EDUCAÇÃO FÍSICA 209 APRENDENDO A RECEPCIONAR A BOLA E ARREMESSAR Objetivo: estimular o aprendizado da competência de receber a bola com as duas mãos e, posteriormen- te, com apenas uma das mãos. Materiais: bolas com, no máximo, 30 cm de diâmetro. Desenvolvimento: os alunos deverão ser separados em duplas e posicionar-se na quadra um de frente para o outro. A atividade deve começar em uma dis- tância curta e aumentar progressivamente à medida que a competência já consegue ser realizada de ma- neira natural. Sugerimos a medida de 2 m. As duplas devem estar posicionadas um de frente para o outro. Em uma atividade simples, os alunos deverão passar a bola um para o outro para que desenvolvam a habili- dade de recepção. Inicie com a recepção da bola com as duas mãos e, posteriormente, gradue para uma. Observação: a mão a qual o aluno deve ser ensinado a recepcionar a bola é a mão não dominante (para destros, a mão esquerda, por exemplo), desta forma, quando tiverem o contato com as luvas, não terão dificuldades de adaptação. Outro aspecto importan- te a ser observado é a forma do arremesso. Oriente os alunos a realizar os arremessos com a bola acima da linha cabeça e dos ombros. Veja um exemplo de Apren- dendo a recepcionar a bola e arremessar, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. 30m 37 m Figura 25 - Atividade de capacitação às habilidades de recepcionar e lançar a bola de beisebol Fonte: os autores. 210 ESPORTES COMPLEMENTARES OS JOGADORES DA DEFESA E SUAS POSIÇÕES Cada equipe conta com 6 jogadores divididos em zo- nas de defesa. 1. O arremessador (pitcher) deverá se posicionar ao centro do triângulo de 20 m e executar os arremessos aos jogadores da equipe adversária. Após arremessar a bola, ele se torna um defensor como qualquer outro jogador que atua na defesa, podendo fazer eliminações. 2. O receptor (catcher) posiciona-se atrás da linha de 3 m e deve cuidar para que nenhum jogador adversário pise a home plate, para isso, deverá orientar seus companheiros de defesa nas jogadas. 3. O Primeira base (first baseman), tal como no jogo oficial, deve ser alguém com boa habilidade em re- cepcionar as bolas, pois ele deverá eliminar os cor- redores que tentarem conquistar a sua base. Este jogador deve posicionar-se nos limites da primeira base, um pouco atrás ou ao lado dela. 4. O segunda base (second baseman) ocupa sua respectiva base e, assim como o catcher e o pri- meira base, defende seu território para que ne- nhum rebatedor a conquiste. 5. e 6. O jardineiro esquerdo e o jardineiro direi- to são os responsáveis por toda defesa do campo externo (todo o território que fica atrás do triân- gulo de 20 m), eles devem ser capazes de pegar as bolas altas, eliminando os rebatedores. 30m 20m Linha dos 3m 20 m 20m 37 m Jardineiro esquerdo 2ª base 5 4 1ª base 3 1ª base Arremessador 1 Receptor 2 Jardineiro direito 6 Time A Time B Figura 26 - Posicionamento dos jogadores na quadra do minibeisebol Fonte: os autores. Veja um exemplo de os joga- dores da defesa e suas po- sições, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. EDUCAÇÃO FÍSICA 211 O JOGO DE DUAS BASES Objetivo: iniciar os alunos na dinâmica do mini- beisebol. Materiais: você irá precisar de um taco, uma bola com, aproximadamente, 30 cm de diâmetro e dois marcadores de base (cone ou giz). Desenvolvimento: separe os alunos em duas equi- pes e defina qual equipe iniciará o jogo no bastão. Os alunos que atuam no ataque devem rebater a bola o mais longe possível, a fim de completarem a corrida nas duas bases; porém, se não for pos- sível completar tal corrida, o rebatedor poderá se utilizar da base como “pique” ou seja, se o rebate- dor estiver na base após sua rebatida, não poderá ser eliminado. Os jogadores que atuam no ataque deverão completar a corrida nas duas bases para pontuar. Os rebatedoresdeverão estabelecer uma ordem para sua atuação e entregar a papeleta com essa ordem ao professor, que atuará como juiz da partida. Na ação defensiva, as eliminações devem ocorrer da forma do jogo oficial, tais como strike out, forced out, popout e tag out. Veja um exemplo de o jogo de duas bases, assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Home Plate 1ª base (Rebatedor) (Defensores) 25 m Figura 27 - O jogo de duas bases Fonte: os autores. 