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@PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. (Fernando Pessoa) APOSTILA POLÍCIA PENAL 2022 TEORIA + 500 QUESTÕES @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 2 de 200 @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 3 de 200 Sumário Português ................................................................................................................................................... 5 a 34 Raciocínio Lógico ...................................................................................................................................... 35 a 49 Informática ............................................................................................................................................... 50 a 66 História do Acre ........................................................................................................................................ 67 a 72 Geografia do Acre ..................................................................................................................................... 73 a 76 Direito Constitucional ................................................................................................................................. 77 a 96 Lei de Execução Penal ............................................................................................................................. 97 a 121 Direitos Humanos ................................................................................................................................... 122 a 129 Direito Penal ........................................................................................................................................... 130 a 154 Direito Administrativo ............................................................................................................................ 155 a 183 Legislação Penal Especial ....................................................................................................................... 184 a 199 @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 4 de 200 CÉOS PRÉ-CONCURSO CONTATO: (68) 99248-0992 @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 5 de 200 Prof. EMERSON FONTINELE 1. ACENTUAÇÃO GRÁFICA REGRA GERAL CASOS ESPECIAIS OXÍTONA DITONGO ABERTO PAROXÍTONA HIATO PROPAROXÍTONA ACENTO DIFERENCIAL MONOSSÍLANOS TÔNICOS Classificação das palavras quanto à posição do acento tônico: Em relação ao acento tônico, é possível observar que o mesmo pode recair na última, na penúltima ou na antepenúltima sílaba. ca-quí es-té-ril ló-gi-ca Estando o acento tônico na última sílaba, a palavra é chamada de oxítona; se o acento incide na penúltima sílaba, a palavra é paroxítona, se recai na antepenúltima sílaba, a palavra é proparoxítona. Hiatos, ditongos e tritongos: A sequência de fonemas vocálicos numa palavra dá-se o nome de encontro vocálico. Este pode ser hiato, ditongo ou tritongo. - Hiato = é a sequência de vogal com vogal em sílabas separadas: po-e-ta; sa-ú-de; ca-í-da. - Ditongo = é a sequência de vogal com semivogal (decrescente) ou semivogal com vogal (crescente) na mesma sílaba: vai-da-de; can-tei, ár-duo. - Tritongo = é a sequência de semivogal com vogal e outra semivogal na mesma sílaba: em-xa-guei; i-guais; a-guou Os hiatos e os ditongos são importantes para o estudo da acentuação gráfica. 1.1. REGRAS DE ACENTUAÇÃO 1.1.1. Monossílabos Tônicos: Acentuam-se graficamente os terminados por: -a(s) → chá(s), má(s) -e(s) → pé(s), vê(s) -o(s) → só(s), pôs Vale lembrar que: - Os monossílabos tônicos formados por ditongos abertos -éis, -éu, -ói recebem o acento: Exemplos: réis, véu, dói. No caso dos verbos monossilábicos terminados em “-ê”, em que a terceira pessoa do plural termina em “-eem”, forma verbal que antes era acentuada, agora, por conta do novo acordo ortográfico não leva acento. Assim: Ele vê - Eles veem Ele crê – Eles creem Ele lê – Eles leem No entanto, isso não ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, uma vez que a terceira pessoa termina em “-êm”, permanecendo acentuada. Logo: Ele tem – Eles têm Ela vem – Elas vêm Logo, não se acentuam monossílabos tônicos como: tu, nus, quis, noz, vez, par... 1.1.2. Oxítonas Levam acento todas as oxítonas terminadas em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)” e “em(ens)”, seguidas ou não de “s”. cajá – até – jiló – armazém – parabéns Sendo assim, não se acentuam oxítonos como: saci(s) , tatu(s), talvez, tambor e etc. 1.1.3. Paroxítonas Levam acento todas as paroxítonas terminadas em: - l: afável, incrível, útil... -r: caráter, éter, mártir... -n: hífen, próton... Obs.: quando grafadas no plural, não recebem acento: polens, hifens... -x: látex, tórax... -os: fórceps, bíceps... -ã(s): ímã, órfãs... -ão(s): sótão(s), bênção(s)... -um(s): fórum, álbum... -on(s): elétron, próton... -i(s): táxi, júri... -u(s): Vênus, ônus... -ei(s): pônei, jóquei... -ditongo oral (crescente ou decrescente), seguido ou não de “s”: história, série, água, mágoa... https://www.infoescola.com/portugues/encontros-vocalicos/ https://www.infoescola.com/portugues/hiato/ https://www.infoescola.com/portugues/ditongo/ https://www.infoescola.com/portugues/tritongo/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 6 de 200 1.1.4. Proparoxítonos Todos os proparoxítonos são acentuados, sem exceção: médico, álibi, ômega, etc. CASOS ESPECIAIS: Ditongos Abertos Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia aberta em palavras oxítonas (éi e não êi), são acentuados. Veja: éi (s): anéis, fiéis, papéis éu (s): troféu, céus ói (s): herói, constrói, caubóis Obs.: os ditongos abertos ocorridos em palavras paroxítonas NÃO são acentuados. Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico, ideia, jiboia, joia, paranoia, plateia, etc. Atenção: a palavra destróier é acentuada por ser uma paroxítona terminada em "r" (e não por possuir ditongo aberto "ói"). Hiatos Acentuam-se as letras –i e –u desde sejam a segunda vogal tônica de um hiato e estejam sozinhas ou seguidas de –s na sílaba: caí (ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú) e etc. Quando o –i é seguido de –nh, não recebe acento: rainha, bainha, moinho etc. O –i e o –u não recebem acento quando aparecem repetidos: xiita, juuna e etc Hiatos formados por –ee e –oo não devem ser acentuados: creem, deem, leem, magoo, enjoo e etc. 1.2. ACENTO DIFERENCIAL O acento diferencial foi eliminado na última reforma ortográfica, em 2008. Assim, apenas as palavras seguintes devem receber acento: Pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder) para diferenciar de Pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo desse verbo); Têm (3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo ter) e seus derivados (contêm, detêm, mantêm etc.) para diferenciar do tem (3ª pessoa do singular do presente do indicativo desse verbo e seus derivados); O verbo pôr para diferenciar da preposição por. Obs.: Trema O sinal de trema (¨) é inteiramente suprimido em palavras da língua portuguesa. Deve, no entanto, ser empregado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülleriano (de Müller). 2. MORFOLOGIA: CLASSES GRAMATICAIS 2.1. O que é classe gramatical? É a classificação das palavras em grupos de acordo com a sua função na língua portuguesa. Elas podem ser variáveis e invariáveis, dividindo-se da seguinte forma: Palavras variáveis - aquelas que variam em gênero, número e grau: substantivo, verbo, adjetivo, pronome, artigo e numeral.Palavras invariáveis - as que não variam: preposição, conjunção, interjeição e advérbio. 2.1.2. Substantivo - Os substantivos são palavras que usamos para nomear os seres e as coisas. Possuem classificação e flexionam-se em gênero, número e grau. - Os substantivos são uma das classes de palavras que compõem a gramática da língua portuguesa e caracterizam-se por nomear seres animados, como pessoas e animais, e inanimados, como objetos, lugares, estados, ações, qualidades etc. - O termo surgiu a partir do latim “substantivus”, que quer dizer “o que há de substancial e real em algo”. Pode-se interpretar por meio desse significado que os substantivos são partes fundamentais de um texto. Eles podem variar em gênero (feminino e masculino), grau (aumentativo e diminutivo) e número (plural e singular) e assumem o papel de núcleo das funções sintáticas. 2.1.2.1. Substantivo Comum Os substantivos comuns são as palavras que designam os seres da mesma espécie de forma genérica: Exemplos: pessoa, gente, país. 2.1.2.2. Substantivo Próprio Os substantivos próprios, grafados em letra maiúscula, são palavras que particularizam seres, entidades, países, cidades, estados da mesma espécie. Exemplos: Brasil, São Paulo, Maria. 2.1.2.3. Substantivo Simples Os substantivos simples são formados por apenas uma palavra. Exemplos: casa, carro, camiseta. 2.1.2.4. Substantivo Composto Os substantivos compostos são formados por mais de uma palavra. Exemplos: guarda-chuva, guarda-roupa, beija-flor. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/gramatica @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 7 de 200 2.1.2.5. Substantivo Concreto Os substantivos concretos designam as palavras reais, concretas, sejam elas pessoas, objetos, animais ou lugares. Exemplos: menina, homem, cachorro. 2.1.2.6. Substantivo Abstrato Os substantivos abstratos são aqueles relacionados aos sentimentos, estados, qualidades e ações. Exemplos: beleza, alegria, bondade. 2.1.2.7. Substantivo Primitivo Os substantivos primitivos, como o próprio nome indica, são aqueles que não derivam de outras palavras. Exemplos: casa, folha, chuva. 2.1.2.8. Substantivo Derivado Os substantivos derivados são aquelas palavras que derivam de outras. Exemplos: casarão (derivado de casa), folhagem (derivado de folha), chuvarada (derivado de chuva). 2.1.2.9. Substantivo Coletivo Os substantivos coletivos são aqueles que se referem a um conjunto de seres. Exemplos: flora (conjunto de flores), álbum (conjunto de fotos), colmeia (conjunto de abelhas). 2.1.2.10. Gênero dos Substantivos: De acordo com o gênero (feminino e masculino) das palavras substantivas, elas são classificadas em: 2.1.2.11. Substantivos Biformes: apresentam duas formas, ou seja, uma para o masculino e outra para o feminino, por exemplo: professor e professora; amigo e amiga. 2.1.2.12. Substantivos Uniformes: somente um termo especifica os dois gêneros (masculino e feminino), sendo classificados em: 2.1.2.12.1. Epicenos: Palavra que apresenta somente um gênero e refere-se aos animais, por exemplo: foca (macho ou fêmea). 2.1.2.12.2. Sobrecomum: Palavra que apresenta somente um gênero e refere-se às pessoas, por exemplo: criança (masculino e feminino). 2.1.2.12.3. Comum de dois gêneros: Termo que se refere aos dois gêneros (masculino e feminino), identificado por meio do artigo que o acompanha, por exemplo: "o artista" e "a artista". 2.1.2.13. Fique Atento! Quanto ao gênero, os substantivos de origem grega terminados em "ema" e "oma" são masculinos, por exemplo: teorema, poema. Há os substantivos chamados de "gênero duvidoso ou incerto", ou seja, aqueles utilizados para os dois gêneros sem alteração do significado, por exemplo: o personagem e a personagem. Existem alguns substantivos que variando de gênero, mudam seu significado, por exemplo: "o cabeça" (líder), "a cabeça" (parte do corpo humano). 2.1.2.14. De acordo com o número do substantivo, eles são classificados em: 2.1.2.14.1. Singular: Palavra que designa uma única coisa, pessoa ou um grupo, por exemplo: bola, mulher. 2.1.2.14.2. Plural: Palavra que designa várias coisas, pessoas ou grupos, por exemplo: bolas, mulheres. 2.1.2.15. SUBSTANTIVAÇÃO Na substantivação, palavras como adjetivos, numerais, verbos ou adjetivos passam a exercer a função de substantivos. Para que isso ocorra, a palavra precisa estar precedida de um artigo, conforme o exemplo abaixo: • O olhar dela me fascina inteiramente. Observe que a palavra “olhar” é um verbo que foi substantivado por ter sido precedido do artigo indefinido “o”. Veja mais alguns exemplos: • Era um azul maravilhoso. (Adjetivo substantivado) •Os milhões foram roubados do banco. (Numeral substantivado) • Ele disse um não bem grosseiro. (Advérbio substantivado) 2.2. ADJETIVO Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo. 2.2.1. Os adjetivos podem ser classificados em: 2.2.1.1. Primitivos: Radicais que por si mesmos apontam qualidades. Ex.: claro, triste, grande, vermelho. https://www.todamateria.com.br/substantivo-epiceno/ https://www.todamateria.com.br/substantivo-sobrecomum/ https://www.todamateria.com.br/substantivo-comum-de-dois-generos/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 8 de 200 2.2.1.2. Derivados: São formados a partir de outros radicais. Ex.: infeliz, azulado. 2.2.1.3. Simples: Apresentam um único radical em sua estrutura. Ex.: apavorado, feliz. 2.2.1.4. Compostos: Apresentam pelo menos dois radicais em sua estrutura. Ex.: ítalo-brasileiro, socioeconômico. 2.2.2. Adjetivos pátrios: São os adjetivos referentes a países, estados, regiões, cidades ou localidades. Ex.: brasileiro, goiano, carioca, acreano, capixaba. 2.2.3. Flexões dos adjetivos Os adjetivos apresentam flexões de gênero, número e grau. 2.2.3.1. Flexão de gênero Os adjetivos assumem o gênero do substantivo do qual se referem. Ex.: Uma mulher formosa – um homem formoso Uma professora ativa – um professor ativo Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser uniformes e biformes. Os adjetivos biformes apresentam uma forma para o gênero feminino e outra para o masculino. As formas do feminino são marcadas pelo acréscimo do sufixo –a ao radical: Ex.: o homem honesto – a mulher honesta, o produtor inglês – a produtora inglesa. Os adjetivos uniformes possuem uma única forma para o masculino e o feminino: Ex.: pássaro frágil – ave frágil, escritor ruim – escritora ruim. 2.2.3.2. Flexão de número Os adjetivos concordam em número com os substantivos que modificam, assumem a forma singular e plural. Ex.: político corrupto – políticos corruptos, salário digno – salários dignos. Os adjetivos compostos merecem maior atenção na formação de plural: - Nos adjetivos compostos formados por dois adjetivos, apenas o segundo elemento vai para o plural: Ex.: clínica médico-dentária, clínica médico-dentárias. - Os adjetivos compostos em que o segundo elemento é um substantivo são invariáveis também em número: Ex.: recipiente verde-mar - recipientes verde-mar, tinta amarelo-canário – tintas amarelo-canário. 2.2.3.3. Flexão de grau Quando se quer comparar ou intensificar as características atribuídas ao substantivo, os adjetivos sofrem variação de grau. Tem-se o grau comparativo e o grau superlativo. 2.2.4. Grau dos Adjetivos 2.2.4.1. Grau comparativo Compara-se a mesma característica atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais característica a um único ser. O grau comparativo pode ser de igualdade, superioridade e de inferioridade, são formados por expressões analíticas que incluem advérbios e conjunções. a) Grau comparativo de igualdade: Ela é tão exigente quanto justa. Ela é tão exigente quanto (ou como) sua mãe. b) Grau comparativo de superioridade:Seu candidato é mais desonesto (do) que o meu. c) Grau comparativo de inferioridade: Somo menos passivos (do) que eles. 2.2.4.2. Grau superlativo A característica conferida pelo artigo é intensificada de forma relativa ou absoluta. a) Relativo: a intensificação da característica conferida pelo adjetivo é feita em relação a todos os demais seres de um conjunto que apresentam uma certa qualidade. Pode exprimir superioridade ou inferioridade, e é sempre expresso de forma analítica. Este é o mais interessante dos livros que li. (superioridade) Ele é o menos egoísta de todos. (inferioridade) b) Absoluto: indica que determinado ser apresenta determinada qualidade em alto grau, transmitindo ideia de excesso. Pode assumir forma analítica ou sintética. - analítico: é formado com a presença de um advérbio: Você é muito crítico. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 9 de 200 A prova de matemática estava extraordinariamente difícil. - sintético: é expresso com a participação de sufixos. A prova de matemática estava dificílima. Este piloto é velocíssimo. Muitos adjetivos ao receberem um dos sufixos formadores dessa forma de superlativo assumem a forma latina. Como, por exemplo, os adjetivos terminados em –vel, esses assumem a terminação –bilíssimo. Agradável: agradabilíssimo; volúvel: volubilíssimo. 2.3. VERBO Verbos são palavras que indicam ações, estados ou fenômenos, situando-os no tempo. Quanto à estrutura, os verbos são compostos pelo radical (a parte invariável e que normalmente se repete), terminação (a parte que é flexionada) e a vogal temática (que caracteriza a conjugação). ESTUD- AR / ESCREV- ER / PART- IR São três as conjugações em língua portuguesa: 1ª Conjugação: verbos terminados em AR 2ª Conjugação: verbos terminados em ER 3ª Conjugação: verbos terminados em IR Quanto à morfologia, classificam-se em: Regulares: quando flexionam-se de acordo com o paradigma da conjugação. ESTUDAR – eu estudo, tu estudas, ele estuda, nós estudamos... Irregulares: quando não seguem o paradigma da conjugação. CABER – eu caibo... MEDIR – eu meço... Anômalos: quando sofrem modificação também no radical. IR – eu vou... SER – eu sou... Defectivos: quando não são conjugados em todas formas. FALIR – não possui 1ª, 2ª e 3ª pessoa do pres. do indicativo e pres. do subjuntivo. Abundantes: quando possuem mais de uma forma de conjugação. ACENDIDO – ACESO, INCLUÍDO - INCLUSO Flexionam-se em número para concordar com o sujeito/substantivo que acompanham; em pessoa; em tempo; em modo; em voz. Quanto ao número podem ser: - Singular e Plural. Quanto à pessoa podem ser: 1ª pessoa – a que fala 2ª pessoa – com quem se fala 3ª pessoa – de quem se fala Flexionam-se em tempo para indicar o momento em que ocorrem os fatos: O presente é usado para fatos que ocorrem no momento em que se fala, para fatos que ocorrem no dia-a-dia, para fatos que costumam ocorrer com certa frequência. Ele escreve para um jornal local. Eu estudo português quase todos os dias. Usa-se o pretérito perfeito para indicar fatos passados, observados depois de concluídos. Ele escreveu para um jornal local sobre Aquecimento Global. Eu estudei francês o ano passado. Usa-se o pretérito imperfeito para indicar fatos não concluídos no momento em que se fala como também para falar de fatos que ocorriam com frequência no passado. Ele estudava todos os dias e ainda escrevia para um jornal local. Usa-se o pretérito mais-que-perfeito para indicar fatos passados ocorridos anteriormente a outros fatos passados. Já escrevera muitos artigos polêmicos, quando ingressou no jornal local. Usa-se o futuro do presente para falar de fatos ainda não ocorridos, mas que ocorrerão depois que se fala. Ela estudará muito e será bem sucedida na profissão. Usa-se o futuro do pretérito para indicar fatos futuros que dependem de outros fatos. Ela trabalharia menos, se tivesse estudado mais. Eu estudaria francês, se tivesse mais tempo. O modo verbal indica de que forma o fato pode se realizar: Modo Indicativo para fato certo: Eu estudo, Nós escreveremos. Modo Subjuntivo para fato hipotético, desejo, dúvida: Se eles trabalhassem... Modo Imperativo para ordem, pedido: Trabalhem com afinco. Sejam estudiosos... https://www.infoescola.com/portugues/vogal-tematica/ https://www.infoescola.com/portugues/vogal-tematica/ https://www.infoescola.com/portugues/morfologia/ https://www.infoescola.com/portugues/verbos-regulares-e-irregulares/ https://www.infoescola.com/portugues/verbos-regulares-e-irregulares/ https://www.infoescola.com/portugues/verbos-anomalos/ https://www.infoescola.com/portugues/verbos-defectivos-2/ https://www.infoescola.com/portugues/verbos-abundantes/ https://www.infoescola.com/portugues/substantivos/ https://www.infoescola.com/portugues/modo-indicativo/ https://www.infoescola.com/portugues/modo-subjuntivo-3/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 10 de 200 Há ainda três formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio. As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação. Voz ativa, quando o sujeito pratica a ação: O professor elogiou o aluno. Voz passiva, quando o sujeito recebe a ação: O aluno foi elogiado pelo professor... Voz reflexiva, quando o sujeito pratica e recebe a ação: Dedicou-se aos estudos. 2.4. ADVÉRBIO Advérbios são palavras invariáveis que exprimem circunstância (de lugar, de tempo, de modo, etc.) e possuem a capacidade de modificar o verbo, o adjetivo, ou outros advérbios. Ex.: Eu gosto muito de café. Esse chocolate é muito gostoso. Nunca mais brigue com sua mãe. Os advérbios, além de modificarem o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio, também podem modificar a oração inteira. Nesse caso, o advérbio pode ocorrer em qualquer posição. Ex.: Infelizmente, não encontramos nossos amigos na festa. Não encontramos nossos amigos na festa, infelizmente Quando a frase possui mais de um advérbio de modo terminados em -mente, apenas o último advérbio recebe o sufixo. Ex.: O carrossel girava lenta e suavemente. Os advérbios são classificados de acordo com as circunstâncias que exprimem. Eles podem ser de afirmação, de negação, de modo, de lugar, de dúvida, de intensidade, de tempo e interrogativos. A seguir, uma lista com os principais advérbios de cada tipo. Locução adverbial Quando duas ou mais palavras (geralmente preposição + substantivo ou advérbio) formam uma expressão que equivale a um advérbio chamamos de locução adverbial. As principais são: às vezes, às pressas, vez por outra, de qualquer modo, de propósito, em breve, à toa, às escondidas, à noite, de repente, de súbito. Exs.: Carlos fez o trabalho às pressas. Joana errou a letra da música de propósito. 2.5. PRONOME Os pronomes representam a classe de palavras que substituem ou acompanham os substantivos. De acordo com a função que exercem, eles são classificados em sete tipos: A) PRONOMES PESSOAIS são termos que substituem ou acompanham o substantivo. Servem para representar os nomes dos seres e determinar as pessoas do discurso, que são: 1ª pessoa............a que fala 2ª pessoa............com quem se fala 3ª pessoa............de quem se fala Eu aprecio tua dedicação aos estudos. Será que ela aprecia também? Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos: São pronomes retos, quando atuam como sujeito da oração. https://www.infoescola.com/portugues/participio-2/ https://www.infoescola.com/portugues/voz-reflexiva/ https://www.infoescola.com/portugues/verbos/ https://www.infoescola.com/portugues/adjetivos/ https://www.infoescola.com/portugues/preposicao/ https://www.infoescola.com/portugues/substantivos/ https://www.infoescola.com/portugues/pronomes-pessoais/ https://www.infoescola.com/portugues/substantivos/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 11 de 200 Singular Plural Exemplo1ª pessoa Eu nós Eu estudo todos os dias. 2ª pessoa Tu vós Tu também tens estudado? 3ª pessoa ele/ela eles/elas Será que ela estuda também? São pronomes oblíquos, quando atuam como complemento (objeto direto ou indireto). Quanto à acentuação, classificam-se em oblíquos átonos (acompanham formas verbais) e oblíquos tônicos (acompanhados de preposição): Pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes. Desejo-te boa sorte... Faça-me o favor... Em verbos terminados em -r, -s ou -z, elimina-se a terminação e os pronomes o(s), a(s) se tornam lo(s), la(s).Em verbos terminados em -am, -em, -ão e -õe os pronomes se tornam no(s), na(s). Pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas. A mim pouco importa o que dizem... Os pronomes de tratamento tem a função de pronome pessoal e serve para designar as pessoas do discurso. B) PRONOMES POSSESSIVOS - Indicam posse. Estabelece relação da pessoa do discurso com algo que lhe pertence. Singular Plural 1ª pessoa meu(s), minha(s) nosso(s), nossa(s) 2ª pessoa teu(s), tua(s) vosso(s), vossa(s) 3ª pessoa seu(s), sua(s) dele(s), dela(s) C) PRONOMES DEMONSTRATIVOS – Indicam a posição de um ser ou objeto em relação às pessoas do discurso. 1ª pessoa este(s), esta(s), isto.................se refere a algo que está perto da pessoa que fala. 2ª pessoa esse(s), essa(s), isso................se refere a algo que esta perto da pessoa que ouve. 3ª pessoa aquele(s), aquela(s), aquilo...se refere a algo distante de ambos. Estes livros e essas apostilas devem ser guardadas naquela estante. Estes - perto de quem fala Essas - perto de quem ouve naquela - distante de ambos D) PRONOMES INDEFINIDOS – São imprecisos, vagos. Se referem à 3ª pessoa do discurso. Podem ser variáveis (se flexionando em gênero e número) ou invariáveis. São formas variáveis: algum(s), alguma(s), nenhum(s),nenhuma(s), todo(s), toda(s), muito(s), muita(s), pouco(s), pouca(s), tanto(s), tanta(s), certo(s), certa(s), vário(s), vária(s), outro(s), outra(s), certo(s), certa(s), quanto(s), quanta(s), tal, tais, qual, quais, qualquer, quaisquer... São formas invariáveis: quem, alguém, ninguém, outrem, cada, algo, tudo, nada.. Algumas pessoas estudam diariamente. Ninguém estuda diariamente. F) PRONOMES INTERROGATIVOS – São empregados para formular perguntas diretas ou indiretas. Podem ser variáveis ou invariáveis. Variáveis: qual, quais, quanto(s), quanta(s). Invariáveis: que, onde, quem... Quantos de vocês estudam diariamente? Quem de vocês estuda diariamente? G) PRONOMES RELATIVOS – São os que relacionam uma oração a um substantivo que representa. Também se classificam em variáveis e invariáveis. Variáveis: o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s). Invariáveis: que, quem, onde. Conseguiu o emprego que tanto queria. PREDICAÇÃO VERBAL & REGÊNCIA VERBAL & NOMINAL PREDICAÇÃO VERBAL Verbos de Ligação Os verbos de ligação ligam o sujeito às suas características (predicativo do sujeito). Eles exprimem estado, mudança ou continuidade. Diferentemente dos verbos intransitivos e os verbos transitivos, os verbos de ligação não expressam ações. Ex: Estou doente. Continuo resfriada. https://www.infoescola.com/portugues/pronome-obliquo/ https://www.infoescola.com/portugues/objeto-direto/ https://www.infoescola.com/portugues/acentuacao-grafica/ https://www.infoescola.com/portugues/pronomes-de-tratamento/ https://www.infoescola.com/portugues/pronome-possessivo/ https://www.infoescola.com/portugues/pronome-demonstrativo/ https://www.infoescola.com/portugues/pronome-indefinido/ https://www.infoescola.com/portugues/pronomes-interrogativos/ https://www.infoescola.com/portugues/pronome-relativo/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 12 de 200 Verbos Intransitivos Os verbos intransitivos são aqueles verbos que expressam sentido completo, sendo capazes de constituir predicado sozinhos. Ex: Escorreguei. Ela saiu. Não quer dizer que a oração acabe sempre no verbo intransitivo. Ainda que não seja exigido, após o verbo pode ser acrescentada mais alguma informação, tal como adjunto adverbial ou predicativo do sujeito. Ex: Escorreguei ali. Ela saiu desesperada. Verbos Transitivos Os verbos transitivos são aqueles que não tem sentido sozinhos, por isso, precisam de complementos. Chama-se transitividade verbal a necessidade que um verbo tem de ser completado com algo. Ele precisa transitar para o objeto, ou seja, ir em busca de algo que complete o seu sentido. Ex: Relatei o ocorrido. Gosto de rock. A) Verbos Transitivos Diretos Os verbos transitivos diretos são aqueles cujo complemento não exige preposição. Ex: Comprei jornais variados. Cantou músicas sertanejas. B) Verbos Transitivos Indiretos Os verbos transitivos diretos e indiretos são aqueles cujo complemento exige preposição. Ex: Este documentos pertencem ao cliente. Interessou-se pelos discos. C) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos Os verbos transitivos diretos e indiretos são aqueles que precisam de dois complementos, um sem e outro com preposição. Ex: Comprei jornais variados naquela banca. Não existe nada entre nós. Importante! O mesmo verbo pode ser empregado com predicações verbais diferentes. Por isso, é importante destacar que somente após analisar o contexto é possível classificar se o verbo presente na oração é intransitivo, transitivo ou de ligação. Ex: Ela fala demais. (Verbo Intransitivo) Ela fala várias línguas. (Verbo Transitivo) REGÊNCIA VERBAL & NOMINAL A REGÊNCIA é o campo da língua portuguesa que estuda as relações de concordância entre os verbos (ou nomes) e os termos que completam seu sentido. Ou seja, estuda a relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. A regência é necessária visto que algumas palavras da língua portuguesa (verbo ou nome) não possuem seu sentido completo.Observe o exemplo abaixo: Muitas crianças têm medo. (medo de quê?) Muitas crianças têm medo de fantasmas. Obs.: perceba que o nome pede complemento antecedido de preposição (“de” = preposição e “fantasmas” = complemento). IMPORTANTE: A regência estabelece uma relação entre um termo principal (termo regente) e o termo que lhe serve de complemento (termo regido) e possui dois tipos: REGÊNCIA NOMINAL e REGÊNCIA VERBAL. REGÊNCIA VERBAL Regência verbal é a parte da língua que se ocupa da relação entre os verbos e os termos que se seguem a eles e completam o seu sentido. Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Para entender melhor sobre esse assunto e não errar mais, confira abaixo alguns exemplos e suas respectivas explicações: https://www.todamateria.com.br/verbos-intransitivos/ https://www.todamateria.com.br/verbo-transitivo-direto-e-indireto/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 13 de 200 Nos exemplos acima, morar é um verbo transitivo indireto, pois exige a preposição em (morar em algum lugar). No segundo exemplo, implicar é um verbo transitivo direto, pois não exige preposição (implicar algo, e não implicar em algo). No terceiro exemplo, ir exige a preposição a, o que faz dele um verbo transitivo indireto. Na forma padrão, a oração “Isso implica em mudança de horário” não está correta. Vamos ver exemplos de alguns verbos e entender como eles são regidos. Alguns, conforme o seu significado, podem ter mais do que uma forma de regência. 1. ASSISTIR a) com o sentido de ver exige preposição: Que tal assistirmos ao filme? b) com o sentido de dar assistência não exige preposição: Sempre assistiu pessoas mais velhas. c) com o sentido de pertencer exige preposição: Assiste aos prejudicados o direito de indenização. 2. CHEGAR O verbo chegar é regido pela preposição“a”: Chegamos ao local indicado no mapa. Essa é a forma padrão. No entanto, é comum observarmos o uso da preposição “em” nas conversas informais, cujo estilo é coloquial: Chegamos no local indicado no mapa. 3. CUSTAR a) com o sentido de ser custoso exige preposição: Aquela decisão custou ao filho. b) com o sentido de valor não exige preposição: Aquela casa custou caro. 4. OBEDECER O verbo obedecer é transitivo indireto, logo, exige preposição: Obedeça ao pai! Na linguagem informal, entretanto, ele é usado como verbo transitivo direto: Obedeça o pai! 5. PROCEDER a) com o sentido de fundamento é verbo intransitivo: Essa sua desconfiança não procede. b) com o sentido de origem exige preposição: Essa sua desconfiança procede de situações passadas. 6. VISAR a) com o sentido de objetivo exige preposição: Visamos ao sucesso. Na variante coloquial, encontramos o verbo sendo utilizado sem preposição, ou seja, como verbo transitivo direto: Visamos o sucesso. b) com o sentido de mirar não exige preposição: O policial visou o bandido à distância. 7. ESQUECER O verbo esquecer é transitivo direto, logo não exige preposição: Esqueci o meu material. No entanto, na forma pronominal, deve ser usado com preposição: Esqueci-me do meu material. 8. QUERER a) com o sentido de desejar não exige preposição: Quero ficar aqui. b) com o sentido de estimar exige preposição: Queria muito aos seus amigos. 9. ASPIRAR a) com o sentido de respirar ou absorver não exige preposição: Aspirou todo o escritório. b) com o sentido de pretender exige preposição: Aspirou ao cargo de ministro. 10. INFORMAR O verbo é transitivo direto e indireto, assim ele exige um complemento sem e outro com preposição: Informei o acontecimento aos professores. 11. IR O verbo ir é regido pela preposição “a”: Vou à biblioteca. 12. IMPLICAR a) com o sentido de consequência, o verbo implicar é transitivo direto, logo não exige preposição: O seu pedido implicará um novo orçamento. b) com o sentido de embirrar, é transitivo indireto, logo exige preposição: Implica com tudo! 13. MORAR O verbo morar é regido pela preposição “em”: Mora no fim da rua. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 14 de 200 14. NAMORAR O verbo namorar é transitivo direto, apesar de as pessoas o usarem sempre seguido de preposição: Namorou Maria durante anos. "Namorou com Maria durante anos" não é gramaticalmente aceito. 15. PREFERIR O verbo preferir é transitivo direto e indireto. Assim: Prefiro carne a peixe. 16. SIMPATIZAR O verbo simpatizar é transitivo indireto e exige a preposição "com": Simpatiza com os mais velhinhos. 17. CHAMAR a) com o sentido de convocar não exige complemento com preposição: Chama o Pedro! b) com o sentido de apelidar exige complementos com e sem preposição: Chamou ao João de Mauricinho. Chamou João de Mauricinho. Chamou ao João Mauricinho. Chamou João Mauricinho. 18. PAGAR a) quando informamos o que pagamos o complemento não tem preposição: Paga o sorvete? b) quando informamos a quem pagamos o complemento exige preposição: Paga o sorvete ao dono do bar. REGÊNCIA NOMINAL Regência Nominal é a maneira de um nome (substantivo, adjetivo e advérbio) relacionar-se com seus complementos. Em geral, a relação entre o nome e o seu complemento é estabelecida por preposição. Portanto, é justamente o conhecimento da preposição o que há de mais importante na regência nominal. Confira abaixo alguns exemplos e frases com regência nominal Exemplo de regência de alguns nomes: AMOR Tenha “amor a” seus livros. Meu “amor pelos” animais me conforta. Cultivemos o “amor da” família. O amor “para com” a Pátria. ANSIOSO Olhos “ansiosos de” novas paisagens. Estava “ansioso por” vê-la. Estou “ansioso para” ler o livro. Exemplos de nomes transitivos e suas respectivas preposições: ACESSÍVEL A Exemplo: Isto é acessível a todos. ACOSTUMADO A, COM Exemplos: Estou acostumado a comer pouco. Estamos acostumados com as novas ferramentas. AFÁVEL COM, PARA COM Exemplos: Ele é afável com sua filha. O professor tem sido afável para com seus alunos. AGRADÁVEL A Exemplo: Sou agradável a ti. ALHEIO A, DE Exemplos: Ele vive alheio a tudo. João está alheio de carinho fraternal. APTO A, PARA Exemplos: Estou apto a trabalhar. Joana está apta para desenvolver suas funções. AVERSÃO A, POR Exemplos: Ele tem aversão a pessoas. Paula tem aversão por itens supérfluos. BENEFÍCIO A Exemplo: Pilates é um grande benefício à saúde. CAPACIDADE DE, PARA Exemplos: Laura tem excepcional capacidade de comunicação. Joaquim tem capacidade para o trabalho. CAPAZ DE, PARA Exemplos: Ele é capaz de tudo. A empresa é capaz para trabalhar com projetos. COMPATÍVEL COM Exemplo: Seu computador é compatível com este. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 15 de 200 CONTRÁRIO A Exemplo: Esse modo de vida é contrário à saúde. CURIOSO DE, POR Exemplos: Luís é curioso de tudo. Vitória é curiosa por natureza DESCONTENTE COM Exemplo: Estamos descontentes com nosso sistema político. ESSENCIAL PARA Exemplo: Esse livro é essencial para aprender matemática. FANÁTICO POR Exemplo: Ele é fanático por histórias em quadrinhos. IMUNE A, DE Exemplos: O Brasil não ficou imune à crise econômica. Estamos imunes de pagar os impostos. INOFENSIVO A, PARA Exemplos: O vírus é inofensivo a seres humanos Os danos que sofreu são inofensivos para sua saúde. JUNTO A, DE Exemplos: Comprei a casa junto a sua. Estava junto de Miguel, quando aconteceu o acidente. LIVRE DE Exemplo: Este sabonete está livre de parabenos. SIMPATIA A, POR Exemplo: José tem simpatia as causas populares. Tenho muito simpatia por Ana. TENDÊNCIA A, PARA Viviana tem tendência à mentira. As meninas tem tendência para a moda. UNIÃO COM, DE, ENTRE A união com Regina foi fracassada. Na reação química, ocorreu uma união de substâncias. A união entre eles é muito bonita ACENTO INDICATIVO DE CRASE CRASE é a fusão de duas vogais da mesma natureza. No português assinalamos a crase com o acento grave (`). Observe: Obedecemos ao regulamento. (a + o) Não há crase, pois o encontro ocorreu entre duas vogais diferentes. Mas: Obedecemos à norma. (a + a) Há crase, pois, temos a união de duas vogais iguais: (a + a = à) 1. REGRA GERAL Observação: Para saber se uma palavra aceita ou não o artigo, basta usar o seguinte artifício: I. Se pudermos empregar a combinação da antes da palavra, é sinal de que ela aceita o artigo II. Se pudermos empregar apenas a preposição de, é sinal de que não aceita. Ex: Vim da Bahia. (aceita) Vim de Brasília (não aceita) Vim da Itália. (aceita) Vim de Roma. (não aceita) 2. CASOS PROIBIDOS – nunca ocorre crase. 1) Antes de masculino. Caminhava a passo lento. (preposição) 2) Antes de verbo. Estou disposto a falar. (preposição) 3) Antes de pronomes em geral. Eu me referi a esta menina. (preposição e pronome demonstrativo) Eu falei a ela. (preposição e pronome pessoal) 4) Antes de pronomes de tratamento. Dirijo-me a Vossa Senhoria. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 16 de 200 (preposição) Observações: 1. Há três pronomes de tratamento que aceitam o artigo e, obviamente, a crase: Senhora, senhorita e dona. Dirijo-me à senhora. 2. Haverá crase antes dos pronomes que aceitarem o artigo, tais como: mesma, própria... Eu me referi à mesma pessoa. 5) Com as expressões formadas de palavras repetidas. Venceu de ponta a ponta. (preposição) Observação: É fácil demonstrar que entre expressões desse tipo ocorre apenas a preposição: Caminhavam passo a passo. (preposição) No caso, se ocorresse o artigo, deveria ser oartigo o e teríamos o seguinte: Caminhavam passo ao passo – o que não ocorre. 6) Antes dos nomes de cidade. Cheguei a Curitiba. (preposição) Observação: Se o nome da cidade vier determinado por algum adjunto adnominal, ocorrerá a crase. Cheguei à Curitiba dos pinheirais. (adjunto adnominal) 7) Quando um a (sem o s de plural) vem antes de um nome plural. Falei a pessoas estranhas. (preposição) Observação: Se o mesmo a vier seguido de s haverá crase. Falei às pessoas estranhas. (a + as = preposição + artigo) 3. CASOS OBRIGATÓRIOS – sempre ocorre crase 1) Na indicação pontual do número de horas. Às duas horas chegamos. (a + as) Para comprovar que, nesse caso, ocorre preposição + artigo, basta confrontar com uma expressão masculina correlata. Ao meio-dia chegamos. (a + o) 2) Com a expressão à moda de e à maneira de. A crase ocorrerá obrigatoriamente mesmo que parte da expressão (moda de) venha implícita. Escreve à (moda de) Alencar. 