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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EQUIPE N.º 99 Aline Domiciano Teixeira Aparecida Adriana Ferraz de Assis Eliana Vieira Braga Irani Marcelino Ribeiro Isabel Cristina Morais Viana de Souza Janaina da Silva Franco Marisa Ferreira Alves Gandra Maristela Souza Oliveira da Silveira Michele Martins de Lima Silva Tamiris Gonçalves Severiano PROJETO DIDÁTICO PARA TRABALHAR COM ALUNO AUTISTA 1. APRESENTAÇÃO 1.1. Contextualização da situação-problema Este presente trabalho refere-se à elaboração de um projeto didático, para se trabalhar com uma classe composta por 32 alunos, sendo que um deles apresenta um quadro de autismo moderado. O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é denominado pela Associação Americana de Psiquiatria – APA (2013), como um transtorno do neurodesenvolvimento. Sobre isso, destacamos que o termo autismo foi utilizado pela primeira vez em 1911, por Eugen Bleuler, um psiquiatra Suíço que buscava em seus estudos descrever características da esquizofrenia. No entanto, a denominação do autismo toma uma proporção maior em 1943, por meio do psiquiatra Leo Kanner, que em suas primeiras pesquisas já abordava características do autismo de forma relevante (CUNHA, 2015). HEWITT (2006) e LEO KANNER (1943), após descreverem casos de 11 crianças com comportamentos diferentes, observaram características especiais no que se referia à capacidade de se relacionar com o outro, utilizando-se da palavra autismo para caracterizar as pessoas que apresentavam determinados distúrbios. Essa foi sua primeira tentativa de definição sobre o autismo. Este tema tem sido abordado por muitos autores, porém, é relevante e cabe ainda estudar para aprofundar e verificar os avanços na área, enquanto um processo que atende a diferentes propósitos, mas que deve estar ao alcance de todos em função da busca contínua de informação e pelos avanços científicos apresentados. 1.2. Análise do tema O cotidiano escolar do aluno Rogério de 7 anos diagnosticado com autismo moderado, é marcado por muitas dificuldades, característicos do comportamento autista como acessos de raiva, extrema aflição sem razão aparente, realização de diversas atividades repetitivas, recusa de afagos e carinhos e muitas dificuldades na socialização e interação com colegas. Rogério se encontra matriculado numa classe composta por 32 alunos e a professora docente da turma, veio enfrentando durante o ano dificuldades em lidar com o seu comportamento. Portanto, a questão é: Quais estratégias poderão ser usadas nesta turma, que possa atingir a todos os alunos sem distinção, permitindo que possam ter outras formas de aprender com base nas técnicas assistivas, nas metodologias usadas para os autistas? Para responder essa questão e elaborar o projeto didático que atenda a toda a classe, foi feito um levantamento bibliográfico e o estudo de caso. Sabe-se que o autismo é definido como um transtorno complexo do desenvolvimento, do ponto de vista comportamental, com diferentes etiologias que se manifesta em graus de gravidade variados (GADIA, 2006). De acordo com OLIVEIRA (2009), “autos” significa “próprio” e “ismo” traduz um estado ou uma orientação, isto é, uma pessoa fechada, reclusa em si. Assim, o autismo é compreendido como um estado ou uma condição, que parece estar recluso em si próprio. Neste caso, o autismo pode estar associado a diversas condições clínicas, tais como deficiência intelectual (presente em cerca de 50% dos casos de autismo), epilepsia (presente em até 42% dos casos), deficiência auditiva, síndrome de Down, dentre outras condições patológicas (SCHWARTZMAN, 2011). Os pais dos indivíduos com TEA são normalmente os primeiros a verificar que algo diferente está acontecendo com seu filho. Nesse momento, começa a busca por auxílio, sendo um período de incertezas o que antecede o processo de elaboração e formação do diagnóstico. No entanto, cabe salientar sobre a importância da forma como esse diagnóstico é elaborado pelos pais das crianças com TEA. SCHULMAN (2002) afirma que, assim que o diagnóstico é comunicado, é importante dirigir os pais aos recursos úteis, o que auxilia na sensação de que existe algo para fazer. Até os anos 1980, o autismo era considerado distúrbio adquirido por influência do ambiente. Alguns mais radicais chegavam a atribuir sua gênese aos suspeitos de sempre: os pais. Segundo