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LOGÍSTICA REVERSA
LOGÍSTICA REVERSA
Usualmente pensamos em logística como o gerenciamento do �uxo de materiais do
seu ponto de aquisição até o seu ponto de consumo. No entanto, existe também um
�uxo logístico reverso, do ponto de consumo até o ponto de origem, que precisa ser
gerenciado.
Este �uxo logístico reverso é comum para uma boa parte das empresas. Por exemplo,
fabricantes de bebidas têm que gerenciar todo o retorno de embalagens (garrafas)
dos pontos de venda até seus centros de distribuição. As siderúrgicas usam como
insumo de produção em grande parte a sucata gerada por seus clientes e para isso
usam centros coletores de carga.
A indústria de latas de alumínio é notável no seu grande aproveitamento de matéria
prima reciclada, tendo desenvolvido meios inovadores na coleta de latas descartadas.
Existem ainda outros setores da indústria onde o processo de gerenciamento da
logística reversa é mais recente como na indústria de eletrônicos, varejo e
automobilística. Estes setores também têm que lidar com o �uxo de retorno de
embalagens, de devoluções de clientes ou do reaproveitamento de materiais para
produção.
Este não é nenhum fenômeno novo e exemplos como o do uso de sucata na
produção e reciclagem de vidro tem sido praticados há bastante tempo. Por outro
lado, tem-se observado que o escopo e a escala das atividades de reciclagem e
reaproveitamento de produtos e embalagens tem aumentado consideravelmente nos
últimos anos.
Funções básicas
Dessa forma, resumem-se as atividades da logística reversa em cinco funções
básicas:
a. Planejamento, implantação e controle do �uxo de materiais e do �uxo de
informações do ponto de consumo ao ponto de origem;
b. Movimentação de produtos na cadeia produtiva, na direção do consumidor para o
produtor;
c. Busca de uma melhor utilização de recursos, seja reduzindo o consumo de energia,
seja diminuindo a quantidade de materiais empregada, seja reaproveitando,
reutilizando ou reciclando resíduos;
d. Recuperação de valor; e
e. Segurança na destinação após utilização.
INTRODUÇÃO
Atualmente um dos assuntos que vem se destacando no setor industrial é a logística
reversa, que visa reduzir os impactos ambientais e atuar diretamente no ciclo de vida
do produto desde a matéria-prima até seu consumo �nal, retornando à indústria
fabricante para que a mesma possa dá-lo um destino ecologicamente correto
(MUELLER, 2005).
A poluição causada ao meio ambiente, depois que o produto é utilizado e descartado
de maneira inadequada em vias públicas ou nos lixos, contribui para a desvalorização
da imagem da indústria fabricante, por não dar um destino correto ao seu produto
depois de ter suprido as necessidades do consumidor (NOVAES, 2009). Observa-se
que as empresas que investem nessa política e se preocupam com os danos que seu
produto pode causar ao meio ambiente, conquistam a con�ança do consumidor
(PEREIRA, 2010).
As empresas necessitam cada vez mais de distribuição rápida e e�caz, com agilidade
nas entregas sendo este um dos fatores decisivos para escolha do consumidor. Para
Laugeni e Martins (2003, p. 5), “a logística constitui um conjunto de técnicas de gestão
da distribuição e transporte dos produtos �nais, do transporte e manuseio interno às
instalações e do transporte das matérias-primas necessárias ao processo produtivo.”
A logística é um fator determinante para as empresas quanto à distribuição física dos
produtos devido os crescentes volumes transacionados e a necessidade de ter o
produto certo, no tempo certo e no local certo atendendo a diversidade de clientes e
garantindo o posicionamento no mercado. O processo logístico é responsável pelo
planejamento, operação e controle do �uxo de mercadorias e informações, desde o
fabricante até o consumidor.
Segundo Ballou (2006, p. 27), adaptando a de�nição de logística do Council of
Logistics Management (CLM), de�ne a logística como:
O processo de planejamento, implantação e controle do �uxo e�ciente e e�caz de
mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o
ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes.
Seguindo esta referência, o autor apresenta os componentes do sistema logístico, são
eles:
Serviços ao cliente;
previsão de demanda;
comunicações de distribuição,
controle de estoque;
manuseio de materiais;
processamento de pedidos;
peças de reposição e serviços de suporte;
escolha de locais para fábrica e armazenagem (análise de localização);
embalagem;
manuseio de produtos devolvidos;
reciclagem de sucata, tráfego e transporte, e
armazenagem e estocagem. (BALLOU, 2006, p. 31).
Considerando o aumento do consumo, a globalização das economias, a criação de
padronização de produtos e a diminuição do ciclo de vida dos produtos, o �uxo de
mercadorias tende a atingir um volume cada vez maior. Por isso deve-se levar em
consideração a reciclagem ou descarte apropriado dos produtos consumidos. Nos
dias de hoje, as empresas que fabricam produtos que ao serem descartados de
maneira incorreta trazem risco ao meio ambiente, como pilhas e baterias,
agrotóxicos, ou que reciclam suas embalagens para fabricação de novo produto,
como alumínio ou embalagem PET, realizam campanhas e utilizam-se da logística
reversa para reutilizar os materiais reciclados em sua linha de produção e caso não
seja possível a reutilização, realizar o descarte de maneira apropriada.
CONCEITOS
O conceito de logística reversa ainda não está totalmente de�nido. Devido às novas
possibilidades de negócios relacionados com o crescente interesse empresarial e
pesquisas na área, este conceito apresenta-se em evolução.
Uma das de�nições pesquisadas de Logística Reversa é do autor LEITE (2005, p.16-17),
assim de�nida:
Entendemos a logística reversa como a área da logística empresarial que planeja,
opera e controla o �uxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos
bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por
meio dos canais de distribuições reversos, agregando-lhes valor de diversas
naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.
Rogers e Tibben-Lembke (1999, p. 2), adaptando a de�nição de logística do Council of
Logistics Management (CLM), de�nem a logística reversa como:
O processo de planejamento, implementação e controle da e�ciência e custo efetivo
do �uxo de matérias-primas, estoques em processo, produtos acabados e as
informações correspondentes do consumo para o ponto de origem com o propósito
de recapturar o valor ou destinar à apropriada disposição.
Segundo Lacerda (2002 apud GARCIA, 2006, p.4) de�ne que:
Logística reversa pode ser entendida como um processo complementar à logística
tradicional, pois enquanto a última tem o papel de levar produtos de sua origem dos
fornecedores até os clientes intermediários ou �nais, a logística reversa deve
completar o ciclo, trazendo de volta os produtos já utilizados dos diferentes pontos de
consumo a sua origem. No processo da logística reversa, os produtos passam por
uma etapa de reciclagem e voltam novamente à cadeia até ser �nalmente
descartado, percorrendo o “ciclo de vida do produto”.
Um dos conceitos que está por trás da logística reversa é o conceito de ciclo de vida
do produto. O ciclo de vida dos produtos pode ser dividido em quatro estágios:
lançamento, crescimento, maturação e declínio.
A fase de introdução refere-se ao lançamento do produto no mercado, com demanda
mínima e ainda é necessário ajustes. Na fase de crescimento o produto começa a ser
conhecido no mercado e, consequentemente, competitivo. Na fase de maturidade o
produto já é aceito pelos consumidores e a concorrência já se encontra igualada.
Com isso, inicia-se a fase de declínio pela obsolescência do produto.
Segundo Ballou (2006, p. 76), “o pro�ssional em logística precisa estar
constantemente a par do estágio do ciclo de vida dos produtos a �m de poder
adaptar os padrões da distribuição a cada estágio em busca da e�ciência máxima.” A
logística reversa,para os �ns de reciclagem e descarte, está presente no último
estágio, o declínio. Neste estágio, o produto pode ser revertido em matéria-prima
para a fabricação de outro produto ou ser descartado de maneira adequada. A
logística reversa pode apresentar-se nos demais estágios do ciclo de vida quando se
trata de assistência técnica, erro de expedição, recall, produtos vencidos, entre outros.
EVOLUÇÃO LOGÍSTICA
Há muito tempo existem processos de logística reversa, mas não eram tratados e
denominados como tal, como por exemplo, o retorno das garrafas (vasilhame), a
coleta de lixos e resíduos. Foi nos �nais da década de 80 que teve início o estudo
aprofundado e a sistematização dos processos inerentes à logística reversa, tal como
ela é no presente.
O desenvolvimento e progresso da logística reversa tem sido impulsionado, em
grande parte, pelas questões ambientais, relacionado com o problema da deposição
das embalagens dos produtos, da recuperação dos produtos, partes de produtos ou
materiais, das devoluções de produtos em �m de vida e dos produtos com defeito.
Tem existido um forte crescimento desta área da logística, não só pela legislação
ambiental, a qual impõe leis mais exigentes, mas também pela consciencialização
ambiental das empresas, organizações e organismos públicos. Além destes dois
aspectos que tem contribuído para o crescimento da logística reversa, existe um
outro, de grande importância para as empresas, em geral: a logística reversa deve ser
vista como uma nova oportunidade de negócio, não só porque as empresas têm a
possibilidade de aumentarem os seus lucros, bem como, para o desenvolvimento
tecnológico, apostando a indústria em novos equipamentos e recursos, respondendo
ao constante progresso desta área da logística.
Em termos econômicos e �nanceiros, a logística reversa já representa cerca de 0,5%
do Produto Interno Bruto, PIB dos E.U.A.. Esta vertente da logística encontra-se em
franco desenvolvimento, e é um grande potencial de negócio emergente para as
empresas e organizações, pois, as políticas ambientais tendem a ser cada vez mais
exigentes. Outro fator de grande importância, e que está diretamente relacionado
com o grande aumento da logística reversa é a compra de produtos através da
internet, o chamado e-commerce.
