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Disciplina: Português Prof(a): Lorenna Gomes Curso: Nome do aluno: Turma/Turno: A ORIENTAÇÕES O ALUNO DEVERÁ LER O CONTEÚDO E FAZER O ESTUDO DO MESMO. E ESTAR PREPARADO PARA A AULA ONLINE PELO APLICATIVO ZOOM. AULA ESTA QUE SERÁ MARCADA NO SITE DA UNIFAN. TENHAM TODOS UM EXCELENTE ESTUDO. O ESTUDO DE ALGUMAS PALAVRAS E SUAS COLOCAÇÕES O adjetivo “recorrente”, enfatiza sobre o uso corriqueiro de alguns termos que mediante ao atributo da língua escrita precisam estar em consonância com o padrão formal. Esses termos, na maioria das vezes, são alvo de dúvidas entre os usuários, mesmo porque quase todos são dotados de extrema semelhança sonora. Todavia, graficamente, apresentam divergências, e são estas que lhes atribuem também significados diferentes. Entretanto, nada que uma efetiva prática de leitura e escrita não consiga sanar em relação a esses “supostos” questionamentos, ampliando, assim, ainda mais a nossa competência como um todo. E para tal, algumas dicas tendem a tão somente nos auxiliar rumo à conquista dessas habilidades. Sendo assim, eis que segue uma relação precedida dos principais casos: · Abaixo/ A baixo Abaixo revela o sentido de lugar menos elevado, inferior. Exemplo: Para Marcela, era inaceitável que ocupasse uma posição abaixo de suas verdadeiras pretensões. A baixo significa “para baixo”. Exemplo: Quando percebemos, lá estava o brinquedo sendo levado correnteza a baixo. · A cerca de/ Acerca de/ Cerca de/ Há cerca de A cerca de ou cerca de retrata o sentido de “aproximadamente, mais ou menos”. Exemplo: O parque foi construído a cerca de quinhentos metros do condomínio. O tempo estimado pelo profissional foi cerca de três semanas para a conclusão das obras. Acerca de corresponde ao sentido de “a respeito de, sobre”. Exemplo: Durante a reunião muito se discutiu acerca da problemática ambiental. Há cerca de relaciona-se ao sentido de tempo decorrido, haja vista que o verbo haver se encontra na sua forma impessoal. Exemplo: Há cerca de três anos não visito meus familiares. · Acima/ A cima Acima retrata o sentido de “um lugar mais elevado, superior”. Exemplo: Conforme pode perceber, na lista de aprovados seu nome se encontra acima do meu. A cima significa “para cima”. Exemplo: Todos os convidados me olharam de baixo a cima. · A fim/ Afim A fim encontra-se relacionado ao sentido de “finalidade, objetivo pretendido”. Exemplo: A fim de evitar maiores contratempos, ele resolveu afastar-se de sua amiga. Afim classifica-se como um adjetivo invariável, cuja significância se atribui à semelhança, afinidade. Exemplo: Como na antiga grade havia matérias afins, pude adiantar bastante o meu curso. · A menos de/ Há menos de A menos, classifica-se como locução prepositiva e retrata o sentido de tempo futuro ou distância aproximada. Exemplos: Encontramo-nos a menos de dois quilômetros do destino almejado. A menos de um mês estaremos de férias. Há menos de significa “aproximadamente, mais ou menos” e, conjuntamente ao verbo haver na forma impessoal, denota tempo decorrido. Exemplo: Ele saiu de casa há menos de dois anos. · Ao encontro de/ De encontro a Ao encontro de revela o sentido de a favor de. Exemplo: As propostas dos candidatos vão ao encontro do que se espera a população. De encontro a significa oposição, ideia contrária. Exemplo: Suas opiniões vão de encontro às minhas. · Ao invés de/ Em vez de Ao invés denota o sentido de “ao contrário de”. Exemplo: Ao invés de calar-se, continuou discutindo com seu superior. Em vez exprime a ideia de substituição, “em lugar de’. Exemplo: Em vez de viajar nas férias, optou por descansar em casa. · A par/ Ao par A par significa estar ciente de algo, informado sobre um determinado assunto. Exemplo: Quando ela resolveu se abrir, seus pais já estavam a par de tudo. Ao par indica o sentido de equivalência cambial. Exemplo: O euro e o dólar já estiveram ao par por algum tempo. · Demais/ De mais Demais, caracterizado como advérbio de intensidade, se equivale a muito, excessivamente. Exemplo: Nossa! A meu ver você parece egoísta demais. Como pronome indefinido