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A violência Atinge uma camada mais vulnerável da sociedade

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A violência Atinge uma camada mais vulnerável da sociedade, como as crianças, adolescentes, mulheres, idosos, deficientes e doentes mentais, sendo uma das causas mais comuns de lesão grave, além de danos à estrutura biopsicossocial.
A Organização Pan-Americana de Saúde afirma que: a violência, pelo número de vítimas e magnitude de sequelas orgânicas e emocionais que produz, adquiriu um caráter endêmico e se converteu em um problema de saúde pública em vários países.
A realidade da violência no Brasil é preocupante, uma vez que, desde o final da década de 1980, tem ocupado o segundo lugar nas causas gerais de morte entre a população brasileira, assumindo o primeiro lugar nas causas de óbitos nas faixas etárias de 5 a 49 anos. Em 2005, segundo Deslandes et al., a violência constituiu-se na sexta causa de internação hospitalar. Segundo esse modelo, as populações suscetíveis a demandar intervenções sociais estão não só ameaçadas pela insuficiência de seus recursos materiais, mas também fragilizadas pela labilidade de seu contexto relacional.
Dados do Atlas da Violência destaca que segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, em 2016 foram notificados 62.517 homicídios, o que revela uma taxa de 30,3 casos por 100 mil habitantes.
Violência contra a mulher
Dados da Organização Mundial da Saúde revelam que entre 15 e 71% das mulheres referem violência física e/ou sexual praticada pelo marido ou parceiro íntimo; para muitas mulheres, a primeira experiência sexual não foi consentida e de 4 a 12% afirmam que sofreram violência enquanto estavam grávidas.
Segundo a Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia, 1 mulher em cada 10 tem sofrido alguma forma de violência sexual desde a idade de 15 anos e 1 em cada 20 tem sido estuprada. Outro dado alarmante é que 1 mulher em cada 5 tem experimentado violência física e/ou sexual por parceiro atual ou anterior e 1 mulher em cada 10 relatou que experimentara alguma forma de violência sexual por parte de um adulto antes dos 15 anos de idade. O homem também pode ser vítima da violência doméstica, mas a porcentagem de mulheres vítimas é muito maior.
A Lei n. 11.340, de 07/08/2006, conhecida como «Lei Maria da Penha», integra a política brasileira de proteção e assistência à mulher vítima de violência. Seu objetivo principal é coibir qualquer tipo de violência dirigida à mulher.
A modificação no art. 121 do Código Penal, figurando a tipificação de crime de feminicídio. Diante da complexidade da violência contra a mulher, foi elaborado um questionário de autopreenchimento contendo um roteiro para o levantamento de dados demográficos, como escolaridade, idade e gênero. Esta foi uma investigação-piloto de um estudo amplo a ser desenvolvido na cidade de São Paulo em relação à percepção de homens e mulheres em relação ao conceito de violência doméstica.
O conceito de violência para a maioria dos sujeitos entrevistados está relacionado com agressões físicas e verbais, corroborando os dados da literatura, embora a associação da violência à questão da agressão moral também tenha sido apontada.
De maneira geral, pode-se apurar que a violência para esses sujeitos envolve falta de respeito com os outros e, em alguns casos, consigo mesmo, intolerância, atos abusivos e submissão do outro à vontade do agressor, ao seu poder.
Os resultados demonstraram, por exemplo, que não é considerado violência quando os parceiros impedem ou obrigam os companheiros a usar ou não usar determinada roupa.
Violência contra a criança e o adolescente
O cenário de violência contra crianças e adolescentes está cada vez mais frequente na sociedade contemporânea, tornando-se um problema de saúde pública, de modo a ser necessário um olhar mais atento dos profissionais e a elaboração de políticas públicas tanto para a prevenção dos casos como para o tratamento dos problemas deles decorrentes. Nas crianças, há uma associação do aumento de problemas comportamentais e psicológicos, que podem se estender até o período da idade adulta. 
Na América do Sul, cerca de 13% dos meninos e das meninas são abusados sexualmente. No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicaram que 4% responderam que tiveram intercurso sexual contra sua vontade, 32,6% dos quais eram familiares, 11,9% dos quais eram pais/padrastos, 26% para namorado/ex-namorado e 21,8% para amigos. Os pais são os principais perpetradores, seguidos por padrastos. Meninos e meninas apresentam alto risco de depressão e sintomas de transtorno de estresse pós-traumático. As meninas tendem a ser mais sexualizadas, enquanto os meninos tendem a se isolar.
Historicamente, o interesse dos estudiosos da psicologia pela violência contra a criança se inicia na cidade de Nova York em 1874, com o caso Mary Ellen Wilson, de 8 anos, que foi severamente espancada por seus responsáveis, resultando na criação da Sociedade de Prevenção à Crueldade Contra as Crianças. Essa iniciativa colaborou para a criação de organizações similares em outros países. No Brasil, ressalta-se a criação da Lei n. 8.069, de 13/07/1990 – o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Visto isto, há de se considerar que a violência sexual, por exemplo, representa um sério problema de saúde pública, gerando importante impacto físico e emocional para os que a ela são expostos. Estudos têm demonstrado que crianças e adolescentes sexualmente abusados tendem a desenvolver transtornos de ansiedade, sintomas depressivos e agressivos, além de problemas quanto ao seu papel e funcionamento sexual e dificuldades sérias em relacionamentos interpessoais. Evidências ainda estabelecem uma associação entre abuso sexual na infância e na adolescência e a ocorrência de depressão na idade adulta.
Em outro estudo, os dados demonstraram que cerca de 33% de todas as meninas com doença mental sofreram abuso sexual antes de completarem 8 anos de idade. A criança vítima de abuso sexual geralmente tende a apresentar uma diminuição da autoestima, tem a sensação de que não vale nada e adquire uma representação anormal da sexualidade. Estudos realizados em diferentes partes do mundo sugerem que cerca de 7,4% das meninas e 3,3% dos meninos sofreram algum tipo de abuso sexual.
Homofobia
A violência contra homossexuais tem se tornado um fator de importante impacto social desde os anos 1980, o que gerou, proporcionalmente, um crescente no tocante às organizações de ativistas, assim como aos governos, no sentido de delimitar ações legais para a redução dessa violência. É a intolerância, não o preconceito, que produz a violência. Juridicamente, a ação violenta contra homossexuais se enquadra nos chamados crimes de ódio, ou motivados pelo preconceito. Segundo o Ministério da Saúde, a violência letal contra homossexuais – especialmente contra travestis e transgênicos – é, sem dúvida, uma das faces mais trágicas da discriminação por orientação sexual ou homofobia no Brasil.
Além de situações extremas, como as agressões físicas e o assassinato, muitas outras formas de violência vêm sendo apontadas, envolvendo familiares, vizinhos, colegas de trabalho ou instituições públicas como a escola, as forças armadas, a Justiça ou a polícia. Estudo sobre violência contra homossexuais, realizado por Silva et al. Em relação às mulheres homossexuais, 22,4% sofrem violência no ambiente doméstico . Ele faz comentários pejorativos, exprime nítidas rejeições aos homossexuais e os culpa por tudo de ruim que existe no mundo.
Importante distinção se faz necessária para diferenciar ações que representam o preconceituoso e o intolerante em relação aos homossexuais.
