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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA DIVISÃO DE AGRICULTURA CURSO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA AGRÍCOLA E ÁGUA RURAL Avaliação da Eficiência da Rega Gota-a-Gota na Empresa EMVEST Limpopo, no Distrito de Chókwè, Província de Gaza Monografia apresentada e defendida como requisito para a obtenção do grau de Licenciatura em Engenharia Hidráulica Agrícola e Água Rural Autor: Daniel Saíde Mbavale Júnior Tutor: Engᵒ Cesário Manuel Cambaza, MSc. Lionde, Maio de 2022 i INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA Projecto de Licenciatura sobre avaliação da eficiência da rega gota-a-gota na empresa EMVEST Limpopo, no distrito de Chókwè, Província de Gaza, apresentado ao Curso de Engenharia Hidráulica Agrícola e Agua Rural na Divisão de agricultura do Instituto Superior Politécnico de Gaza, como requisito para obtenção do grau de Licenciatura em Engenharia Hidráulica Agrícola e Agua Rural. Tutor: Engᵒ Cesário Manuel Cambaza, MSc. Lionde, 2022 ii Júnior, Daniel Saide Mbavale Avaliação da Eficiência da Rega Gota-a-Gota na Empresa EMVEST Limpopo, no Distrito de Chókwè, Província de Gaza Projecto de Licenciatura apresentado ao Curso de Engenharia Hidráulica Agrícola e Água Rural na Divisão de agricultura do Instituto Superior Politécnico de Gaza, como requisito para obtenção do grau de Licenciatura em Engenharia Hidráulica Agrícola e Água Rural. Lionde, Maio de 2022 Supervisor: __________________________________________ (Engᵒ Cesário Manuel Cambaza, MSc.) Avaliador 1: __________________________________________ (Engᵒ Paulo Sérgio Lourenço Saveca, MSc.) Avaliador 2: ___________________________________________ (Engᵒ Salimo Henriques, MSc.) iii Índice Geral I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1 1.1. Problema e Justificativa ............................................................................................... 2 1.2. Objectivos .................................................................................................................... 3 1.2.1. Geral ..................................................................................................................... 3 1.2.2. Específicos ............................................................................................................ 3 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 4 2.1. Irrigação por gota-a-gota.................................................................................................. 4 2.1.1. Características do sistema ......................................................................................... 4 2.1.2. Tipos de gotejadores.................................................................................................. 5 2.1.3. Sistemas de controlo de pressão, vazão e de segurança ............................................ 5 2.1.4. Blocos de rega ........................................................................................................... 6 2.2. Avaliação do sistema de rega ........................................................................................... 6 2.2.1. Metodologia para avaliação da eficiência de rega .................................................... 6 2.3. Factores que interferem na eficiência de rega.................................................................. 7 2.4. Eficiência de aplicação .................................................................................................... 7 2.5. Coeficientes de uniformidade .......................................................................................... 8 2.5.1. Coeficiente de uniformidade de christiansen ............................................................ 8 2.5.2. Coeficiente de uniformidade de distribuição ............................................................ 9 2.6. Dimensionamento hidráulico de um sistema de rega gota-a-gota ................................... 9 2.6.1. Determinação do coeficiente de variação de fabrico .............................................. 10 2.6.2. Determinação das linhas laterais ............................................................................. 10 2.6.3. Determinação do número de subparcelas ................................................................ 11 2.6.4. Determinação das perdas de carga .......................................................................... 11 2.6.5. Potências da bomba ................................................................................................. 11 III. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 13 iv 1.1. Descrição da área em estudo ...................................................................................... 13 1.1.1. Localização da área de estudo ............................................................................ 13 1.1.2. Solos ................................................................................................................... 13 1.1.3. Clima e hidrologia ................................................................................................... 13 1.2. Materiais .................................................................................................................... 14 1.3. Metodologia ............................................................................................................... 14 1.3.1. Determinação dos coeficientes de uniformidade e da eficiência de aplicação ....... 16 1.3.2. Dimensionamento hidráulico do sistema ................................................................ 16 IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 17 V. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 20 VI. RECOMENDAÇÕES ........................................................................................................ 21 VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. i v Índice de Figuras Figura 1-Caracteristicas de um sistema de rega gota-a-gota ...................................................... 4 Figura 2-Mapa de localização da área em estudo ..................................................................... 13 Figura 3-Layout da metodologia usada para a avaliação ......................................................... 