Com o crescimento exponencial das vendas on-line, os sistemas de logística reversa,
no que diz respeito à questão da gestão das devoluções, tem crescido de uma forma
abrupta. Quando compra-se um produto pela  internet, não é possível visualizar o
produto �sicamente, e grande parte dos produtos são devolvidos por não
corresponder às expectativas do cliente, o que faz acionar os sistemas de logística
reversa.
Podemos mesmo a�rmar que a grande maioria dos sistemas de logística reversa,
aparecem devido à questão das devoluções. Os clientes são cada vez mais exigentes
e caso os produtos não correspondam às suas expectativas, acionam o processo de
devolução, cada vez mais disponibilizado pelas empresas, de modo a prestarem um
serviço de pós-venda de qualidade cada vez melhor, tentando atingir ou mesmo
ultrapassar as expectativas dos clientes. Deste modo é possível �delizar o cliente, pois,
estes preferem, na maioria dos casos, ter poucos fornecedores, em detrimento de
vários, mas que correspondam ou mesmo superem as suas expectativas.
Os benefícios potenciais da logística reversa podem ser agrupados em três níveis
distintos:
a. Demandas ambientalistas que tem levado as empresas a se preocupar com a
destinação �nal de produtos e embalagens por elas geradas (HU; SHEU; HAUNG,
2002);
b. E�ciência econômica, porque permite a geração de ganhos �nanceiros pela
economia no uso de recursos (MINAHAN, 1998); e
c. Ganho de imagem que a empresa pode ter perante seus acionistas, além de elevar
o prestígio da marca e sua imagem no mercado de atuação (ROGERS; TIBBEN-
LEMBKE, 1998).
ÁREAS DE ATUAÇÃO
CONCEITO
O objetivo principal da logística reversa é a gestão e a distribuição do material
descartado tornando possível o retorno de bens ou materiais constituintes ao ciclo
produtivo agregando valor econômico, ecológico, legal e de localização ao negócio.
As atividades presentes na logística reversa abrangem diversas etapas como: coleta,
inspeção, separação, compra e venda, devolução, visando uma recuperação
sustentável.
A logística reversa trabalha com duas áreas de atuação: a logística reversa de pós-
consumo e a de pós-venda.
Na logística reversa de pós-consumo é responsável pelo �uxo físico e de informações
referente a bens de pós-consumo que necessitam retornar a cadeia de distribuição
quando por motivos de:
Condições de uso: bens que podem ser reutilizados;
Fim de vida útil: bens que não tem mais utilidade, porém seus componentes podem
ser reaproveitados ou remanufaturados;
Resíduos ambientais: bens que trazem riscos ao meio ambiente se não descartados
de maneira correta.
A logística reversa de pós-venda é responsável pelo �uxo físico e de informações
referente a bens de pós-venda que necessitam retornar a cadeia de distribuição
quando por motivos de:
Garantia/qualidade: produtos que apresentam defeito de fabricação ou
funcionamento, avarias na embalagem e/ou produto;
Comerciais: produtos em estoque seja por erro de expedição, excesso de estoque,
mercadorias em consignação, pontas de estoque término de validade, problemas
após a venda, chamado também de recall;
Substituição de componentes: itens de produtos que necessitam de manutenção e
consertos.
As razões que levam a empresa a optar pela utilização da logística reversa podem
ser de ordem econômica, legislativa e ecológica.
As razões econômicas dizem respeito à economia nas operações industriais, pelo
reaproveitamento de matéria-prima, proveniente dos canais reversos de reuso e de
remanufatura.
Quanto à ordem legislativa, as empresas necessitam obedecer à legislação vigente e
para isso, foi sancionada em agosto de 2010 a Lei Federal nº 12305/2010.
– Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) a qual dispõe sobre os princípios,
objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e
ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades
dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
As razões ecológicas dizem respeito à preservação do meio ambiente e para isso, as
empresas precisam considerar o impacto dos produtos sobre o meio ambiente
durante todo o ciclo de vida de seus produtos.
As empresas precisam avaliar a utilização da logística reversa como oportunidade de
adicionar valor tanto pela imagem da empresa com relação aos aspectos ambientais
e sustentabilidade quanto ao agregar serviços. Além disso, a gestão do ciclo de vida
do produto e os custos incorridos ao longo do ciclo, proporcionam redução de custos
o que pode gerar vantagem competitiva para a empresa.
Segundo Rogers e Tibben-Lembke e Muller (apud GARCIA, 2006, p. 6), as principais
razões que levam as empresas a atuarem em Logística Reversa são:
1. Legislação Ambiental que força as empresas a retornarem seus produtos e cuidar
do tratamento necessário;
2. Benefícios econômicos do uso de produtos que retornam ao processo de produção,
ao invés dos altos custos do correto descarte do lixo;
3. A crescente conscientização ambiental dos consumidores;
4. Razões competitivas – Diferenciação por serviço;
5. Limpeza do canal de distribuição;
6. Proteção de Margem de Lucro;
7. Recaptura de valor e recuperação de ativos.
De acordo com o papel da logística reversa na empresa, será de�nido o tipo de
sistema de informação a ser utilizado. Um dos problemas enfrentados atualmente é a
falta de sistemas prontos. Com isso, muitas vezes, as empresas necessitam
desenvolver sistemas e bons controles para o desenvolvimento da logística reversa.
Os sistemas e controles utilizados para logística e logística reversa devem ser distinto
devido à diferenciação de processos.
CENÁRIO AMBIENTAL, SOCIAL E ECONÔMICO
A crescente preocupação com o meio ambiente, com asociedade em que vivemos e
com a economia, tem tornando a logística reversa destaque nos últimos anos,
atuando como um fator diferencial para as empresas. Caracterizado por um conjunto
de ações que visa reduzir os impactos ambientais, além de proporcionar ao produto
um destino �nal ecologicamente correto.
A atividade humana no campo da logística exerce in�uência negativa sobre o meio
ambiente, a logística reversa veio para ser uma versão contrária da logística, deve ser
vista como um novo recurso para a lucratividade. As empresas que investem nessa
política têm conquistado a con�ança do consumidor, tornando-se uma ferramenta
e�caz para geração de empregos. Vale ressaltar que os maiores responsáveis por
tornar viável esse projeto, são os catadores de materiais reciclados que sem saber,
realizam este, o hoje denominado “logística reversa”.
A logística reversa pode ser aplicada em diversas categorias de resíduos: papelão,
alumínio, pneu entre outros. No processo da logística reversa são as próprias
empresas responsáveis pelo retorno dos seus produtos, tanto os reciclando quanto os
direcionando para um destino �nal adequado.
Nesse contexto, cada empresa é voltada para uma logística reversa especí�ca de
acordo com a matéria-prima utilizada. Dentre elas, citamos como exemplo a logística
reversa do papelão, alumínio e pneu.
Deve-se destacar que os maiores responsáveis por tornar viável, são os catadores de
materiais reciclados que sem nenhum conhecimento prévio do assunto, já realizavam
o processo hoje denominado “Logística Reversa”.
Estes, para suprirem suas necessidades �nanceiras, viram na coleta de resíduos
sólidos um meio de sobrevivência. De acordo com dados coletados pela Bolsa Verde
do Rio de Janeiro, o Brasil possui aproximadamente um milhão e quinhentos mil
catadores de materiais reciclados cadastrados em associações e cooperativas que
trabalham no ramo de reciclagem (BVRIO, 2014).
Diante da constatação de que os recursos naturais são escassos e �nitos, empresas,
governo e sociedade tem se unido em prol da busca de modelos sustentáveis,
visando à garantia dos recursos naturais e gerações futuras. A logística reversa
mostra-se uma ferramenta e�caz para a maximização do emprego de matérias-
primas nos processos antrópicos (PEIXOTO et al., 2010).
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
CONCEITO
A sustentabilidade é considerada como uma das principais ações para evitar
problemas ambientais decorrentes do processo de produção de uma empresa que
procura implantar instrumentos de gestão ambiental para reduzir os impactos
ambientais, uma gestão que vem se destacando no setor industrial é a logística
reversa (TENÓRIO, SILVA; DACORSO, 2014).
Na sociedade moderna o aumento dos bens consumo é notório, o que vem gerando
uma série de ações para evitar problemas ambientais. Em muitas situações, a forma
de motivar as empresas a evitar tais problemas é através da imposição, tendo em
vista que o aumento das exigências faz os produtores e consumidores buscarem
novas estratégias de resolução dos problemas decorrentes do consumo excessivo
(FONSECA et al., 2015).
No entanto a imposição de uma ideia não mostra bons resultados, é necessário saber
a raiz do problema. Para tanto, surge o termo desenvolvimento sustentável, ou
sustentabilidade, que tornou-se comum em todo o mundo no �nal do século XX,
precisamente na década de 1970, por meio da preocupação com o meio ambiente, a
qual começou a ser disseminada na sociedade através das reuniões que ocorreram
entre os governos de diversos países, tais como, a conferência de Estocolmo, em 1972,
a ECO-92, realizada em 1992 e a Rio +20, em 2012, com o intuito de prover ações e
acordos na tentativa de reduzir o impacto que o modelo econômico causa ao meio
ambiente (TENÓRIO, SILVA; DACORSO, 2014).
