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2 QUERIDOS ALUNOS, ESTA APOSTILA FOI ELABORADA COM MUITO CARINHO, PENSANDO QUE, AO SER DIVIDIDO COM VOCÊ ESTE CONTEÚDO, POSSO, DE ALGUMA FORMA, ESTAR CONTRIBUINDO COM O SEU SUCESSO E COM O INÍCIO DE UMA NOVA HISTÓRIA PARA A SUA VIDA! EU TE DESEJO BONS ESTUDOS E UMA VIDA REPLETA DE ALEGRIAS E BÊNÇÃOS! PROFESSORA ALINE PASSOS 3 CONTEÚDOS DO EDITAL – VUNESP – PINDAMONHANGABA 2022 • Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). • Sinônimos e antônimos. • Sentido próprio e figurado das palavras. • Pontuação. • Substantivo • Adjetivo • Numeral • Artigo • Pronome • Verbo • Advérbio • Preposição • Conjunção (emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem.) • Concordância verbal e nominal. • Regência verbal e nominal. • Colocação pronominal. • Crase 4 CLASSES DE PALAVRAS As classes de palavras, também chamadas de classes gramaticais, são divididas em 10 partes. basicamente são: • Artigo • Pronome • Advérbio • Interjeição • Verbo • Conjunção • Preposição • Adjetivo • Substantivo • Numeral CLASSES VARIÁVEIS CLASSES INVARIÁVEIS SUBSTANTIVO PREPOSIÇÃO ADJETIVO INTERJEIÇÃO NUMERAL CONJUNÇÃO PRONOME ADVÉRBIO ARTIGO VERBO O ARTIGO O artigo é a classe de palavra que acompanha o substantivo, definindo-o ou indefinindo-o. E ele se classifica justamente dessa forma: DEFINIDO E INDEFINIDO O PRONOME Essa já é uma classe gramatical um pouco mais complexa do que a anterior. Os pronomes têm como função substituir ou acompanhar um "nome". Entenda que aqui, o termo nome não quer dizer apenas o substantivo, mas as classes nominais. O pronome 5 substitui adjetivos, substantivos e até orações inteiras. Essa classe é muito importante para a fluidez da leitura de um texto, na correta interpretação entre os interlocutores e etc. Os pronomes se dividem em: • Pessoais • Possessivos • Indefinidos • Demonstrativos • Relativos • Interrogativos (que são os indefinidos/relativos nas perguntas) Já vimos que o pronome acompanha uma classe nominal. E ele é classificado em PRONOME ADJETIVO quando acompanha um nome ou PRONOME SUBSTANTIVO quando o substitui. PRONOME PESSOAL O pronome pessoal se divide em três categorias: • Do caso reto • Do caso oblíquo • De tratamento Os pronomes pessoais são aqueles que apontam uma das três pessoas do discurso (1ª, 2ª ou 3ª), podendo ser classificado como reto, oblíquo ou de tratamento. Pronomes pessoais são aqueles que designam uma das três pessoas do discurso. PRONOME PESSOAL DO CASO RETO Os pronomes pessoais do caso reto são aqueles que indicam qual a pessoa do discurso aquela oração se refere. Esses pronomes são utilizados como sujeito das orações. As pessoas do discurso são: • 1ª pessoa do singular = EU • 2ª pessoa do singular = TU • 3ª pessoa do singular = ELE/ELA • 1ª pessoa do plural = NÓS • 2ª pessoa do plural = VÓS • 3ª pessoa do plural = ELES/ELAS PRONOME PESSOAL DO CASO OBLÍQUO O pronome pessoal do caso oblíquo tem função de complemento nas orações. Ele se divide em outras duas partes: ÁTONOS E TÔNICOS. Temos então duas possíveis formas de visualizá-los: • 1ª pessoa do singular – me, mim, comigo • 2ª pessoa do singular – te, ti, contigo • 3ª pessoa do singular – o, a, lhe, se, si, consigo • 1ª pessoa do plural – nos, conosco • 2ª pessoa do plural – vos, convosco • 3ª pessoa do plural – os, as, lhes, se, si, consigo ÁTONOS: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes, se. TÔNICOS: mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco, si, consigo. 6 EXEMPLOS DE PRONOMES OBLÍQUOS Eu a vi ontem. Ela estava linda! Você quer ir ao shopping comigo? Amo-te demais! Ele me disse que você vai conosco. PRONOME PESSOAL DE TRATAMENTO O pronome pessoal de tratamento é utilizado em situações de formalidade (exceto o você, que utilizamos em situação de informalidade). Nas situações formais de discurso, o pronome de tratamento tem um papel primordial que é identificar os falantes conforme a sua classe e/ou autoridade diante de uma situação. Embora os pronomes de tratamento se refiram à 2ª pessoa, eles concordam com a 3ª pessoa. Ex.: Vossa Majestade aceita (conjugação em 3ª p.s.) uma bebida? COLOCAÇÃO PRONOMINAL A colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo. A colocação pronominal faz referência à posição dos pronomes pessoais oblíquos átonos em relação ao verbo. Os pronomes pessoais oblíquos átonos são: me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos. Eles podem ser colocados da seguinte maneira: ANTES DO VERBO – PRÓCLISE NO MEIO DO VERBO – MESÓCLISE DEPOIS DO VERBO – ÊNCLISE Mas, para esses pronomes se colocarem, existem algumas regras que você precisa saber: CASOS PROIBIDOS: PRÓCLISE EM INÍCIO DE FRASE – ME disseram que você não foi. PRÓCLISE APÓS “ ; ” – _________; SE lembrou de tudo. ÊNCLISE APÓS PARTICÍPIO – Tinha dedicado-SE ao projeto. ÊNCLISE APÓS FUTURO DO INDICATIVO – Darei-TE outra chance. CASOS FACULTATIVOS: INFINITIVO – FACULTATIVO SEMPRE. 7 Ex.: Teve vontade de me ajudar. Teve vontade de ajudar-me. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS – FACULTATIVO EM PRÓCLISE E ÊNCLISE. Ex.: Chegou tarde, porém a encontrou. Chegou tarde, porém encontrou-a. PALAVRAS QUE ATRAEM O PRONOME EXEMPLOS: PALAVRA OU EXPRESSÃO DE VALOR NEGATIVO não, nunca, ninguém, jamais: Não te quero mais. CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS embora, se, conforme: Caso se dedicasse ao filho, ... ADVÉRBIOS (sem pausa, sem vírgula) (se tiver vírgula, torna- se uma ênclise): Aqui se come muito bem. EM + GERÚNDIO (- NDO) (Sem preposição): Em se tratando de mais uma menina, ... PRONOMES RELATIVOS que, o qual, onde, cujo: Esta é a faculdade onde me formei. PRONOMES INDEFINIDOS alguém, poucos, poucos, tudo: Alguém me fará mudar de ideia? PRONOMES DEMONSTRATIVOS esse, este, aquele, isso: Isso me deixou preocupada. FRASES OPTATIVAS exprime desejo: Que Deus o abençoe! FRASES EXCLAMATIVAS Como nos enganaram! FRASES INTERROGATIVAS Quem me chamou? MESÓCLISE É a colocação do pronome no meio do verbo. Ela somente é possível de uma forma: com verbos no futuro do presente (esforçar-me-ei) ou no futuro do pretérito (esforçar-me- ia). 8 ÊNCLISE QUANDO UTILIZAR INÍCIO DE FRASE IMPERATIVO GERÚNDIO (SEM PREPOSIÇÃO) ADVÉRBIOS (COM VÍRGULA) QUANDO NÃO UTILIZAR (CASOS PROIBIDOS) APÓS PARTICÍPIO APÓS FUTUROS DO INDICATIVO QUANDO A PRÓCLISE É OBRIGATÓRIA PRONOME POSSESSIVO Os pronomes possessivos servem para dar a ideia de posse do que se fala. Ele é muito utilizado no nosso cotidiano. • 1ª P.S meu, minha, meus, minhas • 2ª P.S. teu, tua, teus, tuas • 3ª P.S. seu, sua, seus, suas, dele e dela • 1ª P.P nosso, nossa, nossos, nossas • 2ª P.P. vosso, vossa, vossos, vossas • 3ª P.P. seu, sua, seus, suas, deles e delas. Exemplos de pronomes possessivos: Vocês viram a minha bola? O Renato foi pra casa dele. Raquel e Jonas trocaram seus telefones. Sua casa é aquela cor de rosa? Observe que, no caso do segundo exemplo, a frase poderia ser "Renato foi para sua casa", uma vez que o "sua" e o "dele" correspondem à mesma pessoa do discurso. Porém, no 9 Brasil é mais comum ver a forma do exemplo acima, pois como utilizamos o pronome de tratamento você, que também é conjugado em terceira pessoa, para falar com o nosso interlocutor, isso gera uma ambiguidade, ou seja, a possibilidade de mais de uma interpretação. Se eu te digo: "O Renato foi pra sua casa." Você pode ficar na dúvida se eu estou realmente falando da casa de Renato ou da sua, meu leitor. Por isso, usa-se, geralmente,a forma "dele" que é a preposição DE + pronome ELE. PRONOME INDEFINIDO Esses pronomes referem-se a seres de modo vago ou indeterminado, concordando sempre com a 3ª pessoa do discurso. São divididos em VARIÁVEIS e INVARIÁVEIS sendo: VARIÁVEIS: muito, pouco, bastante, qualquer, certo, todo, algum, nenhum. INVARIÁVEIS: cada, tudo, nada, alguém, ninguém, algo, mais, menos. Sabe porque o "menos" está destacado ali em cima? Pra você se lembrar que MENAS NÃO EXISTE! Ele é um pronome indefinido INVARIÁVEL! ALGUNS CASOS ESPECÍFICOS DE PRONOMES INDEFINIDOS Quando ele aparece antes do substantivo, quantificando-o, é um pronome indefinido. Ex.: Bastantes garotas gostam de você. Quando ele aparece depois do substantivo, no sentido de "o suficiente", é um adjetivo. Ex.: Você já tem motivos bastantes para ir embora daqui. Agora, quando ele modifica o verbo e pode ser substituído por "demais", trata-se de um advérbio. Ex.: Você já comeu bastante. BASTANTE(S): Essa palavra pode se comportar como um pronome indefinido, advérbio ou ainda como um adjetivo. ATENÇÃO: No caso do advérbio, esta palavra se torna invariável, portanto, não flexiona em número, como nas demais formas. MUITO, POUCO, TANTO, MAIS E MENOS Já essas palavras podem se classificar como pronome indefinido, quando se posicionam antes do substantivo. Ex.: Eu fiquei nervosa em muitos momentos. Ou ainda como advérbio, quando sua função é modificar algum verbo, adjetivo ou advérbio. Ex.: Ele fala muito. Lembrando novamente que, em casos de as palavras exercerem a função de advérbio, elas se tornam INVARIÁVEIS. TODO Caso o todo seja acompanhado do artigo = inteiro. Ex.: Eu fiquei todo o verão solteira. Caso o todo venha sem o artigo = qualquer. Ex.: Todo dia ele me liga. O caso do todo está relacionado com o artigo definido que o acompanha ou não. Tá vendo a importância do artigo? ALGUM O "algum" muda de sentido dependendo da forma como ele é colocado, quer ver? Algum milagre acontecerá! Milagre algum acontecerá! 