212 ESPORTES COMPLEMENTARES MINIBEISEBOL O minibeisebol nada mais é do que a junção de to- das as etapas anteriores, portanto, nesta etapa, acres- cente mais uma base e fixe as regras principais: as formas de eliminação, os turnos dos rebatedores, e lembre-se de que os turnos de ataque e defesa são trocados após ter realizado as 3 eliminações. Divi- da os alunos das salas em mais equipes e faça uma disputa entre elas, com certeza seus alunos irão se divertir muito enquanto aprendem e se exercitam. É sabido que, para o ensino de qualquer mo- dalidade esportiva, faz-se necessário respeitar a evolução progressiva do processo peda- gógico e esta é a proposta do Minibeisebol. Portanto, quais outras atividades você poderia elaborar para o ensino desta modalidade? REFLITA 30m 20m 20 m20m Home Plate 37 m Jardineiro esquerdo 2ª base 1ª base 1ª base 2ª base Jardineiro direito 5 Arremessador Receptor Time A Time B Linha de 3m 1 2 4 3 6 Figura 28 - Minibeisebol Fonte: os autores. 213 considerações finais Ao longo desta unidade, nos empenhamos em dar destaque aos aspectos que permeiam o universo do Beisebol por meio da história, a forma com a qual o esporte foi criado, como se desenvolveu em território americano e de que forma chegou às terras brasileiras, ocupando, atualmente, cerca de seis estados filiados à Confederação Brasileira de Beisebol. Exploramos, também, os aspectos táticos e técnico da modalidade, aprende- mos de que forma age um jogador de beisebol em campo e quais as posições em que os atletas atuam. Desta forma, acreditamos ter colaborado com a difusão da modalidade, trazendo uma série de novidades aos leitores deste livro, os quais tiverem contato com ele e/ou interessaram-se pelo assunto. Cabe, aqui, destacar a importância da disciplina de esportes complementares, que possibilita a você, futuro(a) profissional de educação física, ampliar seu repertório de ensino-apren- dizagem, bem como descobrir novas formas de estimular as capacidades físicas e cognitivas dos seus alunos na escola, transformando as aulas de educação física em um verdadeiro lugar de descoberta. Portanto, utilize-se do Beisebol com toda sua riqueza de detalhes para ensinar, motivar, cativar e avaliar também. O beisebol possui, entre seus inúmeros benefí- cios, a capacidade de ajudar a desenvolver a estratégia, a velocidade de raciocínio lógico e o espírito de equipe. Siga em frente nesse processo de aprendizagem e en- sino e, assim, esperamos que os praticantes de beisebol aumentem a cada ano por meio do trabalho feito nas escolas. Siga em frente! considerações finais 214 atividades de estudo 1. O Beisebol foi trazido para o Brasil no Sec. XIX por funcionários americanos da empresa Light, companhia telefônica e Frigorífico Armour, que praticavam o esporte onde hoje é o Parque An- tártica, estádio do Palmeiras. A respeito da histó- ria e consolidação do beisebol no Brasil, assinale a alternativa correta. a) O Beisebol, embora, seja de origem ameri- cana, se espalhou muito rapidamente em território Brasileiro. Isso se deve à grande hospitalidade local. b) Embora o beisebol tenha sido trazido para o Brasil por americanos funcionários de uma companhia de energia, curiosamente não se consolidou com eles e sim com os imigrantes japoneses que desembarcaram no navio Kasato Maru, em 1908. c) O beisebol é um esporte muito democráti- co, e em vários momentos foi liderado por grupos de diferentes etnias que habitam o vasto território Brasileiro. d) O desenvolvimento do beisebol no Brasil se deve aos obstinados americanos que trabalhavam no Brasil e sentiam-se longe de sua terra natal. Para relembrar suas ori- gens e mitigar a falta de seus entes e ami- gos, praticavam o esporte como forma de distração. e) Após sua consolidação, o Beisebol desen- volveu-se muito rapidamente no Brasil, por meio de incansáveis campanhas feitas pe- los clubes. 