14 Figura 4-Metodo de recolha de vazões nos emissores ............................................................. 15 Figura 5-Leitura das vazões coletadas ...................................................................................... 15 Figura 6-Mediçao da pressão .................................................................................................... 16 Figura 7- Fugas de água ao longo das linhas. ............................................................................ ix vi Índice de Tabelas Tabela 1- Classificação dos valores de EA ................................................................................ 8 Tabela 2-Classificaçao dos valores de CUC e CUD ..................................................................9 Tabela 3-Classificaçao dos valores de Coeficiente de variação de fabricação......................... 10 Tabela 4-Resultados de CUC, CUD e EA ................................................................................ 17 Tabela 5-Media dos valores de CUC, CUD e EA .................................................................... 17 Tabela 6- Dimensionamento Hidráulico................................................................................... 18 Tabela 7-Ensaio 1 ...................................................................................................................... iv Tabela 8-Ensaio 2 ...................................................................................................................... iv Tabela 9-Ensaio 3 ...................................................................................................................... iv Tabela 10-Ensaio 4 ..................................................................................................................... v Tabela 11-Ensaio 5 ..................................................................................................................... v Tabela 12-Ensaio 6 ..................................................................................................................... v Tabela 13-Ensaio 7 .................................................................................................................... vi Tabela 14-Resolução do CUC, CUD e EA................................................................................ vi Tabela 15- Valores de Xi-X para a determinação de CUC ..................................................... viii vii Lista de Abreviaturas CV = coeficiente de variação de fabricação do emissor; Np = número de emissores por cada planta; Qm = caudal mínimo dos emissores considerados; Qa = caudal médio dos emissores considerados 𝜎 = desvio padrão; qmed = caudal médio; m = expoente de velocidade na formula para a perda de carga; Ns = números de saídas; N = número inteiro de unidades de irrigação; TR = turno de rega ou intervalo entre irrigações; Th = número de horas diárias disponíveis para irrigação; To = duração da irrigação; Ve = velocidade de circulação de agua pela secção, (m/s); g = aceleração da gravidade, (m/s²); fc = coeficiente de atrito, (adimensional); D = diâmetro da tubulação (m); Pu e Pa = potência útil da bomba e potência absorvida respectivamente; Q = vazão bombeada (L/s); Hm = altura manométrica (mca); Ea = eficiência de aplicação, em % Qmédia = média das vazões coletadas nos gotejadores na subárea, em L h -1; Ya = lâmina média aplicada pelos gotejadores, em mm; CUC = coeficiente de uniformidade de Christiansen (adimensional); n = número de observações; Xi = lâmina de água coletada no i-ésimo ponto sobre a superfície do solo, em L h -1; X = lâmina média aplicada, em L h-1; CUD = coeficiente de Uniformidade de Distribuição (adimensional); X25 = média das 25% menores descargas dos emissores, em L h -1; Cra: relação entre água transpirada e água aplicada a planta (decimal); ml= mililitros; viii Mca = metros de coluna d´água; Kpa = kilo pascal; ha= hectares. ix INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA DECLARAÇAO DE HONRA Declaro por minha honra que este Trabalho de Culminação do Curso é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu tutor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para propósito semelhante ou obtenção de qualquer grau académico. Lionde, Maio de 2022 (Daniel Saide Mbavale Júnior) ................................................................................................................. x “Dedico esse trabalho aos meus pais Daniel Saíde Mbavale e Perpetua Bernabé Mbavale, que todos os dias me deram forças para superar as dificuldades e persistir no sonho de terminar o curso. Obrigado por fazerem o possível e o impossível por mim, com todo o amor e carinho” xi AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradecer a Deus pela oportunidade. Agradeço ao meu supervisor o Engᵒ Cesário Manuel Cambaza por ter aceite acompanhar-me neste trabalho. O seu empenho foi essencial para a minha motivação a medida que as dificuldades iam surgindo ao longo do percurso. Agradeço a todos os docentes do curso de Engenharia Hidráulica Agrícola e Agua Rural que me forneceram todas as bases necessárias para a realização deste trabalho, agradeço com profunda admiração pelo vosso profissionalismo. Agradeço aos amigos e colegas da faculdade que diretamente ou indiretamente participaram na conclusão desse trabalho. Por fim agradeço a Emvest Limpopo por me receber e me fornecer tudo que eu precisava para a realização do trabalho. “O paraíso não é um lugar, é um breve momento que conquistamos.” Mia Couto xii RESUMO O conhecimento da eficiência de rega é de extrema importância na agricultura, pois, permite avaliar o desempenho dos sistemas de irrigação. Deste modo é possível fazer-se ajustes se houver necessidade, no entanto o presente trabalho teve como objectivo avaliar a eficiência da rega gota-a-gota na empresa Emvest Matuba, no distrito de Chókwè província de Gaza, em uma área de 14 ha, visto que em muitos locais que usa-se este tipo de sistema de rega, verifica-se uma grande desigualdade entre a fração de água retirada na fonte e a debitada pelos emissores, isto é, dos 100% da água retirada apenas 41% é debitada, fazendo com que a distribuição de água pelo campo não seja equitativa influenciando, deste modo, o caudal debitado nas linhas dos gotejadores. Para efeitos desta avaliação determinou-se