Bullying
Bullying é uma forma de violência, normalmente praticada nas escolas, entre os estudantes ou por grupos de jovens. Esse tipo de violência pode ser verbal, física ou psicológica e ocorre de forma repetida. Existem duas formas de classificar o bullying. Direto - quando as vítimas são atacadas diretamente, como por meio de apelidos, agressões físicas, ameaças, roubos, ofensas verbais ou expressões e gestos que geram mal-estar aos alvos.Indireto - quando as vítimas estão ausentes. As pessoas que estão envolvidas nessa forma de violência podem ser classificadas como vítimas, agressores e testemunhas. As vítimas são aquelas que são agredidas, os agressores são aqueles que praticam o ato, e as testemunhas são aquelas que assistem às agressões, algumas vezes mostrando simpatia pelo agressor, outras pela vítima. As vítimas têm como características dificuldades de socialização, insegurança, baixa autoestima e passividade.
A criança que sofre bullying é mais retraída e envergonhada. Já os agressores normalmente apresentam famílias desestruturadas, dificuldades nos relacionamentos afetivos, pais muito permissivos e tolerantes a seus comportamentos, podendo ser vítimas de maus-tratos. O bullying já é considerado um problema de saúde pública, sendo mais prevalente em adolescentes com idades entre 11 e 13 anos. Em relação à prevalência, tem-se uma variância entre 8 e 46% de estudantes que são vítimas e entre 5 e 30% de agressores. 
As consequências do bullying podem ser devastadoras na vida futura. O adulto que sofreu esse tipo de agressão no passado pode apresentar baixa autoestima, dificuldade nos relacionamentos afetivos, instabilidade emocional, dificuldade em manter-se no mesmo emprego, envolvimento com entorpecentes e atitudes antissociais. Como visto, as alterações psicológicas decorrentes do bullying são diversas e muito sérias, com necessidade de avaliações psicológicas para a detecção do fato e de avaliação de suas consequências, assim como apoio psicológico e orientação família.
Considerações finais 
A temática violência apresenta estreita relação com saúde física e mental, com contexto social e interface jurídica. Envolve duas pontas, o perpetrador da violência e a vítima, e ambos necessitam ser investigados. A aplicação da perícia nos diferentes contextos da violência, de maneira geral, tem dois propósitos. O primeiro refere-se ao processo de investigação das características psicológicas do agressor com o propósito de verificar a responsabilidade penal. O segundo cenário é direcionado para o estudo psicológico da vítima cujo objetivo é identificar alterações emocionais, cognitivas e comportamentais que possam ser associadas à vivência de violência.
"A modificação no art. 121 do Código Penal, figurando a tipificação de crime de feminicídio. A Lei n. 13.104, de 9 de março de 2015, altera o art. 121 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio." 
O feminicídio é uma demonstração de umas das maiores violência em decorrência das relações de autoridade entre o sexo masculino e feminino. Com a criação ações como medida para punir a violência, a criação da Lei Maria da Penha e da Lei do Feminicídio, foram medidas de sumas importância, pois sem elas a tipificação penal e muitos outros medidas governamentais que objetivam a diminuição da violência e discriminação contra o sexo feminino no Brasil não seriam elaborados, dispondo para as mulheres a maior acessibilidade no alcance das medidas protetivas ou para a assistência durante a reabilitação das vítimas de violência. O princípio da lei de feminicídio é uma garantia para todas as mulheres, pois será aplicada quando for cometido crime contra a mulher por motivos da condição de ser mulher, este preceito da lei do feminicídio é essencial no campo político, social e jurídico.
O capitulo “Prática da psicologia nos diferentes contextos da violência” mostra a violência em alguns grupos da população são particularmente vulneráveis a violências. A violência tende a ocorrer quando a vítima é mulher, criança e adolescente, homossexual, e também quando a vítima é negra e idosa, ou identificada em quaisquer grupos sociais particularmente frágeis perante ao agressor. Quando a violência não é uma das causas gerais de morte entre a população, a violência acarreta traumas psicólogos que a vítima leva para o resto da vida. Apesar de haver assistência jurídica nos dias de hoje, ainda há muito o que se fazer para preservar a integridade e a dignidade da pessoa humana, principalmente quanto ao respaldo psicológico, tendo em vista que, os traumas podem prejudicar a pessoa violentada em vários aspectos de sua vida social.

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