10 Viu a diferença? Quando o algum aparece antes do substantivo, ele dá ideia de valor positivo, enquanto que, ao aparecer depois do substantivo, dá ideia de valor negativo. Atenção, pois, nesta segunda forma, "algum" é invariável! PROPOSIÇÃO QUANTIFICADA Hoje você vai aprender de uma vez por todas como negar proposições quantificadas, ou seja, proposições que utilizam expressões como todo, algum e nenhum. Negar uma proposição significa trocar o seu valor lógico. Em outras palavras, a negação de uma proposição verdadeira é uma proposição falsa; a negação de uma proposição falsa é uma proposição verdadeira. E o que são quantificadores? Quantificadores são palavras ou expressões que indicam que houve quantificação. São exemplos de quantificadores as expressões: existe, algum, todo, cada, pelo menos um, nenhum. Note que os dicionários, de modo geral, não registram “quantificador”. Esse termo, no entanto, é de uso comum na Lógica. Se o quantificador utilizado for universal, a negação utilizará um quantificador particular. Se o quantificador utilizado for particular, a negação utilizará um quantificador universal. Se o verbo for afirmativo, a negação utilizará um verbo negativo. Se o verbo for negativo, a negação utilizará um verbo afirmativo. PRONOME DEMONSTRATIVO Esses pronomes nos apontam seres indicando "tempo", "espaço" ou mesmo as "pessoas do discurso". Estes pronomes também se dividem em variáveis e invariáveis. Veja só: VARIÁVEIS INVARIÁVEIS este, esta ISTO esse, essa ISSO aquele, aquela AQUILO SÃO DEMONSTRATIVOS TAMBÉM: O(S), A(S) = AQUELE, AQUELA, AQUILO Ex.: Não ouvi o que você disse. (aquilo que você disse) 11 POSIÇÃO NO ESPAÇO PERTO EMISSOR ESTE(S) ESTA(S) ISTO PERTO RECEPTOR ESSE(S) ESSA(S) ISSO LONGE AQUELE(S) AQUELA(S) AQUILO POSIÇÃO NO TEMPO PRESENTE ESTE(S) ESTA(S) ISTO FUTURO PASSADO (PRÓXIMO) ESSE(S) ESSA(S) ISSO PASSADO (DISTANTE) AQUELE(S) AQUELA(S) AQUILO PRONOMES RELATIVOS Pronome relativo é uma classe de pronomes que substituem um termo da oração anterior e estabelecem relação entre duas orações. Eles também são divididos em variáveis e invariáveis, sendo: VARIÁVEIS INVARIÁVEIS O QUAL QUE A QUAL QUEM OS QUAIS ONDE AS QUAIS CUJO(S) CUJA(S) QUANTO(S) QUANTA(S). CUJO E SUAS VARIAÇÕES Essas palavras indicam posse e são colocadas da seguinte maneira: 12 QUE - Retoma pessoas e coisas. Ex.: Trouxe o documento que você pediu. (que = documento.) QUEM - Retoma apenas pessoas. Ex.: A mulher a quem me refiro é esta. QUANTO - Quando estiver após um pronome. Ex.: Captou tudo quanto viu. O QUAL - Pode substituir outros pronomes relativos (exceto o cujo). É um dos mais utilizados. pode sofrer contração e combinação e variar (ao qual, do qual, pelo qual, etc.). Ex.: É uma escola da qual ninguém gosta. PRONOME INTERROGATIVO Pronomes interrogativos são aqueles que utilizamos nas construções de perguntas diretas ou indiretas, sejam eles indefinidos ou relativos: que, quem, qual, quanto, etc. Ex.: Quantos anos você tem? Qual é a sua altura? Quem é aquele garoto? O que sua mãe disse? Qual dessas frutas é mais doce? Não sei quem é você. SÃO ELES: VARIÁVEIS INVARIÁVEIS QUAL (IS) QUE QUANTO(S) QUEM QUANTA(S) O ADVÉRBIO O advérbio é uma classe invariável cuja função é modificar o verbo, um adjetivo, outro advérbio ou ainda, ocasionalmente, uma oração. Ele exprime circunstâncias como tempo, modo, lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, afirmação, negação, dúvida, aprovação etc. Embora ele seja considerado uma classe invariável, pois não sofre alteração em gênero e número, o advérbio flexiona em GRAU (superlativo e comparativo, assim como o adjetivo). 13 Os advérbios se dividem em: • lugar (ali, aqui, atrás...) • tempo (agora, cedo, depois...) • intensidade (bastante, bem...) • modo (assim, depressa...) • negação (não, nem...) • entre outros LOCUÇÕES ADVERBIAIS Lembra quando eu falei sobre as locuções? Pois bem, o advérbio também possui essas belezinhas. São as locuções adverbiais. Elas ocorrem quando existe mais de uma palavra fazendo a função do advérbio. Repare: PREPOSIÇÃO + SUBSTANTIVO = DE NOVO PREPOSIÇÃO + ADJETIVO = EM BREVE PREPOSIÇÃO + ADVÉRBIO = POR ALI GRAU COMPARATIVO DO ADVÉRBIO GRAU SUPERLATIVO DO ADVÉRBIO ATENÇÃO: No caso de mais de um advérbio presente juntos, numa mesma construção, nós utilizamos o primeiro sem o sufixo MENTE. 14 Exemplo: Ela se deitou calma e vagarosamente. (calmamente e vagarosamente). PREPOSIÇÃO A preposição é a palavra que conecta os termos, ou seja, as palavras, de um enunciado estabelecendo relações de sentido e gramaticais entre elas. Ela não possui carga semântica isoladamente, mas é dela que depende o sentido de diversos termos compostos. As preposições são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PER..., PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE, TRÁS. Existem ainda as PREPOSIÇÕES ACIDENTAIS, que são palavras de outras classes que, eventualmente, podem exercer a função da preposição. Ex.: Como, durante, salvo, que... E adivinha o que vem agora? sim, elas: as LOCUÇÕES PREPOSITIVAS! As locuções prepositivas são termos compostos que têm a função de preposição. Neste caso, elas terminam com uma preposição essencial. Ex.: devido a, apesar de, acerca de, etc. ALGUMAS RELAÇÕES DE SENTIDO: LUGAR: em, a, sobre, dentro, de, em cima de... TEMPO: em, a, após, antes de, depois de... MOVIMENTO/DURAÇÃO: até, para, a, de... POSSE: de, com... COMPANHIA: com... MODO: de, a, com... FINALIDADE: para, por... EXEMPLOS: 1 - Creme para pentear 2 - Cada de madeira 3 - Feito com amor No caso 1 podemos ver que a relação de sentido que a preposição estabelece entre um termo e outro é o de FINALIDADE, ouseja, pra que serve o creme? Qual é a sua finalidade? O creme serve PARA PENTEAR! No caso 2, a preposição estabelece uma relação de "material de que algo é feito", uma vez que sinaliza que a cada é feita DE madeira. Já no caso 3, a preposição estabelece entre os termos uma relação de modo/maneira, ou seja, algo foi feito COM amor. De maneira amorosa. NUMERAL Numeral é a classe de palavra variável (flexionadas em número e gênero) encarregada de determinar a quantidade de pessoas, objetos, coisas ou o lugar ocupado numa dada sequência. Em outros termos, o numeral é a palavra que indica, em termos numéricos, um número exato ou a posição que tal coisa ocupa numa série. Esta classe se divide em 5 subclasses, sendo elas: • CARDINAL • ORDINAL • MULTIPLICATIVO • FRACIONÁRIO • COLETIVO NUMERAL CARDINAL – É o numeral que nomeia os algarismos. Ex.: um, dois, três, quatro, cinco, etc... 15 NUMERAL ORDINAL – É o numeral que indica ordenação, ordem. Ex.: primeiro, segundo, terceiro, quinquagésimo terceiro, septuagésimo sétimo, etc... NUMERAL MULTIPLICATIVO – É o numeral que indica a multiplicação. Ex.: dobro, triplo, quádruplo, etc... NUMERAL FRACIONÁRIO – É o numeral que indica a fração/divisão. Ex.: metade, um terço, dois quintos, etc... NUMERAL COLETIVO – É o numeral que indica coletivo, ou seja, um grupo de valores. Ex.: dúzia, dezena, centena, etc... CONJUNÇÃO Essa classe de palavras serve pra conectar orações estabelecendo (ou não) relação de sentido. Elas se dividem em duas subclasses. São elas: CONJUNÇÕES COORDENATIVAS E CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS. AS CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ainda se dividem em outras 5 classes: CONCLUSIVAS – portanto, então, logo, desse modo, portanto, com isso, assim. EXPLICATIVAS – já que, porque, visto que. ADITIVAS – não só, e, nem, também, bem como. ADVERSATIVAS – todavia, mas, entretanto, no entanto, contudo, porém. ALTERNATIVAS – ou, ou...ou, ora...ora. EXEMPLOS EM FRASES: 1 - Gosto de silêncio, portanto ficarei quieto. 2 - Vou para casa, já que você está cansada. 3 - Ela não só canta muito bem, como também dança como uma bailarina. 4 - Ou você se casa, ou compra uma bicicleta. Utilizamos as conjunções coordenativas quando as orações possuem independência entre si, ou seja, ambas têm sentido quando estão sozinhas. Essas orações são chamadas de coordenadas. No caso 1, por exemplo, podemos observar o sentido das duas orações com muita tranquilidade, caso elas estivessem sozinhas. Gosto de silêncio. Ficarei quieto. A conjunção vem para unir essas duas orações e estabelecer uma relação de sentido, que neste caso é a de conclusão. AS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS se subdividem em outras 9 classes: CAUSAIS – como, se, porque, porquanto, haja vista, já que, na medida em que, pois que. CONCESSIVAS – embora, conquanto, em que pese, apesar de que, ainda que, mesmo que, se bem que. CONSECUTIVAS – tão, tal, tanto, tamanho, de modo que, de forma que, de sorte que, de maneira que. CONFORMATIVAS – como, conforme, de acorde, consoante, segundo, de acordo com. COMPARATIVAS – como, mais do que, menos do que, tal qual, tanto quanto, igual a. CONDICIONAIS – se, caso, contanto que, desde que, somente se, a menos que, apenas que. FINAIS – para que, a fim de que. TEMPORAIS – quando, enquanto, mal, desde que, logo que, no momento que, assim que. 16 PROPORCIONAIS – à medida que, à proporção que, quanto mais...mais, quanto menos...menos. EXEMPLOS EM FRASES: 1 - Porque está chovendo, não poderei ir à festa. 2 - Embora eu não goste muito dela, abrirei uma exceção. 3 - Choveu tanto que alagou o bairro todo. 4 - Vou te pegar às dez, como combinamos. 5 - Você é irritante tal qual seu pai. 6 - Iremos a pé, contanto que não chova. 