corresponde a “os restantes, os outros”. Exemplo: Ele foi o único que se sobressaiu entre os demais. De mais caracteriza-se como o oposto do termo “de menos”. Exemplo: Há alunos de mais nesta sala. · Há/ A Há, depreendendo o sentido de impessoalidade (por isso permanece sempre na terceira pessoa do singular), revela o sentido de existir ou fazer. Exemplo: Nesta sala há verdadeiros talentos na área de exatas. O A tanto pode indicar tempo futuro (que se conta de hoje para o futuro) ou apenas se revelar como uma preposição. Exemplos: Daqui a alguns meses concluiremos nossa pesquisa. Não entregue esta encomenda a ele. · Mas/ Mais Mas integra a classe das conjunções, revelando o sentido de ideia contrária, oposição. Exemplo: Não pôde comparecer ao aniversário, mas enviou o presente. Mais pode ser classificado como advérbio de intensidade ou pronome indefinido. Exemplo: Clarice foi a menina que mais se destacou durante a apresentação. · Mau/ Mal Mau pertence à classe dos adjetivos, podendo ser utilizado quando significar o contrário de “bom”. Exemplo: Ele é um mau aluno. (Poderíamos substituí-lo por bom) Mal pode adquirir os seguintes valores morfológicos: · advérbio de modo – podendo ser substituído por “bem”. Exemplo: Carlos foi mal sucedido durante o tempo em que atuou nesta profissão. (O contrário poderia ter acontecido) · conjunção subordinativa temporal – denota o sentido de “assim que, quando”. Exemplo: Mal chegava em casa, já começavam as discussões. · substantivo – neste caso, sempre aparece precedido de artigo ou qualquer outro determinante. Exemplo: Este mal só pode ser resolvido com a chegada dele. · Onde/ Aonde Onde é utilizado mediante o emprego de verbos que indicam sentido estático, permanente. Exemplo: Gostaria muito de saber onde ele mora. Aonde é utilizado com verbos que indicam movimento. Exemplo: Aonde vais com tamanha pressa? · Por que/ Porque/ Por quê/ Porquê Por que – Trata-se de duas palavras – preposição (por) + pronome (que). Desta forma assume as seguintes posições: · quando equivale a “pelo qual” e demais variações: Exemplo: Esta é a conquista por que sempre busquei. (pela qual) · quando equivale a “por qual razão”, “por qual motivo”. Neste caso, trata-se da preposição “que” + o pronome interrogativo “quê”. Exemplo: Por que não compareceu à reunião? (por qual motivo) Por quê – ocorrência esta que se efetiva quando o pronome interrogativo se posiciona no final da frase ou aparece seguido de uma pausa forte, fato que permite que o monossílabo átono(que) passe a ser concebido como tônico (quê). Exemplo: Vocês saíram mais cedo da festa, por quê? Porque somente pode ser utilizado quando retratar o sentido das conjunções equivalentes a visto que, uma vez que, pois ou para que. Exemplo: Não poderemos viajar porque minhas férias não coincidem com as suas. Porquê é empregado quando se classifica como um substantivo, revelando o sentido de causa, motivo. Nesse caso, sempre aparece acompanhado por um determinante. Exemplo: Desconhecemos o porquê de tanta desorganização. (o motivo) · Se não/ Senão Se não equivale a caso não, indicando, assim, uma probabilidade. Exemplo: Se não chover, iremos ao cinema amanhã. Senão equivale a “caso contrário” ou “a não ser’. Exemplo: Espero que estejas bem preparado, senão não conseguirás obter bom resultado. · Na medida em que/ À medida que Na medida em que exprime relação de causa, equivalendo-se a porque, já que, uma vez que. Exemplo: Na medida em que os inquilinos não cumpriam com o pagamento em dia, iam sendo despejados. À medida que indica proporção, simultaneidade. Exemplo: À medida que o tempo passa, mais aumenta a saudade. · Tampouco/ Tão pouco Tampouco equivale a “também não”. Exemplo: Quem não respeita a si próprio, tampouco respeita a seus semelhantes.Tão pouco equivale a muito pouco. Exemplo: Como posso me divertir se ganho tão pouco? Viagem ou Viajem? Algumas palavras em língua portuguesa possuem o mesmo som, porém a escrita e seu contexto de uso são diferentes. Esse é o caso das palavras viagem e viajem. Observe as frases: A viagem foi maravilhosa. Espero que vocês viajem com segurança. É