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1 Fisiologia – Vitor Benincá Íon mais abundante do compartimento extracelular. Sódio junto com Cloro e Bicarbonato constituem ≥ 90% da quantidade de soluto do LEC (os mais importantes, por isso participam do cálculo do ânion gap) A [solutos extracelulares] = [solutos intracelulares], sendo a água livremente circulante pelas membranas através de um gradiente osmótico Regulado principalmente pelo grau de expansão do volume sanguíneo arterial efetivo/volume extracelular (Ao exemplo do que acontece na doença renal crônica) O ADH faz a regulação pela tonicidade dos líquidos e não pelo volume. Como o balanço em condições normais é preservado, essa regulação faz manter o volume de líquido extracelular constante – Mais relacionado ao balanço da H2O do que do sódio (Exemplo: Em caso de altas ingestões de H2O, o ducto coletor através de diminuição da liberação de ADH, irá eliminar mais H2O p/ manter preservado o VEC e mantendo a mesma eliminação de sódio) Concentração varia em 135 – 145 mEq/L A quantidade do sódio é o principal determinante do VEC, sendo que sua concentração determina o balanço da água e não do sódio propriamente dito. Eliminado na urina (90%), fezes e suor. Em condições normais, a eliminação por fezes e suor não é tão importante. Mas no caso de diarreias, pode haver uma perda significativa O rim tem grande papel na regulação do sódio, porém é uma resposta lenta, podendo levar muitos dias para igualar à ingesta Um individuo teve uma alta ingesta hídrica, há acúmulo de água no extracelular, assim, há uma hiponatremia hipervolemia. O corpo tenta excretar mais sódio para voltar à volemia normal. Caso haja uma perda maior de volume, a excreta de sódio diminui para manter a volemia. SISTEMA CARDIOVASCULAR Existe também uma influência na regulação do sódio, por barorrecepetores, sendo que ao serem pouco perfundidos (diminuição do volume circulante efetivo, diminuição do débito cardíaco) estimulam retenção de sódio/diminuição da eliminação. Os barorreceptores estimulam o SRAA, ADH, reabsorção tubular... Isso também é visto em qualquer paciente que tenha seu retorno venoso diminuído (ventilação mecânica [pressão positiva intratorácica], ortostatismo) As catecolaminas e sistema simpático também influenciam na absorção tubular de sódio Sódio e Potássio 2 Fisiologia – Vitor Benincá BALANÇO GLOMERULOTUBULAR A FENa tenta ser sempre semelhante (fracionalmente falando) Mesmo com mudanças na TFG o mecanismo de adaptação renal tentar manter frações constantes de absorção de sódio Isso evita alterações excessivas na excreção de sódio (+H20) quando a filtração é abruptamente alterada Quando começa a perder a TFG, a taxa de filtração por néfron aumenta. Ao abaixar a TFG, chega muito sódio para os túbulos. Ele sempre tenta manter a fração de reabsorção semelhante (80%) para tentar manter a eletroneutralidade. A reabsorção proximal é menor, pois está reabsorvendo muito pq mantém a mesma fração de absorção. Não pode reabsorver muito sódio, pois tem que manter a eletroneutralidade. Para a concentração do sódio não ficar tão alta (já que tem que manter a eletroneutralidade), se reabsorve água para diluir o sódio. Assim, há uma hipervolemia hiponatrêmica. É melhor para o organismo manter a eletroneutralidade do que uma normovolemia. “Deve absorver água sem absorver o sódio para diluir o VEC” Após expandir o VEC, a pressão oncótica (proteica) peritubular (em volta do túbulo) diminui, favorecendo assim a excreção do sódio por conta de um gradiente osmótico. Assim como a pressão oncótica, a pressão hidrostática tem influência nesse mecanismo, sendo que em elevados níveis, diminui absorção de sódio, consequentemente aumenta eliminação. Pois como há muita água, não reabsorve mais sódio, pois puxaria água junto. DEPLEÇÃO DE SÓDIO (HIPONATREMIA HIPOVOLÊMICA) Tem que pensar que está perdendo um líquido com sódio, não apenas sódio Os pacientes podem apresentar sinais de desidratação (mucosas secas, aumento do turgor cutâneo, queda da PA, taquicardia, enchimento capilar lentificado, hipotensão postural) Observa-se aumento da reabsorção proximal de sódio (catecolaminas → estímulo adrenérgico) Há também liberação de aldosterona e ADH Com consequente redução da diurese e natriurese → Urina hipertônica TRATAMENTO O tratamento da depleção do VEC deve ser feito com solução salina isotônica (NaCl). Pode também com solução balanceada (Ringer lactato – Não utilizar em nefropatia aguda/agudizada, pois possui potássio) Coloides (proteína) somente em caso de choque importante, grande queimado evoluindo com choque – Expansão intravascular rápida Solução hipotônica como a solução de Soro Glicosado 5% não é adequada pois não tem sódio, que se distribui uniformemente na água Pois a adrenal secreta aldosterona “desliga o túbulo” e joga água e sódio fora 3 Fisiologia – Vitor Benincá corporal total e não permanece em volume suficiente no intravascular Em quanto tempo? No caso agudo, preferencialmente até desaparecer sinais de choque / desidratação grave + correção da causa Sintomas/Clínica importante a partir da perda de cerca de 30% do VEC Paciente mais estável → SF Paciente muito grave → RingerLactato EXCESSO DE VOLUME EXTRACELULAR (HIPONATREMIA HIPERVOLÊMICA) Comum em Cardiopatas, Nefropatas, Hepatopatas, Hipoproteinemia Cursa com edema, pois