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Disciplina: GEOMORFOLOGIA CONTINENTAL Coordenador: Otavio Miguez da Rocha Leão Aluno: Leandra Marçal Pereira Matrícula: 20212140064 Polo: Barra do Piraí APx2 1) Escreva um texto sobre as alterações provocadas pela intervenção humana nas bacias hidrográficas diferenciando as intervenções diretas e indiretas nos canais fluviais e demonstrando como a ocupação das vertentes afeta a dinâmica hidrológica dos rios? O termo bacia hidrográfica refere-se a uma área delimitada por um divisor de águas, que a separa da bacias adjacentes, e desempenha a função de captação natural da água de precipitação por meio de superfícies vertentes. A bacia é resultante da interação da água com outros recursos naturais, como o clima, vegetação, material de origem e topografia. Historicamente, grandes civilizações se desenvolveram as margens de rios, essas margens, ricas em nutrientes trazidas por suas águas, nesse contexto, nesses locais, desenvolviam a agricultura, alicerce de sustentação para o desenvolvimento desses povos. A relação homem-meio era harmônica, hoje estamos na contramão. O desenvolvimento acelerado, sob a lógica capitalista degrada cada vez mais o meio ambiente. A ação do homem não mantêm um padrão ambiental adequado, paralelo a isso, provocam degradação nos recursos naturais, muitas das vezes de forma irreversível. As bacias hidrográficas, são bens imprescindíveis para a vida humana, e o nível de degradação em que elas se encontram é consequência da ação antrópica. São denominadas como alterações direta e indireta, as mudanças fluviais feitas pelo homem. As alterações diretas, são feitas diretamente no canal fluvial, são obras de engenharia na área do canal, objetivando a redução de danos e imprevistos da dinâmica fluvial à sociedade. Essas alterações podem ser classificadas em obras de canalização e obras de barragens, para manutenção dos reservatórios. A canalização são obras da engenharia feitas no canal fluvial, modificando-o, essas modificações no canal fluvial impactam os rios e as planícies de inundação, e necessitam de manutenção constante, devido a dinâmica dos rios. As obras de engenharia de canalização podem ser: retificação do canal fluvial, através do aumento da velocidade do escoamento, reduzem-se as cheias, controlando assim as inundações; dragagem, alargamento e escoamento do canal, é o aumento da área de escoamento do canal, dessa forma, aumenta-se a profundidade e a largura gerando assim área de drenagem ao canal, reduzindo assim as cheias nas planícies de inundação; construções de canais artificiais/desvio de canais, construindo canais e/ou desviando, com o objetivo de controle de vazões, inundações e transposição de águas de um rio para outro; diques, através do aumento da altura das margens do canal, protegem a planície fluvial de cheias; retirada de obstáculos do canal, através da retirada de obstáculos no canal, permitem uma melhor drenagem fluvial; barragens, através da criação desses reservatórios, objetivam o armazenamento de água e produção de energia. As mudanças indiretas, não são feitas diretas nos canais, e sim mudanças de uso do solo da bacia, e atinge diretamente e modifica o comportamento dos canais. Podemos citar como exemplos: a urbanização, com a expansão da malha urbana, há a pavimentação do solo, o que acarreta em mais escoamento superficial, aumentando assim a descarga do canal, e dependendo do canal, afeta a qualidade das águas desse canal; desmatamento, está relacionado a infiltração da água e na erosão, culminando na quantidade de sedimentos em direção ao canal; atividades industriais, a qualidade da água fica comprometida, bem como, o equilíbrio ecológico dessas áreas, pois as indústrias despejam nos canais seus efluentes; atividades agropecuárias, geram mais erosão através do uso intensivo do solo; mineração, essa atividade compromete a qualidade da água. Vale ressaltar que essas alterações, sendo elas, direta ou indireta influenciam a dinâmica de todo o sistema fluvial, pois modificam o comportamento dos rios. Referências Bibliográficas: LEÃO, O. M. G.; BRUM, L. B. As Intervenções Antrópicas Que Atuam na Dinâmica Hidrológica e Geomorfológica dos Canais Fluviais. In: ______. Geomorfologia continental: volume único. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2016. SOUTO, J. S. et al. Bacias Hidrográficas e Impactos Ambientais. Qualit@ s Revista Eletrônica, 2009. Disponível em: https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/74133431/366-with-cover-page- v2.pdf?Expires=1654407900&Signature=hLmpjOu3QShgmAO5WnDDdp1C41hwpE6e5if19iKcHjXqqSHBTyNn6tizCWHCWn2~9 Z5XszcaNUZTU4bIIlW9FMrfEELEbnJk4VJ3iTlDdPbA~1g6-N2rX0fbFDTfZsX~Ul-gFURtrf8PjVD6PftCz3DLfEnMpELkjfSqI87- MZx2UVVKzoR0g1Atk9PAjP0hl92AfFeVxnKrsgfq9Bf4E3k4S~6wOa- fSeBpMEfZ15D75i7p9X6YhjAqVTPibBmpQsXCJkmmmnRa~cAKBuQPLF8lOmbLUDqQELaIWsgxMbr~6RzBNa5I6- Heiq0jSYhNH2gvZRfGve~j9c0iGJZHVw__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA. Acesso em: 04 de junho de 2022. 2) Por que os solos são considerados um importante componente dos sistemas geomorfológicos? Quais são os cinco fatores de formação do solo e de que forma atuam nas características do Perfil do Solo? Os sistemas geomorfológico, são responsáveis por modelar a superfície da Terra, nesse sentido, os solos são de suma importância, pois se relacionam com os processos de erosão e deposição que atuam tanto nas vertentes, quanto nas baixadas e nos fundos de vale. Paralelo a isso, os solos agem na modelação do relevo, por meio da atuação na hidrologia das vertentes, que é um elemento essencial na dinâmica geomorfológica das bacias hidrográficas. Os cinco fatores de formação do solo são: material de origem, clima, relevo, organismo e tempo. Material de origem, é formado pelo solo, sedimento ou tipo de rocha, relaciona-se com material que sofre ação do intemperismo e dos processos pedogenéticos, é a base inicial para a formação dos horizontes do perfil de solo. Clima, são essenciais para a formação do perfil do solo, pois atuam diretamente no controle da temperatura e a disponibilidade hídrica, que são fundamentais para indicar no tipo, nos níveis de intemperismo, e na intensidade que os processos pedogênicos atuam. Relevo, fator fundamental para a formação dos solos, no sentido de determinar a dinâmica hidrológica nas vertentes, o relevo atua como agente que influencia em como a unidade é distribuída nas encostas, influenciando assim as condições de molhamento e drenagem dos perfis, o que leva a diferentes tipos e ritmos de intemperismo e pedogênese nos materiais na vertente. Organismos: responsáveis na produção, decomposição e incorporação da matéria orgânica aos solos, devido a isso, agem na formação dos solos. Agem nas prioridades tanto físicas quanto químicas do solo, principalmente nos horizontes mais próximos à superfície. Tempo: é essencial como fator de formação do solo, o tempo de atuação do intemperismo e dos processos pedogênicos, pois é o que determina os diferentes estágios de evolução nos diversos horizontes pedogênicos. Quanto mais tempo expostos o material de origem nos processos de formação do solo, maior será a quantidade de horizontes no perfil bem como, a diferença entre eles será mais acentuada. Percebemos assim, que os cinco fatores de formação do solo, possibilitam uma grande variedade de perfis do solo, na Terra, levando se em consideração que as condições locais mudam de um local para outro, isso é o que caracteriza a distribuição dos diferentes tipos de solo. Referências Bibliográficas: LEÃO, O. M. G.; BRUM, L. B. A Importância do Relevo Para a Formação Do Solo: Relações Entre a Geomorfologia Continental e a Pedologia. In: ______. Geomorfologia continental: volume único. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2016. 3) Qual é a importância da geomorfologia para o planejamento ambiental e para a geografia? Na resposta destaque as relações entrea dinâmica geomorfológica e o planejamento da ocupação humana no espaço geográfico. A Geomorfologia se propõe a estudar, analisar e compreender as formas do relevo que estão presentes na superfície da Terra, assim como toda a dinâmica que envolva sua evolução, nesse sentido, é de suma importância conhecer os processos que atuam na modelagem do relevo. Os processos que atuam e impactam a dinâmica evolutiva dos relevos podem ser produzidos pela natureza, e pela ação antrópica. Essa particularidade da Geomorfologia, faz com que essa ciência possa se integrar com outros campos de conhecimento, incluindo, para uma avaliação que integre os sistemas ambientais e para a