7 - Comprei esse pendrive para que eu possa guardar meus arquivos. Utilizamos as conjunções subordinativas quando as orações são interdependentes entre si, ou seja, elas estabelecem uma relação de dependência e, geralmente, ao menos uma delas não possui sentido completo quando desvinculadas. Chamamos essas orações de subordinadas. No caso 3, por exemplo, temos um exemplo de aplicação de conjunção consecutiva, pois, semanticamente falando, o alagamento foi a consequência das chuvas no bairro. POIS A palavra “POIS” tem uma especificidade, que varia de acordo com a sua posição em relação ao verbo. Observe: CONJUNÇÕES INTEGRANTES As conjunções integrantes são aquelas que não carregam valor semântico, ou seja, não estabelecem uma relação de sentido entre uma oração e a outra. Elas são neutras. Servem apenas para ligar as orações. Elas são as conjunções QUE e SE. Introduzem orações subordinadas substantivas e podem ser substituídas por ISSO. EXEMPLO: Espero que você chegue rápido. Espero isso. ADJETIVO O adjetivo é uma classe de palavras variável, pode flexionar-se em relação ao gênero (biforme ou uniforme), ao número (singular e plural) e ao grau (comparativo e superlativo). Sua principal função é acompanhar o substantivo, dando-lhe características ou apresentando algo que o particularize. Os adjetivos são divididos em: PRIMITIVO OU DERIVADO 17 SIMPLES OU COMPOSTO PÁTRIO (TAMBÉM CHAMADO DE GENTÍLICO) ADJETIVOS DERIVADOS: são formados a partir do radical dos adjetivos primitivos mais o acréscimo de prefixo e/ou sufixo. Ou seja, eles não possuem seu próprio radical, pois dependem de outras palavras para existirem. Ex.: Infiel (fiel), Falsificado (falso), tristonho (triste). ADJETIVO PRIMITIVO: é aquele que dá origem a outras palavras e que não deriva de nenhuma outra palavra da língua, quer seja ela um adjetivo, um verbo ou um substantivo. Ex.: Fiel, Falso, Fácil. ADJETIVO SIMPLES: é formado por somente um radical ou palavra. Ex.: bonito, feio, gordo, magro, estranho... ADJETIVOS COMPOSTOS: são aqueles formados por mais de um radical. Ex.: marrom- café, surdo-mudo, socioeconômico. ADJETIVOS PÁTRIOS são aqueles que caracterizam as pessoas ou as coisas de acordo com as suas origens, considerando países, continentes, cidades, regiões, entre outros. Diferentemente do nome de cidades, estados e países, os adjetivos pátrios devem ser grafados com letras minúsculas. COMPARATIVO SUPERIORIDADE = mais + adjetivo + (do) que - Ela é mais bonita do que a irmã. IGUALDADE = igual a, como, tanto quanto, tão quanto - Ele é tão chato quanto seu pai. INFERIORIDADE = menos + adjetivo + (do) que - Português é menos difícil do que Física. 18 SUPERLATIVO ABSOLUTO: ANALÍTICO = muito/pouco + adjetivo - Ela é muito atenciosa. SINTÉTICO = adjetivo + sufixo - Ela é atenciosíssima. SUPERLATIVO RELATIVO: SUPERIORIDADE = o/a mais + adjetivo - Ela é a mais linda da sala. INFERIORIDADE = o/a menos + adjetivo - Ele é o menos distraído da turma. PLURAL DOS ADJETIVOS COMPOSTOS: Adjetivo + adjetivo = 2º FLEXIONA = Olhos verde-claros Surdo-mudo = OS DOIS FLEXIONAM = Meninos surdos-mudos. Cor de + substantivo = INVARIÁVEL = Calças cor-de-rosa. Cor com 2º elemento = substantivo = INVARIÁVEL = Casacos verde-oliva. SUBSTANTIVO A classe dos substantivos é utilizada para nomear seres animados e inanimados, além de sentimentos, ação, qualidade e estado, quando substantivados. Ex.: felicidade, andamento, etc. Essa classe admite determinantes, ou seja, acompanhantes, que sofrem influência direta da sua forma em gênero e número. Essas classes que acompanham o substantivo são: artigo, adjetivo, numeral e pronome. O substantivo pode ser classificado em: COMUM X PRÓPRIO X COLETIVO CONCRETO X ABSTRATO PRIMITIVO X DERIVADO SIMPLES X COMPOSTO Além disso, esta classe flexiona-se em gênero, número e grau. Veremos todas as especificidades do substantivo. COMUM X PRÓPRIO X COLETIVO COMUM – O substantivo nomeia seres inanimados (mesa, vaso, assentamento, computador). PRÓPRIO – O substantivo nomeia nomes de pessoas, seres, lugares, obras de arte, etc. (Roberta, Salvador, Argentina, Sabrina,Bidu...). COLETIVO – O substantivo nomeia um grupo de coisas ou uma classe de pessoas/coisas. (enxame, molho, alcateia, etc). Álbum De autógrafos, retratos, selos Alcatéia De lobos Aludel De vasos Armada De navios de guerra Arquipélagos De ilhas Assembléia De pessoas reunidas Atilho De espigas 19 Atlas De mapas Baixela De utensílios para serviço de mesa Banca De examinadores, de advogados CONCRETO X ABSTRATO CONCRETO - seres de existência própria. Reais ou imaginários. Ex.: homem, cadeira, saci, fantasma, pessoa, lápis, etc. ABSTRATO - depende de outro ser para manifestar-se. Ex.: saudade, rapidez, frio, etc. PRIMITIVO X DERIVADO PRIMITIVO - Não derivam de outras palavras. Ex.: pedra, jornal, leite, etc. DERIVADO - Derivam de outras palavras. Ex.: pedreira, pedraria, jornalista, jornaleiro, leiteira, etc. SIMPLES E COMPOSTO SIMPLES - Possuem um único radical. ex.: flor, água. COMPOSTO - Possuem mais de um radical. Ex.: beija-flor, aguardente. SUBSTANTIVAÇÃO - É o ato de transformar palavras de outras classes em substantivos. Isso geralmente ocorre quando se usa o artigo definido na frente dessas palavras. Ex.: ANDAR (VERBO) / O ANDAR DA MOÇA É BONITO (ANDAR = SUBSTANTIVO). FLEXÕES DE NÚMERO 20 PLURAL DOS COMPOSTOS Norma geral: Nos substantivos compostos vão para o plural apenas as palavras que forem substantivo ou adjetivo, inclusive ambos juntos. Os demais, de forma geral, não variam. Se a palavra for composta por verbo + substantivo, só o substantivo vai para o plural. – O/A caça-fantasma, os/as caça-fantasmas. – O beija-flor, os beija-flores. – Um cachorro vira-lata, uns cães vira-latas. E se o composto verbo + substantivo já for plural, faz-se a flexão apenas com o artigo que o antecede. Exemplos: – O/A caça-dotes, os/as caça-dotes. – O saca-rolhas, os saca-rolhas. Nos casos de substantivo + substantivo, ambos vão para o plural quando se deduz que há autonomia de significado em cada um. Para descobrir se esse é o caso, é só verificar se, na expressão, caberia a conjunção “e” ligando-os. Exemplos: – A couve-flor, as couves-flores (essa verdura é couve, e é flor). – O cirurgião-dentista, os cirurgiões-dentistas (eles são cirurgiões e também são dentistas). E também Cirurgiã-dentista, cirurgiãs-dentistas. Nos casos de substantivo + substantivo em que há relação de subordinação – ou seja, o primeiro elemento é determinante do segundo – , só vai para o plural a primeira palavra. – Bomba-relógio, bombas-relógio. Os casos de substantivo + substantivo ligados por preposição se enquadram na mesma definição anterior, em que o primeiro elemento é determinante do segundo. Portanto, nesses casos, apenas o primeiro elemento flexiona para o plural. – Pé de moleque, pés de moleque. – Água-de-colônia, águas-de-colônia. Substantivos compostos com sufixos: Apenas o substantivo vai para o plural. Acreditamos que você não erraria esses, mas não custa anotar. – Cursinho semi-intensivo, cursinhos semi-intensivos. 21 – Recém-nascido, recém-nascidos; – Recém-formado, recém-formados. – A seu bel-prazer, a seus bel-prazeres. Há mais casos? Sim, mas são as raríssimas exceções. Você se sairá bem usando o bom-senso. VERBO O verbo é a palavra responsável por exprimir ação, estado e fenômenos em relação a determinado tempo. Verbo é a palavra que exprime um fato, localizando-o no tempo. Geralmente exprime ideia de ação, estado ou fenômeno. O verbo sofre alteração de 5 maneiras diferentes. São as suas flexões: NÚMERO, TEMPO, PESSOA, MODO E VOZ. Além das suas FORMAS NOMINAIS OBSERVE O ESQUEMA: 22 TIPOS DE VERBOS Existe ainda a classificação dos verbos em tipos. Atente-se a essa classificação, pois ela costuma cair bastante em concursos. Observe: AUXILIAR – São aqueles que auxiliam na conjugação de outros verbos e por isso recebem esse nome. Eles se unem ao verbo principal na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. Os principais verbos auxiliares no português são o ser, o estar, o ter e o haver. ANÔMALO – São aqueles que, ao serem conjugados, sofrem alteração em seus radicais. Na língua portuguesa, existem dois verbos anômalos: “ir” e “ser”. DEFECTIVO - São aqueles que possuem conjugação incompleta, ou seja, não se conjugam em todos os modos, tempos e pessoas. Os verbos defectivos se dividem em: pessoal, impessoal e unipessoal. REGULAR – São aqueles que ao serem conjugados não sofrem modificações em seu radical. Exemplo: O verbo cantar (radical: cant-) pode ser conjugado em qualquer tempo e pessoa, sem que seu radical se modifique: cantei, cantassem, cantariam. IRREGULAR – São aqueles que, ao serem conjugados, apresentam alteração em seu radical e/ou têm desinência diferente daquela do verbo paradigma, isto é, acabado em -ar (primeira conjugação), -er (segunda conjugação) ou -ir (terceira conjugação). No link a seguir, você pode conferir todos os 311 verbos irregulares da nossa língua e as suas respectivas conjugações. https://www.conjugacao.com.br/verbosirregulares/ ABUNDANTE – São aqueles que apresentam mais de uma forma equivalente em determinadas conjugações. É mais comum que essa abundância ocorra especificamente no particípio, o que chamamos de particípio duplo. PRONOMINAL – São aqueles que, necessariamente, são acompanhados de um pronome oblíquo (adequado à respectiva pessoa gramatical), pelo fato de denotarem ações próprias do sujeito, como é o caso dos verbos: arrepender-se, sentar-se, queixar-se, zangar- se, pentear-se, enganar-se, entre muitos. MODOS E TEMPOS VERBAIS INDICATIVO - exprime certeza • Presente (PI) • Pretérito Imperfeito (PII) 23 • Pretérito Perfeito (PPI) • Pretérito Mais Que Perfeito (PMQPI) • Futuro do Presente (F.pres.) • Futuro do Pretérito (F.pret.) SUBJUNTIVO - exprime dúvida • Presente (PS) • Pretérito Imperfeito (PIS) • Futuro (FS) IMPERATIVO - exprime ordem, comando, conselho • Afirmativo • Negativo 24 Nesse link, você poderá acessar um site onde todos os verbos estão conjugados. Ele é muito legal e nos ajuda a tirar dúvidas. https://www.conjugacao.com.br. https://www.conjugacao.com.br/ 25 VOZES DO VERBO 26 CRASE Crase é o nome que se dá à união