as uniformidades de distribuição (CUD), de Christiansen (CUC), e também se estimou a eficiência de aplicação (EA). A classificação destes indicadores de desempenho do sistema de irrigação foi feita seguindo os critérios e os limites estabelecidos por Bernardo e Mantovani e os valores da EA foram classificados segundo os limites de Bralts. Para a avaliação da eficiência do sistema colocou-se coletores em cada emissor para a determinação das vazões, que eram medidas através de uma proveta graduada de 500 ml com precisão de 25 ml, capaz de intercetar a emissão de cada gotejador e o tempo adotado foi de 5 minutos, controlado através de um cronometro, no qual seguiu-se a metodologia descrita por Deniculli, onde em cada ensaio elegeu se 4 linhas laterais e em cada linha selecionou-se 7 emissores. Desta forma foi possível determinar o CUC, CUD e a EA, que foram classificados como mau, mau e inaceitável respectivamente. Para ter-se a noção da origem dos pontos críticos fez-se um dimensionamento hidráulico com base em dados disponibilizados pela empresa e alguns calculados, e posteriormente foram relacionados com os dados obtidos no ensaio, tendo-se concluído que o sistema de rega não é eficiente, no entanto recomendou-se que se reajustasse os pontos críticos e passar-se a avaliar o sistema em um intervalo máximo de dois anos. Palavras-chaves: Eficiência; Avaliação; Uniformidade; Classificação. xiii ABSTRACT The knowledge of rule efficiency is extremely important in agriculture, as it allows evaluatingthe performance of irrigation systems. In this way, it is possible to adjust if necessary, however this study aimed to evaluate the efficiency of drip irrigation at Emvest Matuba, in the district of Chókwè, Gaza province, in an area of 14 ha, since in many places where this type of irrigation system is used, there is a great inequality between the fraction of water withdrawn at the source and the debit by the emitters, that is, of the 100% of water withdrawal only 41% is debited, making the distribution of water throughout the field not equitable, thus influencing , the flow debited in the lines of the drippers. For the purposes of this evaluation, the distribution uniformity (CUD) and Christiansen uniformity (CUC) were determined, and the application efficiency (EA) was estimated. The classification of these performance indicators of the irrigation system was made following the criteria and limits established by Bernardo and Mantovani and the EA values were classified according to the Bralts limits. To assess the efficiency of the system, collectors were placed in each emitter to determine the flow rates, which were measured using a 500 ml graduated cylinder with a precision of 25 ml, capable of intercepting the emission of each dripper, and the time adopted was of 5 minutes, controlled by a timer, in which the methodology described by Deniculli was followed, where in each trial 4 lateral lines were chosen and in each line 7 emitters were selected. In this way it was possible to determine the CUC, CUD and EA, which were classified as bad, bad and unacceptable respectively. And to get a sense of the origin of the critical points, a hydraulic dimensioning was carried out based on data provided by the company and some calculated, and later they were related to the data obtained in the test, having concluded that irrigation system is not efficient, however, it was recommended to readjust the critical points and start evaluating the system within a maximum period of two years. Keywords: Efficiency; Assessment; Uniformity; Classification. 1 I. INTRODUÇÃO A irrigação é uma técnica que vem sendo usada desde a pré-história, e com o andar do tempo muitas gerações se desenvolveram através da agricultura irrigada. Atualmente com o aumento da demanda de água e a má gestão dos recursos hídricos, é necessária a busca por métodos mais eficientes, que reduzam os desperdícios e mantenham a qualidade e a produtividade das culturas (Esteves et al. 2012). O principal objetivo de um sistema de rega é o fornecimento de água necessário a uma dada cultura de forma a satisfazer as suas necessidades hídricas. Desse modo, minimizar todas as perdas de água existentes ao longo da distribuição é a maior preocupação (Vasconcelos, 2019). Neste sentido, “na irrigação localizada a água é aplicada sobre o solo em uma área restrita, preferencialmente debaixo da área sombreada pela copa da cultura ou perto do caule, buscando humedecer somente o volume de solo explorado pelo sistema radicular da planta (Testezlaf, 2017). De acordo com Testezlaf (2017), a irrigação gota-a-gota pode ser caracterizada pela aplicação de pequenos volumes de água em forma de gotas, com alta frequência, nas zonas radiculares das plantas. Desta forma, ocorre a molhagem de uma determinada superfície do solo, reduzindo assim as perdas e consequentemente aferindo em maiores valores de eficiência. Para se determinar em que condições o sistema de rega está operando é necessário à sua avaliação em campo (Merriam e Keller, 1978). A eficiência de irrigação é uma medida importante do desempenho da irrigação em termos de necessidades hídricas para regar uma parcela agrícola. A eficiência de irrigação pode ser definida em termos de três aspetos fundamentais: o desempenho do sistema de rega, a uniformidade da aplicação de água e a resposta da cultura à água aplicada. Estes três aspetos estão inter-relacionados e variam com a escala e o tempo (Coelho e Silva, 2003). A uniformidade de distribuição de água é essencial em qualquer método de irrigação, pois afeta a eficiência do uso da água e como consequência, a quantidade e a qualidade da produção. Em sistemas de irrigação localizada a uniformidade de aplicação de água pode ser expressa por meio de vários coeficientes, destacando-se o Coeficiente de Uniformidade de Christiansen (CUC) e o Coeficiente de Uniformidade de Emissão ou Distribuição (CUD), (Mantovani et al., 2007). 