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Hiperadrenocorticismo em Cães

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HIPERADRENOCORTICISMO 
1 
 
INTRODUÇÃO 
 
Legenda: Esquemas representativos da anatomia canina evidenciando a 
forma e posição das glândulas adrenais em relação às estruturas 
adjacentes (MOURA, 2015) 
• “Síndrome de Cushing” 
• O hiperadrenocorticismo é uma desordem 
associada a taxas excessivas de 
glicocorticoides endógenos, caracterizada por: 
- Poliúria (excesso de xixi) 
- Polidipsia (sede anormal) 
- Alopecia bilateral simétrica 
- Pele Adelgaçada e Hipotônica (fina) 
- Redução da musculatura esquelética. 
• O córtex adrenal é dividido em 3 zonas 
 
Legenda: Esquema das zonas medular e cortical em um corte da 
adrenal. Fonte: Universidade Federal Fluminense, 2020 
- Zona glomerulosa: é a zona mais superficial, 
compreendendo a camada externa, que 
atinge 15% do córtex, sendo responsável por 
secretar mineralocorticoides, principalmente 
a aldosterona. 
- Zona fasciculada: localizada na região 
média do córtex, a zona fasciculada 
compreende 80% do volume cortical, 
responsável pela secreção de glicocorticoides, 
principalmente o cortisol. 
- Zona reticulada: localizada na região mais 
interna do córtex, essa região compreende os 
5% restantes, que é responsável por secretar 
diversos hormônios sexuais (JERICÓ et al., 
2015) 
INCIDÊNCIA E PREVALENCIA 
• Endocrinopatia frequentemente 
diagnosticada na espécie canina 
• 1 a 2 casos para cada 1.000 atendidos 
• HAC hipófise dependente 
- Cães com mais de 6 anos de idade (média 11 
anos) 
- 75% dos cães têm menos de 20 kg 
 
• HAC hipófise-dependente 
- Racial - Boxer, Boston Terrier, POODLE, 
Teckel, Beagle, Yorkshire Terrier, labrador 
 
• HAC – neoplasia de adrenal 
- Idosos – 90% com mais de 9 anos de idade 
- Fêmeas 
- Até 50% pesam mais de 20 kg 
CLASSIFICAÇÃO 
• Endógena -HAC hipofisário ou HAC ACTH 
- ACTH-dependentes 
- Dependente, quando provém de um tumor 
corticotrófico secretor de ACTH, causando 
hiperplasia adrenocortical bilateral e 
aumento da secreção de cortisol; 
- Hiperplasia adrenocortical bilateral 
idiopática • Hipersecreção de ACTH – hipófise 
dependente (85% dos casos) – tumor 
corticotrófico 
 
 
2 
 
• HAC adrenocortical ou hipercortisolismo ACTH- 
- Independente, proveniente de um tumor no 
córtex adrenal; 
- Neoplasia adrenal (ACTH-
independente) 
- Adenomas e adenocarcinomas 
- 15 a 20% dos casos 
 
 
 
• HAC iatrogênico 
- Iatrogênica 
- Proveniente da administração crônica e 
excessiva de glicocorticoides exógenos 
(FELDMAN, 2012; DE MARCO, 2016b). 
- Glicocorticóides exógenos – via oral, 
parenteral, tópica 
 
 
SINTOMAS 
 
• INICIAIS 
- Poliúria 
- Polidipsia 
- 6 a 12 meses antes dos sinais cutâneos 
 -> Aumento da TFG 
 -> Inibição da liberação de ADH 
 -> Ou resposta diminuída ao ADH nos 
receptores renais 
 
• ABDOMEN PENDULAR 
- 80% dos casos 
 -> Acúmulo de tecido adiposo em região 
abdominal 
 -> Atrofia dos músculos cutâneos 
(catabolismo proteico) 
 -> Corticoides tem ação direta no tecido 
adiposo -> alteram a mobilização lipídica e 
seu acúmulo 
 -> Hepatomegalia -> Esteatose hepática 
 
 
 