da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou com o “a” inicial dos pronomes demonstrativos “aquele(s)”, “aquela(s)” e “aquilo”, ou, ainda, com o “a” inicial dos pronomes relativos “a qual” e “as quais”. Ao acento indicador de crase dá-se o nome de acento grave. No entanto, existem algumas regras para usar a crase e alguns macetes para nunca deixar de fazer o seu uso correto. É o que veremos a seguir. QUANDO USAR A CRASE? - Quando o complemento de um verbo que exija a preposição “a” for um substantivo feminino antecedido de artigo feminino “a”: VAMOS À LOJA PARA COMPRAR OUTROS ENFEITES. Observe: Vamos a + a loja = Vamos à loja. - Quando o complemento de um nome que exija a preposição “a” for um substantivo feminino antecedido de artigo feminino “a”: 27 ELA SE MOSTROU FAVORÁVEL À MEDIDA PROPOSTA PELA VEREADORA. Observe: Ela se mostrou favorável a + a medida = Ela se mostrou favorável à medida. - Quando os pronomes demonstrativos “aquele(s)”, “aquela(s)” e “aquilo” exercem a função de complemento de termo que exija a preposição “a”: SOMOS CONTRÁRIOS ÀQUELES QUE DEFENDEM O RADICALISMO. DEVO OBEDECER ÀQUILO EM QUE ACREDITO. ESTOU REFERINDO-ME ÀQUELAS SEMANAS EM QUE NÃO PUDE VIR TRABALHAR. Portanto: Somos contrários a + aqueles = Somos contrários àqueles. Devo obedecer a + aquilo = Devo obedecer àquilo. Estou referindo-me a + aquelas = Estou referindo-me àquelas. Atenção! O pronome demonstrativo pode estar implícito (oculto). Nesse caso, ocorre a crase: Não me refiro a essa, mas à da direita. Observe: Não me refiro a essa, mas a (aquela) da direita = Não me refiro a essa, mas àquela da direita. -Quando os pronomes relativos “a qual” e “as quais” exercem a função de complemento de termo que exija a preposição “a”: A PEÇA À QUAL ASSISTI NÃO VALEU UM CENTAVO DO QUE PAGUEI. AS TAREFAS ÀS QUAIS NOS DEDICAMOS COTIDIANAMENTE SÃO SEMPRE ESSENCIAIS. Assim: Assisti a + a peça = Assisti à peça. Dedicamo-nos a + as tarefas = Dedicamo-nos às tarefas. No entanto, o pronome “a qual” se refere ao termo anterior “peça”, no primeiro exemplo, e o pronome “as quais” se refere ao termo anterior “tarefas”, no segundo exemplo. Nesse caso, o acento grave é colocado sobre o “a” dos pronomes relativos “a qual” e “as quais”. Portanto: “A peça à qual assisti” e “As tarefas às quais nos dedicamos”. • Em locuções adverbiais femininas com substantivos no singular ou plural, como: à tarde, à vontade, às vezes, às pressas, às quatro horas etc.: VOCÊS ESTÃO EM MINHA CASA, PODEM FICAR À VONTADE. NÃO VALE A PENA DECIDIR ÀS PRESSAS O QUE FAZER NAS FÉRIAS. Exceção à regra é a locução “a distância”, se não estiver determinada: ESTÁVAMOS OBSERVANDO TUDO A DISTÂNCIA. ESTÁVAMOS OBSERVANDO TUDO À DISTÂNCIA DE CINCO METROS. • Nas locuções conjuntivas “à medida que” e “à proporção que”: À MEDIDA QUE AMADURECEMOS, PASSAMOS A DAR VALOR AO SILÊNCIO. • Antes de palavra masculina (inclusive no plural), caso haja uma palavra feminina implícita: NECESSITAMOS, COM URGÊNCIA, IR À ABASTECIMENTOS. Isto é: Necessitamos, com urgência, ir à (central de) abastecimentos. QUANDO NÃO USAR A CRASE? • Antes de verbos: MEU PRIMO COMEÇOU A CUMPRIR PENA SOCIOEDUCATIVA. • Antes de pronome pessoal: NÃO TENHO QUE DAR SATISFAÇÕES A ELA. 28 • Antes de palavras masculinas: ERA UM SENTIMENTO MUITO SEMELHANTE AO AMOR. ERA UM SENTIMENTO MUITO SEMELHANTE A AMOR. Portanto, a próxima frase está incorreta: ERA UM SENTIMENTO MUITO SEMELHANTE À AMOR. Atenção! Pode ocorrer crase diante de palavra masculina quando ela for precedida de palavra feminina implícita na frase: ERA UMA PINTURA À LEONARDO DA VINCI. Entende-se: Era uma pintura à (maneira de) Leonardo da Vinci. • Entre palavras idênticas repetidas, como nas expressões: cara a cara, boca a boca... DEPOIS DO AFOGAMENTO, FOI PRECISO FAZER RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA. • Antes das palavras “casa” (no sentido de “lar”) e “terra” (em sentido oposto a bordo”): VOU A CASA NO PRÓXIMO FIM DE SEMANA. AO CHEGAR A TERRA, O MARINHEIRO FOI ATÉ O LOCAL MARCADO. No entanto, se essas duas palavras (“casa” e “terra”) forem qualificadas, ocorrerá a crase: VOU À CASA DE MINHA IRMÃ NO PRÓXIMO FIM DE SEMANA. AO CHEGAR À TERRA DOS RENEGADOS, O MARINHEIRO FOI ATÉ O LOCAL MARCADO. • Antes de palavra feminina de caráter genérico: NÃO CHEGUEI A CONCLUSÃO ALGUMA. NÃO PEÇO NENHUM FAVOR A PESSOAS DE CARÁTER DUVIDOSO. • Antes de nome de cidade ou vila: CHEGAR A FORTALEZA É COMO VOLTAR PARA CASA. FIZ REFERÊNCIA A JERICOACOARA EM MINHA TESE DE DOUTORADO. • Antes de nomes de pessoas famosas: O ARTIGO ESTAVA RELACIONADO A MARIE CURIE. • Antes dos seguintes pronomes: “ninguém”, “essa”, “toda”, “cada”, “qualquer”, tudo”: ELA DEVIA DAR SATISFAÇÕES A TODA A GENTE, A CADA PESSOA PREJUDICADA. • Antes do artigo indefinido “uma”: NÃO SE DEVE DAR CRÉDITO A UMA PESSOA QUE MENTE. • Antes de numerais: ELES FORAM COMPARADOS A DUAS CRIANÇAS MIMADAS. • Antes de expressões adverbiais de modo com substantivo no plural: A TRANCOS E BARRANCOS, CONSEGUIU CHEGAR ATÉ O FIM DA MARATONA. OS FUNCIONÁRIOS RESOLVERAM TUDO A PAULADAS. • Depois da palavra “candidata”: LUCIANA FOI CANDIDATA A PREFEITA NAS ÚLTIMAS ELEIÇÕES. CASOS FACULTATIVOS DE USO DA CRASE • Antes de pronomes possessivos femininos: NÃO DÃO VALOR À NOSSA OPINIÃO. NÃO DÃO VALOR A NOSSA OPINIÃO. • Antes de nome próprio feminino: FIZEMOS REFERÊNCIA A JOANA. FIZEMOS REFERÊNCIA À JOANA. Isso, de acordo com esses gramáticos, demonstra que o uso do artigo é facultativo; consequentemente, o uso da crase também. 29 Já Luiz Antonio Sacconi defende que só “acentuamos o ‘a’ antes de nomes de pessoas quando se tratar de indivíduo que faça parte do nosso círculo de amizades, indivíduos aos quais damos tratamento íntimo: a Marisa, a Bete, a Rosa etc. REFIRO-ME À MARISA, E NÃO À BETE. No entanto, apesar disso, ele considera esse uso facultativo. • Antes de locuções adverbiais femininas indicativas de instrumento, em regra, não se deve utilizar a crase: NÃO SE PODE RESOLVER OS CONFLITOS A BALA. No entanto, muitos gramáticos entendem que o uso do acento grave, nesses casos, é facultativo: NÃO SE PODE RESOLVER OS CONFLITOS À BALA. • Antes dos seguintes nomes de lugar: Europa, Ásia, África, França, Inglaterra, Espanha, Holanda, Escócia e Flandres. Assim: NÃO PODEMOS MAIS VOLTAR À ESCÓCIA. NÃO PODEMOS MAIS VOLTAR A ESCÓCIA. • Na locução prepositiva “até a”, antes de substantivo feminino: CHEGARAM ATÉ A PRAIA E DESISTIRAM DE NADAR. CHEGARAM ATÉ À PRAIA E DESISTIRAM DE NADAR. DICAS/MACETES PARA O USO CORRETO DA CRASE O principal macete para você descobrir se deve ou não usar a crase é substituir a palavra feminina que vem depois da possível crase por uma palavra masculina equivalente: EU CHEGUEI À ESCOLA DE MARCELO. Façamos então a substituição: EU CHEGUEI AO COLÉGIO DE MARCELO. Note que, ao fazer essa alteração, é possível perceber a presença do artigo definido masculino “o” antes do substantivo “colégio”, o que indica a presença do artigo definido feminino “a” antes do substantivo “escola”. Assim, temos: EU CHEGUEI A + A ESCOLA DE MARCELO = EU CHEGUEI À ESCOLA DE MARCELO. EU CHEGUEI A + O COLÉGIO DE MARCELO = EU CHEGUEI AO COLÉGIO DE MARCELO. Outro macete, semelhante ao primeiro, é substituir o artigo definido feminino “a” pelo artigo indefinido feminino “uma”. Se é possível utilizar esse segundo artigo, é porque a presença de um artigo feminino é necessária na frase: ASSISTI À LUTA DE BOXE NO ÚLTIMO DOMINGO. Façamos a substituição: ASSISTI A UMA LUTA DE BOXE NO ÚLTIMO DOMINGO. Desse modo, temos: ASSISTI A + A LUTA DE BOXE = ASSISTI À LUTA DE BOXE. ASSISTI A + UMA LUTA DE BOXE = ASSISTI A UMA LUTA DE BOXE. Outra maneira de ter certeza da ocorrência ou não da crase, no caso de verbos que indicam movimento, como “ir”, “chegar” etc., é substituir esses verbos por outros que indiquem procedência, como “vir”, “partir” etc., ou mesmo localização, como “estar”, “ficar” etc.: CHEGAMOS A FORTALEZA NA MANHÃ DE SÁBADO. Então substituímos por: PARTIMOS DE FORTALEZA NA MANHÃ DE SÁBADO. E também por: FICAMOS EM FORTALEZA NA MANHÃ DE SÁBADO. 30 Perceba que, nas duas substituições, nota-se apenas a presença de preposição, mas não de artigo. Portanto, em “Chegamos a Fortaleza na manhã de sábado”, não pode ocorrer crase. TIPOLOGIA TEXTUAL As tipologias textuais são os tipos de textos criados em determinados contextos e que vão depender da intenção e necessidade de comunicação das pessoas. A tipologia textual é dividida em cinco tipos de textos: 1. Tipologia narrativa (narração): contar uma história incluindo tempo, espaço e personagens envolvidos. 2. Tipologia descritiva (descrição): descrever uma pessoa, um objeto, um local, um acontecimento. 3. Tipologia dissertativa (dissertação): defender uma ideia e expor uma opinião através de argumentações. 