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Ebook - Custos Industriais

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CUSTOS INDUSTRIAIS
CÍNTIA MAÍSA BENDER
SUMÁRIO
Esta é uma obra coletiva organizada por iniciativa e direção do CENTRO SU-
PERIOR DE TECNOLOGIA TECBRASIL LTDA – Faculdades Ftec que, na for-
ma do art. 5º, VIII, h, da Lei nº 9.610/98, a publica sob sua marca e detém os 
direitos de exploração comercial e todos os demais previstos em contrato. É 
proibida a reprodução parcial ou integral sem autorização expressa e escrita.
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Rafael Giovanella
Desenvolvido pela equipe de Criações para o ensino a distância (CREAD)
Coordenadora e Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Igor Zattera, Júlia Oliveira, Thais Munhoz
Revisora
Luana dos Reis
CONCEITUAÇÃO, TERMINOLOGIAS E PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DE CUSTOS 4
CONTABILIDADE DE CUSTOS X GESTÃO DE CUSTOS 5
CONCEITOS DE CUSTOS 7
CLASSIFICAÇÕES DE CUSTOS 10
ELEMENTOS DE CUSTOS 14
SISTEMAS DE CUSTOS 23
PRINCÍPIOS DE CUSTEIO 24
FORMAS/SISTEMAS DE APURAÇÃO DOS CUSTOS 27
CUSTO PADRÃO 30
ANÁLISE CUSTO-VOLUME-LUCRO 37
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 38
PONTO DE EQUILÍBRIO 39
MÉTODOS DE CUSTEIO 47
CUSTEIO POR DEPARTAMENTALIZAÇÃO 49
CUSTEIO POR CENTRO DE CUSTOS – RKW 53
CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES – ABC 63
CUSTEIO POR UNIDADE DE ESFORÇO PRODUTIVO - UEP 71
COST BREAKDOWN 76
3ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA II
APRESENTAÇÃO
Olá! Seja bem-vindo a essa disciplina! Como o próprio nome diz, Custos Industriais refere-se a cálculos de formação de custos de 
produtos que sofrem processos de transformação, de beneficiamento ou de montagem, antes de serem estocados para comercialização. 
Esse conjunto de processos especifica-se como industrialização, produção ou fabricação. 
A análise e gestão de custos, em uma indústria, permite que a empresa visualize e reduza desperdícios, conheça a margem de con-
tribuição dos produtos, defina preços adequados a cada produto e aumente sua competitividade no mercado. 
Nessa disciplina, vocês aprenderão a identificar todos os gastos envolvidos na fabricação dos produtos, a organizar e classificar 
diferentes tipos de gastos envolvidos na produção, a alocar de maneira criteriosa esses gastos aos produtos/centros de custos/ativida-
des, e a adotar práticas de gerenciamento dos custos com o intuito de reduzi-los, aumentando a lucratividade das empresas.
O aumento da concorrência, somado aos momentos vivenciados de crises econômicas intensas e longas, tem colocado o gerencia-
mento de custos entre os pontos de destaque nas organizações. Em um mercado no qual está cada vez mais difícil aumentar a participa-
ção, manter os clientes ou repassar preços mais altos aos clientes com o intuito de manter as margens de lucros, o foco no uso racional 
dos recursos e redução dos custos tem apresentado um lugar de destaque. 
Nesse contexto, essa disciplina lhe dará uma ampla noção dos conceitos da área de custos, sistemas de custeio e suas diversas 
aplicações. Não obstante, os conhecimentos adquiridos deverão ser somados aos conhecimentos que você possui da empresa a ser ge-
rida, além de muita análise, visão sistêmica e criatividade na implantação de um sistema de custeio adequado. Cada empresa possui 
suas particularidades, e cabe ao gestor a compreensão do sistema mais adequado às necessidades da empresa naquele momento. Bom 
proveito!
4
CONCEITUAÇÃO, 
TERMINOLOGIAS 
E PRINCIPAIS 
CLASSIFICAÇÕES DE 
CUSTOS
Diferença entre Contabilidade geral, Contabilidade de custos e 
Contabilidade gerencial. Diferenças entre gasto, custo, despesa, 
investimento, custos fixos e custos variáveis, materiais, mão de obra direta 
e custos indiretos de fabricação. 
5CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
Antes de iniciarmos essa caminhada para compreensão do universo dos custos e gestão dos 
custos industriais, precisamos saber identificar os tipos de gastos existentes na produção de um 
bem (produto), compreendendo alguns conceitos/terminologias da contabilidade financeira e ge-
rencial. Inicialmente, vou explicar para vocês sobre a evolução da contabilidade no campo da aná-
lise de custos, até chegarmos no momento atual, para depois falar um pouco dos termos da conta-
bilidade para cada tipo de análise e para cada item de custo.
CONTABILIDADE DE CUSTOS X GESTÃO DE CUSTOS
A Contabilidade geral ou Financeira refere-se à Contabilidade no seu sentido mais am-
plo, que está focada no patrimônio das instituições, sejam elas públicas ou privadas. Todas 
as instituições (empresas, organizações) deverão seguir as normas contábeis que norteiam a 
sua atividade específica (contabilidade hospitalar, bancária, comercial, de custos ou indus-
trial, imobiliária, entre outros, por exemplo). 
A contabilidade financeira tem por objetivo controlar o patrimônio das empresas e apu-
rar o resultado (variação do patrimônio). Ela deve prestar informações a usuários externos, 
que tenham interesse em acompanhar a evolução da empresa, tais como entidades financei-
ras que lhe concederão empréstimos, debenturistas e quaisquer pessoas que desejem adquirir 
ações da empresa (se ela for uma companhia aberta). (VICECONTI E NEVES, 2018).
A Contabilidade de custos ou Contabilidade industrial é um ramo da Contabilidade geral 
ou Financeira que se aplica às empresas industriais (RIBEIRO, 2017). Segundo o autor, a Con-
tabilidade de custos surgiu com as empresas industriais a partir do século XVIII, e seu intuito 
foi de atender a uma nova necessidade que surgiu, mais precisamente atribuir custos aos es-
toques de produtos fabricados pelas empresas industriais. Antes do surgimento das empresas 
industriais, os estoques das empresas comerciais eram formados por mercadorias que eram 
compradas prontas e revendidas, tornando mais fácil a apuração dos custos. Com a industria-
lização, a tarefa de atribuir custos aos estoques de bens destinados à venda ficou mais com-
plexa, pois, além do valor pago aos fornecedores de matérias-primas, tornou-se necessário 
incluir, ainda no custo dos estoques de produtos fabricados pela empresa, os valores gastos 
com mão de obra e gastos gerais de fabricação incorridos para transformar matérias-primas 
em produtos. 
Com o advento da Revolução Industrial e a proliferação das empresas industriais, a Con-
tabilidade adaptou os procedimentos de apuração do resultado em empresas comerciais (que 
apenas revendiam mercadorias compradas prontas) para as empresas industriais, que ad-
quiriam matérias-primas e utilizavam fatores de produção para transformá-las em produtos 
destinados à venda: o ramo da Contabilidade que controlava esses gastos passou a se chamar 
Contabilidade de custos. No entanto, a Contabilidade de custos, nos seus primórdios, teve 
como principal função a avaliação de estoques em empresas industriais (VICECONTI E NE-
VES, 2018).
A Contabilidade de custos, criada para avaliar estoques, constituiu um importante ins-
trumento de controle e atribuição de custos aos produtos. No entanto, com o tempo e o au-
mento da concorrência em diversos mercados, percebeu-se a necessidade não só de realizar 
6CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
o levantamento de custos de maneira adequada, mas de obter informações da contabilidade 
que permitissem a tomada de decisões para uma gestão dos custos (redução dos custos e des-
perdícios nas empresas).
Na década de 1950, pela necessidade do aprimoramento das funções da própria Con-
tabilidade de custos, surgiu a Contabilidade gerencial, cuja meta principal era auxiliar a ad-
ministração nas tomadas de decisões de planejamento e controle. A Contabilidade gerencial 
tem funções distintas da Contabilidade financeira e da Contabilidade de custos, e seu objetivo 
principal passou a ser o de auxiliar os gestores na tomadas de decisões, com o intuito de al-
cançar maior produtividade com a otimizaçãodos recursos disponíveis, reduzindo custos e 
aperfeiçoando a qualidade dos produtos fabricados, para melhorar a competitividade da em-
presa e, consequentemente, alcançar resultados mais satisfatórios no desenvolvimento de 
suas atividades operacionais (RIBEIRO, 2017).
A contabilidade gerencial tem por objetivo fornecer informações extraídas dos dados 
contábeis, que ajudem os gestores das empresas no processo de tomada de decisões, tais como 
(VICECONTI E NEVES, 2018): 
• corte de linha de produtos para aumentar a capacidade de produção da empresa nos 
produtos com maior contribuição; 
• definição do preço de venda do produto;
• definição entre compra ou fabricação interna de algum tipo de matéria-prima;
• definição sobre compra ou reforma de equipamento; 
• levantamento dos produtos da empresa que dão lucro ou prejuízo.
A contabilidade consiste no processo sistemático e ordenado de registrar as alterações 
ocorridas no patrimônio de uma entidade. Todavia, a depender do usuário e do tipo de infor-
mação requerida, a contabilidade pode assumir diferentes formas, apresentadas como: 
 » contabilidade financeira - condicionada às imposições legais e requisitos fiscais; 
 » contabilidade gerencial - voltada à administração de empresas, não se condiciona às 
imposições legais, tem o objetivo de gerar informações úteis para a tomada de decisões; 
 » contabilidade de custos - voltada à análise dos gastos realizados pela entidade no de-
correr de suas operações (BRUNI e FAMÁ, 2019).
Enquanto a Contabilidade de custos é entendida como o processo ordenado de usar os 
princípios da contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio, a ges-
tão de custos utiliza as informações contábeis, financeiras e de vendas como ferramentas ou 
subsídios de apoio ao processo de tomada de decisões.
7CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
A Contabilidade de custos pertence à Contabilidade gerencial e, nas últimas décadas, a 
Contabilidade de custos vem evoluindo e se modernizando, fazendo com que passe de simples 
auxiliar na avaliação de estoques e lucros, para se tornar um instrumento importante de con-
trole e auxílio à tomada de decisões. 
Nesse e-book, focaremos na Contabilidade gerencial, que utiliza a contabilidade de cus-
tos com a intenção de obter informações relevantes para a tomada de decisões, e não somente 
para registros contábeis e cumprimento de legislação. 