SCHWARTZMAN, 2011. Até o presente momento, não foi identificado nenhum marcador biológico ou causa que esteja presente em todos os casos de TEA, sendo um desafio descobri-lo. Isso acontece porque, assim como no retardo mental, já temos comprovações científicas que o autismo tem várias causas. Autores afirmam a possibilidade de deixarmos de pensar em causa e tentarmos entender pacientes com autismo como condições multifatoriais que surgem quando o paciente fica exposto a três tipos de eventos: período crítico no desenvolvimento cerebral, vulnerabilidade subjacente e estressor externo. Neste contexto, os Transtornos do Espectro Autista foram incorporados como parte de um grupo denominado Transtornos do Neurodesenvolvimento, cuja condição se manifesta cedo, geralmente antes do período escolar. Desta forma, torna-se necessário a inclusão dos autistas, uma vez que a inclusão traz como premissa básica, proporcionar a educação para todos, pois é um direito constitucional do aluno autista, ou de qualquer outra necessidade educacional especial e de todos os cidadãos da educação. 2. JUSTIFICATIVA O presente trabalho se justifica pela necessidade de elaboração de um projeto didático que atenda uma classe composta por 32 alunos, sendo um deles autista. Sabe-se que é relevante e cabe ainda estudar para aprofundar e verificar os avanços na área. Neste caso, o artigo pretende proporcionar maior compreensão sobre o TEA, no momento em que a obscuridade do autismo reforça a importância pela busca contínua de informação. Assim, abordará a importância do diagnóstico e a eficácia de estratégias elaboradas e desenvolvidas com o intuito de atingir a todos os alunos sem distinção, permitindo que possam ter outras formas de aprender com base nas técnicas assistivas, proporcionando maior interação e uma convivência sem preconceitos. 3. OBJETIVOS O objetivo geral do trabalho é levantar dados teóricos que subsidiem a elaboração de um projeto didático para atender uma classe com um aluno autista. Abordar a importância do diagnóstico e a eficácia de intervenções adequadas. 3.1 Objetivos Específicos (somente dois) • Proporcionar um ambiente acolhedor, com estratégias específicas para memorizar informação e estimular o respeito mútuo. • Simplificar o aprendizado usando as tecnologias assistivas adequadas ao projeto e os gibis de Maurício de Souza como literatura a fim de promover o interesse dos alunos. 4. PÚBLICO ALVO Este projeto está sendo realizado com a finalidade de atender Rogério, um aluno de escola pública que apresenta um quadro de autismo moderado e os demais alunos da classe, visando promover a interação e uma educação de qualidade, sem preconceito e discriminação. A turma alvo desse estudo está nos 32 alunos do 2º ano do ensino fundamental que onde os alunos possuem aproximadamente 07 anos de idade. I. 5. METAS A escola pública em que o projeto será executado possui 800 alunos, e nesta pretende-se desenvolver projetos educativos que promovam a inclusão e incentivem o respeito mútuo entre os alunos, ensinando-os a conviver com as diferenças, além de facilitar a aprendizagem do aluno autista. A fim de alcançar esses objetivos algumas metas foram estabelecidas para serem cumpridasdurante o trimestre de abril, maio e junho do ano corrente, em que o projeto será executado, a saber: • Atenuar o preconceito, em até 95% entre os alunos da classe; • Diminuir significativamente as dificuldades de aprendizagem do aluno com autismo, evitando assim uma possível reprovação. • Estimular a interação do mesmo com os demais alunos, fazendo uso das tecnologias assistivas adequadas para que desenvolvam trabalhos e atividades em grupo. • Estabelecer regras e combinados, de maneira lúdica para estimular o aluno autista a respeitar os colegas, tornando-o apto a conviver em sociedade. • Buscar desenvolver atividades interdisciplinares com os professores de artes e educação física a fim de garantir não só a atenção do aluno autista por maior tempo possível como também sua participação. 