possível perceber que, além de serem grafadas diferentes, as palavras em negrito possuem classificações diversas nas frases, não é mesmo? Em “A viagem foi maravilhosa”, a palavra viagem é classificada como um substantivo. Já em “Espero que vocês viajem com segurança”, a palavra viajem, grafada com “J”, é classificada como verbo. É exatamente essa diferença de classificação que determinará o uso “G” ou “J” na grafia desse par de palavras. Assim: · Viagem – é um substantivo. Exemplos: Nossa viagem de lua-de-mel foi inesquecível. Faço quatro viagens internacionais todos os anos. A agência está com promoção nos pacotes de viagens. · Viajem – é uma forma verbal do do verbo viajar. Exemplos: Viajem sem medo, cuidarei da casa para vocês. Não é seguro que eles viajem à noite. Espero que viajem em breve! Lembre-se! Viajem – deriva do verbo viajar, que não pode ser grafado com G. Viagem – é um substantivo. A gente, agente ou há gente? Apesar de serem semanticamente distintas, as expressões a gente, agente e há gente são foneticamente idênticas, o que pode gerar confusão na modalidade escrita. Existem erros na língua portuguesa que são absolutamente compreensíveis: algumas vezes erramos por desconhecer as regras; outras por desconhecer a exceção à regra; outras vezes somos influenciados por questões fonéticas: confundimos sons e trocamos as letras, atropelando a ortografia das palavras. Algumas expressões parecem ter surgido para confundir os falantes, sobretudo quando o desafio é escrever. Alguns termos guardam em si significados diversos, porém, foneticamente, não apresentam qualquer distinção. Nesses casos, só nos resta analisar o contexto da oração para então reconhecer o sentido de uma determinada palavra. Entre as dúvidas mais recorrentes, uma que ainda causa muita dor de cabeça na hora de passar as ideias para o papel é o uso dos termos a gente, agente e há gente. Afinal, qual é o correto? As três expressões, a gente, agente e há gente, existem e são empregadas em situações bem diferentes! Sim, elas são homófonas (palavras ou expressões diferentes cuja pronúncia é a mesma), mas semanticamente elas não possuem similaridades. Observe quando e como usar a gente, agente e há gente: A gente: Trata-se de uma locução pronominal semanticamente equivalente ao pronome nós. Deve ser conjugada na terceira pessoa do singular e evitada na modalidade escrita (especialmente nos textos não literários), já que está muito associada ao coloquialismo. O exemplo abaixo foi retirado de uma música do grupo Titãs, registro que privilegia a linguagem literária e suas licenças poéticas: “(...) A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte... A gente não quer só comida A gente quer bebida Diversão, balé A gente não quer só comida A gente quer a vida Como a vida quer (...)”. (Comida - Arnaldo Antunes/Sérgio Brito/Marcelo Fromer) � Agente: Conforme definição do dicionário Michaelis, agente é aquele “Que age, que exerce alguma ação; que produz algum efeito. O que agencia ou trata de negócios alheios. 2 Pessoa encarregada da direção duma agência.” Portanto, a palavra agente pode ser empregada apenas como substantivo comum e não deve ser confundida com a locução pronominal a gente: “Sou um agente secreto tão secreto que não sei quem sou a minha agência é tão secreta que não sei qual ela é (...)”. (Trecho da letra da música “Agente secreto”, da banda Garotos Podres) � Há gente: Há gente = tem gente, ou seja, “existem pessoas”. Portanto, a expressão deve ser empregada somente nesse contexto. Observe o exemplo em uma frase da escritora Lya Luft: “Há gente que, em vez de destruir, constrói; em lugar de invejar, presenteia; em vez de envenenar, embeleza; em lugar de dilacerar, reúne e agrega.” Sessão, seção ou cessão? Em língua portuguesa, as palavras que possuem o mesmo som, mas têm escrita e uso diferentes são chamadas de homófonas heterográficas. Esse é o caso de sessão, seção e cessão. Observe as seguintes frases: 1. A sessão de estreia será na próxima semana. 