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PSICII 1

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Brend a Aburqu e t iR E S U M O
1
 
Figueiredo, A. C.; Tenório, F. (2002). O diagnóstico em Psiquiatria e Psicanálise. Revista 
Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. 1. Pp. 29-43. 
Laurenti, R. (1991). Análise da informação em saúde: 1883-1993, Cem anos da Classificação 
Internacional de Doenças. Revista Saúde Pública, 25 (6). pp. 407-417. 
 
Introdução 
 O sofrimento (categoria social) humano gerou o nascimento da 
Psicanálise. 
O mal-estar está relacionado a uma categoria existencial; condição no 
mundo. É produzido na nossa relação com o outro. 
 Caráter: história dos nossos conflitos (cicatrizes). 
Os modos de sofrer estão inseridos em determinados contextos e épocas. 
 Fenômenos: elementos acessíveis a consciência. Exemplo: tristeza. 
 
Psicopatologia 
 É falar sobre a alma que sofre. 
 Sintomas: formas de conteúdo. É possível compreender (pessoal). 
Para a Psicanálise, é o indicativo do modo de o sujeito de lidar com a 
realidade. 
 Síndrome: conjunto de sinais e sintomas. O diagnóstico é feito a 
partir deles. 
Semiologia: estudo dos sinais e sintomas. 
 Nosografia: descrição metódica das doenças. 
Inserir o quadro clínico nos termos da nosografia permite uma avaliação 
prognóstica. 
 Nosologia: classificação de um conhecimento (ciência) de acordo com 
determinados critérios. 
Atualmente, está cada vez mais sindrômica. 
 Diagnóstico Sindrômico: descrição do conjunto de sinais e sintomas, 
sem definir a doença de fundo. 
Tem a função de orientar o próprio diagnóstico nosológico, uma vez que 
certas síndromes não ocorrem em certas patologias, ou são 
patognomônicas de uma patologia etc. 
 Diagnóstico Nosológico: indicaria qual é a “moléstia”, qual é a doença 
de fundo, nos termos da nosografia psiquiátrica. 
Identificando a doença propriamente dita, orienta uma intervenção de 
longo prazo e de alcance supostamente mais profundo. 
 O primeiro objetivo dessa distinção de diagnóstico estaria em orientar 
a clínica mais imediata, no sentido de sistematizar, pelo diagnóstico 
sindrômico, os sintomas que devem ser atacados, sobretudo porque 
as terapêuticas em Psiquiatria são “sintomáticas”. 
 
Sistema Classificatório 
 CID e DSM. 
 O DSM nasceu como manual para sistematizar os transtornos 
mentais, entretanto, o CID é para a saúde em geral. Na atualização 
do DSM, ocorre uma modificação radical na forma de conceber os 
transtornos. 
 Ambas enfatizam a descrição e a redução da teoria e da inferência, 
no sentido de uma busca por uma certa objetividade. 
 
Diagnóstico Estrutural 
 Afasta-se do modelo sindrômico. 
 O diagnóstico psicanalítico é pensado de forma a extrapolar a 
sintomatologia clínica observável. 
 A neurose é diferenciada das perversões e das psicoses, levando-se 
em conta o tipo de defesa (diante da sexualidade) presente em cada 
uma destas estruturas clínicas; diferentes formas de se relacionar 
com o outro. 
Neurose – laço e apego a realidade compartilhada. O conflito é interno, do 
sujeito com ele mesmo (prazer e realidade). Tem-se a resposta do sujeito 
pela fantasia. 
Psicose – afastamento da realidade. O conflito é externo. Tem-se a saída 
pelo delírio. O fenômeno de linguagem é presente. 
 Castração: perdas adquiridas ao longo da vida. 
 Estrutura: tenta extrair dos tipos descritivos a estrutura do sujeito, 
cernido do discurso de cada paciente aquilo que, funcionando como 
um operador estrutural, organiza o modo de cada sujeito lidar com a 
castração. São diferentes das categorias. 
O ICS é estruturado como uma linguagem. 
 