4. Tipologia expositiva (exposição): apresentar um conceito, uma ideia, ou informar sobre algo. 5. Tipologia injuntiva (injunção): ensinar ou instruir sobre algo com o objetivo de levar a uma ação. TIPOLOGIA NARRATIVA (NARRAÇÃO) A narração significa contar uma história, acontecimentos e ações de personagens dentro de um espaço e um tempo determinado. Através de um enredo (história) é relatado por um narrador os acontecimentos e ações de maneira linear ou não linear. Assim, se o enredo seguir uma sequência cronológica, trata-se de um enredo linear. Do contrário, se existir uma mistura entre o passado, o presente e o futuro, estamos diante de um enredo não linear. Para facilitar o entendimento,podemos resumir os elementos da narrativa da seguinte forma: O quê? - Revela a história, o assunto central da trama. Quem? - São as personagens envolvidas na trama e que podem ser principais (protagonistas) e secundárias (coadjuvantes). Quando? - Indica o momento em que a história se passa. Onde? - Representa o local (espaço) onde a narrativa ocorre, que podem ser ambientes físicos ou psicológicos. Por quem? - Aquele que conta a história é o narrador (foco narrativo). Ele pode fazer parte da história (narrador personagem) ou não participar dela (narrador observador ou narrador onisciente). CARACTERÍSTICAS DA TIPOLOGIA NARRATIVA • Revela a sequência de acontecimentos de uma história; • Os fatos e as ações são relatados por um narrador (foco narrativo) que participa ou não da trama; • Presença de personagens principais (protagonistas), que aparecem com maior frequência e são mais importantes na história, e personagens secundários (coadjuvantes); • Marcação de tempo (tempo cronológico) através de datas e momentos históricos, ou o tempo individual de cada personagem (tempo psicológico); • Indicação do local onde se desenvolve a história e que podem ser físicos (reais ou imaginários) ou psicológicos (na mente das personagens). 31 Os principais exemplos de textos narrativos são: • Crônicas · contos · romances · fábulas · novelas. Esses tipos de narração contém todos os elementos da narrativa: um enredo contado por alguém (narrador), um espaço e um tempo definido, além de incluir personagens na trama. TIPOLOGIA DESCRITIVA (DESCRIÇÃO) A descrição representa o ato de descrever algo e que pode ser uma pessoa, um objeto, uma paisagem, um local. Quando utilizamos a tipologia descritiva, buscamos apresentar as principais características de algo, e isso pode ser feito de duas maneiras: descrição objetiva e descrição subjetiva. Na descrição objetiva não há um juízo de valor, uma opinião, ou mesmo impressões subjetivas sobre o que está sendo observado. A imparcialidade (visão neutra) é uma das principais características desse tipo de descrição. Ela busca apontar de maneira muito realista e verossímil os atributos de algo (alto, baixo, claro, escuro, longo, curto). Já na descrição subjetiva, a opinião, as apreciações e as emoções de quem está descrevendo aparece de forma muito nítida, que pode surgir pelo uso de muitos adjetivos. Nesse caso, o objetivo é valorizar a forma do texto com o intuito de influenciar os leitores através de um juízo de valor sobre o que está sendo observado. Veja abaixo exemplos das descrições objetiva e subjetiva: Descrição objetiva: A Basílica de São Marcos, localizada em Veneza, é repleta de mosaicos. (não há uma opinião sobre o que está sendo observado). Descrição subjetiva: A deslumbrante Basílica de São Marcos, localizada em Veneza, é repleta de belíssimos mosaicos. (pelo uso dos adjetivos, nota-se as impressões do autor). CARACTERÍSTICAS DA TIPOLOGIA DESCRITIVA: • Aponta os principais atributos e aspectos de algo; • Realiza um retrato verbal sobre algo; • Valoriza os detalhes, os pormenores e as minúcias; • Utiliza muitos adjetivos para detalhar o objeto descrito; • Usa verbos de ligação (ser, estar, parecer) para demostrar o objeto descrito; · presença de verbos no pretérito imperfeito e no presente do indicativo para descrever cenas; • Recorre às metáforas e comparações que permitem uma melhor imagem mental do que está sendo descrito. Os principais exemplos de textos descritivos são: • Manuais de instruções · retratos falados · diários · notícias · biografias. Todos eles são textos descritivos, em que há um retrato verbal realizado pelo autor (emissor). TIPOLOGIA DISSERTATIVA (DISSERTAÇÃO) A dissertação é, de maneira geral, um tipo textual opinativo e argumentativo. Além disso, pode ser persuasivo, já que tem como intuito defender uma ideia ou um conceito sobre determinado assunto através de argumentações pautadas em dados, estatísticas e exemplos concretos. Os autores que fazem uso dessa tipologia textual, pretendem convencer seus leitores a partir de suas opiniões e juízos de valor fundamentados em pesquisas que realizaram ou em conhecimentos que possuem sobre o tema. Vale ressaltar que a opinião deve ser apresentada na terceira pessoa do plural (nós, eles) e não na primeira pessoa do 32 singular (eu). Embora em sua maioria os textos dissertativos sejam argumentativos, há também outra subcategoria denominada de textos dissertativos-expositivos. Nesse caso, as ideias, conclusões e conceitos apresentados são expostos de maneira neutra e imparcial, sem que o autor se posicione mostrando sua opinião. CARACTERÍSTICAS DA TIPOLOGIA DISSERTATIVA: • Textos escritos na terceira pessoa do plural (nós, eles); • Presença de apreciações, opiniões e juízos de valor do autor do texto; • Foco na formação da opinião do leitor, persuadindo-o; • Uso da norma culta (linguagem formal); • Recorre à coerência e à coesão para criar uma argumentação lógica e bem conectada pelos elementos coesivos; • Utilização de dados, exemplos e estatísticas de outras pesquisas para corroborar suas ideias; • Explicações fundamentadas em outros autores, por exemplo, para a defesa do tema com mais propriedade. Os principais exemplos da textos dissertativos são: • Artigos · monografias · resenhas · ensaios · editoriais. Todos eles são escritos com uma linguagem formal e pretendem apresentar (textos dissertativos-expositivos) ou defender uma ideia sobre determinado assunto, convencendo o leitor (textos dissertativos-argumentativos). TIPOLOGIA EXPOSITIVA (EXPOSIÇÃO) A exposição é um tipo textual que apresenta informações sobre determinado assunto. Diferente dos textos argumentativos, que utiliza opiniões e juízos de valor para defender uma ideia, essa tipologia foca em reunir informações e apresentar de maneira coerente e imparcial, sem opiniões que convençam o leitor. Esse tipo textual pode ser produzido de duas maneiras: textualmente (através de um texto) ou oralmente (através da fala). Para entender melhor, vamos pensar no seminário da escola em que as duas modalidades da tipologia expositiva são utilizadas (escrita e oral). A apresentação projetada no PowerPoint é um texto expositivo escrito, e a explicação do tema pelos alunos é feita através da fala das pessoas, configurando um texto expositivo oral. CARACTERÍSTICAS DA TIPOLOGIA EXPOSITIVA • Textos escritos ou orais sem opiniões do autor; • Uso de uma linguagem clara e direta; • Produções textuais informativas e objetivas, sem juízo de valor; • Uso de informações, dados e referências para expor o tema; • Recorre à conceituação e definição para explicar os temas; • Utiliza comparações e enumerações para facilitar o entendimento. Os principais exemplos de textos expositivos são: • Palestras · entrevistas · seminários · verbetes de dicionários · verbetes enciclopédicos. Todos eles apresentam informações objetivas, ou seja, isentas de subjetividades e duplas interpretações. 33 TIPOLOGIA INJUNTIVA (INJUNÇÃO) A injunção é um tipo textual que pretende instruir ou ensinar alguém a fazer algo, por isso, apresenta uma sucessão de informações que podem estar organizadas em pequenos parágrafos ou numerada em passos. A ideia central é levar a uma ação por parte do receptor (ou leitor) que recebe a mensagem. Esses textos precisam ser claros e objetivos para não gerar dúvidas ou duplas interpretações em quem está lendo. Pense, por exemplo, no manual de instruções de um móvel. O objetivo é indicar um passo a passo de tudo o que deve ser feito, como deve ser feito e quais ferramentas serão necessárias para realizar essa tarefa. CARACTERÍSTICAS DA TIPOLOGIA INJUNTIVA: • Visam instruir ou ensinar algo à alguém; • Foco na explicação e no método para a realização de algo; • Textos objetivos, sem espaço para outras interpretações; • Uso da linguagem simples e objetiva,e, por vezes, técnica; • Presença da linguagem formal, baseada na norma culta; • Utilização de verbos no imperativo, que denotam ordem. Os principais exemplos de textos injuntivos são: • Propagandas · manuais de instruções · bulas de remédios · receitas culinárias · regulamentos A grande semelhança entre eles é que todos oferecem instruções, dando informações e indicações sobre algum procedimento. DIFERENÇA ENTRE TIPOLOGIA TEXTUAL E GÊNEROS TEXTUAIS As tipologias textuais são textos orais ou escritos que possuem uma estrutura fixa e objetivos bem definidos: relatar um acontecimento, descrever uma pessoa, defender ou apresentar uma ideia, ensinar a fazer algo. Elas são classificadas em cinco tipos: narração, descrição, dissertação, exposição e injunção. Já os gêneros textuais são textos orais ou escritos mais específicos determinados pela intenção comunicativa e o contexto em que são utilizados. Considerando as principais características e estrutura das tipologias existentes, eles surgem dos cinco tipos de texto. • Exemplos de gêneros textuais narrativos: romance, conta e novela. • Exemplos de gêneros textuais descritivos: biografia, cardápio e notícia. • Exemplos de gêneros textuais dissertativos: monografia, artigo e resenha. • Exemplos de gêneros textuais expositivos: seminário, palestra e entrevista. • Exemplos de gêneros textuais injuntivos: receitas, propagandas e manuais. Estes são níveis diferentes de leitura e de exigência: Pré-compreensão: Significa entender o mínimo do que o autor está dizendo. É interpretar as frases e descobrir simplesmente o tema do texto. Ainda não é exigido saber explicar as partes complexas do que foi lido, apenas reconhecê-las. Esta etapa exige conhecimento prévio. Compreensão: Significa descobrir as informações novas no texto ou reconhecer informações já conhecidas. Assim você poderá dizer que compreendeu, pois já mapeou o que sabe e o que não sabe e tem consciência disso. Interpretação de texto: Significa começar a raciocinar com as informações lidas e compreendidas, fazer intertextualidade com outros assuntos e conseguir responder às questões propostas. Executando todas estas etapas você saberá como aprender interpretação de texto e terá muito alívio lendo as nossas dicas, todas pensadas para te ajudar a alcançar a habilidade de interpretação de texto. 