2. Aquela seção destina-se aos arquivos do ano passado.3. A cessão dos diretos autorais foi feita ao site. Como é possível notar, apesar de as palavras em destaque nas frases terem o mesmo som, elas possuem a escrita e o sentido diferentes entre si. Essas palavras são chamadas de homófonas heterográficas. Assim, em 1, a palavra sessão faz referência a um período de tempo em que se realizará determinado evento, no caso, a estreia. Já em 2, a palavra seção refere-se a uma espaço destinado a determinado arquivo. E finalmente em 3, a palavra cessão é usada no sentido de ceder algo, no caso, os direitos autorais. Essas são as diferenças fundamentais entre essas palavras. Agora, vamos analisá-las separadamente: · Sessão – escrita desse modo, possui o significado de reunião, encontro, espaço de tempo. Exemplos: Esta sessão decidirá com quem ficará a guarda das crianças. Os ingressos para a sessão de estreia já estão disponíveis. A sessão com o psicólogo durou uma hora. · Seção – escrita desse modo, significa parte, divisão, departamento. Exemplos: A seção de trocas fica no final do corredor. A seção onde trabalho é muito requisitada. As roupas femininas ficam naquela seção. · Cessão – escrita desse modo, significa ceder, ou seja, ato ou efeito de repartir. Exemplos: O juiz determinou a cessão da herança. Foi determinada a cessão das cadeiras para a ONG. O governo autorizou a cessão de livros para as escolas. Concerto ou conserto? E agora, qual forma empregar, concerto ou conserto? Essa é uma dúvida frequente entre os falantes da língua portuguesa e pode ser explicada por meio da Semântica. Concerto ou conserto? Todo mundo um dia já ficou na dúvida sobre como escrever essa palavra, não é mesmo? Bom, mas essa é uma questão para a semântica da língua portuguesa resolver, por isso, antes mesmo de falarmos sobre essas duas palavras que provocam tanta confusão, vamos falar sobre a homofonia. E aí, será que você sabe do que se trata? A homofonia é uma das grandes vilãs da língua portuguesa. Você sabe o porquê? Os vocábulos conhecidos como homófonos apresentam a mesma pronúncia, a mesma estrutura fonética (embora apresentem grafias diferentes), mas ainda assim têm significados completamente diferentes. Isso só é possível porque, como você já deve saber, a língua portuguesa é uma caixinha de surpresas, e é preciso ficar atento para não escorregar na ortografia das palavras. As palavras concerto e conserto são um exemplo clássico de vocábulos homófonos, da mesma forma, os vocábulos abaixo: Acento Assento Aço Asso Paço Passo Cela Sela Cem Sem Cheque Xeque Cinto Sinto Ouve Houve Coser Cozer Voz Vós Agora que você já está por dentro desse fenômeno linguístico que é a homofonia, deve saber que as duas formas, concerto e conserto, estão corretas, ambas existem na língua portuguesa, mas por se tratarem de vocábulos homófonos, é preciso saber quando e como utilizar cada um deles para evitar deslizes linguísticos na modalidade escrita, já que na modalidade oral a comunicação segue sem qualquer tipo de prejuízo. A palavra concerto, com 'c', pode ser um substantivo ou uma forma verbal de concerto. Como substantivo, significa execução de vários trechos musicais, harmonia. Como verbo, cujo emprego não é usual, significa combinar, ajustar, conciliar, harmonizar e decidir por acordo comum. Observe os exemplos: O concerto da Orquestra Sinfônica de São Paulo será realizado no dia 23 de maio. (substantivo) Eu concerto com meus colegas os detalhes para a reunião. (verbo) Presente do indicativo do verbo concertar: Eu concerto Tuconcertas Ele concerta Nós concertamos Vós concertais Eles concertam Quando for um substantivo, a palavra conserto, grafada com 's', refere-se ao ato de consertar; reparação; compostura; arranjo; remendo. Quando for a forma verbal de consertar, significa arranjar, compor, reparar. Observe os exemplos: O conserto do carro ficou caríssimo! Eu conserto sua bicicleta assim que chegar em casa! Presente do indicativo do verbo consertar: Eu conserto Tu consertas Ele conserta Nós consertamos Vós consertais Eles consertam Agora que você conhece um pouco mais sobre as duas palavras, certamente poderá evitar erros que comprometem a ortografia da língua portuguesa. Nem sempre é tarefa fácil diferenciar os vocábulos homófonos, mas conhecer as regras da língua ajuda bastante e torna menos frequentes nossas dúvidas. Senão ou se não? As expressões “senão” e “se não” diferenciam-se na grafia e no significado, e seus usos podem gerar dúvidas na produção textual escrita. Observe as frases: 1 - Não faz mais nada, senão pensar na viagem. 