CONCEITOS DE CUSTOS
Muito importante que a gente conceitue estes termos para que vocês passem a usar os 
termos corretos e compreender os textos que virão posteriormente, antes de usarmos diver-
sos termos do ramo da Contabilidade gerencial.
Existem diversos termos:
• gasto;
• custo;
• despesa;
• investimento;
• desembolso;
• perda.
Você conhece o conceito de cada um desses termos? 
Imagina que alguns deles sejam sinônimos? 
Não necessariamente. Vamos lá?
Toda vez que a empresa industrial pretende obter bens – seja para uso, troca, trans-
formação ou consumo – ou utilizar algum tipo de serviço, ela efetua um GASTO. Esses gastos 
podem ser pagos à vista ou a prazo, e classificam-se em INVESTIMENTOS, DESPESAS e CUS-
TOS. Gasto também pode ser entendido como a renúncia de um ativo pela entidade, com a 
finalidade de obtenção de um bem ou serviço (VICECONTI E NEVES, 2018).
Quando ocorre o respectivo pagamento no momento da obtenção do bem, pode-se dizer 
que houve DESEMBOLSO de numerário. O DESEMBOLSO, que se caracteriza pela entrega do 
numerário, pode ocorrer antes (pagamento antecipado), no momento (pagamento à vista) ou 
depois (pagamento a prazo) da consumação do gasto, entretanto, ele não interfere na classi-
ficação do gasto em investimento, custo ou despesa. 
Os gastos que se destinam à obtenção de bens de uso da empresa (computadores, mó-
veis, máquinas, ferramentas, veículos, etc.) ou a aplicações de caráter permanente (compra 
de ações de outras empresas, de imóveis, de ouro, etc.) são considerados INVESTIMENTOS. 
Consideram-se investimentos os gastos com a obtenção dos bens destinados à troca (merca-
dorias), transformação (matérias-primas, materiais secundários e materiais auxiliares, ma-
teriais de embalagem) ou consumo (materiais).
8CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
Custo é um gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e servi-
ços; abrange todos os gastos relativos à atividade de produção. Os custos são ativados e inte-
gram o estoque de produtos em elaboração e o de produtos (VICECONTI E NEVES, 2018).
Quando os bens, que serão aplicados no processo de fabricação, são adquiridos em gran-
des quantidades e estocados, são também classificados como investimentos. Esses bens so-
mente deixarão de ser investimentos para serem classificados como custos a partir do mo-
mento em que forem retirados dos estoques e inseridos no processo de fabricação. Quando os 
gastos são efetuados para obtenção de bens ou serviços aplicados nas áreas administrativa, 
comercial ou financeira, visando direta ou indiretamente a obtenção de receitas, correspon-
dem a DESPESAS (RIBEIRO, 2017).
Despesa é o gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e con-
sumidos com a finalidade de obtenção de receitas. Nem sempre será fácil distinguir custos e 
despesas, mas uma forma mais fácil de distingui-los é: 
CUSTOS: todos os gastos realizados com o produto, até que esteja pronto. 
DESPESAS: todos os gastos a partir do ponto onde o produto tenha ficado pronto.
Contabilmente falando, o custo integra o produto; vai para o estoque e aumenta o ativo 
circulante. A despesa reduz o lucro; vai para o resultado e reduz o Patrimônio Líquido.
E a perda?
PERDA é um gasto não intencional decorrente de fatores externos inesperados ou da 
atividade produtiva normal da empresa (VICECONTI E NEVES, 2018).
No caso das perdas inesperadas, serão lançadas diretamente contra o resultado do perí-
odo, sendo consideradas como despesa. Como exemplo, podemos considerar as perdas gera-
das por equipamento parado por falta de energia, ou perda gerada por algum corte incorreto 
na matéria-prima, devido à desatenção do funcionário.
As perdas normais, como as perdas de matérias-primas na produção industrial, inte-
gram o custo de produção do período, como exemplo, temos os retalhos gerados em matéria-
-prima comparada em tamanho padrão.
Resumindo:
• gasto - desembolso à vista ou a prazo para obtenção de bens ou serviços, independen-
temente da destinação que esses bens ou serviços possam ter na empresa;
• investimentos - gastos com a aquisição dos bens de uso (ativo permanente), dos bens 
que serão inicialmente mantidos em estoque para que no futuro sejam negociados, in-
tegrados ao processo de produção ou consumidos, e compra de ativos de outras empre-
sas, como ações;
9CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
• custo - compreende a soma dos gastos com bens e serviços aplicados ou consumidos na 
fabricação de outros bens;
• despesa - compreende os gastos decorrentes do consumo de bens e da utilização de 
serviços das áreas administrativa, comercial e financeira, que direta ou indiretamente 
visam a obtenção de receitas;
• desembolso - entrega de numerário antes, no momento, ou depois da ocorrência dos gastos;
• perda - gasto não intencional que ocorre de maneira normal (prevista) ou por fatores 
inesperados.
• 
Normalmente, aprendemos esses termos a partir da vivência e uso de conceitos popu-
lares, é importante que essa distinção inicial formal de termos fique bem clara em sua mente 
antes de avançar para os próximos itens. Que tal elaborarmos um glossário de termos e des-
tacá-los em seu material?
Os itens mais difíceis de fazermos distinção, normalmente, são os custos, despesas e 
investimento. Vamos observar os exemplos desses conceitos?
ATENÇÃO: quando a empresa compra matéria-prima e a deixa estocada, 
a matéria-prima é considerada INVESTIMENTO. No entanto, quando essa 
matéria-prima é transformada em produto para ser vendido, torna-seCUSTO.
ITENS DE GASTO TIPO DE GASTO
Aluguel do pavilhão da fábrica CUSTO
Mão de obra da administração DESPESA
Combustível gasto pela área comercial DESPESA
Gastos com marketing DESPESA
Gastos com entrega /distribuição DESPESA
Mão de obra operários da área de produção CUSTO
Matéria-prima que entrou na composição de um produto. CUSTO
Valor da máquina utilizada na produção. INVESTIMENTO
Depreciação da máquina utilizada na produção. CUSTO
Retalhos de matéria-prima utilizada na produção. PERDA
Energia elétrica da fábrica CUSTO
Seguro da fábrica CUSTO
Segurança do escritório administrativo DESPESA
Limpeza da fábrica CUSTO
Matéria-prima estocada INVESTIMENTO
10CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
CLASSIFICAÇÕES DE CUSTOS
A classificação dos custos se dá em relação aos produtos, logo, sua forma de alocação 
aos mesmos, e com relação ao volume de produção. 
CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS PRODUTOS 
Em relação aos produtos fabricados, o custo pode ser direto ou indireto. 
CUSTOS DIRETOS: gastos com materiais, mão de obra e gastos gerais de fabricação apli-
cados diretamente na fabricação dos produtos. São assim denominados porque, além de inte-
grarem os produtos, suas quantidades e seus valores, podem ser facilmente identificados em 
relação a cada produto fabricado. 
Exemplos de custos diretos:
• matéria-prima - normalmente, a empresa sabe a quantidade exata de matéria-prima 
que está sendo utilizada para a fabricação de uma unidade do produto. Sabendo-se o 
preço da matéria-prima, o custo dela pode ser associado diretamente ao produto;
• mão de obra direta - envolve custos com os trabalhadores utilizados diretamente na 
produção. Tendo a informação do tempo em que cada um trabalhou no produto e o preço 
da mão de obra, é possível apropriá-la diretamente ao produto; 
• material de embalagem - pode-se saber exatamente o preço da embalagem utilizada em 
cada produto, e alocar este custo de maneira direta;
• depreciação de equipamento - quando o equipamento é utilizado para produzir apenas 
um tipo de produto, pode-se alocar diretamente o custo a esse produto;
• energia elétrica das máquinas - também pode ser um custo direto quando é possível sa-
ber quanto foi consumido na fabricação de cada produto.
CUSTOS INDIRETOS: são os gastos com materiais, mão de obra e gastos gerais de fabri-
cação aplicados indiretamente na fabricação dos produtos. São assim chamados pois, além de 
não estarem diretamente relacionados aos produtos, é impossível uma segura identificação 
de suas quantidades e de seus valores em relação a cada produto fabricado. A classificação dos 
gastos em custos indiretos é dada tanto àqueles que impossibilitam uma segura e objetiva 
identificação em relação aos produtos fabricados, como também àqueles que, mesmo inte-
grando os produtos (como ocorre com parte dos materiais secundários em alguns processos 
de fabricação), em razão do pequeno valor que representam em relação ao custo total, têm 
cálculos e controles tão onerosos que é preferível tratá-los como indiretos. A impossibilidade 
de identificação desses gastos, em relação aos produtos, ocorre porque beneficiam a fabrica-
ção de vários produtos ao mesmo tempo.
11CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
Exemplos de custos indiretos:
• aluguel da fábrica - o aluguel é pago para que a empresa possa utilizar o imóvel durante 
um período. Essa utilização beneficia a fabricação de todos os produtos e o normal é que 
não seja possível identificar esse gasto com esse ou aquele produto fabricado;
• energia elétrica - a energia elétrica consumida na iluminação das dependências da fábri-
ca, bem como aquela consumida por máquinas que não possuem medidores para permitir 
o controle do consumo, não poderá ser identificada em relação a cada produto fabricado; 
• salários e encargos dos chefes de seção e dos supervisores da fábrica - esses trabalha-
dores dão assistência e supervisão a vários setores na área de produção. Seus trabalhos 
beneficiam toda a produção de um período, o que dificulta a identificação com esse ou 
aquele produto;
• depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto;
• gastos com limpeza da fábrica; 
• energia elétrica que não pode ser associada ao produto.
A distribuição dos custos indiretos aos produtos é conhecida como RATEIO, e à medida 
que serve de parâmetro para se efetuar essa distribuição denomina-se BASE DE RATEIO.
CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AO VOLUME DE PRODUÇÃO
Em relação ao volume de produção, os custos podem ser fixos ou variáveis. 
CUSTOS FIXOS: são aqueles que permanecem estáveis, independentemente do volu-
me da produção. São custos necessários ao desenvolvimento do processo industrial em geral, 
motivo pelo qual se repetem em todos os meses do ano. 
Como exemplo de custos fixos, podemos citar:
• aluguel da fábrica;
• água (utilizada para consumo do pessoal e limpeza da fábrica); 
• energia elétrica (utilizada para iluminação da fábrica);
• salários e encargos dos mensalistas que trabalham na manutenção e limpeza da fábrica;
• seguro do imóvel;
• segurança da fábrica; 
• telefone; 
• depreciação normal das máquinas; 
• salários e encargos dos supervisores da fábrica, etc. 
12CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
É importante salientar que os custos fixos podem sofrer alguma variação de um perío-
do para outro, como ocorre, por exemplo, com o aluguel, que, em consequência de cláusulas 
contratuais, pode estar sujeito a reajustes periódicos; com os salários e encargos, que podem 
variar em decorrência da própria legislação trabalhista, etc.
 No entanto, mesmo ocorrendo essas alterações, esses custos são classificados como 
fixos porque eles não possuem variação na proporção ao volume de produção, ou seja, os au-
mentos ou queda nesses custos decorrem de outros fatores que não há variação no volume 
produzido.
Existem outras situações nas quais alguns custos fixos podem sofrer pequenas varia-
ções devido a aumentos no volume da produção, como ocorre, por exemplo, com o aumento 
no número de telefonemas, no consumo de materiais de limpeza, etc. No entanto, esses cus-
tos ainda são considerados fixos, pois variam até um determinado limite da variação do vo-
lume da produção, e depois permanecem estáveis novamente; o aumento não é sempre pro-
porcional a variações no volume de produção. Os custos fixos, por não estarem diretamente 
relacionados aos produtos e por contribuírem para a fabricação de vários produtos ao mesmo 
tempo, também são chamados de custos indiretos (RIBEIRO, 2017).
CUSTOS VARIÁVEIS: são custos que variam com o volume da produção. Quanto mais 
produtos forem fabricados em um período, maiores serão os custos variáveis. 
Um exemplo bem clássico de custo variável é a matéria-prima. Se, para fabricar um pão 
é preciso 2 xícaras de farinha de trigo, para 50 pães serão necessárias 100 xícaras de farinha 
de trigo. Quanto maior for a quantidade fabricada, maior será o consumo de matéria-prima 
e, por consequência, maior será o seu custo. Os custos variáveis, por estarem vinculados ao 
volume produzido, são também denominados custos diretos. 
Nessa classificação de custos, em relação ao volume de produção, entre os custos fixos é 
comum alguns possuírem uma parcela variável e, entre os custos variáveis, também é comum 
alguns possuírem uma parcela fixa. Esses custos são chamados de custos semifixos e custos 
semivariáveis.
CUSTOS SEMIFIXOS: são os custos fixos que possuem uma parcela variável, como a 
energia elétrica, por exemplo. A parcela fixa da energia elétrica é aquela que independe da 
produção do período, sendo utilizada para iluminação da fábrica; a parte variável é aquela 
aplicada diretamente na produção, variando de acordo com o volume produzido. 
CUSTOS SEMIVARIÁVEIS: são os custos variáveis que possuem uma parcela fixa, por 
exemplo, a mão de obra aplicada diretamente na produção é variável em função das quanti-
dades produzidas, ao passo que a mão de obra da supervisãoda fábrica independe do volume 
produzido é classificada como fixa.
13CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
EM UMA EMPRESA, O CUSTO TOTAL DE FABRICAÇÃO É 
FEITO PELA SOMA:
CUSTO TOTAL = CUSTOS FIXOS + CUSTOS VARIÁVEIS
IMPORTANTE DISTINGUIRMOS OS CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS TOTAIS 
DOS CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS UNITÁRIOS!
Por quê?
ESSES DOIS CUSTOS SE COMPORTAM DE MANEIRA 
DISTINTA EM RELAÇÃO AO VOLUME DE PRODUÇÃO, 
QUANDO SÃO UNITÁRIOS.
Veja o exemplo:
Uma empresa que confecciona 1.000 unidades de camisetas, por mês, possui os seguin-
tes custos:
Custo fixo total: R$ 5.000,00.
Custo variável total: R$ 8.000,00.
CUSTOS UNITÁRIOS: são os custos por cada unidade produzida. Neste exemplo, é o cus-
to por camiseta.
Logo:
Custo fixo unitário: R$ 5.000,00 / 1.000 = R$ 5,00.
Custo variável unitário: R$ 8.000,00 / 1.000 = R$ 8,00.
Custo total unitário: R$ 5,00 + R$ 8,00 = R$ 13,00.
O que aconteceria se a produção da empresa aumentasse para 1.200 unidades/ mês, man-
tendo a estrutura como está?
Com o custo total fixo, independe da quantidade produzida. Mesmo com produção maior, seria:
Custo fixo total: R$ 5.000,00.
O custo fixo unitário mudaria, pois seria distribuído a uma quantidade maior de camisetas. 
Custo fixo unitário: R$ 5.000,00 / 1.200 = R$ 4,16 (aproximadamente).
Com o custo variável acontece o contrário.
O custo variável total agora aumentará, pois serão camisetas, e precisará de mais horas/
trabalho na confecção, mais tecidos, etc. O custo variável unitário permanece constante, pois 
14CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
supomos que não mudou o processo produtivo nem a tecnologia empregada, mas somente 
aumentou o número de camisetas produzidas com a mesma estrutura existente. 
Temos:
Custo variável unitário: R$ 8,00.
Custo variável total: R$ 8,00 x 1.200 = R$ 9.600,00.
O custo total unitário será:
Custo total unitário: R$ 4,16 + R$ 8,00 = R$ 12,16 (aproximadamente).
Percebam que, quando a produção aumenta, mantendo a estrutura igual, o custo uni-
tário, ou custo total unitário, reduz, devido à diluição do custo fixo em um número maior de 
unidades, por isso dizemos que é importante que as empresas não tenham capacidade ociosa, 
pois isso torna os custos unitário maiores e a empresa menos competitiva. 
Quadro resumo
TIPO DE CUSTO
COMPORTAMENTO EM RELAÇÃO AO VOLUME DE 
PRODUÇÃO
Custo fixo total Permanece constante.
Custo variável total Varia.
Custo fixo unitário Varia.
Custo variável unitário Permanece constante.
Além das terminologias de custos, há outras como custo de produção do período, incor-
rido no processo produtivo num determinado período, normalmente, decomposto da seguin-
te forma:
Material Direto (MD) + Mão de Obra Direta (MOD) + Custos Indiretos de Fabricação (CIF) 
= CUSTO DE PRODUÇÃO DO PERÍODO.
ELEMENTOS DE CUSTOS
Custo de fabricação ou custo industrial compreende a soma dos gastos com bens e ser-
viços aplicados ou consumidos na fabricação de outros bens.
São três os elementos componentes do custo de fabricação:
• materiais; 
• mão de obra; 
• gastos gerais de fabricação.
Materiais - são os objetos utilizados no processo de fabricação, podendo ou não entrar 
na composição do produto. Podem ser classificados como: 
15CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
• matéria-prima - é a substância bruta principal e indispensável na fabricação de um 
produto. A matéria-prima se destaca na composição do produto comparativamente aos 
demais materiais. Em uma indústria metal mecânica, a matéria-prima é aço; em uma 
indústria de pães e massas, é a farinha; 
• materiais secundários - são itens que entram na composição dos produtos assim como 
a matéria-prima, mas em quantidades menores. Eles complementam ou dão o acaba-
mento necessário ao produto. Como exemplo, podemos citar a cola, o prego e o verniz 
na indústria de móveis. Para uma indústria de pães e massas, são os ovos, a manteiga, 
o fermento, entre outros;
• materiais auxiliares - são todos os materiais que não entram na composição dos produ-
tos, mas são necessários para sua fabricação. Para uma indústria de móveis de madeira, 
pode-se citar as lixas, pincéis, etc.; em uma indústria de pães e massas, são a manteiga 
utilizada para untar as assadeiras, as toalhas de papel, etc.; 
• materiais de embalagem - são os materiais destinados a acondicionar ou embalar os 
produtos antes que eles deixem a área de produção. Os materiais de embalagem em uma 
indústria de móveis de madeira podem ser as caixas de papelão; em uma indústria de 
massas alimentícias, podem ser também as caixas de papelão, os sacos plásticos, etc. 
Mão de obra - esse gasto é o esforço do homem aplicado na fabricação dos produtos. 
Compreende não só os gastos com salários, mas também com benefícios a que os empregados 
têm direito, como cestas básicas, vale-transporte, vale-refeição e outros.
Gastos gerais de fabricação - compreendem os demais gastos necessários para a fabrica-
ção dos produtos, os quais não se enquadram como materiais ou como mão de obra. Como exem-
plo, temos os aluguéis, energia elétrica, serviços de terceiros, manutenção da fábrica, deprecia-
ção das máquinas, seguros, material de higiene e limpeza, itens para manutenção das máquinas, 
peças para reposição, telefones e comunicações, etc. O detalhamento dependerá dos interesses 
da empresa ou até mesmo das características que envolvam cada processo de fabricação. 
Vamos trabalhar em um exemplo simples para 
iniciarmos a compreensão?
Vamos supor que Rômulo decida fabricar pizzas, em casa, para vender congeladas e ob-
ter uma renda extra. Para isso, ele fez o levantamento de alguns itens de gastos, para fazer 
uma organização inicial e, após, levantar os valores.
• Ingredientes: farinha, ovos, fermento biológico, óleo, sal, açúcar, calabresa, queijo, to-
mate, molho de tomate pronto, orégano, presunto, manjericão.
• Embalagem para acondicionar as pizzas.
• Forno elétrico, energia elétrica, tempo pessoal dedicado à produção das pizzas (ele pode 
pensar em um valor/hora que considera que vale a pena pelo trabalho realizado, com-
parando a outra atividade remunerada semelhante, que poderia estar realizando, neste 
momento, ao invés de produzir as pizzas).
• Materiais de limpeza e água (para manter o local limpo). 
16CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
Rômulo também teve que comprar outro congelador para estocar as pizzas que produzia 
até o momento da venda, gerando mais gastos com energia elétrica. O forno, ele já tinha, mas 
com o uso excedente, ele sofrerá maior depreciação, e deve ser considerado.
Nesse primeiro momento, organizaremos esses gastos entre: 
• materiais (separar de acordo com os conceitos vistos anteriormente: matéria-prima, 
materiais diretos, etc.);
• mão de obra;
• gastos gerais de fabricação. 
Observe o quadro com uma análise sobre como as informações poderiam ser organizadas. 
Mão de obra:
valor/hora definido por Rômulo como aquele mínimo necessário para ele ficar satisfeito 
com a atividade, ou o quanto ele ganharia se estivesse empregado neste tempo.
Materiais 
Matéria-prima:
farinha, ovos, fermento biológico, óleo, calabresa, queijo, tomate, molho de tomate 
pronto, presunto.
Materiais 
secundários:
sal, açúcar, orégano, manjericão.