3) Nas expressões adverbiais femininas. Expressões adverbiais femininas são aquelas que se referem a verbos, exprimindo circunstâncias de tempo, de lugar, de modo... Chegaram à noite. (expressão adverbial feminina de tempo) Caminhava às pressas. (expressão adverbial feminina de modo) Ando à procura de meus livros. (expressão adverbial feminina de fim) Observações: No caso das expressões adverbiais femininas, muitas vezes empregamos o acento indicatório de crase (`), sem que tenha havido a fusão de dois as. É que a tradição e o uso do idioma se impuseram de tal sorte que, ainda quando não haja razão suficiente, empregamos o acento de crase em tais ocasiões. 4. USO FACULTATIVO DA CRASE – “tanto faz” Antes de nomes próprios de pessoas femininos e antes de pronomes possessivos femininos, pode ou não ocorrer a crase. Ex: Falei à Maria. (preposição + artigo) Falei à sua classe. (preposição + artigo) Falei a Maria. (preposição sem artigo) Falei a sua classe. (preposição sem artigo) Note que os nomes próprios de pessoa femininos e os pronomes possessivos femininos aceitam ou não o artigo antes de si. Por isso mesmo é que pode ocorrer a crase ou não. 5. Casos especiais: 1) Crase antes de casa. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 17 de 200 A palavra casa, no sentido de lar, residência própria da pessoa, se não vier determinada por um adjunto adnominal não aceita o artigo, portanto não ocorre a crase. Por outro lado, se vier determinada por um adjunto adnominal, aceita o artigo e ocorre a crase. Ex: Volte a casa cedo. (preposição sem artigo) Volte à casa dos seus pais. (preposição sem artigo) (adjunto adnominal) 2) Crase antes de terra. A palavra terra, no sentido de chão firme, tomada em oposição a mar ou ar, se não vier determinada, não aceita o artigo e não ocorre a crase. Ex: Já chegaram a terra. (preposição sem artigo) Se, entretanto, vier determinada, aceita o artigo e ocorre a crase. Ex: Já chegaram à terra dos antepassados. (preposição + artigo) (adjunto adnominal) 3) Crase antes dos pronomes relativos. Antes dos pronomes relativos quem e cujo não ocorre crase. Ex: Achei a pessoa a quem procuravas. Compreendo a situação a cuja gravidade você se referiu. Antes dos relativos qual ou quais ocorrerá crase se o masculino correspondente for ao qual, aos quais. Ex: Esta é a festa à qual me referi. Este é o filme ao qual me referi. Estas são as festas às quais me referi. Estes são os filmes aos quais me referi. 4) Crase com os pronomes demonstrativos: aquele (s), aquela (s), aquilo. Sempre que o termo antecedente exigir a preposição a e vier seguido dos pronomes demonstrativos: aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo, haverá crase. Ex: Falei àquele amigo. Dirijo-me àquela cidade. Aspiro a isto e àquilo. Fez referência àquelas situações. 5) Crase depois da preposição até. Se a preposição até vier seguida de um nome feminino, poderá ou não ocorrer a crase. Isto porque essa preposição pode ser empregada sozinha (até) ou em locução com a preposição a (até a). Ex: Chegou até à muralha. (locução prepositiva = até a) (artigo = a) Chegou até a muralha. (preposição sozinha = até) (artigo = a) 6) Crase antes do que. Em geral, não ocorre crase antes do que. Ex: Esta é a cena a que me referi. Pode, entretanto, ocorrer antes do que uma crase da preposição a com o pronome demonstrativo a (equivalente a aquela). Para empregar corretamente a crase antes do que convém pautar-se pelo seguinte artifício: I. Se, com antecedente masculino, ocorrer ao que / aos que, com o feminino ocorrerá crase; Ex: Houve um palpite anterior ao que você deu. ( a + o ) Houve uma sugestão anterior à que você deu. ( a + a ) II. Se, com antecedente masculino, ocorrer a que, no feminino não ocorrerá crase. Ex: Não gostei do filme a que você se referia. (ocorreu a que, não tem artigo) Não gostei da peça a que você se referia. (ocorreu a que, não tem artigo) Observação: O mesmo fenômeno de crase (preposição a + pronome demonstrativo a) que ocorre antes do que, pode ocorrer antes do de. Ex: Meu palpite é igual ao de todos. (a + o = preposição + pronome demonstrativo) Minha opinião é igual à de todos. (a + a = preposição + pronome demonstrativo) 7) há / a Nas expressões indicativas de tempo, é preciso não confundir a grafia do a (preposição) com a grafia do há (verbo haver). Para evitar enganos, basta lembrar que, nas referidas expressões: a (preposição) indica tempo futuro (a ser transcorrido); @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 18 de 200 há (verbo haver) indica tempo passado (já transcorrido). Ex: Daqui a pouco terminaremos a aula. Há pouco recebi o seu recado. ATENÇÃO: Termos PREPOSICIONADOS: Termos “VIRGULADOS”: Objeto Indireto Complemento Nominal Agente da Passiva Adjunto adverbial Aposto Vocativo I. TERMOS ESSENCIAIS 1. SUJEITO A) Simples - É formado por um núcleo, ou seja, um termo principal. Ex: O empregado da casa vendeu seu carro. (núcleo: empregado) Eles estão sempre omitindo a verdade. (núcleo: Eles) B) Composto - É aquele formado por dois ou mais núcleos, por exemplo: Ex: Ana Maria e Joaquim terminaram o namoro. (núcleos: Ana Maria, Joaquim) Livros e cinema são o meu passatempo preferido. (núcleos: Livros, cinema) C) Oculto/Elíptico/Desinencial/Implícito - É aquele que está escondido na oração. Ex: Gostamos de pular Carnaval. Levou tudo para casa. D) Indeterminado - É aquele que não podemos identificar o agente da ação, nem pelo contexto, nem pela terminação verbal do enunciado. - Acontece quando o verbo não se refere a uma pessoa determinada. - Há duas maneiras de identificá-lo: 1) Com verbo na 3.ª pessoa do plural Quando o verbo está na terceira pessoa do plural e não se refere a nenhum substantivo citado anteriormente na oração, por exemplo: Ex: Disseram que ele foi eleito. Capturaram o fugitivo. 2) com pronome "se" e verbo intransitivo, transitivo indireto ou de ligação na 3.ª pessoa do singular (de modo que não se consegue identificar quem pratica a ação), por exemplo: Ex: Acorda-se feliz (VI). Necessita-se de pessoas jovens (VTI). Nem sempre se é justo nesse mundo (VL). E) Inexistente/Oração sem sujeito Nas orações sem sujeito, o sujeito é inexistente uma vez que são constituídas por verbos impessoais, ou seja, que não admitem agentes da ação, como é o caso de: 1) verbos que indicam fenômenos da natureza (amanheceu, anoiteceu, choveu, nevou, ventou, trovejou, etc.). 2) verbo haver, quando empregado com sentido de existir, acontecer e indicando tempopassado. 3) verbos ser, fazer, haver, estar, ir e passar indicando tempo. Ex.: Trovejou durante a noite. Há boas palestras no congresso. Está na hora do intervalo. 2. PREDICADO @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 19 de 200 O predicado, formado por um ou mais verbos, é aquilo que se declara sobre a ação do sujeito, concordando em número e pessoa com ele. I. TIPOS DE PREDICADO De acordo com seu núcleo significativo, os predicados são classificados em três tipos: Predicado Verbal Indica uma ação, sendo constituído por um núcleo, que é um verbo nocional (verbo que indica uma ação). Nesse caso, não há presença de predicativo do sujeito. Ex: Nós caminhamos muito hoje. (núcleo: caminhamos) Cheguei hoje de viagem. (núcleo: cheguei) Predicado Nominal Indica estado ou qualidade, sendo constituído por um verbo de ligação (verbo que indica estado) e o predicativo do sujeito (complementa o sujeito atribuindo-lhe uma qualidade). Há somente um núcleo, caracterizado por um nome (substantivo ou adjetivo). Ex: Aristides está feliz. (núcleo: feliz) Ele continua atencioso comigo. (núcleo: atencioso) Predicado Verbo-Nominal Ao mesmo tempo que indica ação do sujeito, esse tipo de predicado informa sua qualidade ou estado, sendo constituído por dois núcleos: um nome e um verbo. Nesse caso, há presença de predicativo do sujeito ou predicativo do objeto (complementa o objeto direto ou indireto, atribuindo-lhes uma característica). Ex: Suzana chegou cansada. (núcleos: chegou, cansada) Terminaram satisfeitos o trabalho. (núcleos: satisfeitos, trabalho) Obs: Para identificar um predicado verbo-nominal, o verbo que indica ação está expresso na oração. O verbo que indica estado ou qualidade, por sua vez, está oculto. II. TERMOS INTEGRANTES A) OBJETO DIRETO O objeto direto é o complemento de um verbo transitivo direto sem preposição obrigatória. Ele indica o ser para a qual se dirige a ação verbal. Pode ser apresentado por substantivo, pronome, numeral, palavra ou expressão substantivada ou oração substantiva. Ex: Algumas pessoas tomam vinho. Queremos apenas uma vaga. B) OBJETO INDIRETO O objeto indireto completa a significação de um verbo e vem sempre acompanhado de preposição. Pode ser representado por substantivo ou palavra substantivada, pronome, numeral, expressão substantivada ou oração substantiva. Ex: Amélia acredita em discos voadores. Precisamos apenas de uma vaga. C) COMPLEMENTO NOMINAL O complemento nominal é o termo da oração que é ligado ao sujeito, predicativo, objetivo direto, o objeto indireto, o agente da passiva, o adjunto adverbial, o aposto ou ao vocativo. O complemento nominal liga-se ao substantivo, adjetivo ou advérbio por intermédio de uma preposição. Ex: A mulher tinha necessidade de medicamentos. Esta conduta é prejudicial à saúde. Decidiu favoravelmente ao acusado. D) AGENTE DA PASSIVA O agente da passiva é o complemento preposicionado que representa o ser que pratica a ação expressa por um verbo na voz passiva. Ex: A criança foi orientada pelo professor. Transposição da Voz Passiva para a Voz Ativa O agente da passiva é o sujeito na voz ativa. O objeto direto da voz ativa passa a sujeito da voz passiva. III. TERMOS ACESSÓRIOS Os termos acessórios da oração são aqueles que podem ser retirados da frase sem alterar sua estrutura sintática, uma vez que não são indispensáveis. O seu uso, contudo, poderá ser importante e essencial para a compreensão da mensagem transmitida. https://www.todamateria.com.br/predicativo-do-sujeito/ https://www.todamateria.com.br/verbos-de-ligacao/ https://www.todamateria.com.br/predicativo-do-objeto/ https://www.todamateria.com.br/objeto-direto/ https://www.todamateria.com.br/objeto-indireto/ https://www.todamateria.com.br/complemento-nominal/ https://www.todamateria.com.br/agente-da-passiva/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 20 de 200 a) Adjunto adnominal - Atribui características ao substantivo que acompanham. Pode ser representado por um artigo, por um adjetivo, por uma locução adjetiva, por um pronome adjetivo e por um numeral adjetivo. Ex: Aquele livro velho é meu. Meu filho tem uma camisa preta. Sete pessoas diferentes ligaram para você hoje. b) Adjunto adverbial - É usado para indicar uma circunstância, transmitindo uma ideia de tempo, modo, intensidade, lugar, afirmação, dúvida,… Os adjuntos adverbiais podem no início, no meio ou no fim das frases e podem ser ou não separados por vírgulas, conforme a posição que ocupam. Existem adjuntos adverbiais de afirmação, de negação, de causa, de lugar, de tempo, de intensidade, de companhia, de dúvida, de concessão, de instrumento, de meio, de modo, de condição, de finalidade, de assunto, de direção, de exclusão, de frequência, de matéria, de conformidade,… Ex: Amanhã, a funcionária virá ao escritório assinar o contrato. A mãe abriu, lentamente, a porta do quarto da filha. Meu irmão faz natação todos os dias. c) Aposto O aposto fornece novas informações sobre um dos termos da oração, estando sintaticamente relacionado com ele. O aposto desenvolve, explica, enumera, esclarece, detalha, especifica esse outro termo da oração. Ex: Sempre fui apaixonada por Pedro, o mais simpático de todos os meninos. As minhas duas primas, Cátia e Beth, moram no Rio de Janeiro. Gostaria de cursar várias faculdades: línguas, medicina, advocacia, filosofia e botânica. d) Vocativo O vocativo não é um dos termos acessórios da oração. é um termo independente que não se relaciona sintaticamente com os outros termos da oração. Ex: Mariana, venha! Vamos ouvir, minha gente! Você viu o que aconteceu, senhora? ATENÇÃO! Em regra, o decoreba das conjunções tem sido a melhor forma de acertar questões, especialmente na banca IBADE. Só tome cuidado com questões das bancas: CESPE, FGV e ESAF. Pois, às vezes, o decoreba pode prejudicar. 1. ORAÇÕES COORDENADAS 1. ORAÇÕES COORDENADAS 1.1 Orações Assindéticas - São caracterizadas pelo período composto justaposto, ou seja, não são ligadas através SEM CONECTIVO (conjunção). Ex: Chegamos à praia, nadamos, jogamos, comemos. Insista, persista, não desista. 1.2 Orações Sindéticas - São caracterizadas pelo período composto ligadas por meio de uma CONJUNÇÃO coordenativa. Nesse caso, as orações, dependendo dos conectivos, podem ser: Aditivas, Adversativas, Alternativas, Conclusivas e Ex plicativas. a) Aditivas: transmitem ideia de soma, adição à oração anterior. Conjunções: e, nem, não só, mas também, mas ainda, como, assim como, não só...mas também. Ex: Eu e meu namorado jantamos fora e fomos ao cinema. Não só foi descortês, como também culpou quem estava inocente. b) Adversativas: transmitem ideia de oposição, contrariedade, contraste à oração anterior. Conjunções: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante, nada obstante, senão. Ex: Eles queriam sair, porém estava chovendo. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 21 de 200 A seleção jogou bem, contudo ora eliminada. c) Alternativas: transmitem ideia de escolha, alternância à oração anterior. Conjunções: ou, ou… ou; ora…ora; quer…quer; seja…seja, nem ... nem. Ex: Ora gosta de vestidos, ora gosta de sapatos. Faça o que o professor manda ou será expulso da sal. d) Conclusivas: transmitem ideia de conclusão, finalização. Conjunções: logo, portanto, por fim, por conseguinte, pois, então, consequentemente, de modo que. Exemplo: São adolescentes, logo irão namorar. Nós presenciamos o acidente; seremos, pois, chamados para depor. e) Explicativas: transmitem ideia de explicação, justificativa. Conjunções: isto é, ou seja, a saber, na verdade, porque, que, pois, porquanto. Ex: Descemosdo carro porque o trânsito estava parado. Não passei, pois estudei pouco. 2. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS As orações subordinadas adverbiais são iniciadas com uma conjunção subordinativa (ou locução), isto é, aquelas que ligam as frases (principal e a subordinada). São classificadas em nove tipos, de acordo com a circunstância que exprimem na frase: a) Causais: indicam a causa da ação expressa na oração principal. Conjunções: porque, visto que, como, uma vez que, posto que, etc. Ex: A cidade foi alagada porque o rio transbordou. b) Consecutivas: indicam uma consequência do fato referido na oração principal. Conjunções: que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), de sorte que, de modo que, etc. Ex: A casa custava tão cara que ela desistiu da compra. c) Condicionais: expressam uma circunstância de condição com relação ao predicado da oração principal. Conjunções: se, caso, desde que, contanto que, sem que, etc. Ex: Deixe um recado se você não me encontrar em casa. d) Concessivas: indicam um fato contrário ao referido na oração principal. Conjunções: embora, a menos que, se bem que, ainda que, conquanto que, etc. Ex: Embora tudo tenha sido cuidadosamente planejado, ocorreram vários imprevistos. e) Conformativas: indicam conformidade em relação à ação expressa pelo verbo da oração principal. Conjunções: conforme, consoante, como, segundo, etc. Ex: Tudo ocorreu como estava previsto. f) Comparativas: são aquelas que expressam uma comparação com um dos termos da oração principal. Conjunções: como, (mais, menos) que, do que, tão quanto, etc. Ex: Você deve estudar como um obstinado (estuda). g) Finais: exprimem a intenção, o objetivo do que se declara na oração principal. Conjunções: para que, a fim de que, que, porque, etc. Ex: Sentei-me na primeira fila, a fim de que pudesse ouvir melhor. h) Temporais: demarca em que tempo ocorreu o processo expresso pelo verbo da oração principal. Conjunções: quando, enquanto, logo que, assim que, depois que, antes que, desde que, ... Ex: Eu me sinto segura assim que fecho a porta da minha casa. i) Proporcionais: expressam uma ideia de proporcionalidade relativamente ao fato referido na oração principal. Conjunções: à medida que, à proporção que, quanto mais...tanto mais, quanto mais...tanto menos, etc. Ex: Quanto menos trabalho, tanto menos vontade tenho de trabalhar. 3. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS - São introduzidas por meio de conjunção integrante: QUE, SE. a) Subjetiva – exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. É necessário que você se apresente ao serviço amanhã. Foi anunciado que Pedro é o vencedor do concurso. b) Predicativa – exerce a função de predicativo do sujeito do verbo da oração principal. Aparece sempre depois do verbo ser. O bom é que ela sempre foi bem comportada. A dúvida era se seriam necessários mais ajudantes. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 22 de 200 c) Objetiva Direta – exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal. Quero que você seja meu marido. Os funcionários não sabiam que era dia de despedimentos. d) Objetiva Indireta – exerce a função de objeto indireto do verbo da oração principal, sendo sempre iniciada por uma preposição. O diretor da empresa necessita de que todos os colaboradores estejam presentes na reunião. A professora insistiu muito em que os alunos tivessem aulas de recuperação. e) Completiva Nominal – exerce a função de complemento nominal, completando o sentido de um nome pertencente à oração principal. É sempre iniciada por uma preposição. Todos temos esperança deque a humanidade pare de destruir o planeta. Sinto necessidade de que você me deixe descansar um pouco. f) Apositiva – exerce a função de aposto de qualquer termo da oração principal. Helena apenas desejava uma coisa: que fosse muito feliz com sua família. Pedi um favor a meus amigos: que esperassem por mim. 4. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS - São introduzidas por pronome relativo: cujo, onde, quem, o qual, QUE a) Explicativa – acrescenta uma informação acessória, ampliando ou esclarecendo um detalhe de um conceito que já se encontra definido. Aparece sempre separada por vírgulas e pode ser retirada da frase sem que haja alteração do sentido da mesma. O leão, que é um animal selvagem, atacou o domador. A professora Ana Luísa, que é a professora mais nova da escola, não veio trabalhar hoje. b) Restritiva – especifica o sentido do nome a que se refere, restringindo seu significado a um ser único, definido por ele. Não existe marca de pausa, como vírgulas, entre este tipo de oração e a oração principal. São indispensáveis para a compreensão da frase. Ele é um dos poucos diretores que é apreciado por todos os funcionários. Toda comida que é fresca é mais saborosa. 7. CONCORDÂNCIA VERBAL & NOMINAL I. CONCORDÂNCIA NOMINAL Regra Geral: Casos Especiais 1. Com as expressões é proibido, é necessário, é bom, é preciso e é permitido: 2. 1 Adjetivo qualificando 2 ou Substantivos: @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 23 de 200 3. Vários adjetivos no singular caracterizando um único substantivo: O substantivo permanece no singular quando há presença de um artigo entre os adjetivos, mas fica no plural quando os adjetivos se apresentam sem artigos ou outros determinantes. Fiquei aprendendo coisas novas com a professora americana e afrancesa. Fiquei aprendendo coisas novas com as professoras americana e francesa. 4. Palavra só como adjetivo: Tendo o significado de sozinho, a palavra só atua como adjetivo, devendo concordar em número com o substantivo que caracteriza. Meu avô está só. Meus avós estão sós. 5. Com as palavras anexo, obrigado, mesmo, próprio, incluso e quite: As palavras anexo, obrigado, mesmo, próprio, incluso e quite devem concordar em gênero e número com o substantivo que caracterizam. Por favor, leia as informações anexas. As próprias professoras resolveram a falta de condições das salas de aula. Eu e você estamos quites. 6. Com as palavras bastante, caro, barato, muito, pouco, longe e meio: As palavras bastante, caro, barato, muito, pouco, longe e meio, embora invariáveis enquanto advérbios, devem concordar em gênero e número com o substantivo que caracterizam enquanto adjetivos. Há bastantes alunos interessados na palestra. Essas compras ficaram muito caras! Vou comprar aqueles chinelos baratos. Apenas preenchi meia folha de papel com as informações necessárias. 7. Com as palavras alerta e menos: As palavras alerta e menos, embora atuem como adjetivos, são advérbios, permanecendo sempre invariáveis. Os cachorros ouviram barulho e ficaram alerta. Assim, há menos confusão! 8. Com as expressões um e outro, uma e outra, num e noutro, numa e noutra: Com as expressões um e outro, uma e outra, num e noutro, numa e noutra, o adjetivo deve ser escrito no plural, embora ao substantivo permaneça no singular. A diretora achou um e outro funcionário cumpridores. Você pôs isso numa e noutra gaveta arrumadas? II. CONCORDÂNCIA VERBAL Regra Geral: Ex.: - Nós É campeão. - EXISTEM, em meio às dificuldades, muitos alunos focados. - Os usuários das redes sociais, na perspectiva da modernidade, ESPERA que suas postagens OBTENHA repercussão positiva. CASOS ESPECIAIS 1. Verbo HAVER no sentido de Existir 2. PARTÍCULA SE @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 24 de 200 1. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes. Neste caso, o verbo vai para o plural e concorda com a pessoa, por ordem de prioridade. Ex: Eu, tu e Cássio só chegaremos ao fim da noite. (eu, 1.ª pessoa + tu, 2.ª pessoa + ele, 3.ª pessoa), ou seja, a 1.ª pessoa do singular tem prioridade e, no plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós chegaremos". Jair e eu conseguimoscomprar um apartamento (eu, 1.ª pessoa + Jair, 3.ª pessoa). Aqui também é a 1.ª pessoa do singular que tem prioridade. No plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós conseguimos". 2. Sujeito seguido por "tudo", "nada", "ninguém", "nenhum", "cada um" Neste caso, o verbo fica no singular. Ex: Amélia, Camila, Pedro, ninguém o convenceu de mudar a opinião. 3. Sujeitos ligados por "com" Quando semelhante à ligação "e", o verbo vai para o plural. Ex: O ator com seus convidados chegaram às 6 horas. Mas, quando "com" representar “em companhia de”, o verbo concorda com o antecedente e o segmento "com" é grafado entre vírgulas: Ex: O pintor, com todos os auxiliares, resolveu mudar a data da exposição. 4. Sujeitos ligados por "ou" Os verbos ligados pela partícula "ou" vão para o plural quando a ação verbal estiver se referindo a todos os elementos do sujeito: Ex: Doces ou chocolate desagradam ao menino. - Quando a partícula “ou” é utilizada como retificação, o verbo concorda com o último elemento. Ex: A menina ou as meninas esqueceram muitos acessórios. - Mas, quando a ação verbal é aplicada a apenas um dos elementos, o verbo permanece no singular. Ex: Laís ou Elisa ganhará mais tempo. 5. Pronome relativo "quem" e "que" QUEM Neste caso, o verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular ou pode concordar com o antecedente do pronome "quem". Ex: Fui eu quem afirmou. Fui eu quem afirmei. QUE Neste caso, o verbo concorda com o antecedente do pronome “que”. Ex: Fui eu que levou. Foste tu que levaste. Foi ele que levou. 6. Sujeito coletivo Nesta situação, o verbo fica sempre no singular. Ex: A multidão ultrapassou o limite. Por outro lado, se o coletivo estiver especificado, o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural. Ex: A multidão de fãs ultrapassou o limite. A multidão de fãs ultrapassaram o limite. 7. Coletivos partitivos O verbo pode ser usado no singular ou no plural em coletivos partitivos, tais como "a maioria de", "a maior parte de", "grande número de". Ex: Grande número dos presentes se retirou. Grande número dos presentes se retiraram. 8. Expressões "mais de", "menos de", "cerca de" Nestes casos o verbo concorda com o numeral. Ex: Mais de uma mulher quis trocar as mercadorias. Mais de duas pessoas chegaram antes do horário. Nos casos em que “mais de” é repetido indicando reciprocidade, o verbo vai para o plural. Ex: Mais de uma professora se abraçaram. 9. Partícula "se" No caso em que a palavra "se" é índice de indeterminação do sujeito, o verbo deve ser conjugado na 3.ª pessoa do singular. Ex: Confia-se em todos. No caso em que a palavra "se" é partícula apassivadora, o verbo deve ser conjugado concordando com o sujeito da oração. Ex: Construiu-se uma igreja. Construíram-se novas igrejas. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 25 de 200 10. Verbos impessoais Nestes casos, o verbo sempre é conjugado na 3.ª pessoa do singular. Ex: Havia muitos copos naquela mesa. Houve dois meses sem mudanças. 11. Verbos "dar", "soar" e "bater" + hora (s) Nestes casos, o verbo sempre concorda com o sujeito. Ex: Deu uma hora que espero. Soaram duas horas. 8. DENOTAÇÃO, CONOTAÇÃO & FIGURAS DE LINGUAGEM DENOTAÇÃO & CONOTAÇÃO FIGURAS DE LINGUAGEM Figuras de Linguagem, também chamadas de figuras de estilo, são recursos estilísticos usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la mais bonita. Dependendo da sua função, elas são classificadas em: Figuras de palavras ou semânticas: estão associadas ao significado das palavras. Exemplos: metáfora, comparação, metonímia, catacrese, sinestesia e perífrase. Figuras de pensamento: trabalham com a combinação de ideias e pensamentos. Exemplos: hipérbole, eufemismo, litote, ironia, personificação, antítese, paradoxo, gradação e apóstrofe. Figuras de sintaxe ou construção: interferem na estrutura gramatical da frase. Exemplos: elipse, zeugma, hipérbato, polissíndeto, assíndeto, anacoluto, pleonasmo, silepse e anáfora. Figuras de som ou harmonia: estão associadas à sonoridade das palavras. Exemplos: aliteração, paronomásia, assonância e onomatopeia. FIGURAS DE PALAVRAS METÁFORA - A metáfora representa uma comparação de palavras com significados diferentes e cujo termo comparativo fica subentendido na frase. Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa). Uso da metáfora em "meu amor é uma caravana de rosas vagando num deserto inefável" COMPARAÇÃO - Chamada de comparação explícita, ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados conectivos de comparação (como, assim, tal qual). Exemplo: Seus olhos são como jabuticabas. Uso da comparação por meio do conectivo "como": "o amor é como uma flor" e "o amor é como o motor do carro" METONÍMIA - A metonímia é a transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra. Exemplo: Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de Shakespeare.) https://www.todamateria.com.br/metafora/ https://www.todamateria.com.br/figura-de-linguagem-comparacao/ https://www.todamateria.com.br/metonimia/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 26 de 200 Uso da metonímia que substitui o vocábulo boi por "cabeças de gado" CATACRESE - A catacrese representa o emprego impróprio de uma palavra por não existir outra mais específica. Exemplo: Embarcou há pouco no avião. Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um termo específico para o avião, embarcar é o utilizado. O uso da expressão "bala perdida" é utilizada por não ter outra mais específica SINESTESIA - A sinestesia acontece pela associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes. Exemplo: Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada. A frieza está associada ao tato e não à visão. PERÍFRASE - A perífrase, também chamada de antonomásia, é a substituição de uma ou mais palavras por outra que a identifique. Exemplo: O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8 quilômetros. (O rugido do leão é ouvido a uma distância de 8 quilômetros.) Na charge acima, a "Terra da Garoa" substitui "cidade de São Paulo" FIGURAS DE PENSAMENTO HIPÉRBOLE - A hipérbole corresponde ao exagero intencional na expressão. Exemplo: Quase morri de estudar. A expressão "morrendo de inveja" é uma hipérbole EUFEMISMO - O eufemismo é utilizado para suavizar o discurso. Exemplo: Entregou a alma a Deus. Acima, a frase informa a morte de alguém. Na charge acima, a explicação de fofoqueira é usada para suavizar o discurso IRONIA - A ironia é a representação do contrário daquilo que se afirma. Exemplo: É tão inteligente que não acerta nada. Nota-se o uso da ironia, uma vez que o personagem está zangado com a pessoa e utilizou o termo "inteligente" de maneira irônica https://www.todamateria.com.br/catacrese/ https://www.todamateria.com.br/figura-de-linguagem-sinestesia/ https://www.todamateria.com.br/perifrase/ https://www.todamateria.com.br/hiperbole/ https://www.todamateria.com.br/eufemismo/ https://www.todamateria.com.br/ironia/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 27 de 200 PERSONIFICAÇÃO - A personificação ou prosopopeia é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos aos seres irracionais. Exemplo: O jardim olhava as crianças sem dizer nada. A personificação é expressa na última parte do quadrinho onde o Zé Lelé afirma que o espelho está olhando ele. Assim, utilizou-se uma caraterística dos seres vivos (olhar) em um ser inanimado (o espelho). ANTÍTESE - A antítese é o uso de termos que têm sentidos opostos. Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz. Uso da antítese expressa pelos termos que têm sentidos opostos: positivo, negativo; mal, bem; paz e guerra PARADOXO -O paradoxo representa o uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal como no caso da antítese). Exemplo: Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom. Como é possível alguém estar cego e ver? Uso do paradoxo pelas ideias com sentidos opostos realçada pelos termos que explicam a "certeza": relativa e absoluta. GRADAÇÃO - A gradação é a apresentação de ideias que progridem de forma crescente (clímax) ou decrescente (anticlímax). Exemplo: Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total nervosismo. No exemplo acima, acompanhamos a progressão da tranquilidade até o nervosismo. Na tirinha, o personagem foi explicando de forma crescente a ideia APÓSTROFE - A apóstrofe é a interpelação feita com ênfase. Exemplo: Ó céus, é preciso chover mais? Notamos a ênfase na segunda parte da tirinha com o uso dos pontos de exclamação e interrogação: "Ai meu Deus!!! Ele vai me matar" O que faço!? É o fim!" https://www.todamateria.com.br/personificacao/ https://www.todamateria.com.br/antitese/ https://www.todamateria.com.br/paradoxo/ https://www.todamateria.com.br/figura-de-linguagem-gradacao/ https://www.todamateria.com.br/apostrofe/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 28 de 200 FIGURAS DE SINTAXE ELIPSE - A elipse é a omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil. Exemplo: Tomara você me entenda. (Tomara que você me entenda.) Na segunda imagem do quadrinho, notamos o uso da elipse: "depois (ele começou) a comer sanduíches entre as refeições..." ZEUGMA - A zeugma é a omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes. Exemplo: Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a conclusão.) A zeugma é utilizada na segunda e terceira parte dos quadrinhos: "(você é) um descongestionante nasal para o meu nariz"; (você é) um antiácido para meu estômago!" HIPÉRBATO - O hipérbato é a alteração da ordem direta da oração. Exemplo: São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns anjos.) A ordem direta do nosso hino é "Das margens plácidas do Ipiranga ouviram um brado retumbante de um povo heroico" POLISSÍNDETO - O polissíndeto é o uso repetido de conectivos. Exemplo: As crianças falavam e cantavam e riam felizes. Uso do polissíndeto pela repetição do conectivo "se for" ASSÍNDETO - O assíndeto representa a omissão de conectivos, sendo o contrário do polissíndeto. Exemplo: Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios. ANACOLUTO - O anacoluto é a mudança repentina na estrutura da frase. Exemplo: Eu, parece que estou ficando zonzo. (Parece que eu estou ficando zonzo.) https://www.todamateria.com.br/figura-de-linguagem-elipse/ https://www.todamateria.com.br/zeugma/ https://www.todamateria.com.br/hiperbato/ https://www.todamateria.com.br/polissindeto/ https://www.todamateria.com.br/assindeto/ https://www.todamateria.com.br/anacoluto/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 29 de 200 PLEONASMO - Pleonasmo é a repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar o significado. Exemplo: A mim me parece que isso está errado. (Parece- me que isto está errado.) Na tirinha acima, o "saia para fora" é um pleonasmo, uma vez que o verbo "sair" já significa "para fora". SILEPSE - A silepse é a concordância com o que se entende e não com o que está implícito. Ela é classificada em: silepse de gênero, de número e de pessoa. Exemplos: Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na bonita e agitada cidade de São Paulo.) A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de número: A maioria dos clientes ficou insatisfeita com o produto.) Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso concordância com nós, em vez de eles: Todos terminaram os exercícios.) Uso da silepse de pessoa em "mais da metade da população mundial somos crianças" e "as crianças, vamos ter o mundo nas mãos". ANÁFORA - A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras de forma regular. Exemplo: Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu estarei aqui sempre para você. Uso da anáfora pela repetição do termo "falta" FIGURAS DE SOM ALITERAÇÃO - A aliteração é a repetição de sons consonantais. Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma. Uso da aliteração em "O rato roeu a roupa do rei de Roma" PARONOMÁSIA - Paronomásia é a repetição de palavras cujos sons são parecidos. Exemplo: O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro = homem que anda a cavalo, cavalheiro = homem gentil) Uso da paronomásia por meio dos termos que possuem sons parecidos: "grama" e "grana" ASSONÂNCIA - A assonância é a repetição de sons vocálicos. https://www.todamateria.com.br/pleonasmo/ https://www.todamateria.com.br/silepse/ https://www.todamateria.com.br/anafora/ https://www.todamateria.com.br/aliteracao/ https://www.todamateria.com.br/paronomasia/ https://www.todamateria.com.br/assonancia/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 30 de 200 Exemplo: "O que o vago e incógnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa) Na tirinha acima, o uso da assonância é expresso pela repetição das vogais "a" em: "massa", "salga", "amassa" ONOMATOPEIA - Onomatopeia é a inserção de palavras no discurso que imitam sons. Exemplo: Não aguento o tic-tac desse relógio. No primeiro e último quadrinho temos o uso da onomatopeia com "Bum, Bum, Bum" e "Buááá...; Buááá...". O primeiro expressa o som do tambor, e o segundo, o choro do cebolinha. PONTUAÇÃO SINAIS DE PONTUAÇÃO Sinais de Pontuação são sinais gráficos que contribuem para a coerência e a coesão de textos, bem como têm a função de desempenhar questões de ordem estilística. São eles: PONTO (.) VÍRGULA (,) PONTO E VÍRGULA (;) DOIS PONTOS (:) PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!) PONTO DE INTERROGAÇÃO (?) RETICÊNCIAS (...) ASPAS (“”) PARÊNTESES ( ( ) ) TRAVESSÃO (—) 1. PONTO (.) O ponto, ou ponto final, é utilizado para terminar a ideia ou discurso e indicar o final de um período. O ponto é, ainda, utilizado nas abreviações. Exemplos: Acordei e logo pensei nela e na discussão que tivemos. Depois, saí para trabalhar e resolvi ligar e pedir perdão. O filme recebeu várias indicações para o óscar. Esse acontecimento remonta ao ano 300 a.C., segundo afirmam os nossos historiadores. Sr. João, lamentamos informar que o seu voo foi cancelado. 2. VÍRGULA (,) A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da continuação do período. Geralmente é usada: 1ª) Nas datas, para separar o nome da localidade. São Paulo, 25 de agosto de 2017. 2ª) Após os advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase. – Você gostou do vestido? – Sim, eu adorei! – Pretende usá-lo hoje? – Não, no final de semana. 3ª) Após a saudação em correspondência (social e comercial). Com muito amor, Respeitosamente, 4ª) Para separar termos de uma mesma função sintática. A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal. Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo. 5ª) Para destacar elementos intercalados, como: a) uma conjunção Estudamos bastante, logo, merecemos férias! b) um adjunto adverbial Estas crianças, com certeza, serão aprovadas. Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e a locução adverbial, principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija. c) um vocativo https://www.todamateria.com.br/onomatopeia/ https://www.todamateria.com.br/uso-do-ponto-final/ https://www.todamateria.com.br/usos-da-virgula-aprenda-os-truques/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 31 de 200 Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado. d) um aposto Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular. e) Uma expressão explicativa(isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.) O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus. 6ª) Para separar termos deslocados de sua posição normal na frase. O documento de identidade, você trouxe? 7ª) Para separar elementos paralelos de um provérbio. Tal pai, tal filho. 8ª) Para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo. As flores, eu as recebi hoje. 9ª) Para indicar a elipse de um termo. Daniel ficou alegre; eu, triste. 10ª) Para isolar elementos repetidos. A casa, a casa está destruída. Estão todos cansados, cansados de dar dó! 11ª) Para separar orações intercaladas. O importante, insistiam os pais, era a segurança da escola. 12ª) Para separar orações coordenadas assindéticas. O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém. 13ª) Para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas. Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio. Vá devagar, que o caminho é perigoso. Estude muito, pois será recompensado. As pessoas ora dançavam, ora ouviam música. ATENÇÃO Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência: 1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes. Exemplo: O homem vendeu o carro, e a mulher protestou. Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de "protestou". 2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Exemplo: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. 3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência, por exemplo) Exemplo: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada. 14ª) Para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais (quando estiverem antes da oração principal). Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir. Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova. 15ª) Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas. A incrível professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o conteúdo. 3. PONTO E VÍRGULA (;) O ponto e vírgula serve para separar várias orações dentro de uma mesma frase e para separar uma relação de elementos. É um sinal que muitas vezes gera confusão nos leitores, já que ora representa uma pausa mais longa que a vírgula e ora mais breve que o ponto. Exemplos: Os empregados, que ganham pouco, reclamam; os patrões, que não lucram, reclamam igualmente. Joaquim celebrou seu aniversário na praia; não gosta do frio e nem das montanhas. Os conteúdos da prova são: Geografia; História; Português. 4. DOIS PONTOS (:) Esse sinal gráfico é utilizado antes de uma explicação, para introduzir uma fala ou para iniciar uma enumeração. Exemplos: Na matemática as quatro operações essenciais são: adição, subtração, multiplicação e divisão. Joana explicou: — Não devemos pisar na grama do parque. 5. PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!) O ponto de exclamação é utilizado para exclamar. Assim, é colocado em frases que denotam sentimentos como surpresa, desejo, susto, ordem, entusiasmo, espanto. Exemplos: Que horror! Ganhei! 6. PONTO DE INTERROGAÇÃO (?) O ponto de interrogação é utilizado para interrogar, perguntar. Utiliza-se no final das frases diretas ou indiretas-livre. Exemplos: Quer ir ao cinema comigo? Será que ele prefere jornais ou revistas? https://www.todamateria.com.br/ponto-e-virgula/ https://www.todamateria.com.br/dois-pontos/ https://www.todamateria.com.br/ponto-de-exclamacao-quando-usar/ https://www.todamateria.com.br/ponto-de-interrogacao/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 32 de 200 7. RETICÊNCIAS (...) As reticências servem para suprimir palavras, textos ou até mesmo indicar que o sentido vai muito mais além do que está expresso na frase. Exemplos: Ana gosta de comprar sapatos, bolsas, calças… Não sei… Preciso pensar no assunto. 8. ASPAS (" ") É utilizado para enfatizar palavras ou expressões, bem como é usada para delimitar citações de obras. Exemplos: Satisfeito com o resultado do vestibular, se sentia o “bom”. Brás Cubas dedica suas memórias a um verme: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas." 9. PARÊNTESES ( ) Os parênteses são utilizados para isolar explicações ou acrescentar informação acessória. Exemplos: O funcionário (o mais mal-humorado que já vi) fez a troca dos artigos. Cheguei à casa cansada, jantei (um sanduíche e um suco) e adormeci no sofá. 10. TRAVESSÃO (—) O Travessão é utilizado no início de frases diretas para indicar os diálogos do texto bem como para substituir os parênteses ou dupla vírgula. Exemplos: Muito descontrolada, Paula gritou com o marido: — Por favor, não faça isso agora pois teremos problemas mais tarde. Maria - funcionária da prefeitura - aconselhou-me que fizesse assim. COLOCAÇÃO PRONOMINAL A colocação pronominal indica a posição dos pronomes átonos - me, nos, te, vos, se, o(s), a(s), lhe(s) - em relação ao verbo, do que resulta a próclise, a mesóclise e a ênclise. Antes de entender como cada um dos casos deve ser usado, a primeira regra é: a colocação pronominal é feita com base em prioridades. O caso que tem mais prioridade é a próclise, e se nenhuma das situações satisfizer o seu uso, é utilizada a ênclise. Lembrando que a mesóclise somente é utilizada com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito 1. PRÓCLISE Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Isso acontece quando a oração contém palavras que atraem o pronome: 1. Palavras que expressam negação tais como “não, ninguém, nunca”: Não o quero aqui. Nunca o vi assim. 2. Pronomes relativos (que, quem, quando...), indefinidos (alguém, ninguém, tudo…) e demonstrativos (este, esse, isto…): Foi ela que o fez. Alguns lhes deram maus conselhos. Isso me lembra algo. 3. Advérbios ou locuções adverbiais: Ontem me disseram que havia greve hoje. Às vezes nos deixa falando sozinhos. 4. Palavras que expressam desejo e também orações exclamativas: Oxalá me dês a boa notícia. Deus nos dê forças. 5. Conjunções subordinativas: Embora se sentisse melhor, saiu. Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo. 7. Palavras interrogativas no início das orações: Quando te deram a notícia? Quem te presenteou? 2. MESÓCLISE Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Isso acontece com verbos do futuro do presente ou do futuro do pretérito, a não ser que haja palavras que atraiam a próclise: Orgulhar-me-ei dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do presente: orgulharei) Orgulhar-me-ia dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do pretérito: orgulharia) 3. ÊNCLISE Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Isso acontece quando a oração contém palavras que atraem esse tipo de colocação pronominal: 1. Verbos no imperativo afirmativo: Depois de terminar, chamem-nos. Para começar, joguem-lhes a bola! 2. Verbos no infinitivo impessoal: Gostaria de pentear-te a minha maneira. O seu maior sonho é casar-se. 3. Verbos no início das orações: Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo. Surpreendi-me com o café da manhã. https://www.todamateria.com.br/uso-das-reticencias/ https://www.todamateria.com.br/uso-das-aspas/ https://www.todamateria.com.br/uso-dos-parenteses/ https://www.todamateria.com.br/uso-do-travessao/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 33 de 200 Colocação pronominal nas locuções verbais Nos exemplos acima existe apenas um verbo atraindo o pronome. Agora, vejamos como ocorre a colocação do pronome nas locuções verbais. Lembrando que as regras citadas para os verbos na forma simples devem ser seguidas. 1. Usa-se a ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas locuções verbais em que o verbo principal esteja no infinitivo ou no gerúndio: Devo-lhe explicar oque se passou. (ênclise depois do verbo auxiliar, “devo”) Devo explicar-te o que se passou. (ênclise depois do verbo principal, “explicar”) 2. Caso não haja palavra que atraia a próclise, usa-se a ênclise depois do verbo auxiliar em que o verbo principal esteja no particípio: Foi-lhe explicado como deveria agir. (Ênclise depois do verbo auxiliar, “foi”, uma vez que o verbo principal “explicar” está no particípio, “explicado”) Tinha-lhe feito as vontades se não tivesse sido mal criado. (Ênclise depois do verbo auxiliar, “tinha”, uma vez que o verbo principal “fazer” está no particípio, “feito”). INTERPRETAÇÃO TEXTUAL A compreensão e a interpretação de texto dependem do contexto de produção, além do conhecimento de mundo e dos conhecimentos linguísticos e literários do(a) leitor(a). Interpretação de texto é explicar um texto. Para isso, é necessário que, antes, o(a) leitor(a) o tenha compreendido. Nesse percurso, entre o processo inconsciente de compreensão e a ação consciente de interpretação da obra, ele(a) vai depender do conhecimento de mundo, além dos conhecimentos linguísticos e/ ou literários para encontrar o(s) sentido(s) do texto e o explicar. Resumo sobre interpretação de texto Interpretação de texto é o ato de explicar um texto após a sua compreensão. A compreensão e a interpretação dependem, principalmente, do contexto. Há diferenças na interpretação de um texto literário e de um texto não literário. A interpretação de texto no Enem exige do(a) candidato(a), além de conhecimento de mundo, conhecimentos linguísticos e literários. A compreensão é um processo inconsciente; já a interpretação, um processo consciente. O QUE É INTERPRETAÇÃO DE TEXTO? Interpretar um texto significa não só o compreender, mas também perceber suas nuances, seus detalhes implícitos. Portanto, o(a) leitor(a) precisa entender o contexto de produção desse texto. Além disso, outros conhecimentos são úteis nesse processo, como: tipologia textual, gêneros textuais, funções de linguagem e, se o texto for literário, noções de estilos de época e figuras de linguagem também são de grande utilidade. Afinal, interpretar um texto é buscar não só seu(s) sentido(s), mas também seu(s) objetivo(s). COMO FAZER A INTERPRETAÇÃO DE TEXTO? Para interpretar eficazmente um texto, é preciso considerar os objetivos de seu autor (emissor ou enunciador). No entanto, isso não pode ser feito por meio de suposições, pois estão no texto todos os elementos necessários para a sua compreensão e interpretação. É o texto que nos diz qual é a intenção comunicativa de seu autor. A interpretação é um processo racional de análise do texto. Isso significa que qualquer afirmação que o(a) leitor(a) fizer sobre o que leu deve ser passível de comprovação a partir de elementos textuais. Se o(a) leitor(a) não consegue comprovar sua leitura por meio de argumentos sustentados pelo texto lido, sua interpretação é uma invenção. É claro que existem textos plurissignificativos, que, portanto, permitem mais de uma leitura. Porém, elas também necessitam de comprovação. Então, o(a) leitor(a) precisa analisar, criticar e fazer perguntas ao texto, para buscar elementos que comprovem a sua interpretação. O bom leitor e a boa leitora não são ingênuos, são críticos e, portanto, questionadores: Dicas para uma boa interpretação de texto . 1. Observar se o texto é literário ou não literário A primeira pergunta que você deve fazer antes de ler um texto é se ele é literário ou não literário. Isso porque as características de um texto artístico são diferentes das de um texto funcional. https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-um-texto.htm https://brasilescola.uol.com.br/redacao/tipos-textuais.htm https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/figuras-linguagem.htm @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 34 de 200 Você não pode ler um texto literário da mesma forma que lê uma notícia de jornal ou um artigo científico. Então, entenda a diferença entre um texto literário e não literário. 2. Crie hipóteses antes da leitura Antes de começar uma leitura mais detalhada do texto, busque criar hipóteses sobre o conteúdo que você vai ler. Assim, você inicia a leitura mais preparado(a), pois já sabe mais ou menos o assunto do texto. Nessa sua pré-leitura, busque saber: Quem é o autor ou enunciador do texto?: conhecer o estilo autoral é um conhecimento prévio relevante para o entendimento do(a) leitor(a). O que sugere o título do texto?: muitas vezes, o título se refere à temática principal. Qual o tipo de texto?: textos narrativos, descritivos, expositivos e argumentativos possuem características diferentes; e o desconhecimento delas pode ser um dificultador da leitura. Qual o gênero textual?: entrevista, notícia, conto etc. também apresentam características próprias; e, assim como no tipo textual, o desconhecimento do gênero do texto pode limitar o entendimento do(a) leitor(a). Por que você quer ler o texto?: o objetivo do(a) leitor(a) também influencia na leitura; afinal, você não pode ler um poema com os mesmos olhos que lê uma bula de remédio. Qual o contexto de produção?: situar o texto é essencial para entendê-lo melhor; pois ele pode ser atual ou escrito em um contexto político, social e cultural diferente do tempo da leitura, o que pode influenciar na linguagem e na temática da obra. 3. Ler apenas um livro não faz de você um(a) leitor(a) competente A prática da leitura aprimora a sua compreensão textual, além de permitir que você acumule um repertório, que vai possibilitar o entendimento de vários outros textos, de tipos e gêneros diversos. 4. O conhecimento de mundo que auxilia a leitura não está restrito aos livros Você acumula informações ao ler e ao assistir a (tele)jornais, ao ampliar seu gosto musical e, também, cinematográfico, e quando você busca saber mais sobre outras artes. 5. Amplie seus conhecimentos linguísticos e seu vocabulário Você não precisa saber, por exemplo, que a palavra “cujo” é um pronome, mas se desconhecer a sua função, seu entendimento textual vai ficar comprometido. 6. Durante a leitura, faça marcações em seu texto. Sublinhe as informações mais relevantes, circule partes que não compreendeu para retomá-las mais tarde e anote suas dúvidas ou descobertas, pois os textos têm a capacidade de gerar questionamentos e fazer revelações. 7. Não queira entender completamente um texto com apenas uma leitura. É preciso ler mais de uma vez para chegar ao entendimento e encontrar, enfim, o(s) sentido(s) e o(s) objetivo(s) do texto. ANOTAÇÕES: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/generos-textuais.htm https://brasilescola.uol.com.br/redacao/generos-textuais.htm @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 35 de 200 LÓGICA PROPOSICIONAL Sentença ou proposição é um conjunto de palavras ou símbolos que exprimem uma ideia. Na lógica, estudamos as sentenças declarativas, sentenças as quais podemos atribuir o valor lógico verdadeiro ou falso. São elas as sentenças declarativas do tipo: 1) A matemática é uma ciência exata 2) Todo político é corrupto. 3) dois mais dois é igual a três 4) 5>3 Não são proposições lógica as sentenças: 1) interrogativas ( quem é você ? ) , 2) exclamativas ( felicidades ! parabéns ! ) 3) imperativa ( ordem ) ( vá embora, não fume. ). 4) Sentenças sem verbo ( o carro de João ) 5) Um poema “ subi na árvore para ver meu amor passar, meu amor não passou ...eu desci” 6) Sentenças matemáticas abertas como as equações 2x + 3 = 15 e as inequações - x + 4 <12 . 7) Sentenças paradoxais ( essa sentença é falsa ). Observeque nesse caso não temos como atribuir o valor V ou F 8) Sentenças paradoxais Exemplo:“Esta frase é uma mentira”ou“ Só sei que nada sei”. Uma proposição pode ser do tipo simples ou composta. ProposiçãoSimples: “Margarida gosta de rosas” Proposição Composta: “Se amanhã não chover então irei ao teatro”. As proposições compostas utilizam os conectivos lógicos. Valor lógico de uma proposição O valor lógico de uma proposição é Verdadeiro ou Falso. Exemplo: a proposição simples Florianópolis é capital de Santa Catarina tem valor lógico verdadeiro. A proposição 5 + 3 > 10 tem valor lógico falso. Princípios adotados como regras fundamentais do pensamento, na Lógica: 1) Princípio da não contradição - uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo. 2) Princípio do terceiro excluído - toda proposição ou é verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sempre um destes casos e nunca um terceiro. 3) Princípio da identidade – se uma proposição é verdadeira, então ela é, verdadeira, vale dizer, todo objeto é idêntico a si mesmo. Exercício resolvido Verifique quais das sentenças abaixo representa uma proposição e em caso afirmativo atribua um valor lógico: a) Quando você vai fazer a prova? (Não é proposição) b) É proibido pisar na grama. (Não é proposição) c) 2 + 5 = 8 (Sim) – valor lógico Falso d) 5x - 2 > 8 (Não é proposição) e) 4.6 + 1 > 20 (Sim) – valor lógico Verdadeiro f) 4x + 4 = 20 (Não é proposição) g) “A frase dentro destas aspas é uma mentira.” (Não é proposição). VARIÁVEIS PROPOSICIONAIS São letras latinas minúsculas ou maiúsculas utilizadas para indicar as proposições. Exemplos: P: A lua é quadrada. Q: A neve é branca. MODIFICADOR LÓGICO (NEGAÇÃO) Uma proposição pode ser formada a partir de outra, pelo uso do modificador “não”. NÃO SÃO PREPOSIÇÕES INTERROGATIVAS EXCLAMATIVAS IMPERATIVAS VAGO OU SENTIMENTOS OU OPINIÃO @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 36 de 200 Ao acrescentarmos o não em uma proposição, obtemos a sua negação. Indicando uma proposição por p, sua negação será representada por ~p ou ¬p. Quando uma proposição é do tipo simples construímos a sua negação apenas negando o seu verbo. Exemplos: p: 40 é um número composto. ~p: 40 não é um número composto. q: Brasília é a capital do Brasil ~q Brasília não é a capital do Brasil Para obter a negação de uma sentença podemos utilizar o modificador “não” ou “não é verdade que” ou é “falso que” ou “não é o caso que”. Exemplo: O Avaí é o melhor time de Santa Catarina, sua negação pode ser: a) O Avaí não é o melhor time de Santa Catarina. b) Não é verdade que o Avaí é o melhor time de Santa Catarina. c) É falso que o Avaí é o melhor time de Santa Catarina. Se uma proposição é verdadeira, sua negação será falsa. Se uma proposição é falsa, sua negação será verdadeira. Exemplo: p: O estado de Santa Catarina é banhado pelo oceano Atlântico é uma proposição verdadeira. ~p: O estado de Santa Catarina não é banhado pelo oceano Atlântico é uma proposição falsa. Importante: a negação de uma negação será sempre uma afirmação. Simbolicamente teremos: ~(~p) = p Exemplo: Dizer que “não é verdade que hoje não é domingo” é o mesmo que dizer que” hoje é domingo”. CASOS PARTICULARES DE NEGAÇÃO Proposições do tipo nenhum, nenhuma ou ninguém Nenhum Algum Nenhuma Alguma Ninguém Alguém Exemplos: P: Nenhum voto foi anulado. ~P: Algum voto foi anulado. Q: Nenhuma prova foi encontrada no local do crime ~Q: Alguma prova foi encontrada no local do crime. R: Ninguém gosta de mim. ~R: Alguém gosta de mim. Importante: algum = existe = pelo menos um Exemplos A: Nenhum homem é fiel sua negação é: ~A: Algum homem é fiel ou Existe homem fiel ou Pelo menos um homem é fiel 2) Proposição do tipo “todo” ou “toda” ou “todos” ou “todas” Todo(a) Algum(a).........não... Todos(as) Alguns(mas). ..não.. Observe que nesse caso temos que negar o verbo. Exemplo. Todos os animais são mamíferos.” é: “Algum animal não é mamífero “Existe animal que não é mamífero” ou “Pelo menos um animal não é mamífero” OBSERVAÇÕES: Observe as sentenças abaixo: 1) O termo nem antes do termo todo significa que temos que negar a frase. Exemplo: A: nem todo livro é instrutivo ~A: algum livro não é instrutivo. 2) Negação de sentenças matemáticas a) 3 + 5 = 8 é 3 + 5 ≠ 8 b) x > 3 é x ≤3 c) x < 3 é x ≥ 3 Exemplo A negação da proposição: “Todo número x é tal que x + 1 > 2”, é a proposição: “Existe um número x tal que x + 1 ≤2”. 3) A negação da proposição “algum gato é pardo” pode ser: a) nenhum gato é pardo. b) todo gato não é pardo. nenhum algum nenhuma alguma Ninguém alguém @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 37 de 200 PROPOSIÇÕES COMPOSTAS Como vimos anteriormente, as proposições podem ser do tipo simples ou composta. As compostas são formadas por duas ou mais proposições simples interligadas por um “conectivo”. São eles: Proposição Forma Símbolo D i s j u n ç ã o n ã o exclusive Ou V Disjunção exclusiva Ou .... ou V Conjunção E ^ Condicional Se...então → Bicondicional Se e somente se ↔ Disjunção não exclusiva - Exemplo: gosto de frutas ou carne. Disjunção exclusivas - Exemplo: ou caso ou compro uma bicicleta. Conjunção - Exemplo: vou trabalhar e voltar para casa. Condicional - Exemplo: Se beber, não dirija. Bicondicional - Exemplo: vou viajar se e somente se receber meu salário. Exercício resolvido: 1) Escreva as sentenças abaixo utilizando os conectivos adequados: a) A vida é bela ou a felicidade existe. b) Ou encontro um trabalho ou vou estudar. c) A lua é quadrada e a neve é branca. d) Se eu ganhar na loteria então vou viajar. e) Caso com você se e somente se for aprovado no concurso. f) Se Ana é bonita ou rica, então Ana é feliz. Solução a) R: p V q b) R: p V q c) R: p ^ q d) R: p → q e) R: p ↔ q f) R: (p V q) → r TABELA VERDADE Para determinar o valor (verdade) das proposições compostas, conhecidos as proposições simples que as compõem, usaremos tabela verdade. O número de linhas de uma tabela verdade é dada por 2 n onde n representa o número de proposições simples. Exemplos: Se temos uma proposição simples do tipo Melissa é teimosa teremos então uma única proposição (n=1). Assim a tabela verdade terá 21 = 2 linhas. Sendo p e q proposições, a tabela verdade têm-se: 22 = 4 linhas Sendo p, q e r proposições, a tabela verdade têm-se: 23 = 8 linhas Exemplos: considerando uma proposição simples P teremos uma coluna e duas linhas. P V F Considerando duas proposições P e Q P Q V V V F F V F F A seguir veremos a construção da tabela verdade para cada um dos cincos conectivos lógicos e a aplicação nas soluções dos exercícios. 1) Disjunção não exclusiva: (ou) P Q P V Q V V V V F V F V V F F F “Basta uma das proposições simples ser verdadeira para que a proposição composta seja verdadeira”. 2) Disjunção exclusiva: (ou ....ou...) P Q P V Q V V F V F V F V V F F F @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 38 de 200 “Apenas uma das proposições deve ser verdadeira, nunca ambas simultaneamente”. 3) Conjunção: (e) P Q P ̂ Q V V V V F F F V F F F F “Ambas devem ser verdadeiras para que a proposição seja verdadeira”. 4) Condicional: (se então) P Q P → Q V V V V F F F V V F F V “Será falsa quando a primeira for verdadeira e a segunda for falsa; nos demais casos será verdadeira”. Macete: ‘Vera Fischer é Feia’ é uma frase falsa. Importante: a proposição p é chamada de condição suficiente e q é chamada de condição necessária. Esse conectivo é mais frequente em questões e, portanto, deve ser analisado em detalhes. As seguintes expressões podem se empregar como equivalentes de “Se A, então B”: 1) Se A, B. . 2) B, se A. 3) Quando A, B. 4) A implica B. 5) Todo A é B 6) A é condição suficiente para B. 7) B é condição necessária para A. 8) A somente se B. Exemplo: Dada acondicional “Se chove, então fico molhado”, são expressões equivalentes: 1) Se chove, fico molhado. 2) Fico molhado, se chove. 3) Quando chove, fico molhado. 4) Chover implica ficar molhado. 5) Toda vez que chove, fico molhado 6) Chover é condição suficiente para fico molhado. 7) Ficar molhado é condição necessária para chover. 8) Chove somente se fico molhado. 5) Bicondicional: se e somente se P Q P ↔ Q V V V V F F F V F F F V “As proposições devem ter o mesmo valor lógico para ser verdadeira”. Importante: p é uma condição necessária e suficiente para q e q é uma condição necessária e suficiente para p. Uma proposição Bi condicional “A se e somente se B” equivale à proposição composta: “se A então B e se B então A”, ou seja, “A ↔ B “é a mesma coisa que “ (A →B) e (B →A)” Podem-se empregar também como equivalentes de “A se e somente se B” as seguintes expressões: 1) A se e só se B. 2) Se A então B e se B então A. 3) A implica B e B implica A. 4) Todo A é B e todo B é A. 5) A somente se B e B somente se A. 6) A é condição suficiente e necessária para B. 7) B é condição suficiente e necessária para A. EQUIVALÊNCIA LÓGICA Dizemos que duas proposições são logicamente equivalentes ou simplesmente equivalentes quando satisfazem às duas condições seguintes: 1o – são compostas pelas mesmas proposições simples; 2o – têm tabelas-verdade idênticas. Uma consequência prática da equivalência lógica é que ao trocar uma dada proposição por qualquer outra que lhe seja equivalente, estamos apenas mudando amaneira de dizê-la. A equivalência lógica entre duas proposições, A e B, pode ser representada simbolicamente como: A ↔ B (lê-se: A é equivalente a B). Observe que as proposições equivalentes querem “passar a mesma mensagem”, porém com palavras diferentes. São proposições de mesmos valores lógicos. Exemplo: verifique se a proposição A: (p V q) → r é equivalente a proposição B: (p → r) V s. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 39 de 200 Solução: observe que a proposição A apresenta uma proposição r que não existe em B; isso já é suficiente para dizermos que A e B não são equivalentes. Com a finalidade de acelerar a solução dos exercícios devemos gravar os principais casos de equivalências lógicas cobrados pelas bancas examinadoras. São eles: CONDICIONAL: existem duas proposições equivalentes a ela. a) P → Q= ~Q →~P (chamada de contrapositiva) b) P → Q= ~P V Q (chamamos de “bastardinha”) Exemplo: considere a proposição “se beber então não fume”. Podemos criar outras duas proposições equivalentes a ela: 1) contrapositiva: “se for dirigir não beba” 2) bastardinha: “não beba ou não dirija”. DISJUNÇÃO NÃO EXCLUSIVA: existem duas proposições equivalentes a ela. a) P V Q = ~P → Q b) P V Q = ~Q → P Exemplo: considere a proposição “gosto de fruta ou de doce”. Podemos criar outras duas proposições equivalentes a ela: 1) Se não gosto de fruta então gosto de doce 2) Se não gosto de doce então gosto de fruta. Exercício resolvido: Uma proposição X é dita logicamente equivalente a uma outra, Y, quando ocorrer que elas tenham sempre o mesmo valor lógico, ou seja, sempre que uma das duas é verdadeira a outra também é verdadeira e sempre que uma das duas é falsa a outra também é falsa. Com base nesta definição assinale a única proposição abaixo que não é equivalente da proposição “Se A então B”: a) Todo A é B. b) A é condição suficiente para B. c) Se B então A. d) Se não B então não A. e) B é condição necessária para A. Resposta: C NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS Um problema de grande importância para a lógica é o da identificação de proposições equivalentes à negação de uma proposição dada. Negar uma proposição simples é uma tarefa que não oferece grandes obstáculos. Entretanto podem surgir algumas dificuldades quando procuramos identificar a negação de uma proposição composta. Como vimos anteriormente, a negação de uma proposição deve ter sempre valor lógico oposto ao da proposição dada. Deste modo, sempre que uma proposição A for verdadeira, a sua negação ~A deve ser falsa e sempre que A for falsa, ~A deve ser verdadeira. Em outras palavras a negação de uma proposição deve ser contraditória com a proposição dada. É comum nos exercícios falar em “equivalente lógica negativa”, isso tem o mesmo significado de negação. Ao se pedir uma proposição “equivalente lógica negativa” é mesmo que dizer “encontre a negação” da proposição. A seguir veremos os casos principais de negação de proposições compostas. É fundamental a memorização dessas regras para se acertar os problemas de negação, muito frequentes nas provas de raciocínio lógico. Negação das proposições compostas ~ (A V B) ~A ̂ ~B ~ (A ̂ B) ~A v ~B ~(A →B) A ̂ ~B ~(A VB) A ↔ B ~(A ↔B) A V B Observe os exemplos abaixo: A: Ela estudou muito ou teve sorte na prova. ~A:Ela não estudou muito e não teve sorte na prova. B: O tempo será frio e chuvoso. ~B: O tempo não será frio ou não será chuvoso. C: Se o tempo está chuvoso então está frio. ~C: O tempo está chuvoso e não está frio. Leis de Morgan 1) ~(~A v ~ B) = A ^ B 2) 2) ~(~A ^ ~ B ) = A V B Exercício resolvido Sejam as proposições p:João é inteligente e q:Paulo joga tênis. Então ~ (~p v q) em linguagem corrente, é: @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 40 de 200 a) João é inteligente ou Paulo não joga tênis. b) João é inteligente e Paulo não joga tênis. c) João não é inteligente e Paulo não joga tênis. d) João não é inteligente ou Paulo joga tênis. e) João é inteligente ou Paulo joga tênis. Solução: ~ (~p v q ) = p ^ ~q João é inteligente e Paulo não joga tênis. (Alternativa b) PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS – DIAGRAMAS LÓGICO Em algumas situações, símbolos matemáticos são usados para facilitar a compreensão e o estudo de temas mais teóricos, inclusive de outras áreas, como a Lógica Matemática. Os diagramas de Venn são ferramentas utilizadas para facilitar o estudo de sentenças lógicas argumentativas. Veja os exemplos: 1) Proposição do tipo “Todo A é B“. Exemplo: todo mamífero é um animal. Podemos ter 2 possibilidades de representação em forma de diagramas. Todo elemento de A é elemento de B ou seja A B. 2) Proposição do tipo “Algum A é B“. Exemplo: algum número par é primo. Essa proposição nos leva a pensar em 4 p o s s i b i l i d a d e s de representação (diagramas) Pelo menos um elemento de A é elemento de B. Todos os elementos de A estão em B ou seja A, B. Pode ocorrer ao contrário. Ou seja, todo B está em A ou seja BA. E pode ocorrer de ambos serem iguais (A = B). Proposição do tipo “Algum A não é B“. Exemplo: algum pesquisador não é professor. Podemos ter 3 possibilidades de representação. Existe elemento de A que não faz parte de B. Quando dizemos algum não podemos deixar de pensar na possibilidade de serem todos. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 41 de 200 4) Proposição do tipo “Nenhum A é B“. Exemplo: nenhum número par é impar Esta proposição afirma que A e B são dois conjuntos disjuntos (intersecção vazia). LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de proposições iniciais redunda em uma outra proposição final, que será consequência das primeiras. Dito de outra forma, argumento é a relação que associa um conjunto de proposições P1, P2,. Pn, chamadas premissas do argumento, a uma proposição C, chamada de conclusão do argumento. No lugar dos termos premissa e conclusão podem ser também usados os correspondentes hipótese e tese, respectivamente. Vejamos alguns exemplos de argumentos: Exemplo 1) P1: Todos os cearenses são humoristas. P2: Todos os humoristas gostam de música. C: Todosos cearenses gostam de música. 2) P1: Todos os cientistas são loucos. P2: Martiniano é louco. C: Martiniano é um cientista. Existem argumentos com apenas uma premissa e uma conclusão. Veja o exemplo: Todos os peixes precisam de água. Logo, este peixe também precisa de água. Premissa: Todos os peixes precisam de água. Conclusão: este peixe também precisa de água. Importante dizer que nem sempre a conclusão é a última proposição. Observe o exemplo: Hoje vai chover, pois há nuvens no céu, e sempre chove quando há nuvens no céu. Organizando o argumento teríamos: P1: há nuvens no céu. P2: sempre chove quando há nuvens no céu. C:hoje vai chover. Da mesma forma nada impede que a conclusão seja colocada entre duas premissas. Veja o seguinte argumento; Como faltou a mais da metade das aulas, Roberto reprovou por faltas, pois tem frequência inferior a 50%. Organizando o argumento teríamos: P1: Roberto faltou a mais da metade das aulas P2: Roberto tem frequência inferior a 50%. C: Roberto reprovou por faltas. FORMAS DE REPRESENTAÇÃO DO ARGUMENTO 1ª forma: Premissa 1.Premissa 2 | Conclusão 2ª forma: Premissa 1 Premissa 2 ________ Conclusão O tipo de argumento ilustrado nos exemplos anteriores é chamado silogismo. Silogismo é o argumento formado por duas premissas e a conclusão. TIPOS DE ARGUMENTO: DEDUTIVO E INDUTIVO Dedutivo Argumento dedutivo é aquele que parte de proposições cada vez mais universais para proposições particulares, proporcionando o que chamamos de demonstração, pois que sua inferência (a conclusão é extraída das premissas) é a inclusão de um termo menos extenso em outro de maior extensão. De forma mais prática partindo do genérico concluímos o particular. GERAL PARTICULAR @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 42 de 200 Dedutivo Os seguintes exemplos podem elucidar melhor: Exemplo 1: Todo homem é mortal. João é homem Logo, João é mortal. Observe que no primeiro exemplo o argumento parte de uma premissa universal para uma conclusão com proposição particular (porque a segunda premissa é também particular. Exemplo 2: Todo brasileiro é mortal Todo paulista é brasileiro. Logo, todo paulista é mortal. No segundo argumento, todas as premissas, bem como a conclusão, são universais. No entanto, em ambos ocorrem a inferência, pois que os termos dados (mortal, homem e João – primeiro argumento, mortal, brasileiro e paulista – segundo argumento) possuem uma relação de extensão entre si que vai do maior termo (geral), passando pelo médio (através do qual há mediação) e chegando, por fim, ao termo menor (particular). Indutivo O segundo tipo de argumento é o indutivo. Este parte de proposições particulares ou com termos relativamente menores do que os que estão na conclusão, e chega a termos mais universais ou mais extensos. Veja os exemplos abaixo: PARTICULAR GERAL Exemplo 1: O ferro conduz eletricidade. O ouro conduz eletricidade. O chumbo conduz eletricidade. A prata conduz eletricidade. Logo, todo metal conduz eletricidade. Exemplo 2: Todo cão é mortal. Todo gato é mortal. Todo peixe é mortal. Todo pássaro é mortal. Logo, todo animal é mortal. Portanto, são duas as formas de se fazer argumentos: por dedução ou por indução. Cada uma é aplicada segundo as necessidades da investigação e a natureza do problema suscitado pela razão humana. ARGUMENTO VÁLIDO Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigatória do seu conjunto de premissas. Veremos em alguns exemplos adiante que as premissas e a própria conclusão poderão ser visivelmente falsas (e até absurdas!), e o argumento, ainda assim, será considerado válido. Isto pode ocorrer porque, na Lógica, o estudo dos argumentos não leva em conta a verdade ou a falsidade das premissas que compõem o argumento, mas tão somente a validade deste. A validade de um argumento não tem nada a ver com o fato das premissas e a conclusão serem falsas ou verdadeiras (no mundo real). Exemplo: Considere o argumento: P1: Todos os homens são pássaros. P2: Nenhum pássaro é animal. C: Portanto, nenhum homem é animal. O argumento está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, é um argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da conclusão sejam totalmente questionáveis. Repetindo: o que vale é a construção, e não o seu conteúdo! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido, independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão! Como saber que um determinado argumento é mesmo válido? Uma forma simples e eficaz de comprovar a validade de um argumento é utilizando-se de diagramas de conjuntos. Trata-se de um método muito útil e que será usado com frequência em questões que pedem a verificação da validade de um argumento qualquer. Vejamos como funciona, usando esse exemplo abaixo: P1: “todos os homens são pássaros” P2: “Nenhum pássaro é animal”. C: “Nenhum homem é animal”. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 43 de 200 Quando se afirma, na premissa P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar essa frase da seguinte maneira: Observem que todos os elementos do conjunto menor (homens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase “Todo A é B”. Dois conjuntos, um dentro do outro, estando o conjunto menor a representar o grupo de quem se segue à palavra todo. Façamos a representação gráfica da segunda premissa. Temos, agora, a seguinte frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a palavra chave desta sentença é nenhum. E a ideia que ela exprime é de uma total dissociação entre os dois conjuntos. Vejamos como fica sua representação gráfica: Pássaro Animal Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em comum. Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos: Agora, comparemos a conclusão do nosso argumento – Nenhum homem é animal – com o desenho das premissas acima. E aí? Será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o conjunto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido! ARGUMENTO INVÁLIDO Dizemos que um argumento é inválido – também denominado ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão. Entenderemos melhor com um Exemplo. Exemplo: P1: Todas as crianças gostam de chocolate. P2: Melissa não é criança. C: Portanto, Melissa não gosta de chocolate. Veremos a seguir que este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. Melissa pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam de chocolate. Da mesma forma que utilizamos diagramas de conjuntos para provar a validade do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo artifício, que o argumento em análise é inválido. Vamos lá: Comecemos pela primeira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”. Já aprendemos como se representa graficamente esse tipo de estrutura. Teremos: Chocolate Criança Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Melissa não é criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da primeira premissa) e neleindicar onde poderá estar localizada a Melissa, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos facilmente que a Melissa só não poderá estar dentro do conjunto das crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto, concluímos que a Melissa poderá estar em dois lugares distintos do diagrama: 1º) Fora do conjunto maior; 2º) Dentro do conjunto maior (sem tocar o conjunto das crianças). Pássaros Homens @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 44 de 200 Vejamos: Olhando para o desenho acima observamos que pode ser que ela goste de chocolate, mas também pode ser que não goste (caso esteja fora do retângulo grande). Assim, temos então um argumento considerado inválido uma vez que as premissas não nos permitem chegar à conclusão nenhuma. O argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a veracidade da conclusão! Importante observar que a validade de um argumento não tem nenhuma relação com a veracidade das premissas e conclusão no mundo real e sim com a forma como ele está construído. Podemos ter premissas e conclusão falsas (no mundo real) e mesmo assim o argumento ser válido. Observe o exemplo: P1: Todo peixe tem asa. (Falso) P2: Todo o cão é peixe. (Falso) C: Todo o cão tem asa. (Falso) Veja a representação gráfica das premissas: Pelo diagrama concluímos que todo cão tem asa que exatamente a conclusão apresentada pelo argumento. Dessa forma a conclusão está de acordo com as premissas tornando o argumento válido. Observe que a validade do argumento não tem nada a ver com o fato das proposições serem absurdas (falsas) quando pensamos no mundo real. O que vale mesmo é o fato de o argumento estar bem construído. RESUMO São consideradas proposições lógicas apenas as sentenças declarativas (ou afirmativas). Exemplo: O edital do concurso foi publicado. Não são consideradas proposições as sentenças do tipo: a) interrogativa: Qual é o seu nome? b) exclamativas: Parabéns! Sucesso! c) imperativas: Não fume! Não corra! Faça a prova! d) sentenças aberta: x + 2 = 5 ; 2x – 2 > 4; ele é competente e) orações sem verbos: linda mulher, livro interessante Tipos de Proposições Simples: Pedro é funcionário público. Composta: Pedro é funcionário público ou comissionado. As proposições compostas apresentam os conectivos lógicos. Importante: o símbolo ~ ou ¬ representa a negação da sentença. Se a proposição P for verdadeira ~P será falsa. TABELA VERDADE Nº de colunas = nº de proposições simples = n Nº de linhas = 2n Exemplo: a proposição (A V B) →C tem três proposições e, portanto, a tabela verdade terá 23 = 8 linhas. Tabela verdade dos 5 conectivos lógicos A B ~A ~B A^B AVB AVB A→B ↔ V V F F V V F V V V F F V F V V F F F V V F F V V V F F F V V F F F V V Exemplo: Se existe justiça então ela deve ser para todos. P: condição suficiente (existe justiça) Q: condição necessária (ela deve ser para todos). Conectivo condicional (Se... então...) Forma lógica A → B (A implica B) @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 45 de 200 Alguns exemplos:”Quando chove levo o guarda-chuva” pode ser interpretada como “ se chove então levo o guarda-chuva”. “Não vou trabalhar, se houver greve” pode ser interpretada como “se houver greve então não vou trabalhar”. EQUIVALÊNCIA LÔGICA 1. CONDICIONAL (A→B) = ~A v B (“Bastardinha”) (A→B) = ~B → ~A (Contrapositiva) Exemplo: “se existe inflação então os salários são corrigidos” São consideradas proposições equivalentes: Contrapositiva: “Se os salários não são corrigidos então a inflação não existe” Bastardinha: “Não existe inflação ou os salários são corrigidos. 