2 - Se não for possível comparecer à consulta, avise-nos. Como é possível notar pelos enunciados acima, as expressões “senão” e “se não”, apesar de semelhantes quanto à pronúncia, possuem diferenças na grafia e no sentido que imprimem ao processo comunicativo. Na frase número 1, percebe-se que a expressão “senão” carrega o significado de “a não ser”, “exceto” e, em na frase 2, a expressão “se não” trata-se da ocorrência de uma conjunção condicional (se) que carrega o significado de “caso não”, “quando não”. Portanto, podemos afirmar que há diferentes usos para cada uma dessas expressões. Sendo assim, analisaremos esses casos a seguir. · Senão É usado quando possuir os seguintes significados: - do contrário, caso contrário: Estudo muito, senão serei reprovado. - mas sim; mas: Não era diamante nem rubi, senão cristal. - a não ser, exceto, mais do que: Ninguém, senão os convidados, podia entrar no evento. - mas também: O aprendizado não depende somente do professor, senão do esforço do aluno. - falha, defeito, obstáculo (como substantivo): Não encontrei um senão em seu texto. · Se não É usado como conjunção, ou seja, “se” é uma conjunção condicional que indica uma condição e, nesse caso, quando acompanhada do advérbio de negação “não”, possui os seguintes significados: - caso não; quando não: Se não fizer sol, não iremos à praia. Havia duas pessoas interessadas, se não três. Em cima ou encima? Em cima ou encima? Ambas existem! Duas expressões, uma mesma pronúncia e dois significados diferentes. Qual é a expressão correta: em cima ou encima? Se você respondeu que as duas formas estão corretas, você acertou! Em cima e encima existem e, apesar das semelhanças, têm significados diferentes. Observe alguns exemplos: Os livros foram deixados em cima da mesa ou Os livros foram deixados encima da mesa? Nessa situação específica, a intenção enunciativa era a de dizer que o livro fora deixado sobre a mesa, ou seja, a expressão em cima atuou como um advérbio de lugar. Escrita assim, de forma separada, em cima transmite a ideia de que algo está em uma posição mais elevada, ou seja, em um lugar mais alto. Portanto, apenas a primeira frase está correta. Agora, observe outro exemplo: Um laço vermelho encima o cabelo da menina. Ou Um laço vermelho em cima o cabelo da menina? Das duas orações, apenas a primeira está correta. Isso porque encima, escrito de forma junta, é a forma do verbo encimar conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo ou na segunda pessoa do singular do imperativo: Presente do indicativo (verbo encimar) Imperativo afirmativo Eu encimo ---- Tu encimas Encima tu Ele/ela encima Encime ele/ela Nós encimamos Encimemos nós Vós encimais Encimai vós Eles/elas encimam Encimem eles/elas Na frase “Um laço vermelho encima o cabelo da menina”, o verbo encimar está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. Mas você sabe o que é encimar? É o mesmo que colocar ou se situar em cima ou no alto, bem como o ato de coroar. Em cima pode ser uma preposição ou um advérbio de lugar, enquanto encima é uma forma verbal de encimar Sintetizando: A expressão em cima é uma locução adverbial ou preposição e significa “na parte mais elevada”, “na parte superior”, “sobre”, e é antônimo de “embaixo”. Observe: 1.Esse livro estava em cima da escrivaninha ou embaixo? 2. Você pode deixar os papéis em cima da mesa, por gentileza? A palavra encima vem do verbo encimar conjugado ou na terceira pessoa do singular do indicativo ou na segunda pessoa do singular do imperativo. Tem significado de “colocar em cima de”, “coroar”, “algo situado acima de”, “elevar”. Observe: 1. O slogan criado encima toda a campanha. 