concepção de propostas de planejamento ambiental, tanto para identificar os impactos ambientais, quanto para a criação de projetos que possam recuperar áreas afetadas e degradadas. Dessa forma a Geomorfologia é introduzida nesse campo de saber, como um instrumento no planejamento ambiental. A Geografia se propõe a entender a distribuição espacial dos fenômenos naturais e sociais, suas dinâmicas e as inter relações entre eles, essas interações ocorrem no espaço geográfico, seu objeto de estudo, nesse contexto, a Geografia possui um amplo entendimento que se conecta com diversos campos de saberes, em se tratando da inserção da Geografia no planejamento ambiental, a legislação brasileira sobre Meio Ambiente e o Ensino e a Pesquisa nos cursos universitários permitem ao geógrafo um amplo campo de atuação profissional, possibilitando assim trabalhar com o planejamento ambiental, como por exemplo, na atuação de: estudos de Climatologia, análise de bacias hidrográficas, monitoramento ambiental, caraterização do meio físico, entre outros. Entendemos como planejamento ambiental, como um instrumento relacionado à sustentabilidade ambiental, objetivando diminuir os impactos da organização social no espaço sobre os recursos naturais. A ocupação humana no espaço geográfico, especialmente após a Revolução Industrial e a Revolução Verde, se deu de maneira desordenada, rompendo o equilíbrio com a natureza, causando desmatamento, poluindo os rios, de uma maneira geral, degradando a natureza, sem contar as ocupações nas encostas, e em áreas com instabilidade geomorfológica, e em planícies de inundação, nesse contexto, os estudos geomorfológicos para o planejamento ambiental irá identificar a ocorrência de fenômenos que possam gerar impactos ambientais, que possam colocar as sociedades em risco, bem como causar danos a sociedade e/ou ao estado. Referências Bibliográficas: LEÃO, O. M. G.; BRUM, L. B. Geomorfologia e Planejamento Ambiental. In: ______. Geomorfologia continental: volume único. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2016. 4) Qual a importância do conhecimento do período quaternário para o entendimento da dinâmica geomorfológica atual? Quais as principais características desse período que influenciaram os processos geomorfológicos? O clima é um fator de extrema importância para o processo de modelagem do relevo, é o clima, que determina a atuação dos processos geomorfológicos e as taxas de intemperismo, nesse sentido, a Geomorfologia, assume um papel fundamental no entendimento dos processos e das formas ligadas a dinâmica geomorfológica atual, tendo em vista as mudanças climáticas oriundas das glaciações quaternárias. Vale ressaltar, que essas mudanças no quaternário, ocasionaram formação dos depósitos de encostas e fundos de vale, atingindo assim, suas propriedades físicas e hidrológicas, regulando a atual dinâmica hidro erosiva em diversas paisagens geomorfológicas. Nesse contexto, os estudos do quaternário nos permite entender as mudanças ambientais geradas pelas ações climáticas em um recente passado geológico, e através desses estudos, conseguimos compreender a dinâmica geomorfológica dessas mudanças ambientais, baseados no entendimento da formação de depósitos correlativos aos processos e formas que atuaram em condições climáticas diferentes da atual. Como características desse período podemos citar, a ocorrência de ciclos erosivos-deposicionais, onde foi removido grande volume de materiais das encostas, o que formou os depósitos de fundo de vale. O ciclo de erosão e deposição de sedimentos se deu em várias partes da superfície da Terra. As mudanças climáticas, ora climas úmidos, ora mais secos, gerou os espessos pacotes de sedimentos que preencheram os fundos de vale e as encostas com materiais de origem aluvio- coluvionar. No quaternário, as mudanças climáticas e as ações antrópicas no holoceno, foram responsáveis por um grande número de fatores ambientais, dentre eles, a configuração topográfica e a atuação dos processos geolorfológicos no modelo das formas do relevo. Referências Bibliográficas: LEÃO, O. M. G.; BRUM, L. B. Geomorfologia do Quaternário. In: ______. Geomorfologia continental: volume único. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2016.
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