• SINAIS CUTÂNEOS 
- 60 a 90% dos caosos 
- Pele adelgaçada e hipotônica (queda da 
síntese de DNA, inibição da divisão celular) 
- Fácil surgimento de lesões (petéquias, 
equimoses, fragilidade capilar) 
- Supressão da mitose folicular e supressão 
imunopática local - piodermites 
- Cura deficiente de ferimentos 
 -> Diminuição da síntese de colágeno sobre 
os fibroblastos 
- Alopecia bilateral simétrica – tende a 
poupar cabeça e extremidades 
- Pêlo facilmente epilável 
- Distúrbios pigmentares na pele 
 -> Hipo ou hipergmentação 
- Calcinose cutânea 
 -> Mineralização da pele em alguns pontos 
(dorso, região inguinal e axilar) 
 -> Ocasionalmente circundada por halo 
eritematoso – pruriginosa 
 
Legenda: Cadela, SRD, castrada, de aproximadamente 15 anos 
apresentando sinais clínicos típicos de HAC. A: hiperpigmentação 
da pele e telangiectasia. B: alterações oculares compatíveis com 
catarata bilateral. C: Alopecia na região peitoral. Alopecia na 
região da calda. Fonte: arquivo pessoal dos autores. 
 
3 
 
SINAIS GERAIS 
• Anormalidades músculo-esqueléticas 
- Atrofia (músculo da cabeça, coxa e pelve) 
- Rigidez e aumento de volume muscular 
devido à miotomia 
 -> EFEITOS CATBÓLICOS ESTEROIDAIS 
- Intolerância ao exercício, cansaço fácil, 
incapacidade de subir escadas 
• Hepatomegalia palpável 
• Osteoporose 
- Perda da matriz óssea – presença ou não de 
fraturas patológicas 
• Hipocalemia 
• Virilismo nas fêmeas (aumento na secreção 
de andrógenos) 
• Anestro persistente, hipertrofia de clitóris 
• Atrofia testicular em machos 
• Diabetes Mellitus em 10 a 15% dos cães 
• MACROADENOMA HIPOFISÁRIO 
- Ataxia 
- Síndrome de Horner 
- Anisocoria 
- Andar em círculos 
DIAGNÓSTICO 
 
• POLIÚRIA E POLIDIPSIA 
- Nefropatia 
- Hepatopatia 
- Diabetes Mellitus 
- Diabetes Insípidus 
 
• Após o desenvolvimento dos sinais cutâneos 
- Hipotireoidismo e desequilíbrio dos 
hormônios sexuais 
 
• Hemograma 
- Leucocitose por neutrofilia 
- Linfopenia 
- Monocitose 
- Eosinopenia 
 
• Urinálise 
- Densidade baixa – quando cão tem livre 
acesso à água 
- Infecções do trato urinário 
- Glicosúria em 5% dos casos 
 
• Bioquímica sérica 
- Hiperglicemia 
- Aumento de FA – 95% dos casos 
 -> Isoenzima hepática em cães 
- Aumento de ALT 
 -> Edema dos hepatócitos e necrose 
hepatocelular –esteatose hepática 
- Aumento de colesterol e triglicérides 
 -> Lipólise da gordura visceral e 
prejudicada remoção dos triglicerídeos 
plasmáticos 
- Hormônios Tireoideanos 
 -> Diminuição T3 e T4 – rompimento da 
ligação hormônio proteína causado pelos 
corticóides 
 -> Diminuição da secreção do TSH 
hipofisário 
 
• Hipertensão arterial sistêmica – mais de 60% dos 
cães 
- Hipertrofia ventricular esquerda 
- Hipercortisolismo crônico leva a uma maior 
sensibilidade às catecolaminas, maior 
secreção de renina e redução de 
prostaglandinas vasodilatadoras, retenção 
de sódio 
- Monitorar todos os pacientes 
• Exame Radiográfico e Ultrassonográfico 
- Hepatomegalia, osteoporose, mineralização 
dos tecidos moles (pulmões, pele e rins) 
- Neoplasias adrenais 
 