Materiais auxiliares: papel toalha.
Embalagem: embalagens das pizzas.
Gastos gerais de 
fabricação:
• energia elétrica, materiais de limpeza, depreciação forno e freezer, manutenção 
de equipamentos, reposição de utensílios (panela, fôrmas, talheres);
• gastos com telefone; 
• gastos com combustível.
Além desses conceitos/classificação, também temos outros tipos de conceitos/classifi-
cações para custos. Todos esses termos são usados pela contabilidade de custos/contabilidade 
gerencial, e são termos diferentes utilizados para os mesmos itens. 
MATERIAL DIRETO: matéria-prima + materiais secundários cujo valor compense apro-
priá-los diretamente ao produto + material de embalagem.
MOD (Mão de Obra Direta): gastos com mão de obra que são diretamente apropriáveisao produto.
CIF (Custos Indiretos de Fabricação): demais gastos de fabricação.
Obs.: os custos indiretos de fabricação também recebem outros nomes, tais como gastos 
gerais de fabricação, demais gastos de fabricação e despesas indiretas de fabricação.
Também há o conceito de custo primário, ou custo direto, e custos de conversão ou de 
transformação.
CUSTO PRIMÁRIO OU DIRETO = Material direto + Mão de Obra Direta (MD + MOD).
CUSTO DE CONVERSÃO OU CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO = Mão de Obra Direta + Custos 
Indiretos de Fabricação (MOD + CIF).
17CUSTOS INDUSTRIAIS
SÍNTESE SUMÁRIO
Nesse capítulo, foi possível ter uma visão da evolução da contabilidade básica à contabilidade de custos, assim como sua evolução até chegar 
na contabilidade gerencial, tão utilizada para o gerenciamento dos custos nas empresas. Também foi possível distinguirmos termos como: custo, 
gasto, despesa, investimento. 
Vimos algumas classificações importantes de custos, que auxiliam na organização e análise das informações. Diferenciamos custos diretos 
de indiretos, fixos de variáveis. Percebemos que o custo fixo unitário e total, assim como o custo variável unitário e total possuem comportamen-
to distinto na relação com o volume de produção, e como isso afeta as decisões. Também compreendemos que os custos possuem diversos ele-
mentos, que podem ser divididos em: Mão de Obra Direta (MOD), Matéria-Prima (MP) e Custos Indiretos de Fabricação (CIF), cada qual com seu 
impacto e necessidade de avaliação.
18CUSTOS INDUSTRIAIS
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
1. O custo com MOD (Mão de Obra Direta) é tido como um custo dire-
to ou primário. De maneira mais objetiva, custo com a MOD (Mão 
de Obra Direta) refere-se:
a. A todo o pessoal disponível na empresa para a produção de 
produtos ou serviços, e gestão da organização.
b. Apenas ao pessoal que trabalha diretamente na produção de 
produtos ou serviço, desde que seja possível a mensuração 
do tempo despendido e a identificação de quem executou o 
trabalho.
c. A todo o pessoal que trabalha indiretamente na produção de 
produtos ou serviços, para os quais não é possível a mensu-
ração do tempo despendido e a identificação de quem exe-
cutou o trabalho.
d. Apenas ao pessoal que trabalha diretamente na produção de 
produtos ou serviços, mesmo que não seja possível a men-
suração do tempo despendido e a identificação de quem exe-
cutou cada trabalho.
e. Apenas ao pessoal que trabalha diretamente na produção 
de produtos ou serviços, independentemente de que seja ou 
não possível a mensuração do tempo despendido e a identi-
ficação de quem executou o trabalho.
2. Para fins de análise e gestão de custos, devem ser considerados 
como investimentos somente:
a. As aquisições de máquinas e equipamentos, de materiais di-
retos que irão ao estoque e de terrenos.
b. As aquisições de materiais de embalagem, de equipamentos 
de produção e os gastos com treinamento de pessoal.
c. As aquisições de veículos, de matéria-prima e os gastos com 
propaganda e publicidade.
d. Os gastos com propaganda e publicidade e treinamento de 
pessoal.
e. Todos os investimentos realizados com capacitação profis-
sional de pessoal.
19CUSTOS INDUSTRIAIS
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
3. Relacione os itens numéricos à ordem das descrições menciona-
das em seguida:
1. Custo de produção.
2. Gasto total ou custo integral
3. CIF – Custo Indireto de Fabricação.
4. Mão de obra indireta.
5. Material direto.
6. Despesas.
7. Rateio dos custos.
( ) Gastos, com bens ou serviços, consumidos direta ou indireta-
mente para a obtenção de receitas.
( ) Consiste na alocação dos Custos Indiretos de Fabricação (CIF), 
através da divisão e distribuição desses custos aos produtos ou serviços 
que estão sendo produzidos ou prestados.
( ) Corresponde à soma de todos os gastos (com exceção dos in-
vestimentos) ou valores consumidos pela empresa para a elaboração de 
um produto ou serviço, incluindo custos ou despesas.
( ) Gasto com salário, encargos e benefícios pagos ao operário, 
cujo tempo não pode ser identificado diretamente com a unidade que 
está sendo produzida.
( ) Total gasto para produzir um determinado bem ou serviço, in-
cluindo o custo de aquisição dos Materiais Diretos (MD), a MOD (Mão 
de Obra Direta) e os CIF (Custos Indiretos de Fabricação).
( ) Material que pode ser alocado diretamente à unidade do produ-
to que está sendo fabricado e que sai da fábrica incorporado ao produto.
( ) Gastos relacionados indiretamente com a fabricação e que não 
podem ser economicamente separados entre as unidades que estão 
sendo produzidas. Necessitam de rateios.
a. 6, 7, 2, 4, 1, 5, 3.
b. 6, 7, 4, 1, 5, 3, 2.
c. 2, 4, 1, 5, 3, 6, 7.
d. 6, 4, 1, 5, 3, 7, 2.
e. 5, 7, 2, 4, 1, 6, 3.
20CUSTOS INDUSTRIAIS
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
Analise o comportamento dos custos no quadro, e leia as afirmações:
QUANTIDADE 
PRODUZIDA
CUSTO 
VARIÁVEL 
UNITÁRIO
CUSTO 
VARIÁVEL 
TOTAL
CUSTO FIXO 
UNITÁRIO
CUSTO FIXO 
TOTAL
10.000 R$ 3,00 R$ 30.000,00 R$ 4,50 R$ 45.000,00
20.000 R$ 3,00 R$ 60.000,00 R$ 2,25 R$ 45.000,00
30.000 R$ 3,00 R$ 90.000,00 R$ 1,50 R$ 45.000,00
I. Caso houver aumento no volume de produção, os custos totais 
sofrerão um acréscimo e os custos totais unitários sofrerão uma 
redução - esses últimos, em decorrência da melhor distribuição 
dos custos fixos totais às quantidades produzidas.
II. Os custos que não variam em função do volume ou da quantidade 
produzida são os custos: fixo total e variável unitário.
III. Quando ocorre uma redução do volume de atividade (quantidade 
produzida) no período, os custos: fixo unitário sofre um acrésci-
mo e variável unitário não sofre variação.
IV. O custo variável unitário comporta-se, dentro do limite de sua 
capacidade de produção, variando na mesma proporção da varia-
ção da quantidade produzida.
Estão corretas as alternativas:
a. I e IV.
b. II e III.
c. III e IV.
d. I, II e III.
e. I, II e IV.
21CUSTOS INDUSTRIAIS
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
5. Sobre as perdas de matéria-prima durante a produção, leia as 
afirmações:
I. As perdas normais (previstas) de matéria-prima, ocorridas du-
rante a produção, são consideradas custos de produção.
II. As perdas de matéria-prima que ocorrerem durante a produção, não 
são consideradas no cômputo dos custos ou despesas da empresa.
III. Quaisquer perdas de matéria-prima durante a produção, sejam 
recorrentes ou acidentais, devem ser classificadas como custos.
IV. As perdas anormais de matéria-prima, ocorridas durante a pro-
dução (perdas acidentais, que não deveriam ter acontecido), são 
classificadas como despesas.
Estão corretas as afirmações:
a. I e IV.
b. II e III.
c. III e IV.
d. I, II e III.
e. I, II e IV.
6. Suponha que você tenha as seguintes informações dos custos de 
produção de uma fábrica de calçados, quando a produção está em 
2.000 pares de calçados.
CF (Custo Fixo total): R$ 100.000,00.
CV (Custo Variável total): R$ 80.000,00.
O custo fixo por par de calçado quando a produção é de 2.000 pa-
res e 2.500 pares de calçados produzidos é, respectivamente: 
a. R$ 40,00 e R$ 55,00
b. R$ 75,00 e R$ 60,00
c. R$ 50,00 e R$ 40,00
d. R$ 100,00 e R$ 80,00
e. R$ 60,00 e R$ 80,00
7. Houve, na empresa, a compra de matéria-prima para uso futuro 
na produção. Nesse caso, a empresa teve um(a):
a. Custo
b. Despesa
c. Investimento
d. Custo indireto de fabricação
e. Perda
22CUSTOS INDUSTRIAIS
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
8. Veja o quadro e marque D para Despesa e C para Custo:
Gastos Custo de produção ou despesa
Água consumida no processo de resfriamento de peças numa indústria.
Aluguel do galpão da fábrica.
Aluguel mensal do ônibus que transporta o pessoal da contabilidade.
Salário dos vendedores.
Assinale a sequência correta de D e C, começando pela primeira linha:
a. C C D D 
b. D C C D
c. C D D D 
d. C C D C 
e. D C D D 
23
SISTEMAS DE CUSTOS
Características do custeio integral, custeio variável, custeio ideal, custo 
por produto, por processo,por ordem de serviço e por ordem de produção, 
análise de custo padrão, ou custo orçado/estimado.
24CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
A definição do sistema de custos mais adequado para a empresa perpassa por alguns 
pontos importantes. Devemos verificar, inicialmente, qual sistema de custos possibilitará o 
levantamento de informações relevantes para a tomada de decisões da empresa analisada. 
É necessário conhecer os objetivos da organização com a implantação do sistema. Para essa 
análise, Bornia (2010) dá o nome de princípio de custeio, e lembra que princípio é um termo 
da contabilidade usado para se referir aos fundamentos dela. 
Outra decisão importante refere-se à questão operacional da análise de custos, de que 
forma os dados serão processados para a obtenção das informações. Essa questão está rela-
cionada ao método de custeio (BORNIA, 2010).