2. Ao longo dos anos, os equipamentos utilizados nos esportes têm passado por transformações, e a alta tecnologia proporciona equipamentos da melhor qualidade possível para que o rendimen- to dos atletas e o espetáculo do jogo se torne cada vez mais fascinante. Com relação aos equi- pamentos, assinale a alternativa correta. I) A luva de beisebol começou a ser utilizada so- mente em meados de 1860, pois anteriormen- te a isso os jogadores atuavam de “mãos nuas” durante os jogos. II) As caneleiras do receptor podem ser usadas por qualquer jogador do time como proteção para as pernas. III) As bolas são feitas de um plástico duro e bem resistente para não quebrar durante as reba- tidas fortes. IV) O capacete é um equipamento de segurança obrigatório para os rebatedores, pode ser en- contrado em três formas: com proteção para as duas orelhas, com proteção para somente uma orelha e com grade protetora para o ros- to, utilizado com maior frequência pelas cate- gorias de base. Assinale a alternativa correta: a) Apenas I e IV estão corretas. b) Apenas II e III estão corretas. c) Apenas I está correta. d) Apenas II, III e IV estão corretas. e) Nenhuma das alternativas está correta. 215 atividades de estudo 3. Durante a ação defensiva de uma equipe, são dispostos no campo nove jogadores aptos a in- terceptar as bolas, executando, assim, a elimina- ção dos rebatedores/corredores. Com relação ao jogadores atuantes na defesa, assinale Verdadei- ro (V) ou Falso (F). ( ) Os jogadores que atuam no campo externo são chamados de Infielder, e atuam de forma a agarrar as bolas altas rebatidas com frequên- cia em seu território defensivo. ( ) Os arremessadores são capazes de arremes- sar bolas acima de 160 km/h em função da curta distância de 15,365 m entre o “pitching mound” e a “home plate”. ( ) A jogada mais esperada pelos torcedores de beisebol é o Home Run, nesta jogada, os re- batedores impulsionam a bola para fora dos limites do campo, impossibilitando o trabalho da equipe defensiva. ( ) O catcher é o jogador da estratégia, em função da posição em que se localiza, ele observa o campo de frente e monta as jogadas de acordo com o número de corredores em base. 4. O Beisebol é jogado em campo misto de terra e grama (opcional), popularmente chamado de diamante, em função do seu formato; sua área total é de, aproximadamente, doze mil metros quadrados divididos com quatro bases. Sobre as dimensões do campo, é correto afirmar que: a) O Arremessador é um dos jogadores que possuem mais evidência no campo, pois atua no centro e é responsável por lançar as bolas ao receptor numa distância de 15,365 m, dificultando a ação dos rebatedores. b) O infild é composto pelos jogadores mais altos do time e com maior habilidade de cognição para efetuar os lances difíceis do jogo. c) Os jogadores que atuam no campo ex- ternos são chamados de outfielders, pos- suem uma velocidade acima da média e defendem a maior área do campo, onde se encontra a maior concentração de jogado- res. d) O campo de beisebol é dividido por 4 ba- ses a partir da “home plate” e possuem, en- tre elas, a distância de 27,432 m. 5. O Minibeisebol é uma estratégia de ensino da modalidade em escolas e clubes ou, ainda, em lo- cais onde não dispõem de um campo apropriado para a prática do esporte. Neste contexto, des- creva quais atividades compreendem o minibei- sebol e crie uma atividade lúdica para a modali- dade, ampliando o seu repertório metodológico. 