6. RECURSOS: Para a realização deste projeto serão utilizados os seguintes recursos: 6.1 HUMANOS Contar-se-á com a participação: - Da equipe pedagógica que acompanhará a realização do projeto e sugerirá intervenções quando adequadas; - Dos professores de artes, educação física e regente de sala do aluno Rogério especificamente; - Dos pais que acompanharão o desenvolvimento de seus filhos e participarão de reuniões e apresentação final do projeto; - De um especialista da área da psicopedagogia que no encerramento do projeto possa palestrar aos pais e demais envolvidos sobre a importância da inclusão e como alcançá-la. 6.2 MATERIAIS Os materiais a serem utilizados em todas as etapas do projeto serão: - Gibis de Maurício de Souza; - Impressões de desenhos relacionados às histórias dos gibis; - Materiais de papelaria diversos tais como: lápis de cor, canetinhas, giz de cera, EVA, barbante, tintas, dentre outros. etc; (evitar o termo etc em uma produção acadêmica). - Meias para a confecção de fantoches; - Caixas grandes de papelão para a construção de um teatro para fantoches; - Equipamentos de áudio e vídeo e Informática (televisão, som, tablet); - Máquina fotográfica; -Velcros, TNT, brinquedo para fazer bolha de sabão. 7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Por muito tempo a educação especial no Brasil esteve restrita a instituições especializadas, públicas ou privadas, mas, a partir de 1970 com o advento das reformas educacionais a educação especial passou enfim a constar como uma área prioritária nos planos setoriais da educação. Porém, a partir da década de 1990, quando foram lançadas internacionalmente a Declaração Mundial de Educação para Todos (1990 na Tailândia) e a Declaração de Salamanca (1994 na Espanha), a educação especial ganhou novo fôlego no Brasil e diversos documentos, leis e planos passaram a ser lançados no país, voltados especificamente para a educação especial. (RODRIGUES, 2006). Com o passar do tempo e o constante aumento dos estudos na área observou-se que várias práticas aplicadas ao ensino especial reforçavam à deficiência e não a inclusão, de forma que os conceitos foram mudando e outras formas de pensar surgindo. Sobre estas, o documento “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva” trouxe um novo conceito importante, a saber: O conceito de necessidades educacionais especiais, que passa a ser amplamente disseminado, a partir dessa Declaração, ressalta a interação das características individuais dos alunos com o ambiente educacional e social, chamando a atenção do ensino regular para o desafio de atender as diferenças. No entanto, mesmo com essa perspectiva conceitual transformadora, as políticas educacionais implementadas não alcançaram o objetivo de levar a escola comum a assumir o desafio de atender as necessidades educacionais de todos os alunos. Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial passa a constituir a proposta pedagógica da escola, definindo como seu público- alvo os alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Nestes casos e outros, que implicam em transtornos funcionais específicos, a educação especial atua de forma articulada com o ensino comum, orientando para o atendimento às necessidades educacionais especiais desses alunos. (BRASIL, 2008. p. 14). Sendo assim a inclusão passou a se tornar uma realidade no cotidiano escolar. Mas, esta realidade sempre veio acompanhada de inúmeros questionamentos e dúvidas sobre as reais diferenças da integração para a inclusão e sobre como trabalhar efetivamente na sala de aula diante das diferenças dos alunos, e muitas vezes da falta de preparo dos professores que não tiveram treinamento adequado para lidar com essas mudanças. Segundo Mantoan (2003), a inclusão prevê a inserção escolar de forma radical, completa e sistemática e por isso a perspectiva educacional sofrerá uma mudança porque a inclusão não deverá atingir apenas alunos com deficiências, mas, sim todos que tem dificuldade para aprender. Embora a inclusão seja ainda uma prática nova “temos, então, de reconhecer as diferentes culturas, a pluralidade das manifestações intelectuais, sociais e afetivas; enfim, precisamos construir uma nova ética escolar.” (MANTOAN, 2003, p.20). 