34 QUAIS SÃO AS HABILIDADES ENVOLVIDAS NA INTERPRETAÇÃO DE UM TEXTO? Memória. Ela é que te ajudará a usar o seu conhecimento prévio durante e depois da leitura. Intertextualidade. Ela é que te ajudará a unir conhecimentos distintos para conseguir interpretar bem. Análise. Ela é que te ajudará a analisar o conteúdo estudado, a separar informações certas das erradas e responder corretamente. O QUE É INTERTEXTUALIDADE? A intertextualidade é a influência e relação que entre dois ou mais textos, realizando a análise das referências que existem em cada um deles. Essas referências podem ser notadas de maneiras explícitas ou implícitas, e podem ser representadas em diferentes maneiras, sejam elas auditivas, visuais ou escritas. Pode-se dizer que a intertextualidade determina o fenômeno relacionado ao processo de produção de textos, onde um faz diálogo entre as construções visíveis do texto, seja no conteúdo, na forma ou em ambos. ·Essa matéria é muito cobrada no 8° ano do Ensino Fundamental e nos vestibulares, então continue lendo o artigo. Onde a intertextualidade pode ser feita? A intertextualidade pode ser verificada em textos, livros, trabalhos acadêmicos, músicas, propagandas publicitárias, artes plásticas, dança, entre outras manifestações. COMO A INTERTEXTUALIDADE OCORRE? Pode-se dizer que toda produção textual pode ser considerada um intertexto. Isso ocorre porque, durante o seu processo de criação, todo autor ou artista sofre inúmeras influências das obras com as quais teve contato ao longo da vida e, de alguma forma, essas influências são refletidas em sua composição. Logo, é assim que ela ocorre, quando qualquer produção herda influências de outras passadas, que a influenciam. INTERTEXTUALIDADE IMPLÍCITA • Não é facilmente identificada, está oculta; • A relação com o texto de origem é indireta; • Não é fácil encontrar os elementos do texto original; • Para ser percebida é preciso interpretar, deduzir, analisar, conhecer a história e o contexto; • É preciso conhecimento prévio e muita atenção. INTERTEXTUALIDADE EXPLÍCITA • É facilmente identificada porque é clara; • Está diretamente ligada ao texto fonte; • Os elementos do texto referenciado são facilmente notados; • Não demanda muito esforço e atenção do leitor; • Não é necessário ter um vasto conhecimento prévio para ser percebida. REGÊNCIA NOMINAL É a relação entre o nome e o termo regido. Regência nominal é a forma que os substantivos, adjetivos e advérbios se relacionam com seus complementos. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/substantivos https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/adjetivos 35 Normalmente, essa relação entre o nome e o complemento é dada por uma preposição. Por isso, é importante conhecer as preposições para que a regência nominal seja feita e identificada de forma correta. Exemplos em frases: Carinho • Tenha “carinho a” seus livros. • Meu “carinho pelos” animais me conforta. • Cultivemos o “carinho da” família. • O carinho “para com” a Pátria. Agoniado • Olhos "agoniados de” novas paisagens. • Estava “agoniado por” vê-la. • Estou “agoniado para” ler o livro. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL Concordância verbal e nominal faz o estudo da harmonia existente entre os elementos de uma oração. A concordância verbal faz referência ao verbo em relação ao sujeito, o primeiro necessariamente deve concordar em número - singular ou plural - e pessoa - 1°, 2°, 3° - com o segundo. Por sua vez, a concordância nominal se refere ao substantivo e suas formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Essa conformidade acontece em gênero - masculino ou feminino - e pessoas. Como vimos sobre concordância verbal e nominal, a concordância verbal é a harmonia em número e pessoa entre o sujeito gramatical e o verbo. Já a concordância nominal é a harmonia em gênero e número entre os vários nomes da oração, ocorrendo com frequência entre o artigo, os substantivos e o adjetivo. Concordância em gênero aponta a flexão em masculino e feminino. Concordância em número aponta a flexão em singular e plural. Concordância em pessoa aponta a flexão em 1°, 2° ou 3° pessoa. Exemplos de Concordância Verbal: • Eu assisti; • Ele assistiu; • Nós assistimos; https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/preposicao https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/verbo https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/substantivos 36 • Eles assistiram. Exemplos de Concordância Nominal: • O funcionário novo; • A funcionária nova; • Os funcionários novos; • As funcionárias novas. CONCORDÂNCIA VERBAL A regra geral da concordância verbal é que o verbo ficará de acordo com o sujeito em pessoa e número. Casos específicos de Concordância Verbal Existem diversos casos de concordância verbal e nominal. Agora, vamos conhecer os principais casos de concordância verbal: Concordância Verbal com verbos impessoais O verbo sempre ficará de acordo com a 3° pessoa do singular, uma vez que não existe um sujeito: havia pessoas, houve problemas, faz dois dias, já amanheceu. • Havia três pessoas esperando na fila. (verbo haver com sentido de existir) • Faz dez anos que não te vejo. (verbo fazer indicando tempo decorrido) • Aqui onde trabalho, chove todos os dias. (verbos que indicam fenômenos da natureza) Concordância com o elemento apassivador “se” O verbo cria concordância com o objeto direto, que exerce a função de sujeito paciente. Ele pode aparecer no singular ou no plural: • Vende-se apartamento.• Vendem-se apartamentos. Concordância Verbal com a partícula de indeterminação do sujeito se O verbo sempre vai concordar com a 3° pessoa do singular quando a frase for formada por verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos: • Precisa-se de funcionário • Precisa-se de funcionários. Concordância Verbal com a maioria, a maior parte, a metade... Preferentemente, o verbo vai concordar com a 3° pessoa do singular. Entretanto, a 3° pessoa do plural também pode ser usada: • A maioria dos trabalhadores vai… • A maior parte dos trabalhadores vai… • A maioria dos trabalhadores vão… • A maior parte dos trabalhadores vão… Concordância Verbal com pronome relativo “que” O verbo cria concordância com o termo antecedente do pronome • Fui eu que pedi… • Foi ela que pediu… • Fomos nós que pedimos… 37 Concordância Verbal com pronome relativo “quem” O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome ou fica na 3° pessoa do singular: • Fui eu quem solicitou… • Fomos nós quem solicitamos… • Fui eu quem solicitou… • Fomos nós quem solicitou… Concordância Verbal com o infinitivo pessoal O verbo no infinitivo é flexionado sempre que existir um sujeito definido, quando se quiser determinar o sujeito ou quando o sujeito da segunda oração for diferente do da primeira: • Isto é para nós solicitarmos. • Eu pedir para eles solicitarem tudo. Concordância Verbal com o infinitivo impessoal O verbo no infinitivo não é flexionado quando não existir um sujeito definido, quando o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira oração, em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos imperativos: • As mães conseguiram entender a verdade. • Foram obrigadas a entender a verdade. • Foram barradas de entender a verdade. Concordância Verbal com o verbo ser O verbo cria uma concordância com o predicativo do sujeito, podendo ficar no singular ou no plural: • Isto é uma mentira, • Isto são mentiras; • Quem é você, • Quem são vocês. Concordância Verbal com um dos que O verbo sempre vai concordar com 3° pessoa do plural: • Um dos que foram… • Um dos que querem… • Um dos que podem… CONCORDÂNCIA NOMINAL Existem diferentes casos de concordância verbal e nominal. Agora, vamos acompanhar os principais casos de concordância nominal: Concordância Nominal com pronomes pessoais O adjetivo constitui concordância em gênero e número com os pronomes pessoais: • Ele é brincalhão. • Ela é brincalhona. • Eles são brincalhões • Elas são brincalhonas. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/pronomes 38 Concordância Nominal vários substantivos O adjetivo constitui concordância em gênero e número com o substantivo que está mais próximo. Ele também pode estabelecer concordância com a forma no masculino plural: • Caneta e caderno emprestado; • Caderno e caneta emprestada; • Caneta e caderno emprestados; • Caderno e caneta emprestados. Concordância Nominal com adjetivos Quando existe dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo continua no singular se existir um artigo no meio dos adjetivos. Caso não tenha um artigo, o substantivo deve ser escrito no plural: • A aluna simpática e a antipática; • O aluno simpático e o antipático; • As alunas simpática e antipática; • Os alunos simpático e antipático. Concordância Nominal com bastante, muito, pouco, meio, caro, barato, longe. Essas palavras instauram concordância em gênero e número com o substantivo quando exercem função de adjetivo: • Comi meio chocolate, • Comi meia maçã, • Há bastante procura, • Há bastantes pedidos, • Vi muitas crianças, • Vi muitos adultos. Concordância Nominal com é permitido e é proibido. Nessas expressões, o adjetivo se modifica em gênero e número quando tiver a participação de um artigo determinando o substantivo. Quando não tiver artigo, o adjetivo fica invariável no masculino singular: • É permitida a entrada de cães. • É proibida a entrada de cães. • É permitido entrada de cães. • É proibido entrada de cães. Concordância Nominal com mesmo e próprio. Os termos “mesmo” e “próprio” estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando agem como adjetivo: • Na mesma estrada; • No mesmo trabalho; • Nas mesmas estradas; • Nos mesmos trabalhos; • Na própria residência; • No próprio escritório; • Nas próprias residências; • Nos próprios escritórios. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/adjetivos 39 Concordância Nominal com menos A palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio ou adjetivo: • Menos tristeza; • Menos tristezas; • Menos aborrecimento; • Menos aborrecimentos; Dicas: Concordância Verbal e Nominal Observadas todas as situações, vamos, agora, rever tudo que foi aprendido sobre concordância verbal e nominal: • Concordância verbal e nominal estuda a compatibilidade existente entre cada elemento de uma oração; • Concordância verbal refere-se ao verbo em relação ao sujeito, já a concordância nominal refere-se às classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, artigo. • Para fazer concordância verbal e nominal correta é necessário observar a que termo ele se refere. SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS A relação comum ou oposta das palavras Os sinônimos e antônimos são dois assuntos importantes abordados na língua portuguesa, eles expressam a relação com os significados. Os sinônimos correspondem aos termos que apresentam significados similares. Já os antônimos representam palavras com sentidos contrários. O estudo dos sinônimos e antônimos O significado das palavras é parte do assunto da semântica. Nele são englobados assuntos da sinonímia e antonímia. O primeiro corresponde a relação entre os termos que possuem significados semelhantes e o segundo diz respeito às palavras que têm sentidos contrários. Portanto, os dois conteúdos abrangem o estudo dos sinônimos e antônimos. Entenda os sinônimos Os sinônimos correspondem as palavras que apresentam conceitos parecidos ou muito semelhantes. Porém, em algumas definições eles são considerados como a relação entre palavras com significados iguais. Obs.: Há linhas de pesquisas sobre sinônimos e antônimos que não consideram o primeiro como a relação de palavras que apresentam significados equivalentes, mas apenas com conceitos próximos. Como é classificado os sinônimos A língua portuguesa classifica os sinônimos em perfeitos e imperfeitos. O primeiro corresponde aos termos que apresentam sentidos próximos. Já o segundo trata-se de palavras que apresentam sentidos muito próximos. Exemplo de sinônimos perfeitos • Após e depois • Alfabeto e abecedário • Brado e grito • Morte e falecimento https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/adverbio 40 Exemplo de sinônimos imperfeitos • Município e cidades • Amor e paixão • Cansado e fadigado • Moço e Jovem • Terra e planeta ENTENDA OS ANTÔNIMOS Os antônimos correspondem a relação de duas palavras ou mais que apresentam significados opostos. O termo originado do grego se refere a junção das palavras “anti”, que quer dizer contrário e "onymia" diz respeito a nome. Aplicação de antônimos Os antônimos estão presentes nas mais diferenciadas formas de conteúdo. A importância dos sinônimos e antônimos Os sinônimos e antônimos são dois assuntos fundamentais da língua portuguesa, principalmente para quem procura desenvolver uma redação nota dez. Ao utilizar sinônimos, por exemplo, é possível que o redator evite repetições de palavras e, com isso, torne o conteúdo mais fluido. Observe as frases a seguir: 1. Natália está feliz porque passou no concurso. Ela alcançou a primeira colocação e, por isso, ficou feliz. 2. Natália está feliz porque passou no concurso. Ela alcançou a primeira colocação e, por isso, ficou contente. Na primeira expressão apalavra “feliz” é usada duas vezes. No entanto, na segunda sentença percebe-se que o uso dos sinônimos “feliz e contente” evitou a repetição de palavra e, por consequência, torna o texto mais agradável. Os antônimos, por sua vez, proporcionam o contrate de ideias no texto. Ele auxilia o redator ao enfatizar uma oposição. Observe o exemplo: 1. André não estava feliz morando no Brasil, por isso foi embora para Dubai. Agora está muito mais feliz. 2. André estava descontente morando no Brasil, por isso foi embora para Dubai. Agora está muito mais feliz. No primeiro trecho apresenta o uso das expressões “não estava feliz” e “feliz”. Mas ao observar a utilização dos antônimos “descontente e feliz” percebe-se a ênfase na oposição sem o emprego de repetição das palavras. Cuidado com o termos desconhecidos Como mencionado, sinônimos e antônimos podem ser usados como artifícios para evitar a repetição de palavras. No entanto, o redator precisa evitar termos que não são comuns ou desconhecidos. É claro que o uso de palavras vai depender dos tipos de textos e para quem eles são destinados, ou seja, o público-alvo. Contudo, é importante construir um conteúdo de qualidade e pensar: “os termos utilizados forçarão o leitor buscar entendê-los?”. NÃO CONFUNDA HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS Ao estudar sinônimos e antônimos os alunos podem apresentam dúvidas com outros assuntos importantes da semântica que são: os homônimos e os parônimos. Por essa razão, é importante revisar o conteúdo desses dois últimos. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/redacao https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/tipos-de-textos 41 • Homônimos: diz respeito aos termos que apresentam pronuncias iguais, no entanto o conceito é diferente. Exemplo: a palavra “acento” corresponde a grafia, já “assento” remete a um espaço físico para sentar-se. • Parônimos: esse por sua vez corresponde a relação entre palavras que possuem significados diferentes, mas a pronuncia é parecida. Por exemplo: cumprimento, ato de cumprimentar ou saudar alguém e comprimento, diz respeito à extensão. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS Uma palavra é composta por duas partes: a primeira é a forma escrita e sonora (denominada significante) e a segunda está relacionada ao que a palavra expressa, ao conceito trazido por ela (denominada significado). No que se refere ao significado das palavras, as mesmas se subdividem da seguinte forma: Sentido próprio: sentido literal da palavra, sendo o sentido comum que se costuma atribuir a determinada palavra. Sentido figurado: sentido simbólico, figurado, que pode ser atribuído a uma palavra. Repare nos exemplos, onde a palavra porta é utilizada em diferentes contextos: 1. A menina é uma porta (sabemos que neste caso o narrador quer dizer que a menina não possui características intelectuais marcantes, ou, popularmente seria chamada por outra palavra também contextual: "burra"); 2. Filho abra a porta para seu irmão, pois ele esqueceu a chave (neste caso, o narrador fala do objeto porta, literalmente); 3. Quando uma porta se fecha, as janelas abrem sozinhas! (já aqui, observamos que o narrador não quis dizer que objetos inanimados criaram vida [portas e janelas se abrindo ou fechando literalmente], e sim que utilizou a filosofia para amenizar situações cotidianas. Ou seja, é como alguém dizer: "Quando uma oportunidade se encerra, outra oportunidade aparece nas nossas vidas"). Assim, reforçando: no item 1 a palavra "porta" foi utilizada em seu sentido figurado; no item 2 no sentido literal e comum; e no item 3 também em sentido figurado. Diante de tudo o que foi dito até aqui, pode se concluir que o um mesmo significante (parte concreta) pode vir a ter vários significados (conceitos). Provavelmente deve ter surgido a dúvida sobre a relação entre significado contextual, sentido próprio e figurado das palavras. Afinal essas expressões denotam a mesma coisa? A resposta é não. O significado contextual, como o próprio nome diz, se refere ao contexto. O que é analisado é o sentido próprio e figurado das palavras em relação ao contexto em que ela foi empregada. Agora, quando falamos do sentido próprio e figurado das palavras, estamos analisando o elemento “palavra” de forma isolada, e utilizamos o significado contextual para norteamento. 42 Para que o usuário da língua se mantenha consciente sobre os diferentes sentidos que podem ser assumidos por palavras ou frases inteiras, é necessário ter "leitura de mundo". Dito de outra forma, é preciso que assumamos uma postura reflexiva acerca dos diferentes textos (escritos ou falados) que nos são apresentados ou nós mesmos produzimos diariamente. 43 BIBLIOGRAFIA: CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 6ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013. 800 p. CEGALLA, D. P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional. 2009. 696 p. 44 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1 – As formas verbais empregadas no trecho de Graciliano Ramos: aproximaram-se, recuaram, sumiram-se estão em que tempo verbal? a) Futuro do presente b) Futuro do pretérito c) Pretérito imperfeito d) Pretérito perfeito 2 – Em “Era-se mais feliz no passado.” A partícula SE é: a) Pronome apassivador. b) Índice de indeterminação do sujeito. c) Parte integrante do verbo. d) Partícula expletiva. 3 – Para negar a sentença: “Todo gato é vira-lata” é CORRETO afirmar que: a) Nenhum gato é vira-lata. b) Algum gato não é vira-lata. c) Todo gato não é vira-lata. d) Algum gato é vira-lata. 4 – Há substituição INADEQUADA do segmento destacado em: a) “tenho pena dos jovens DE HOJE” – atuais. b) “a mala DO CORREIO aparecia ensopada” – postal. c) “Tudo COM NATURALIDADE e franqueza” – naturalmente. d) “gravuras coloridas DO SUPLEMENTO de domingo” – suplementares. 