Legenda: Imagens ultrassonográficas das adrenais de um cão, macho de 11 anos de 
idade com HAC adrenal dependente. A, Tumor secretor de cortisol na adrenal 
direita. B, Adrenal esquerda com extensa atrofia devido à supressão hipofisária da 
secreção de hormônio adrenocorticotrópico após a inibição por feed back negativo 
causado por tumor adrenocortical (NELSON, et al.,2015). 
• Radiografia 
• Exame histopatológico
HIPERADRENOCORTICISMO 
4 
 
TESTES DE FUNÇÃO ADRENAL 
CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE CORTISOL 
• Não é confiável 
• Variações diurnas 
• Estresse 
• 50% dos cães com HAC – concentrações 
normais 
TESTE DE SUPRESSÃO COM 
DEXAMETASONA EM BAIXAS DOSES 
• A administração de baixa dose de 
dexametasona gera um feedback negativo 
suficiente em cães sem alterações clínicas, 
causando supressão na liberação de ACTH 
hipofisário e, consequentemente, 
diminuindo a concentração de cortisol 
presente no plasma, por cerca de 24 a 48 
horas 
• Documenta HAC – sensibilidade entre 85 a 
100% 
- Não diferencia o tipo 
• Administração intravenosa de dexametasona 
- 0,01 mg/kg – cães • 0,1 mg/kg – gatos 
• Cortisol sérico 
- Antes, 4 e 8 horas após • Cão normal: < 1,4 
µL/dL após 8 horas 
• Hiperplasia adrenal hipófise dependente 
- Elevação acima dos níveis normais após 8 
horas 
• Tumores adrenocorticais 
- Não há diminuição nos níveis séricos – 
secretam independentemente do eixo 
 
Legenda: Tabela de interpretação do teste de supressão com 
baixa dose de dexametasona 
 
 
TESTE DE SUPRESSÃO COM 
DEXAMETASONA EM ALTAS DOSES 
• Diferencia entre hiperplasia e neoplasia 
adrenocortical? 
- 20 a 30% dos cães com HACHD podem não 
suprimir 
• Administração intravenosa de 0,1 mg/kg de 
dexametasona 
• Cortisolsérico 
- Antes, 4 e 8 horas após 
• HAC hipófise-dependente – supressão completa 
com 4 horas (50% do basal) 
• Neoplasia adrenal – não há supressão 
• Ainda que cães com hiperadrenocorticismo 
hipófise-dependente apresentem resistência 
à ação de baixas doses de dexametasona (0,01 
mg/kg IV), é esperado que doses mais altas 
(0,1 mg/kg IV) sejam eficientes para inibir 
elevados níveis de ACTH e, 
consequentemente, de cortisol mediante 
feedback negativo. 
• Os níveis de hormônio adrenocorticotrófico 
já estarão suprimidos de maneira 
crônica em cães que apresentam tumores 
adrenocorticais, não ocorrendo supressão 
do cortisol por meio de altas doses de 
dexametasona 
TESTE DE ESTIMULAÇÃO COM ACTH 
• O teste com ACTH analisa a resposta da 
glândula adrenal em relação ao 
estímulo por ACTH exógeno. Antes da 
primeira aplicação de ACTH sintético é 
colhida uma amostra de sangue do 
paciente, logo após é realizada a 
aplicação na dosagem de 5 μg/kg, por via 
intravenosa, e após 1 hora da 
administração é realizada uma nova 
coleta para mesurar o cortisol sério 
• Estimulação é anormal em 85% dos cães 
com HACHD e 60% com HACAD 
• ACTH sintético - 5 μg/kg, por via 
intravenosa 
 