7.1 O autismo. O autismo e suas condições relacionadas conhecidas também como Transtornos do Espectro Autista – TEA podem ser descritos conforme Volkmar e Wiesner (2018) como transtornos em que sua principal característica é o déficit de interação social, sendo essa sua característica definidora. Outra definição mostra que autismo “é uma síndrome definida por alterações presentes desde idades muito precoces [...] e que se caracteriza sempre por desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.” (MELLO, 2016, p.16). As características que envolvem essa síndrome foram uniformizadas na década de 1980 quando os manuais de classificação CID-9 (OMS 1993) e DSM-III (APA 1980) se fortaleceram. Após a realização de mais pesquisas nesse campo, os critérios diagnósticos do autismo foram sendo revisados e ampliados de forma que a mais recente classificação utilizada pela APA (Associação Americana de Psiquiatria) é o Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais V (DSM-V). (SCHMIDT, 2013). De acordo com DSM-5: As características essenciais do transtorno do espectro autista são prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na interação social (Critério A) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades (Critério B). Esses sintomas estão presentes desde o início da infância e limitam ou prejudicam o funcionamento diário (Critérios C e D). (APA, 2014, p. 97). O indivíduo que apresenta esses sintomas pode ser classificado com diferentes graus de autismo. A escala mais conhecida para avaliação da gravidade do autismo é a escala CARS (Childhood Autism Rating Scale), sendo essa utilizada há mais de 30 anos. Essa escala utiliza 15 itens com escores onde a pontuação final varia de 15 a 60. Escores entre 30 e 36 indicam sintomas leves a moderados de autismo. (PEREIRA, 2007; RAPIN; GOLDMAN, 2008). O autista moderado, público alvo do projeto pedagógico desenvolvido por meio desse estudo, pode apresentar graves déficits na comunicação social e comportamental, mas consegue desenvolver uma interação com o outro. (APA, 2014). 7.2 Métodos de trabalho com aluno autista. No Brasil os tipos de intervenção mais utilizados com crianças autistas são: o TEACCH (Treatment and Education of Autistic and related communication hadicapped children) e o ABA (Análise Aplicada ao Comportamento) ambos seguem a linha comportamental. Os PECS (Sistema de Comunicação pela Troca de Figuras) também são adotados como forma de auxiliar tanto crianças como adultos no desenvolvimento das habilidades de comunicação. Comentado [Z1]: Espaço simples. 7.2.1 O método TEACCH. O método TEACCH foi desenvolvidona década de 60 pelo Dr. Eric Schopler e atualmente tem como responsável o Dr. Gary Mesibov. Esse método utiliza uma avaliação de perfil para avaliar a criança. (MELLO, 2016). Esse método baseia-se na organização do espaço físico por meio rotinas estabelecidas para que as crianças autistas consigam se adaptar ao ambiente e compreender quais os comportamentos dela esperados. O programa também visa facilitar o convívio do autista com outras pessoas incentivando-o a explorar os ambientes e instigando o aprendizado. O ideal é que o ambiente não apresente estímulos que possam distrair as crianças, como janelas com vista para o pátio, por exemplo. (PAPIM; SANCHES, 2013; SANTANA; 2019). 7.2.2 O método ABA. O tratamento comportamental analítico tem como proposta ensinar à criança habilidades que ela não possui por meio do desenvolvimento de rotinas comportamentais saudáveis. Quando a criança responde adequadamente, uma recompensa é utilizada levando a criança a repetir essas respostas. (BRITES, 2019). Os pontos principais desse método incluem tornar o aprendizado agradável para a criança e ensiná-la a identificar os diferentes estímulos. E entre os benefícios apresentados destacam-se: a melhoria no relacionamento do autista com seu meio, a ampliação da sua capacidade cognitiva e a aquisição de mais autonomia na vida, entre outros. (BRITES, 2019; MELLO, 2016). 7.3 O lúdico na educação autista. As restrições no domínio da linguagem pelos autistas faz com que eles tenham outros sentidos mais apurados, como a visão, por exemplo, e talvez por essa habilidade muitos se tornam bons artistas. Aproveitando-se dessa situação o professor pode estabelecer uma conexão com o aluno trabalhando de forma lúdica aquilo que mais lhe interesse. O professor, no exercício de sua função deverá estar sempre atento a metodologias que possa utilizar afim de auxiliar no processo de aprendizagem de seus alunos autistas. Quando estiver utilizando atividades lúdicas é importante que o professor esteja “disponível e atento, principalmente no caso de crianças cuja linguagem verbal e gestual é bastante limitada ou não desenvolvida. Assim, deve intervir de modo a favorecer a atenção, a motivação e o acolhimento.” (CASTRO, 2013. p. 25). As atividades lúdicas a serem desenvolvias com alunos autistas devem sempre privilegiar a interatividade e os estímulos para que a criança se sinta motivada a participar das mesmas. Nessa fase, a brincadeira exerce um papel fundamental no desenvolvimento da criança, porque além de ampliar sua imaginação também desenvolve suas emoções pelo envolvimento de sentimentos. Ela é capaz também de ajudar a criança autista a entender que a relação social pode ser prazerosa. (GAIATO, 2018; SILVA, 2016). 