Diagnóstico pela Psicanálise 
 É de estrutura (e não apenas fenomenológico), mas também sob 
transferência. 
 O diagnóstico em Psiquiatria é uma “agregação de sintomas”, e essa 
é uma clínica do olhar, mais do que da escuta. Fazer falar é o ofício 
do psicanalista. 
 A Psiquiátrica é fenomenológica e a Psicanálise se propõe a ir além 
dos fenômenos. 
Se o diagnóstico psiquiátrico sempre foi fenomenológico, é importante 
notar que, atualmente, assistimos a uma tendência na Psiquiatria. Trata-
se da tendência de substituir as grandes categorias por descrições 
especificadas de fenômenos objetivos. 
 Ao propor que o diagnóstico incida não exclusivamente sobre o 
sintoma, mas sobre a implicação do sujeito no sintoma, a Psicanálise 
cria as condições para que a própria intervenção clínica vá mais-além. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dunker, C. I. L.; Neto, F. K. (2011). A crítica psicanalítica do DSM-IV – breve história do 
casamento psicopatológico entre psicanálise e psiquiatria. Revista Latinoamericana de 
Psicopatologia Fundamental, 14 (4). pp. 611-626. 
 
Nesse texto, é feito uma análise crítica acerca da utilização do DSM na 
clínica psiquiátrica a partir da Psicanálise. É discutido as bases e o estado 
atual das relações entre a Psiquiatria dita “biológica” e a Psicanálise na 
pesquisa em psicopatologia. Logo, demonstra que o DSM é o sintoma maior 
da supressão individual dos múltiplos discursos sobre o mal-estar. 
 
Introdução 
 Por vezes, o DSM (assim como a CID) é empregado como pretexto 
para uma “língua comum” entre os diferentes profissionais, a partir 
da qual discussões diagnósticas e de tratamento se efetivariam. 
 A base comum é antiga e serve para a homogeneização e 
silenciamento das controvérsias e divergências “internas”, quer à 
Psicanálise ou à Psiquiatria. 
 As classificações são políticas. 
 
Aspirações que Comandaram a Origem e o Desenvolvimento 
Histórico do DSM 
 Desambiguação de termos semiológicos e diagnósticos. 
 Orientação para o consenso prático. 
 Função de arbitragem. 
 Aspiração metalinguística. 
DSM I (1918): A Influência da Psicanálise (Adolf Meyer) 
 Primeira tentativa oficial – censo de 1840, que levou em conta a única 
oposição: idiotice ou insanidade. 
 Quarenta anos mais tarde, o censo distinguiu-se entre sete 
categorias: mania, melancolia, monomania, paralisia, demência e 
alcoolismo. 
 A partir dessas, a Associação Psiquiátrica Americana (APA) e a 
Comissão Nacional de Higiene Mental desenvolveram um novo guia 
para os hospitais mentais, o Manual Estatístico para o Uso de 
Instituições de Insanos (DSM), que incluiu 22 diagnósticos. 
 Influência: sistema diagnóstico de Meyer (1866-1950) com 
predomínio de categorias de extração psicodinâmica, ressaltando-se 
a oposição entre neurose e psicose. 
 
DSM II (1952): O Compromisso Diagnóstico entre a Psicanálise e a 
Psiquiatria 
 O sistema amplia a classificação utilizada pelo exército desde 1918, 
de modo a uniformizar os critérios semiológicos da prática 
diagnóstica em torno de 180 distúrbios. 
 Assim como a versão anterior, refletia a predominância da 
psicodinâmica psiquiátrica, embora as perspectivas biológicas e os 
conceitos do sistema de Kraepelin de classificação estivessem 
incluídos. 
 Os sintomas não eram especificados com detalhes em distúrbios 
específicos. 
 
