Buscar

a construAAo do EU na modernidade slides

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Disciplina: História da Psicologia
Por: Profª Ariana Carvalho
Objetivo desse encontro:
 Convidar, os alunos de Psicologia a pensar nas relações
dessa área de pensamento com o restante do
conhecimento e em suas condições de surgimento.
 compreender e refletir um pouco sobre a história dos
problemas filosóficos que resultaram no perfil do
século XX.
 Nesse sentido, a Psicologia é apenas uma faceta de um
contexto mais geral com o qual todos têm contato.
 Afastamo-nos de uma posição "substancialista", que leva a
crer que o mundo psíquico seja uma coisa eterna e
imutável, a qual a ciência finalmente teria vindo desvelar.
Introdução
Essa história é imensa. Ela remonta à filosofia grega e acompanha
toda a reflexão filosófica posterior e, mais recentemente, alcança as
teorias psiquiátricas até o início de nosso século.
 A tese básica de Luis Cláudio Figueiredo, em "Psicologia: Uma
introdução". Houve duas pré-condições para o surgimento de um
projeto de Psicologia como ciência.
 A primeira seria o surgimento de uma noção clara de
subjetividade privada (ou seja, uma afirmação da idéia de que as
pessoas são indivíduos livres e, enquanto tais, indivisíveis, separados,
independentes uns dos outros e donos de seus destinos.
 A segunda seria a de que essa concepção de sujeito teria entrado
em crise, gerando assim um sujeito em crise de identidade e a
procura de um profissional que lhe pudesse restituir a estabilidade.
De momento, essa tese pode parecer obscura, mas gradativamente
ela irá sendo explicitada.
A Noção de Subjetividade Privada
 De uma forma genérica, podemos dizer que noção de
subjetividade privada data do início da Modernidade, ou
seja, do Renascimento.
 Passagem da Idade Média para o Renascimento.
 A afirmação do sujeito chegará a seu ponto máximo no
século XVII e, a partir de então, iniciará uma longa crise
até o final do século XIX.
 No final do século XIX, surgirão os primeiros projetos de
Psicologia, já com algumas características definitivas da
diversidade que marca esta ciência. Criação do
laboratório de Psicofisiologia – Wundt.
Século XIX
 Wundt cria condições para a criação de uma Psicologia 
experimental, enquanto Freud cria a Psicanálise!
 Desde o início do Renascimento, alguns autores já se
dedicam a mostrar as fraquezas e insuficiências do eu. Isto
indicaria a possibilidade de que a Modernidade incluísse
procedimentos de auto-crítica e dissolução do eu,
além dos clássicos procedimentos de auto-afirmação.
 Crise da subjetividade privada.
A PASSAGEM DA IDADE MÉDIA AO 
RENASCIMENTO 
 O Humanismo Moderno passou a afirmar uma concepção 
de subjetividade privada.
 O que significa dizer que a noção de subjetividade privada 
não existiu em um período?
 Nossa intimidade, existência enquanto sujeitos isolados, 
solitários – a tônica: “ter um tempo para si”! 
Solidão e Solitude
A Individualidade
 Hoje é preciso garantir nossa privacidade, diante da alta
exigência atual para que dediquemos toda a nossa energia
e tempo às atividades consideradas "úteis".
 Excessivo individualismo é um dos grandes problemas da
convivência social atual.
 A imposição dos interesses pessoais sobre os coletivos, a
insensibilidade ao que não nos diz respeito
imediatamente, a solidão, a falta de um sentido para a vida,
o desrespeito generalizado às leis, o crescimento -como
reação a tudo isso- de movimentos ideológicos ou
religiosos dogmáticos e violentos, caracterizados pela
intolerância para com aquilo que é diferente de si ou do
grupo.
Indivíduo
 O termo 'indivíduo/ remete a isto, somos o "átomo" 
indiviso do mundo humano.
 Ainda assim, se dermos uma olhada na história dos
costumes ou da filosofia, veremos que nem sempre foi
assim. Esta afirmação do "eu" parece ter-se construído
gradativamente, através de séculos.
 O "eu" nem sempre foi soberano.
 A filosofia da Grécia clássica (século V A.C.), certamente
menciona algo que poderíamos chamar de humanismo,
como uma valorização do ser humano, não submetido à
força dos deuses.
 Mas o Humanismo que coloca o homem no centro do
universo tomou forma no Renascimento.
 Santo Agostinho estaria, com isto, inaugurando os primeiros
interesses em uma experiência radical, a experiência passa a
ser altamente subjetivada e dependente de nós.
 INTERIORIDADE HUMANA
Resumindo: 
 Pano de fundo para compreensão:
 Mundo organizado em torno de um centro.
 Ordem absoluta representada por Deus e seus legítimos
representantes: a Bíblia e a Igreja.
 Cada ser formaria uma grande engrenagem que seria
criação divina.
 A possibilidade de crença na liberdade é muito restrita, já
que tudo faz parte de um plano maior, disposto por Deus.
 Tampouco haveria lugar para a privacidade na medida que
a onipresença e onisciência são atributos de Deus, nada
poderia ser mantido em segredo.
 Música: Canto Gregoriano
O Humanismo no Renascimento
Obra: O Nascimento de Venus . Sandro Botticelli.
O Humanismo
 "O termo 'humanismo' derivado de humanitas, que no
tempo de Cícero (106-43 a.C.) designava a educação do
homem enquanto considerado em sua condição
propriamente humana, correspondendo à palavra grega
paideia: a educação por meio de disciplinas liberais,
relativas a atividades exclusivas do homem e que o
distinguiam dos animais. (...) As chamadas 'humanidades'
 -poética, retórica, história, ética e política- passam, desse
modo, a constituir, sob a inspiração dos antigos, a base de
uma educação destinada a preparar o homem para o
exercício da liberdade." (...)
O Humanismo
 "Outro fundamento do humanismo renascentista foi a
convicção de que o mundo natural é o reino do homem.
Esse naturalismo conduziu, paralelamente à afirmação do
valor espiritual do homem e que o torna livre, à exaltação
do valor do corpo e dos seus prazeres."
 Se o homem não nasce com seu destino predestinado, ele 
se deve formar, educar. Nasce a necessidade do "cuidado 
de si". 
 É comum que tenhamos uma noção da passagem da Idade
Média para o Renascimento em termos de história; com a
diminuição do poder da igreja e advento da reforma, a
crise do sistema feudal e o nascimento das cidades e
rotas de comércio, a expansão marítima, etc. Mas
raramente consideram- se as mudanças de modo de
vida das pessoas implicadas nessas transformações
políticas e econômicas.
O Humanismo
 Surge a idéia de liberdade, mas ao mesmo tempo, a de
solidão e responsabilidade. Se o homem não pode
mais contar com uma resposta dada por uma autoridade
absoluta, ele deverá buscar ou construir suas próprias
respostas. Este é um dos principais elementos do
humanismo.
 Isso não quer dizer que o homem do Renascimento fosse 
ateu, mas de certa forma, parece ter se afastado de Deus.
 No contexto renascentista, não há mais uma certa cena
Bíblica que importa, mas a mão do sujeito que deixa sua
marca na obra. Assim, surgem os nomes mais conhecidos
do Renascimento, como Leonardo da Vinci ou
Michelangelo, que, mais que artistas, são gênios de
inúmeros talentos.
O Encontro com a Multiplicidade
O confronto com a diferença fez com que o homem se perguntasse sobre si. 
O Encontro com a Multiplicidade
 A multiplicidade é uma característica do Renascimento.
 A abertura do mundo trouxe o conhecimento de civilizações
novas, com seus costumes, línguas, hábitos alimentares, etc.
Isto, é claro, acompanha os novos valores segundo os quais o
homem (cada um) deve buscar seu caminho.
 Uma imagem que podemos usar como pano de fundo para
essa ilustração é de uma feira livre medieval que agora seu
conteúdo está revestido com a abertura da Europa à
diversidade cultural do mundo conhecido. Alimentos, temperos
variados, tecidos e tinturas, pessoas e animais – comércio,
valor de troca, festa, desordem e gritaria.
 "Há algo de maravilhoso e inquietante na infinitude das
variações. O que se pode esperar legitimamente de um
mundo infinitamente diverso e surpreendente? Tudo. A
credulidade e a liberdade de imaginação do homem
renascentista não devem ser julgadas a partirdo modelo
'científico' dos séculos posteriores; elas não são índices de
ingenuidade e ausência de espírito crítico. São formas
maduras e tolerantes de relação com a diferença, as mais
ajustadas a esse momento particular de abertura do
mundo."10 (p. 34)
Figueiredo.
 A outra atitude parece ser mais auto-crítica e parece ter
tido um lugar considerável no Renascimento. Diante do
confronto com a verdade do outro, acaba-se por se
colocar em questão a própria verdade, não para substituí-
la, mas para tomá-la não mais como única, mas com uma
dentre as possíveis. Ou ambas a verdades são válidas, ou
ambas inválidas.
 Na conclusão de sua obra, Todorov apresenta-nos esta formulação paradigmática 
sobre a questão do outro: 
 "Pois o outro deve ser descoberto. Coisa digna de espanto, já que o
homem nunca está só, e não seria o que é sem sua dimensão social. E, no
entanto, é assim: para a criança que acaba de nascer, seu mundo é o
mundo, e o crescimento é uma aprendizagem da exterioridade e da
sociabilidade; pode-se dizer, um pouco grosseiramente, que a vida humana
está contida entre dois extremos, aquele onde o eu invade o mundo e
aquele onde o mundo acaba absorvendo o eu, na forma de cadáver ou
de cinzas. E, como a descoberta do outro tem vários graus, desde o outro
como objeto, confundido com o mundo que o cerca, até o outro como
sujeito, igual ao eu, mas diferente dele, com infinitas nuanças
intermediárias, pode-se muito bem passar a vida toda sem nunca chegar
à descoberta plena do outro (supondo-se que ela possa ser plena). Cada
um de nós deve recomeçá- la, por sua vez; as experiências anteriores não
nos dispensam disso. Mas podem ensinar quais são os efeitos do
desconhecimento, (p. 243).
Arcimboldo
com suas composições de retratos utilizando fragmentos de coisas. Sua série mais conhecida é a das quatro estações, onde 
constrói expressões humanas combinando elementos típicos de cada época. O efeito é grotesco, mas divertido e instigante 
 Numa citação de Montaigne, um dos mais importantes
pensadores do século XVI, encontramos uma articulação
do que temos dito:
"Em verdade o homem é de natureza muito pouco
definida, estranhamente desigual e diverso. Dificilmente o
julgaríamos de maneira decidida e uniforme."
Música: Polifonia
Os Procedimentos de Contenção do Eu
 Algumas das medidas tomadas para o restabelecimento
de referências para a colocação do homem no mundo.
Elas estarão voltadas ao próprio eu, na figura do auto-
controle.
 A nova valorização do ser humano e a imposição de que
ele construa sua existência e descubra valores segundo os
quais viver, aliada a toda a dispersão e fragmentação do
mundo, que apontamos acima, levarão à tentativa de
criação de mecanismos para o domínio e formação do eu
 É na formação destes procedimentos -"modos de ser"- que
poderemos começar a reconhecer os rumos que levarão à
Psicologia.
 Assim sendo, as experiências subjetivas no sentido moderno
do termo e que vieram a se converter em objeto de um saber
e de uma intervenção psicológicos devem a sua emergência
tanto às vivências de diversidade e ruptura como às tentativas
de ordenação e costura, ou seja, a todas as praticas reformistas
que implicavam uma subjetividade individualizada e uma tensão
sustentada entre áreas ou dimensões de liberdade e áreas ou
dimensões de submissão. (...) Como se vê, o 'indivíduo', ao
contrário do que o termo sugere, nasce da dispersão e traz
uma cisão interior inscrita em sua natureza.
 Durante a Idade Média, era relativamente difícil explicar
como era possível ser responsabilizado por pecar: se a
pessoa não era livre e apenas cumpria os planos de Deus,
como responsabilizá-la?
 No Renascimento, a questão pode ser equacionada de
outra forma: Deus fez o homem livre para que ele possa
ser julgado; ele pode escolher um bom caminho e ser
recompensado por isso, mas pode ser desviado dele por
tentações e dispersões -e o mundo renascentista as
oferece em quantidade- e, então, ser responsabilizado e
punido por isso.
 A questão passa a ser: o que eu devo ser? Como devo me
formar? Em termos mais psicológicos, como construir uma
identidade?
 Há vários exemplos de modos de constituição de identidade
no Renascimento.
 Um exemplo concreto de procedimento vislumbrado no
século XVI para a constituição de uma identidade coesa, que
consiga não se deixar levar pela dispersão. O pensamento
religioso, adaptando-se aos tempos como sempre, produzirá,
sobretudo através de procedimentos para a afirmação da
identidade sobre a dispersão do sujeito, guiando-o de volta a
Deus.
 Santo Inácio parte do mundo
renascentista, reconhecendo a
liberdade humana, mas constata
a perdição do homem e
buscará mostrar-lhe o caminho
do reencontro com a ordem.
Seu procedimento,
propriamente humanista, faz
escola até hoje: o homem é
livre para ser o que é e parece
estar perdido; ele precisa e
pode, portanto, dirigir sua livre
vontade ao caminho correto
para se encontrar.
Reflexão:
 É bastante visível o quanto parte daqui a inspiração de um
gênero literário de bastante sucesso no final do século XX,
chamado "Psicologia de auto-ajuda". A crença na liberdade
humana absoluta, que diz que podemos atingir quaisquer que
sejam nossos objetivos, envolve um forte sentimento de culpa:
se somos o que fazemos de nós, esta infelicidade na qual nos
encontramos foi produzida por nós, nós a merecemos.
 A premissa do título de um livro como "Só é gordo quem
quer", poderia ser derivada em "só é pobre quem quer", ou
"Só é brasileiro quem quer", etc. A única determinação
reconhecida para nosso ser é a própria vontade; todas as
determinações históricas, sociais, genéticas, etc, são
simplesmente negadas.
Referências Bibliográficas
Santi, P. L. R. A construção do Eu na modernindade.

Continue navegando