2 A eficiência de rega (ES) é considerada como a fração de água que, partindo do sistema abastecedor, chega à planta e depende principalmente da qualidade do projeto do sistema de rega e do modo como este é mantido e operado (Pereira, 2004). A perda de água por fugas no sistema de transporte e distribuição está relacionada com a concepção e manutenção dos sistemas, devendo ser monitorizada e corrigida no âmbito do trabalho de gestão de rega. A eficiência de aplicação da água está diretamente relacionada com a uniformidade de aplicação. A aplicação da água de maneira não uniforme, para além de aumentar a quantidade de água utilizada, origina problemas de saturação do solo, lixiviação de fertilizantes e erosão (Vicente, 2015). Melhorar a eficiência de um sistema de irrigação é uma das decisões mais importantes para o manejo adequado da água aplicada, pois o excesso de água, além da perda de água, pode transportar nutrientes para profundidades do solo não exploráveis pelas raízes (Bernardo et al., 2006). Diante do exposto, pretende-se avaliar a eficiência da Rega Gota-a-Gota na empresa EMVEST Limpopo no distrito de Chókwè província de Gaza. 1.1. Problema e Justificativa Em locais onde usa-se o sistema de rega por gota-a-gota, como no caso da Emvest Limpopo, verifica-se uma grande desigualdade entre a fração de água retirada na fonte e a debitada pelos emissores, isto é, dos 100% da água retirada apenas 41% é debitada, fazendo com que a distribuição de água pelo campo não seja equitativa influenciando, deste modo, o caudal debitado nas linhas dos gotejadores. Este facto pode ser causado pela má gestão do próprio sistema ou pela falta de manutenção do mesmo. Este problema afeta negativamente na produtividade, além das perdas desnecessárias de água, pior ainda se tratando de um sistema de rega por gota-a-gota onde normalmente as taxas de perdas são muito baixas (menores que 20%), para superar este problema muitas bibliografias recomendam que se faça uma avaliação da eficiência e o posterior redimensionamento do sistema. Segundo Azevedo et al. (2010) os sistemas de rega gota a gota devem operar a uma pressão adequada e, se necessário, instalar uma válvula redutora de pressão, deve-se efetuar a manutenção periódica do sistema, incluindo a limpeza e/ou substituição dos gotejadores uma vez que, devido ao reduzido diâmetro, entopem facilmente. 3 Diante das soluções recomendadas, neste trabalho pretende-se avaliar a eficiência de rega do sistema. 1.2. Objectivos 1.2.1. Geral Avaliar a eficiência da rega gota-a-gota na EMVEST LIMPOPO distrito de Chókwè. 1.2.2. Específicos Determinar o coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD); Determinar o coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC); Estimar a eficiência de aplicação (EA); Relacionar os valores obtidos nos ensaios com os calculados no projecto. 4 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Irrigação por gota-a-gota A irrigação por gota-a-gota se caracteriza por aplicar pequenos volumes de água, na forma de gotas, com alta frequência (reduzido intervalo entre irrigações ou turno de rega), nas áreas localizadas na zona radicular das plantas, molhando uma fração da superfície do solo, reduzindo as perdas e apresentando maiores valores de eficiência de aplicação quandocomparada aos demais sistemas. Essa forma de aplicação de água determina uma distribuição de água no solo, abaixo do ponto de aplicação, na forma de um bolbo molhado onde somente uma pequena área saturada fica exposta na superfície do solo (Testezlaf, 2017). 2.1.1. Características do sistema Um sistema de irrigação por gota-a-gota é composto geralmente pelas seguintes partes: bombeamento, tubulações e acessórios, cabeçal de controlo e os gotejadores ou linhas de gotejamento (distribuição), conforme ilustrado na figura 1. Obrigatoriamente é preciso que esses sistemas tenham no cabeçal de controlo equipamentos para o tratamento da água de irrigação, principalmente, se for utilizada água superficial (Testezlaf, 2017). Figura 1-Caracteristicas de um sistema de rega gota-a-gota 5 Fonte: Duarte (2018). 2.1.2. Tipos de gotejadores Segundo Testezlaf (2017), para a redução da pressão nos emissores tiveram que surgir processos como o aumento do comprimento de percurso do fluxo, estabelecer percursos em labirintos com mudanças da direção do fluxo, adaptar válvulas para controle de vazão, dentre outros. Como consequências desses desenvolvimentos surgiram diferentes tipos de gotejadores, dentre os quais se podem citar os principais: Microtubos ou tubos capilares: é o clássico gotejador de longo percurso, também denominado comercialmente por “espaguete” ou capilar, sendo o precursor da irrigação por gotejamento, com ampla utilização na irrigação de vasos em estufas e em residências. Consiste em um simples pedaço de tubo com reduzido diâmetro (microtubo), com diâmetros internos variando de 0,5 a 1,5 mm, que são inseridos diretamente na linha lateral; Gotejadores com longo percurso integrado: esses gotejadores baseiam-se no mesmo princípio dos tradicionais microtubos, porém com maior uniformidade e menor suscetibilidade a danos mecânicos. O longo percurso do fluxo é concentrado em peças compactas, sendo que a perda de pressão necessária para se obter o gotejamento ocorre ao longo de uma trajetória em espiral ou na forma de labirinto, determinando escoamento em regime laminar; Gotejador tipo orifício: nesses gotejadores a perda de pressão é função do fluxo d’água através de pequenos orifícios. Este tipo de gotejador requer, para pequenas vazões, orifícios com diâmetros muito reduzidos. No emissor tipo orifício a água flui por uma única ou uma série de aberturas, onde a pressão é dissipada, resultando em um escoamento turbulento; Tubos emissores ou tubo gotejadores: são tubos contínuos, incluindo tubos de paredes delgadas (denominadas fitas ou cintas), que possuem perfurações ou dispositivos hidráulicos fundidos ou integrados na própria parede do tubo durante o processo de fabricação. Apresentam como principal vantagem o baixo custo quando comparado aos outros tipos de emissores, além da facilidade de transporte e instalação. 2.1.3. Sistemas de controlo de pressão, vazão e de segurança Como os sistemas de irrigação localizada operam com baixas pressões e vazões, é necessário o uso de válvulas reguladoras de pressão e vazão em vários pontos do sistema, para se ter controlo das condições operacionais e da quantidade de água que escoa no sistema. Tais reguladores podem ser instalados no cabeçal de controlo, na entrada das linhas secundárias, nas laterais, e até nos emissores (Testezlaf, 2017). 