O desenvolvimento sustentável de forma geral propõe que a sociedade atual
satisfaça suas necessidades, o que é imprescindível o uso correto dos recursos
naturais. No entanto, sem comprometer as necessidades das futuras gerações. Tendo
em vista, modos de produção economicamente viáveis ou uma forma de retorno ao
meio ambiente ao qual são extraídos os recursos naturais. (TENÓRIO, SILVA;
DACORSO, 2014).
Em termos práticos a logística reversa tem como objetivo principal reduzir a poluição do
meio ambiente e os desperdícios de insumos, assim como a reutilização e reciclagem de
produtos.
Organizações como supermercados, industriais e lojas descartam volumes consideráveis
de material que podem ser reciclados como papel, papelão, pallets de madeira, plástico,
entre outros resíduos industriais com grande potencial de reutilização ou reciclagem.
O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens retornáveis têm trazido
ganhos que estimulam cada vez mais iniciativas e esforços para implantação da logística
reversa, visando à e�ciente recuperação de produtos, segundo Rogers e TibbenLembke
(1998).
Na logística reversa é normal que a empresa tenha que recolher o produto ou o
equipamento de forma completa, inclusive os componentes que não lhes servirão, por
exemplo: mesmo que possa aproveitar partes dos invólucros das pilhas e baterias, terá de
captar a peça completa, inclusive a parte química, cuja recuperação nem sempre é
vantajosa, ou as metalúrgicas só recolherem as partes metálicas de um veículo
descartado, desprezando pneus, estofamentos, lubri�cantes, plásticos etc.
No processo da logística reversa, os produtos passam por uma etapa de reciclagem e
voltam à cadeia até ser �nalmente descartado, percorrendo o “ciclo de vida do produto”,
que envolve desde a escolha de materiais a serem utilizados nos produtos e em suas
embalagens e  que sejam ambientalmente adequados e dentro da concepção do
ecodesign, passando pela manufatura limpa que reduza consumo de materiais, energia, e
produção de resíduos, pela distribuição que busque economizar combustível e reduzir a
emissão de poluentes, e no controle das cadeias de retorno da pós-venda e pós-consumo
que atendam no mínimo as legislações aplicáveis, e participe na conscientização do
consumidor em seu papel dentro deste sistema sustentável (SETAC, 1993).
Na visão de Leite (2003), a logística reversa é a área da logística empresarial que visa
equacionar os aspectos logísticos do retorno dos bens ao ciclo produtivo ou de negócios
por intermédio da multiplicidade de canais de distribuição reversos de pós–venda e de
pós– consumo, agregando-lhes valor econômico, ecológico e legal, como demonstrado
abaixo.
INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL
A logística é uma atividade antiga da humanidade, que visa disponibilizar
mercadorias no lugar e hora certa, na quantidade e na qualidade exigida pelo
consumidor, apresenta grande tendência de expandir-se cada vez mais junto com o
desenvolvimento tecnológico do país. Tal atividade vem gerando grandes desgastes
dos recursos naturais, que são fontes essenciais para a continuidade da vida na Terra
(NOVAES, 2009).
A logística reversa veio para ser uma versão contrária da logística. Ambas tratam de
nível de serviço, com objetivo de satisfazer as necessidades do consumidor e fazer
com que o produto �nal cumpra seu objetivo. A logística reversa deve ser vista como
um novo recurso para a lucratividade (MUELLER, 2005).
O termo “Logística Reversa” surgiu, pois vários são os desgastes naturais causados
pela logística como, a emissão de gases pelos transportes e indústrias, a utilização de
combustíveis fósseis a degradação de ambientes para possibilitar novos acessos a
determinadas áreas, a utilização de embalagens oriundas de recursos vegetais, além
do destino incorreto das embalagens utilizadas na atividade de logística (NOVAES,
2009).
Notoriamente a atividade humana no campo da logística, exerce in�uência sobre o
meio ambiente, podendo levar ao desequilíbrio do ecossistema caso não seja
controlada devidamente, garantindo que tal atividade possa exercer o mínimo
impacto possível ao meio ambiente (TENÓRIO, SILVA; DACORSO, 2014).
Empresas que utilizam na fabricação de seu produto um recurso natural �nito,o qual
a extração deste cause grande impacto no meio ambiente mundial, devem passar
por mudanças técnicas, através da reciclagem e logística reversa (NOVAES, 2009).
A reciclagem é um método e�ciente para a preservação de recursos ambientais, visto
que dispensa a necessidade de mais extrações destes recursos para a produção de
novos produtos, proporciona que o material seja recolocado em seu ciclo de vida útil
(NOVAES, 2009).
A logística reversa é uma ferramenta que só pode evoluir se houver interesse
empresarial de implantá-la. As principais vantagens desta, já foram observadas pelas
de�nições acima citadas, notamos que os materiais podem retornar ao seu
fornecedor, serem revendidos, recondicionados, reciclados, ou, em último caso, serem
descartados (LIVA; PONTELO; OLIVEIRA, 2003).
Nos dias de hoje, quem vive em áreas urbanas produz, em média, 1 quilo de lixo por
pessoa/ano. Estão inclusos materiais que são tirados da natureza, como papéis,
plástico, vidro e alumínio, e podem muito bem ser reaproveitados – em vez de serem
simplesmente jogados em aterros sanitários e se transformar em poluição.
(MENEGUEÇO, 2007)
O Reaproveitamento dos resíduos sólidos diminui a poluição do meio ambiente, das
águas, ar e solos, a vida útil dos aterros sanitários aumenta, pois minimiza a
quantidade de dejetos a serem depositados. Educação Ambiental: a educação vem
desde o berço, através de exemplos como: separar o lixo orgânico do lixo reciclável,
com este pequeno gesto pode preservar a natureza e diminuir os impactos
ambientais.
Segundo NOGUEIRA (2008) a mudança nos hábitos de consumo, impulsionou cada
vez mais a criação de novas necessidades, gerando assim por consequência o
aumento na produção, aliado a isso maior consumo e aumento no descarte de
produtos.
Com a crescente preocupação ecológica, canais reversos de distribuição vêm se
reestruturando, com a �nalidade de solucionarem o problema quanto ao aumento na
quantidade de produtos descartado no meio ambiente.
Estes excedentes em quantidades tornam- se visíveis em aterros sanitários, em lixões,
em locais abandonados, em rios ou córregos. Esta nova vertente de preocupação – a
“Sensibilidade Ecológica” – converte-se em mais um importante fator de incentivo e
necessidade social que deverá impulsionar a estruturação e organização das
sociedades para os Canais de Distribuição Reversos de pós- consumo e pós- venda.
A palavra “reciclar” está cada vez mais presente nas embalagens dos produtos que
consumimos. Com a vida moderna e corrida que as pessoas levam, acabam não
prestando se quer atenção nas notícias, reportagens, propagandas sobre reciclagem,
reciclar gera emprego, moradia, sustentabilidade e principalmente a preservação do
meio ambiente.
Figura: Símbolo da reciclagem por material
PROCESSOS E FLUXOS REVERSOS
CONCEITO
A logística reversa aplica-se a todos os �uxos físicos inversos, isto é, do ponto de
consumo até à origem ou deposição em local seguro de embalagens, produtos em
�m de vida, devoluções, etc.
Estes �uxos físicos de sentido inverso, estão ligados às novas indústrias de
reaproveitamento de produtos ou materiais em �m de ciclo de vida, tais como:
desperdícios e detritos, transformação de certos tipos de lixo, produtos deteriorados ou
objeto de reclamação e consequente devolução, retorno de embalagens utilizadas e a
reciclar, veículos e outros tipos de equipamentos em �m de vida, nas mais variadas áreas
de aplicação, como por exemplo: componentes para a indústria automobilística; vendas
por catálogo; frigorí�cos, máquinas de lavar e outros eletrodomésticos; computadores,
impressoras e fotocopiadoras; embalagens; pilhas; baterias; revistas, jornais e livros.
Os dois sistemas, logística direta ou forward e logística reversa ou reverse, integram e
agregam valor à cadeia de abastecimento com o ciclo completo, e para poderem
sobreviver devem ser de certo modo competitivos, minimizando os custos de
transporte, na medida do possível, otimizando os veículos no retorno, com o
transporte de devoluções, material para reciclar, desperdícios e produtos
deteriorados, permitindo rentabilizar e otimizar o transporte, minimizando os
respectivos custos.
 As principais atividades, na logística reversa, são as seguintes:
retorno do produto à origem;
revenda do produto retornado;
venda do produto num mercado secundário;
venda do produto via outlet;
venda do produto com desconto;
remanufatura;
reciclagem;
reparação ou reabilitação;
doação;
Estes são os �uxos físicos inversos, referentes às atividades mais comuns no processo
da logística reversa e �uxos direcionais, das várias atividades e processos inversos,
isto é, do ponto de destino ou consumo, até à origem ou local de deposição. São
várias as atividades e processos da logística reversa, estando representados aqui os
mais comuns. Desde o recolhimento dos diferentes resíduos ou produtos, passando
pelo acondicionamento dos mesmos, até à sua expedição e transporte para o destino
mais apropriado, seja para efeitos de reciclagem, devolução, para revenda, para
deposição em local seguro ou mesmo para destruição, em certos casos de resíduos
perigosos.
No que concerne à cadeia dos produtos recuperados, grande parte pode não ser
reciclável, e assim, não será reutilizável. Alguns produtos em grande parte dos casos,
não podem ou não devem ser reutilizados, por razões técnicas ou econômicas. Estes
produtos deverão ser depositados em locais seguros, apropriados e licenciados de
acordo com a legislação vigente.