2. DISJUNÇÃO NÃO EXCLUSIVA (AvB) = ~A→B Exemplo: “existe inflação ou os salários são corrigidos” é equivalente a: “se não existe inflação então os salários são corrigidos”. NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES 1. Proposições Simples P: Denize é engenheira ambiental ~P: Denize não é engenheira ambiental ~P: não é verdade que Denize é engenheira ambiental ~P: é falso que Denize é engenheira ambiental Casos particulares P: Nenhum professor é rico. ~P: Algum professor é rico. Q: Todo homem é fiel. ~Q: Algum homem não é fiel. O termo ‘algum’ tem o mesmo significado que existe ou pelo menos um. 2. Proposição Composta Exemplos de negação de proposições compostas a) Negação da conjunção (e) Afirmação: A Justiça tarda e não falha. Negação: a Justiça não tarda ou falha. b) Negação da disjunção não exclusiva (ou) Afirmação: Kaká vai à praia ou estuda. Negação: Kaká não vai à praia e não estuda. c) Negação da disjunção exclusiva (ou...ou...) Afirmação: Ou Melissa brinca ou Leo joga. Negação: Melissa brinca se e somente se Leo joga. d) Negação da condicional ( se ...então ...) Afirmação: Se beber não dirija. Negação: Beba e dirija e) Negação da bicondicional (se e somente se) Afirmação: Trabalho se e somente se você ajudar. Negação: Trabalho e você não ajuda ou você ajuda e não trabalho. OPERAÇÕES COM CONJUNTOS Quando falamos de operação lembramos logo de adição, subtração, divisão, multiplicação entre números. É possível também operar conjuntos. Essas operações recebem nomes diferentes, como: união de conjuntos, intersecção de conjuntos, diferença de conjunto e conjunto complementar. Todas essas operações são representadas por símbolos diferentes. Veja a representação de cada uma delas: União de conjuntos (U) ~ (A V B) ~A ̂ ~B ~ (A ̂ B) ~A v ~B ~(A →B) A ̂ ~B ~(A V B) A ↔ B ~(A ↔B) A V B Formas de se escrever uma proposição condicional 1) Se A, B 2) Quando A, B 3) Caso A, B 4) A é condição suficiente para B 5) A é condição necessária para B 6) A, se B 7) Todo A é B 8) A implica em B 9) A somente se B @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 46 de 200 Dados dois conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5} e B = {6, 7}, a união deles seria pegar todos os elementos de A e de B e unir em apenas um conjunto (sem repetir os elementos comuns). O conjunto que irá representar essa união ficará assim: {1,2,3,4,5,6,7}. A representação da união de conjuntos é feita pelo símbolo U. Então A U B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}. Intersecção de conjuntos (∩) Quando queremos a intersecção de dois conjuntos é o mesmo que dizer que queremos os elementos que eles têm em comum. Dados dois conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5, 6} e B = {5, 6, 7}, a intersecção é representada pelo símbolo ∩, então A ∩ B = {5, 6}, pois 5 e 6 são os elementos que pertencem a ambos. Se dois conjuntos não têm nenhum elemento comum, a intersecção deles será um conjunto vazio. Dentro da intersecção de conjuntos há algumas propriedades: 1) A intersecção de um conjunto por ele mesmo é o próprio conjunto: A ∩ A = A 2) A propriedade comutatividade na intersecção de dois conjuntos é: A ∩ B = B ∩ A. 3) A propriedade associativa na intersecção de conjuntos é:A ∩ (B ∩ C) = (A ∩ B) ∩ C Fórmula da União Existe uma fórmula que relaciona o número de elementos da união, da intersecção e dos conjuntos individuais. A fórmula é dada por: n (A U B) = n (A) + n (B) – n (A ∩B) Exemplo: Calcule o número de elementos da união dos conjuntos A e B a partir dos seguintes dados: n(A) =10, n(B) = 7, n(A∩B) =5. Solução: substituiremos os dados na fórmula da união. Teremos: n(AUB) = n(A) + n(B) – n(A∩B) = 10 + 7 - 5 = 12 Diferença entre conjunto. Dados o conjunto A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e o conjunto B = {5, 6, 7}, a diferença desses conjuntos é representada por outro conjunto, chamado de conjunto diferença. Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A menos os elementos que pertencerem ao conjunto B. Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}. Observe que na operaçãoA – B o resultado é formado por elementos exclusivos de A. {0, 1, 2, 3, 4, 5} - {5, 6, 7}, = { 0,1,2,3,4} Se queremos B – A , teremos no resultado os elementos exclusivos de B. {5, 6, 7} - {0, 1, 2, 3, 4, 5} = { 6, 7} Conjunto complementar Conjunto complementar está relacionado com a diferença de conjunto.Para que exista o conjunto complementar é necessário que um conjunto esteja contido em outro. Caso contrário não é possível existir a operação de complementar. Observe: Se A = {2, 3, 5, 6, 8} e B = {6,8} então B está contido em A. Assim definimos como complementar de B o conjunto B’ ou B ̅ tal que: B’ = B ̅ = A – B = {2, 3, 5}. Importante: Se A = {1,2,3,4} e B = { 1,2,7} então B não está contido em A logo não existe o complementar de B em relação a A. Simbologia SIMBOLOGIA DOS CONJUNTOS Símbolos: ∈ : pertence ∃ : existe ∉ : não pertence ∄ : não existe ⊂ : está contido ∀ : para todo (ou qualquer que seja) ⊄ : não está contido ∅ : conjunto vazio > : contém N : conjunto dos números naturais ⊅ : não contém Z : conjunto dos números inteiros ⁄⥿ : tal que Q : conjunto dos números racionais ⟹ : implica que Q'=I : conjunto dos números irracionais - : se, e somente se R : conjunto dos números reais @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 47 de 200 Símbolos de pertinência Para relacionar elementos com conjuntos devemos utilizar os símbolos de pertence ou não pertence. Por exemplo, considerando o conjunto {1,2,3,4} dizemos que 1 pertence ao conjunto A (1 ∈ A) e 5 não pertence ao conjunto A (5 ∈ A). Para relacionar dois conjuntos entre sí devemos usar outros símbolos está contido ⊂, não está contido ⊄ ou contém ⊃. Por exemplo o conjunto A = {2,4} está contido no conjunto B = {1,2,3,4} então dizemos que A ⊂ B. Por outro lado, o conjunto A = {2,4} não está contido em B = {1,2,3} ou seja A ⊄ B. Importante: 1- Quando um conjunto A está contido em um conjunto B dizemos que A é subconjunto de B. 2- O conjunto vazio ∅ é subconjunto de qualquer conjunto ou seja ⊂ está contido em qualquer outro conjunto. 3- A quantidade de subconjuntos de um conjunto é dada pela expressão 2n onde n é o número de elementos do conjunto considerado. Por exemplo, se A = {2,3,4} então A tem n = 3 elementos. O número de subconjunto de A será sub(A) = 23 = 8 subconjuntos. São eles: {2}, {3}, {4}, {2,3}, {2,4}, {3,4}, {2,3,4} e ∅ Exercícios resolvidos 1) Faça o diagrama dos conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4, 5, 6}. Solução. Observando que há elementos que pertencem a ambos, temos: 2) Com base no exercício anterior, enumere os conjuntos: L = A U B M = A ∩ B N = A – B O = B – A Solução. Aplicando as definições das operações temos: a) L = {1, 2, 3, 4, 5, 6} b) M = {2, 3} c) N = {1} d) O = {4, 5, 6} 3) Uma pesquisa realizada com 100 pessoas em uma pizzaria, revelou que destas, 70 gostam de pizzas salgadas, 20 gostam de pizzas salgadas e doces. Quantas foram as pessoas que responderam que gostam apenas de pizzas doces? Solução. Representando a situação na forma de diagrama, retira-se a interseção de cada conjunto e conclui-se que há 30 pessoas gostando apenas de pizza doce. 4) No dia 17 de Maio próximo passado, houve uma campanha de doação de sangue em uma Universidade. Sabemos que o sangue das pessoas pode ser classificado em quatro tipos quanto a antígenos. Uma pesquisa feita com um grupo de 100 alunos da Universidade constatou que 42 deles têm o antígeno A, 36 têm o antígeno B e 12 o antígeno AB. Sendo assim, podemos afirmar que o número de alunos cujo sangue tem o antígeno O é: a) 20 alunos b) 26 alunos c) 34 alunos d) 35 alunos e) 36 alunos Solução A = 42 → quantidade de alunos cujo sangue possui o antígeno A. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 48 de 200 B = 36 → quantidade de alunos cujo sangue possui o antígeno B. A n B = 12 → quantidade de alunos cujo sangue possui o antígeno AB. Precisamos determinar o total de alunos que possuem os antígenos A e B. Aplicando a fórmula: n(A u B) = n(A) + n(B) – n(A n B) n(A u B) = 42 + 36 – 12 n(A u B) = 66 Para saber a quantidade de alunos cujo sangue tem o antígeno O teremos que subtrair 66, que representa a quantidade de alunos que tem sangue com o antígeno A ou B, de 100, que é o total de alunos. n(O) = 100 – 66 n(O) = 34 Então, 34 alunos tem em seu sangue o antígeno O. A resposta correta é a letra c. 5) Dados os conjuntos A = { 1,2,3,4,5 } e B = { 2,4 }, determine o conjunto complementar de B em relação a A. Solução O conjunto B está contido em A (B С A ) , assim definimos a operação complementar de B em relação a A como sendo A – B. Assim teremos B‘= B ̅ = {,2,3,4,5 } –{ 2,4 } = {1,3,5} 6) Considere os conjuntos A = { 1, 2, {2}, 3, ∅} e B = {1,3} complete as lacunas usando os símbolos adequados: a) 3___A b) 1___B c) ∅___A d) 4___A e) B___A f) {1,4}__A g) ∅___B Solução: a) O valor 3 é elemento de A então dizemos que 3 ∈ A. b) O valor 1 é elemento de B então dizemos que 1 ∈ B. c) O valor ∅ é elemento de A então dizemos que ∅ ∈ A. d) O valor 4 não é elemento de A então dizemos que 4 ∈ A. e) O conjunto B está contido em A então dizemos que B ⊂ A. f) O conjunto {1,4} não está contido em A então dizemos que {1,4} ⊄ A. g) ∅ é subconjunto de B então dizemos que ∅ ⊂ B. 7) Considere o conjunto A = {1, 2, {3}} e assinale a alternativa que contém um sub conjunto de A. a) {3} b) {1, 3} c) {2, 3} d) {4, {3}} e) {{3}} Solução O elemento 3 não existe no conjunto A assim ele não pode fazer parte dos subconjuntos de A. Assim eliminamos as alternativas a, b e c. Não existe o elemento 4 no conjunto A então também eliminamos a alternativa d. A alternativa “E” traz o subconjunto de A formado pelo elemento {3}. {3}. Alternativa correta. 8) Leia as afirmações a seguir: I. Os números Naturais são aqueles inteiros não positivos mais o zero. II. Os números Irracionais são aqueles que representam dízimas periódicas. III. Os números Reais representam a união dos números Racionais com os Irracionais. Assinale a alternativa correta: a) Somente a assertiva II está correta. b) Somente a assertiva III está correta. c) Somente a assertiva I está correta. d) Somente as assertivas II e III estão corretas. Solução: @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 49 de 200 I. Falsa – São os positivos. II. Falsa – as dízimas periódicas são números provenientes de uma fração ou seja número racional. III. Correto – Os Reais é a união dos irracionais com os racionais. Alternativa correta letra b. 9) Considerando que A U B={1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,8}, A ∩ B={4, 5} e A – B={1, 2, 3}, determine o conjunto B. Solução: Resolveremos o exercício com o auxílio dos Diagramas de Venn. Observe: A U B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} A ∩ B = {4, 5} (região central) A – B = {1, 2, 3} O conjunto B é formado pelos seguintes elementos {4, 5, 6, 7, 8}. U = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}, A = {1, 2}, B = {2, 3, 4}, C = {4, 5} determine (U – A) ∩ (B U C). Solução U = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}A = {1, 2}B = {2, 3, 4} C = {4, 5} Resolvendo os parênteses (U – A) = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6} – {1, 2} = {0, 3, 4, 5, 6} (B U C) = {2, 3, 4} U {4, 5} = {2, 3, 4, 5} (U – A) ∩ (B U C) = {0, 3, 4, 5, 6} ∩ {2, 3, 4, 5} Resposta: (U – A) ∩ (B U C) = {3, 4, 5} ANOTAÇÕES: @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 50 de 200 INFORMÁTICA A Internet é basicamenteum vasto conjunto de redes de computadores diferentes que utilizam um padrão comum de comunicação e oferece um determinado conjunto de serviços. Word Wide Web (WWW) – A Web é uma aplicação que é executada na Internet – trata-se de uma série de páginas que podem ser acessadas por meio de um navegador web. Internet das Coisas (IoT) – Um conceito referente à interconexão digital de objetos físicos cotidianos entre si e com usuários por meio de sensores ou softwares capazes de transmitir dados pela internet. A Intranet é uma rede de computadores privada que assenta sobre a suíte de protocolos da internet, porém de uso exclusivo de um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa, que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores internos. Utiliza de tecnologias, padrões e serviços comuns à internet. A Extranet é uma rede privada de computadores que funciona como uma extensão da Intranet, permitindo o acesso restrito a usuários externos de uma organização via internet, em geral são parceiros, fornecedores e clientes. Também utiliza as mesmas tecnologias e padrões da internet. Rede de computadores é um conjunto de terminais, equipamentos, meios de transmissão e comutação que interligados possibilitam a prestação de serviços, tem como objetivo o compartilhamento de recursos, deixando equipamentos, programas e principalmente dados ao alcance de múltiplos usuários. Classificação das Redes Personal Area Network - PAN - Rede de computadores pessoal (celular, tables, fones, notebooks) que se extende em poucos metros. Local Area Network – LAN – Rede de computadores de lares, escritórios, prédios. Metropolitan Area Network – MAN – Rede de comutadores entre uma cidade, conecta lojas matriz a filiais, por exemplo. Outro exemplo é o Floresta Digital no ACRE. Wide Area Network – WAN – Rede de computadores que conecta cidades, países e até continentes. Quando se trata de comunicação sem fio (wireless) as siglas são acrescentadas da letra W, como no caso de WPAN, WLAN, WMAN e WWAN. Tipos de Conexão TECNOLOGIA DE ACESSO DESCRIÇÃO DIAL-UP Conexão discada através de um modem e uma linha de telefonia fixa. Era a maneira mais popular de acesso da década de 90, hoje encontra-se em desuso. Taxas de até 56Kbps. Ocupava o telefone ADSL Conexão de banda larga oferecida por empresas de telefonia fixa. ADSL é a sigla para Asymmetric Digital Subscriber Line ou Linha de Assinante Digital Assimétrica HFC Conexão híbrida de banda larga via cabos de concessionárias de TV a Cabo. Hibrida porque começa com fibra optica e termina com cabo coaxial na residência. FIBRA OPTICA Conexão direta via fibra óptica (feixes de luz até a residência do contratante do serviço de internet. Altas Velocidades. PRINCIPAIS SERVIÇOS DESCRIÇÃO WORD WIDE WEB (WWW) Serviço de visualização de páginas web organizadas em sites. Podem ser acessadas via navegador – é o serviço mais utilizado na Internet. Em geral, esse serviço utiliza protocolos como HTTP e HTTPS CORREIO ELETRÔNICO Serviço de envio e recebimento de e-mails. Utiliza tipicamente um modo assíncrono de comunicação que permite a troca de mensagens dentro de uma organização. Utiliza protocolos como POP3, IMAP e SMTP. ACESSO REMOTO Permite aos usuários se conectarem com outros computadores. Pode ser feito de forma segura, com autenticação e criptografia de dados, se necessário.Protocolos como SSH e TELNET TRANSFERÊNCIA DE ARQUIVOS Torna arquivos disponíveis para outros usuários por meio de downloads e uploads. Em geral, esse serviço utiliza protocolos como FTP e P2P. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 51 de 200 PLC Trata-se da tecnologia que permite o acesso à internet banda larga via rede elétrica. PLC é a sigla para Power Line Communication. RADIODIFUSÃO Tecnologia que permite o acesso à internet banda larga via radiofrequência. As ondas de rádio são omnidirecionais, isto é, elas se propagam em todas as direções. SATÉLITE Uma rede via satélite é uma combinação de nós que fornecem comunicação de um ponto a outro na Terra. Nesse contexto, um nó pode ser um satélite, uma estação terrestre ou o terminal/telefone de um usuário final TELEFONIA MÓVEL Comunicação entre duas unidades móveis, denominadas Estações Móveis; ou entre uma unidade móvel e outra fixa, normalmente chamada Unidade Terrestre. Internet Protocol – IP O IP é um endereço dado a qualquer dispositivo em uma rede, é a identidade desse dispositivo quando conectado a uma rede. Atualmente temos duas versões em uso IPv4 (versão 4) e IPv6 (versão 6). TCP/IP x UDP/IP São protocolos utilizados para o transporte de pacotes na rede. Em resumo, o TCP tem uma entrega confiável enquando o UDP tem a entrega rápida. Correio Eletrônico É o serviço que permite compor, enviar e receber mensagens eletrônicas pela internet (e-mail). É possível o envio também de arquivos como fotos, musicas, documentos e ate mesmo programas por e-mail, basta procurar o botão “anexar”. Cliente de e-mail – é uma aplicação instalada em uma maquina local que permite envia/receber e-mails (Ex Mozila Thunderbird, Microsoft Outlook); Servidor de e-mail – é um computador especializado que recebe e-mails de um cliente de e-mail ou webmail, e os envia para o servidor de e-mail de destino; Provedor de e-mail – é a empresa que hospeda e disponibiliza serviços de e-mail para outras empresas ou usuários finais. (Ex Gmail, Outlook, Yahoo, UOL); Webmail – é uma aplicação hospedada em um servidor remoto que permite enviar/receber e-mails (Ex Gmail.com, Outlook.com, Yahoo.com, Uol.com) o webmail é acessado utilizando um navegador de internet. Protocolos do Correio eletrônico Navegadores Também chamados de browsers, é um programa que obtém informações de outras partes da web e as exibe em seu computador ou dispositivo móvel. As informações são transferidas usando o Protocolo de Transferência de Hipertexto (HTTP), que define como textos, imagens e vídeos são transmitidos na web. Essas informações precisam ser compartilhadas e exibidas num formato consistente, para que as pessoas que usam qualquer navegador, em qualquer lugar do mundo, possam ver as informações. Veja abaixo alguns exemplos de navegadores como o Google Chrome, Mozila Firefox, Internet Explorer, Opera e Safari, mas não se limitando a estes. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 52 de 200 Protocolos mais usados e suas respectivas portas de acesso. PROTOCOLO PORTA DESCRIÇÃO FTP 21 Transferência de arquivos HTTP E HTTPS 80 e 443 Web browser SSH e TELNET 22 e 23 Acesso remoto SMTP 25 Envio de e-mail POP3 110 Recebimento de e-mail IMAP 143 Recebimento de e-mail Ferramentas de Busca Como exemplo temos o Google como ferramenta de busca. É possível buscar qualquer coisa no google, desde um site, uma foto, um texto, uma figura, um vídeo, entre outros. Na imagem acima observe dois botões PESQUISA GOOGLE E ESTOU COM SORTE. A primeiro nada mais é do que a busca padrão, o segundo botão tenta direcionar para a página que ele acha mais relevante na pesquisa, geralmente, são páginas oficiais ou aquelas que aparecem em primeiro lugar na lista de resultados quando você utiliza o buscador. Operadores de busca auxiliam o usuário para uma busca mais especifica de um termo, como na imagem abaixo. Backup É uma cópia de segurança, a qual deve ser armazenada em um dispositivo diferente daquele de onde os dados foram copiados. Tipos de Backup TIPO QUAIS DADOS COPIADOS? BACKUP COMPLETO Todos os dados BACKUP INCREMENTAL Apenas arquivos novos ou modificados BACKUP DIFERENCIAL Todos os arquivos desde o ultimo backup completo. A diferença entre backup incremental para o diferencial é queno diferencial ele compara os dados do ultimo backup completo enquanto que no incremental ele compara no ultimo backup feito (podendo ser comparado com o backup incremental anterior). Noções de Firewall e Aplicativos para Segurança Firewall são dispositivos, em forma de software e/ou de hardware, que possuem a função de regular o tráfego de dados entre redes distintas, impedindo a transmissão e/ou a recepção de acessos nocivos ou não autorizados de uma rede para outra. Ele controla, analisa, registra, policia, monitora, regula e filtra o tráfego ou movimentação da entrada/saída de dados, detectando ameaças e bloqueando o acesso que não esteja em conformidade com a política de segurança da organização. O Firewall atua de 02 modos, permissivo e restritivo. No primeiro modo, permissivo, todas as transmissões de dados que não estejam expressamente proibidas são permitidas. No modo restritivo o firewall impede as transmissões de dados que não sejam expressamente permitidas. Antimalware procura detectar e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computador (antivírus, antispayware, etc). Podem ser localmente instalados no computador ou executados sob demanda por intermédio do navegador Web. Também podem ser online, quando enviados para serem executados em servidores remotos, por um ou mais programas. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 53 de 200 Antispayware é um tipo de software projetado para detectar e remover programas de spyware indesejados. Spyware é um tipo de malware instalado em um computador sem o conhecimento do usuário para coletar informações sobre ele. Isso pode representar um risco de segurança para o usuário, além de degradar o desempenho do sistema, absorvendo o poder de processamento, instalando software adicional ou redirecionando a atividade do navegador dos usuários. Antispam já vêm integrados à maioria dos programas de e-mails e permite separar os desejados dos indesejados – os famosos spams. A maioria dos filtros passa por um período inicial de treinamento, no qual o usuário seleciona manualmente as mensagens consideradas spam e, com base nas classificações, o filtro vai "aprendendo" a distinguir as mensagens. Ao detectá- las, essas ferramentas alertam para que ele tome as atitudes adequadas para si. Pragas Virtuais Códigos maliciosos (Malwares, do inglês Malicious Softwares) são programas especificamente desenvolvidos para executar ações danosas e atividades maliciosas em um computador. Formas comuns de infecção são acessos a páginas maliciosas, utilizando navegadores vulneráveis ou pela ação direta de atacantes que, após invadirem o computador, incluem arquivos contendo códigos maliciosos; execução de arquivos previamente infectados, obtidos em anexos de mensagens eletrônicas, via mídias removíveis, em páginas web ou de outros computadores. Vírus são programa ou parte de um programa, normalmente malicioso, que se propaga infectando, inserindo cópias de si mesmo, anexando-se ou hospedando-se em arquivos ou programas existentes na máquina. Worm é um programa capaz de se replicar automaticamente, enviando cópias de si mesmo, explorando automaticamente vulnerabilidades no pc. BOT programa que dispõe de mecanismos de comunicação com o invasor que permitem que ele seja controlado remotamente. Possui processo de infecção e propagação similar ao do Worm. Trojan programa que age utilizando o princípio do Cavalo de Troia, em um arquivo é enviado se fazendo passar por um aplicativo útil, como um “presente de grego”, mas que na verdade possui funcionalidades maliciosas escondidas. Ramsonware código malicioso que torna inacessíveis os dados armazenados em um equipamento, geralmente utilizando criptografia, e que exige pagamento de um resgate. Backdoor programa que permite o retorno de um invasor a um computador comprometido, por meio da inclusão de serviços criados ou modificados para este fim. Rootkit Conjunto de programas e técnicas que permite esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro código malicioso em um computador comprometido. Spyware Software espião, capaz de violar a privacidade das informações de usuários, coletando dados da máquina ou da rede e disponibilizando-as a terceiros. Segurança da Informação Proteção de informações e de sistemas de informações contra acesso, uso, divulgação, interrupção, modificação ou destruição não autorizados. Possui 03 princípios fundamentais (CID), que são os pilares da segurança da informação. Confidencialidade Integridade Disponibilidade Se um ou mais desses princípios forem violados, significa que ocorreu um incidente de segurança da informação. Os controles de segurança da informação possuem 02 níveis, físico (barreiras que limitam/impedem o acesso físico à informação e/ou instalações onde ficam) e lógico (através de senhas, firewalls, controle de acesso, biometria) que limitem/impeçam que as informações protegidas sejam acessadas. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 54 de 200 Os três princípios fundamentais: Confidencialidade é a capacidade de um sistema de não permitir que informações estejam disponíveis ou sejam reveladas a entidades não autorizadas. Integridade é a capacidade de garantir que a informação manipulada está correta, fidedigna e que não foi corrompida. Disponibilidade é a propriedade de uma informação estar acessível e utilizável sob demanda por uma entidade autorizada. Adicionalmente aos princípios fundamentais, temos a Autenticidade e a Irretratabilidade. Autenticidade é a propriedade que trata da garantia de que o emissor de uma mensagem é de fato quem alega ser. A autenticidade busca garantir que a pessoa que está requisitando acesso a alguma informação é realmente quem ela diz ser. Irretratabilidade também chamada de Irrefutabilidade ou Não-repúdio, o princípio da irretratabilidade trata da capacidade de garantir que o emissor da mensagem ou participante de um processo não negue posteriormente a sua autoria. Autenticidade + Integridade = Irretratabilidade Assinatura Digital método matemático de autenticação de informação digital tipicamente tratado como substituto à assinatura física, já que elimina a necessidade de ter uma versão em papel do documento que necessita ser assinado. Por meio de um Algoritmo de Hash, é possível garantir a integridade dos dados. Certificado Digital é um documento eletrônico assinado digitalmente por uma terceira parte confiável – chamada Autoridade Certificadora – e que cumpre a função de associar uma entidade (pessoa, processo, servidor) a um par de chaves criptográficas com o intuito de tornar as comunicações mais confiáveis e auferindo maior confiabilidade na autenticidade. Ele é capaz de garantir a autenticidade, integridade e não-repúdio, e até confidencialidade. Sistema Operacional Windows É um sistema operacional proprietário, criado por Bill Gates fundador da Microsoft. É um sistema baseado no conceito de janelas, por isso o nome que traduzido para o português significa “Janelas”. Foi criado para uso em computadores pessoais, incluindo computadores domésticos e empresariais, laptops, PCs. O Windows 7 começou a ser vendido para usuários no dia 22 de outubro de 2009, menos de 3 anos depois do lançamento de seu predecessor, Windows Vista. Pouco mais de três anos depois, o seu sucessor, Windows 8, foi lançado em 26 de outubro de 2012. E o Windows 10 em 29 de julho de 2015. Gerenciamento de Arquivos e Pastas Existem diferentes tipos de arquivos: imagens, músicas, vídeos, textos, planilhas, bancos de dados, programas, enfim... qualquer informação manipulada pela máquina – quando salva – torna-se um arquivo. Os arquivos são representados por nomes (é recomendável que seja um nome sugestivo) e umaextensão, separados por um ponto (Ex: diego.jpg). Uma pasta é um local para guardar arquivos, dando origem a uma hierarquia organizada como uma árvore, chamada árvore de diretórios. Cada arquivo dentro da hierarquia de diretórios pode ser especificado fornecendo-se o caminho a partir do topo da hierarquia, conhecido como diretório raiz. Word 2016 O Microsoft Office Word 2016 é um processador de texto produzido pela Microsoft. Foi criado por Richard Brodie para computadores IBM PC com o sistema operacional DOS em 1983. Mais tarde, foram criadas versões para o Apple Macintosh (1984), SCO UNIX e Microsoft Windows (1989). Faz parte do rol de aplicativos Microsoft Office. O Microsoft Word 2016 trabalha com o consagrado formato de arquivo.docx, que utiliza a tecnologia XML. O formato.doc não foi extinto do Word 2016, mas o.docx é o formato padrão. Quando salvamos um documento no formato.docx, ele ficará mais leve (ocupará menos espaço), aceitará uma maior quantidade de formatações, além de ser totalmente compatível com a web, e a capacidade de recuperação, em caso de corrompimento, chega a ser 70% maior que o formato .doc. O formato.pdf também se destaca no Word 2016, com a vantagem de que agora é possível abrir e editar PDF. Nas edições anteriores, era possível apenas criar (exportar). @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 55 de 200 Formatos de arquivos suportados pelo Word 2016: • .docx: formato xml; • .doc: formato da versão 2003 e anteriores; • .docm: formato que contém macro (vba); • .dot: formato de modelo (carta, currículo etc.) de documento da versão 2003 e anteriores; • .dotx: formato de modelo (carta, currículo etc.) com o padrão xml; • .odt: formato de arquivo do LibreOffice Writer; • .rtf: formato de arquivos do WordPad; • .xml: formato de arquivos para a web; • .html: formato de arquivos para a web; • .pdf: arquivos portáteis. Barra de tarefas do Word: 1. Guia Arquivo: ao clicar sobre ela, serão exibidas opções, como Informações, Novo, Abrir, Salvar, Salvar como, Imprimir etc. Portanto, clique sobre ele e visualize essas opções. Informações: contém opções como proteger o Documento, Inspecionar o Documento, Gerir Documentos e informações relacionadas ao proprietário do documento e suas propriedades. Novo: Abrir um novo documento ou um modelo (.dotx) pré-formatado. Abrir: opções para abrir documentos já salvos tanto no computador como no sistema de armazenamento em nuvem da Microsoft, o OneDrive. Além disso, exibe um histórico dos últimos arquivos abertos. Salvar/Salvar como: na primeira vez em que se vai salvar um documento, as duas opções levam ao mesmo lugar. Apenas a partir da segunda vez em diante é que o Salvar apenas atualiza o documento e o Salvar como exibe a janela abaixo, que apresenta os locais onde serão armazenados os arquivos. São opções tanto locais quanto na nuvem (OneDrive). Imprimir: opções de impressão do documento em edição, desde a opção da impressora até as páginas desejadas. O usuário tanto pode imprimir páginas sequenciais quanto páginas alternadas. Exemplo: “2-6”: o uso do hífen irá imprimir todas as páginas de 2 até a 6. “2,6”: o uso da vírgula irá imprimir apenas a página 2 e 6. Compartilhar: opções para compartilhar, enviar por e-mail, apresentar o documento on-line ou até mesmo criar um blog na internet. Exportar: opções para a exportação do arquivo no formato PDF, XPS (formato similar ao PDF, porém desenvolvido pela Microsoft) ou em outros formatos disponíveis, como o.odt, do LibreOffice. Conta: informações sobre a ativação do produto, usuário da conta e configurações sobre temas e plano de fundo utilizado na estética do Word 2016. 2. Guia página inicial: possui funções de formatação de um texto, formatos de fonte, tamanhos, efeitos, alinhamentos, estilos etc. Grupo Área de Transferência: oferece um recurso para que possamos manter mais de um item na área de transferência, com limite de até 24 itens. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 56 de 200 Colar: cola um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) copiado ou recortado. Atalho CTRL + V. A partir da seta, localizada abaixo do respectivo botão, é possível acessar, entre outras opções, a função colar especial, que permite, por exemplo, colocar um texto, retirando todas as formatações. Atalho ALT+CTRL+V. Recortar: recorta um item (pode ser uma letra, palavra, imagem), armazenando-o temporariamente na Área de Transferência para, em seguida, ser colado no local desejado. Atalho CTRL + X. Copiar: copia o item selecionado (cria uma cópia na Área de Transferência). Atalho CTRL+C. Pincel de Formatação: esse recurso (principalmente o ícone) cai em vários concursos. Ele permite copiar a formatação de um item e aplicar em outro. Atalho CTRL+SHIFT+C / CTRL+SHIFT+V. 3. Grupo fonte: Fonte: permite que você selecione uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto, pode haver mais de um tipo de fonte diferente. Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite que você escolha entre diferentes tamanhos de fonte na lista ou que digite um tamanho manualmente. Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida. Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará toda em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida. Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está em uma palavra, o novo texto que você inserir será sublinhado. Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente estiver sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada. Subscrito: coloca a palavra abaixo das demais. Sobrescrito: coloca a palavra acima das demais. Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como um marca-texto. Cor da fonte: permite alterar a cor da letra. 4. Grupo parágrafo: Marcadores: permite criar uma lista com diferentes marcadores. Depois que um marcador for inserido, toda vez que for pressionado Enter, será colocado um marcador no próximo parágrafo. Caso o usuário não deseje mais nenhum marcador, basta pressionar Enter novamente ou clicar no respectivo ícone. Numeração: permite criar uma lista numerada. Depois que uma numeração for inserida, toda vez que for pressionado Enter, será colocado um número no próximo parágrafo. Caso o usuário não deseje mais continuar a sequência, basta pressionar Enter novamente ou clicar no respectivo ícone. Lista de vários itens: permite criar uma lista numerada em níveis. Depois que uma numeração for inserida, toda vez que for pressionado Enter, será colocado um número no próximo parágrafo. Para criar um subnível, é preciso pressionar TAB. Caso o usuário não deseje mais continuar a sequência, basta pressionar Enter (se foi inserido um subnível 1.1, ao teclar Enter a primeira vez, ele volta um nível, ou seja, vai aparecer 1 e, se pressionada novamente a tecla Enter, sem que nada tenha sido escrito, a lista será desfeita) ou clicar no respectivo ícone. diminui o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 57 de 200 aumenta o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda. organiza a seleção atual em ordem alfabética ou numérica. mostra marcas de parágrafos e outros símbolos de formatação ocultos. Observe as marcas que serão exibidas ao ativar o recurso: alinha o conteúdo com a margemesquerda. centraliza seu conteúdo na página. alinha o conteúdo à margem direita. distribui o texto uniformemente entre as margens esquerda e direita. escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos. aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado. permite aplicar ou retirar bordas no trecho selecionado. 5. Grupo estilo: Possui vários estilos predefinidos que permitem salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte e espaçamento entre linhas do parágrafo. É possível alterar os estilos existentes ou mesmo criar novos. 6. Grupo edição: ao clicar nesse ícone, é aberta a janela lateral, denominada navegação, na qual é possível localizar uma palavra ou trecho dentro do texto. Atalho: CTRL+L pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e a substitui por outra de seu desejo. Atalho: CTRL+U. seleciona o texto ou objetos no documento. 7. Guia inserir: esta guia permite inserir imagens, símbolos, cabeçalhos, tabelas, gráficos, número de página e algumas novidades, como a de Inserir Vídeo Online. Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecida com uma capa. Adiciona uma página em branco em qualquer lugar de seu documento. Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados diferentes estilos de formatação em cada uma ou para facilitar a numeração das páginas dentro dela. Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabela e vice-versa. 8. Grupo ilustrações: permite inserir uma imagem no computador, na rede ou em uma memória removível. permite inserir imagens da web (Clip-Art do Office.com, do site de buscas Bing ou do OneDrive). permite inserir formas geométricas, por exemplo, setas, linhas retas etc. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 58 de 200 Permite ao usuário inserir várias formas. É possível representar visualmente suas ideias e estruturas. Esse recurso tem sido amplamente explorado nos concursos atualmente. Permite inserir um gráfico. Os dados são importados do Excel. Assim que o usuário clica nesse ícone, o Excel é aberto e nele você irá inserir os dados do gráfico. Quando esse processo for concluído, o Excel é fechado. Com essa ferramenta, o usuário pode capturar um “pedaço” da tela aleatoriamente. 9. Grupo cabeçalho e rodapé: é possível inserir cabeçalhos, rodapés e números de páginas diferentes no mesmo documento criando-se seções diferentes, por meio da guia Layout de Página. 10. Grupo links: exibe a caixa de diálogo Inserir Hiperlink (abaixo), atalho CTRL+K, em que é possível criar um link (atalho) para outro ponto do mesmo documento (mas, nesse caso, o usuário tem antes que criar um indicador para esse local usando este ícone: ), outro arquivo (documento do Word, apresentação do PowerPoint, vídeos etc.) ou, ainda, para uma página da internet. 11. Guia de design: a partir dessa guia, é possível escolher temas, estilos de formatação, marca-d’água, cor da página etc. Ferramentas de design: formatação do documento (design), plano de fundo da página, marca-d’água, espaçamento de parágrafos, bordas da página etc. Tente ir pelo raciocínio de que a maioria das ferramentas presentes nessa guia irá alterar a estética/embelezamento DE TODO O TEXTO, e não somente de uma parte isolada. 