Anteriormente, vimos que existem os custos diretos e indiretos. Os custos diretos são 
facilmente alocados aos produtos, mas os custos indiretos precisam de rateio. O rateio é feito 
utilizando-se métodos de custeio, mas antes de falarmos de métodos para alocar os custos, 
precisamos definir quais custos serão alocados (princípio de custeio).
Inicialmente, definimos quais custos serão alocados (princípio de custeio), para depois 
definirmos como será feita essa distribuição de custos (métodos de custeio).
Importante sempre lembrarmos que: o sistema de custos deve estar em conformidade 
com o sistema de gestão da empresa, para que sejam geradas informações relevantes para a 
tomada de decisões. 
PRINCÍPIOS DE CUSTEIO 
CUSTEIO POR ABSORÇÃO INTEGRAL
Nesse tipo de custeio, chamado de custeio por absorção integral, ou custeio total, todos 
os custos, fixos e variáveis, são alocados aos produtos.
Custo unitário = custo total / quantidade produzida
Exemplo: supondo que uma empresa tenha um custo total (fixo + variável) de 
R$980.000,00 e produza 100.000 unidades de produto. 
Por esse método de custeio, o custo unitário (custo de cada unidade de produto) dessa 
empresa será:
Custo unitário = 980.000/100.000 = R$ 9,80.
Esse tipo de custeio é utilizado com a finalidade de avaliação dos estoques, ou da conta-
bilidade de custos, para prestar informações aos usuários externos à empresa. 
Segundo Crepaldi e Crepaldi (2017), há algumas vantagens e desvantagens na utilização 
deste método de custeio.
25CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
Vantagens do método de custeio por absorção integral:
• como permite a apuração do custo total de cada produto, pode ajudar a melhorar a uti-
lização dos recursos, absorvendo todos os custos de produção;
• não exige que haja a separação dos custos de fabricação em fixos e variáveis;
• contribui para definição de preços de venda mais reais.
Desvantagens do método de custeio por absorção integral:
• os custos, por não se relacionarem com esse ou aquele produto ou a essa ou aquela uni-
dade, são quase sempre distribuídos à base de critérios de rateio, quase sempre com 
grande grau de arbitrariedade;
• o custo fixo por unidade depende do volume de produção, e pode variar em função da 
alteração de volume de outro produto;
• como os custos fixos devem ser alocados aos produtos, deve-se usar formas de rateio na 
alocação deles. O critério à escolha da base de rateio pode ser, muitas vezes, arbitrário, 
trazendo distorções na análise gerencial de custos. 
CUSTEIO VARIÁVEL
No custeio variável ou direto, apenas os custos variáveis são alocados aos produtos. Os 
custos fixos, nesse sistema de custeio, são considerados como custos do período.
Custo unitário = custo variável total / quantidade produzida
Exemplo: supondo que uma empresa tenha um custo total (fixo + variável) de 
R$980.000,00 e produza 100.000 unidades de produto. Desse custo total, R$ 700.000,00 com-
põem o custo fixo total, e R$ 280.000,00 são o custo variável total. 
Na adoção do custeio variável, o custo unitário do produto será de:
Custo unitário = R$ 280.000,00 / 100.000 = R$2,80.
O restante, R$ 700.000,00, são custos do período.
O custeio variável está relacionado principalmente com a utilização de custos para o 
apoio a decisões de curto prazo, quando os custos variáveis são mais relevantes do que os cus-
tos fixos.
Segundo Crepaldi e Crepaldi (2017), há algumas vantagens e desvantagens na utilização 
desse método de custeio:
26CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
Vantagens na utilização do método de custeio variável ou direto:
• os custos dos produtos são mensuráveis de maneira bem objetiva, pois não necessitam 
de formas de distribuição dos custos indiretos;
• o lucro líquido não é afetado por mudanças de aumento ou diminuição da produção; 
• é mais fácil para os gerentes industriais entender o custeamento dos produtos sob o 
custeio direto, pois os dados são próximos da fábrica e de sua responsabilidade, possi-
bilitando a correta avaliação de desempenho setorial; 
• como os custos fixos são abatidos diretamente do resultado no custeio variável, o au-
mento de produção sem consequente aumento de vendas não provoca qualquer altera-
ção no lucro líquido da empresa. 
Desvantagens do método de custeio variável ou direto: 
• a exclusão dos custos fixos indiretos para valoração dos estoques causa a sua subavalia-
ção, fere os princípios contábeis e altera o resultado do período; 
• na prática, a separação de custos fixos e variáveis não é tão simples, pois existem custos 
semivariáveis e semifixos, podendo gerar problemas e distorções;
• esse tipo de custeio é mais adequado para decisões de curto prazo, mas subestima os cus-
tos fixos, que estão ligados à capacidade de produção e de planejamento de longo prazo.
CUSTEIO IDEAL
No custeio por absorção ideal, todos os custos (fixos e variáveis) também são compu-
tados como custos dos produtos, porém, custos relacionados com insumos usados de forma 
não eficiente (desperdícios) não são distribuídos aos produtos. O custeio por absorção ideal 
adapta-se, particularmente, ao auxílio do controle de custos e apoio ao processo de melhoria 
contínua da empresa.
Custo unitário = ((custo variável total / quantidade produzida)) 
+ ((custo fixo total / capacidade de produção)) 
Exemplo: supondo que uma empresa tenha um custo total (fixo + variável) de 
R$980.000,00, capacidade para produzir 120.000 unidades de produto e produza 100.000 uni-
dades de produto no mês analisado. Desse custo total, R$ 700.000,00 compõem o custo fixo 
total, e R$ 280.000,00 são o custo variável total. 
Custo variável unitário = R$ 280.000,00 / 100.000 um = R$ 2,80.
Custo fixo unitário = R$ 700.000 / 120.000 unidades = R$ 5,83, 
com uso eficiente da estrutura (toda a capacidade instalada)
Custo unitário pelo custeio por absorção ideal: R$ 2,80 + R$ 5,83 = R$ 8,63.
27CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
Os R$ 8,63 x 20.000 (unidades que deixaram de ser produzidas) = R$172.666,67, repre-
sentam o desperdício.
Com o uso de 100% da capacidade instalada, o custo unitário seria: R$ 8,63.
No entanto, quando a empresa produz somente 100.000 unidades em vez de 120.000, 
seu custo fixo unitário será: R$ 9,80.
Custo fixo unitário: R$ 700.000,00 / 100.000 unidades = R$ 7,00.
Custo variável unitário: R$ 2,80.
Custo total unitário: R$ 9,80.
Produção 100.000 unidades 120.000 unidades
Custo fixo unitário R$ 7,00 R$ 5,83
Custo variável unitário R$ 2,80 R$ 2,80
Custo unitário R$ 9,80 R$ 8,63
Percebam que, pela análise do custeio ideal, nesse exemplo, está sendo analisado so-
mente o desperdício pela capacidade ociosa, mas já pode-se perceber que essa análise fornece 
informação importante sobre o aumento do custo unitário devido à redução da produção. 
FORMAS/SISTEMAS DE APURAÇÃO DOS CUSTOS 
Um sistema de acumulação de custos, ou de apuração de custos, é a forma como os cus-
tos são acumulados e apropriados aos produtos. É a maneira que os custos são repassados aos 
produtos fabricados. 
CUSTOS POR PRODUTO
A apuração de custos por produto é utilizada em empresas que trabalhamcom produtos 
padrão, que produzem bens independentemente de pedido (DUTRA, 2010, apud ANTONI, 2017).
Geralmente, os produtos são padronizados e em grandes quantidades, o que possibilita 
uma fácil apropriação dos custos diretos de cada um deles.
Como a utilização desse sistema de apuração é em produtos standard (produtos padro-
nizados), a determinação do custo unitário do produto é feita pela divisão do custo total pela 
quantidade produzida (ANTONI, 2017).
Nesse sistema de produção, a apuração é feita sobre cada tipo diferente de produto, apro-
priando-se dos custos diretos e alocando-se, no final do período, parcelas dos indiretos, por 
meio de rateio. O custo da matéria-prima direta aplicada sobre um tipo de produto é deter-
minado pela soma dos valores de todas as requisições feitas ao almoxarifado para aplicação 
específica no mesmo, com redução dos valores referentes às devoluções da matéria-prima 
28CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
requisitada em excesso. Do mesmo modo, o custo da mão de obra direta é determinado pela 
soma dos valores resultantes da apropriação da mão de obra aplicada sobre esse tipo de pro-
duto. A parcela de cada custo indireto atribuível a tal tipo de produto é resultante de seu rateio 
pela base mais adequada, no final do período. Como esse sistema de apuração é utilizado em 
produtos padronizados quanto à forma, tamanho, peso, qualidade, etc., o custo unitário é de-
terminado dividindo-se o custo total pela quantidade equivalente produzida (DUTRA, 2017).
CUSTOS POR ORDEM DE PRODUÇÃO
Esse sistema se adapta a empresas caracterizadas por uma produção sob encomenda, ou 
não repetitiva, sendo o produto fabricado em lotes de produção, quando a empresa fabrica pro-
dutos diferentes, em pequenas quantidades, atendendo a encomendas (pedidos específicos) dos 
clientes. É mais usado em empresas com produção descontínua de produtos não padronizados. 
Exemplos: indústria naval, equipamentos, aviões, construtoras, estaleiros, consulto-
rias, empresas de móveis sob encomenda, carros sob encomenda, etc. 
Os custos são acumulados sobre cada ordem de produção, que pode conter produtos 
iguais ou diferentes para formar um conjunto. Os custos indiretos – aluguel, energia elétrica, 
por exemplo, normalmente, são aplicados às ordens com uso de taxas predeterminadas, ten-
do como base as horas de mão de obra direta (base de rateio). Cada ordem recebe um número 
ou código. Quando são incorridos custos de material ou mão de obra, relacionados com a or-
dem, eles são registrados na conta produção em andamento.
Nesse sistema de apuração de custos, o conjunto de itens que pode compor uma ordem 
de produção tem especificações bem definidas pelo cliente, onde o produto já estará comer-
cializado antes de ser fabricado. 
CUSTOS POR PROCESSO
O sistema de apuração de custos por processo é usado nas empresas cujo sistema de pro-
dução necessita que os produtos passem por setores (processos) independentes de produção 
até chegar ao estado final de produto acabado. É a forma mais usual de acumulação de custos em 
empresas nas quais o processo industrial é realizado em série, sem intervalos (contínuo), e com 
fabricação de produtos iguais. Como exemplos, temos a indústria de calçados e indústria têxtil.