6 2.1.4. Blocos de rega Designe-se por bloco, uma área de rega que é controlada por uma só válvula. Cada sector pode ser constituído apenas por um ou por vários blocos. A divisão em blocos é realizada por diversos motivos, quer hidráulicos, quer agronómicos. Em termos hidráulicos, a divisão em blocos é fundamental como forma de obter uniformidades de rega satisfatórias e para evitar a instalação de equipamentos e condutas de grandes dimensões (Quinas, 2017). Idealmente um sistema com um elevado número de blocos terá uma uniformidade superior, dado que a válvula de comando à entrada de cada bloco realiza a regulação de pressão e, à partida, quando mais pequenos forem os blocos, menor será a variação de pressão ao longo das várias linhas e dos vários emissores. No entanto, um elevado número de blocos encarece significativamente o sistema ao exigir um maior número de válvulas e cabos de comando para a sua automatização (Quinas, 2017). 2.2. Avaliação do sistema de rega Segundo Souza et al. (2006), para se avaliar em que condições o sistema de irrigação está operando, parâmetros de desempenho devem ser definidas com base em determinações de campo, como vazão, uniformidade de aplicação e tempo de irrigação. Um dos principais parâmetros usados na avaliação de um sistema de irrigação é a uniformidade de aplicação de água sobre a área irrigada. Uma baixa uniformidade de distribuição de água reduz a eficiência de aplicação de água e a produtividade. De acordo com Bralts & Kesner (1983) e Bralts e Edwards (1986) citados por Júnior et al. (2016) a avaliação de campo de sistemas de irrigação por gotejamento é importante por vários fatores: primeiro, para que os técnicos responsáveis pelos projetos confirmem se o mesmo está bem dimensionado e se a uniformidade de aplicação de água nas subunidades de irrigação atingiu as especificações desejadas; segundo, para que o técnico possa verificar se o desempenho da subunidade é aceitável para aplicação de produtos químicos; e em terceiro lugar, porque a avaliação é uma importante ferramenta para diagnosticar os problemas das unidades e subunidades de irrigação. 2.2.1. Metodologia para avaliação da eficiência de rega Com a modernização dos sistemas de irrigação e com o aumento de responsabilidade repassada à agricultura irrigada no fornecimento de alimentos à população crescente, o estabelecimento de indicadores de desempenho ótimo de sistemas de rega, em parcelas ou em projecto de irrigação, é atualmente preocupação de técnicos de todo mundo (Neto & Farias, 2013). 7 Com a avaliação dos sistemas de rega tem-se o conhecimento da qualidade com que a rega está a ser realizada, a partir de uma gama de coeficientes de uniformidade de aplicação de água, os quais expressam a variabilidade de distribuição aplicada pelo sistema de rega (Paulino et al., 2009). Bernardo (1995) recomenda, na rega gota-a-gota, que se avalie a uniformidade a cada dois anos logo após a instalação do sistema (Silva & Silva, 2005). Os ensaios de avaliação têm como objetivo a análise de características de desempenho operacional de um sistema de irrigação localizada fornecendo informações para subsidiar sua comparação com métodos novos ou já existentes gerando novos conhecimentos científicos e também sustentar uma simples verificação de projeto base com o intuito de manter o bom funcionamento do sistema (Frizzone et al, 2011). 2.3. Factores que interferem na eficiência de rega No sistema intensivo de agricultura irrigada, quase sempre os produtores não dispõem de tempo para revisar os equipamentos de irrigação, que em geral, são usados durante anos, sem que haja revisão da motobomba ou substituição dos reguladores de pressão, os quais têm vida útil relativamente reduzida (Guerra, 2004). Em sistemas pressurizados, a motobomba deve ser checada constantemente, pois geralmente ocorre o desgaste de suas partes internas, causado por pedregulhos e em função da qualidade da água de irrigação. Outra situação comumente encontrada é a falta de pressão no final das linhas de distribuição, devido ao envelhecimento e corrosão das paredes internas das tubulações, o que provoca aumento da perda de carga (Guerra, 2004). 2.4. Eficiência de aplicação A eficiência de aplicação refere-se à relação entre o volume de agua disponível para a cultura e o volume de água aplicado pelo emissor, pode-se obter altos índices de eficiência empregando- se um dimensionamento correto do sistema, os valores da EA variam de 80% a 90%, se aeficiência for baixa haverá a necessidade de se aplicar um volume maior para compensar as perdas (Andrade, et al., 2021). Sendo assim a eficiência de aplicação pode ser estimada pela seguinte equação 2.1: EA = Cra · CUD (2.1) Em que: EA: Eficiência de aplicação; 8 CUD: Coeficiente de uniformidade de distribuição, em %; Cra: Relação entre água transpirada e água aplicada a planta (decimal). Os valores de “Cra” estão compreendidos entre 0,8 e 0,9, e em condições especiais podem ser atingidos os valores de 0,95 e em teoria pode-se alcançar valor igual a 1,0, mas este último é possível apenas em regiões húmidas em que a irrigação por gotejamento é utilizada como apoio, e não em regiões bastante áridas que se empregam frequentemente o gotejamento (San Juan, 1993) citado por Andrade, et al., (2021). Os valores de EA podem ser interpretados da seguinte forma: Tabela 1- Classificação dos valores de EA Classificação EA (%) Ideal >95 Aceitável 80 – 95 Inaceitável < 80 Fonte: Bernardo et. al. (2006) 2.5. Coeficientes de uniformidade 2.5.1. Coeficiente de uniformidade de christiansen Este coeficiente adopta o desvio médio absoluto como medida de dispersão. É mais conhecido por ser mais aplicável a sistemas de rega localizados. Em geral, 80% é o valor mínimo aceitável deste coeficiente (Christiansen, 1942), citado por Andrade, et al., (2021). Pode ser determinado através da seguinte equação 2.2: CUC = 100 [1 − 𝜮|𝑿𝒊˗ 𝑿| 𝒏 𝑿 ] (2.2) Em que: CUC: Coeficiente de Uniformidade de Christiansen (adimensional); n: Número de observações; Xi: Diferença entre a lâmina de água de cada emissor com a média; X: Lâmina média aplicada, em ML. 9 2.5.2. Coeficiente de uniformidade de distribuição Mantovani et al. (2009), diz que o coeficiente de uniformidade de distribuição é muito utilizado para avaliar o desempenho de sistemas de irrigação por gota-a-gota, por ser uma medida mais restrita, mas principalmente, porque leva em consideração o sector com menos uso de água. Pode ser determinado pela seguinte equação 2.3: CUD = 100 ·( 𝐗𝟐𝟓 𝐗 ) (2.3) Em que: CUD : Coeficiente de Uniformidade de Distribuição (adimensional); X25 : Média das 25% menores descargas dos emissores, em ML; X : Média das descargas de todos os emissores, em ML. Os valores de CUD e CUC podem ser interpretados da seguinte forma: Tabela 2-Classificaçao dos valores de CUC e CUD CLASSIFICAÇÃO CUC (%) CUD (%) Excelente > 90 > 84 Bom 80 - 90 68 - 84 Razoável 70 - 80 52 - 68 Mau 60 - 70 36 - 52 Inaceitável < 60 < 36 Fonte: Bernardo e Mantovani (2009). 