Isto aplica-se, por exemplo, a produtos rejeitados quando separados, face ao elevado
número de componentes, aplicando-se também a resíduos perigosos que não podem
ser reciclados, ou ainda a produtos com o prazo de validade expirado. Nestes casos,
os resíduos serão alvo de um processo logístico adicional, dependendo do tipo de
resíduo e do grau de periculosidade, que envolverá a sua destruição ecológica, como
por exemplo, a incineração ou a co-incineração, avaliando-se, caso a caso, qual o
processo mais apropriado.
Os lixos ou resíduos não recicláveis e não perigosos, são depositados em aterros, em
sucessivas camadas, sendo as camadas compactadas através de veículos próprios
para essa �nalidade, sendo o aterro selado após a saturação da sua capacidade.
Após a selagem, grande parte dos aterros pode ser convertido em zonas verdes ou
ajardinadas, de modo a, melhorar o impacto visual do mesmo, e ter uma �nalidade
totalmente distinta da que teve enquanto local para a deposição de lixos.
Estamos, assim, perante ciclos logísticos completos, com o retorno ou reciclagem dos
produtos, para reutilização, caso seja possível, ou a destruição ecológica. Estes ciclos
logísticos completos são assegurados pelos próprios fornecedores dos produtos ou
materiais, facilitando, deste modo, o trabalho dos clientes.
PRINCIPAIS PROCESSOS REVERSOS
Os processos que tem mais peso nos �uxos físicos inversos, são as devoluções e os
componentes ou produtos em �m de ciclo de vida para reciclagem.
As devoluções representam grande parte dos �uxos físicos inversos, na cadeia de
abastecimento e dividem-se em duas grandes vertentes: as devoluções pelo
consumidor, em venda direta, e as devoluções por erros de expedição. A devolução
realizada pelo consumidor �nal de um produto numa venda direta tem crescido, e a
tendência é de continuarem a crescer, em virtude dos clientes serem cada vez mais
exigentes, e as suas expectativas cada vez maiores.
Em resposta as empresas e organizações, por vezes em cumprimento da legislação
própria de cada país, mas cada vez mais por sua livre e expontânea vontade, e
independentemente da existência de legislação ou não, permitem ao cliente ou ao
consumidor, devolver o produto adquirido, caso este não corresponda às suas
expectativas ou no caso das vendas por catálogo ou as vendas on-line, caso o cliente
queira, aceitar a devolução do produto adquirido sem restrições. Trata-se sobretudo,
de um fator de competitividade das empresas, face à globalização do comércio, para
a qual tem contribuídoem larga escala o  e-commerce, que atualmente tem um
enorme peso no total das vendas de produtos e serviços, a nível mundial.
É óbvia a existência de custo associado a este tipo de devolução, o qual é absorvido
pelas empresas , e com tendência a  aumentar, pelas razões anteriormente descritas,
pois, trata-se sobretudo de aumentar a competitividade em relação à concorrência,
tentando continuamente melhorar a qualidade do serviço prestado ao cliente.
As devoluções acontecem também por qualquer erro que tenha existido na expedição
de determinado produto. Estes erros têm variadas razões para acontecerem, entre as
quais, destacamos as seguintes: má etiquetagem, falhas do operador logístico, erros
humanos, coordenação entre diferentes operadores logísticos.
Ao contrário das devoluções por venda direta, ao consumidor, as devoluções por
erros de expedição, podem ser reduzidas e minimizadas, através de vários processos
de armazenagem e expedição, que estão hoje disponíveis, no mercado: a
informatização de sistemas de recepção, expedição e transporte, a leitura por código
de barras, o EDI (Electronic Data Interchange), entre outros. Portanto, o custo logístico
das devoluções por erros ou falhas de expedição ou transporte, pode ser controlado
pelas empresas e organizações, estando ao seu alcance a redução destes custos,
através das ferramentas referidas anteriormente. Trata-se, apenas, de escolher as
ferramentas que melhor se adaptem a determinado negócio, sendo inclusive possível
personalizar estas ferramentas a cada realidade distinta .
O retorno dos produtos sujeitos ao processo de devolução, ou seja, o �uxo físico
inverso desde o ponto de venda ou consumo, até à origem, deverá ser realizado,
sempre que for possível, pelo mesmo meio de transporte pelo qual é realizada a sua
entrega no local de consumo, isto é, o �uxo físico direto. Deste modo, é possível
otimizar a cadeia de abastecimento, direta e inversa, rentabilizando o transporte ao
máximo. Normalmente os produtos sujeitos a devolução, são armazenados em locais
destinados para áreas restritas do armazém, de modo a não cometer erros de
expedição, evitando que �sicamente os produtos coabitem juntos.
Em relação aos componentes ou produtos em �m de ciclo de vida para reciclagem, o
seu número tem aumentado de uma forma exponencial, derivado de vários fatores,
entre os quais destacam-se três: o primeiro fator que destacamos é o
da  conscientização da sociedade, para a questão da sustentabilidade do meio
ambiente.
Cada vez mais, a sociedade tem o dever de colaborar nas políticas ambientais,
realizando, cada um de nós, a separação dos lixos, de acordo com o tipo de resíduos
ou lixos, depositando-os nos locais destinados para esse �m (ecoponto). É nos países
mais desenvolvidos, e com maior qualidade de vida, onde existe o maior número de
pessoas conscientes desta realidade, colaborando na separação e recolhimento dos
diferentes tipos de resíduos domésticos, que em grande parte podem ser reciclados,
sendo deste modo, reaproveitados ou a sua matéria-prima reutilizada em novos
produtos. Deste modo, estamos também contribuindo para que, somente os resíduos
orgânicos, tenham de ser depositados em local próprio (por exemplo, os aterros). Em
relação aos resíduos industriais, a politíca deverá ser idêntica, ou ainda mais exigente,
pois, as indústrias produzem grandes quantidades de resíduos e lixos, e por vezes
bastante perigosos e tóxicos.
O segundo fato, é a legislação ambiental, a qual é cada vez mais restritiva, em
relação à questão dos resíduos, lixos e detritos. As políticas e a legislação ambiental,
tende, nos vários países e comunidades, a ser cada vez mais exigente e restritiva. Ao
nível da União Europeia, existem diretivas comuns acerca deste tema. Para os países
que não cumpram a legislação, em caso de violação, existem sanções, as quais
deverão ser aplicadas em função dos danos ambientais causados.
O terceiro e último fator, é o desenvolvimento e o progresso tecnológico. Os
processos industriais e os próprios equipamentos industriais, das indústrias que se
dedicam à reciclagem, estão em evolução permanente, permitindo, deste modo, que
mais componentes de produtos de diferentes materiais, possam ser reciclados e
consequentemente reutilizados ou reaproveitados, como matéria-prima, em produtos
novos.
Existem cada vez mais empresas, especializadas na gestão integral de resíduos,
realizando, grande parte delas o recolhimento, transporte, separação e deposição no
local próprio, e algumas delas, executando mesmo a própria reciclagem.
CICLOS REVERSOS
Depois de concluídas as fases de �uxo logístico direto grande parte dos bens de pós-
consumo retornarão ao ciclo de produção de matéria-prima, partes, peças,
componentes e acessórios por meio dos canais reversos de pós- consumo seja por
meio do reuso, sejam por meio da reciclagem após a revalorização de suas partes/
materiais/ peças constituintes, originando produtos semelhantes ou similares bem
como outro produto. Leite (2003) classi�ca as categorias de ciclo reversos de retorno
ao ciclo produtivo em:
Canais de distribuição reversos de ciclo aberto: são CDRs formados pelas diversas
etapas de retorno de materiais constituintes dos produtos de pós-consumo: metais,
plásticos, vidros, papéis, etc., materiais extraídos de diferentes produtos de pós-
consumo, visando à reintegração ao ciclo produtivo e substituindo matérias-primas
novas na fabricação de diferentes tipos de produtos.
Canais de distribuição reversos de ciclo fechado: são CDRs constituídos pelas
etapas de retorno de materiais constituintes dos produtos de pós- consumo, nas
quais os materiais constituintes de determinado produto descartado ao �m de sua
vida útil são extraídos seletivamente dele para a fabricação de um produto similar
ao da origem. Neste caso, por interesses tecnológicos, econômicos, logísticos ou de
outra ordem, todas as fases da cadeia produtiva reversa são especializadas para a
revalorização do material constituinte de determinado produto.
LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO
Os produtos de pós-consumo são referentes aos que encerram sua vida útil, podendo
ser descartados por meio de incineração ou aterros sanitários, no entanto, podem
também retornar ao ciclo produtivo por meio de desmanche, selecionando somente
as peças que podem ser utilizadas na reciclagem e reuso (PESSOA FILHO, 2008).
Caracterizando-se por terem sido utilizados até o �m da vida útil ou até não
apresentarem mais utilidade para seu possuidor.
O ciclo de vida do produto inicia-se na criação até o seu destino �nal, seja o descarte,
reparo ou reaproveitamento. A logística reversa atua na reintrodução do produto que
iria ser descartado pelo mercado, através do ciclo produtivo, portanto, um produto só
é descartado em último caso. A logística reversa de pós-consumo está relacionada à
nova valorização de produtos descartados, utilizando-os como matérias-primas
secundárias, sem a extração de novas matérias primárias. Dessa forma, os bens de
pós-consumo buscam a recuperação ou descarte dos mesmos sem afetar o meio
ambiente e a sociedade (SILVA et al., 2006).
LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-VENDAS
CONCEITO
O principal objetivo desta logística reversa é agregar valor ao produto retornado que
são redirecionados a um novo destino através de uma seleção de qualidade. É feito
uma análise dos custos de transportes e, dependendo do material a ser transportado
torna-se inviável a revalorização, no entanto, sendo viável o material pode ser
vendido, ser reparado, doado, desmanchado ou reciclado (SILVA et al., 2006).
De acordo com Silva et al. (2006), os produtos de pós-venda são aqueles que não
foram utilizados ou tiveram pouco uso após a venda, que por motivos de defeitos, má
qualidade entre outros, retorna ao mercado consumidor pelo menor preço.
Para melhor entendimento, a Figura a seguir apresenta um �uxograma que
demonstra as principais diferenças e objetivos em comum entre produtos de pós-
venda e produtos de pós- consumo.
Figura – Diferenças e Objetivosem Comum entre Logística Reversa de Pós-Consumo e 
LOGÍSTICA REVERSA DE SETORES INDUSTRIAIS
A logística reversa vem se tornando cada vez mais importante tanto no âmbito
nacional, quanto internacional. A crescente preocupação ambiental, social e
econômica tem tornado a logística reversa um fator diferencial para as empresas,
que visando uma redução nos custos, direcionaram uma atenção especial para os
diversos tipos de reciclagem (SOARES; RODRIGUES; GONÇALVES, 2012). A seguir serão
descritos nos sub tópicos alguns exemplos da aplicação da logística reversa para
algumas categorias de resíduos.
 
LOGÍSTICA REVERSA DO PAPELÃO
A crescente preocupação com a devastação dos recursos naturais e a constatação
que estes estão cada vez mais escassos, tem levado muitas empresas a adotarem o
programa de reciclagem (PEIXOTO et al., 2010).
Entre vários tipos de reciclagem podemos citar a logística reversa do papelão. Devido
à embalagem de papelão ser um material leve e resistente, ter maior resistência e
absorção a impactos e principalmente por se tratar de um material completamente
reciclável, a maioria das empresas no mundo utilizam este material, abrangendo
diversos segmentos industriais (NOVAES, 2009).
A principal matéria-prima para sua fabricação é a celulose, a qual é extraída de um
recurso natural, a madeira. De acordo com Novaes (2009), o papelão é um material
reciclável, e por isso desenvolver a logística reversa deste produto, até que possa ser
reciclado, é de grande importância para a redução do impacto ambiental da
atividade logística.
Os maiores responsáveis pela reciclagem do papelão no Brasil são os catadores que
sobrevivem dessa prática, seja recolhendo papel nos lixões ou em coletas seletivas, já
oferecidas por algumas empresas e sociedade (GONÇALVES, 2005).
Após ser recolhido, o papelão é vendido para empresas responsáveis em transformar
material de refugo em matéria-prima novamente, diminuindo assim o uso da
matéria-prima virgem (GONÇALVES, 2005).
De acordo com Peixoto et al. (2010), hoje no Brasil cerca de 50% do papel consumido
é reciclado. Sendo que esse percentual pode variar de acordo com o tipo de papel. A
reciclagem do papelão reduz o consumo de água e energia utilizada na sua
produção, com isso diminui de maneira signi�cativa o corte de árvores. Calcula-se
que para cada 1 tonelada de aparas de papéis cortados usados na reciclagem, deixa-
se de cortar de 15 a 20 árvores.
No mundo atual frente à realidade ambiental em que vivemos, o papelão tem-se
tornado um dos principais fatores na fabricação de embalagens por ser um produto
resistente e com características inerentes propicias a reciclagem deste produto
(NOVAES, 2009).
O consumidor compra um produto embalado em caixa de papelão, após seu
consumo descarta-o no lixo ou em locais de coletas seletivas. Este produto retorna a
indústria para ser reciclado e reutilizado pelas empresas como matéria-prima, que
além de reduzir seu custo na produção, contribuem para diminuir os impactos
causados ao meio ambiente (SOARES; RODRIGUES; GONÇALVES, 2012).
O reaproveitamento deste produto gera vantagens competitivas para as empresas
que melhoram sua visão diante do consumidor frente aquelas que não adotam essa
política (CASTANHARO; FIGUEIREDO; D´ANDRÉA, 2007).
LOGÍSTICA REVERSA DO ALUMÍNIO
A logística reversa do alumínio traz benefício para as empresas, gera lucro para
milhões de pessoas que sobrevivem de projetos sustentados pela reciclagem, e
reduzem a extração de bauxita da natureza. Esta prática não só garante sustento de
muitas famílias, como também desenvolve a consciência ambiental de empresas e
sociedade. No fator economia o alumínio traz grande benefício para a empresa, pois
gera uma redução de 95% de energia que seria usado na produção do alumínio
primário. Enquanto que no aspecto ambiental deixa-se de extrair um milhão de
minério (bauxita) usado na sua fabricação (FARHA, 2010).
Com avanço da tecnologia, a sucata de alumínio tem se tornado um negócio lucrativo
para as empresas, este produto é o material reciclável mais valioso do mercado. Em
média no Brasil paga-se em torno de R$ 3.500,00 por toneladas. Após ser reciclado,
esse material volta para empresas em forma de lâminas para produção de latas ou
utilizadas na fabricação de autopeças (SILVA; CARVALHO, 2007).
Os maiores aliados nesse processo são os catadores de latinhas, contribuindo assim
para que o Brasil seja o líder mundial na reciclagem de latas de alumínio (JORNAL DO
SENADO, 2013).
O consumidor adquire seu produto embalado, depois de usado descarta a lata vazia
no lixo ou em alguns casos, em pontos de coleta, em seguida esse é recolhido e
vendido, esses alumínios são prensados e processados, transformando-se em
alumínios líquidos, em seguida passam por um processo de solidi�cação onde
tornam-se chapas que serão utilizadas na fabricação de novas embalagens de
alumínio (RODRIGUES, 2012).
LOGÍSTICA REVERSA DO PNEU
Os pneus são um dos maiores causadores de poluição ao meio ambiente. Devido a
isto o CONAMA 258/99, criou uma resolução onde determina que os fabricantes e
importadores do produto sejam responsáveis pelo destino �nal do mesmo. Hoje no
Brasil são produzidos cerca de um milhão de pneus por ano.
O descarte inadequado desse produto causa danos irreversíveis à natureza e coloca
em risco a saúde humana, pois além de liberar substancias toxicas, serve como
hospedeiros para mosquitos causadores de doenças como, por exemplo, a dengue.
Mas nem sempre a população tem essa consciência, muitas vezes esses produtos são
descartados em lixões ou em aterros sanitários.
A logística reversa visa diminuir esses impactos e gerar lucros para empresa. Quando
descartado de maneira adequada, o pneu volta para empresa fabricante que se
encarrega do seu descarte de forma correta e lucrativa (FARHA, 2010).
Após passarem por um processo de trituração os fragmentos de pneus são
reutilizados de varias formas, dentre elas como combustíveis alternativos nas
indústrias de cimento, confecção de solados para calcados, fabricação de peças
automobilísticas, recauchutagem, fabricação de novos pneus, e na fabricação de pó,
utilizado como fonte de energia alternativa e principalmente na produção de
borrachas de ligantes asfálticos. A adição de borracha de pneu nos pavimentos além
de dobrar a vida útil da estrada, gera um lucro de cerca de 30% a mais que a
borracha convencional (PENSAMENTO VERDE, 2014).
LOGÍSTICA REVERSA DOS MEDICAMENTOS
Quando descartados em lixo comum ou em rede de esgoto, os medicamentos
contaminam a água e o solo e ainda podem provocar reações adversas como
intoxicação de animais e pessoas. É isso que a Logística reversa de medicamentos
quer evitar. São resíduos tóxicos para o meio ambiente e perigosos para a saúde, que
precisam ser desenvolvidos ao lugar certo, a �m de que sejam neutralizados,
melhorando a qualidade de vida de todos. 
Como Funciona?
O consumidor entregará os medicamentos aos estabelecimentos que os
comercializam ou distribuem, como farmácias e postos de saúde, que terão um
espaço especial para o armazenamento destes produtos. Fabricantes e importadoras
de medicamentos �carão responsáveis pelo recolhimento dos medicamentos e
destinação �nal aplicável a cada caso. Prevendo multa para quem descartar os
medicamentos em local inadequado.
Cada um tem sua parcela de responsabilidade: o consumidor, as farmácias, os
fabricantes e os importadores. Desta forma, dividem-se as atribuições de uma forma
que todos podem colaborar”. Criando assim novas oportunidades de negócio, já que
os resíduos são potencialmente recicláveis, compostos essencialmente por vidro e
papel.
Nos últimos anos, secretarias de saúde e instituições públicas e privadas do setor têm
investido em programas educativos e na implantação de logística de medicamentos,
ancorados em tecnologias exclusivas que provisionam as demandas de cada
medicamento por departamento, unidade de serviço, região, e assim por diante, com
controle total de todos os materiais, conforme o produto e avalidade. Devidamente
rastreado, cada unidade de medicamento ou de insumo médico pode ser
remanejado, realocado e resgatado em caso de recall, reduzindo a obsolescência e
aumentando a segurança.
IMPLANTAÇÃO
O sistema de implantação da logística reversa nas empresas geram ganhos e gastos
para as mesmas. Iniciativas como reaproveitamento do material reciclado, estimulam
e aprimoram o processo. Os maiores gastos que as empresas sofrem com essa
implantação referem-se principalmente as falhas na produção, produtos enviados de
maneira incorreta ou em desacordo com as exigências do cliente. (WILLE, 2012).