5 
 
• Cortisol sérico 
- Antes e uma hora após 
- Cortisol - 21 μg/dℓ - HAC espontâneo 
- Cortisol entre 16 e 21 21 μg/dℓ - suspeito 
– RETESTAR 
• Melhor teste para diferenciar HAC 
iatrogênico do endógeno 
• HAC hipófise-dependente – resposta 
exagerada 
• HAC iatrogênico – pouca ou nenhuma 
resposta (0,5 a 0,6 mg/dL) 
Estimulação com ACTH e mensuração da 17- 
hidroxiprogesterona e outros hormônios 
esteroidais 
• Alguns animais apresentam altas 
concentrações de hormônios precursores do 
cortisol 
- 11-desoxicortisol, desoxicorticosterona, 
aldosterona, progesterona, 17- 
hidroxiprogesterona, estrógenos ou 
andrógenos 
• Teste de supressão com baixa dose e 
estimulação com ACTH normais – “HAC 
ATÍPICO” 
• Estimulação com ACTH para dosar cortisol e 
outros esteroides “Painel androgênico ou 
esteroide” 
• RARO e acurácia do exame é inferior – sempre 
associar aos sinais clínicos 
TRATAMENTO 
HAC HIPÓFISE-DEPENDENTE 
• Mitotano 
- Necrose e atrofia 
seletiva do córtex da 
adrenal 
• Terapia de indução 
 -> 25 mg/kg/bid – Via 
oral com alimento até 
diminuição dos sintomas 
 • 5 a 9 dias – até 21 dias 
 -> Interromper a administração antes de 
apresentar anorexia 
 -> Diminuição: Apetite e consumo de água 
 -> Êmese, diarreia, apatia 
• Mitotano 
- Reavaliar após 8-9 dias de tratamento 
 -> Anamnese, exame físico, teste de 
estimulação com ACTH 
- Boa resposta – cortisol pré e pós ACTH – 2 a 
5 mg/dL 
- Resposta normal ou exagerada -> Manter a 
medicação 3 a 7 dias 
- Repetir a estimulação a cada 7-10 dias 
• Terapia de manutenção - 50 mg/kg a cada 7 
dias (pode ser fracionado) 
- 25 a 100 mg/kg a cada 7 dias 
- Cortisol pós-estimulação entre 2 e 5 mg/dL 
– controle satisfatório 
- Superior a 5 mg/dL - aumentar a dose 
- Inferior a 2 mg/dL – reduzir ou suspender 
 
- Hipoadrenocorticismo iatrogênico 
 
• Tratamento 
- Realizar teste de estimulação 1 a 3 meses 
após o início da manutenção 
- Resultado > 5 mg/dL – aumentar a dose do 
Mitotano 
- Resultado > 22 mg/dL – retornar à terapia 
diária como na indução 
- 60% dos cães – recidivas no primeiro ano 
- Aumento da atividade do cão -`1ª a 2ª 
semanas 
- Fraqueza muscular e abdomen penduloso – 
melhora após semanas 
- Quadro dermatológico – melhora após 
semanas a meses 
TRILOSTANO 
• Inibidor reversivo 
da enzima 3-beta 
hidroxiesteróide 
desidrogenase ➔ 
Pregnenolona 
 
 
• Inibe a formação de cortisol e aldosterona 
• 2 a 6 mg/kg/dia – fracionar em duas vezes 
 
6 
 
• Administrar com alimentos 
• Teste de Estimulação com ACTH 
- 30 dias após o início da terapia – 4 a 6 
horas após administração 
• Efeito semelhante ao mitotano 
 
• Manutenção 
- Estimulação com ACTH – 4 horas após 
- Exemplo 
 -> 8:00 h - Trilostano 
 -> 12:00 h - Coleta cortisol basal + 
aplicação ACTH 
 -> 13:00 h – Coleta cortisol pós-ACTH 
 
 
HAC IATROGÊNICO 
• Suspensão gradativa do corticóide 
• Insuficiência hipotalâmica-hipofisária-
adrenal por 3 a 12 meses após o tratamento 
• Reposição 
- Hidrocortisona 0,2 a 0,5 mg/kg/dia 
- Prednisolona 0,1 a 0,2 mg/kg/dia 
 
TUMORES ADRENOCORTICAIS 
• Remoção cirúrgica + corticoterapia de 
manutenção 
• Prognóstico cirúrgico – reservado 
• Mitotano – neoplasias não operáveis 
 
COMPLICAÇÕES 
• Hipertensão sistêmica 
• Diabetes Mellitus 
• Insuficiência cardíaca 
• Infecções trato urinário 
• Tromboembolismo pulmonar 
• AVC

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