7.4 O projeto pedagógico proposto. Em face do levantamento bibliográfico realizado o projeto pedagógico a ser desenvolvido buscará unir em suas etapas de realização além de atividades lúdicas, alguns princípios dos métodos de trabalho com alunos autistas e também atividades sensoriais variadas buscando assim prender a atenção dos alunos de forma que os mesmos estejam sempre dispostos a participar e aprender ao longo do processo. 8. ETAPAS DE REALIZAÇÃO COM SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM O presente projeto será realizado em sete etapas ao longo do trimestre de (abril, maio e junho) tendo sua culminância no final do mês de junho. As etapas foram assim distribuídas: - 1ª etapa: Divulgação do projeto para a turma. Inicialmente o professor reunirá a turma em uma roda e explicará como funcionará o projeto. Ele vai mostrar para os alunos que ao longo de três meses será reservado um tempo toda semana para se trabalhar esse projeto e que é muito importante que todos participem. Também será explicado à turma que eles produzirão trabalhos e uma peça de teatro que serão apresentados aos seus pais no final do período determinado. E então, dando início aos trabalhos, o professor mostrará os gibis para a turma e deixará que os alunos peguem os mesmos e escolham um deles para o professor começar a contação de histórias. O professor deixará a turma interagir com os gibis e irá adaptar as histórias do gibi escolhido para iniciar o projeto em um próximo momento. - 2ª etapa: Utilização dos gibis da Turma da Mônica para contação de histórias. Nessa etapa o(a) professor(a) deverá criar um ritual para chamar a atenção dos alunos para o momento da contação de histórias de forma que quando este chegar eles possam rapidamente associar o ritual ao que se sucederá. Esse ritual pode ser colocar uma musiquinha e assoprar bolhinhas de sabão. As bolhas de sabão são muito atrativas para várias idades e instigam os sentidos, pois, trabalham habilidades manuais e motoras. Também pode-se usar um xampu de criança para fazer as bolhas e assim o sentido do olfato também será associado a este momento. Assim toda vez que a professora colocar música e assoprar bolhas os alunos já entenderão que o momento da história se iniciará. Essa etapa é importante para alunos autistas porque o trará para um lugar comum, repetitivo, em que ele se sentirá mais à vontade. Segundo a psicopedagogia esse momento pode ajudar a criança autista a fazer um rapport entre as características dos personagens e a sua realidade possibilitando assim a realização de intervenções pedagógicas. Para facilitar que todos alunos visualizem o gibi o(a) professor(a) deverá reproduzir o mesmo em tamanho grande e ao contar as histórias deverá envolver toda a turma por meio de perguntas, reprodução de sons, etc. O professor poderá pedir aos alunos que recontem uma história utilizando sua imaginação. - 3ª etapa: Utilização de jogos e aplicativos virtuais de comunicação. Os jogos e aplicativos sugeridos auxiliarão no desenvolvimento da comunicação, escrita, atenção e coordenação motora. Para essa fase o(a) professor(a) poderá baixar jogos da Turma da Mônica gratuitos disponíveis nas plataformas digitais, como por exemplo o “Jogo do Cascão” ou “Coelhadas da Mônica” e mostrar aos alunos como utilizá- los. Quando os alunos já estiverem bem familiarizados com a utilização do tablet, o(a) professor(a) instruirá seus alunos sobre como usar o aplicativo “Matraquinha” que já estará disponível em seus equipamentos. Assim que os alunos assimilarem seu funcionamento ele fará a seguinte atividade: - Entregará a seus alunos uma folha impressa com os personagens das histórias vivendo situações diversas, como por exemplo: brincando, comendo, dormindo, etc. Essas figuras deverão estar em conformidade com as situações disponíveis no aplicativo sugerido. - Em seguida ele dirá aos alunos que eles devem utilizar o aplicativo para criar as falas dos personagens impressos. - Após os alunos explorarem bem