2. A professora foi encimada coordenadora da escola. Homonímia e Polissemia É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica - HOMÔNIMOS. As homônimas podem ser: Homógrafas heterofônicas (ou homógrafas) - são as palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo gostar) conserto (substantivo) - conserto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo consertar) Homófonas heterográficas (ou homófonas) - são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) cessão (substantivo) - sessão (substantivo) cerrar (verbo) - serrar (verbo) Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos) - são as palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) verão (verbo) - verão ( substantivo) cedo (verbo ) - cedo (advérbio) Curiosidades: cesta = utensílio de vime, etc. sexta = ordinal referente a seis. cheque = papel com ordem de pagamento. xeque = lance no jogo de xadrez, ex-soberano da ex-Pérsia (atual Irã), perigo. cocho = vasilha, recipiente onde se colocam alimentos ou água, para animais. coxo = que manca de uma perna. concerto = harmonia, acordo, espetáculo. conserto = ato de consertar, remendar. coser = costurar. cozer = cozinhar. empoçar = formar poça. empossar = dar posse a. intercessão = ato de interceder. interseção = ponto onde duas linhas se cruzam. ruço = pardacento, cimento; alourado. russo = relativo à Rússia. tacha = pequeno prego, tacho grande. taxa = imposto, juros. tachar = censurar. taxar = regular, determinar a taxa. Polissemia É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. Abasteci meu carro no posto da esquina. Os convites eram de graça. Os fiéis agradecem a graça recebida. As 10 classes de palavras ou classes gramaticais Análise Morfológica A morfologia é o estudo da estrutura e da formação das palavras. A Análise morfológica analisa a classe gramatical dos elementos que formam um enunciado linguístico individualmente, sem que haja ligação entre eles. São classes gramaticais: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. A análise sintática, por sua vez, analisa a função e a ligação de cada elemento que forma um enunciado linguístico. Assim, a análise morfossintática analisa os elementos do mesmo enunciado linguístico sintática e morfologicamente. Para saber mais leia também os artigos: Morfologia e Classes Morfológicas. Substantivo É a palavra que dá nome aos objetos, aos lugares, às ações, aos seres em geral, entre outros e varia em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo). Quanto à formação, o substantivo pode ser: · Primitivo – é o nome que não deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casa, pedra e jornal. · Derivado – é o nome que deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casarão, pedreira e jornaleiro (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente). · Simples – é o nome formado por apenas um radical. Radical é o elemento que é a basedo significado das palavras. Exemplos: casa, flor e gira, cujos radicais são respetivamente: cas, flor e gir. · Composto – é o nome formado por mais do que um radical. Exemplos: couve-flor, girassol e passatempo, cujos radicais são respetivamente: couv e flor, gir e sol e pass e temp. Quanto ao elemento que nomeia, o substantivo pode ser: · Comum – é a palavra que dá nome aos elementos da mesma espécie, de forma genérica. Exemplos: cidade, pessoa e rio. · Próprio – é a palavra que dá nome aos elementos de forma específica, por isso, são sempre grafados com letra maiúscula. Exemplos: Bahia, Ana e Tietê. · Concreto – é a palavra que dá nome aos elementos concretos, de existência real ou imaginária. Exemplos: casa, fada e pessoa. · Coletivo – é a palavra que dá nome ao grupo de elementos da mesma espécie. Exemplos: acervo (conjunto de obras de arte), cardume (conjunto de peixes) e resma (conjunto de papéis). · Abstrato – é a palavra que dá nome a ações, estados, qualidades e sentimentos. Exemplos: trabalho, alegria, altura e amor. Artigo É a palavra que antecede os substantivos e varia em gênero e número, bem como o determina (artigo definido) ou o generaliza (artigo indefinido). · São artigos definidos: o, a (no singular) e os, as (no plural) · São artigos indefinidos: um, uma (no singular) e