2.6. Dimensionamento hidráulico de um sistema de rega gota-a-gota Segundo Hernandez (1999), para um correto funcionamento do sistema deve ser dimensionado seguindo os seguintes passos. Dimensionamento das tubulações: pode ser feito através do cálculo da vazão de cada gotejador e desse modo e possível dimensionar toda a rede da tubulação; Cabeçal de controlo: onde devem ser definidos os equipamentos que devem ser usados, especificando a capacidade do cabeçal e as perdas de que cada componente provoca; Conjunto motobomba: onde são definidas as vazões e altura manométrica total do sistema. 10 Em seguida temos os principais passos para o seu dimensionamento: 2.6.1. Determinação do coeficiente de variação de fabrico Hernandez (1987) diz que a variabilidade da fabricação depende de como o emissor foi concebido, isso inclui os materiais utilizados na sua fabricação, no entanto recomenda que seja usada a seguinte fórmula 2.5: CV = 𝜎 𝑞𝑚𝑒𝑑 (2.5) Em que: CV = coeficiente de variação de fabrico do emissor; 𝜎 = Desvio padrão; qmed = caudal médio. A sua classificação pode ser feita através da seguinte forma: Tabela 3-Classificaçao dos valores de Coeficiente de variação de fabricação. COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DE FABRICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO < 0,05 Excelente 0,05 – 0,07 Médio 0,07 – 0,11 Marginal 0,11 – 0.15 Deficiente > 0,15 Inaceitável Fonte: Juan (1988). 2.6.2. Determinação das linhas laterais Segundo Bernardo, Soares e Mantovani (2008) linha lateral para estes sistemas é onde estão inseridos os emissores. Pretende se instalar estas linhas em nível e serão espaçadas ao longo da linha de derivação e as distâncias serão determinadas de acordo com as plantas, pode-se usar a seguinte equação: 2.6 F = 1 𝑚+1 + 1 2𝑁𝑠 + (𝑚−1)0,5 6𝑁𝑠² (2.6) Em que: m = expoente de velocidade na fórmula para a perda de carga; 11 Ns = números de saídas. 2.6.3. Determinação do número de subparcelas Segundo ANNEL (2010), para a determinação de subparcelas deve se ter em conta aspectos como a tarifa de energia, o período que se vai efectuar a rega por mais de 2 horas consecutivas. No entanto para a determinação do número das subparcelas pode-se usar a seguinte equação 2.7: N = 𝑇𝑅𝑇ℎ 𝑇𝑂 (2.7) Em que: N = número inteiro de unidades de irrigação; TR = turno de rega ou intervalo entre irrigações; Th = número de horas diárias disponíveis para irrigação; To = duração da irrigação. 2.6.4. Determinação das perdas de carga A água que flui por uma determinada tubulação perde energia devido ao atrito interno ao longo da tubulação, (Amaral, 2016). Para a sua determinação pode se usar a equação de Darcy – Weissbach em 2.8 Em que: J = fc 𝑉𝑒² 2𝑔𝐷 (2.8) Ve = velocidade de circulação de agua pela secção, (m/s); g = aceleração da gravidade, (m/s²); fc = coeficiente de atrito, (adimensional); D = diâmetro da tubulação (m). 2.6.5. Potências da bomba A seleção das bombas será de tal forma que estas possam operar na zona de alto rendimento, no entanto a potência útil e a potência absorvida serão determinadas pelas seguintes equações 2.9 e 2.10 respectivamente (Deniculi et al, 2011). 12 Pu = 𝑄𝐻𝑚 75 (2.9) Pa = 𝑄𝐻𝑚 75ƞ𝛽 (2.10) Em que: Pu e Pa = potência útil da bomba e potência absorvida respectivamente (cv); Q = vazão bombeada (L/s); Hm = altura manométrica (mca). A potência absorvida leva em consideração o seu rendimento (ƞB). 13 III. MATERIAIS E MÉTODOS 1.1. Descrição da área em estudo 1.1.1. Localização da área de estudo A área em estudo localiza-se a Oeste da região sul de Moçambique, concretamente a Sudoeste da província de Gaza, no distritode Chόkwè, entre as coordenadas geográficas: 24º 05’ e 24º 48’ Latitude Sul; 32º 33’ e 33º 35’ Longitude Este. Com aproximadamente 1.864km² de superfície (INE, 1999). Conforme a seguinte figura 2: Figura 2-Mapa de localização da área em estudo 1.1.2. Solos Os solos da área em estudo consistem inteiramente em depósitos aluviais históricos e mais recentes na planície de inundação do rio. A análise da textura do solo classifica os solos como sendo amplamente argilosos, argilo-siltoso e argilo-arenosos (Touber e Noort, 1985). 1.1.3. Clima e hidrologia Segundo a classificação de Thornthwaite, o clima da região de Chókwè é do tipo semi-árido apresentando duas épocas distintas: a chuvosa e quente que ocorre de outubro a março e a seca e fresca de abril a setembro. A precipitação média anual é de 660mm, com máximo de 140mm e mínimo de 10mm. Mais de 75% da chuva concentra-se na época chuvosa e reparte-se em poucos dias de chuva, ocorrendo grandes enxurradas que proporcionam graves problemas de erosão e períodos prolongados de encharcamento do solo (FAEF, 2001). 14 1.2. Materiais Os equipamentos usados para esta avaliação foram: 28 Garrafas plásticas de 500ml; 1 Proveta plástica graduada de 500ml, com precisão de 5ml; 1 Marcador permanente; 1 Maquina calculadora; 1 Manômetro de pressão; 1 Cronometro; 1 Computador; 1 Esferográfica; 1 Bloco de notas. 