5 – É uma característica da Linguagem Culta: a) Não utilização de marcas de concordância. b) Uso regular da forma nós. c) Uso constante de a gente. d) Uso de gírias. 6 – Identifique a frase em que o pronome está empregado em desacordo com a variedade padrão da língua. a) Fiquei tão brava que mandei ele sair da sala imediatamente. b) Quando saíres, avisa-nos que iremos contigo. c) Preciso encontrar-me com você ainda hoje. d) Se você sair, leve consigo o cachorro. 7 – Identifique a alternativa com a frase INCORRETA: a) Muito obrigado – disse a menina afastando-se. b) Pedro e Marta viajaram sós? c) As duplicatas anexas já foram enviadas pelo correio. d) Consultamos as gramáticas portuguesa, francesa e inglesa. 8 – Pronomes de tratamento como “Vossa Excelência”, “Vossa Magnificência”, “Vossa Senhoria”, de uso frequente na redação oficial, exigem que o verbo fique na: 45 a) Terceira pessoa do plural b) Primeira pessoa do plural c) Segunda pessoa do plural d) Terceira pessoa do singular e) Segunda pessoa do singular 9 – As expressões em negrito correspondem a um adjetivo, exceto em: a) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo. b) Demorava-se de propósito naquele complicado banho. c) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira. d) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga sem fim. e) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça. 10 – É uma espécie... nova... completamente nova! Mas já tem nome... Batizei-a logo... Vou- lhe mostrar...". Sob o ponto de vista morfológico, as palavras destacadas correspondem pela ordem, a: a) conjunção, preposição, artigo, pronome b) advérbio, advérbio, pronome, pronome c) conjunção, interjeição, artigo, advérbio d) advérbio, advérbio, substantivo, pronome e) conjunção, advérbio, pronome, pronome. 11 – Em “Ela despedaçou o lacre e deu a ler a Seixas o papel”, a preposiçãoassinalada introduz uma ideia de: a) consequência b) causa c) condição d) fim e) modo 12 – “Se eu tiver dinheiro, irei de férias.” A palavra destacada é: a) Interjeição b) Advérbio c) Conjunção d) Preposição e) Pronome 13 – Assinale a alternativa correta sobre a classificação das palavras destacadas. a) Não gostava de torta, nem de bolo. (interjeição) b) Um dia iremos nos encontrar. (artigo) c) Norma está cada dia mais saudável. (substantivo) d) De manhã tomei café com leite. (conjunção) e) Comprei meu computador um ano atrás. (preposição) 14 – Todas as palavras destacadas são pronomes, exceto: a) Aquela avenida é a mais larga da cidade. b) Mariana deixou cair os documentos. c) Teremos outras oportunidades. d) Visitamos o lugar onde fizeram as filmagens. 46 e) Quem estava na fila do banco? 15 – "Este inferno de amar - como eu amo! Quem mo pôs aqui n’alma ... quem foi? Esta chama que alenta e consome, Que é a vida - e que a vida destrói - Como é que se veio a atear, Quando - ai quando se há-de ela apagar?” (Almeida Garret) No texto, os pronomes eu - quem - esta, são, respectivamente: a) indefinido - pessoal - indefinido b) pessoal - interrogativo - demonstrativo c) pessoal - indefinido - demonstrativo d) interrogativo - pessoal - indefinido e) indefinido - pessoal – interrogativo 16 – Indique a alternativa certa. a) Há apenas um pronome de tratamento que é utilizado em situações informais. Esse pronome é: senhor(a). b) Os pronomes de tratamento são usados apenas em situações formais, sem exceção. c) Vossa Alteza, a Rainha Elizabeth II, está a vossa espera. d) No aguardo da apreciação de Vossa Senhoria, despeço-me cordialmente. e) N.D.A. 17 – Marque a opção em que a forma pronominal utilizada está INCORRETA. a) É difícil, para mim, praticar certos exercícios físicos. b) Ainda existem muitas coisas importantes para eu fazer. c) Os chinelos da aposentadoria não são para ti. d) Quando a aposentadoria chegou, eu caí em si. e) Para tu não teres aborrecimentos, evita o excesso de velocidade. GABARITO 1D 2B 3B 4C 5B 6A 7A 8D 9B 10E 11D 12C 13B 14B 15B 16D 17D 47 PROVA TAUBATÉ 2021 Língua Portuguesa Leia o texto para responder às questões de números 01 a 11. Mexeriqueira em flor Olívia vem correndo, para na minha frente, mostra o caroço de mexerica e faz a pergunta favorita de seus dois anos e meio de vida: “Papai, o que é isso?”. Quase sem tirar os olhos do jornal – com essa displicência da qual vou me arrepender muito quando ela for grande e já tiver suas próprias respostas –, digo: “É um caroço”. Olívia, porém, continua ali, ansiosa, olhando pro caroço, olhando pra mim. Óbvio, “caroço” não significa nada e ela precisa saber que diabo de bolinha é aquela que estava dentro da fruta. Abaixo o iPad, explico que se a gente colocar aquele caroço num vaso, nasce uma planta e a planta vira uma árvore e a árvore dá um monte de mexerica. Como um céu nublado se abrindo ao sol em efeito “time-lapse”, a curiosidade dá lugar ao deslumbre. “Papai, vamos plantar o caroço?! Vamos plantar o caroço?!”. Vamos plantar o caroço. Saímos pro jardim, enfiamos o caroço num pequeno vaso amarelo – e só me dou conta da encrenca em que me meti quando, de volta ao sofá, vejo minha filha acocorada, imóvel, lá fora. “Olívia, que que cê tá fazendo aí?”. “Esperando a árvore.” Explico que demora. Que a gente tem que regar e aguardar uns dias, mas a minha suposta calma esconde uma ponta de pânico: e se essa semente não brotar? Será, sem dúvida, a maior frustração daqueles 30 meses de vida. São dias de angústia. A cada manhã, Olívia me faz ir direto do berço ao jardim. Voltando da escola, a primeira parada é o vaso amarelo. Regamos juntos. Olhamos a terra de perto, por minutos a fio. Ela metralha perguntas: que tamanho terá a árvore? Vai poder comer mexerica antes do almoço? Vai poder levar mexerica pra escola? Respondo sem olhá-la no olho. Na terceira noite, proponho à minha mulher um esquema fraudulento. Compramos uma muda. Plantamos na madrugada. Ou arrumamos logo uma mexeriqueira em flor, cheia de frutas, já com balanço e casa na árvore. A Júlia só me faz uma pergunta: “Caso a semente não germine, será que é a Olívia quem não vai aguentar a frustração?”. Brigo com a Júlia, critico sua psicanálise de botequim e viro pro lado ciente de que ela tem toda razão. Percebo que, desde o apito inicial de Brasil e Alemanha, não acalento nenhuma esperança. De lá pra cá, foi tudo 7 x 1. Sete a um na política. Sete a um na economia. Onde não tem lama, é deserto: uma aridez total. Na quarta manhã, nem tenho coragem de ir lá fora. Abro a porta e deixo a Olívia sair correndo. Engulo a seco. Então, ouço seus gritos de euforia. Vou apressado até o vaso amarelo: ao lado dos despojos de uma violeta nasceu, tímida e espalhafatosa, uma maria-sem-vergonha. “Papai! Você plantou uma flor! Você plantou uma flor!”. Olívia abraça a minha perna, dá uns pulos pela grama, depois segue pra sala, com passos decididos, para cuidar de outros assuntos. (Antonio Prata. Adaptado) * time-lapse = técnica de fotografia que permite visualizar movimentos e mudanças que seu olho não consegue ver. Pode-se condensar, por exemplo, 1 ou 2 horas de duração de um por do sol, em poucos segundos. 01. Da leitura do texto, é correto afirmar que a crônica: (A) aborda tema corriqueiro e relata acontecimentos bem-humorados de um pai que educa, sozinho, sua filha de dois anos. (B) parte de acontecimentos emocionantes do cotidiano e expressa também as frustrações do cronista diante da economia do Brasil. (C) trata de assunto de família e evidencia a esperança do cronista em melhores resultados para os próximos jogos do Brasil e Alemanha. 48 (D) retrata episódio familiar frequente e constrangedor de brigas entre o casal a partir de insinuações de comportamento fraudulento. (E) registra momentos apreensivos de um pai jornalista empenhado em despertar em sua filha o gosto pela horticultura. 02. A expressão – psicanálise de botequim –, dita pelo narrador, no penúltimo parágrafo, transmite sentido (A) contraditório e refere-se a decisões valiosas que surgem a partir de conversas em botequins. (B) amável, uma vez que sua mulher demonstra conhecimentos de psicologia que o acalmam e o tranquilizam. (C) pejorativo, imprimindo caráter de desvalorização da opinião da mulher, embora acate sua sensatez. (D) afrontoso, deixando transparecer sua descrença nas teorias modernas da psicanálise. (E) lisonjeiro, já que ele reconhece como insensato e leviano o comentário da mulher. 03. Nos trechos: • Como um céu nublado se abrindo ao sol... (2o parágrafo) • Explico que [...] a gente tem que [...] aguardar uns dias, mas a minha suposta calma esconde ... (4o parágrafo) • “Caso a semente não germine...”. (6o parágrafo) Os termos em destaque estabelecem, correta e respectivamente, relação de (A) comparação; oposição; condição. (B) conformidade; adição; conclusão. (C) comparação; concessão; conformidade. (D) conformidade; adição; condição. (E) finalidade; oposição; conclusão. 04. Observe o tempo dos verbos em destaque no seguinte trecho: ... quando ela for grande e já tiver suas próprias respostas ... (parágrafo 1o) Assinale a alternativa que, corretamente, dá continuidade à frase seguinte, mantendo o mesmo tempo verbal do trecho apresentado. Quando ela (A) pôr o caroço no vaso... (B) fazer a plantação... (C) manter a calma... (D) vir a semente brotar... (E) reter as frutas nas mãos... 05. Assinale a alternativa em que a frase formulada a partir do texto está correta, obedecendo à concordância verbal, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. (A) Na espera da germinação, muitos dias de angústia invadiu meu ser. (B) Uma mexeriqueira cheia de frutas povoa a imaginação de Olívia. (C) Nas mãos da criança existia muitos caroços de mexerica. (D) Os jardineiros tem que regar as plantas para que elas não morram.
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