DSM III (1973-1974): Novos Eixos e o Expurgo Psicanalítico 
 A associação entre histeria e feminilidade ou homossexualidade e 
perversão é exemplo de que o manual representaria a realização 
institucional referendada pelo Estado e articulada aos seus 
dispositivos educacionais, jurídicos e de pesquisa para repressão 
política. 
 Um dos objetivos da revisão foi melhorar a uniformidade e a validade 
do diagnóstico psiquiátrico, além de padronizar as práticas de 
diagnóstico. 
 A controvérsia surgiu em relação à supressão do conceito de 
“neurose”: um compromisso político de reutilização do termo foi 
assumido e inserido entre parênteses, em alguns casos, depois da 
palavra “desordem”. 
 Considerado uma profunda transformação da Psiquiatria: propondo-
se como um sistema classificatório ateórico e operacional das grandes 
síndromes psiquiátricas. 
Esse manual modificou a concepção de pesquisa e da prática psiquiátrica, 
pois a Psiquiatriateria disponível um sistema de diagnóstico preciso do 
ponto de vida descritivo-terminológico e passível de servir de apoio para a 
pesquisa empírico-experimental. 
 
DSM IV (1994-200): A Dissolução da Psicopatologia 
 Rompeu-se a tradição em que a caracterização das formas de 
sofrimento, alienação ou patologia mental fazia-se acompanhar da 
fundamentação ou da crítica filosófica. 
 Trata-se de uma mutação da própria razão diagnóstica e não de um 
de seus movimentos de contradição interna. 
 
DSM V 
 O próprio termo “psicopatologia” é carregado de ambiguidades. 
Trata-se de uma terminologia fortemente associada às raízes 
psiquiátricas. 
 Se constitui como um sistema classificatório fidedigno dos 
padecimentos psíquicos e não possui a pretensão de ser uma 
psicopatologia. 
 Seu critério de objetivo está alicerçado na descrição formal do plano 
empírico dos fatos clínicos. 
 
Função do Diagnóstico 
 Permite ao sujeito atribuir sentido ao seu sofrimento, inserindo-o no 
registro simbólico. 
 Permite aos profissionais definir a gravidade de um estado e, se 
possível, seu prognóstico. 
 Elaborar ações terapêuticas e preventivas mais eficazes. 
 Avaliar os riscos de um estado perigoso e tomar suas medidas de 
segurança indispensáveis. 
 Comunicar-se de modo mais preciso com outros profissionais e 
pesquisadores, por intermédio de uma língua franca que possibilite a 
troca de informações. 
 
As Principais Características do Diagnóstico 
 Baseiam-se, preponderadamente, nos dados clínicos: anamnese e 
exame psíquico (exame do estado mental atual). 
 De modo geral, não existem sintomas psicológico totalmente 
específicos (sintomas patognomônicos) de um determinado 
transtorno mental. 
 É sempre pluridimensional – deve-se levar em conta as várias 
dimensões que perpassam a vida do sujeito. 
 
 
Dalgalarrondo, P. (2018). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Artmed 
Editora. 
 
Vivências Psicopatológicas 
 Transfundos ou ancoragens: contexto geral em que emergem os 
sintomas. 
Estáveis e duradouros – personalidade e inteligência. 
Mutáveis e momentâneos – atenção, consciência, humor/afetos. 
 Sintomas específicos ou emergentes: incluem as esferas que não 
fazem parte dos transfundos, como uma alucinação 
(sensopercepção), um sentimento (afetividade), um delírio (juízo), 
uma paramnésia (memória), uma alteração do pensamento ou da 
linguagem etc. 
 
Surgimento, Constituição e Manifestação dos Transtornos 
 Fatores predisponentes: carga genética, experiência na infância e na 
adolescência e condições pregressas. 
 Fatores precipitantes: estresses, eventos de vida, perdas etc. 
 Manifestações: patogenia (sintomas diretamente produzidos pelo 
transtorno mental), patoplastia (fatores externos e prévios ao 
processo patológico) e psicoplastia (posteriores ao adoecer). 
 
Evolução dos Transtornos 
 Processo. 
 Desenvolvimento. 
 Fenômenos agudos (crises ou ataques, reações vivenciais, fases e 
surtos). 
 Estado residual. 
 Remissão. 
 Recuperação. 
 Recaída ou recidiva. 
 Recorrência. 
 