1.3. Metodologia Os ensaios foram feitos na empresa Emvest Limpopo, em uma área de 14 ha de um total 34 ha em que é produzida a cultura de banana. Foi realizada uma avaliação do sistema para a determinação dos seguintes parâmetros: Coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC), Coeficiente de uniformidade de distribuição e a eficiência de aplicação. Para a realização da mesma adaptou-se a metodologia proposta por Deniculli et al. (1980). Onde em cada bloco ou sub˗parcela elegeu-se 4 linhas laterais e em cada linha avaliou-se 7 emissores (conforme a figura 3), no total foram 7 blocos, sendo de 2 ha cada. Segundo (Júnior, et al., 2016) quanto maior for o numero de emissores avaliados mais precisos são os resultados, no entanto recomenda o uso da metodologia em questão, pois essa metodologia abrange maior parte do campo. Figura 3-Layout da metodologia usada para a avaliação 15 Para a coleta da água foram usadas 28 garrafas plásticas de 500 ml cortadas (foi retirada a parte do gargalho apenas), que foram posicionadas uma em cada emissor com o objectivo de intercetar a emissão de cada gotejador, e para facilitar a acomodação dos coletores foi feia uma pequena escavação conforme na figura 4, em um tempo de 5 minutos controlado através de um cronómetro. Figura 4-Metodo de recolha de vazões nos emissores Essas vazões foram medidas através de uma proveta plástica graduada de 500 ml com precisão de 25 ml (conforme a figura 5), para evitar confusão na identificação, cada coletor foi enumerado consoante a posição e em relação a linha em que se encontra. Os valores lidos foram anotados em um bloco de notas, com recurso a uma esferográfica, para a posterior analise. Figura 5-Leitura das vazões coletadas 16 Os ensaios foram feitos em simultâneo bloco por bloco, para garantir mesma pressão no início das linhas, pressão esta que foi medida através de um manômetro de pressão instalado no cabeçal de controlo do sistema conforme a figura 6. Essa pressão foi de 250 kpa. Figura 6-Mediçao da pressão 1.3.1. Determinação dos coeficientes de uniformidade e da eficiência de aplicação Para a determinação do CUC e o CUD usou-se as equações em 2.2 e 2.3 respetivamente e para a determinação da EA usou-se a equação em 2.1. 1.3.2. Dimensionamento hidráulico do sistema Este dimensionamento baseou-se em dados do projeto oferecidos pela empresa (e alguns calculados), com o objetivo de relacionar os mesmo com os dados encontrados nos ensaios, para poder-se ter a noção da natureza dos pontos críticos encontrados, isto é saber se é devido a problemas de dimensionamento do projeto ou é algo que aconteceu no decorrer do tempo, devido a ma gestão ou mesmo pela falta de manutenção. O motivo desta relação é porque de acordo com Fernandes et al. (2010) a eficiência de um sistema de irrigação localizada está relacionada à qualidade dos seus componentes e ao correto dimensionamento hidráulico do sistema, principalmente no que se refere aos cálculos de perda de carga. Não é um dimensionamento hidráulico completo, elegeu-se os passos mais pertinentes para o trabalho. Os cálculos foram feitos manualmente com o apoio de uma máquina calculadora e uma esferográfica, posteriormente foram organizados em uma planilha Excel, com recurso a um computador. 17 IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 4-Resultados de CUC, CUD e EA Ensaio CUC (%) CUD (%) EA (%) 1 67 53 49 2 85 72 65 3 66 38 34 4 59 35 31 5 63 41 37 6 57 38 34 7 59 30 27 Como é necessário que se tenha um valor de CUC, CUD e EA que represente todo o campo (conforme a tabela 5), fez-se a média dos coeficientes de todos os ensaios e teve-se um CUC de 65% que segundo a classificação proposta por Bernardo e Mantovani (2009) é considerado mau, o CUD foi de 41% que segundo a mesma fonte também é considerado mau. A EA foi de 38% que segundo a classificação de Bernardo et. al. (2006) é considerada inaceitável, ou seja, de toda a água aplica ao sistema apenas 38% é recebida pela cultura, sendo que 62% da água aplicada é perdida. Os respetivos cálculos estão ilustrados no (anexo 8, pag vi). Tabela 5-Media dos valores de CUC, CUD e EA Parâmetro Resultados (%) Interpretação CUC 65 Mau CUD 41 Mau EA 38 Inaceitável No entanto segundo Neto et al. (2013), valores de coeficiente de distribuição inferiores a 90% em sistemas localizados, só podem ser admitidos se a precipitação pluvial tem um valor significativo durante o cultivo, ou se a diminuição dos custos do sistema com a redução da uniformidade compensar a diminuição da receita devido à redução na produção da cultura. Os índices do CUD foram sempre menores que os de CUC. Segundo Lopez et al. (1992) citado por Batista et al. (2010), isso ocorre por que o primeiro coeficiente dá um tratamento mais rigoroso a problemas de distribuição, que ocorrem ao longo da linha lateral. 18 Nos anexos 1 a 7, nota-se que alguns emissores coletaram 0 ml, ou seja, não ouve vazão naqueles pontos, e segundo Quinas (2017), esse facto pode ser devido a existência de desníveis entre os pontos mais favoráveis e mais desfavoráveis colocando em causa a uniformidade de rega. O mesmo autor diz ainda que em projetos como este, em que existem limitações de pressão para o funcionamento do sistema, o posicionamento mais favorável parte do princípio de que a água realiza o trajeto mais curto até ao emissor, minorando as perdas de carga, e que o declive é aproveitado da melhor forma para contrabalançar as perdas de carga. Na mesma senda Souza, et al., (2006) é mais realista em relação ao facto encontrado no campo, afirmando que este problema é devido a presença de gotejadores entupidos, ou com a membrana de borracha do mecanismo de auto compensação dos gotejadores rompida. Nos mesmos anexos verifica-se nas tabelas uma grande disparidade dos dados, ou seja, em uma linha onde temos 200 ml de vazão temos também 0 ml, no entanto Cudell (2000) citado por Sacadura (2011) recomenda a instalação de reguladores de pressão, com o objetivo de corrigir os excessos de pressão, para que os valores não excedam a pressão nominal da tubagem (10 mca), dos acessórios, dos equipamentos e para manter a pressão em valores mais indicados e mais uniformes ao funcionamento dos emissores. Esse fator pode ser causado também devido a presença de fugas de água ao longo das linhas laterais (anexo 10). No entanto, segundo Júnior, et al., (2016),o excesso de água causado pelas fugas, além da perda de água, pode transportar nutrientes para profundidades Tabela 6- Dimensionamento hidráulico Parâmetro Resultado Observação Vazão total necessária 13,22 mᵌ/h Dado fornecido pela empresa Turno de rega 2 Dado fornecido pela empresa Área total 34 ha Dado fornecido pela empresa Número de gotejadores por planta 1 Dado fornecido pela empresa Tempo de rega 17 horas Dado fornecido pela empresa Número de subparcelas 16 Dado fornecido pela empresa Número de linhas laterais 30 Dado fornecido pela empresa 19 Coeficiente de variação de fabrico 0.09 Calculado Potência da bomba 123,94 Dado fornecido pela empresa Altura manométrica 42 mca Dado fornecido pela empresa Espaçamento entre os emissores 1.5 m Dado fornecido pela empresa Vazão dos gotejadores 2L/h Dado fornecido pela empresa De acordo com dados fornecidos pela empresa (tabela 6), usa-se 1 gotejador por planta sendo que cada gotejador debita 2L/hora, neste caso Quinas (2017), diz que o número de emissores por planta deverá ser estimado segundo a razão entre a área explorada pelo sistema radicular de cada planta e a área humedecida por cada emissor. É também preponderante a disposição dos emissores para que a percentagem de área humedecida alcance pelo menos um terço da superfície total, sendo que o valor ideal é de dois terços da superfície quando as necessidades hídricas das plantas sejam asseguradas na totalidade pela rega. O CV calculado de 0.09, segundo a classificação em uso no trabalho foi considerado marginal. 