Ainda de acordo com Wille (2012), há um custo em duplicidade quanto à forma de
armazenagem dos produtos no comércio varejista, e a distribuição do mesmo. No
entanto, gera uma maior vantagem competitiva paras as empresas, menor custos
com o uso da matéria-prima reciclada e grandes benefícios ao meio ambiente. A
estratégia logística consiste em três principais objetivos: redução de custos, redução
de capital e melhoria de serviços.
No processo da logística reversa são as próprias empresas responsáveis pelo retorno
dos seus produtos, reciclando-os ou direcionando-os para um destino �nal adequado.
Além de um sistema de informações gerenciais, é necessário um sistema de custeio
que deverá ter uma abordagem bastante ampla e que englobe todo procedimento. O
sistema de Custeio de Ciclo de Vida Total, identi�ca custos diretos e indiretos
permitindo assim as empresas obterem redução de custos e lucros a longo prazo.
Esse sistema permite também calcular suas despesas e gastos desde o início do
Planejamento e Desenvolvimento (P&D) até o suporte �nal ao consumidor, permitindo
ainda o retorno do produto ao seu ponto de origem (DAHER; SILVA; FONSECA, 2006).
FATORES QUE FAVORECEM A IMPLANTAÇÃO DA LOGÍSTICA
REVERSA NAS EMPRESAS
Para Costa e Valle (2006), existem alguns fatores que favorecem a implantação da
logística reversa nas empresas, são eles:
Econômicos: ligados com custeio da produção e da necessidade de adequar o
produto, visando diminuir o impacto ambiental;
Governamentais: ligados a normas e leis que regem a política do meio ambiente;
Tecnológicos: ligados com as novas tecnologias de reciclagem e projetos que são
desenvolvidos com o objetivo de reaproveitar o produto após seu consumo e/ou
descarte;
Corporativos: ligados com o compromisso que as empresas assumem em recolher
do mercado seu produto ao �nal do seu destino;
Logísticos: ligados com a infraestrutura adequada do �uxo de material de entrada
e saída, sistema de armazenamento e transporte.
Alguns fatores identi�cados como críticos contribuem de forma positiva para o
desempenho do processo de logística reversa. De acordo com Ferreira (2002)
destacam-se os seguintes pontos:
Bons controles de entrada: Ao iniciar o processo de logística reversa, é necessário
identi�car de forma correta o estado dos produtos que retornam para que os
mesmos possam continuar seu �uxo reverso e evitar que materiais impróprios
entrem no �uxo errado. Identi�cando quais podem ser revendidos, recondicionados
ou aqueles que terão que ser totalmente reciclados. O processo de logística reversa
que não garante bom controle de entrada torna-se mais difícil e trabalhoso
causando descon�ança e insatisfação aos fornecedores e clientes.
Processos padronizados e mapeados: O processo deve ser visto como um processo
regular com seus procedimentos formalizados e mapeados corretamente para
garantir o controle e a qualidade do produto;
Tempo do ciclo reduzido: Começa com identi�cação correta do produto
(necessidade de reciclagem), direcionando-o para seu processamento adequado.
Evitando ciclos longos onde o produto ocupa espaço e gera custos desnecessários.
Sistema de informação: Não existe no mercado esse sistema pronto capaz de
diagnosticar o nível de variação e �exibilidade exigidas no processo de logística
reversa, portanto implantar um sistema de informação acaba sendo um desa�o
para as empresas. O sucesso da implantação desse sistema depende da
capacidade de rastreamento, medição dos tempos de ciclo e fornecedores;
Rede de logística planejada: O processo de logística reversa exige a implantação
de infraestrutura adequada, capaz de lidar com os �uxos de materiais de entradas
usados e o �uxo de materiais processados. Fatores como processamento de
armazenagem e transporte devem ser projetados de forma e�ciente, para coletar
os materiais usados e devolve-los ao local correto onde serão reutilizados. Uma
boa opção é a criação de centrais de recebimentos, separação, armazenagem,
processamento e embalagem.
Relações colaborativas entre clientes e fornecedores: O con�ito entre indústria e
comercio varejista, ocorre devido a devoluções causadas por produtos dani�cados,
onde sempre surge a questão de quem é a responsabilidade sobre os danos
causados ao produto. O comercio varejista tende a responsabilizar o sistema de
transporte ou defeitos de fabricação. Os fornecedores suspeitam do abuso do
comercio varejista. Esse con�ito muitas vezes levam as empresas ao extremo, não
aceitando as devoluções de seus produtos. As práticas de logística reversa só
poderão avançar se houver uma relação colaborativa entre fornecedor e comercio
varejista.
A e�ciência do projeto de logística reversa depende da forma como é planejado. De
acordo com Ferreira (2002), o objetivo fundamental da logística reversa é agregar
valor de alguma natureza a empresas através do retorno de seu produto �nal, ao
�nal do seu ciclo de vida. Os ganhos materiais dependem do segmento de cada
empresa. O objetivo estratégico, econômico, competitivo e ecológico in�uencia
diretamente nas decisões das empresas de adotarem a política reversa.
CUSTOS EM LOGÍSTICA REVERSA
Os processos de logística reversa podem trazer ganhos e perdas para a empresa. O
reaproveitamento de materiais e embalagens estimula novas iniciativas e melhorias
no processo de logística reversa, mesmo tendo custos para que estes materiais
retornem a empresa, há economia para a empresa e para o meio ambiente. Custos
muitas vezes altos para as empresas no processo de logística reversa referem-se a
produtos que retornam devido às falhas de produção, emissão de produtos errados,
produtos em desacordo com a necessidade do cliente. Neste tipo de processo,
existem custos em duplicidade quanto à armazenagem, distribuição e processos.
O retorno do produto à empresa deve ser considerado desde
sua fase de desenvolvimento, sendo planejado durante o
estudo da matéria-prima a ser utilizada no produto e não
apenas quando no momento que o produto necessite deste
retorno.
Existem várias maneiras de o produto retornar à empresa. Dentre elas, estão às
campanhas de reciclagem, acordo entre fornecedor e canal de vendas, empresas de
reciclagem. Além disso, segundo Lacerda (2009, p. 2) os produtos podem ser
revendidos se ainda estiverem em condições adequadas de comercialização,
recondicionadas desde que haja justi�cativa econômica e recicladas se não houver
possibilidade de recuperação gerando materiais que retornam ao sistema produtivo,
ou em ultimo caso, descarte.
 
Figura 2: Atividades típicas do processo logístico reverso. Fonte: Lacerda (2009, p. 3)
Para reaproveitar o volume de matérias-primas gerado pela logística reversa, o
mercado deverá superar alguns preconceitos quanto à utilização de matéria-prima
reciclada, como exemplo a baixa qualidade do material reciclado, já que o material
reciclado pode ter a mesma qualidade de uma matéria-prima nova desde que tenha
o tratamento adequado durante o período de reciclagem. Isso pode gerar a
necessidade de existir certi�cação ou comprovação da qualidade referente à
matéria-prima reciclada. Outro preconceito a ser combatido seria quanto a não
contribuição por parte do consumidor �nal na devolução dos produtos. Para isso, os
fabricantes devem dispor de canais logísticos que suportem essa operação.
A utilização do material reciclado apresentam algumas vantagens em relação à
matéria-prima original, entre elas menores preçosde mercado, escassez da matéria-
prima nova, economia no consumo de recursos naturais (energia elétrica, água) e
vantagem competitiva com a melhora da imagem da empresa.
Porém para que esta matéria-prima retorne, a empresa terá custos tanto se
programar canais logísticos para o �uxo cliente-empresa ou se adquirir matéria-
prima já recolhida e disponível para ser reciclada.
Segundo Ballou (2006, p. 67) “a estratégia logística normalmente se desenvolve em
torno de três objetivos principais: redução de custos, redução de capital e melhoria de
serviços.” Visando o objetivo de redução de custos, a logística reversa pode contribuir
quando a matéria-prima originada de um produto retorne a empresa para ser
utilizada novamente.
Considerando o �uxo da logística reversa, as empresas são responsáveis pelo
produto até o seu retorno na empresa, seja para reutilização ou descarte. Para isso é
necessário um sistema de custeio que englobe esse procedimento além de um
sistema de informações gerenciais.
O sistema de custeio que pode ser abordado, considerando o sistema de logística
reversa, é o Custeio do Ciclo de Vida Total. Este tipo de custeio engloba o custo total
que a empresa tem do início ao �m do ciclo de vida do produto.
Considerando o custo total do ciclo de vida, identi�cando os custos diretos e indiretos,
as empresas são capazes de projetar e tomar decisões que resultem em redução de
custos de longo prazo. Minimizar custos pode reduzir o desperdício além de outros
impactos no meio ambiente.
Elaborar um bom relatório de ciclo de vida do produto traz a empresa uma série de
benefícios. Segundo Horngreen et AL (2000, apud GONÇALVES, 2011) os benefícios
são:
A evidenciação de todo o conjunto de receitas e despesas associadas a cada produto,
o destaque do percentual de custos totais incorridos nos primeiros estágios e permite
que as relações entre as categorias de custo da atividade se sobressaiam.
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PARA AS EMPRESAS
CONCEITO
A Lei Federal nº 12305/2010 que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS) trata das diretrizes gerais quanto ao retorno de resíduos sólidos de alguns
produtos.