TRANSTORNO DO HUMOR E DA AFETIVIDADE 
 
Psicopatologia da Afetividade 
 A afetividade seria a capacidade de experimentar sentimentos e 
emoções. 
 Humor ou estado de ânimo: é definido como o tônus afetivo do 
indivíduo, estado emocional basal e difuso no qual se encontra a 
pessoa em determinado momento. 
 Afetos: define-se como a qualidade e o tônus emocional que 
acompanham uma ideia ou representação mental. Os afetos 
acoplam-se às ideias anexando a elas um "colorido" afetivo. 
 
➜ Reação afetiva: a afetividade caracteriza-se particularmente por sua 
dimensão de reatividade. 
➜ Sintonização afetiva: é a capacidade de ser influenciado afetivamente 
por estímulos externos. 
 
Alterações da Afetividade 
 Distimia: alteração básica do humor. 
Distimia hipotimica ou melancólica – base afetiva da síndrome depressiva, 
o estado de humor deprimido. 
Distimia hipertímica, expansiva ou eufórica – humor patologicamente 
alterado no sentido da exaltação e da alegria. É um estado de ânimo 
morbidamente elevado. 
 Disforia: distimia acompanhada de uma tonalidade afetiva mal-
humorada, irritativa, agressiva. 
 
F30-F39 TRANSTORNOS DO HUMOR [AFETIVOS] 
 Transtornos nos quais a perturbação fundamental é uma alteração do 
humor ou dos afetos, no sentido de uma depressão (com ou sem 
ansiedade associada) ou de uma elação. 
 A alteração do humor em geral é acompanhada de uma modificação 
do nível global de atividade, e a maioria dos outros sintomas são: 
quer secundários a estas alterações do humor e da atividade, quer 
facilmente compreensíveis no contexto destas alterações. 
 
SÍNDROMES DEPRESSIVAS 
 Os quadros depressivos caracterizam-se por uma multiplicidade de 
sintomas afetivos, instintivos e neurovegetativos, ideativos e 
cognitivos, relativos à autovaloração, à vontade e à psicomotricidade. 
 Causa considerável impacto na saúde física e mental e na qualidade 
de vida das pessoas acometidas. 
 Depressão é diferente de luto. 
 
Classificações 
 EPISÓDIO DE DEPRESSÃO E TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR 
RECORRENTE (CID 11 E DSM 5). 
 TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE E TRANSTORNO 
DISTÍMICO (CID 11 E DSM 5). 
 DEPRESSÃO ATÍPICA (DSM 5). 
 DEPRESSÃO TIPO MELANCÓLICA OU ENDÓGENA (CID II E DSM 5). 
 DEPRESSÃO PSICÓTICA (CID II E DSM 5). 
 ESTUPOR DEPRESSIVO OU DEPRESSÃO CATATÔNICA (DSM 5). 
 DEPRESSÃO ANSIOSA OU COM SINTOMAS ANSIOSOS 
PROEMINENTES (CID 11 E DSM 5) E TRANSTORNO MISTO DE 
DEPRESSÃO E ANSIEDADE (CID 11). 
 DEPRESSÃO UNIPOLAR OU BIPOLAR. 
 DEPRESSÃO COMO TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL (CID 
11 DSM 5). 
 DEPRESSÃO MISTA (DSM 5). 
 DEPRESSÃO SECUNDÁRIA OU TRANSTORNO DEPRESSIVO DEVIDO A 
CONDIÇÃO MÉDICA (CID 11E DSM 5). 
 
EPISÓDIO DE DEPRESSÃO E TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR 
RECORRENTE (CID-11 e DSM-5) 
 Sintomas devem estar presentes por pelo menos duas semanas e não 
mais que dois anos de forma ininterrupta. 
 Nos episódios típicos de cada um dos três graus de depressão: leve, 
moderado ou grave, o paciente apresenta um rebaixamento do 
humor, redução da energia e diminuição da atividade. 
 Alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de 
interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em 
geral à fadiga importante, mesmo após um esforço mínimo. 
 O humor depressivo varia pouco de dia para dia ou segundo as 
circunstâncias e pode se acompanhar de sintomas ditos "somáticos". 
 
TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE E TRANSTORNO 
DISTÍMICO (CID-11 E DSM-5) 
 Forma crônica de depressão, muito duradoura (pelo menos dois anos 
ininterruptos), que pode ser de intensidade leve (distimia) ou de 
moderada a grave. 
 Começa geralmente na adolescência ou no início da vida adulta e 
persiste por vários anos. 
 Também são comuns na distimia o mau humor crônico e a 
irritabilidade. 
 
DEPRESSÃO TIPO MELANCOLICA OU ENDOGENA (CID-11 E DSM-5) 
 Predominam os sintomas classicamente endógenos. Apresentam: 
perda de prazer ou incapacidade de sentir prazer (anedonia) em 
todas ou quase todas as atividades ou falta de reatividade a estímulos 
em geral prazerosos. 
 Além de um desses dois sintomas, deve apresentar pelo menos três 
dos seguintes sintomas: humor depressivo característico com 
prostração profunda, desespero, hiporreatividade geral; demora em 
responder às perguntas (aumento da latência entre perguntas e 
respostas) ou agitação psicomotora; ideias ou sentimento de culpa 
excessivos e/ou inadequados; perda do apetite e/ou de peso 
corporal; depressão pior pela manhã, que pode melhorar um pouco 
ao longo do dia. 
 
DEPRESSÃO PSICÓTICA OU DEPRESSÃO COM SINTOMAS 
PSICÓTICOS (CID-11 E DSM-5) 
 Trata-se de depressão muito grave, na qual ocorrem, associados aos 
sintomas depressivos, um ou mais sintomas psicóticos, como delírio 
ou alucinação. Nesse caso, os mais frequentes são sintomas como delírio de ruína 
ou culpa, delírio hipocondríaco ou de negação de órgãos ou 
alucinações com conteúdo depressivos. 
 
DEPRESSÃO ANSIOSA OU AGITADA OU COM SINTOMAS ANSIOSOS 
PROEMINENTES (CID-11 E DSM-5) E TRANSTORNO MISTO DE 
DEPRESSÃO E ANSIEDADE (CID-11) 
 A ansiedade é, de modo geral, um componente frequente e 
importante nos quadros depressivos. 
 O DSM-5 e a CID-11 propõem que se distinga uma forma de 
depressão, geralmente moderada ou grave, com marcante 
componente de ansiedade, tensão e inquietação psicomotora, 
chamada Depressão Ansiosa ou Depressão Agitada. 
 O paciente se queixa de angústia ou ansiedade acentuada associada 
aos sintomas depressivos; sente-se nervoso, tenso, não para quieto; 
apresenta-se insone; irritado; anda de um lado para outro, 
desesperado. 
 Na Depressão Ansiosa, há risco ainda maior de suicídio. 
 
DEPRESSÃO SECUNDÁRIA OU ORGÂNICA (TRANSTORNO 
DEPRESSIVO DEVIDO A OUTRA CONDIÇÃO MÉDICA OU INDUZIDO 
POR SUBSTÂNCIA OU MEDICAMENTO, CID-11 E DSM-5) 
 Estão presentes as síndromes depressivas causadas ou fortemente 
associadas a uma doença física, a um quadro clínico primariamente 
somático, seja ele localizado no cérebro, seja ele sistêmico, isto é, 
em outra parte do organismo, mas com consequências para todos os 
órgãos. 
 Condições somáticas sistêmicas, como doenças endocrinológicas, 
síndrome de Cushing, carências vitamínicas e doenças autoimunes. 
OBSERVAÇÕES 
 Observar em um atendimento: humor deprimido e ideação suicida; 
principalmente se a isso se seguir um estado de excitação ansiosa 
(geralmente estimulado pela medicação). 
 Se o indivíduo não experimenta uma distimia quando existe uma 
causa que justifique o seu aparecimento, é possível considerar a 
existência de um estado patológico. 
 Ao mesmo tempo, também falamos de uma distimia anômala quando 
não se encontra motivo algum que possa explicá-la ou o motivo 
desencadeante é insignificante. 
 Existem estados depressivos que podem ser descritos, recenseados, 
mas seus graus e variações desafiam a unificação do conceito. 
Podemos dizer: a psicose, a psicopatia, o TOC, mas devemos ter 
cuidado ao dizer a depressão. É preciso não a reduzir ao humor triste. 
 
SÍNDROMES ANSIOSAS 
A Histeria 
 Não respeita a anatomia; não há uma causalidade no corpo. Não é 
uma lesão e não é uma mentira; é uma manifestação do inconsciente 
(para a Psicanálise). 
 É caracterizada fundamentalmente (em psicopatologia) por certa 
hiperexpressividade somática das ideias e dos afetos inconscientes. 
 Conversão, Somatização, Dissociação. 
 
Manuais Classificatórios 
 O DSM-3, do início dos anos de 1980, até o DSM-5, desmontaram o 
constructo histeria em várias condições distintas. 
 A CID-11, entretanto, mantém de certa forma, o constructo histeria, 
ao agrupar todas ou quase todas as condições dissociativas e 
conversivas em uma rubrica única, denominando-a “Transtornos 
Dissociativos”. 
 No entanto, o DSM-5 e a CID-11 mantêm separado desses 
constructos o Transtorno da Personalidade Histriônica (não mais 
presente na CID-11). 
 DSM-5: Transtornos Conversivos são também chamado de 
Transtornos de Sintomas Neurológicos Funcionais (fraqueza ou 
paralisia, movimentos anormais, dificuldade ou impossibilidade de 
deglutição, alterações da fala, ataques e anestesia ou perda 
sensorial). 
 
CID-11 E DSM-5 
 Transtornos Dissociativos. 
Amnesia Dissociativa; Fuga Dissociativa; Transtorno Dissociativo de 
Identidade; Transtorno de Despersonalização/Desrealização; Estupor 
Dissociativo; Transtornos de Transe e de Possessão. 
 Transtornos Somatoformes. 
Transtornos de Somatização; Fibromialgia; Síndrome da Fadiga Crônica 
(Neurastenia); Transtornos Hipocondríaco. 
 Transtornos Conversivos. 
Especificar o tipo de sintoma: 
(f44.4) Com fraqueza ou paralisia; 
(f44.4) Com movimento anormal (p. ex., tremor, movimento distônico, 
mioclonia, distúrbio da marcha); 
(f44.4) Com sintomas de deglutição; 
(f.44.4) Com sintoma de fala (p. ex., disfonia, fala arrastada); 
(f.44.5) Com ataques ou convulsões; 
(f44.6) Com anestesia ou perda sensorial; 
(f44.6) Com sintoma sensorial especial (p. ex., perturbação visual, olfatória 
ou auditiva); 
(f44.7) Com sintomas mistos. 
Especificar se: 
Episódio agudo: sintomas presentes há menos de seis meses; persistente: 
sintomas ocorrendo há seis meses ou mais. 
Especificar se: 
Com estressor psicológico (especificar estressor); sem estressor 
psicológico. 
 
Transtorno Conversivo 
 A. Um ou mais sintomas de função motora ou sensorial alterada. 
 B. Achados físicos evidenciam incompatibilidade entre o sintoma e as 
condições médicas ou neurológicas encontradas. 
 C. O sintoma ou déficit não é mais bem explicado por outro transtorno 
mental ou médico. 
 D. O sintoma ou déficit causa sofrimento clinicamente significativo ou 
prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo ou requer avaliação médica. 
 