o aplicativo, pedir que eles transcrevam a frente das figuras impressas, as frases que utilizadas no aplicativo. Para o aluno autista caberá ao professor analisar seu nível de alfabetização e se necessário auxiliá-lo na transcrição apenas de pequenas palavras como sono, dor, amor, entre outras, que simbolizem o desenho. Nessa etapa o(a) professor(a) também poderá utilizar o aplicativo “bloco de notas” para incentivar a escrita no tablet. - 4ª etapa: Realização de atividades lúdicas relacionadas às historinhas dos gibis. A quarta etapa visará reforçar a escrita, a coordenação motora, a socialização e a atenção por meio de atividades lúdicas variadas relacionadas as histórias dos gibis. As atividades propostas envolverão: - A utilização de desenhos para colorir. - A montagem de um livro em eva onde os personagens e frases básicas da história podem ser pregados e despregados pelo uso de velcro, a fim de que o próprio aluno possa montar a história em sequência lógica utilizando seus conhecimentos adquiridos anteriormente. - A exposição emsala de aula dos trabalhos confeccionados. - A utilização de jogos coloridos de montar (tipo lego) para relacionar os personagens da estória às suas características. - A utilização de régua de letras e figuras para escrever os nomes dos personagens nos desenhos coloridos. Outras atividades como modelagem e pintura poderão ser realizadas a critério do(a) professor(a) para que todos tenham sua parcela de participação. - 5ª etapa: Confecção de fantoches, teatro de papelão e apresentação cultural. A quinta etapa contará com o apoio dos professores de artes e educação física. Caberá ao professor de artes, juntamente com a turma, a confecção de fantoches de meia dos personagens da Turma da Mônica. O professor também construirá um teatro de papelão para a apresentação de um teatrinho de fantoches no encerramento do projeto. Ao professor de educação física caberá ensaiar pequenas peças teatrais com as crianças utilizando os fantoches. O ponto alto dessa etapa é o trabalho em equipe, o incentivo à interação social, o desenvolvimento da imaginação e a comunicação. O professor deverá sempre estar atento às necessidades do aluno Rogério buscando meios para que ele participe das atividades. - 6ª etapa: Exposição de trabalhos e apresentação teatral, seguida de reunião com os pais e pedagogos escolares. Para finalizar o projeto a sexta etapa será realizada na própria sala de aula, onde os pais poderão apreciar os trabalhos feitos por seus filhos e conhecer as metodologias utilizadas durante o processo. Após a apreciação dos trabalhos expostos os pais assistirão as pequenas peças teatrais ensaiadas por seus filhos. Finalizada a apresentação teatral um momento será reservado para a realização de uma reunião pedagógica entre os professores, os pais e os pedagogos escolares com a finalidade de se discutir os resultados obtidos no decorrer da execução do projeto. E finalmente, para encerrar este momento uma palestra sobre inclusão será ministrada por um especialista da área da psicopedagogia aos pais e demais envolvidos. - 7ª etapa: Avaliação interdisciplinar dos resultados. Nessa etapa, tendo sido finalizado o projeto, o professor regente aplicará uma atividade de leitura e escrita em sala para posterior análise. De posse dos resultados do teste final, o professor regente se reunirá com os professores de artes e educação física para avaliarem o desempenho dos alunos em todas as etapas do projeto e em outros campos além da leitura e escrita. Os pontos positivos e negativos serão registrados e repassados à equipe pedagógica da escola. Com base nos resultados obtidos novas ações pedagógicas poderão ser adotadas visando o melhor desenvolvimento da turma. 9. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROJETO DIDÁTICO CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO It e m Atividade MÊS F e v M a r A b r M a i J u n A g o S e t O u t N o v D e z 1 1ª etapa: Divulgação do projeto para a turma. X 2 2ª etapa: Utilização os gibis da Turma da Mônica para contação de histórias. X 3 3ª etapa: Utilização jogos e de aplicativos virtuais de comunicação. X X 4 4ª etapa: Realização de atividades lúdicas relacionadas às historinhas dos gibis. X X X 5 5ª etapa: Confecção de fantoches, teatro de papelão e apresentação cultural. X X 6 6ª etapa: Exposição de trabalhos e apresentação teatral, seguida de reunião com os pais e pedagogos escolares. X 7 7ª etapa: Avaliação interdisciplinar dos resultados. X 10. AVALIAÇÃO DO PROJETO DIDÁTICO O projeto será avaliado de forma processual, propiciando assim que as estratégias adotadas possam ser reformuladas ao longo da execução do mesmo quando necessário. E diagnóstica, que possibilitará avaliar tanto individualmente quanto coletivamente o desempenho dos alunos. Ao final do projeto espera-se que os alunos do 2º ano do ensino fundamental tenham melhorado suas habilidades de leitura, escrita e interação social e que o aluno autista Rogério também tenha conseguido desenvolver-se nesses quesitos, mas, o principal é que os alunos tenham conseguido entender a importância da inclusão no processo educacional. 11. REFERÊNCIAS AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. DSM-5. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. BRASIL. Política Nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, MEC, 2008. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf> . Acesso em Set. 2019 BRASIL. Ministério da Educação. Governo Federal. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a Base. 2018. Disponível em: < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofin al_site.pdf>. Acesso em: Set. 2019. Comentado [Z2]: Quando a obra já foi mencionada acima...coloca-se __________. OK!? Consultar a ABNT. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf BRITES, Luciana. Interação social no autismo. NeuroSaber,. Disponível em: <https://neurosaber.com.br/como-ajudar-a-promover-a-interacao-social-no- autismo/>. Acesso em: Set. 2019. CASTRO, C. Recursos alternativos para a inclusão de crianças com autismo no ensino regular. 2013. Monografia (Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira. CUNHA, Eugenio. Autismo e inclusão: psicopedagogia práticas educativas na escola e na família. 6 ed. Rio de Janeiro: Wak Ed. p. 140, 2015. GADIA, Carlos. Aprendizagem e autismo: transtornos da aprendizagem: abordagem neuropsicológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006. GAIATO, Mayra. As 5 melhores BRINCADEIRAS para ESTIMULAR e deixar a CRIANÇA FELIZ!. 2018. (6m11s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KbHEBh9czFs>. Acesso em: Set. 2019. HEWITT, Sally. Compreender o autismo: estratégias para alunos com autismo nas escolas regulares. Porto: Ed. Porto, 2006. KANNER, Leo. Autistic disturbances of affective contact. Nervous Child, v. 02, 1943. MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão Escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna, 2003. MELLO, Ana Maria S. Ros. Autismo: guia prático. 8ª ed. São Paulo, Corde, 2016. PAPIM, A. A. P.; SANCHES, K. G. Autismo e inclusão: levantamento das dificuldades encontradas pelo professor do atendimento educacional especializado em sua prática com crianças com autismo. 2013. Monografia (Bacharelado em Psicologia) – Centro Universitário Católico Salesiano, Lins. PEREIRA, A. M. Autismo infantil: tradução e validação da CARS (Childhood Autism Rating Scale para uso no Brasil). 2007. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas: Pediatria) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. RAPIN, Isabelle; GOLDMAN, Sylvie. The Brazilian CARS: a standardized screening tool for autism. Jornal de Pediatria, v. 84, n. 6, p. 473-475, 2008. RODRIGUES, David (org.). Inclusão e Educação. Doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo: Summus, 2006. SANTANA, E. S. J. Crianças com transtorno do espectro do autismo: processo de inclusão em escolas da rede de ensino privado. 2019. Dissertação (Mestrado em Ciências da Educação) – Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa. SCHMIDT, Carlo. Autismo, educação e transdisciplinaridade. Campinas: Papirus, 2013. SCHULMAN, C. Bridging the process between diagnosis and treatment. In R. GABRIELS; D. HILLS. Autism- From research to individualized practice. London: Jessica Kingsley Publishers, 2002. SCHWARTZMAN, J. S.; ARAÚJO, C. A. Transtornos do Espectro do Autismo. São Paulo: Memnon, 2011. SILVA, L. S. O lúdico como caminho facilitador para a leiturade crianças autistas. 2016. Monografia (Bacharelado em Psicopedagogia) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. VOLKMAR, Fred R.; WIESNER, Lisa A. Autismo - Guia Essencial Para Compreensão e Tratamento. 1 ed. Porto Alegre, Artmed Editora, 2018.
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