20 V. CONCLUSÃO Com base nas discussões referentes aos resultados apresentados neste trabalho, conclui-se que os coeficientes de Christiansen (CUC) e de distribuição (CUD) foram considerados maus e por sua vez a eficiência de aplicação (EA) foi considerada inaceitável. Ao se relacionar os resultados obtidos nos ensaios com os calculados ou fornecidos pela empresa, conclui-se que não é um problema de dimensionamento, mas sim devido a má gestão ou mesmo pela falta de manutenção do sistema. Com tudo, o sistema de rega em estudo não é eficiente. 21 VI. RECOMENDAÇÕES Com base nos resultados encontrados recomenda-se: A empresa que faça a manutenção do sistema, com objectivo de corrigir as falhas e depois de isso passar-se a avaliar a eficiência do sistema no mínimo a cada dois anos; A melhoria dos valores de uniformidade encontrados pode ser obtida por meio da adoção de práticas de gestão, como a limpeza periódica mais criteriosa do sistema de filtragem, possibilitando maior pressão nos pontos de emissão, assim como o entupimento dos gotejadores e limpeza das linhas laterais; Em sistemas de irrigação por gotejamento, quanto maior o número de gotejadores avaliados, mais precisos são os valores dos coeficientes de uniformidade. Deste modo recomenda-se a trabalhos futuros que avaliem o maior número possível de gotejadores durante os ensaios. i VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Amaral, E. R. d. & Amaral, T. R. d., 2016. Analise dos fatores que influenciam nas perdas de carga em tubulacoes e acessorios hidraulicos. Montes Claros , s.n. 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YAGÜE, J.L.F, 1996, Técnicas de Riego, 2ª edição, Grupo Mundi-Prensa, México. iv ANEXOS 1 Tabela 7-Ensaio 1 Vazões coletadas em ml, (Linhas) Emissores 1 2 3 4 1 205 125 140 200 2 90 275 250 175 3 85 160 145 215 4 55 90 150 235 5 135 185 100 135 6 85 80,7 170 235 7 80 90 210 185 2 Tabela 8-Ensaio 2 3 Tabela 9-Ensaio 3 Vazões coletadas em ml, (Linhas) Emissores 1 2 3 4 1 195 255 255 210 2 55 200 235 225 3 30 215 235 60 4 85 145 260 50 5 200 60 235 275 6 175 230,5 135 155,5 7 205 245 170 240,7 Vazões coletadas em ml, (Linhas) Emissores 1 2 3 4 1 225 220 225 180 2 130 210 230 235 3 115 230 225 190 4 230 250 250 145 5 240 215 190 230 6 230 155 255 225 7 250 240 155 180 v 4 Tabela 10-Ensaio 4 Vazões coletadas em ml, (Linhas) Emissores 1 2 3 4 1 120 175 220 175 2 260 245 185,8 220,7 3 30 150 240,7 250 4 265 95 260 255 5 105,7 215 170 145 6 245 150 225 150 7 0 190 0 30 5 Tabela 11-Ensaio 5 Vazões coletadas em ml, (Linhas) Emissores 1 2 3 4 1 235 210 255 120 2 235 205 155,9 25 3 225 210,5 222 115 4 235,5 175 157 280 5 155 225,1 175 230 6 35 255 215 215 7 25 150 35 25 6 Tabela 12-Ensaio 6 Vazões coletadas em ml, (Linhas) Emissores 1 2 3 4 1 235 195,5 215,5 185,5 2 185 115,5 55 250,5 3 210 195 210 280 4 90 175 180 220 5 50 130 245 240 6 55 75 210 215,5 7 25 140 240 95 vi 7 Tabela 13-Ensaio 7 Vazões coletadas em ml, (Linhas) Emissores 1 2 3 4 1 235 160 230,6 175,3 2 220,3 160,7 235 255 3 235,7 140 255 85 4 275 25 105 200 5 250 230,2 220 250 6 45 190 265 173 7 0 170 45,7 55 8 Tabela 14-Resolução do CUC, CUD e EA Ensaio Resolução 1 CUC = 100 [1 − 𝜮|𝑿𝒊˗ 𝑿| 𝒏 𝑿 ] CUD = 100 ·(𝐗𝟐𝟓 𝐗 ) CUC = 100 (1 ˗ 0,332) CUD = 100 ( 81 153 ) CUC = 0, 67 CUD = 0.53 CUC = 67 % CUD = 53 % Ea = Cra · CUD Ea = 0.90 · 54 Ea = 49% 2 CUC = 100 [1 − 𝜮|𝑿𝒊˗ 𝑿| 𝒏 𝑿 ] CUD = 100 ·(𝐗𝟐𝟓 𝐗 ) CUC = 100 (1 ˗ 0,148) CUD = 100 ( 151 210 ) CUC = 0,852 CUD = 0.72 CUC = 85.2 % CUD = 72 % Ea = Cra · CUD Ea = 0.90 · 72 Ea = 65% 3 CUC = 100 [1 − 𝜮|𝑿𝒊˗ 𝑿| 𝒏 𝑿 ] CUD = 100 ·(𝐗𝟐𝟓 𝐗 ) vii CUC = 100 (1 ˗ 0,340) CUD = 100 ( 68 180 ) CUC = 0,66 CUD = 0.38 CUC = 66 % CUD = 38 % Ea = Cra · CUD Ea = 0.90 · 38 Ea = 34,2% 4 CUC = 100 [1 − 𝜮|𝑿𝒊˗ 𝑿| 𝒏 𝑿 ] CUD = 100 ·(𝐗𝟐𝟓 𝐗 ) CUC = 100 (1 ˗ 0,408) CUD = 100 ( 60 170 ) CUC = 0,59 CUD = 0.35 CUC = 59 % CUD = 35 % Ea = Cra · CUD Ea = 0.90 · 35 Ea = 31,5% 5 CUC = 100 [1 − 𝜮|𝑿𝒊˗ 𝑿| 𝒏 𝑿 ] CUD = 100 ·(𝐗𝟐𝟓 𝐗 ) CUC = 100 (1 ˗ 0,373) CUD = 100 ( 70 171 ) CUC = 0,63 CUD = 0.41 CUC = 63 % CUD = 41 % Ea = Cra · CUD Ea = 0.90 · 41 Ea = 36,9% 6 CUC = 100 [1 − 𝜮|𝑿𝒊˗ 𝑿| 𝒏 𝑿 ] CUD = 100 ·(𝐗𝟐𝟓 𝐗 ) CUC = 100 (1 ˗ 0,442) CUD = 100 ( 64 169 ) CUC = 0,57 CUD = 0.38 CUC = 57 % CUD = 38 % Ea = Cra · CUD Ea = 0.90 · 38 Ea = 34,2% 7 CUC = 100 [1 − 𝜮|𝑿𝒊˗ 𝑿| 𝒏 𝑿 ] CUD = 100 ·(𝐗𝟐𝟓 𝐗 ) CUC = 100 (1 ˗ 0,407) CUD = 100 ( 52 174,5 ) CUC = 0,59 CUD = 0.30 CUC = 59 % CUD = 30 % viii Ea = Cra · CUD Ea = 0.90 · 30 Ea = 27% 9 Tabela 15- Valores de Xi-X para a determinação de CUC Ensaio Valores de Xi-X 1 52 28 13 47 63 122 97 22 68 7 8 62 98 63 3 82 18 32 53 18 68 72,3 17 82 73 63 57 32 2 15 10 15 30 80 0 20 25 95 20 15 20 20 40 40 65 30 5 20 20 20 55 45 15 40 30 55 30 3 15 75 75 30 125 20 55 45 150 35 55 120 95 35 80 130 20 120 55 95 5 50,5 45 24,5 25 65 10 60,7 4 50 5 50 5 90 75 158 50,7 140 20 70,7 80 95 75 90 85 64,3 45 0 25 75 20 55 20 170 20 170 140 5 64 39 84 51 64 34 15,1 151 54 39,5 51 56 64,5 4 14 109 16 54,1 4 59 136 84 44 44 146 21 136 146 ix 6 66 265 46,5 165,5 16 53,5 114 81,5 41 26 41 111 79 6 11 51 119 39 76 71 114 94 41 46,5 144 29 71 74 7 61 14 56,6 13 46,3 133 61 81 61,7 34 81 89 101 149 69 26 76 56,2 46 76 129 16 91 1 174 4 128,3 119 10 A figura abaixo mostra algumas das fugas de água encontradas ao longo da tubulação lateral. Figura 7- Fugas de água ao longo das linhas/ emissores entupidos.
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