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010b) reforçou a necessidade da
preocupação ambiental, social e econômica dos resíduos sólidos, incentivando a
adequação do tratamento e disposição, bem como intensi�cando a importância da
coleta pelas cooperativas de catadores. Entre as novidades está à inserção da
logística reversa como um dos instrumentos dessa política (artigo 3º) e a
obrigatoriedade de gerenciamento dos resíduos gerados pós- consumo (artigos 32º e
33º), tanto para fabricantes, distribuidores e vendedores, de modo a oferecer um
destino ambientalmente sustentável. Essa medida é válida para materiais agrotóxicos,
pilhas, baterias, pneus, óleo, lubri�cantes, lâmpadas e eletroeletrônicos.
Segundo NOGUEIRA (2008) logística reversa pode ser entendida como: Quando
falamos em logística imaginamos um �uxo de produtos, desde o momento em que é
gerada a necessidade de atendimento de um produto até sua chegada ao cliente que
estará aguardando sua chegada. Mas é importante ressaltar que existe um �uxo
reverso, do ponto de consumo até o ponto onde este produto teve seu início de
produção. Este �uxo reverso precisa ser gerenciado para obtenção de ganhos
expressivos nos negócios.
Segundo NOGUEIRA (2008), como pontos importantes nesta rede de recuperação dos
produtos, ressaltam-se os de suma importância:
Coleta
Inspeção
Reprocessamento
Disposição
Redistribuição
A legislação também determina que as pessoas façam a separação doméstica nas
cidades onde há coleta seletiva. Com as proposta dessa Lei, os catadores e a
indústria de reciclagem devem receber incentivos da União. Além disso, os municípios
só receberão recursos do governo federal para projetos de limpeza pública e manejo
de resíduos depois de aprovarem planos de gestão se adotar algumas medidas
indicadas nessa regulamentação. É importante re�etir que é necessário um prazo de
adaptação para que as empresas possam empregar tais medidas e não sofrer
penalidades.
Nesse sentido, �ca proibida a destinação dos resíduos orgânicos e, lixões, exigindo
que as municipalidades façam uma adequação do sistema de coleta de resíduos
domiciliares em aterros sanitários próprios ou consorciados. Por outro lado, também
não será permitida a entrada e a existência de catadores em lixões. De acordo com o
Ministério do Meio Ambiente, a produção diária de lixo nas cidades brasileiras chega a
150 mil toneladas. Deste total, 59% vão para lixões e apenas 13% são reaproveitados.
O ministério informou ainda que Orçamento de 2011 prevê R$ 1 bilhão para
�nanciamentos e incentivos do governo a reciclagem. Além disso, a Caixa Econômica
Federal terá R$ 500 milhões disponíveis em crédito para cooperativas de catadores e
projetos que tratam de manejo de resíduos (MMA, 2010).
Segundo o inciso XII do artigo 3º da lei conceitua a logística reversa como:
[...] instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a
restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu
ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação �nal ambientalmente
adequada.
O artigo 30 da Lei 12305/2010 informa que
[...] a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser
implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
De acordo com o artigo 33 da Lei 12305/2010 são obrigados a estruturar e
implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso
pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de
manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes de:
I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja
embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de
gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
IV - óleos lubri�cantes, seus resíduos e embalagens;
V - lâmpadas �uorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos
eletroeletrônicos e seus componentes.
§ 1º Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais e termos de
compromisso �rmados entre o poder público e o setor empresarial, os sistemas
previstos no caput serão estendidos a produtos comercializados em embalagens
plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens, considerando,
prioritariamente, o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente
dos resíduos gerados.
As medidas necessárias para a implementação e operacionalização do sistema de
logística reversa, segundo o § 3º podem ser:
I - implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados;
II - disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis;
III - atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de associação de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, nos casos de que trata o § 1o.
Com a adoção dessas dentre outras medidas, as empresas podem reduzir seus
custos, cumprir com a legislação, bene�ciar o meio ambiente, melhorando sua
imagem e agregando valor ao seu produto.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
A logística reversa dos materiais gera menos valor agregado ao produto, novos
empregos para as pessoas que não tem nenhuma quali�cação e os gastos com a
limpeza pública são menores.
Os processos de logística reversa têm trazido consideráveis retornos para as
empresas. O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens
retornáveis trazem ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas e esforços
emdesenvolvimento e melhoria nos processos de logística reversa, utilizada assim em
prol as empresas, transformando materiais, que seriam inutilizados, em matérias
prima, reduzindo assim, os custos da empresa.
Logística Reversa tem como objetivo principal, atender a sustentabilidade do meio
ambiente, de “volta à origem”, ou seja, a empresa que produziu o produto é a
responsável em dar destinos adequados a esse lixo gerado após o consumo fazendo
o processo reverso para trazer o “lixo” até a empresa para serem processados de
forma correta, seja para serem consertados, refurbishing, remanufatura, reciclagem
ou reutilização do produto já que muito que é jogado fora pode entrar no processo de
fabricação novamente, assim reduzindo custos à empresa.
Desta forma, além das possíveis oportunidades econômicas oriundas deste
“reaproveitamento”, “reutilização”, “reprocessamento”, “reciclagem”, empresas e
governantes também se utilizam destas preocupações como forma de diferenciação
mercadológica para seus produtos e interesses políticos respectivamente verdadeira
ou enganosamente, posicionando-se no mercado com vantagens competitivas
ligadas ao aspecto ecológico.
Apresenta- se, alguns exemplos de reciclagem e reaproveitamento de materiais do
site econews, são eles:
Cascos de vidros são usados na fabricação de novos vidros, o que permite economia
de energia.
 O reaproveitamento do plástico ajuda a poupar petróleo e, portanto, dinheiro.
 Reciclar papel, além de economia, signi�ca menos árvores derrubadas.
 No processo de reciclagem, que além de preservar o meio ambiente também gera
riquezas, os materiais mais reciclados são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico.
Esta reciclagem contribui para a diminuição signi�cativa da poluição do solo, da água
e do ar. Muitas indústrias estão reciclando materiais como uma forma de reduzir os
custos de produção.
Um outro benefício da reciclagem é a quantidade de empregos que ela tem gerado
nas grandes cidades. Muitos desempregados estão buscando trabalho neste setor e
conseguindo renda para manterem suas famílias.
Cooperativas de catadores de papel e alumínio já são uma boa realidade nos centros
urbanos do Brasil.
IMPORTÂNCIA SOCIAL
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada pelo IBGE no
ano de 2000 hoje a cada 1000 (mil) habitantes 1 (um) é catador; coleta- se no Brasil
diariamente 125,281 mil toneladas dos resíduos domiciliares.
Os chamados “catadores” contribuem para a limpeza das cidades, bairros, como os
catadores recolhem os materiais recicláveis, o governo não gasta com o transporte
de caminhões que levariam os mesmos para aterros e nem a construção de novos
aterros.
Através da coleta seletiva usa-se a logística reversa como um dos meios de coleta
dos resíduos sólidos.
A coleta seletiva trás para a sociedade mais empregos, menos gastos com os
produtos que já foram reciclados e menos lixões e aterros sanitários, pois os dejetos
que iriam ser despejados nos mesmos estão sendo reutilizados para fazer novos
produtos.
Para que a coleta seletiva possa acontecer, o material que irá ser recolhido deve ser
sempre separado e acondicionado.
A partir do processo de reciclagem abram-se as portas para novos empregos, para
aqueles que através do roubo da marginalização, descobrem na reciclagem uma vida
nova, tanto para eles como para os materiais. Inicia- se as cooperativas de
reciclagem, oportunidades para todo e qualquer cidadão, projetos de mobilização
comunitária, exercícios de cidadania para a busca de soluções para a questão do lixo.
Muitos produtos se tornam obsoletos, dani�cados, ou não funcionam e de algum
modo devem retornar ao seu ponto de origem, à empresa que o fabricou para serem
descartados de forma adequada, seja para reparos ou para serem reaproveitados na
produção. Do ponto de vista �nanceiro, �ca evidente que além dos custos de compra
de matéria prima, produção, armazenagem e estocagem, o ciclo de vida inclui
também outros custos que estão relacionados a todo o gerenciamento do seu �uxo
reverso. Do ponto de vista ambiental, esta é uma forma de avaliar qual o impacto que
um produto trás ao meio ambiente durante toda sua vida.
Esta abordagem sistêmica é fundamental para planejar a utilização dos recursos
logísticos de forma a contemplar todas as etapas do ciclo de resíduos sólidos.
O produto pode ser reaproveitado, evitando geração de resíduos sólidos e
disponibilizando matéria prima no estágio secundário para o setor produtivo, o que
necessita de investimentos na reversão do ciclo, nem sempre lucrativos
individualmente, mas extremamente rentável ao meio ambiente. O ciclo se resume em
cinco processos:
Consumidor: ao adquirir um novo equipamento, o consumidor se desfaz do antigo
que pode retornar ao processo produtivo na forma de matéria prima para
fabricação de outros produtos.
Loja: o comércio varejista, assim como os fabricantes deve assumir o compromisso
de facilitar o retorno dos produtos ao processo produtivo, evitando destinos �nais
inadequados.
Indústria: o setor produtivo deve investir na reversão do processo, mas lucre, muitas
vezes, na obtenção de matéria prima de menor custo, ao mesmo tempo monetário
e ambiental.
Reversão: após sua utilização o produto, ou material do qual é constituído retorna
ao início do processo para remanufatura, ou seja, transformação em um produto
novo.
Descarte: o descarte deve ser feito com responsabilidade em último caso, não
havendo possibilidade alguma do produto coletado retornar ao processo produtivo,
com isso a empresa se encarrega de dar a destinação correta sem “agredir” a
sociedade e o meio ambiente.