uns, umas (no plural) Adjetivo É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos e varia em gênero, número e grau. Quanto à formação, o adjetivo pode ser: · Primitivo – é o adjetivo que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: alegre, bom e fiel. · Derivado – é o adjetivo que deriva de substantivos ou verbos. Exemplos: alegria e bondade (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente) e escritor (palavra derivada do verbo escrever). · Simples – é o adjetivo formado por apenas um radical. Exemplos: alta, estudioso e honesto, cujos radicais são respetivamente: alt, estud e honest. · Composto – é o adjetivo formado por mais do que um radical. Exemplos: superinteressante, surdo-mudo e verde-claro, cujos radicais são respetivamente: super e interessant, surd e mud e verd e clar. Há também os Adjetivos Pátrios, que caracterizam os substantivos de acordo com o seu local de origem e as Locuções Adjetivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de adjetivo. Exemplos de Adjetivos Pátrios: brasileiro, carioca e sergipano. Exemplos de Locuções Adjetivas: de anjo (=angelical), de mãe (=maternal) e de face (=facial). Numeral É a palavra que indica a posição ou o número de elementos. Os numerais classificam-se em: · Cardinais – é a forma básica dos números, utilizada na sua contagem. Exemplos: um, dois e vinte. · Ordinais – é a forma dos números que indica a posição de um elemento numa série. Exemplos: segundo, quarto e trigésimo. · Fracionários – é a forma dos números que indica a divisão das proporções. Exemplos: meio, metade e um terço. · Coletivos – é a forma dos números que indica um conjunto de elementos. Exemplos: uma dúzia (conjunto de doze), semestre (conjunto de seis) e centena (conjunto de cem). · Multiplicativos – é a forma dos números que indica multiplicação. Exemplos: dobro, duplo e sêxtuplo. Pronome É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das pessoas do discurso e varia em gênero, número e pessoa. Os pronomes classificam-se em: · Pessoais – Caso reto (quando são o sujeito da oração): eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e Caso oblíquo (quando são complemento da oração): me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, lhe, se, si, consigo, nos, conosco, vos, convosco, os, as lhes, se, si, consigo. · Tratamento – Alguns exemplos: Você, Senhor e Vossa Excelência. · Possessivos – meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e respetivas flexões. · Demonstrativos – este, esse, aquele e respetivas flexões, isto, isso, aquilo. · Relativos – o qual, a qual, cujo, cuja, quanto e respetivas flexões, quem, que, onde. · Indefinidos – algum, alguma, nenhum, nenhuma, muito, muita, pouco, pouca, todo, toda, outro, outra, certo, certa, vário, vária, tanto, tanta, quanto, quanta, qualquer, qual, um, uma e respetivas flexões e quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada. · Interrogativos – qual, quais, quanto, quanta, quantas, quem, que. Verbo É a palavra que exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da natureza e varia em pessoa (primeira, segunda e terceira), número (singular e plural), tempo (presente, passado e futuro), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e voz (ativa, passiva e reflexiva). Exemplos: · O time adversário marcou gol. (ação) · Estou tão feliz hoje! (estado) · De repente ficou triste (mudança de estado) · Trovejava sem parar. (fenômeno da natureza) Advérbio É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros. Os advérbios classificam-se em: · Modo – Exemplos: assim, devagar e grande parte das palavras terminadas em “-mente”. · Intensidade – Exemplos: demais, menos e tão. · Lugar – Exemplos: adiante, lá e fora. · Tempo – Exemplos: ainda, já e sempre. · Negação – Exemplos: não, jamais e tampouco. · Afirmação – Exemplos: certamente, certo e sim. · Dúvida – acaso, quiçá e talvez. Preposição É a palavra que liga dois elementos da oração. As preposições classificam-se em: · Essenciais – têm somente função de preposição. Exemplos: a, desde e para. · Acidentais – não têm propriamente a função de preposição, mas