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Visão geral do Ultrassom

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Visão geral do Ultrassom 
 
Este capítulo tem como objetivo abordar um breve relato sobre a história e a 
evolução do ultrassom ao longo do tempo. 
A técnica que utiliza as ondas sonoras de alta frequência para gerar imagens de 
órgãos e estruturas do corpo é denominada de ultrassom (US). Essas imagens 
são produzidas pelo registro dos ecos (reflexões) das ondas ultrassônicas 
direcionadas para o interior do corpo. 
As aplicações do US de alta intensidade tem como finalidade gerar mudanças 
no meio através do qual a onda se propaga, estão incluídas nessa faixa a terapia 
médica, ruptura de células biológicas, atomização de líquidos, limpeza por 
cavitação, homogeneização de materiais e solda. Já os US de baixa intensidade 
tem a capacidade de transmitir a energia através de um meio tendo como 
resultado a obtenção da informação do mesmo, temos como exemplo dessa 
utilização as medições das propriedades elásticas dos materiais, ensaios não 
destrutivos de materiais e a utilização para fins de diagnósticos médicos. 
O US na função de diagnostica é baseado na reflexão das ondas ultrassônicas, 
é uma técnica não invasiva, nem trauma, mais segura do que as que utilizam a 
radiação ionizante, tais como o raios-X, e por tanto são a técnica de escolha para 
a realização de exames no pré-natal. 
 
História do Ultrassom 
 
O ultrassom é demonstrado na natureza, através de certos animais dotados com 
a capacidade de emitir ondas ultrassônicas, tais como os morcegos, golfinhos, 
mariposas que se movem, acham alimentos e escapam do perigo por meio de 
ondas ultrassônicas que eles próprios enviam. 
Por meio de estudos dessa capacidade dos animais que que surgiu Durante a 
Segunda Guerra Mundial a ideia de desenvolver o sonar, instrumento com 
capacidade de analisar a profundidade dos mares e localizar objetos sob a água, 
tais como submarinos. Após essa época as aplicações do ultrassom foram 
ampliadas nos mais diversas áreas. Sendo o ultrassom 
A história do US na medicina 
 
Em 1940 Karl Theodore Dussik, utilizou o US pela primeira vez em medicina 
diagnostica na Universidade de Viena em neuropsiquiatria, tentando verificar o 
tamanho dos ventrículos cerebrais e localizar tumores através da medição da 
transmissão dos sons pelo crânio. 
John Wild é considerado o pai da ultrassonografia em medicina, pois construiu, 
em 1950, um instrumento do modo B para a detecção de tumores de mama. Em 
1951, José Holmes juntamente com Howry (engenheiro) construíram o primeiro 
2D B-mode scanner linear. 
Os pioneiros na utilização da ultrassonografia para fins diagnóstico, em 1957, 
são os médicos Americanos Douglas Howry e Dorothy Howry, nesse tempo a 
pessoa tinha que estar submersa e imóvel em uma banheira com água para a 
realização do exame, o que não era nada funcional e tinha como resultado 
imagens de baixa resolução e qualidade. Ainda nessa mesma década, o método 
de US que ainda hoje usamos teve seu desenvolvimento, fazendo a troca da 
banheira com água pelo gel de US, melhorando o contato entre a superfície da 
pele e o dispositivo que transforma os impulsos elétricos que chegam através do 
fio em som (“transdutor”), quer dizer transforma energia elétrica em energia 
sonora. 
Em 1966, John Reid, Don Blaker e Dennis Watkins aprimoraram o Doppler 
pulsado, o qual possibilitou a determinação de fluxo sanguíneo baseado em 
diferentes profundidades no coração. Mais tarde Don Baker, participante de uma 
equipe de engenharia, ajudou na elaboração da digitação duplex e do Doppler 
colorido. No início de 1980 iniciaram a aparecer os US em tempo real, que na 
década de 1990, avançaram com as imagens 3D e 4D. 
Nos dias de hoje os pacientes são confortavelmente acomodados para os 
exames de US, tem os transdutores como responsável pela captação dos ecos 
refletidos do interior do corpo humano e transforma em sinais que são 
decodificados em imagens para a interpretação do médico. 
O US é uma técnica mundialmente difundida e utilizada em quase toda a área 
médica por ser de simples execução, custo baixo quanto comparado a outras 
técnicas de diagnóstico por imagem, e por não ser invasiva. Esse método por 
ser utilizado desde a área preventiva até em tratamentos como no controle de 
lesões. 
 