DESAFIOS FUTUROS
CONCEITO
A logística reversa é um enorme desa�o para todas as empresas e organizações, e
também para a criação de novas empresas, que vêem nesta área uma oportunidade
única para investimento, possibilitando o aparecimento de novos lucros, pois, cada
vez mais, os produtos em �m de ciclo de vida deverão ser decompostos em
componentes recicláveis ou em caso de não ser possível, esses componentes serem
depositados em local seguro.
A evolução e progresso da logística reversa, a nível tecnológico, têm permitido a
descoberta de novos equipamentos e de novos processos de decomposição e de
transformação química, contribuindo, assim, para que o objetivo de atingirmos, os 100%
de componentes recicláveis ou reaproveitáveis.
Trata-se de uma nova área de negócio, em todos os sentidos, potenciando a criação
e desenvolvimento de empresas especializadas nesta área, contribuíndo, não só, para
agregar valor, empregando mais pessoas, mas também tentando inverter, ou mesmo
regredir, o processo de deteriorização do nosso meio ambiente. Muitas empresas e
organizações, consideram a logística reversa um custo.
Algumas empresas, encaram a logística reversa como uma oportunidade nova para
obter ganhos signi�cativos com a otimização dos processos logísticos, tendo ganhos
e agregando valor, através dos subprodutos gerados.
A logística reversa deve ser encarada, nas empresas e organizações, como uma
atividade transversal a todos os departamentos, pois, só assim será possível obter
ganhos operacionais e �nanceiros relevantes. Toda a organização deverá colaborar e
participar nos processos inerentes a esta atividade, desde o presidente executivo,
passando pelos vários departamentos, recursos humanos, marketing, comercial,
�nanceiro, até à produção.
A logística reversa é um processo chave na �delização dos clientes, não só, pelos
processos de devoluções, satisfazendo as necessidades dos clientes, mas também
pelo processo de pós-venda, no qual o cliente é assistido e aconselhado, permitindo a
sua satisfação plena, com a qualidade do serviço prestado por determinada empresa
ou organização.
A sustentabilidade do nosso planeta a nível ambiental, a legislação ambiental cada
vez mais restritiva e a escassez de recursos naturais, são os principais fatores que
contribuem para que a logística reversa seja a área da logística com um futuro
promissor. Cada vez mais, os clientes valorizamas empresas que possuem políticas
ambientais mais exigentes, sendo um fator de competitividade entre empresas e logo
uma estratégia de diferenciação entre empresas concorrentes.
Todos nós, estamos contribuindo no processo da logística reversa, quando fazemos a
separação dos vários resíduos e embalagens dos produtos que consumimos no nosso
dia-a-dia, e os colocamos nos recipientes adequados para recolhimento, e posterior
reciclagem, ou caso não seja possível, a deposição em local seguro. Somente através
de uma postura pró-ativa, neste domínio, poderemos dar uma forte contribuição para
a diminuição dos detritos e desperdícios, que não sendo separados e recolhidos, não
sofrerão um processo de reciclagem, sendo o seu destino mais provável, um aterro ou
uma lixeira.
Nos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, ainda existem lixeiras a céu
aberto, o que será insustentável dentro de poucos anos. As políticas e diretivas
ambientais, deverão passar por acordos globais, a nível mundial, e para que sejam
cumpridos, será necessária uma �scalização isenta, e�ciente e objetiva, de modo que
os governos locais, por vezes, mais preocupados com as questões econômicas, não
passem para segundo plano os temas relacionados com o meio ambiente, ignorando
e violando mesmo, algumas vezes,a própria legislação ambiental.
Assim, todos nós participamos no processo da logística reversa, e devemos ter uma
postura de conscientização dos nossos familiares mais próximos, no sentido de cada
vez mais pessoas terem a noção da importância desta questão, contribuindo para a
sustentabilidade do nosso meio ambiente.
RESUMO
 
A logística reversa também é conhecida por reversível, inversa ou verde, sendo a área
da logística que trata, genericamente, do �uxo físico de produtos, embalagens ou
outros materiais, desde o ponto de consumo até ao local de origem. Os processos de
logística reversa já existiam, mas não eram tratados e denominados como tal, como
por exemplo, o retorno das garrafas (vasilhame) e o recolhimento de lixos e resíduos.
Atualmente é uma preocupação constante para todas as empresas e organizações
públicas e privadas, tendo quatro grandes pilares de sustentação: a conscientização
dos problemas ambientais; a sobrelotação dos aterros; a escassez de matérias
primas; as políticas e a legislação ambiental.
A logística reversa aborda a questão da recuperação de produtos, parte de produtos,
embalagens, materiais, dentre outros, desde o ponto de consumo até ao local de
origem ou de deposição em local seguro, com o menor risco ambiental possível.
Assim, a logística inversa trata de um tema bastante sensível e muito oportuno, em
que o desenvolvimento sustentável e as políticas ambientais, são relevantes na
atualidade.
Atualmente a logística não aborda somente os �uxos físicos e informacionais
tradicionais, desde o ponto de origem, até ao local de consumo. É muito mais
abrangente, envolvendo todos os �uxos físicos, informacionais, toda a gestão de
materiais e toda a informação inerente, nos dois sentidos, direto e inverso. A logística
reversa tem um papel preponderante, neste novo conceito de logística, muito mais
global e abrangente.
O conceito de logística reversa, tem várias de�nições, em função dos autores ou
organismos em causa. São duas de�nições de logística reversa, segundo o CSCMP
(Council of Supply Chain Management Pro�ssionals) uma organização internacional, e
segundo os autores Rogers e Tibben-Lembke, que tem dedicado grande parte do seu
tempo à investigação, desenvolvimento e sistematização desta área da logística:
1) Segundo o CSCMP, logística é «a parte do processo da cadeia de abastecimento
que planeja, implementa e controla o e�ciente e e�caz �uxo direto e inverso (logística
reversa), e a armazenagem de produtos, serviços e informação relacionada, desde o
ponto de origem até ao ponto de consumo, em ordem a satisfazer os requisitos dos
clientes».
2) Segundo os autores Rogers e Tibben-Lembke (1998), a logística reversa pode ser
de�nida como: «o processo de planejamento, implementação e controle da e�ciência
e e�cácia e dos custos, dos �uxos de matérias-primas, produtos em curso, produtos
acabados e informação relacionada, desde  o ponto de consumo até ao ponto de
origem, com o objetivo de realizar a deposição adequada».
Em resumo, a logística reversa tem como objetivo principal, planejar, implementar e
controlar de um modo e�ciente e e�caz: o retorno ou a recuperação de produtos; a
redução do consumo de matérias primas; a reciclagem, a substituição e a reutilização
de materiais; a deposição de resíduos; a reparação e refabricação de produtos;
fechando o circuito da cadeia de abastecimento de uma forma completa, sendo o
ciclo logístico.
ESTUDO DE CASO
ESTUDO DE CASO
Realizar uma pesquisa qualitativa em organizações que utilizem a logística reversa
em sua gestão. Para poder colher informações sobre os desa�os dessa implantação,
as di�culdades encontradas e principalmente os resultados econômicos, sociais e
ambientais. Bem como o nível de competitividade da organização no mercado.
O estudo de caso possibilita uma pesquisa especí�ca em seu contexto, com a base
em múltiplas fontes de dados e oferece uma visão holística do fenômeno estudado
da situação complexa e relevante de pesquisa (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
Um estudo de caso também proporciona uma investigação dos fenômenos humanos
e sociais, com destaque para o estudo de caso qualitativo e a sua utilização na área
de organizações (GODOY, 2007). A autora considera a versatilidade do estudo de
caso tem contribuído para a sua disseminação em estudos organizacionais.
Entrevistar gestores que adotaram a logística reversa como ferramenta de gestão em
algumas organizações.Na entrevista, o embasamento da entrevista em um tema
especí�co poderá não ser incompatível com a profundidade das experiências de vida,
atitudes e valores dos pesquisados. Pois nos estudos organizacionais a tematização e
profundidade precisam caminhar juntas.
A utilização dessa prática permite obter uma grande quantidade de informações,
oferecendo ao investigador a oportunidade do aprofundamento de pontos relevantes
e inserir-se num processo de perguntas e respostas que proporcionam uma
conversação franca, aberta, direta e �exível.
GLOSSÁRIO
 
Acordo Setorial:  ato de natureza contratual �rmado entre o poder público e
fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a
implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto (Artigo
3º, Inciso I da Lei nº 12.305/2010).
Ciclo de Vida do Produto:  série de etapas que envolvem o desenvolvimento do
produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo
e a disposição �nal (Artigo 3º, Inciso IV da Lei nº 12.305/2010).
Coleta Seletiva:  coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua
constituição ou composição (Artigo 3º, Inciso V da Lei nº 12.305/2010).
Logística Reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado
por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a
restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu
ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação �nal ambientalmente
adequada (Artigo 3º, Inciso XII da Lei nº 12.305/2010).
Recipiente coletor:  Recipiente apropriado para o depósito e armazenamento
temporário dos RESÍDUOS descartados pelos Consumidores ou gerados no local,
para posterior encaminhamento ao destino especi�cado pelo SISTEMA.
Rejeitos:  resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de
tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente
viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição �nal
ambientalmente adequada (Artigo 3º, Inciso XV da Lei nº 12.305/2010).
Resíduos Pós-Consumo de Signi�cativo Impacto Ambiental (RESÍDUOS):  São os
resíduos provenientes de produtos e embalagens que, após o consumo, resultam em
signi�cativo impacto ambiental, conforme

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