Quando a fábrica produz de modo contínuo, em série ou em massa, a preocupação da 
Contabilidade de custos é determinar e controlar os custos pelos departamentos, pelos se-
tores, pelas fases de produção (processos) e, em seguida, dividi-los pela quantidade de pro-
dutos fabricados, no processo, durante certo período. O sistema de custos por processo não 
se preocupa em contabilizar os custos de itens individuais ou grupos de itens, mas alocar os 
custos por fase do processo, por operação ou por departamento (centros de custos). Esses sis-
temas são, usualmente, utilizados em entidades que produzem grandes volumes de produtos 
uniformes em bases contínuas.
Por esse sistema, os custos são acumulados por processos ou por centros de elaboração 
ou de custos, diferentemente dos outros sistemas, em que os custos são acumulados em cada 
29CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
produto ou ordem, independentemente dos órgãos de elaboração pelos quais seja necessário 
passar até chegar à fase final de fabricação (DUTRA, 2017).
CUSTO POR ORDEM DE SERVIÇO
Esse sistema possui as mesmas características do custo por ordem de produção, sendo 
que a principal diferença é o fornecimento do material pelo cliente, quando se tratar de um 
bem tangível que será transformado. É muito utilizado em empresas que não transformam 
bens, e o uso do material restringe-se apenas aos auxiliares. Caracteriza-se pelo fornecimen-
to apenas do serviço e, em consequência, a acumulação dos custos é feita em cada ordem de 
serviço diferente. Além dos custos de transformação, podem ser acumulados os valores dos 
materiais cuja aplicação seja necessária. Em outras palavras, a apuração de custos por ordem 
de serviço pode incluir custo de materiais aplicados que são, entretanto, de valor pouco sig-
nificativo ou substitutos de outros defeituosos; esses materiais não sofrem transformações 
e são simplesmente aplicados no lugar de outros, sendo comumente denominados peças de 
reposição. Ordens de serviço podem ser utilizadas internamente, nas empresas que utilizam 
órgãos auxiliares para prestarem serviços aos principais e outros. São exemplos, os órgãos de 
manutenção que prestam serviços de reparos em órgãos de elaboração de bens e a outros ór-
gãos (DUTRA, 2017).
As formas de apuração dos custos definidas na organização, para fins de gestão, depen-
derá muito de suas características e objetivos. Observe um quadro comparativo dessas formas: 
Quadro comparativo - Formas de apuração dos custos
Custo por produto
Custo por ordem de 
produção
Custo por ordem de 
serviço
Custo por processo
Alocação de custos 
diretamente (com 
rateio) aos produtos.
Alocação de custos a 
cada ordem de produção.
Alocação de custos a 
cada ordem de serviço. 
Alocação de custos 
por fase do processo, 
por operação ou por 
departamento (centros 
de custos).
Produtos padronizados.
Produtos por 
encomenda. Produtos 
não padronizados.
Prestação de serviços. 
Fornecimento de 
matéria-prima é 
feito pelo cliente, 
ou a matéria-prima 
adicionada é paga pelo 
cliente.
Sistema de produção: 
produtos passam por 
setores (processos) 
independentes.
Exemplo - Indústria 
alimentícia: biscoitos, 
etc.
Exemplos: indústria 
naval, aviões, 
construtoras, 
consultorias, móveis sob 
encomenda.
Exemplos: oficina 
mecânica, conserto de 
eletrodomésticos, etc.
Exemplos: indústria 
de calçados, indústria 
têxtil.
30CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
CUSTO PADRÃO 
O sistema de Custo padrão ou Standard, também conhecido como custo orçado ou esti-
mado, é um sistema que permite, com antecedência, determinar o custo-base de cada peça a 
ser produzida na empresa, através da utilização de vários critérios, levando em conta as con-
dições normais de eficiência da mão de obra e equipamentos.
Esse sistema é importante, pois sabemos que a eficiência somente é medida a partir do 
instante em que possuímos parâmetros de comparação. À medida que as operações vão sendo 
realizadas, apuram-se os custos para comparação aos padrões previamente estabelecidos.
Com base nas variações entre os custos-padrão e custo-real, é possível que se faça uma 
análise para constatação das causas prováveis das oscilações, dando início às decisões com 
efeitos preventivos. Como exemplo, podemos pensar em uma peça X, que foi orçada em R$ 
200,00 (CUSTO PADRÃO). Vamos supor que essa peça acabou tendo um custo efetivo de pro-
dução de R$ 215,00 (CUSTO REAL). Essa variação é considerada desfavorável, pois o produto 
custou mais do que o previsto, e entre as possíveis causas para isso, podemos apontar:
• alterações nos preços da matéria-prima; 
• matéria-prima fora dos padrões;
• máquinas mal reguladas; 
• ineficiência da mão de obra. 
Oscustos-padrão podem ser desdobrados em: 
• padrões físicos; 
• padrões monetários.
Os padrões físicos mensuram as variações de quantidades consumidas ou produzidas, tan-
to de homens-hora, hora-máquina, como quantidade de matéria-prima e volume de produção.
Os padrões monetários mensuram as variações de preços e de taxas, tanto de matérias-
-primas e produtos como mão de obra.
Na análise das variações dos principais insumos (matéria-prima e salários diretos), pri-
meiro se computa a variação total, dividida em dois componentes:
• variação de preço ou de taxa salarial; 
• variação de quantidade ou variação de eficiência.
Esse sistema de custeio tem, como funções importantes:
• medir a eficiência da produção; 
• servir de base para orçamento.
31CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
Importante frisar que as informações desse sistema de custeio devem ser utilizadas ape-
nas de forma gerencial, ou como forma de agilizar os processos de encerramentos mensais, 
pois o sistema não é aceito como forma de custeio para avaliação de estoques na data de ba-
lanço, exceto quando a diferença for irrelevante (SANTOS, 2017).
Vamos analisar um exemplo?
Suponha que, na empresa Siqueira S.A., os gestores realizaram uma estimativa de or-
çamento (custo padrão) para a fabricação de seu produto principal: coletes salva-vidas em 
2020, com base em dados reais de 2019. 
Custo padrão estimado para 2020 (quanto deveria custar?)
Item Quantidade Custo unitário
Matéria-Prima - MP 10 metros R$ 8,00
Material secundário 15 unidades R$ 3,50
Mão de Obra Direta - MOD 0,5 hora R$ 20,00
Item Quantidade Custo Unitário
Matéria-Prima - MP 12 metros R$ 8,20
Material secundário 17 unidades R$ 3,00
Mão de Obra Direta - MOD 0,4 hora R$ 21,00
Ao realizar a comparação do custo padrão com o custo real (efetivo) do ano de 2020, fo-
ram constatadas diferenças entre os referidos custos, conforme quadro:
Custo real de 2020 (quanto custou?):
Diante dessas informações, com base na análise de custo padrão, pode-se aferir que 
houve as seguintes variações:
Matéria-prima 
• 2 metros desfavoráveis na quantidade, R$ 0,20 desfavorável no custo unitário.
Material secundário 
• 2 unidades desfavoráveis na quantidade, R$ 0,50 favorável no custo unitário.
Mão de obra direta 
• 0,1 hora favorável na quantidade, R$ 1,00 desfavorável no custo unitário.
Uma análise apurada das causas dessas variações deve ser realizada, e como isso pode 
ser contornado, caso acontecer, e/ou evitado, por meio de orçamento mais previsível (realis-
ta), ou melhoria na gestão durante o processo de produção. 
32CUSTOS INDUSTRIAIS
SÍNTESE SUMÁRIO
Nesse capítulo, foi possível compreender um pouco a diferença entre os princípios de custos, métodos e sistemas de custo. Aprendemos 
sobre a importância de adequar o princípio de custos, assim como o sistema de custos ao perfil da organização e aos objetivos dela com a gestão 
de custos. Também procuramos compreender que, na apuração dos custos, nem sempre a forma encontrada é a alocação dos custos indiretos por 
meio de rateio aos produtos, mas dependendo da estrutura e organização da empresa, a melhor forma pode ser a acumulação dos custos, ini-
cialmente por ordem de serviço, ordem de produção ou processo (fase) de produção independente, para depois alocar nos produtos, quando for 
o caso. Por fim, falamos sobre o custo padrão, que é uma maneira importante de gestão de custos, na qual se compara os custos orçados com os 
custos reais, para depois identificar diferenças e agir sobre elas, quando necessário. Espero que você já esteja mais familiarizado com os termos e 
compreendendo que a gestão de custos não se trata somente de somar valores gastos, mas compreender aonde a organização quer chegar (plane-
jamento), quais são seus principais objetivos e de quais informações ela precisa para abastecer os gestores de munição suficientes para a tomada 
de decisões. 
33CUSTOS INDUSTRIAIS
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
1. Vamos supor que uma determinada empresa fabrique, atualmen-
te, 200.000 unidades de um único produto, mas que a capacida-
de de produção dessa empresa seja de 240.000 unidades. Supo-
nha também um Custo Fixo total (CF) de R$ 2.100.000,00 e Custo 
Variável total (CV) de R$ 1.500.000,00 para o nível de produção 
atual. Com base nessas informações, o custo unitário do produto 
pelo custeio variável, integral e ideal é, respectivamente:
a. R$ 7,50; R$ 18,00; R$ 16,25.
b. R$ 7,50; R$ 18,00; R$ 15,00.
c. R$ 7,50; R$ 18,00; R$ 15,26.
d. R$ 5,70; R$ 16,25; R$ 15,00.
e. R$ 18,00; R$ 7,50; R$ 16,25.
2. Os princípios de custeio referem-se à questão de quais custos se-
rão alocados aos produtos, por sua vez, depende dos objetivos da 
empresa com a gestão de custos. Sobre esses princípios, assim 
como suas vantagens e desvantagens, leia as afirmações:
I. A principal diferença entre o custeio integral e ideal, é que o últi-
mo, no controle de custos, é apoio à tomada de decisões. Uma das 
questões é a percepção da ampliação do custo fixo unitário como 
resultado da redução do uso da capacidade produtiva da empresa.
II. O custeio variável é mais adequado para auxílio em decisões de 
longo prazo, quando os custos fixos passam a ser mais relevantes 
do que os variáveis. 
III. Uma das vantagens do sistema de custeio integral é o fato do mes-
mo não exigir uma separação dos custos de fabricação em fixos e 
variáveis.
IV. Uma das vantagens do uso do custeio integral (ou custeio por ab-
sorção integral) é que está alinhado com princípios da contabili-
dade e da legislação tributária.
Estão corretas as alternativas:
a. I e IV.
b. II e III.
c. III e IV.
d. I, II e III.
e. I, II e IV.