Prelúdio da Ultrassonografia no Brasil 
 
No Brasil a ultrassonografia teve sua primícias nos anos 70, voltada 
principalmente a US obstétrica com os ensinamentos do professor Bonilla, tendo 
a princípio uma utilidade no acompanhamento pré-natal. O crescimento e 
penetração da ultrassonografia na área médica cresceu ao ponto de tornar-se 
quase como um subcampo dentro da especialidade de diagnóstico por imagem. 
Entre 1960 e 1980, políticas públicas brasileiras geraram seguimentos que 
moldaram indiretamente e diretamente a representação referencial tecnológica 
e de captação do US, apontando por tanto o Estado como responsável social 
significativo para a prática e avanço da ultrassonografia no país. 
No Brasil decorrer das últimas décadas o US virou um equipamento de grande 
importância na medicina, somando as imagens 3D e os recursos do efeito 
Doppler, possibilitando investigações não invasiva e detalhadas que possibilitam 
a avaliação quantitativa e qualitativa da funcionalidade e morfologia do objeto de 
estudo. 
 
Física do som 
 
Quando pensamos na história do som podemos recuar até o momento em que 
a seleção natural deu a origem a um “ser” com a capacidade de “ouvir”, o que 
lhe permitiu uma capacidade de sobrevivência maior dos que não tinham essa 
faculdade. Existem evidências que confirmam que o homem da pré-história já 
conhecia e praticava música, supostamente devido aos sons da natureza que 
observavam. 
 
Som 
 
O som é o resultado da vibração dos corpos, que geram uma onda mecânica e 
longitudinal, que se propaga de forma circuncêntrica, ou seja, em todas as 
direções, em meios sólidos, líquidos ou gasosos. Para que haja a propagação 
das ondas sonoras deve-se haver uma substância que possa ser comprimida, 
esse é o motivo do som não se propagar no vácuo. A densidade desse meio tem 
correlação direta com a velocidade de propagação do som, quanto mais denso 
o meio, maior a velocidade de transmissão da onda sonora. 
Por tanto é importante lembrar que o som viaja rapidamente através de meios 
sólidos e que os líquidos transmitem melhor o som que o ar, sendo assim 
concluímos que algumas substâncias conduzem melhor o som que outras. 
 
Eco 
 
É o resultado de uma reverberação de múltiplas das ondas sonoras, no âmbito 
da acústica é o processamento de sinal de sinal de áudio, ou seja, uma reflexão 
de som, que alcança ao ouvinte pouco tempo após o som direto. Sua medida é 
feita em Hertz, que significa o número de vibrações por segundo de uma onda 
sonora, portanto quanto menor o número de Hertz, mais grave será o som, 
enquanto que quanto maior for o número de Hertz, mais agudo será o som. 
 
Acústica 
 
O ramo da física que estuda o som é denominado de acústica, é ele que cria 
instrumentos e ferramentas que possibilitam captar dados necessários aos 
diferentes ramos da ciência que usufruem dos sons e de seus efeitos e meios de 
propagação. 
A história da ciência do som teve seu início na Grécia antiga. O invento do 
sonómetro, que foi utilizado para estudar os sons musicais, criado por Pitágoras, 
conhecido pelo teorema sobre o triângulo retângulo. O primeiro a fazer 
comparação entre ondas sonoras e ondas produzidas por jogar pedrinhas na 
água tranquila foi o filósofo Romano Boécio. 
Isaac Newton escreveu o livro The Principia: Mathematical Principles of Natural 
Philosophy (1986), publicado em 1987 onde escreveu seus princípios 
matemáticos de filosofia natural que incluíam o primeiro tratado de som e 
divulgava a primeira teoria matemática sobre a propagação sonora no ar. Tendo 
alguns dos seus pontos corrigidos e aperfeiçoados posteriormente por Euler, 
d’Alembert e Lagrange, baseados na mecânica dos meios Contínuos. 
Lazzaro Spallanzani italiano, sacerdotecatólico, biólogo e fisiologista, em 1973 
realizou as primeiras observações sobre os morcegos, sistema de sonar e sua 
ecolocalização . Ele constatou que os morcegos, mesmo com quando privados 
da visão, apanham suas presas no ar e desviavam de objetos durante o vôo; já 
quando privados da audição, mesmo tendo a visão preservada, perdiam o 
sentido de orientação de vôo. 
 