216 LEITURA COMPLEMENTAR Como dito ao longo desta unidade, o beisebol é um es- portebastante democrático e praticado em mais de 35 países que o adotaram e depositam nele o conjunto de suas características regionais; tal fato proporciona ao beisebol um crescimento ainda maior e enriquecimento do desenvolvimento técnico da modalidade. No Brasil, porém, até os dias de hoje, o beisebol se desenvolveu por meio das organizações nipônicas, fato que possibilita aos imigrantes japoneses e seus descendentes o contato perpétuo com suas origens. Contudo, ao longo do tempo, os clubes de conservação das origens precisou abrir-se aos brasileiros, para que o esporte continuasse a ser difundido e não findasse suas atividades, pois, em tempos atuais, não são todos os des- cendentes que se interessam pela prática à modalidade, e para garantir sua subsistência, admite-se estes nos campos criados pelas fundações japonesas. É de grande valia tudo o que tem sido feito pelo beisebol Brasileiro nos últimos anos, a Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS) tem contado com especial parceria com Major League Baseball na formação de novos talentos para o beisebol, como se pode ver na entrevista de Barry Lakin e Steve Finley ao canal The Playoffs ([2018], on-line)5. Para que o esporte cresça e se desenvolva, é necessário fazer intercâmbios cultu- rais, assim, o beisebol poderá, cada vez mais, tornar-se uma oportunidade aos jovens que desejam uma carreira promissora por meio do esporte ou mesmo uma forma de conviver e desenvolver sua motricidade e capacidade cognitiva de forma saudável e dinâmica. Fonte: os autores. 217 material complementar Para acompanhar as notícias do Beisebol nacional e internacional, bem como ficar por dentro dos locais de prática da modalidade e principais campeonatos, acesse o site: <www.cbbs.com.br>. Indicação para Acessar O que é Beisebol, Softbol e Hóquei sobre a Grama. Histórias - Regras - Curiosidades Silvia Vieira - Armando Freitas Editora: Casa da Palavra Sinopse: o livro conta com um apanhado geral sobre as principais característica de cada esporte citado em sua capa e com ótimo conteúdo, trazendo curiosidades específicas da modalidade. Vale a pena lê-lo para aprofundar mais no tema. Indicação para Ler 42 – A História de uma Lenda Ano: 2013 Sinopse: o filme de Brian Helgeland conta a história do primeiro homem negro a atuar nas grandes ligas do beisebol. O cenário típico e tradicional insere o es- pectador à realidade dos estádios fervilhando de torcedores apaixonados pelo esporte de paixão nacional. Indicação para Assistir http://www.cbbs.com.br 218 referências gabarito 1. B. 2. A. 3. F, F, V, V. 4. D. 5. Atividades de Rebater; Arremessar; Recepcionar; Intenções Táticas; etc. Agora escolha uma dessas atividades e organize, descreva de forma lúdica como ela pode ser desenvolvida. ASSOCIAÇÃO DE ÁRBITROS E ANOTADORES DE BEISEBOL E SOFTBOL DO BRASIL. Regras Oficiais de Beisebol. 2015. (Revisadas e Atualiza- das). Disponível em: <http://natanaelsteffen.blogs- pot.com.br/2015/10/>. Acesso em 12 set. 2018. DESPORTOLÂNDIA. Tudo sobre basebol. Dispo- nível em: <http://desportolandia.com/artigos/tudo- -sobre-basebol>. Acesso em: 22 jan. 2018. JAPANESE EMIGRATION TO BRAZIL. Brazilian baseball. [2018]. Disponível em: <http://www.ndl. go.jp/brasil/e/column/baseball.html>. Acesso em: 12 set. 2018. RUBIO, K. Tradição, família e prática esportiva: a cultura japonesa e o beisebol no Brasil. Revista Mo- vimento, Ano VI, n. 12, 2000. REFERÊNCIAS ON-LINE 1Em: <www.cbbs.com.br>. Disponível em: 12 set. 2018. 