34CUSTOS INDUSTRIAIS
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
3. A empresa UNIFICA LTDA utiliza o método de custeio de absor-
ção para a apuração dos custos dos produtos. Em um determina-
do mês, a empresa fabricou 80.000 unidades de um dos produtos 
de sua linha, com custo total de produção de R$ 1.500.000,00 e 
custo unitário variável de R$ 10,00. A empresa estima que, para 
o próximo período, haverá aumento na produção de 10% desse 
produto. Se a empresa mantiver a estrutura atual de custos, sem 
necessidade de modificação da capacidade de produção já insta-
lada, com o novo volume de produção, o custo unitário de produ-
ção (mantido o método do custeio por absorção) será de:
a. Aproximadamente R$ 21,60.
b. Aproximadamente R$ 9,09.
c. Aproximadamente R$ 18,57.
d. Aproximadamente R$ 17,95.
e. Aproximadamente R$ 19,75.
4. Suponha que a empresa XYZ produza normalmente 500 unidades 
de produto, e apresente, neste nível de produção, um custo total 
igual a R$ 750,00 e custo variável igual a R$ 450,00. No período 
cuja produção fosse de 450 unidades, seu custo total unitário se-
ria:
a. Aproximadamente R$ 2,28
b. Aproximadamente R$ 1,56
c. Aproximadamente R$ 1,50
d. Aproximadamente R$ 1,60
e. Aproximadamente R$ 5,10
35CUSTOS INDUSTRIAIS
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
Item Quantidade Preço unitário (R$)
Matéria-prima 20 Kg R$ 15,00
Mão de Obra Direta 7 horas R$ 20,00
Materiais secundários 13 unidades R$ 0,50
Item Quantidade Preço unitário (R$)
Matéria Prima 18 Kg R$ 15,30
Mão de Obra Direta 8,3 horas R$ 19,00
Materiais secundários 15 unidades R$ 0,55
5. O departamento de Custos da Indústria Camisetas S.A., com base em dados reais 
(quantidades consumidas e valores) do ano de 2018 estimou, para o seu único 
produto, o custo padrão. O mesmo deveria ser utilizado pela área de vendas para 
a definição do preço de venda. Ao realizar a comparação do custo padrão com o 
custo real (efetivo) do ano de 2019, foram constatadas distorções entre os refe-
ridos custos, conforme tabelas:
Custo Padrão estimado para 2019 (quanto deveria custar):
Custo Real de 2019 (quanto custou):
Diante das informações acerca do custo real, 
percebe-se que ocorreu grande variação nas quan-
tidades e nos custos. Nessa situação, uma das varia-
ções percebidas foi:
a. R$ 2,00 desfavorável na quantidade eR$ 
0,30 favorável no preço da matéria-pri-
ma;
b. R$ 2,00 favorável na quantidade e R$ 
0,30 desfavorável no preço da matéria-
-prima;
c. R$ 1,30 favorável na quantidade e R$ 1,00 
favorável no preço da mão de obra direta;
d. R$ 2,00 favorável na quantidade e R$ 
0,05 desfavorável no preço dos materiais 
secundários;
e. R$ 2 desfavorável na quantidade e R$ 
0,05 favorável no preço dos materiais 
secundários.
36CUSTOS INDUSTRIAIS
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
6. Assinale qual poderá ser o processo de acumulação de custos a ser empregado nas seguintes empresas:
Empresa Processo/Produto
Ordem Produção / 
Ordem de Serviço
Empresa Processo / Produto
Ordem Produção / 
Ordem de Serviço
Indústria naval
Indústria 
petroquímica
Consertos de 
equipamentos 
Indústria 
aeroespacial
Gráfica
Fábrica de água 
mineral
Hospital
Indústria de 
detergentes
Oficina mecânica
Produção de móveis 
sob medida
37
ANÁLISE CUSTO-
VOLUME-LUCRO 
Decisões sobre volume de produção, margem de contribuição de cada 
produto, ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro. 
38CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
A análise Custo-Volume-Lucro é considerada relevante para decisões de curto prazo, 
pois está focada nos custos variáveis. Como pressuposto para essa análise, está a ideia de que 
a empresa, para funcionar, já possui uma estrutura fixa, já está comprometida com uma es-
trutura de custos fixos. Esse modelo de análise está voltado às decisões da empresa em rela-
ção ao que fazer com aquela estrutura pré-existente. 
Isso não significa que as decisões em relação aos custos fixos não sejam importantes, 
mas apenas que não são, no curto prazo, o foco da análise. Os custos relevantes para essas 
decisões são as variáveis, pois os custos fixos independem do que for decidido.
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
O conceito de margem de contribuição unitária, ou contribuição marginal, é a base para 
a análise Custo-Volume-Lucro, pois todas as utilizações de custos para análise de curto prazo 
se baseiam nesse conceito.
A margem de contribuição representa a parcela que sobra do preço de venda para a co-
bertura dos custos e despesas fixos, logo, a geração de lucro.
 A margem de contribuição é calculada como:
MC (Unitária) = PV(u) – CV(u) – DV(u) RC = MCu /PV(u)
MC: Margem de Contribuição unitária 
PV(u): Preço de Venda
CV(u): Custos Variáveis unitários
DV(u): Despesas Variáveis unitárias.
Vamos relembrar?
Custos variáveis: gastos com insumos na produção dos produtos, que 
variam proporcionalmente à variação na produção. Exemplo: matéria-
prima, embalagem.
Despesas variáveis: gastos relacionados às vendas e geração de receitas, 
que variam com a receita. Exemplo: comissões dos vendedores, impostos 
sobre as vendas.
Além da margem de contribuição, também podemos calcular a RAZÃO DE CONTRIBUI-
ÇÃO, que mensura a parcela das vendas (em %) que cobrirá os custos e despesas fixos.
39CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
RC: Razão de Contribuição 
MC: Margem de Contribuição unitária 
PV(u): Preço de Venda.
Veja o exemplo de uma empresa fictícia que produz dois produtos: X e Y.
Produto X Produto Y
Preço (R$ /unidade) R$ 19,00 R$ 15,00
CV (Custos Variáveis) R$ 10.000,00 R$ 6.480,00
DV (Despesas Variáveis) R$ 3.500,00 R$ 2.880,00
Quantidade produzida 1.000 1.200
CV + DV (unitários) R$ 13,50 R$ 7,80
MC R$ 5,50 R$ 7,20
RC 28,94% 48%
Nesse exemplo, pode-se perceber que o produto Y possui uma margem de contribuição 
unitária maior comparativamente ao produto X. E para o produto Y, cerca de 48% da receita 
de vendas cobrirá os custos e despesas fixos. 
PONTO DE EQUILÍBRIO
Agora que compreendemos a margem de contribuição, avançaremos à análise ao pon-
to de equilíbrio. Ponto de equilíbrio é compreendido como o nível de vendas no qual o lucro 
PEC(q) = GFt / Mc (R$)
PEC (R$) = PEC (q) x PVu
Para o cálculo do ponto de equilíbrio contábil em valor monetário, utiliza-se a fórmula: 
é nulo, onde as receitas de vendas cobrem os custos/despesas variáveis e os custos/despesas 
fixos. Esse é o ponto (definido em valor monetário ou em quantidade de vendas) no qual a em-
presa não obtém nem prejuízo nem lucro. Existem diversas análises de pontos de equilíbrio, e 
a escolha dependerá dos objetivos do gestor.
PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL
Analisa o volume de vendas (em valor monetário ou quantidade) necessário para cobrir 
os custos e despesas fixos e variáveis.
Para o cálculo do ponto de equilíbrio em quantidades, utiliza-se a fórmula:
PEC(q): Ponto de Equilíbrio Contábil em quantidade.
PEC(R$): Ponto de Equilíbrio Contábil em quantidade em valor monetário (Reais).
GFt: Gastos Fixos totais (custos e despesas)
Mc: Margem de contribuição.
PVu: Preço de Venda.
40CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO
Esse ponto de equilíbrio considera que o lucro econômico deve ser nulo, analisando o 
ponto (em valor ou quantidade) no qual o lucro da empresa seja o necessário para cobrir os 
custos de oportunidade do investimento, um lucro desejado pelo gestor.
O ponto analisa o volume de vendas (em valor monetário ou quantidade) necessário 
para cobrir os custos e despesas fixos e variáveis, gerando um lucro desejado. Essa análise é 
importante quando o gestor deve decidir entre dois ou mais investimentos, e deve verificar 
qual dos investimentos lhe traria maior retorno possível.
Para o cálculo do ponto de equilíbrio econômico em quantidades, utiliza-se a fórmula:
PEE(q) = (GFt + Custo de Oportunidade ou Lucro desejado) / Mc (R$)
PEF(q) = (GFt – D + A ) / Mc (R$)
PEF (R$) = PEF (q) x PVu
PEE (R$) = PEE (q) x PVu
Para o cálculo do ponto de equilíbrio econômico, em valor monetário, utiliza-se a fórmula: 
PEE(q): Ponto de Equilíbrio Econômico em quantidade.
PEE(R$): Ponto de Equilíbrio Econômico em valor monetário (Reais).
GFt: Gastos Fixos totais (custos e despesas)
Mc: Margem de contribuição.
PVu: Preço de Venda.
PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO 
Nessa análise, a preocupação é com o real desembolso de recursos no período, descon-
siderando a depreciação, por ser um gasto fixo que não gera desembolso, passa-se a consi-
derar os desembolsos que não fazem parte das despesas e custos fixos, como pagamento de 
amortizações de empréstimos e financiamentos, por exemplo.
Para o cálculo do ponto de equilíbrio financeiro, em quantidades, utiliza-se a fórmula:
Para o cálculo do ponto de equilíbrio econômico, em valor monetário, utiliza-se a fórmula: 
PEF(q): Ponto de Equilíbrio Econômico em quantidade.
PEF(R$): Ponto de Equilíbrio Econômico em valor monetário (Reais).
D: Depreciação
A: Amortização de empréstimos/financiamentos.
GFt: Gastos Fixos totais (custos e despesas)
Mc: Margem de contribuição.
PVu: Preço de Venda.
41CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
O tipo de análise de ponto de equilíbrio a ser escolhido dependerá muito dos objetivos 
dos gestores com a análise.
Vamos observar um exemplo prático:
Considere que uma empresa que fabrique rolhas tenha as seguintes informações (esti-
mativas) mensais:
• Preço de venda: R$ 0,30.
• Quantidade produzida: 100.000 unidades/mês
• Despesas e custos variáveis totais (para a quantidade acima): R$ 5.000,00.