Ondas 
 
A denominação para um distúrbio ou perturbação transmitido por entre o vácuo 
ou de um meio líquido, sólido ou gasoso é onda. Existe uma gama enorme de 
tipos de onda, como as ondas em uma corda, as ondas do mar, em uma mola, 
as eletromagnéticas, as sonora, etc. Sendo que as ondas podem distinguir-se 
em vários pontos, contudo todas têm a capacidade de transmissão de energia 
de um ponto a outro. 
Tipos de ondas 
Com relação ao meio de propagação 
As ondas são classificadas pelos meios em que se propagam em não-mecânicas 
e mecânicas. 
Onda não-mecânicas: não necessitam de um meio material para que se 
propaguem, tais como as ondas eletromagnéticas. A luz é um exemplo de onda 
não-mecânica, ela atravessa espaços praticamente vazios como o espaço 
interestelar. 
Ondas mecânicas: propagam-se em meios elásticos ou deformáveis. Neste 
caso exemplificamos com as ondas do mar, ondas em uma corda, ondas água. 
Surgem de um distúrbio ou desordem em uma parte de um meio elástico. Em 
meios com propriedades elásticas essa alteração é transmitida continuamente 
de um local a outro. 
Quanto a relação entre a direção da propagação e da perturbação 
Nesse caso elas podem ser classificadas em longitudinais ou transversais. 
Ondas longitudinais: quando a perturbação é paralela à direção de 
propagação, um exemplo são as ondas sonoras 
Ondas Transversais: quando a perturbação é perpendicular à direção da 
propagação. Temos como exemplo as ondas luminosas pois as oscilações dos 
vetores campo elétrico e campo magnético sobrevêm em direções 
perpendiculares a direção da propagação da onda. 
As ondas ainda podem ser dos tipos estacionárias ou progressivas. Em uma 
onda estacionária a amplitude é a função da posição do ponto sendo máxima 
nos ventres, já em um onda progressiva, cada partícula do meio vibra com a 
mesma amplitude. 
Princípio da superposição 
O fenômeno decorrente do cruzamento de duas ou mais ondas em uma mesma 
região do espaço é denominado de superposição, quando esse cruzamento de 
duas ou mais ondas dado em um determinado instante, em um mesmo tempo 
tem-se como perturbação resultando a soma algébrica das perturbações da cada 
onda envolvida. Este princípio serve tanto para as ondas mecânicas como para 
as ondas eletromagnéticas. 
Interferência 
 
É a denominação dada ao efeito combinado de duas ou mais ondas em um 
ponto, é um fenômeno característico e único do movimento ondulatório. A 
interferências pode ser construtiva ou destrutiva. 
• Interferência construtiva 
 
Resulta da sobreposição de ondas em fase, ou melhor, quando os picos e vales 
de duas ou mais ondas estão em concordância, levando a soma das amplitudes 
dessas e tem como consequência o aumento da intensidade da onda. 
Resumindo diz-se que uma interferência construtiva quando o pulso resultante 
da superposição é maior que qualquer de seus componentes 
 
• Interferência destrutiva 
 
Resulta da sobreposição de ondas que não está em fase, ou melhor, quando os 
picos e vales de duas ou mais ondas estão em discordância, levando a subtração 
ou mesmo a anulação total das amplitudes dessas ondas. Resumindo a 
interferência destrutiva ocorre se um pulso é invertido em relação ao outro, 
durante a superposição, tendo a se anular 
 
3. Velocidade de propagação da onda em meio elástico 
 
Lembrando que o meio elástico é constituído de qualquer material que tende a 
preservar sua forma, volume e comprimento contra as forças externas. Esses 
materiais possuem a capacidade de retornar a sua condição original após a 
remoção de forças externas. A velocidade de propagação da onda nesse meio 
em geral depende da densidade e elasticidade dele. 
As características de elasticidade e densidade e do meio são influenciadas pela 
pressão e temperatura do meio por tanto a velocidade de propagação também é 
dependente da pressão e da temperatura. 
Um meio não-dispersivo é aquele onde não há alteração na forma da onda na 
medida que a onda se propaga e mantém a velocidade constante, contanto que 
que as características de densidade e elasticidade do meio sejam fixadas. Um 
tipo de onda que não sofre dispersão é a onda sonora no ar, a 20ºC a velocidade 
do som no ar é de 344m/s, está velocidade é a mesma tanto para o infrassom, 
som audível e ultrassom. 
Principais componentes da onda 
Comprimento de onda é expresso pela equação λ = v/f, onde λ é o 
comprimento de onda, v é a velocidade de propagação do som (m/s) e f é a 
frequência, essa mesma equação como demonstrada abaixo serve para o 
cálculo da velocidade 
 