Neuroses 
 São doenças da personalidade caracterizadas por conflitos 
intrapsíquicos que inibem as condutas sociais. 
 As reações neuróticas são quadros mentais crônicos e são 
consideradas "menores", pois elas desestruturam menos 
profundamente do que as psicoses, o sistema do eu com a realidade. 
 As neuroses provocam mais um desequilíbrio interior do sujeito do 
que uma alteração em seu sistema de realidade. 
 Ansiedade realística: uma reação à percepção de um perigo externo 
– isto é, de um dano que é esperado e previsto. 
 Ansiedade neurótica: um estado de apreensão generalizada (espécie 
de ansiedade livremente flutuante); histeria de angústia (ansiedade 
das fobias); ansiedade neurótica (pode aparecer, na histeria, como 
acompanhamento dos sintomas histéricos). 
 
Fobia 
 Medo persistente e irracional de um objeto ou de uma situação 
específica, que passam a ser evitados inclusive em pensamento. 
O simples fato de pensar no objeto temido pode causar reações intensas 
de medo no paciente. 
 A maioria das pessoas sabem que seus medos são excessivos e 
irracionais. 
 Categorias: 
Fobia Específica (ou Fobia Simples): medo persistente irracional de um 
objeto ou de uma situação específica; a exposição ao estímulo fóbico 
provoca quase que invariavelmente, uma resposta imediata de ansiedade; 
o indivíduo reconhece que o medo é excessivo ou irracional. 
Fobia Social (Transtorno da Ansiedade Social): medos graves, persistentes 
e irracionais de situações sociais ou de atuação em que possa ocorrer 
complicação; expressam medo de se comportar de forma inadequada ao 
interagir com outras pessoas ou agir na frente delas. 
Agorafobia: medo de sair de casa e se dirigir a lugares públicos, 
principalmente desacompanhados; geralmente ocorre associada ao 
Transtorno do Pânico. 
Transtorno do Pânico: ataques de pânico (explosões de terror) que ocorrem 
de forma repetida e súbita, sem razão aparente; podem sofrer alterações 
disfuncionais no pensamento ou no comportamento como resultado dos 
ataques de pânico por um período de, no mínimo, um mês. 
 
Caso Clínico 
PI era uma auxiliar administrativa de 41 anos encaminhada para avaliação 
ambulatorial por seu clínico geral com a seguinte queixa principal: “Estou 
sempre nervosa”. Ela vivia sozinha e nunca havia casado nem tido filhos. 
Era a primeira vez que se consultava com um psiquiatra. Ela estava vivendo 
com seu namorado, com o qual estava há muitos anos, até oito meses 
antes, quando ele interrompeu o relacionamento repentinamente para ficar 
com uma mulher mais jovem. Em seguida, PI começou a ficar angustiada 
com as tarefas cotidianas e com a possibilidade de cometer erros no 
trabalho. Sentia-se atipicamente tensa e cansada. Tinha dificuldades em se 
concentrar. Também começou a se preocupar excessivamente com 
dinheiro e, para economizar, mudou-se para umapartamento mais barato 
em um bairro menos agradável. Buscava apoio repetidamente dos colegas 
de escritório e da mãe. Parecia que ninguém conseguia ajudá-la, de modo 
que ela temia ser “um fardo”. 
Diagnóstico: Transtorno de Ansiedade Generalizada. 
 
Comportamento Obsessivo 
 O indivíduo com obsessões em geral tenta ignorar ou suprimir esses 
pensamentos ou impulsos ou neutralizá-los com algum outro 
pensamento ou ação (compulsão). 
 As compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais cujo 
objetivo é prevenir ou reduzir a ansiedade ou sofrimento, ao invés de 
oferecer prazer ou gratificação. 
 Na maioria dos casos, a pessoa sente-se compelida a executar a 
compulsão para reduzir o sofrimento que acompanha uma obsessão 
ou para evitar algum evento ou situação temidos. 
 
Ideias Obsessivas 
 As obsessões são ideias, pensamentos, impulsos ou imagens 
persistentes, que são vivenciados como intrusivos e inadequados e 
causam acentuada ansiedade ou sofrimento. 
 A qualidade intrusiva e inadequada das obsessões é chamada de ego 
distônica. 
O termo refere-se ao sentimento do indivíduo de que o conteúdo da 
obsessão é estranho, não está dentro de seu próprio controle nem é a 
espécie de pensamento que ele esperaria ter. Entretanto, ele é capaz de 
reconhecer que as obsessões são produto de sua própria mente e não 
impostas a partir do exterior (como na inserção de pensamento). 
 