12. Guia layout: esta guia permitirá que o usuário faça manipulações em sua página, tais como configurar as margens, orientação da página (retrato ou paisagem), o tamanho da página, as colunas e muitas outras opções de configurações. Alterações estruturais de um documento no todo: página (orientação, tamanho...), espaçamento dos parágrafos, colunas, quebras etc. Enquanto vimos que a guia Design segue a ideia da estética de todo o documento, a guia Layout segue a ideia da estrutura. 13. Guia configurar página: Margens: clicar na aba layout da página e, em margens, no menu que irá aparecer, temos alguns tamanhos predefinidos, como margens superior, esquerda, inferior e direita. Podemos clicar em algumas dessas margens predefinidas ou podemos criar uma personalizada. Orientação: neste botão, iremos configurar a página a ser trabalhada, isto é, se ela ficará em pé, como retrato, ou deitada, no sentido horizontal. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 59 de 200 Tamanho: escolhe o tamanho da folha a ser utilizada. Colunas: com esta opção, o usuário, após selecionar o texto, pode dividi-lo em várias colunas. Hifenização: é o recurso em que o Word separa as palavras corretamente. Ao digitar, se a palavra for comprida, automaticamente ele separa. Selecionar o texto, clicar em hifenização e automático. Números de linhas: mostra os números das linhas, fazendo referência a linhas específicas no documento, com rapidez e facilidade, usando números de linhas nas margens. Quebras: adiciona uma quebra no local atual para o texto continuar novamente na página, seção ou coluna seguinte. 14. Guia de referências: permite inserir nota de rodapé, sumário, legendas, índices, citações etc. Sumário: permite adicionar um sumário ao texto. Após adicionar o sumário, clique em “Adicionar Texto” para adicionar entradas à tabela. Inserir Nota de Rodapé: serve para adicionar notas de rodapé ao documento. Essas notas são numeradas automaticamente conforme são inseridas e, da mesma forma, são renumeradas automaticamente conforme forem movimentadas no texto. As notas de rodapé são inseridas no rodapé do documento. Atalho: Alt+Ctrl+F. Inserir Nota de Fim: serve para adicionar notas de fim ao documento. As notas de fim são inseridas no fim do documento. Atalho: Alt+Ctrl+D. Próxima Nota de Rodapé: navega até a próxima nota de rodapé do documento, permitindo que se navegue entre elas. Rola o documento para mostrar o local onde as notas de rodapé ou as notas de fim estão localizadas. Inserir Citação: citar um livro, artigo de jornal ou outro periódico como fonte das informações do documento. Escolha uma opção da lista de fontes que você criou ou especifique informações sobre uma nova fonte. O Word formatará a citação de acordo com o estilo selecionado. Gerenciar Fontes Bibliográficas: com esta opção, você gerencia as fontes citadas em seu documento, editando, removendo e procurando por novas. Bibliografia: adicionar uma bibliografia que lista todas as fontes citadas no documento. Inserir Legenda: para adicionar uma legenda a uma imagem. Uma legenda é uma linha de texto exibida abaixo de um objeto ou imagem, para descrevê-la. Inserir Índice de Ilustrações: um índice de ilustrações inclui inserir uma lista com todas as ilustrações, tabelas ou equações do documento. Referência Cruzada: referir-se a itens, como títulos, ilustrações e tabelas, inserindo uma referência cruzada como “Consulte a Tabela 2” ou “Vá para a página 12”. As referências cruzadas serão atualizadas automaticamente se o conteúdo for movido para outro local. Por padrão, elas são inseridas como hiperlinks. Marcar Entrada: inclui o texto selecionado no índice. Atalho: Alt+Shift+X. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 60 de 200 Inserir Índice: inserir um índice no documento. Um índice é uma lista de palavras-chave encontradas no documento, podendo ser entradas de capítulos, títulos e subtítulos, por exemplo, juntamente com os números das páginas em que aparecem. Atualizar Índice: atualizar o índice após modificações no documento, de modo que todas as entradas indiquem os números das páginas corretamente. 15. Guia correspondências: cria e configura envelopes, etiquetas e mala direta. Ferramentas apenas para a criação de mala direta (cartas/e--mail), etiquetas e envelopes. Iniciar uma mala direta: para criar uma carta-modelo a ser impressa ou enviada várias vezes por e-mail, remetendo cada cópia a um destinatário diferente. Realçar Campos de Mesclagem: realçar os campos inseridos no documento. Este recurso facilita a identificação da parte da carta-modelo que será substituída pelas informações da lista de destinatários escolhida. Bloco de Endereço: adicionar um endereço à carta. Você especifica a informação e o local e o Word substituirá essas informações pelos endereços reais da lista de destinatários depois que a mala direta for concluída. Linha de Saudação: adicionar uma linha de saudação, como “Prezado(a)”, ao documento. Inserir Campo de Mesclagem: adicionar qualquer campo da lista de destinatários ao documento, como “Sobrenome”, “Nome da Empresa” etc. Após concluir a mala direta, o Word substituirá esses campos pelas informações reais da lista de destinatários. Regras: especificar regras para a mala direta. Coincidir Campos: este recurso informa ao Word o significado dos vários campos da lista de destinatários. Por exemplo, você pode indicar que o campo personalizado “Residencial” equivale ao campo interno normal “Telefone Residencial”. Atualizar Etiquetas: ao criar etiquetas, é possível atualizar todas as etiquetas do documento para usar as informações da lista de destinatários. Visualizar Resultados: substitui os campos de mesclagem no documento pelos dados reais da lista de destinatários, sendo possível visualizar sua aparência. Localizar Destinatário: localizar e visualizar um registro específico na lista de destinatários. Verificação Automática de Erros: permite verificar se há erros após a conclusão da mala direta. Concluir e Mesclar: permite concluir a mala direta. 16. Guia de revisão de texto: Ortografia e Gramática: para verificar a ortografia e a gramática no documento. Atalho: F7. Dicionário de Sinônimos: para sugerir palavras com significado semelhante ao da palavra selecionada. Atalho: Shift+F7. Contagem de Palavras: conta o número de palavras, caracteres, parágrafos e linhas no documento. É possível visualizar a contagem de palavras também na barra de Status do Word. Traduzir: permite traduzir palavras ou parágrafos em um idioma diferente usando dicionários bilíngues ou tradução automática. Idioma: permite definir o idioma para revisão do texto. Novo Comentário: permite adicionar um novo comentário sobre a seleção. Também é possível excluir um comentário e, ainda, navegar por eles. Controlar Alterações: controla todas as alterações feitas no documento, incluindo inserções, exclusões e alterações de formatação. Além disso, é possível escolher a forma de mostrar as marcações, o tipo de marcação a ser exibida no documento e mostrar as revisões em uma janela separada. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 61 de 200 Aceitar para aceitar as alterações do documento, aceitar e passar para a próxima ou ainda aceitar todas as alterações do documento. Rejeitar para rejeitar as alterações do documento, rejeitar e passar para a próxima ou ainda rejeitar todas as alterações do documento. Comparar: para comparar ou combinar várias versões do documento. Bloquear Autores ou Restringir como pessoas editam ou formatam partes específicas do documento. 17. Guia exibir: por meio desta guia, podemos alterar e personalizar como exibir o documento. Modo de Leitura: maximiza o espaço de visualização do documento a fim de proporcionar melhor leitura em tela. Layout de Impressão: exibe o documento do modo como ficará na página impressa. Layout da Web: exibe o documento do modo como ficaria em uma página da web. Estrutura de Tópicos: exibe o documento como uma estrutura de tópicos. Rascunho: exibe o documento como um rascunho para uma edição rápida. Não exibe figuras e cabeçalho e rodapé, por exemplo. O único modo de exibição no qual aparece a régua vertical é o Layout de Impressão. Nos demais, a régua vertical não é exibida. Mostrar: Permite configurar para exibir Régua, Linhas de Grade e Painel de Navegação. Zoom: Neste grupo, é possível configurar o Zoom do documento, além de visualização de uma ou duas páginas do documento na tela. Além disso, é possível também alterar o zoom do documento para que a largura da página corresponda à largura da janela. Janela: Este grupo corresponde ao antigo menu Janela. Nele, é possível abrir uma nova janela do documento, organizar as janelas dos documentos abertos, dividir a janela do documento atual em duas partes, exibir documentos lado a lado, sincronizar a rolagem de dois documentos de forma que rolem juntos na tela, redefinir a posição da janela dos documentos que estão sendo comparados lado a lado, de modo que dividam a tela igualmente, e alternar entre as janelas dos documentos abertos. Macros: Permite gravar uma macro ou exibir macros. As macros gravam sequências de ações para que possam ser usadas em outros documentos, facilitando o trabalho. As macros podem conter vírus, pois são áreas executáveis nos documentos do Office, por isso, quando você baixar um arquivo do Office da internet, é necessário desabilitar as macros, para a segurança dos seus dados. Os vírus que atacam documentos do Office são chamados vírus de macro. Atalho: Alt+F8. Principais Teclas de Atalhos EXCEL 2016 O Microsoft Excel 2016 é um programa de planilha eletrônica de cálculos, em que as informações são digitadas em pequenos retângulos chamados de células ou referências. As células são cruzamentos de linhas verticais e linhas horizontais, ou seja, o ponto de encontro entre as colunas e as linhas. É um programa que faz parte do Microsoft Office. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 62 de 200 Barra de ferramentas de acesso rápido: a barra de ferramentas de acesso rápido é a pequena área na parte superior direita da Faixa de Opções. Ela contém os itens que você usa com frequência: salvar, desfazer e repetir. Você pode adicionar seus comandos favoritos a ela para que estejam disponíveis, não importando em que guia você esteja. Botão Salvar (Ctrl+B): permite salvar a pasta em edição. Botão Desfazer (Ctrl+Z): permite desfazer a última ação executada. Botão Refazer (Ctrl+Y): permite refazer o que foi desfeito. Botão Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: você pode personalizar essa barra. Clicando nesse botão (flecha para baixo), aparece um menu contendo outros comandos que podem ser incluídos. (CTRL + O): esse comando permite a abertura de um novo documento ou um modelo (.xltx) pré-formatado. (CTRL+A): abre um documento existente e que já foi salvo anteriormente. Conhecendo as Fórmulas e Funções do Excel 2016 Funções de uma planilha são comandos mais compactos e rápidos para executar fórmulas. Com elas, é possível fazer operações complexas com uma única fórmula. As funções são agrupadas em categorias para facilitar a sua localização. funções financeiras: para calcular juros, rendimento de aplicações, depreciação de ativos etc.; funções matemáticas e trigonométricas: permite calcular raiz quadrada, fatorial, seno, tangente etc.; funções estatísticas: para calcular a média de valores, valores máximos e mínimos de uma lista, desvio padrão, distribuições etc.; funções lógicas: possibilitam comparar células e apresentar valores que não podem ser calculados com fórmulas tradicionais. Para introduzir uma função, o mais prático, enquanto não se familiariza com essa funcionalidade, é selecionar a Guia Fórmulas. Selecione a célula em que pretende inserir a fórmula e depois escolha o comando Inserir Função. Utilizando Fórmulas para Calcular Uma fórmulaé uma equação que analisa e faz cálculos com dados em uma planilha. As fórmulas no Excel sempre são iniciadas pelo sinal de igual (=), seguido dos valores a serem calculados e dos operadores de cálculo. Além de servir valores diretamente dentro de uma fórmula, você também pode utilizar referências de célula que contêm os valores desejados para realizar um cálculo. Dessa forma, o resultado do cálculo será atualizado automaticamente quando o valor de uma das células que fazem parte da fórmula for alterado. Uma fórmula também pode conter qualquer um dos seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes. As funções, que são fórmulas pré- desenvolvidas, serão estudadas posteriormente. Então, em se tratando dos outros elementos que uma fórmula pode conter, veremos a explicação de cada um. Referências: Uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula. Com referências, você pode usar dados contidos em partes diferentes de uma planilha em uma fórmula ou usar o valor de uma célula em várias fórmulas. Você também pode se referir a células de outras planilhas na mesma pasta de trabalho e a outras pastas de trabalho. Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores aritméticos, de comparação, lógicos, concatenação e de referência. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 63 de 200 Se digitarmos ‘9, o Excel irá converter o 9 de numérico para texto. Se digitarmos =”a1+b2”, ele retornará a1+b2. E se digitarmos =9&2, ele retornará 92 em valor textual. O símbolo “&” tem a função de concatenar (juntar) valores e transformá-los em um valor de texto. Como resolver uma fórmula composta (fórmula com mais de um operador)? Siga a tabela abaixo: Exemplo: =A1+b5*C6^A6 1º – Exponenciação (^) 2º – Multiplicação (*) 3º – Soma (+) Constantes: um valor que não é calculado e que, portanto, não é alterado. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante. Criando uma fórmula simples: Para demonstrar na prática a criação de uma fórmula simples de soma, tomaremos por base a seguinte tabela: Em seguida, vamos posicionar a célula em que queremos que o resultado saia e vamos digitar o sinal de igualdade. Depois, vamos incluir a referência da primeira célula. Depois o operador matemático. Em seguida inclua também a referência da segunda célula, e por fim click na tecla enter e o resultado surgirá. Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos. Uma Função funciona como um operador dentro de uma fórmula, semelhante à adição, subtração etc. Porém, as funções são capazes de realizar cálculos mais complexos e de maneira mais simples. As funções são compostas por duas partes básicas e começam com um sinal de igual (=), seguido do nome da função, um parêntese de abertura, os argumentos da função separados por vírgulas e um parêntese de fechamento. NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células têm um nome exclusivo. Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3. PONTUAÇÃO: o sinal de “;” (ponto e vírgula) é interpretado como união (E). Exemplo: =SOMA(A1;A6). O Excel irá somar o valor de A1 E o valor de A6. O sinal de “:” (dois-pontos) é interpretado como intervalo (ATÉ). Exemplo: =SOMA (A1:A6). O Excel irá somar os valores de A1 ATÉ o valor de A6. O espaço em branco no meio de dois intervalos será interpretado como uma INTERSEÇÃO. Exemplo: =SOMA (A1:A6 A4:A5). O Excel irá somar apenas as células que se repetem (se cruzam) nos dois intervalos. A4 e A5. PRINCIPAIS FUNÇÕES EXCEL: Soma; Média; Máximo e Mínimo; Maior e Menor; Se; Somase; Cont.se; Cont.valores; e Procv. Soma: esta função soma valores, sendo possível adicionar valores individuais, valores de células ou, até mesmo, intervalo de valores. Exemplos: =SOMA(A2:A10): Irá realizar a adição de todos os valores no intervalo de A2 até A10. O sinal de “:” (dois pontos) indica ao Excel que o usuário está se referindo a um intervalo. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 64 de 200 =SOMA(A2;A10): Irá somar, por outro lado, apenas os valores das células A2 e A10, uma vez que “;” (ponto e vírgula) não indica um intervalo, mas valores isolados. =SOMA(A2:A10;2): Adiciona 2 à soma dos valores presentes no intervalo A2 a A10. Média: A função “MÉDIA” retorna a média aritmética entre 2 ou mais valores. Não confunda, entretanto, a função “=média ()” com a função “=med()”, uma vez que esta última fornece a mediana (pegadinha rotineira nos concursos). Exemplos: =MÉDIA(A2:A10): Retornará a média destes 9 números no intervalo A2 a A10. =MÉDIA(A2;A10): Fará a média aritmética entre as 2 células: A2 e A10. Máximo e mínimo: a lógica desta função é semelhante à das funções anteriores. Todavia, neste caso, irá retornar o maior ou menor valor dentro de um intervalo, ou entre valores especificados pelo usuário (utilizando o ponto e vírgula). Exemplos: =MÁXIMO(A2:A10): Maior valor dentro deste intervalo. =MÍNIMO(A2;A10): Menor valor das 2 células (A2 ou A10). =MÁXIMO(A2:A10;A15;50): Maior valor comparando o número 50, com a célula A15 e o intervalo A2:A10. Maior e menor: a função “MÁXIMO” retornará o maior valor entre todos, enquanto que a função “MAIOR” exige que o usuário informe, adicionalmente, o ranking do “maior” que ele deseja. Isto é, se é o segundo maior, terceiro maior, e assim sucessivamente. Exemplos: =MAIOR(A2:A10;1): informa o maior número no intervalo de A2 a A10; =MAIOR(A2:A10; 2): informa segundo maior número no intervalo de A2 a A10; =MENOR(A2:A10;5): retorna o quinto menor valor dentro do intervalo Repare, que esta função não permite a inserção de valores isoladamente (como nos exemplos anteriores), mas sim de um intervalo. Função “SE”: permite que o programador faça um ou mais testes lógicos, de forma que o software retorne um valor, caso este teste seja verdadeiro, ou outro valor, caso contrário. A sintaxe desta função é: =se(teste lógico; [valor verdadeiro]; [valor falso]) =SE(A2>0;1;2): Irá verificar se o conteúdo da célula A2 é maior que zero. Se sim, retornará o valor 1, caso contrário, 2. =SE(A2>10;1;2): Irá verificar se o conteúdo da célula A2 é maior que 10. Se sim, retornará o valor 1, caso contrário, 2. Função “SE” dentro de outra função “SE” Existe ainda a opção de intercalar uma função “SE” dentro de outra, no objetivo de fazer análises mais complexas, e isto abre um leque imenso de possibilidades. Como nada é mais esclarecedor que um exemplo prático, imagine que um professor queira dar notas A, B ou C para os alunos. Sendo que a nota “A” será para aqueles com média acima de 7, a nota “B” para aqueles com média entre 4 e 7, e abaixo de 4, nota “C”. O primeiro passo é verificar se a média do aluno é maior ou menor que 7, certo?! Se for maior ou igual a 7, nota A. Caso seja menor, deve-se, adicionalmente, observar se a média é maior ou menor que 4. Dessa maneira teremos todas as possibilidades analisadas. Dado que a nota do aluno esteja na célula A2, veja como a função seria escrita: =SE(A2>=7;”A”;SE(A2>=4;”B”;”C”)) Primeiro o programa irá verificar se a média é maior ou igual a 7. Em caso afirmativo, irá retornar “A” e sair da função. Fim. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 65 de 200 Apenas na hipótese de a média ser menor que 7, o programa irá verificar a parte FALSA da função, isto é “ SE(A2>=4;”B”;”C”)”. Desse modo, se a linha de comando chegar a este ponto, significa que a média do aluno JÁ É menor que 7, devendo, para finalizar, apenas verificar se é maior que 4 ou não. Caso afirmativo, o programa retornará a nota “B”, caso contrário “C”. Função SOMASE: Realizará a soma do conteúdo das células, desde que alguma condição seja obedecida. Exemplo: =SOMASE(A1:A5; “>3”) somará todos valores maiores que 3, no intervalo A1:A5. Como apenas 4 e 5 são maiores que 3, o resultado será 9. Função Cont.SE: Esta função retornará a quantidade de células em um intervalo que obedeça determinada condição. No exemplo acima, a função =CONT.SE(A1:A5;”LARANJA”) irá contar quantas vezes a palavras “laranja” se repete no intervalo de A1 a A5. Função CONT.VALORES: diferentemente da função cont.se, CONT.VALORES não requer uma condição, mas apenas um intervalo. Fornecido o intervalo, a função retornará, como resultado, a quantidade de células não vazias. Função PROCV: fará a busca de um valor em uma coluna e, ao encontrá-lo, retornará o conteúdo de outra coluna, pertencente à mesma linha. Veja a sintaxe: =PROCV(Valor_procurado, matriz_tabela, num_indice_coluna) =PROCV(“Leandro”;A1:B5;2): Irá buscar pela palavra “Leandro” sempre pela primeira coluna da matriz fornecida e, em seguida, retornará o valor da segunda coluna da matriz, pertencente à mesma linha. PROCV(“Leandro”; A2:C5;3) Irá buscar pela palavra “Leandro” sempre pela primeira coluna da matriz fornecida e, em seguida, retornará o valor da terceira coluna da matriz, pertencente à mesma linha, ou seja, “motorista”. PRINCIPAIS TECLAS DE ATALHOS DO EXCEL Tecla ALT. ALT + LETRA irá ativar a exibição das teclas de atalho das guias e ferramentas. Observe quando o ALT é pressionado. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 66 de 200 Sistema Operacional Linux Um Sistema Operacional criado por Linus Torvald, a partir de uma coleção de software construído sobre o Kernel (núcleo) do Linux. Cada distribuição possui recursos que a tornam única. Algumas distribuições são projetadas para uso geral, enquanto outras são projetadas para um caso de uso muito específico, como um firewall ou um servidor da Web. Ao contrário de um software proprietário, ele é um software livre, cujo código-fonte está aberto e disponível sob a Licença GPL (General Public License) para que o usuário possa ter acesso ao código-fonte com o intuito de utilizá-lo executá-lo, estudá-lo, modificá-lo e distribuí-lo livremente de acordo com os termos da licença. É multitarefa, isto é, o sistema pode executar mais de uma aplicação ao mesmo tempo. É multiusuário, isto é, um mesmo computador pode ter várias contas de usuário. Seu usuário administrador recebe o nome de root. Sistema de Arquivos: EXT2; EXT3 EXT4; *Mais usado. REISERFS; Estrutura de Arquivos: DIRETÓRIO DESCRIÇÃO / É o diretório raiz /bin (arquivos binários) onde os programas iniciados de forma autonoma. /boot Arquivos para inicialização do sistema /etc Todos os arquivos de configuração do sistema e programas /home Arquivos pessoais e de configuração de um usuário Comandos mais utilizados: Principais Distribuições: ANOTAÇÕES: Comando Descrição ls Exibe o conteúdo do diretório atual. cd Permite a mudança de um diretório para outro. rm Remove arquivos ou diretórios. cp Comando usado para copiar arquivos. mkdir Comando usado para criar diretórios (pastas). pwd Comando usado para mostrar o caminho do diretório atual. Cat Usado para unir, criar e exibir arquivos. Mv Usado para mover arquivos Find Usado para procurar arquivos/diretórios no disco através de parâmetros como tamanho, data de modificação. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 67 de 200 PRIMEIROS HABITANTES Povos Pré-Colombianos Aqueles que viviam na América antes da chegada de Cristóvão Colombo. Este termo é usado para se referir aos povos nativos da América Hispânica e da América Anglo-saxônica. Destacavam-se: os olmecas, os toltecas, os teotihuacanos, os zapotecas, os mixtecas, os astecas e os maias) e dos Andes (os incas, moches, chibchas, cañaris). Índios da Amazônia Segundo os estudos realizados por linguistas, na Amazônia existia cerca de 718 línguas faladas entre os 6 grandes troncos-linguisticos indígenas. Os grandes troncos linguísticos que habitavam a Amazônia em 1616 eram: Tupi, Aruaque, Karibi, Tukano, Pano e Jê. Índios do acre Três são os troncos linguísticos que formam a população indígena no Acre. São eles: Panos, Aruaques e Katukinas. Os principais grupos indígenas existentes no Acre são: Kaxinawás, Yawanawás, Oyanawás, Jaminawás, Nukuinus, Araras Kaxararis, Kulinas, Kampas, Katukinas, Machineris, Xinanes. Curiosidade: As “correrias” contra os indíos. As correrias eram perseguições armadas aos povos indígenas que acompanharam a abertura e a instalação dos seringais no Acre proporcionadas fundamentalmente por seringalistas, no final do século XIX e início do século. FORMAÇÃO ECONÔMICA DO ACRE Primeiro Ciclo da Borracha O Primeiro Ciclo da Borracha na Amazônia aconteceu no final do século XIX e no início do século XX. Teve o seu apogeu entre 1879 e 1912, após o surgimento do automóvel, quando a indústria automobilística potencializou o uso da borracha. Obtida a partir do látex da seringueira, árvore originária da Amazônia. A borracha vinha do látex e o látex era obtido da seringueira, um produto exclusivo da Amazônia brasileira. No final do século XIX, Manaus se tornou o centro de comercialização desse produto para o Mundo. O látex era obtido em áreas distantes e trazido para Manaus de onde saia para a Europa e para os Estados Unidos. Nessa época o Brasil proibiu a saída de mudas de seringueiras do país, para ter a exclusividade do produto por mais tempo. Os ingleses levaram vários navios com contrabando de mudas para o sudeste da Ásia. Essas mudas foram plantadas na região da Indochina, nos atuais territórios do Vietnam, Laos e Malásia, onde a seringueira obteve excelentes resultados. O látex do Sudeste da Ásia inundou o Mundo de borracha e o preço caiu, pondo fim ao Ciclo da Borracha brasileiro, diminuindo a riqueza da Amazônia. A Migração Nordestina À proporção que subia no mercado o preço da borracha, crescia a demanda e aumentava a corrida para a Amazônia. Os seringais multiplicavam-se, assim, pelos vales do Acre, do Purus e, mais a oeste, do Tarauacá: em um ano (1873- 1874), na bacia do Purus, a população subiu de cerca de mil para quatro mil habitantes. Por outro lado, o governo imperial, já sensível às ofertas decorrentes da procura da borracha, considerou brasileiro todo o vale do Purus. Também na segunda metade do século XIX registraram-se perturbações no equilíbrio demográfico e geoeconômico do império, com o surto cafeeiro no Sul canalizando os recursos financeiros e de mão de obra, em detrimento do Nordeste. O empobrecimento crescente dessa região impulsionou ondas migratórias em direção aos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O movimento de populações tornou-se particularmente ativo durante a seca prolongada no interior nordestino, de 1877 a 1880, expulsando centenas de nordestinos, que rumaram para os seringais em busca de trabalho. O avanço da migração nordestina processou-se até as margens do Juruá] e acelerou a ocupação das terras que mais tarde a Bolívia reclamaria. Os grandes leitos fluviais e a rede de seus tributários eram então intensamente trafegados por flotilhas de embarcações do mais variado porte, transportando colonos, mercadorias e material de abastecimento para os núcleos mais afastados. HISTÓRIA DO ACRE https://pt.wikipedia.org/wiki/Olmecas https://pt.wikipedia.org/wiki/Toltecas https://pt.wikipedia.org/wiki/Teotihuacanhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Zapotecas https://pt.wikipedia.org/wiki/Mixtecas https://pt.wikipedia.org/wiki/Astecas https://pt.wikipedia.org/wiki/Andes https://pt.wikipedia.org/wiki/Incas https://pt.wikipedia.org/wiki/Moche https://pt.wikipedia.org/wiki/Chibchas https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ca%C3%B1aris&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Borracha https://pt.wikipedia.org/wiki/Amaz%C3%B4nia https://pt.wikipedia.org/wiki/Seringal https://pt.wikipedia.org/wiki/Vale https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Acre https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Purus https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Tarauac%C3%A1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_hidrogr%C3%A1fica https://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Sul_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o_de_obra https://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Nordeste_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_(estado) https://pt.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_(estado) https://pt.wikipedia.org/wiki/Sert%C3%A3o_brasileiro https://pt.wikipedia.org/wiki/Sert%C3%A3o_brasileiro https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Juru%C3%A1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Acre#cite_note-21 https://pt.wikipedia.org/wiki/Bol%C3%ADvia https://pt.wikipedia.org/wiki/Afluente @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 68 de 200 Os governos do Amazonas e do Pará logo instituíram as chamadas casas aviadoras, que financiavam vários tipos de operações, garantiam créditos e promoviam o incentivo comercial nos seringais Curiosidade: As “Gaiolas”. Eram embarcações mais utilizadas pelos nordestinos que migravam para as regiões acreanas. Possuíam um acabamento tosco, onde o conforto era mínimo, e os passageiros dormiam em redes no convés, o que, segundo a tradição oral, deu origem ao nome, pois as redes balançam de um lado para o outro, tal como o balanço dos pássaros nas gaiolas. O segundo ciclo da borracha O período da Batalha da Borracha, alguns também chamam este período de Segundo Ciclo da Borracha, no período de 1942 a 1945 no contexto da Segunda Guerra Mundial, quando a Amazônia teve novamente, embora por pouco tempo, um aumento na procura e produção da borracha financiado pelos Estados Unidos Quando as forças japonesas dominaram militarmente o Pacífico Sul nos primeiros meses de 1942 e invadiram também a Malásia, o controle dos seringais passou a estar nas mãos dos nipônicos, o que culminou na queda de 97% da produção da borracha asiática. Na ânsia de uma solução para esse impasse e, também para suprir a borracha necessária para o material bélico dos Forças Aliadas, em maio de 1941 o governo brasileiro fez acordos com o governo dos Estados Unidos, chamados de Acordos de Washington, que desencadeou uma operação em larga escala de extração de látex na Amazônia - operação que ficou conhecida como a Batalha da Borracha. Como os seringais estavam abandonados e mais de 35 mil trabalhadores permaneciam na região, o grande desafio de Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, era aumentar a produção anual de látex de 18 mil para 45 mil toneladas, como previa o acordo. Para isso seria necessária a força braçal de 100 mil homens. O alistamento compulsório em 1943 era feito pelo Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA), com sede no nordeste, em Fortaleza, criado pelo então Estado Novo. A escolha do nordeste como sede deveu-se essencialmente como resposta a uma seca devastadora na região e à crise sem precedentes que os camponeses da região enfrentavam. Milhares de trabalhadores de várias regiões do Brasil foram compulsoriamente levados à escravidão por dívida e à morte por doenças para as quais não possuíam imunidade. Só do nordeste foram para a Amazônia 54 mil trabalhadores, sendo 30 mil deles apenas do Ceará. Esses novos seringueiros receberam a alcunha de Soldados da Borracha, numa alusão clara de que o papel do seringueiro em suprir as fábricas nos EUA com borracha era tão importante quanto o de combater o regime nazista com armas. Cerca de 30 mil seringueiros morreram abandonados na Amazônia, depois de terem exaurido suas forças extraindo o ouro branco. Morriam de malária, febre amarela, hepatite e atacados por animais como onças, serpentes e escorpiões. A REVOLUÇÃO ACREANA A ocupação das terras bolivianas pelos seringueiros brasileiros. Em 1890, um oficial boliviano, José Manuel Pando, alertou seu governo para o fato de que na bacia hidrográfica do Juruá havia mais de 300 seringais, com a ocupação dos brasileiros implantando-se cada vez mais rapidamente em solo da Bolívia.[22] A penetração brasileira avançara em profundidade para oeste do meridiano de 64º até além do de 72º, numa extensão de mais de mil quilômetros, muito embora já estivessem fixadas as fronteiras acima da confluência do Beni- Mamoré, segundo o tratado de 1867. https://pt.wikipedia.org/wiki/Amazonas https://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Seringal https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_de_descanso https://pt.wikipedia.org/wiki/Conv%C3%A9s https://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Pac%C3%ADfico https://pt.wikipedia.org/wiki/Aliados_da_Segunda_Guerra_Mundial https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordos_de_Washington https://pt.wikipedia.org/wiki/SEMTA https://pt.wikipedia.org/wiki/Fortaleza_(Cear%C3%A1) https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Novo_(Brasil) https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Novo_(Brasil) https://pt.wikipedia.org/wiki/Seca https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_por_d%C3%ADvida https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_por_d%C3%ADvida https://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Nordeste_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Cear%C3%A1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Alcunha https://pt.wikipedia.org/wiki/Soldados_da_Borracha https://pt.wikipedia.org/wiki/Soldados_da_Borracha https://pt.wikipedia.org/wiki/Regime_nazista https://pt.wikipedia.org/wiki/Mal%C3%A1ria https://pt.wikipedia.org/wiki/Febre_amarela https://pt.wikipedia.org/wiki/Febre_amarela https://pt.wikipedia.org/wiki/Hepatite https://pt.wikipedia.org/wiki/On%C3%A7a-pintada https://pt.wikipedia.org/wiki/Serpente https://pt.wikipedia.org/wiki/Escorpi%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Bol%C3%ADvia https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Manuel_Pando https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_hidrogr%C3%A1fica https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_hidrogr%C3%A1fica https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Juru%C3%A1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Seringal https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasileiros https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Acre#cite_note-Nova_Enciclop%C3%A9dia_Barsa_58-23 https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Beni https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Mamor%C3%A9 https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Ayacucho https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Ayacucho @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 69 de 200 Em 1895, criou-se uma comissão para o ajuste da divisa. O representante brasileiro, Gregório Taumaturgo de Azevedo, demitiu-se após verificar que a ratificação do tratado de 1867 iria prejudicar os seringueiros ali estabelecidos. Em 1899, os bolivianos estabeleceram um posto administrativo em Puerto Alonso, cobrando impostos e lançando taxas aduaneiras sobre as atividades dos brasileiros. No ano seguinte, o Brasil aceitou a soberania da Bolívia na zona, quando reconheceu oficialmente os antigos limites na confluência Beni-Mamoré. Os seringueiros, alheios às tramitações diplomáticas, julgaram lesados seus interesses e iniciaram movimentos de rebeldia, ocorrendo duas sérias contestações Em abril de 1899, um advogado cearense, José Carvalho, liderou uma ação armada, que culminou na expulsão das autoridades bolivianas. Logo depois a Bolívia iniciou negociações com um truste anglo-americano, o Bolivian Syndicate, a fim de promover, com poderes excepcionais (cobranças de impostos, força armada), a incorporaçãopolítica e econômica do Acre a seu território. O Estado Independente do Acre O governador do Amazonas, José Cardoso Ramalho Júnior, informado do ajuste por um funcionário do consulado boliviano em Belém, o espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias, enviou-o à frente de contingentes militares para ocupar Puerto Alonso. Gálvez proclamou ali a República do Acre, tornando-se seu presidente com o apoio dos seringalistas. O Novo Estado tinha o objetivo de afastar o domínio boliviano para depois pedir anexação ao Brasil. Em março de 1900, devido protestos da Bolívia, o presidente Campos Sales extinguiu a efêmera república (oito meses após a criação). Luis Gálvez teve que rendeu- se e retirou-se para a Europa. Reinstalaram-se os bolivianos na região, mas sofreram em seguida o ataque de outra expedição que se constituíra em Manaus, com a ajuda do novo governador Silvério Néri, que também se opunha, nos bastidores, ao domínio da Bolívia sobre o Acre, de onde provinham, em forma de impostos, grandes quantias para o tesouro estadual. Em dezembro de 1900, composta de moços intelectuais, da boêmia de Manaus, a "Expedição dos Poetas" desbaratou-se após rápido combate em frente a Puerto Alonso. Plácido de Castro e as revoltas armadas Comerciantes e proprietários no Rio Acre resolveram entregar a chefia de nova insurreição a um ex-aluno da Escola Militar de Porto Alegre, José Plácido de Castro, gaúcho de São Gabriel, que, à frente de um corpo improvisado de seringueiros, iniciou operações na vila de Xapuri, no alto Acre, e aí prendeu as autoridades bolivianas (agosto de 1902). Depois de combates esparsos e bem-sucedidos, Plácido de Castro assediou Puerto Alonso, logrando a capitulação final das forças bolivianas (fevereiro de 1903). A luta começou em 6 de agosto de 1902, na cidade de Xapuri, sendo finalizada em 24 de janeiro de 1903, quando foi tomada Rio Branco (então transformada em Porto Acre). Plácido de Castro tinha como principal motivação o fato de haver a Bolívia arrendado o território do Acre a um sindicato estrangeiro (chartered company), semelhante aos que operavam na Ásia e na África. O Bolivian Syndicate, constituído por capitais ingleses e americanos, iria empossar-se na administração do Acre, dispondo de forças policiais e frota armada. Representantes dessa companhia chegaram à vila de Antimari (Rio Acre), abaixo de Puerto Alonso, mas desistiram da missão porque os revolucionários dominavam todo o rio, faltando pouco para o fim da resistência boliviana. https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasileiros https://pt.wikipedia.org/wiki/Greg%C3%B3rio_Taumaturgo_de_Azevedo https://pt.wikipedia.org/wiki/Greg%C3%B3rio_Taumaturgo_de_Azevedo https://pt.wikipedia.org/wiki/Puerto_Alonso https://pt.wikipedia.org/wiki/Conflu%C3%AAncia https://pt.wikipedia.org/wiki/Amazonas https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Cardoso_Ramalho_J%C3%BAnior https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Cardoso_Ramalho_J%C3%BAnior https://pt.wikipedia.org/wiki/Miss%C3%B5es_diplom%C3%A1ticas_da_Bol%C3%ADvia https://pt.wikipedia.org/wiki/Miss%C3%B5es_diplom%C3%A1ticas_da_Bol%C3%ADvia https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Bel%C3%A9m https://pt.wikipedia.org/wiki/Luis_G%C3%A1lvez_Rodr%C3%ADguez_de_Arias https://pt.wikipedia.org/wiki/Luis_G%C3%A1lvez_Rodr%C3%ADguez_de_Arias https://pt.wikipedia.org/wiki/Puerto_Alonso https://pt.wikipedia.org/wiki/Puerto_Alonso https://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_do_Acre https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_Sales https://pt.wikipedia.org/wiki/Europa https://pt.wikipedia.org/wiki/Bol%C3%ADvia https://pt.wikipedia.org/wiki/Manaus https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_governadores_do_Amazonas https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Silv%C3%A9rio_N%C3%A9ri&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Silv%C3%A9rio_N%C3%A9ri&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Imposto https://pt.wikipedia.org/wiki/Puerto_Alonso https://pt.wikipedia.org/wiki/Puerto_Alonso https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Acre https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Militar_de_Porto_Alegre https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Pl%C3%A1cido_de_Castro https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Pl%C3%A1cido_de_Castro https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sul https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Gabriel_(Rio_Grande_do_Sul) https://pt.wikipedia.org/wiki/Xapuri https://pt.wikipedia.org/wiki/Puerto_Alonso https://pt.wikipedia.org/wiki/6_de_agosto https://pt.wikipedia.org/wiki/1902 https://pt.wikipedia.org/wiki/Xapuri https://pt.wikipedia.org/wiki/24_de_janeiro https://pt.wikipedia.org/wiki/1903 https://pt.wikipedia.org/wiki/Porto_Acre https://pt.wikipedia.org/wiki/Bol%C3%ADvia https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81sia https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Acre https://pt.wikipedia.org/wiki/Puerto_Alonso @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 70 de 200 Aclamado governador do Estado Independente do Acre, Plácido de Castro organizou um governo em Puerto Alonso. Daí por diante a questão passou à esfera diplomática. A intervenção diplomática Daí por diante a questão passou à esfera diplomática. O Barão do Rio Branco assumira o Ministério do Exterior e seu primeiro ato foi afastar o Bolivian Syndicate. Os banqueiros responsáveis pelo negócio aceitaram em Nova York a proposta do Brasil: dez mil libras esterlinas como preço da desistência do contrato (fevereiro de 1903). Em novembro de 1903, Rio Branco e o plenipotenciário Assis Brasil assinaram com os representantes da Bolívia o Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil adquiriu o Acre por compra (dois milhões de libras esterlinas, ou 36 268 contos e 870 mil-réis em moeda e câmbio da época), e cedeu uma pequena faixa do então território do Mato Grosso denominada Triângulo do Abunã,[38] com aproximadamente 2 300 km². Em consequência, dissolveu-se o Estado Independente, passando o Acre Meridional e o Acre Setentrional a constituírem o território brasileiro do Acre, organizado, segundo os termos da lei n° 1.181, de 25 de fevereiro de 1904, e do decreto 5 188, de 7 de abril de 1904, em três departamentos administrativos: o do Alto Acre, o do Alto Purus e o do Alto Juruá, chefiados por prefeitos da livre escolha e nomeação do presidente da república. Solucionada a parte da Bolívia, um outro caso tinha de ser resolvido com o Peru. O governo de Lima, alegando validez de títulos coloniais, reivindicava todo o território do Acre e mais uma extensa área do estado do Amazonas. O governo de Lima, alegando validez de títulos coloniais, reivindicava todo o território do Acre e mais uma extensa área do estado do Amazonas.