podem funcionar como tal. Exemplos: como, durante e exceto. Há também as Locuções Prepositivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de preposição. Exemplos: apesar de, em vez de e junto de. Conjunção É a palavra que liga duas orações. As conjunções classificam-se em: · Coordenativas: Aditivas (e, nem), Adversativas (contudo, mas), Alternativas (ou…ou, seja…seja), Conclusivas (logo, portanto) e Explicativas (assim, porquanto). · Subordinativas: Integrantes (que, se), Causais (porque, como), Comparativas (que, como), Concessivas (embora, posto que), Condicionais (caso, salvo se), Conformativas (como, segundo), Consecutivas (que, de maneira que), Temporais (antes que, logo que), Finais (a fim de que, para que) e Proporcionais (ao passo que, quanto mais). Há também as Locuções Conjuntivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de conjunção. Exemplos: contanto que, logo que e visto que. Interjeição É a palavra que exprime emoções e sentimentos. As interjeições podem ser classificadas em: · Advertência – Calma!, Devagar!, Sentido! · Saudação – Alô!, Oi!, Tchau! · Ajuda – Ei!, Ô!, Socorro! · Afugentamento – Fora!, Sai! Xô! · Alegria – Eba!, Uhu! Viva! · Tristeza – Oh!, Que pena!, Ui! · Medo – Credo!, Cruzes!, Jesus! · Alívio – Arre!, Uf!, Ufa! · Animação – Coragem!, Força!, Vamos! · Aprovação – Bis!, Bravo!, Isso! · Desaprovação – Chega!, Francamente! Livra!, · Concordância –Certo!, Claro!, Ótimo! · Desejo – Oxalá!, Quisera!, Tomara! · Desculpa – Desculpa!, Opa!, Perdão! · Dúvida – Hã?, Hum?, Ué! · Espanto – Caramba!, Oh!, Xi!, · Contrariedade – Credo!, Droga!, Porcaria! Há também as Locuções Interjetivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de conjunção. Exemplos: Cai fora!, Muito obrigada!, Volta aqui! Exercícios Vamos pôr em prática o conteúdo estudado acima e analisar morfologicamente os enunciados abaixo: 1) Falam muito mal dela, agora fingem-se seus amigos fiéis. Falam – 3.ª pessoa do plural do verbo falar, conjugado no presente do indicativo, voz ativa muito - Advérbio de intensidade mal - Advérbio de modo dela – Forma contraída de (preposição) + ela (pronome pessoal do caso reto) agora – Advérbio de tempo fingem-se - 3.ª pessoa do plural do verbo fingir, conjugado no presente do indicativo, voz reflexiva seus – Pronome possessivo amigos – substantivo comum fiéis – Adjetivo 2) Viajamos para o Nordeste nas últimas férias. Viajamos – 3.ª pessoa do plural do verbo viajar, conjugado no pretérito perfeito do indicativo, voz ativa para – Preposição essencial o – Artigo definido Nordeste – Substantivo próprio nas – Forma contraída em (preposição)+ as (artigo definido) últimas – Adjetivo férias – Substantivo abstrato Agora que você já sabe sobre Análise Morfológica, aprenda também: Análise Sintática e Análise Morfossintática. Morfossintaxe A Morfossintaxe é a análise feita às orações em termos morfológicos e em termos sintáticos. Recorde-se que: · A análise morfológica analisa as palavras de uma oração individualmente, ou seja, independentemente da sua ligação com as outras palavras. · A análise sintática, por sua vez, analisa conjuntamente a relação das palavras de uma oração, ou seja, a função que as palavras desempenham na sua formação. Análise Morfológica Analisa, individualmente, as classes de palavras, que são: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Exemplo: Utilizamos a água sem desperdício. · Utilizamos - 1.ª pessoa do plural do verbo utilizar, conjugado no presente do indicativo, voz ativa · a - artigo definido · água - substantivo comum · sem - preposição essencial · desperdício - substantivo abstrato Análise Sintática Estuda a função e a ligação dos termos da oração. Esses termos são: sujeito, predicado, complemento verbal, complemento nominal, agente da passiva, adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto. Exemplo: Utilizamos água sem desperdício. · (Nós) - sujeito oculto · Utilizamos - verbo transitivo direto e indireto · a água - objeto direto. Água é o núcleo do objeto · sem desperdício - adjunto adverbial Veja também: Análise Sintática Análise Morfossintática Bons estudos. 20