• Velocidade do som: 
 
A velocidade que as vibrações ultrassônicas são propagadas através do meio é 
inversamente proporcional à raiz quadrada do produto da densidade e da 
compressibilidade adiabática do material. Adiabático se refere ao processo de 
mudança de um sistema sem influências de trocas térmicas. 
 
Reflexão e refração da onda 
 
A reflexão ocorre nos limites entre os tecidos diferentes por haver transição das 
velocidades de propagação da onda. O quanto da energia será refletido vai 
depender das impedâncias acústicas específicas dos diferentes meios. A 
reflexão só se produz significativamente (em torno dos 30%) no corpo na 
transição entre os ossos e os tecidos. Podendo causar acúmulo de energia no 
tecido periósteo e em doses elevadas, essa energia pode causar danos teciduais 
e dor. 
Já na refração ocorre o desvio da direção da propagação da onda, normalmente 
relacionado a incidência não perpendicular das ondas sônicas. Quando a 
incidência da onda é perpendicular ao tecido evita o efeito de refração mas 
potencializa o risco do surgimento de ondas estacionárias, isso ocorre quando 
se deixa o transdutor parado sobre a área irradiada. 
 
Princípios do ultrassom 
 
O cientista inglês John William Strutt (Lord Rayleigh) que deu início a física 
acústica moderna, em 1877, inaugurando com a publicação da “Teoria do som”. 
Teoria posta em prática durante a Primeira Guerra Mundial com a utilização de 
geradores de sons de baixa frequência, facilitando assim a navegação 
submarina por auxiliar na detecção de icebergs. 
Passados 3 anos, em 1880, houve a descoberta do efeito piezelétrico pelos 
irmãos Curie, efeito esse que culmina da aplicação de uma pressão mecânica 
sobre a superfície de certos cristais que tem a propriedade de gerar um potencial 
elétrico entre superfícies opostas, gerando som numa frequência maior que a de 
20KHz, chamado de ultrassom (US).Também observaram que a aplicação do 
US nos cristais resultava na conversão de energia mecânica em eletricidade e 
que quando um pulso de US é dirigido a uma substância, uma parte deste som 
é refletida de volta a sua fonte com informações sobre a natureza do que 
penetrou 
O aprimoramento do US para fins militares de deu durante a Segunda Guerra 
Mundial com o desenvolvimento do Sound Navigationand Ranging (SONAR) 
para auxiliar na navegação e determinar a distância pelo som. Nessa mesma 
época se deu o desenvolvimento do Radio Detectionand Ranging (RADAR), 
detecção de distâncias por meio de ondas de rádio que utiliza os ecos de ondas 
de rádio para determinar a distância e localização de objetos no ar. 
Nessa época também surgiram os aparelhos de US para fins não militares, que 
são considerados os antecessores dos aparelhos de ultrassonografia utilizados 
na medicina, particularmente na metalúrgica. Sugerido pelo físico soviético 
Sergei Sokolov em 1928, o uso de energia ultrassônica para os fins industriais, 
o que incluía a detecção de falhas em metais por emissão de um pulso 
ultrassônico que ao encontrar um objeto retornava comoum eco, das quais as 
características possibilitam dizer a localização, o tamanho, textura e velocidade 
deste objeto. Essas ondas podem ser classificadas em infrassons, sons e 
ultrassons. 
O uso do US para a terapia física em especial para membros de equipes do 
futebol europeu, isso nas décadas de 1920 e 1930. Já a utilização na medicina 
iniciou-se no âmbito terapêutico, em várias áreas, deste o tratamento de artrite 
reumatoide até para o tratamento de demências como a doença de Parkinson. 
 