• Custos e despesas fixos totais: R$ 4.000,00
• Amortização mensal: R$ 1.000,00.
• Depreciação mensal: R$ 500,00.
• Lucro desejado: 25% da receita de vendas.
Vamos calcular os pontos de equilíbrio?
Primeiro, devemos encontrar a margem de contribuição, que é a base para todos os cálculos.
Lembrando:
MC (Unitária) = PV(u) – CV(u) – DV(u)
PEC(q) = GFt / Mc (R$)
PEE(q) = (GFt + Custo de Oportunidade ou Lucro desejado) / Mc (R$)
Custos e despesas variáveis unitários: 5.000 / 100.000 = 0,05
MC = 0,30 – 0,05 = 0,25
• Ponto de equilíbrio contábil:
PEC(q) = 4.000/0,25 = 16.000
PEC(R$) = 16.000 x 0,30 = 4.800,00
Já percebemos que a empresa está produzindo/vendendo acima do necessário para, no 
mínimo, ter empate entre gastos e ganhos (custos/despesas e receitas), e isso é um ponto 
muito positivo.Pelo ponto de equilíbrio contábil, no mínimo, a empresa precisaria vender 16.000 uni-
dades/mês, ou um valor equivalente a R$4.800,00 para não ter prejuízo. 
Agora, faremos as análises pelos demais pontos de equilíbrio:
42CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
Lucro desejado (em %) = 80% da receita.
Receita de vendas: 0,30 x 100.000 = 30.000,00.
Lucro desejado (em valor) = 30.000,00 x 80% = 24.000,00.
PEE(q) = (4.000+24.000) / 0,25 = 112.000 unidades.
PEE(R$) = 112.000 x 0,30 = R$ 33.600,00.
No nível de produção atual, a empresa não está conseguindo atingir o lucro desejado 
(80% das receitas), ou R$ 24.000 por mês. Para tal, ela deveria produzir/vender 12.000 uni-
dades a mais do que atualmente. 
E o ponto de equilíbrio financeiro?
PEF(q) = (GFt – D + A ) / Mc (R$)
PEF(q) = (4.000,00 - 500,00 + 1.000,00) / 0,25 = 18.000 unidades
PEF(R$) = 18.000 x 0,30 = 5.400,00
Nesse exemplo, considerando fluxo de caixa com 18.000 unidades vendidas/mês, a em-
presa já atinge o ponto de equilíbrio. 
43CUSTOS INDUSTRIAIS
SÍNTESE SUMÁRIO
O ponto de equilíbrio é uma análise de curto prazo, pois obtemos a informação da quantidade mínima (ou valor mínimo) a ser vendida para 
que a empresa não tenha prejuízo, mas considerando a estrutura de custos existentes, ocupando a capacidade produtiva já existente.
No quadro, observe uma síntese e comparação dos 3 tipos de ponto de equilíbrio:
PONTOS DE EQUILÍBRIO
CONTÁBIL ECONÔMICO FINANCEIRO
DESCRIÇÃO
Analisa o volume de vendas necessário 
para cobrir os custos e despesas fixos e 
variáveis.
Analisa o ponto no qual o lucro 
da empresa seja o necessário para 
cobrir os custos de oportunidade do 
investimento, logo, um lucro desejado 
pelo gestor.
Igual objetivo do ponto contábil, mas, 
nos gastos, a preocupação é com o real 
desembolso de recursos no período.
FÓRMULA EM QUANTIDADE PEC(q) = Gf/Mc
PEE(q) = (Gf + custos de oportunidade 
ou lucro desejado) /Mc
PEF (q) = (Gf – D + A) /Mc
FÓRMULA EM VALOR PEC = P x PEC (q) PEE = P x PEE (q) PEF = P x PEF (q)
GFt: Gastos Fixos totais
Mc: Margem de contribuição unitária
D: Depreciação
A: Amortização
44CUSTOS INDUSTRIAIS
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
1. Uma empresa fabrica 2 produtos: “X” e “Y”. O produto X é vendi-
do por R$ 210,00, tendo custos e despesas variáveis de R$ 83,00 e 
custos e despesas fixas unitárias de R$ 10,00. O produto Y é ven-
dido por R$ 55,00, tendo custos e despesas variáveis de R$ 14,00 
e custos e despesas fixas unitárias de R$ 9,00. 
Sob essas condições, assinale a alternativa correta:
a. O produto Y possui maior margem de contribuição unitária, 
que equivale a R$ 21,00.
b. O produto Y possui maior margem de contribuição unitária, 
que equivale a R$ 11,00.
c. O produto X possui maior margem de contribuição unitária, 
que equivale a R$ 32,00.
d. O produto Y possui menor margem de contribuição unitária, 
que equivale a R$ 41,00.
e. O produto X possui maior margem de contribuição unitária, 
que equivale a R$ 21,00.
2. Uma empresa produz três tipos de produtos: A, B e C. A tabela ilus-
trará o demonstrativo de resultados para cada produto.
Custo 
variável 
unitário
Despesa 
variável 
unitária
Custo fixo 
unitário
Preço de 
venda
Margem de 
contribuição
Produto A R$ 55,00 R$ 12,00 R$ 40,00 R$ 150,00
Produto B R$ 68,00 R$ 9,00 R$ 44,00 R$ 185,00
Produto C R$ 74,00 R$ 17,00 R$ 32,00 R$ 204,00
O produto que apresenta a maior margem de contribuição unitária é:
a. O produto C, com R$ 113,00 de margem de contribuição unitária.
b. O produto B, com R$ 108,00 de margem de contribuição unitária.
c. O produto A, com R$ 83,00 de margem de contribuição unitária.
d. O produto C, com R$ 103,00 de margem de contribuição unitária.
e. O produto A, com R$ 113,00 de margem de contribuição unitária.
45CUSTOS INDUSTRIAIS
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
3. Supondo que a empresa do exercício anterior pense em perma-
necer somente com o produto de maior margem de contribui-
ção unitária, e que os custos fixos totais sejam de R$ 150.000,00. 
Quantas unidades do produto a empresa deve vender, no mínimo, 
para alcançar um lucro de R$50.000,00?
a. Deve vender aproximadamente 1.770 unidades, ou um valor 
monetário equivalente a cerca de R$ 130.973,45.
b. Deve vender aproximadamente 1.852 unidades, ou um valor 
monetário equivalente a cerca de R$ 125.925, 92.
c. Deve vender aproximadamente 2.409 unidades, ou um va-
lor monetário equivalente a cerca de R$ 163.855,42
d. Deve vender aproximadamente 2.409 unidades, ou um va-
lor monetário equivalente a cerca de R$ 491.566,26
e. Deve vender aproximadamente 1.770 unidades, ou um valor 
monetário equivalente a cerca de R$ 361.061,95.
4. Em uma fábrica de mochilas, que são vendidas por R$ 80,00, os 
custos variáveis das mochilas são compostos pela matéria-pri-
ma que fica em torno de R$ 30,00 por unidade. Os gastos com 
mão de obra são considerados pelos gestores como fixos, pois os 
funcionários são celetistas. Os gastos com MO (salários e encar-
gos) equivalem a R$ 40.000,00 ao mês, e representam 50% do 
total dos gastos fixos da empresa. No próximo ano, o sindicato 
dos funcionários conseguirá um reajuste nos salários para a cate-
goria, e isso trará ao empregador um acréscimo de 7% nos gastos 
com mão de obra. Considerando essa questão, quantas mochilas a 
mais a empresa deverá produzir para manter-se dentro do ponto 
de equilíbrio contábil?
a. A empresa deverá produzir e vender 56 mochilas a mais.
b. A empresa deverá produzir e vender 112 mochilas a mais.
c. A empresa deverá produzir e vender 156 mochilas a mais.
d. A empresa deverá produzir e vender 1600 mochilas a mais.
e. A empresa deverá produzir e vender 1656 mochilas a mais.
46CUSTOS INDUSTRIAIS
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
5. Suponha um fabricante que possui uma linha de fabricação de 
chinelos, que sejam vendidos a R$ 15,00 por unidade. Seus gas-
tos fixos totais, nessa linha de produtos, é de R$ 27.000,00 por 
mês, incluídos R$ 1.200,00 de depreciações. Ele amortiza, men-
salmente, R$ 700,00 de financiamentos contraídos no passado, 
e sua empresa tem gasto variável de R$ 5,70 por unidade produ-
zida. Considerando esses dados, o ponto de equilíbrio financeiro 
ocorrerá quando o nível de produção chegar a:
a. Aproximadamente 2.850 unidades.
b. Aproximadamente 2.957 unidades.
c. Aproximadamente 2.800 unidades.
d. Aproximadamente 2.580 unidades.
e. Aproximadamente 2.559 unidades.
6. Pense em uma empresa que apresente as seguintes informações 
financeiras, no nível atual de produção:
A empresa deseja avaliar o impacto de aumentar, no próximo pe-
ríodo, os custos fixos para R$ 80.000,00 total; o preço de venda uni-
tário para R$ 1.380,00, o custo variável por unidade para R$ 920,00 e 
as despesas variáveis para R$ 240,00. Além disso, ela deseja alcançar 
lucro operacional total de R$ 150.000,00.
Considerando que essa empresa implemente todas as alterações 
projetadas para o próximo período, para atingir seu novo ponto de 
equilíbrio (econômico), ela deverá:
a. Aumentar a produção em cerca de 246 unidades.
b. Aumentar a produção em cerca de 1.211 unidades.
c. Reduzir a produção em cerca de 1210 unidades.
d. Aumentar a produção em cerca de 211 unidades.
e. Reduzir a produção em cerca de 246 unidades.
DRE Valor (R$) Unitário Valor (R$) total
(+) Receita vendas 1.350,00 1.080.000,00
(-) Custos variáveis 895,00 716.000,00
(-) Despesas variáveis 215,00 172.000,00
(+) Lucro marginal 240,00 192.000,00
(-) Custos fixos 82,00 65.600,00
(=) Lucro operacional 158,00 126.400,00
47
MÉTODOS DE CUSTEIO 
Métodos utilizados para distribuição dos Custos Indiretos de Fabricação 
- CIF aos produtos. Diferentes formas de rateio de custos utilizados 
pelas empresas, dos mais simples aos mais complexos. Sistemática Cost 
Breakdowm para gestão de custos ao longo da cadeia de suprimentos. 
48CUSTOS INDUSTRIAIS
 SUMÁRIO
Já aprendemos sobre os Custos Indiretos de Fabricação (CIF). Conceitualmente, os CIF 
contribuem para a produção global e,

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