ao haver expansão do VEC, o sódio fica diluído e não necessariamente reduzido em valor total/absoluto Porém um dos principais mecanismos envolvido na fisiopatologia dá-se pela retenção renal de sódio, acumulando também muito líquido – Aumento maior do VEC c/ aumento menor do Sódio (Cirrose, IC, Sd nefrótica) Quando aumenta a pressão intracardíaca, há diminuição do retorno venoso. TRATAMENTO Tratamento da causa subjacente (Restaurar débito cardíaco, restaurar pressão oncótica...) Restrição Sódio/Água Diurético em casos com maior magnitude HIPONATREMIA EUVOLÊMICA 4 Fisiologia – Vitor Benincá Íon mais abundante do meio intracelular (90% da sua concentração) Mecanismo para regulação precisam ser bastante preciso, pelo seu grande envolvimento no potencial de membrana celular Valores normais entre 3,5 e 5,0mEq/L Pequenas variações podem gerar grandes repercussões Assim como o sódio, o potássio também é o responsável pela quantidade de volume intracelular (VIC) – Devido à osmolaridade Acidose → põe hidrogênio (que está em excesso) para dentro e potássio para o extracelular. Alcalose → o contrário Insulina → faz o potássio entrar para a célula Beta-adrenergicos → retém Na, secreta ou põe pro intra o K 5 Fisiologia – Vitor Benincá HIPOCALEMIA CAUSAS Acontece por uma redução verdadeira nos estoques do íon (perda renal ou TGI) Comum também por shift transcelular – Alcalose met/resp (Para aumentos de 0,1 no pH estima-se uma redução de 0,4mEq K). Alcalose → falta hidrogênio dentro da célula, entrando potássio que também é positivo Perdas TGI (Somente 10% da excreção) / Deficiência dietética Diuréticos – Principal na prática clínica Hiperaldosteronismo 1a ou 2a Hipomagnesemia (Canais RONK) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O potássio é importante nas contrações musculares. Apatia, fraqueza, parestesias, tetania Náuseas, distensão abdominal até íleo paralítico Flecha pra cima é sair; baixo, entrar. Se potássio diminuído, há dificuldade de repolarização celular. Como há dificuldade de repolarizar (onda T do eletro), há um surgimento de onda U TRATAMENTO Dificilmente há alguma urgência na reposição de potássio Portanto a VO deve ser preferencial, através de comprimidos de potássio,xarope de potássio Caso haja manifestações importantes (neuromusculares, cardíacas/ ECG) deve se optar pela reposição EV – Respeitando normalmente um limite de 40mEq/Litro de solução. O KCl é o usado na prática (diluído). HIPERCALEMIA CAUSAS Definido como um aumento de potássio > 5,0mEq/L *Pseudo hipercalemia – Hemólise amostra / Leucose / Plaquetose Acidose – p/ queda de 0,1 pH estima-se um aumento de 0,6mEq/l K Rabdomiólise, hemólise importante, infecções extensas Em menor magnitude → Betabloqueadores (diminui ação das catecolaminas), digoxina, succinilcolina LRA / DRC Insuficiência adrenal → pouca aldosterona Diuréticos poupadores de potássio MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As manifestações neuromusculares são semelhantes às da hipocalemia Aqui torna-se ainda mais importante a incidência de complicações arritmogênicas, mais vistas com potássio acima de 7,0mEq/L Onda T apiculada, pois há uma alta eletricidade 6 Fisiologia – Vitor Benincá O potássio não consegue sair, pois já “está fora”, assim há dificuldade de ter uma repolarização. TRATAMENTO Ao identificar um paciente com hipercalemia SEMPRE solicitar ECG Via de regra, quando não há alteração eletrocardiográfica, tem-se relativa tranquilidade e segurança para correção do distúrbio, desde que sua causa seja também tratável Alteração de ECG → Gluconato de Cálcio (Não reduz potássio) → pois “normaliza” as concentrações relativas entre potássio e cálcio → faz-se até melhorar o eletro → estabiliza membrana Medidas específicas (Que reduzem o potássio extracel): - Bicarbonato – Mais indicado quando acidose concomitante - Agonista Beta adrenérgico – Fenoterol, salbutamol, epinefrina (essa última é a menos usada) - Glico – insulina – Se já hiperglicêmico, somente insulina. (a insulina promove o K+ para o meio intracelular) - Resinas de troca – Sorcal → não serve para urgência. Paciente feminina, 72 anos, doente renal crônica em hemodiálise há 7 anos. Em uma manhã de terça-feira foi acionada equipe do SAMU p/ atendimento domiciliar pois paciente não estava se sentindo bem, afinal tinha comido um churrasco no final de semana e tinha faltado a hemodiálise na segunda-feira. Ao entrar no recinto a equipe do SAMU, encontra uma paciente irresponsiva, sem drive ventilatório e sem pulso central. Foi iniciada manobras de RCP e encontrado um ritmo de fibrilação ventricular, sendo prontamente desfibrilada e com retorno da circulação espontânea após 2 min de manobras. Após isso a paciente foi conduzida ao hospital, e você é o médico que receberá essa paciente 1. Quais as suas hipóteses que podem ter levado essa paciente à PCR? Hipercalemia, acidose metabólica, edema agudo de pulmão (mas seria mais progressiva) 2. Que medicações baseadas em suas hipóteses você acharia interessante solicitar para essa paciente? Bicarbonato e gluconato de cálcio 3. Quais exames você solicitaria para essa paciente na chegada ao hospital? ECG, dosagem de eletrólitos. 7 Fisiologia – Vitor Benincá Gluconato de cálcio até melhora do ECG + insulina para diminuir K+ extracelular + diálise
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