2Em: <https://www.britannica.com/sports/baseball/ Analyzing-baseball#toc3044>. Acesso em: 12 set. 2018. 3Em: <http://www.arbitrosdebeisebol.com/2009/02/ strike-zone.html>. Acesso em: 12 set. 2018. 4Em: <http://www.raysindex.com/2015/05/tim-be- ckham-home-run-power.html>. Acesso em: 12 set. 2018. 5Em: <http://www.theplayoffs.com.br/mlb/entrevis- ta-larkin-e-finley-o-futuro-do-beisebol-no-brasil- -e-brilhante/>. Acesso em: 12 set. 2018. referências http://natanaelsteffen.blogspot.com.br/2015/10/ http://natanaelsteffen.blogspot.com.br/2015/10/ http://www.cbbs.com.br 219 conclusão geral Caro(a) aluno(a)! Ao chegar ao final deste livro gostaríamos de salientar que nossa expectativa é ter colaborado de forma significativa com a sua prepara- ção mínima para atuar no campo da Educação Física, em especial no ensino dos esportes complementares que aqui evidenciamos: Natação, Skate, Parkour, Slackline, Peteca, Badminton, Tênis de Campo, Tênis de Mesa, Rugby e Beise- bol. Aproveite todos os apontamentos e reflexões levantados no decorrer das cinco unidades para propor novas possibilidades no processo de ensinagem das diferentes modalidades apresentadas, bem como associe essas ações com o ensino de outros esportes que não foram contemplados no nosso material. Seja criativo e proativo! Indiferente à modalidade esportiva que você trabalhará com seus alunos, o esporte não pode ser meramente uma prática esportivizada, antes de tudo, ele precisa ser uma aprendizagem prazerosa de conceitos, movimentos e con- dutas adequadas à vida em sociedade, superando a ideia equivocada que as- sombra a Educação Física por muitos anos, que ensinar os esportes é somente enfatizar a técnica e as regras. Lembre-se, o esporte pode representar um trabalho para atletas profissio- nais, diversão e saúde para familiares que se reúnem aos finais de semana e ainda um momento ímpar de aquisição de componentes fundamentais sobre a sociedade e as relações interpessoais. Podemos caracterizá-lo como um fe- nômeno plural que ocorre em diversos contextos de prática, com diferentes níveis de exigência, além de propiciar diferentes visões, as quais são atribuídas por seus praticantes, professores e apreciadores. Por isso, não esqueça que a estratégia e os procedimentos metodológicos que você irá empregar ao ensi- nar os esportes na sua atuação profissional determinarão o entendimento, a vivência e o gosto pela prática esportiva de seus alunos e da comunidade que você e eles estão inseridos. Use e abuse do planejamento nas aulas. Sucesso em sua trajetória profissional! Abraços, Professor Dr. Patric Paludett Flores. UNIDADE I ESPORTES AQUÁTICOS: NATAÇÃO Introdução aos Esportes Aquáticos: Adaptação ao Meio Líquido e Aspectos Históricos da Natação Os Quatro Estilos da Natação Regras Básicas da Natação O Ensino da Natação considerações finais referências Introdução aos Esportes Radicais ASPECTOS HISTÓRICOS, APLICAÇÃO PEDAGÓGICA, CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÕES DO Skate ASPECTOS HISTÓRICOS, APLICAÇÃO PEDAGÓGICA, CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÕES DO PARKOUR ASPECTOS HISTÓRICOS, APLICAÇÃO PEDAGÓGICA, CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÕES DO SLACKLINE ESPORTES RADICAIS DE AÇÃO E AVENTURA considerações finais referências PETECA BADMINTON TÊNIS DE CAMPO TÊNIS DE MESA ESPORTES COM REDE DIVISÓRIA NA ESCOLA considerações finais referências CONHECENDO A HISTÓRIA DO RUGBY O QUE É O RUGBY? VARIAÇÕES DO RUGBY MODELOS DE EXERCÍCIOS DE INICIAÇÃO NO ENSINO DO RUGBY considerações finais referências DAS RAÍZES À MODERNIDADE: BEISEBOL, UM ESPORTE EM EVOLUÇÃO EQUIPAMENTOS DO BEISEBOL POSIÇÃO E FUNÇÃO DOS JOGADORES EM CAMPO REGRAS DO BEISEBOL E DINÂMICA DE JOGO O “MINIBEISEBOL”: UMA ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA considerações finais referências _gjdgxs _gjdgxs