A Neurose Obsessiva e a Psicanálise 
 A dúvida. 
 A culpa. 
 A angústia. 
 Configuração do desejo-o objeto de desejo deve ser mantido como 
impossível. 
 
Transtorno Obsessivo Compulsivo na Psiquiatria 
 A partir do DSM 3, o termo “Neurose” não existe mais. 
 É um transtorno caracterizado essencialmente por ideias obsessivas 
ou por comportamentos compulsivos recorrentes. 
 O comportamento compulsivo tem por finalidade prevenir algum 
evento objetivamente improvável, frequentemente implicando dano 
ao sujeito ou causado por ele, que ele teme que possa ocorrer. 
 O transtorno se acompanha quase sempre de ansiedade. Esta 
ansiedade se agrava quando o sujeito tenta resistir à sua atividade 
compulsiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Freud, S. (2013). Observações sobre um caso de neurose obsessiva (“O homem dos ratos”). 
In S. Freud, Obras Completas (Paulo César de Souza, trad., Vol. 09, pp. 13-112). São Paulo: 
Companhia das Letras. Original publicado em 1909. 
 
Um Caso de Neurose Obsessiva 
 Ernest Lanzer teve contato com a obra “Psicopatologia da Vida 
Cotidiana” e foi ao encontro de Freud, com a queixa de ser 
atormentado por sintomas obsessivos desde a infância. 
 
➜ É configurado, principalmente, como neurose obsessiva por: 
1. Pensamentos obsessivos (intrusivos, persistentes e egoísticos). 
2. Atos compulsivos (rituais). 
 
Medo Obsessivo 
 Relata o medo de que algo possa acontecer a pessoas que ama. 
Freud parte do princípio de que como as experiências reprimidas na infância 
resultava no inconsciente, logo, o medo compulsivo de algo desagradável 
acontecer com seu pai e sua mulher amada teria influência do passado. 
 Em certa ocasião, ouviu de um capitão cruel a narrativa de uma 
tortura: um prisioneiro nu e imobilizado tinha uma vasilha com um 
rato fixado às nádegas. 
Essa história provoca forte impacto e suscita uma angústia. 
 Amor x ódio. 
Desde criança, era atormentado por pensamentos a respeito da morte do 
pai, sempre pensando que algo ruim lhe aconteceria. Diante dessa crença, 
há um esforço do paciente por cumprir algumas promessas obsessivas a 
fim de impedir essa punição. Isso lhe gerou enorme culpa e uma forte 
formação reativa de “amar o pai mais do que a qualquer outra pessoa”. 
 Desejo x medo. 
Freud pontua também que ao escutar a interpretação de que repetição do 
pensamento da morte do pai e o desejo inconsciente de matá-lo, o paciente 
se denuncia ao ficar agitado e incrédulo, visto que não se tratava de objeto 
de desejo e, sim, de objeto de medo. Vale também ressaltar o aspecto de 
vantagem sob falecimento pois, caso o pai morresse, Ernest poderia herdar 
todo seu dinheiro e casar-se com sua namorada. Mas imediatamente recusa 
esse pensamento por analisar e entender que a recompensa não valeria 
uma perda de tamanha gravidade. 
 
Sexualidade Infantil 
 Cenas da infância. 
 Medidas de proteção. 
 Escopofilia. 
 
A Transferência 
 A chegada do analista. 
 Capitão. 
 Sonho com a filha de Freud. 
 Hostilidade com o analista. 
 
 
1 – Diferencie as diferentes perspectivas em Psicopatologia, ou 
seja, diferentes formas de encarar e diagnosticar o adoecimento 
mental. 
2 – Qual a definição de sintoma? E de síndrome? 
3 – Enumere alguns aspectos/perguntas que precisam ser 
observados na entrevista de um paciente com transtorno mental? 
4 – Quais aspectos observamos quanto à evolução de um 
transtorno?

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