Geração de US 
 
Os transdutores ultrassônicos, também denominados somente de transdutores, 
como será utilizado no decorrer desde texto, criam as ondas ultrassônicas. De 
forma geral o transdutor é um instrumento de conversão, ele converte energia 
elétrica em energia mecânica e mutuamente, normalmente são produzidos em 
materiais piezoelétricos, tais como os cristais de quartzo e a turmalina, que 
dispõem de um fenômeno denominado efeito piezoelétrico. 
Esse efeito foi descrito em 1880 por Jacques e Pierre Curie, constitui-se em uma 
modificação das dimensões físicas de alguns materiais quando expostos a 
campos elétricos. Uma outra forma de geração de perturbação ultrassônica se 
dá através da passagem de corrente elétrica em metais especiais, que geram 
vibrações e resultam na geração de calor durante sua utilização, a este metal 
dá-se o nome de magnetoestritivo. 
Para a utilização de cristais como transdutores, estes devem ser lapidados de 
maneira que quando aplicado um campo elétrico alternado nele ocorram 
alterações em sua espessura que resultem na movimentação das faces do 
cristal, gerando ondas sonoras. Todo transdutor tem uma frequência de 
ressonância própria, influenciada pela espessura do cristal. Quanto menor for a 
espessura do cristal maior frequência de vibração ele terá. 
O transdutor pode tanto emitir quanto detectar o sinal ultrassônico, já que os 
ecos que regressam a ele geram vibrações no cristal, promovendo mudanças 
nas dimensões físicas do cristal, que causam o surgimento de um campo 
elétrico, que concebe sinais os quais têm a capacidade de serem aumentados e 
exibidos num registrador ou osciloscópio. 
O comportamento único desses cristais quando aplicados uma diferença de 
potencial elétrico entre suas superfícies, levou a idealização da geração de sons 
em lata frequência quanto aplicação d e pulsos elétricos muito rápidos e 
alternados. Particularmente na medicina isso concedeu o desenvolvimento de 
equipamentos de imagem por meio de ultrassom. Lembrando que a definição 
de ultrassom é qualquer fenômeno ondulatório mecânico que tenha a frequência 
acima de 20mil ciclos por segundos (20kHz), limite maior que o audível pelo 
homem. 
 
Comportamento do feixe de US 
 
O feixe de US não possui uma conduta homogênea, nele é possível identificar 
dois padrões de campo distintos, sendo eles o campo próximo e o campo 
distante . 
 
Considera-se campo próximo a zona onde não ocorre divergência, na realidade 
há uma ativa convergência do feixe ultrassônico (os feixes afunilam-se), 
facilitando o surgimento dos fenômenos de interferência (destrutivas e 
construtivas) entre as ondas, levando a alterações em suas intensidades, 
deixando-as heterogêneas ao longo do feixe ultrassônico. 
A zona onde ocorre a ausência quase que em sua totalidade dos fenômenos de 
interferência é denominada campo distante. Dessa forma os feixes sônicos são 
homogêneos e ocorre a redução gradual de sua intensidade a medida que se 
distancia do transdutor. 
 
Implicações das variáveis do US sobre o feixe de emissão 
 
O diâmetro do transdutor e o comprimento da onda influenciam no comprimento 
do campo próximo. 
Para 1MHz, o transdutor usual de 5 cm2, tendo de 8 a 10 cm de comprimento no 
campo próximo. No transdutor de 3cm2 tem como resultado um campo próximo 
de 5 a 6 cm. Com um transdutor de 1cm2 o campo próximo terá cerca de 2 cm 
de comprimento do emissor de ultrassom. 
Para 3Mhz o campo próximo será 3 vezes menor, visto que o comprimento 
resultante da onda é proporcionalmente mais curto. 
Os efeitos profundos do ultrassom são limitados, sendo que efeitos terapêuticos 
desejados são os oriundos em especial pelo campo próximo, em decorrência de 
existir áreas de intensidade acústica elevada rodeadas de áreas de baixa 
intensidade acústica, possibilitando uma maior diferenciação de tecidos, células 
e moléculas. 
 
Área de radiação efetiva (ERA) 
 
A ERA é sempre menor que que área geométrica do transdutor, pelo fato do 
elemento piezoelétrico (como por exemplo o titanato de chumbo, sigla PZT) não 
vibra homogeneamente. As doses de ultrassom são dependentes da área a ser 
tratada e a ERA é um fator dosimétrico importante na determinação da 
intensidade. 
 
Interação do US com tecido 
 
Efeitos biológicos do US 
 
O US ao passar por um tecido é absorvido e pode causar o aumento da 
temperatura na região. Esse aumento de temperatura leva a mudanças 
biológicas idênticas as causadas por outros elementos. Lembrando que a taxa 
de absorção do US é proporcional ao aumento de sua frequência. 
Os efeitos biológicos do US também inclui os efeitos ocorrido pelas ditas “forças 
de radiações” que têm a capacidade de distorcer, deslocar e/ou reordenar 
células e até mesmo particular intercelulares. 
Temos ainda a cavitação, que recebe esse nome por gerar bolhas ou cavidades 
em meios líquidos, compondo-se de quantidades variáveis de vapor ou gás. O 
US através da cavitação pode alterar a estrutura e/ ou a funcionalidade de 
macromoléculas em suspensão aquosa ou células biológicas. Isso ocorre por 
que durante a rarefação, a pressão negativa no tecido, tem a capacidade de 
causar nos gases capturados ou dissolvidos a união deles levando a formação 
de bolhas, e quando essas bolhas se rompem tem a liberação de energia capaz 
de quebrar as ligações moleculares, levando ao surgimento dos radicais livres 
(RL) OH- e H+. Esses RL são extremamente reativos acarretando mudanças 
químicas no meio em que se encontram. 
Resumindo os efeitos biológicos do US são 
• Fenômeno de cavitação 
• Efeito químico: pela liberação de substâncias ionizantes, RL 
• Efeito reflexivo: capacidade de retorno após ter atingido o objeto, como por 
exemplo o ecograma. 
• Efeito térmico: a energia promovida pelas ondas sonoras provocam 
aumento da temperatura ao passar pelo tecido 
• Efeito mecânico-vibratório: este é mais utilizado na odontologia, como por 
exemplo na preparação dos canais radiculares por meio da instrumentação, 
auxiliado pela irrigação simultânea. 
 
Absorção e penetração do US 
 
Os efeitos biológicos citados acima decorrem da absorção da energia, que varia 
de tecido a tecido, tendo sua diminuição progressiva conforme a penetração e 
profundidade que atinge. 
 
Um fator que influencia na absorção é a frequência aplicada nos tecidos. Quando 
ocorre a aplicação de baixa frequência tem-se uma absorção menor na 
superfície, já quando se aplica uma alta frequência a absorção na superfície será 
maior. Outro fator importante para a absorção é a composição do tecido sendo 
maior a absorção em tecidos com maior composição proteica. 
Grau de profundidade de penetração 
 
É denominado grau de profundidade de penetração a maior profundidade na qual 
espera-se um efeito terapêutico e é medida no local onde ainda se tem 10% da 
intensidade sônica aplicada na superfície da pele. Já a profundidade média é 
tida como a distância da direção do feixe ultrassônico onde a intensidade cai pela 
metade dentro de um certo meio. A medida da absorção nos diferentes tecidos 
é denominada de coeficiente de absorção. 
Impedância acústica do tecido 
 
A impedância acústica, é medida em Ohms (Ω), é uma medida do material que 
procede da velocidade de propagação do som no meio (v) e da densidade de 
massa (rho). Sendo o valor da densidade fator importante na determinação da 
impedância acústica característica de um tecido e por consequência de sua 
reflexão. 
Por tanto temos que o produto da densidadede massa pela velocidade de 
propagação do som no meio resulta na impedância acústica. Segue exemplo. 
Na área compartilhada entre o ar e a pele, apenas algo entorno de 0,01% da 
energia que incide chega a ser transmitida, os outros 99,99% é refletida. Isso 
demonstra a relevância as utilização de um meio de junção, por exemplo o gel, 
entre a pele e o transdutor, seja para a utilização do US com fins diagnósticos 
como para fins terapêuticos ou mesmo estéticos. Essa ocorrência acarreta 
também na obrigação de condicionar o transdutor do US sempre em contato com 
a pele, para evitar que a reflexão do ar cause um excesso de retorno de energia 
ao transdutor, podendo alterar a calibração e até danificar o aparelho de US. 
Algumas reflexões, acerca de 50%, podem ocorrer nas conexões entre os 
tecidos, como por exemplo entre tecido e osso, osso e gás.

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