[39] Delegações administrativas e militares desse país tentaram estabelecer-se no Alto Purus (1900, 1901 e 1903) e no Alto Juruá (1898 e 1902). Os brasileiros, com seus próprios recursos, forçaram os peruanos a abandonar o Alto Purus (setembro de 1903). Rio Branco, para evitar novos conflitos, sugeriu um modus vivendi para a neutralização de áreas no Alto Purus e no Alto Juruá e o estabelecimento de uma administração conjunta (julho de 1904). Isso não impediu um conflito armado entre peruanos e um destacamento do exército brasileiro em serviço no recém- criado departamento do Alto Juruá. A luta findou com a retirada das forças peruanas. À luz dos títulos brasileiros e dos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto Purus e do Alto Juruá, Rio Branco propôs ao governo do Peru o acerto de limites firmado a 8 de setembro de 1909. Com esse ato completou-se a integração político-jurídica do território na comunidade brasileira. A EXPANSÃO DA PECUÁRIA NO ACRE O governo militar pós 64 e a política de ocupação da Amazônia O presidente do Brasil, João Goulart, que havia assumido a Presidência em 1961, devido a renúnciade Jânio Quadros, não conseguiu chegar ao fim do seu mandato, devido ao contragolpe dos militares ocorrido em 31 de março de 1964. Com os militares ocupando a Presidência de República, a economia brasileira foi aberta à países ricos, garantindo assim a presença de empresas estrangeiras nas terras nacionais. Para a Amazônia, o Plano consistia que esta fosse explorada por grandes empresas multinacionais, substituindo os velhos e falidos seringais, por grandes empresas agropecuárias internacionais. Os órgãos criados pelos militares para a ocupação da Amazônia Com viés estatizante, o governo militar à época, criou vários órgãos para a execução de planos que facilitassem a entrada de empresários na região amazônica. Assim foram criados entres outros: SUDAM: Superintendência do desenvolvimento da Amazônia; BASA: Banco da Amazônia S.A; SUFRAMA: Superintendência da Zona Franca de Manaus/ INCRA: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária; dentre outros. O governo Vanderley Dantas e o incentivo a pecuária no Acre https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Independente_do_Acre https://pt.wikipedia.org/wiki/Bar%C3%A3o_do_Rio_Branco https://pt.wikipedia.org/wiki/Minist%C3%A9rio_das_Rela%C3%A7%C3%B5es_Exteriores_(Brasil) https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Libra_esterlina https://pt.wikipedia.org/wiki/Bol%C3%ADvia https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Petr%C3%B3polis https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Libras_esterlinas https://pt.wikipedia.org/wiki/Libras_esterlinas https://pt.wikipedia.org/wiki/Mato_Grosso https://pt.wikipedia.org/wiki/Tri%C3%A2ngulo_do_Abun%C3%A3 https://pt.wikipedia.org/wiki/Tri%C3%A2ngulo_do_Abun%C3%A3 https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Acre#cite_note-39 https://pt.wikipedia.org/wiki/Territ%C3%B3rio_brasileiro https://pt.wikipedia.org/wiki/Prefeito https://pt.wikipedia.org/wiki/Presidente_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Bol%C3%ADvia https://pt.wikipedia.org/wiki/Peru https://pt.wikipedia.org/wiki/Amazonas https://pt.wikipedia.org/wiki/Amazonas https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Acre#cite_note-Hist%C3%B3ria_do_Acre_Brasil_Channel-40 https://pt.wikipedia.org/wiki/Modus_vivendi https://pt.wikipedia.org/wiki/Peru https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 71 de 200 Entre 1971 a 1974 o então governador, Francisco Vanderley Dantas, abriu as portas do Acre aos empresários do centro sul do Brasil que compraram terras baratas vendidas pelos seringalistas falidos. Dantas oferecia também incentivos estaduais utilizando- se do dinheiro do extinto BANACRE para financiar a criação de gado colocando a disposição do fazendeiros os serviços dos setores do governo estadual, para a elaboração de projetos agropecuários. Investiu pesado em propaganda de rádio e televisão, dentro e fora do Estado do Acre para atrair fazendeiros. “Produzir no Acre, Investir no Acre, Exportar pelo pacífico” era o slogan de propaganda utilizado por Dantas para o convencimento de empresários dispostos a aplicar seu dinheiro na região acreana. O Acre tornou-se o paraíso dos fazendeiros e inferno para para índios e seringueiros, pois suas terras passaram e ser invadidas por pessoas que eles não conheciam, vindo de vários lugares do país, que passaram a se chamados de “paulistas”. Os seringueiros e índios que moravam nessas regiões, afetados pela expansão agropecuária mudaram-se para outros lugares. Os que ficaram tornaram-se “peões” dos próprios fazendeiros para poderem sobreviver. Os seringueiros expulsos foram para as cidades formando populosos barros. Apesar da falta de incentivo, a produção de borracha nunca foi extinta, e ainda hoje continua direta ou indiretamente constituindo parte da renda de muitos extrativistas que vivem no meio das florestas acreanas. O MOVIMENTO AUTONOMISTA NO ACRE Acre Território Logo após a anexação do Acre ao Brasil, os acreanos esperavam pela sua elevação a Estado o mais rápido possível, uma vez que, nessa época (Auge do Ciclo da Borracha), o Acre representava 1/3 do PIB brasileiro. Porém isso não aconteceu. Atendendo às disposições jurídicas do Tratado de Petrópolis, o presidente Rodrigues Alves sancionou a lei que criava o Território do Acre (1904) - o primeiro do país - dividindo o Território em três departamentos: o do Alto Acre, o do Alto Purus e o do Alto Juruá, este último desmembrado para formar o do Alto Tarauacá em 1912. A administração departamental exercia-se, até 1921, por prefeitos designados pelo Presidente da República. A revolta nos Departamentos Essa subjugação causou intensas revoltas da população. Foi o caso da revolta de Cruzeiro do Sul, em 1910, que depôs o Prefeito Departamental do Alto Juruá e proclamou criado o Estado do Acre (a chamada Revolta do Alto Juruá). Cem dias depois, entretanto, as tropas federais atacaram os revoltosos e restabeleceram a 'ordem' e a tutela. Em 1913, um movimento de revolta ocorreria no Purus, em Sena Madureira, por motivos muito semelhantes ao do Alto Juruá. Em 1918, seria a vez da luta autonomista chegar ao vale do Acre, em Rio Branco, que protestou intensamente contra a manutenção daquela situação de subjugação ao governo federal. Porém ambas as revoltas foram igualmente sufocadas à força pelo governo brasileiro. A elevação do Acre a categoria de Estado Impulso mesmo o movimento autonomista só voltaria a ter em meados da década de 50, quando o PSD, do ex- governador José Guiomard dos Santos, resolveu assumir essa bandeira e elaborar um projeto de lei que transformava o Acre em Estado. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 72 de 200 Esse projeto causou grande movimentação política em todo o Acre e chegou ao Congresso Nacional em 1957, provocando uma intensa disputa política entre o PTB de Oscar Passos e o PSD de Guiomard Santos, tendo o primeiro se posicionado contra a lei de transformação do Acre em Estado. Depois de muitas disputas no Congresso Nacional, finalmente em 1962, durante a fase parlamentarista do governo João Goulart, foi assinada a lei 4.070, de autoria do então deputado Guiomard Santos. Por uma ironia política, o Presidente João Goulart era do PTB, o partido que, a nível nacional, se colocava contra o tal projeto. Ainda assim, o projeto foi aprovado e passou a vigorar a partir do dia 15 de junho de 1962. O PTB, todavia, não foi de todo derrotado. Nas primeiras eleições livres e diretas realizadas na história do Acre, o PTB foi o grande vencedor, fazendo o primeiro governador constitucional do Acre, o Professor José Augusto de Araújo, além de todas as prefeituras municipais acreanas. ANOTAÇÕES: @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 73 de 200 GEOGRAFIA DO ACRE ASPECTOS GERAIS O Estado o Acre está situado na Região Norte, no extremo oeste do Brasil, sua capital é Rio Branco e quem nasce no estado é chamado acriano ou acreano. Sua área compreende 164.123,738 km² e ocupa, entre os demais estados da federação, o 16º lugar em área territorial. O Estado faz fronteira com o estado do Amazonas ao norte e em seu extremo ocidental – em uma estreita faixa da fronteira, limita-se com Rondônia. Em sua porção noroeste, faz também fronteiras internacionais com o Peru e a Bolívia. É no Acre que se encontra o ponto mais ocidental do Brasil, a nascente do rio Moa. REGIÕES GEOGRÁFICAS: INTERMEDIÁRIAS E IMEDIATAS DO ACRE O Acre é composto por 22 municípios, que estão distribuídos em cinco regiões geográficas imediatas, que por sua vez estão agrupadas em duas regiões geográficas intermediárias, segundo a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vigente desde 2017. A primeira seçãoaborda as regiões geográficas intermediárias e suas respectivas regiões imediatas integrantes, enquanto que a segunda trata das regiões geográficas imediatas e seus respectivos municípios, divididas por regiões intermediárias e ordenadas pela codificação do IBGE. As regiões geográficas intermediárias foram apresentadas em 2017, com a atualização da divisão regional do Brasil, e correspondem a uma revisão das antigas mesorregiões, que estavam em vigor desde a divisão de 1989. As regiões geográficas imediatas, por sua vez, substituíram as microrregiões. Na divisão vigente até 2017, os municípios do estado estavam distribuídos em cinco microrregiões e duas mesorregiões, segundo o IBGE. Essa configuração deve ser utilizada para fins de planejamento e estimativas. Regiões Geográficas Intermediárias Rio Branco e Cruzeiro do Sul. Regiões Geográficas Imediatas Rio Branco, Brasileia e Sena Madureira Cruzeiro do Sul e Taraucá. MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE RIO BRANCO: Acrelândia, Bujari, Capixaba, Plácido de Castro, Porto Acre, Rio Branco, Senador Guiomard. MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE BRASILEIA: Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri. MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE SENA MADUREIRA: Monoel Urbano, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira. MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE CRUZEIRO DO SUL: Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Marechal Thaumartugo, Porto Walter e Rodrigues. MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE TARAUCÁ: Taraucá, Jordão e Feijó. VEGETAÇÃO Em razão do grande volume de chuvas e da farta rede fluvial, a vegetação do Acre é exuberante. É revestido por densa floresta equatorial de terra firme. É significativamente rica em seringueiras, o que lhe garante o primeiro lugar do país em produção de borracha. As árvores nativas da vegetação do Acre são responsáveis pela subsistência de grande parte dos povos da floresta: coletores, camponeses, seringueiros e população ribeirinha. A floresta amazônica é a maior floresta do planeta, apesar do desmatamento chegar a quase 20%. Por ser um bioma muito extenso, 60% da floresta está em território brasileiro, mas abrange 9 países da América do Sul (As Guianas - Rep. Da Guiana, Suriname e Guiana Francesa-, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. O nono é o Brasil) e dentro do território nacional cobre 9 estados (Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá, Pará, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão). A porção da floresta amazônica em território nacional denomina-se “Amazônia Legal”. Características da floresta amazônica: Latifoliada: Que possui plantas com folhas grandes e largas. Perenófila: Sempre verde e abundante Densa: Mata muito fechada, com muitas variedades e de difícil penetração. https://www.infoescola.com/geografia/regiao-norte/ https://www.infoescola.com/amazonas/ https://www.infoescola.com/rondonia/ https://www.infoescola.com/bolivia/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Acre https://pt.wikipedia.org/wiki/Munic%C3%ADpio_(Brasil) https://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%B5es_geogr%C3%A1ficas_intermedi%C3%A1rias_e_imediatas https://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_Brasileiro_de_Geografia_e_Estat%C3%ADstica https://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_Brasileiro_de_Geografia_e_Estat%C3%ADstica https://pt.wikipedia.org/wiki/Mesorregi%C3%B5es_e_microrregi%C3%B5es_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_mesorregi%C3%B5es_e_microrregi%C3%B5es_do_Acre https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_mesorregi%C3%B5es_e_microrregi%C3%B5es_do_Acre https://www.infoescola.com/geografia/vegetacao-do-acre/ https://www.infoescola.com/biomas/florestas-equatoriais/ https://www.infoescola.com/historia/camponeses/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 74 de 200 Ombrófila: Sombria. As copas das árvores maiores fazem com que o interior da floresta receba pouca luz. Higrófila: Plantas adaptadas a alta pluviosidade (quantidade de chuvas). Heterogênea: Possui enorme diversidade. É considerada Megadiversa. POPULAÇÃO A população acriana estimada, segundo o IBGE em 2021 era 906.876 pessoas distribuídas em 22 municípios. Como os demais estados da região, o Acre conta com uma das menores densidades demográficas do país, cerca de 4,47 hab/km². HISTÓRICO E OCUPAÇÃO Quando ainda território da Bolívia, a área que hoje é o estado do Acre recebeu uma intensa leva de imigrantes nordestinos, especialmente cearenses, que fugiam da grave seca ocorrida em 1877. A presença de características nordestinas, nos costumes e na cultura ainda é marcante no Acre. Durante muitas décadas, o que hoje é uma unidade da federação brasileira, foi objeto de disputa com a Bolívia. Apenas em 1903, com a assinatura do Tratado de Petrópolis, que o território acreano passa definitivamente para a administração e posse brasileiras. No entanto, o Acre só se tornou um dos 26 estados da federação em 1962. ECONOMIA Embora tenha havido nos últimos anos uma diversificação nas atividades econômicas do Acre, o extrativismo vegetal ainda é responsável por uma significativa parte das exportações do estado. Embora há anos em decadência, a borracha obtida a partir do látex das árvores amazônicas da seringueira, que experimentou seu auge no início do século XX, é um dos produtos do extrativismo que garantem sustento há muitas famílias acrianas. Além da borracha, a extração da castanha-do-brasil, também conhecida como castanha- do-pará é importante para a geração de renda. A madeira é o produto que o Acre mais exporta, isso se deve ao o estado ser predominado pela floresta Amazônica. Exportação de madeira cresce 21,5% em um ano no Acre. E só no ano de 2019 mais de 31% de todos os produtos exportados pelo estado foram de madeira, o que gerou mais de USS 10 milhões Desenvolvimento Sustentável Um dos mais importantes conceitos contemporâneos é o de desenvolvimento sustentável. Em poucas palavras seria garantir o direito de exploração dos recursos naturais às gerações futuras: Desenvolvimento econômico, com o uso racional dos recursos, de modo a permitir às gerações futuras a fazer o mesmo. Pressupõe o uso racional e equilibrado da natureza, bem como também desenvolvimento social, como saneamento básico, acesso a atendimento de saúde e à educação. A sustentabilidade amazônica pressupõe a preservação da floresta, manutenção da soberania nacional e o desenvolvimento social. Os temas ligados ao meio ambiente são discutidos há relativamente pouco tempo, depois da década de 70. É um tema de grande interesse regional, nacional e até mesmo global. A preservação do meio ambiente é uma preocupação que aos poucos se consolida no Brasil. Podemos perceber isso na preocupação com o licenciamento ambiental de usinas que estão sendo construídas na Amazônia. Tanto hidrelétricas quanto termelétricas. RELEVO O território acriano é quase todo recoberto por formações de planície, que raramente alcançam 300 metros de altitude. A planície amazônica alcança a porção sul do estado e as altitudes muito baixas fazem com que alguns autores classifiquem essa formação como uma depressão relativa. Nas terras mais ao sul do estado, o relevo permanece plano, no entanto as altitudes são um pouco mais elevadas. Os terrenos acrianos são formados essencialmente por rochas sedimentares, com predominância de arenitos. https://www.infoescola.com/clima/seca/ https://www.infoescola.com/historia/tratado-de-petropolis/ https://www.infoescola.com/historia/tratado-de-petropolis/ https://www.infoescola.com/quimica/latex/ https://www.infoescola.com/plantas/seringueira/ https://www.infoescola.com/geografia/planicie-amazonica/ https://www.infoescola.com/geologia/rochas-sedimentares/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 75 de 200 O relevo do Acre é predominantemente baixo, antigo e profundamente desgastado. As terras baixas do acre são predominantemente depressões e planícies. A principal depressão é a Amazônica, onde está o rio Acre, Planície Amazônica e Planalto rebaixado da Amazônia ocidental (oeste), ondeestá o ponto mais alto do estado, a Serra do Divisor, com 609 m, perto da fronteira como o Peru. A região é um parque: O parque nacional da serra do Divisor. Este é considerado o ponto mais ocidental do Brasil. CLIMA O clima característico do Acre é o equatorial, que apresenta durante todo o ano altas temperaturas e elevada umidade. Os moradores locais classificam as estações do ano em verão e inverno. Os meses chuvosos, de setembro a maio correspondem ao inverno, que ao contrário do que poderíamos imaginar, ainda possui altas temperaturas. O verão, nos meses de junho, julho e agosto é o verão, a estação mais seca, embora ocasionalmente ainda ocorram chuvas. O clima apresenta baixa amplitude térmica – ou seja, as temperaturas variam pouco entre a mínima e a máxima. O estado tem um dos mais altos índices pluviométricos – volume de chuvas – do país, que ultrapassam os 2.100 milímetros anuais. No inverno atua na Amazônia a MPA (massa polar atlântica) provocando a friagem A Massa Polar atlântica atua durante o inverno e no Acre (e na Amazônia em geral) provoca o fenômeno da friagem: por poucos dias há uma queda acentuada da temperatura, que em alguns locais pode cair à 10 em algumas localidades. HIDROGRAFIA Os rios acreanos, possuem grande importância para a navegação, transporte de mercadorias e pessoas e para a fixação das populações ribeirinhas. Os principais rios do Acre são: Uma pequena parte do Rio Negro, Rio Moa, Breu, Tarauacá, Envira, Alto Purus, Purus, Iaco, Acre, Tejo, Rio Abunã e Rio Juruá. GEOGLIFOS Geoglifo é uma grande figura feita no chão (geralmente com mais de quatro metros de extensão), em morros ou regiões planas. Sua construção pode se dar pela disposição organizada de sedimentos (como pedras, cascalho ou terra), criando um desenho em relevo positivo, ou pela retirada de sedimentos superficiais de modo a expor uma rocha subjacente, criando um relevo negativo. Em ambos os casos a formação da imagem se dá pelo fato de que a região trabalhada se destacará do solo natural do local, formando o desenho. Os grandes geoglifos são melhor visualizados do alto, por exemplo, se os vemos dos alto de um morro, de um balão, avião ou helicóptero. Alguns desses desenhos não podem ser vistos por completo do solo. Entre os mais famosos geoglifos negativos estão as Linhas de Nazca, no Peru. Os geoglifos do Acre são um conjunto de geoglifos antigos localizados no estado brasileiro do Acre. Chamados de "tatuagens da terra" por alguns grupos indígenas da região, essas estruturas de terra escavada foram registradas pela primeira vez na década de 1970, quando o pesquisador Ondemar Dias encontrou oito dessas estruturas na terra do Acre enquanto executava suas atividades para o Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas da Bacia Amazônica (Pronapaba). Em 2018, um desses geoglifos acreanos, com aproximadamente 2500 anos de idade, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O conjunto dos geoglifos do Acre está atualmente na Lista Indicativa a Patrimônio Mundial como um candidato pelo Brasil https://www.infoescola.com/geografia/estacoes-do-ano/ https://www.infoescola.com/clima/inverno/ https://www.infoescola.com/clima/amplitude-termica/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Morro https://pt.wikipedia.org/wiki/Bal%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Avi%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Helic%C3%B3ptero https://pt.wikipedia.org/wiki/Linhas_e_Ge%C3%B3glifos_de_Nasca_e_das_Pampas_de_Jumana https://pt.wikipedia.org/wiki/Linhas_e_Ge%C3%B3glifos_de_Nasca_e_das_Pampas_de_Jumana https://pt.wikipedia.org/wiki/Peru https://pt.wikipedia.org/wiki/Geoglifo https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Acre https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ondemar_Dias&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Programa_Nacional_de_Pesquisas_Arqueol%C3%B3gicas_da_Bacia_Amaz%C3%B4nica&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Programa_Nacional_de_Pesquisas_Arqueol%C3%B3gicas_da_Bacia_Amaz%C3%B4nica&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_do_Patrim%C3%B4nio_Hist%C3%B3rico_e_Art%C3%ADstico_Nacional https://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_do_Patrim%C3%B4nio_Hist%C3%B3rico_e_Art%C3%ADstico_Nacional https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Lista_Indicativa_a_Patrim%C3%B4nio_Mundial&action=edit&redlink=1 @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 76 de 200 Foram encontrados geoglifos na região sudoeste da Amazônia Ocidental, estando a maioria localizada no estado do Acre, em áreas de interflúvios, nascentes de igarapés e várzeas, principalmente entre os rios Acre e Iquiri. São mais de 410 geoglifos no estado espalhados por cerca de 300 sítios arqueológicos. REFERÊNCIAS DE TURISMO E DE LAZER Gameleira Novo Mercado Velho Palácio de Rio Branco Biblioteca Pública Praça da Revolução Acreana Passarela Joaquim Macedo Parque da Maternidade Parque do Tucumã Parque São Francisco Parque Chico Mendes Parque Capitão Ciríaco Horto Florestal Mercado do Bosque Sítio Histórico Quixadá Casa de Chico Mendes Seringal Cachoeira Trilha Chico Mendes Catedral Nossa Senhora da Glória Rio Croa Parque Chandless Geoglifos Serra do Divisor Viagem ao Peru e Bolívia Festival Yawa https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Interfl%C3%BAvio&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Igarap%C3%A9 https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%A1rzea https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Acre https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Iquiri @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 77 de 200 DIREITO CONSTITUCIONAL PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PRELIMINARMENTE: Precisamos estabelecer distinção entre princípios fundamentais e fundamentos: Princípios fundamentais = artigos 1º ao 4º; Fundamentos = só artigo 1º Ou seja, os ‘fundamentos” são espécies do gênero “princípios fundamentais”. ARTIGO 1º - FUNDAMENTOSFUNDAMENTOS DA RFB VAMOS METODIZAR O CAPUT DO ARTIGO 1º PARA ENCONTRAR NELE ALGUNS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS? OBS.: É UMA CLÁUSULA PÉTREA. Prof. Marcos Lima @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 78 de 200 Democracia semidireta/participativa: acontece por meio de representação de políticos em mandatos, mas também pode contar com a participação da população em certos momentos. O Brasil é adepto desse tipo de sistema democrático. Indireta = por meio dos políticos eleitos. Direta = por meio de plebiscito, referendo e iniciativa popular (artigo 14, CF). Plebiscito: Em regra, o plebiscito é convocado pelo legislativo (se nacional: no mínimo 1/3 de assinaturas de deputados ou senadores). Mas, a CF/88 prevê casos nos quais este é obrigatório, como no que tange a separação ou fusão de território. Referendo: Para ser proposto, faz-se necessária a assinatura de no mínimo 1/3 de deputados ou senadores. Iniciativa popular: Na esfera federal, a iniciativa pode ser exercida por meio de Projeto de Lei enviado à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos cinco unidades da federação e com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada uma delas. Em termos práticos, para que o projeto chegue até o Congresso, é necessário obter cerca de 1,5 milhão de assinaturas. Para a propositura nos municípios, a Constituição estabelece subscrição mínima de cinco por cento do eleitorado da cidade. Já no âmbito estadual e distrital, os requisitos para a apresentação de Projetos de Lei são formalizados pela Constituição de cada Estado e pela Lei Orgânica do DF. ARTIGO 2º - SEPARAÇÃO DOS PODERES Um fator importante é que, idêntico à forma de estado federativa (FEFE), a separação dos poderes também é uma cláusula pétrea (art. 60, §4º, CF88), não podendo haver proposta de emenda tendentea abolir essa separação. Veja, qualquer manifestação que diminua (tende a abolir) a separação dos poderes não merece prosperar, por força constitucional. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 79 de 200 ARTIGO 3º - OBJETIVOS FUNDAMENTAIS ARTIGO 4º - RELAÇÕES INTERNACIONAIS Gerações ou dimensões: 1ª – Tem como titular o indivíduo, são ligados ao valor de LIBERDADE (Revolução Francesa de 1789). Liberdade. Também é referente aos DIREITOS CIVIS e POLÍTICOS. Direitos civis e políticos = 1ª GERAÇÃO. 2º - Direitos ligados igualdade material entre todos. São direitos econômicos e sociais. Direitos econômicos e sociais = 2ª GERAÇÃO. 3º - São ligados à fraternidade e igualdade (também da Revolução Francesa de 1789). São direitos ao progresso, desenvolvimento, meio ambiente, autodeterminação dos povos, propriedade e comunicação. São os ditos direitos transindividuais, que protegem o gênero humano. DIREITOS TRANSINDIVIDUAIS (AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS, PROGRESSO E MEIO AMBIENTE) = 3ª GERAÇÃO. 4º - Direitos a democracia, informação e pluralismo (Paulo Bonavides); manipulação genética (Norberto Bobbio. DEMOCRACIA, INFORMAÇÃO, PLURALISMO, MANIPULAÇÃO GENÉTICA = 4ª GERAÇÃO. 5º - Direto à Paz (Paulo Bonavides) e Realidade Virtual. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS - DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS) Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição (IGUALDADE ENTRE GÊNEROS); II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. VERIFICAR DIFERENÇA ENTRE PARTICULARES E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA); Particular pode fazer tudo, desde que não existe lei que o obrigue a fazer ou deixar algo. Administração pública só pode fazer o que está autorizado em lei, ou seja, todo o andamento público deve estar regulado pela lei. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 80 de 200 III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante (LEI 9455/97 – LEI DA TORTURA); IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. IMPORTANTE; DESTE MODO, SÓ SE PODE ENTRAR EM UMA CASA: Consentimento do morador (dia e noite); Flagrante delito (dia e noite); Desastre (dia e noite); Prestar socorro (dia e noite) e Determinação judicial, somente durante o dia. XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso (ORAÇÃO 2 – DE DADOS E COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS), por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal - IMPORTANTE; Correspondência = sem ordem judicial; Telegráfica = sem ordem judicial; Dados = com ordem judicial; Telefônica = com ordem judicial. XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer (NORMA DE EFICÁCIA CONTIDA) OAB/CRO/CAU/CRC. As qualificações exigidas têm que estar previstas em lei e não somente no edital); Trabalho lícito. XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; Lei de acesso à informação. XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens (BRASIL É UM PAÍS DE FRONTEIRA ABERTA); XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; Direito coletivo. Direito de reunião. Não é mais necessário aviso prévio para reunião pública – STF RE 806339. XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; DIREITO COLETIVO. DIREITO DE ASSOCIAÇÃO. NÃO PODE PARAMILITAR, COM CARACTERISTICAS MILITARES. XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; DISSOLUÇÃO DECISÃO JUDICIAL COM TRÂNSITO EM JULGADO SUSPENSÃO DECISÃO JUDICIAL APENAS XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 81 de 200 XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; XXII - é garantido o direito de propriedade (CÓDIGO CIVIL – DIREITO REAL DE PROPRIEDADE); XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; Direito administrativo – princípio da supremacia do interesse público sobre o particular - fato do príncipe; XXVI - a PEQUENA PROPRIEDADE RURAL, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Após 70 anos será uma obra de domínio público. XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; Lei de Patentes e Invenções - Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996 - Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. DIREITO A INVENÇÕES E PATENTES. XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; DE CUJUS = morto, falecido, que bateu as botas, que foi para o além... XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (institui o Código de Defesa do Consumidor). XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 – Lei de Acesso à Informação. XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; Pode ou não ter taxas. O que não pode é cessar tais direitos (petição e certidão). XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Princípio inafastabilidade de jurisdição. Lei não pode cercear o postulado jurisdicional em qualquer matéria, mesmo meramente administrativa. XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; Os conceitos de tais estão na Lei de Introdução ao Direito Brasileiro – LINDB. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 82 de 200 XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; Tribunal de exceção = tribunal pós fato. O Tribunal de Exceção trata-se daquele em que os julgadores são escolhidos de modo arbitrário, sem obediência às regras objetivas de competência e, ainda, após a ocorrência do fato a ser analisado. XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; - IMPORTANTE. Princípio da legalidade, anterioridade e cominação legal em penas. Artigo 1º, CP. XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Lei penal não retroage, salvo para beneficiar o réu Lei processual penal se aplica desde logo e não retroage, nem para beneficiar o réu. XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; Lei 7.716/89, alterada pela Lei 9.459/97: define os crimes resultantes de discriminação ou preconceito por raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; Princípio da pessoalidade, da intranscendência ou da personalidade da pena. Veja, somente a pena não passa da pessoa do condenado, os danos civis sim. Não confundir com o princípio da individualização da pena. XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: Princípio da individualização da pena - garante que as penas dos infratores não sejam igualadas, mesmo que tenham praticado crimes idênticos. XLVII – IMPORTANTE. Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII – IMPORTANTE. A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - IMPORTANTE. É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - IMPORTANTE. Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; EXTRADIÇÃO Nato: nunca Naturalizado • Crime comum – praticado antes da naturalização • Tráfico de drogas – a qualquer tempo Estrangeiro não será extraditado por crime político ou de opinião. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 83 de 200 LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; STF, 2005 - Não se estende ao autor de atos delituosos de natureza terrorista, considerado o frontal repúdio que a ordem constitucional brasileira dispensa ao terrorismo e ao terrorista. LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; Princípio do juiz natural (CPP) e vedação ao juízo de exceção. LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; Teoria dos frutos da árvore envenenada LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; Lei nº 12.037, de 1º de outubro de 2009. LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; Segredo de justiça. LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; Pacto de São José da Costa Rica – audiência de custódia. LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXVII – não haverá prisão civil pordívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; SV25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. STF: o art. 7º, item 7, da CADH teria ingressado no sistema ju- rídico nacional com status supralegal, inferior à CF/1988, mas superior à legislação interna, a qual não mais produziria qual- quer efeito naquilo que conflitasse com a sua disposição de ve- dar a prisão civil do depositário infiel. EFICÁCIA PARALISANTE @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 84 de 200 LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. NOVIDADE!!!!! LXXIX – É assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais, inclusive nos meios digitais. EMENDA CONSTITUCIONAL 115/2022 § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. DIREITOS SOCIAIS Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de renda, cujas normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, observada a legislação fiscal e orçamentária (Incluído pela EC114/21) EC26/2000 – MORADIA; EC 64/2010 – ALIMENTAÇÃO; EC 90/2015 – TRANSPORTE; EC 114/2021 – RENDA BÁSICA Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; <- NOVIDADE http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc114.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc114.htm#art1 @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 85 de 200 XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV - aposentadoria; XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os respectivos; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o avulso. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente,vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 86 de 200 III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. DIREITOS DE NACIONALIDADE Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 87 de 200 § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas; VII - de Ministro de Estado da Defesa. MP3.COM § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. DIREITOS POLÍTICOS Os Direitos políticos são aqueles que permitem que o povo participe do processo e direcione o rumo da nação. No Brasil adotamos o regime de Democracia semidireta (participativa), pois tanto o povo exerce o poder diretamente em alguns casos (ex: referendo) como através de seus representantes eleitos. Os direitos políticos costumam ser classificados da seguinte forma: Direitos políticos positivos: normas relacionados a participação ativa dos cidadãos na política. Ex: Plebiscito. Direitos políticos negativos: normas que limitam a participação do indivíduo na vida política. Ex: Inelegibilidades, perda e suspensão dos direitos políticos. Direitos políticos positivos Iniciemos pelos Direitos políticos positivos. De cara já podemos perceber que a Constituição diferenciou os conceitos de Sufrágio e voto. Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – iniciativa popular. Conforme a doutrina majoritária, podemos dizer que: Sufrágio é um direito público e subjetiva, ou seja, o direito de participar do pleito eleitoral enquanto o voto é o instrumento para exercer o sufrágio. O artigo também nos diz que a soberania popular será exercida pelo sufrágio e voto mediante a plebiscito, referendo e iniciativa popular, assim vamos defini-los, conforme a Lei 9.709/98 em seu artigo 2. Plebiscito: convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido. Referendo: convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição. Já a iniciativa popular é poder que o povo possui de levar uma proposta de lei para o poder legislativo. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 88 de 200 As regras para a iniciativa popular foram estipuladas na própria Constituição. De forma esquematizada vejamos. Iniciativa popular: Federal (Art. 62, § 2º): apresentação à Câmara dos Deputados de pelo menos 1% do eleitorado nacional, contendo pelo menos 5 estados e ao menos 0,3% dos eleitores de cada um deles. Estadual (Art. 27, § 4º): a lei estadual disporá sobre a iniciativa Municipal (Art. 29, XIII): mínimo 5% do eleitorado deste. Capacidade eleitoral ativa: A capacidade eleitoral ativa significa se tornar eleitor (alistabilidade) e votar. Podemos separar em três grupos de pessoas quanto a obrigatoriedade de alistabilidade e voto (§1º). Obrigatório: I – “Adultos”: Maiores de 18 anos Facultativos: II, a) – os analfabetos; II, b) – “Idosos”: os maiores de 70 anos; II, c) – “Adolescentes”: os maiores de 16 e menores de 18 anos. Vedados: §2º – Estrangeiro; os conscritos durante o período do serviço militar obrigatório Capacidade eleitoral passiva: A capacidade eleitoral passiva nada mais é que o direito a ser votado e se eleger a um cargo público.Assim, vejamos então requisitos cumulativos para se tornar elegível. Art. 14, § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: I – a nacionalidade brasileira; II – o pleno exercício dos direitos políticos; III – o alistamento eleitoral*; IV – o domicílio eleitoral na circunscrição; V – a filiação partidária; VI – a idade mínima de: a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) 18 anos para Vereador. *Assim, podemos dizer que a capacidade eleitoral passiva (Ex.: ser votado) pressuponha a ativa (Ex.: poder votar), mas o oposto não é verdade. § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. Direitos Políticos Negativos Havíamos dito que os Direitos Políticos Negativos eram normas que limitam a participação do indivíduo na vida política. São divididas em inexigibilidades (§5º a 10º) e nas perdas e suspensão dos direitos políticos. Reeleição Trata-se de uma regra bem tranquila de entender, pois os chefes do executivo (legislativo podem se reeleger sem limitação) poderão ser reeleitos uma única vez, em outras palavras, só poderão cumprir dois mandatos consecutivos. § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. Que fique claro que essa regra não impede que os chefes do executivo cumpram mais de dois mandatos, desde que não sejam consecutivos. Exemplo: Geraldo Alckmin foi governador de São Paulo por quatro mandatos (2001-2003; 2003-2006; 2011- 2015; 2015-2018). Desincompatibilização O chefe do executivo deve se desvincular do cargo 6 meses antes para concorrer em outros cargos (veja que a regra não vale para reeleição). § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 meses antes do pleito. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 89 de 200 Como exemplo, João Dória, hoje governador de São Paulo, teve que sair do cargo de prefeito de SP para que se candidatar ao cargo de Governador. Inelegibilidade reflexa Denomina-se inelegibilidade reflexa, pois a regra não atinge o chefe do executivo, mas sim seus parentes ou cônjuge. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Temos aqui uma inelegibilidade reflexa, pois essa regra vale apenas no território de jurisdição do chefe do executivo, assim a esposa de um prefeito poderia se candidatar a vaga de deputada federal tranquilamente, por exemplo, mas não poderia como vereadora na cidade do mandato do marido. A regra tem por objetivo impedir que se utilize a máquina pública para candidaturas pessoais. Voltando ao nosso exemplo, caso a esposa já fosse vereadora e posteriormente o marido venha a vencer a eleição como prefeito, ela poderá continuar a se reeleger normalmente, conforme a exceção do parágrafo “salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.” Eleição do militar Os militares alistáveis são elegíveis (os conscritos não entram nessa regra), se contar com menos de 10 anos de serviço será afastado definitivamente da corporação, se contar com mais de 10 anos só irá para inatividade caso eleito. § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I – se contar menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II – se contar mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. Perda e Suspensão dos direitos políticos O artigo 15 apresenta as hipóteses de perda (por prazo indeterminado) e suspensão (prazo determinado) dos direitos políticos, importante frisar que é vedada a cassação (de forma definitiva). Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: Perda: I – Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; IV – Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII*; Suspensão: II – Incapacidade civil absoluta; III – Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; V – Improbidade administrativa, nos termos art. 37, § 4º. DO PODER EXECUTIVO Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. § 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 90 de 200 § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos. § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. De acordo com a Constituição Federal e com a Lei das Eleições, SÃO VÁLIDOS somente os votos nominais e os de legenda. Votos nominais e de legenda: os primeiros são os votos dados a candidatos regularmente registrados. Já os de legenda são os lançados diretamente à legenda partidária (partido ou coligação). § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação. § 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice- Presidente. Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais. Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice- Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. § 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988@PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 91 de 200 § 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores. Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e terá início em 5 de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021) NOVIDADE Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República NÃO PODERÃO, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; X - decretar e executar a intervenção federal; XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá- los para os cargos que lhes são privativos; XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII; XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação do estado de calamidade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) <- NOVIDADE Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 85. São CRIMES DE RESPONSABILIDADE os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc111.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc111.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc109.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc109.htm#art1 @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 92 de 200 I - a existência da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança interna do País; V - a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. § 2º Se, decorrido o PRAZO DE CENTO E OITENTA DIAS, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. DOS MINISTROS DE ESTADO Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos. Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei: I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República; II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos; III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério; IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República. Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. DO CONSELHO DA REPÚBLICA Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado Federal; IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; VI - o Ministro da Justiça; VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato detrês anos, vedada a recondução. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 93 de 200 Art. 90. Compete ao CONSELHO DA REPÚBLICA pronunciar-se sobre: I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. § 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério. § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República. DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL Art. 91. O CONSELHO DE DEFESA NACIONAL é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos: I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado Federal; IV - o Ministro da Justiça; V - o Ministro de Estado da Defesa; VI - o Ministro das Relações Exteriores; VII - o Ministro do Planejamento. VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. § 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição; II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático. § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional. DO ESTADO DE DEFESA Art. 136. O Presidente da República PODE, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 94 de 200 § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - RESTRIÇÕES AOS DIREITOS DE: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. § 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. § 3º Na vigência do estado de defesa: I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação; III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. § 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. § 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. § 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa. DO ESTADO DE SÍTIO Art. 137. O Presidente da República PODE, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 95 de 200 Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. § 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira. § 2º Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato. § 3º O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas. Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só PODERÃO ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I - obrigação de permanência em localidade determinada; II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; IV - suspensão da liberdade de reunião; V - busca e apreensão em domicílio; VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; VII - requisição de bens. Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa. DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas. LÁ VEM O NOSSO SONHO! SEGURANÇA PÚBLICA Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militarese corpos de bombeiros militares. VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela EC nº 104, de 2019) @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 96 de 200 § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela EC nº 19, de 1998) § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. § 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela EC nº 104, de 2019) § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. § 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades. § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. § 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela EC nº 19, de 1998) § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (EC nº 82, de 2014) II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (EC nº 82, de 2014) Obs. 1: mesmo sendo tratados no artigo 144 da CF, as guardas municipais e os detrans/denatrans (segurança viária) não são órgãos da segurança pública. Obs. 2: a Constituição não fala na Força Nacional de Segurança Pública, embora ela seja bastante utilizada atualmente. Acontece é que ela é fruto da chamada cooperação federativa, sendo que os servidores recebem treinamento do Ministério da Justiça, capacitando-se para atuação conjunta entre integrantes das polícias federais e dos órgãos de segurança pública. Então, na verdade, a Força Nacional não tem pessoal próprio, reunindo representantes das polícias. A mobilização da tropa depende de solicitação expressa do governador de estado, do DF ou ainda de ministro de Estado. Obs. 3: ao militar são proibidas a sindicalização e a greve. Veja, então, que a própria Constituição negou o direito de greve aos integrantes das Forças Armadas e das auxiliares (PM e CBM). Ocorre que o STF foi além, dizendo que os servidores que atuam na segurança pública não podem exercer o direito de greve. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 97 de 200 TÍTULO I Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal. Parágrafo único. ESTA LEI APLICAR-SE-Á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política. Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de segurança. TÍTULO II - Do Condenado e do Internado CAPÍTULO I - Da Classificação Art. 5º Os condenados serão CLASSIFICADOS, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal. Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade. Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço social. Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução. STF – EXAME CRIMINOLÓGICO NÃO É OBRIGATÓRIO PARA A PROGRESSÃO DE REGIME, MAS SE O JUIZ RESOLVER REALIZÁ-LO, FARÁ MOTIVADAMENTE. Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semiaberto. Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá: I - entrevistar pessoas; II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado; III - realizar outras diligências e exames necessários. Art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado com violência grave contra a pessoa, bem como por crime contra a vida, contra a liberdade sexual ou por crime sexual contra vulnerável, será submetido, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico), por técnica adequada e indolor, por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional. ATENÇÃO: sendo uma obrigação, não pode o condenado se recusar a se submeter ao exame, sob pena de cometer falta grave. Prof. Marcos Lima @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 98 de 200 § 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de proteção de dados genéticos, observando as melhorespráticas da genética forense. § 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético. § 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de maneira que possa ser contraditado pela defesa. § 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não tiver sido submetido à identificação do perfil genético por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional DEVERÁ ser submetido ao procedimento durante o cumprimento da pena. § 5º A amostra biológica coletada só poderá ser utilizada para o ÚNICO E EXCLUSIVO FIM de permitir a identificação pelo perfil genético, não estando autorizadas as práticas de fenotipagem genética ou de busca familiar. § 6º Uma vez identificado o perfil genético, a amostra biológica recolhida nos termos do caput deste artigo deverá ser correta e imediatamente descartada, de maneira a impedir a sua utilização para qualquer outro fim. § 7º A COLETA da amostra biológica e a elaboração do respectivo laudo serão REALIZADAS POR PERITO OFICIAL. § 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético. CAPÍTULO II - Da Assistência SEÇÃO I - Disposições Gerais Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso. Art. 11. A assistência será: I - material; II - à saúde; III -jurídica; IV - educacional; V - social; VI - religiosa. SEÇÃO II - Da Assistência Material Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração. SEÇÃO III - Da Assistência à Saúde Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico. § 1º (Vetado). § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento. § 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido SEÇÃO IV - Da Assistência Jurídica Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado. Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. § 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais. § 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público. § 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 99 de 200 SEÇÃO V - Da Assistência Educacional Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado. Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando- se no sistema escolar da Unidade Federativa. Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua universalização. § 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária. § 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação de jovens e adultos. § 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de educação à distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às presas. Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição. Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados. Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos. Art. 21-A. O CENSO PENITENCIÁRIO deverá apurar: I - o nível de escolaridade dos presos e das presas; II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas atendidos; III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos; IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo; V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas. SEÇÃO VI - Da Assistência Social Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade. Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social: I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames; II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido; III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias; IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação; V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade; VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho; VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima. SEÇÃO VII - Da Assistência Religiosa Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, permitindo-se- lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa. § 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos. § 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa. SEÇÃO VIII - Da Assistência ao Egresso Art. 25. A assistência ao egresso consiste: I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade; II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses. Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 100 de 200 Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento; II - o liberado condicional, durante o período de prova. Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egressopara a obtenção de trabalho. CAPÍTULO III - Do Trabalho SEÇÃO I - Disposições Gerais Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá FINALIDADE educativa e produtiva. § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; b) à assistência à família; c) a pequenas despesas pessoais; d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade. Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas. SEÇÃO II - Do Trabalho Interno Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade. Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento. Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado. § 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo. § 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade. § 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado. Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados. Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal. Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pública, com autonomia administrativa, e terá por objetivo a formação profissional do condenado. § 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e supervisionar a produção, com critérios e métodos empresariais, encarregar-se de sua comercialização, bem como suportar despesas, inclusive pagamento de remuneração adequada. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 101 de 200 § 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar convênio com a iniciativa privada, para implantação de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos presídios. Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares. Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas reverterão em favor da fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal. SEÇÃO III - Do Trabalho Externo Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina. § 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na obra. § 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho. § 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso. Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena. Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo. CAPÍTULO IV - Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina SEÇÃO I - Dos Deveres Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução da pena. Art. 39. Constituem DEVERES do condenado: I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença; II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados; IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina; V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; VI - submissão à sanção disciplinar imposta; VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores; VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho; IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento; X - conservação dos objetos de uso pessoal. Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo. SEÇÃO II - Dos Direitos Art. 40. Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e provisórios. Art. 41. Constituem DIREITOS do preso: I - alimentação suficiente e vestuário; II - atribuição de trabalho e sua remuneração; III - Previdência Social; IV - constituição de pecúlio; V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; XI - chamamento nominal; XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena; XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento; XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 102 de 200 Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV PODERÃO SER SUSPENSOS OU RESTRINGIDOS mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. Art. 42. Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção. Art. 43. É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento. Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da execução. SEÇÃO III - Da Disciplina SUBSEÇÃO I - Disposições Gerais Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho. Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva dedireitos e o preso provisório. Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar. § 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado. § 2º É vedado o emprego de cela escura. § 3º São vedadas as sanções coletivas. Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será cientificado das normas disciplinares. Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade administrativa conforme as disposições regulamentares. Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado. Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei. Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções. Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada. IMPORTANTE Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; II - fugir; III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; IV - provocar acidente de trabalho; V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório. Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que: I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta; II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta; III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO, com as seguintes características: IMPORTANTE I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie; II - recolhimento em cela individual; III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 103 de 200 família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) horas; IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário; VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do preso. § 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros: IMPORTANTE I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade; II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemente da prática de falta grave. § 2º (Revogado). § 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal. § 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso: I - continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de origem ou da sociedade; II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais e os resultados do tratamento penitenciário. § 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar diferenciado deverá contar com alta segurança interna e externa, principalmente no que diz respeito à necessidade de se evitar contato do preso com membros de sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais. § 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário. § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não receber a visita de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos. SUBSEÇÃO III - Das Sanções e das Recompensas Art. 53. Constituem sanções disciplinares: I - advertência verbal; II - repreensão; III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, PÚ); IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei. V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente. IMPORTANTE § 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa. § 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação do MP e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias. Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor do condenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 104 de 200 Art. 56. São recompensas: I - o elogio; II - a concessão de regalias. Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de concessão de regalias. SUBSEÇÃO IV - Da Aplicação das Sanções Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. #DEPEN21 Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado. VEJA: 30 DIAS Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução. SUBSEÇÃO V - Do Procedimento Disciplinar Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instauradoo procedimento para sua apuração, conforme regulamento, assegurado o direito de defesa. Parágrafo único. A decisão será motivada. Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente. Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar. TÍTULO III - Dos Órgãos da Execução Penal CAPÍTULO I - Disposições Gerais Art. 61. São órgãos da execução penal: I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária; II - o Juízo da Execução; III - o Ministério Público; IV - o Conselho Penitenciário; V - os Departamentos Penitenciários; VI - o Patronato; VII - o Conselho da Comunidade. VIII - a Defensoria Pública. CAPÍTULO II - Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com sede na Capital da República, é subordinado ao Ministério da Justiça. Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade e dos Ministérios da área social. Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada ano. Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no exercício de suas atividades, em âmbito federal ou estadual, incumbe: I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de segurança; II - contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da política criminal e penitenciária; III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessidades do País; IV - estimular e promover a pesquisa criminológica; V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoamento do servidor; VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabelecimentos penais e casas de albergados; VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal; VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim informar-se, mediante relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do desenvolvimento da execução penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 105 de 200 dela incumbida as medidas necessárias ao seu aprimoramento; IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou procedimento administrativo, em caso de violação das normas referentes à execução penal; X - representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal. CAPÍTULO III - Do Juízo da Execução Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença. Art. 66. Compete ao Juiz da execução: I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado; II - declarar extinta a punibilidade; III - decidir sobre: a) soma ou unificação de penas; b) progressão ou regressão nos regimes; c) detração e remição da pena; d) suspensão condicional da pena; e) livramento condicional; f) incidentes da execução. IV - autorizar saídas temporárias; V - determinar: a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução; b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade; c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos; d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança; e) a revogação da medida de segurança; f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei. VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança; VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade; VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei; IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade. X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. CAPÍTULO IV - Do Ministério Público Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida de segurança, oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução. Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público: I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento; II - requerer: a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança; d) a revogação da medida de segurança; e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revogação da suspensão condicional da pena e do livramento condicional; f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior. III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária, durante a execução. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 106 de 200 Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio. CAPÍTULO V - Do Conselho Penitenciário Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena. § 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal e estadual regulará o seu funcionamento. § 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos. Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário: I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso; II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais; III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior; IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos. CAPÍTULO VI - Dos Departamentos Penitenciários SEÇÃO I - Do Departamento Penitenciário Nacional Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional: I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o Território Nacional; II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais; III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta Lei; IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na implantação de estabelecimentose serviços penais; V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de formação de pessoal penitenciário e de ensino profissionalizante do condenado e do internado. VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime disciplinar. VII - acompanhar a execução da pena das mulheres beneficiadas pela progressão especial de que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, monitorando sua integração social e a ocorrência de reincidência, específica ou não, mediante a realização de avaliações periódicas e de estatísticas criminais. § 1º Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento federais. § 2º Os resultados obtidos por meio do monitoramento e das avaliações periódicas previstas no inciso VII do caput deste artigo serão utilizados para, em função da efetividade da progressão especial para a ressocialização das mulheres de que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, avaliar eventual desnecessidade do regime fechado de cumprimento de pena para essas mulheres nos casos de crimes cometidos sem violência ou grave ameaça. SEÇÃO II - Do Departamento Penitenciário Local Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que estabelecer. Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que pertencer. Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deste artigo realizarão o acompanhamento de que trata o inciso VII do caput do art. 72 e encaminharão ao DEPEN os resultados. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 107 de 200 SEÇÃO III - Direção e Pessoal dos Estabelecimentos Penais Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satisfazer os seguintes requisitos: I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais; II - possuir experiência administrativa na área; III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função. Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo integral à sua função. Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço, com especificação de atribuições relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do estabelecimento e às demais funções. Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do candidato. § 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos específicos de formação, procedendo-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício. § 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado. CAPÍTULO VII - Do Patronato Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados e aos egressos (artigo 26). Art. 79. Incumbe também ao Patronato: I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos; II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comunidade e de limitação de fim de semana; III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramento condicional. CAPÍTULO VIII - Do Conselho da Comunidade Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais. Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos integrantes do Conselho. Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca; II - entrevistar presos; III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário; IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção do estabelecimento. CAPÍTULO IX - DA DEFENSORIA PÚBLICA Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e da medida de segurança, oficiando, no processo executivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias, de forma individual e coletiva. Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: I - requerer: a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado; c) a declaração de extinção da punibilidade; d) a unificação de penas; e) a detração e remição da pena; @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 108 de 200 f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da pena por medida de segurança; h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condicional da pena, o livramento condicional, a comutação de pena e o indulto; i) a autorização de saídas temporárias; j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art. 86 desta Lei; II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativa durante a execução; IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou procedimento administrativo em caso de violação das normas referentes à execução penal; V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a apuração de responsabilidade; VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal. Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio. TÍTULO IV - Dos Estabelecimentos Penais CAPÍTULO I-Disposições Gerais Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso. § 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal. § 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos de destinação diversa desde que devidamente isolados. Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva. § 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários. § 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. § 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependências internas. § 4oSerão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante. § 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares desenvolvidas em estabelecimentos penais, e notadamente: I - serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem, portaria, recepção, reprografia, telecomunicações, lavanderia e manutenção de prédios, instalações e equipamentos internos e externos; II - serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso. § 1o A execução indireta será realizada sob supervisão e fiscalização do poder público. § 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão compreender o fornecimento de materiais, equipamentos, máquinas e profissionais. Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema penal, bem como todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e notadamente: @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 109 de 200 I - classificação de condenados; II - aplicação de sanções disciplinares; III - controle de rebeliões; IV - transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e outros locais externos aos estabelecimentos penais. Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado. § 1o Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios: I - acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos incisos I e II. § 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em dependência separada. § 3o Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes critérios: I - condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; II - reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; III - primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções em situação diversa das previstas nos incisos I, II e III. § 4o O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivência com os demais presos ficará segregado em local próprio. Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura e finalidade. Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua natureza e peculiaridades. Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou da União. § 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação para recolher os condenados, quando a medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado. § 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas. § 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade administrativa definir o estabelecimento prisional adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos. CAPÍTULO II-Da Penitenciária Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado. Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios poderão construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei. Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório. Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular: a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana; b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados). Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mulheres será dotada de seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 110 de 200 Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche referidas neste artigo: I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes adotadas pela legislação educacional e em unidades autônomas; e II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança e à sua responsável. Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do centro urbano, à distância que não restrinja a visitação. CAPÍTULO III- Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento da pena em regime semiaberto. Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados os requisitos da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências coletivas: a) a seleção adequada dos presos; b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da pena. CAPÍTULO IV - Da Casa do Albergado Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana. Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras. Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços de fiscalização e orientação dos condenados. CAPÍTULO V - Do Centro de Observação Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão encaminhados à Comissão Técnica de Classificação. Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas criminológicas. Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento penal. Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação, na falta do Centro de Observação. CAPÍTULO VI-Hospital de Custódia e Trat. Psiquiátrico Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal. Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os internados. Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será realizado no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com dependência médica adequada. CAPÍTULO VII - Da Cadeia Pública Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisórios. Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar. Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado próximo de centro urbano, observando-se naconstrução as exigências mínimas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei. Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a execução. Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá: @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 111 de 200 I - o nome do condenado; II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação; III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado; IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução; V - a data da terminação da pena; VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário. § 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento. § 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início da execução ou ao tempo de duração da pena. § 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei. Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela autoridade judiciária. § 1° A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da guia de recolhimento para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao condenado. § 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segundo a ordem cronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das remições e de outras retificações posteriores. Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por outro motivo não estiver preso. SEÇÃO II - Dos Regimes Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal. Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição. Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determinação do regime. Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: MUITO IMPORTANTE! I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário; @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 112 de 200 VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento condicional; b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado; VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional. § 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. § 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os REQUISITOS PARA PROGRESSÃO DE REGIME SÃO, CUMULATIVAMENTE: I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior; IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento; V - não ter integrado organização criminosa. § 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício do § 3º deste artigo. § 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. § 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente. § 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito. Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das condições impostas pelo Juiz. Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que: I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente; II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime. Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei. Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias: I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga; II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial; IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado. Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que as circunstâncias assim o recomendem. Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de: I - condenado maior de 70 (setenta) anos; II - condenado acometido de doença grave; III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV - condenada gestante. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 113 de 200 Art. 118. A execução da pena privativade liberdade ficará sujeita à FORMA REGRESSIVA, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111). § 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta. § 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado. Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do CP). SEÇÃO III - Das Autorizações de Saída SUBSEÇÃO I - Da Permissão de Saída Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14). Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o preso. Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à finalidade da saída. SUBSEÇÃO II - Da Saída Temporária Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos: I - visita à família; II - frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução; III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. § 1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução. § 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste artigo o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte. Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos: I - comportamento adequado; II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente; III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano. § 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições, entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado: I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do benefício; II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres. § 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. § 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 114 de 200 Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso. Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do condenado. SEÇÃO IV - Da Remição Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. § 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. § 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados. § 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. § 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. § 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação. IMPORTANTE § 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo. § 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. § 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos. Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles. § 1o O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. § 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição. SEÇÃO V - Do Livramento Condicional Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário. Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento. § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes: a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 115 de 200 § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes: a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; b) recolher-se à habitação em hora fixada; c) não freqüentar determinados lugares. d) (VETADO) Art.133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção. Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se imediatamente às autoridades referidas no artigo anterior. Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução, para as providências cabíveis. Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho Penitenciário. Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte: I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz; II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as condições impostas na sentença de livramento; III - o liberando declarará se aceita as condições. § 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever. § 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução. Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser- lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida. § 1º A caderneta conterá: a) a identificação do liberado; b) o texto impresso do presente Capítulo; c) as condições impostas. § 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto, em que constem as condições do livramento, podendo substituir-se a ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que possam identificá-lo. SALVO-CONDUTO § 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para consignar-se o cumprimento das condições referidas no artigo 132 desta Lei. Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de: I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sentença concessiva do benefício; II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade laborativa. Parágrafo único. A entidade encarregada da observação cautelar e da proteção do liberado apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei. Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal. Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições. Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Msg/VEP-310-10.htm @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 116 de 200 Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento. Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério Público, mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado. Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo. Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final. Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público ou mediante representação do Conselho Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem revogação. Seção VI - Da Monitoração Eletrônica Art. 146-A. (VETADO). Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando: I - (VETADO); II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto; III - (VETADO); IV - determinar a prisão domiciliar; V - (VETADO); Parágrafo único. (VETADO). Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres: I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas orientações; II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça; III - (VETADO); Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: I - a regressão do regime; II - a revogação da autorização de saída temporária; III - (VETADO); IV - (VETADO); V - (VETADO); VI - a revogação da prisão domiciliar; VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo. Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada: I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave. Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares. Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou estatal. SEÇÃO II - Da Prestação de Serviços à Comunidade Art. 149. Caberá ao Juiz da execução: I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente credenciado ou convencionado, junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas aptidões; II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade, dias e horário em que deverá cumprir a pena; III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocorridas na jornada de trabalho. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 117 de 200 § 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz. § 2º A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento. Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente,ao Juiz da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar. SEÇÃO III - Da Limitação de Fim de Semana Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação do condenado, cientificando-o do local, dias e horário em que deverá cumprir a pena. Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento. Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas. Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação. Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar do condenado. SEÇÃO IV - Da Interdição Temporária de Direitos Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente a pena aplicada, determinada a intimação do condenado. § 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu início. § 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juízo da execução determinará a apreensão dos documentos, que autorizam o exercício do direito interditado. Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao Juiz da execução o descumprimento da pena. Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá ser feita por qualquer prejudicado. CAPÍTULO III - Da Suspensão Condicional Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal. Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de liberdade, na situação determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue. Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado, começando este a correr da audiência prevista no artigo 160 desta Lei. § 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado, devendo ser incluída entre as mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou limitação de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do Código Penal. § 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante proposta do Conselho Penitenciário, modificar as condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido o condenado. § 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal por normas supletivas, será atribuída a serviço social penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição beneficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a falta das normas supletivas. § 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscalizadora, para comprovar a observância das condições a que está sujeito, comunicará, também, a sua ocupação e os salários ou proventos de que vive. § 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das condições. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 118 de 200 § 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do local da nova residência, aos quais o primeiro deverá apresentar- se imediatamente. Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as condições do benefício. § 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as condições estabelecidas na sentença recorrida. § 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência de estabelecer as condições do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória. Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das consequências de nova infração penal e do descumprimento das condições impostas. Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena. Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal. Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspensão em livro especial do Juízo a que couber a execução da pena. § 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à margem do registro. § 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informações requisitadas por órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir processo penal. CAPÍTULO IV - Da Pena de Multa Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, que valerá como título executivo judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados, a citação do condenado para, no prazo de 10 dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora. § 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da respectiva importância, proceder-se-á à penhora de bens que bastem para garantir a execução. § 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que dispuser a lei processual civil. Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão remetidos ao Juízo Cível para prosseguimento. Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosseguimento nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei. Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier ao condenado doença mental (artigo 52 do Código Penal). Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue mediante desconto no vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte: I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remuneração e o mínimo o de um décimo; II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito; III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a importância determinada. Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas. § 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar a real situação econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o número de prestações. § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, revogará o benefício executando-se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou prosseguindo- se na execução já iniciada. Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com pena privativa da liberdade, enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela ser cobrada mediante desconto na remuneração do condenado (artigo 168). @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 119 de 200 § 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou obtiver livramento condicional, sem haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos termos deste Capítulo.§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos em que for concedida a suspensão condicional da pena. TÍTULO VI - Da Execução das Medidas de Segurança CAPÍTULO I - Disposições Gerais Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de segurança, será ordenada a expedição de guia para a execução. Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida de segurança, sem a guia expedida pela autoridade judiciária. Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa da execução e conterá: I - a qualificação do agente e o número do registro geral do órgão oficial de identificação; II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado a medida de segurança, bem como a certidão do trânsito em julgado; III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou do tratamento ambulatorial; IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento ou internamento. § 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e de sujeição a tratamento. § 2° A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto ao prazo de execução. Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° e 9° desta Lei. CAPÍTULO II - Da Cessação da Periculosidade Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim do prazo mínimo de duração da medida de segurança, pelo exame das condições pessoais do agente, observando-se o seguinte: I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar o prazo de duração mínima da medida, remeterá ao Juiz minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a revogação ou permanência da medida; II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico; III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um; IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não o tiver; V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, poderá determinar novas diligências, ainda que expirado o prazo de duração mínima da medida de segurança; VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de duração da medida de segurança, poderá o Juiz da execução, diante de requerimento fundamentado do Ministério Público ou do interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação da periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo anterior. Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação da periculosidade, observar-se-á, no que lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior. Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei. Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para a desinternação ou a liberação. TÍTULO VII - Dos Incidentes de Execução CAPÍTULO I - Das Conversões Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que: I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto; II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena; @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 120 de 200 III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável. Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal. § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado: a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital; b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço; c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto; d) praticar falta grave; e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa. § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. § 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste artigo. Art. 182. REVOGADO Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agente revelar incompatibilidade com a medida. Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1 (um) ano. CAPÍTULO II - Do Excesso ou Desvio Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for praticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares. Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução: I - o Ministério Público; II - o Conselho Penitenciário; III - o sentenciado; IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal. CAPÍTULO III - Da Anistia e do Indulto Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério Público, por proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade. Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do MP, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa. Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça. Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do prontuário, promoverá as diligências que entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ilícito penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a exposição dos antecedentes do condenado e do procedimento deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias omitidas na petição. Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a petição será submetida a despacho do Presidente da República, a quem serão presentes os autos do processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar. Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação. Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de acordo com o disposto no art. anterior. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 121 de 200 TÍTULO VIII - Do Procedimento Judicial Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se peranteo Juízo da execução. Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento do Ministério Público, do interessado, de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administrativa. Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério Público, quando não figurem como requerentes da medida. § 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá de plano, em igual prazo. § 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a produção daquela ou na audiência designada. Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo. TÍTULO IX - Das Disposições Finais e Transitórias Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, bem como exponha o preso à inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena. Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal. Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho. Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se efetivará em seção especial da Cadeia Pública. Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei. Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação desta Lei, serão editadas as normas complementares ou regulamentares, necessárias à eficácia dos dispositivos não autoaplicáveis. § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça, projetar a adaptação, construção e equipamento de estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei. § 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios para instalação de casas de albergados. § 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, mediante justificada solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de construção de estabelecimentos. § 4º O descumprimento injustificado dos deveres estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada pela União, para atender às despesas de execução das penas e medidas de segurança. Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a lei de reforma da Parte Geral do Código Penal, revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 3.274, de 2 de outubro de 1957. Anotações: @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 122 de 200 CONCEITO E TERMINOLOGIA A matéria Direitos Humanos pode ser conceituada como o conjunto de direitos inerentes à dignidade da pessoa humana, por meio da limitação do arbítrio do Estado e do estabelecimento da igualdade como o aspecto central das relações sociais. A definição consagrada na doutrina atualmente é a de Antônio Peres Luño, segundo o qual os direitos humanos constituem “um conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento histórico, concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade humanas, as quais devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos em nível nacional e internacional”. A essência do conceito de Direitos Humanos centra-se na proteção aos direitos mais importantes das pessoas, notadamente, a dignidade. IDEIA CENTRAL DOS DIREITOS HUMANOS = PROVER MEIOS E INSTRUMENTOS JURÍDICOS PARA A DEFESA DA DIGNIDADE DAS PESSOAS Assegurar a dignidade de um ser humano é respeitá-lo e tratá-lo de forma igualitária, independentemente de quaisquer condições sociais, culturais ou econômicas. Quanto à terminologia, a expressão que se disseminou é a de “direitos humanos”, contudo, várias são as expressões que podem ser consideradas sinônimas, por exemplo: “direitos fundamentais”, “liberdades públicas”, “direitos da pessoa humana”, “direitos do homem”, “direitos da pessoa”, “direitos individuais”, “direitos fundamentais da pessoa humana”, “direitos públicos subjetivos”. Três considerações são importantes. 1 - Os doutrinadores afirmam que a expressão Direitos Humanos é pleonástica, pois o termo “direitos” pressupõe o ser humano. Não é possível conceber direitos de um carro, direito de um animal etc. Somente o ser humano pode ser sujeito de direitos, um carro ou animal poderão, por outro lado, ser objetos de direito. Portanto, falar em “Direitos Humanos” é falar a mesma coisa duas vezes. Isso é pleonasmo. 2 - Para evitar confusões, devemos distinguir Direitos Humanos de Direitos Fundamentais. Apenas para nos situarmos, vejamos a definição de Ingo Wolfgang Sarlet, doutrinador consagrado no tema: “Os direitos fundamentais, ao menos de forma geral, podem ser considerados concretizações das exigências do princípio da dignidade da pessoa humana”. Como vocês podem perceber, os conceitos são praticamente idênticos. Assim, a distinção não reside no conteúdo de tais direitos, mas no plano de positivação. Melhor explicando: Direitos Humanos se referem aos direitos universalmente aceitos na ordem internacional; e Direitos Fundamentais constituem o conjunto de direitos positivados na ordem interna de determinado Estado. Como na CF88, por exemplo. 3 - Fala-se, ainda, em centralidade dos Direitos Humanos, no sentido de que a disciplina é importante em razão da matéria que tutela. Não é possível se pensar em um Estado Democrático de Direito, como é o Brasil, sem criar uma série de direitos e garantias para tutelar a dignidade da pessoa. Portanto, dizemos que os direitos humanos são matéria central, tendo em vista que são imprescindíveis para que a ordenamento jurídico afirme direitos das pessoas e limite a atuação estatal contra arbitrariedades. CARACTERÍSTICAS Prof. Marcos Lima @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 123 de 200 GERAÇÕES Os direitos fundamentais, são normas jurídicas intimamente ligadas a ideia da dignidade da pessoa humana e limitação do poder, positivadas no plano constitucional de determinado Estado democrático de direito que, por sua importância axiológica, fundamentam e legitimam todo o ordenamento jurídico. A ideia de direitos fundamentais foi desenvolvida pelo estudioso Karel Vasak, o qual embasou sua teoria nos ideaisda Revolução francesa – liberté égalité et fraternité (Liberdade, igualdade e fraternidade.) Segundo o estudioso, há no ordenamento jurídico 3 gerações de direitos que regulam a vida em sociedade e a criação das normas que regem o atual sistema normativo. 1ª Geração Os direitos fundamentais de 1ª dimensão começam a nascer com as revoluções burguesas e com a crise das monarquias absolutistas. Surgem do conflito entre a burguesia e as monarquias. Os Direitos Fundamentais de 1º Dimensão dizem respeito ao direito à liberdade, propriedade, direitos políticos, igualdade forma e garantias processuais. 2ª Geração O Estado ausente mostrou um fator gerador de desigualdade, e notou-se que ele deveria intervir em algumas relações, formando, dessa maneira, o Estado de bem-estar social (Welfare state), ou seja, um Estado que não é ausente, mas sim prestador serviços e garantidor de deveres à população. Os Direitos Fundamentais de 2º Dimensão dizem respeito aos direitos trabalhistas, à igualdade material e aos direitos econômicos e sociais. 3ª Geração Surgem ao final da 2ª Guerra Mundial, são direitos transindividuais inerentes a todos os seres humanos.Os Direitos Fundamentais de 3º Dimensão dizem respeito ao direito ao desenvolvimento; direitos ao meio ambiente saudável; direito a propriedade do patrimônio cultural da humanidade; direito a comunicação global. 4ª Geração Há ainda especulações sobre a existência de uma quarta geração de direitos fundamentais em decorrência da globalização. Para Paulo Bonavides, “tratam-se dos direitos introduzidos pela globalização política, relacionados à democracia, à informação e ao pluralismo. ” Já Norberto Bobbio aduz a engenharia genética ser de 4ª Geração. 5ª Geração Contrapondo Karel Vasak, Paulo Bonavides aduz que a paz necessita de maio visibilidade, ocasião em que estaria na 5ª geração. Há também uma manifestação doutrinária de que a realidade virtual seria de 5ª geração. https://direito.legal/direito-publico/resumo-de-caracteristicas-dos-direitos-fundamentais/ @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 124 de 200 ESTRUTURA NORMATIVA Os direitos humanos apresentam uma característica marcante: possuem estrutura normativa aberta. E que o seria uma estrutura normativa aberta? Estudamos em Direito Constitucional que as normas jurídicas compreendem regras e princípios. As REGRAS são enunciados jurídicos tradicionais, que preveem uma situação fática e, se essa ocorrer, haverá uma consequência jurídica. Por exemplo, se alguém violar o direito à imagem de outrem (fato), ficará responsável pela reparação por eventuais danos materiais e morais causados à pessoa cujas imagens foram divulgadas indevidamente (consequência jurídica). Os PRINCÍPIOS, por sua vez, segundo ensinamentos de Robert Alexy, são denominados de “mandados de otimização”, porque constituem espécie de normas que deverão ser observadas na maior medida do possível. Parece difícil, mas não é! Prevê art. 5º, LXXVIII, da CF, que a todos será assegurada a razoável duração do processo. Esse é um princípio! Não há aqui definição de até quanto tempo será considerado como duração razoável para, se ultrapassado esse prazo, aplicar a consequência jurídica diretamente. Não é possível dizer, de antemão, se um, cinco ou 10 anos é um prazo razoável. Por se tratar de princípio, deve-se procurar, na melhor forma possível, fazer com que o processo se desenvolva de forma rápida e satisfatória às partes. Por conta disso, um processo trabalhista, que comumente envolve direito de caráter alimentar, deve tramitar mais rápido (mais célere) quando comparado a um processo- crime, por exemplo. É importante resolvê-lo rapidamente, para que o empregado tenha acesso aos créditos decorrentes em razão da natureza alimentícia. No processo penal, para uma completa defesa do réu, é necessário que o processo seja burocrático, atentando-se a diversos detalhes que tornam o procedimento mais demorado. É importante decidir com cuidado, para evitar injustiça, porque uma condenação infundada é muito prejudicial. Não há, portanto, como definir um prazo, a priori, no qual o processo seja considerado tempestivo. Assim, fala-se em mandado de otimização, uma vez que princípio da celeridade deve ser observado na medida do possível e de acordo com as circunstâncias específicas. As regras, por sua vez, são aplicadas a partir da técnica da subsunção, ou seja, se ocorrer a situação de fato haverá a incidência da consequência jurídica prevista. Ou a regra aplica-se àquela situação ou não se aplica (técnica do “tudo ou nada”). Para os princípios, ao contrário, a aplicação pressupõe o uso da técnica de ponderação de interesses, pois a depender da situação fática assegura-se com maior, ou menor, amplitude o princípio (técnica do “mais ou menos”). Retornando ao exemplo, para o processo do trabalho, o decurso de 2 anos poderá implicar violação ao princípio da celeridade; para o processo crime o decurso de 5 anos não implicará, necessariamente, violação do mesmo princípio. REGRAS: mandamentos de determinação; aplicação por subsunção; técnica do tudo ou nada. PRINCÍPIOS: mandamentos de otimização; aplicado por ponderação; técnica do mais ou menos. E qual a importância disso tudo para os Direitos Humanos? A estrutura normativa dos Direitos Humanos é formada principalmente por um conjunto de princípios. Numa situação prática, você pode se defrontar com trabalho em condições tão degradantes e precárias que, embora não configurem escravidão no próprio sentido da palavra, permitirão afirmar que aquela situação se assemelha à condição análoga de escravo, de acordo com os princípios e regras envolvidos. São situações em que há tentativa de se mascarar a realidade dos fatos, impondo-se ao empregado jornadas extenuantes, cobrança de valores exorbitantes a título de moradia e ou de instrumentos para o trabalho, entre outros abusos. Além disso, em termos normativos, devemos frisar que tanto as regras como os princípios são considerados espécie de normas, logo, possuem normatividade. Hoje não é mais aceita a ideia clássica de que os princípios constituem tão somente instrumentos interpretativos e orientadores da aplicação ESTRUTURA NORMATIVA DOS DIREITOS HUMANOS = POSSUEM NORMATIVIDADE ABERTA, COM MAIOR INCIDÊNCIA DE PRINCÍPIOS DO QUE DE REGRAS. Exemplo: dignidade da pessoa humana, democracia, razoabilidade- proporcionalidade. @PRE_CEOS / @MARCOSLIMA.TEN Página 125 de 200 DESTAQUE Dignidade da pessoa humana A DIGNIDADE deve ser considerada como valor base de todo e qualquer ordenamento jurídico. Pauta-se na ideia de uma conduta justa, moral e democrática, de modo que a pessoa é colocada no centro das regras jurídicas. Justamente devido a sua importância, a dignidade é colocada como base fundamental do direito interno de qualquer Estado ou mesmo internacional. Não é possível estabelecer um conceito único de dignidade. Para fins de prova, devemos ter em mente que a dignidade constitui um valor ético, por intermédio do qual a pessoa é considerada sujeito de direitos e obrigações, que devem ser assegurados para garantir a personalidade, os quais são garantidos pela simples existência. Nesse contexto, veja o conceito de André de Carvalho Ramos: “Assim, a dignidade humana consiste na qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano, que o protege contra todo tratamento degradante e discriminação odiosa, bem como assegura condições materiais mínimas de sobrevivência. Consiste em atributo que todo indivíduo possui, inerente à sua condição humana, não importando qualquer outra condição referente à nacionalidade, opção política, orientação sexual, credo etc.” Com base no conceito acima, é possível identificar dois elementos que caracterizam a dignidade da pessoa humana: 1º elemento negativo: vedação à imposição de tratamento discriminatório, ofensivo ou degradante; e 2º elemento positivo: busca por condições mínimas de sobrevivência, da qual decorre a ideia de mínimo existencial. Para encerrar esse tópico vamos abordar os “usos possíveis” do termo “dignidade humana”. Trata-se de uma análise pautada no pensamento de André de Carvalho Ramos, mas que possui relevância porque é construída a partir da jurisprudência do STF. DIREITOS HUMANOS E A CF88 Veja, praticamente toda a constituição é voltada aos interesses dos Direitos Humanos, justamente pelo fato de ter sido um documento criado para romper com o regime militar e iniciar o estado democrático de direito. No entanto, elencaremos os pontos mais aparentes de expressão dos Direitos Humanos na CF88, senão vejamos: -Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como FUNDAMENTOS: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo