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TOXOPLASMOSE - Parasita intracelular. - No homem: retina, cérebro, pulmões miocárdio, fígado, gânglios linfáticos. - Nos felídeos: epitélio intestinal (ciclo sexuado), linfonodos, outros tecidos (ciclo assexuado) - Formas de resistência: oocistos, nas fezes dos gatos. FORMAS INFECTANTES - Taquizoíto: encontrado durante a fase aguda da infecção (forma proliferativa). São móveis e de multiplicação rápida. Pouco resistentes aos sucos gástricos. Encontrados em células do SFM, hepáticas, nervosas, musculares e secreções como saliva e leite. - Bradizoítos: presente na fase crônica da doença, encontrados em vários tecidos (muscular, esquelético, cardíaco, nervoso, retina). Resistem a tripsina e a pepsina e são viáveis por vários anos. - Oocisto: forma de resistência e infectante para o homem. Produzidos nas células intestinais dos felídeos, possuem parede dupla e são esféricos. No meio ambiente, contém 2 esporocistos, cada um com 4 esporozoítos, eliminados imaturos com as fezes. TRANSMISSÃO - Via oral: ingestão de água ou alimentos com cistos viáveis, ingestão de frutos mal lavados, ingestão de cistos em carnes, embutidos, leite bovino e materno (durante a fase aguda da doença) e saliva, ingestão de oocistos presentes no solo, areia, jardins, latas de lixo ou qualquer lugar contaminado com fezes de gato. - Congênita ou transplancentária: mãe em fase aguda ou reagudizada passa para o feto. - Cutânea: acidentes de laboratório. - Respiratória: oocisto na terra (viável por 18 meses) pode ir para poeira e ser inspirado. - Mucosa: mãos contaminadas em contato com as mucosas. - Genital: sangue menstrual, esperma, secreções. → Somente gatos jovens transmitem. HOSPEDEIROS - Intermediários: homem e outros mamíferos e as aves. - Definitivos: gatos. CICLO EVOLUTIVO PATOGENIA E IMUNIDADE - A patogenia está relacionada com a cepa do parasita, resistência do hospedeiro e o modo pelo qual ele se infecta. - A resposta imune envolve mecanismos humoral e celular. Quando um hospedeiro se infecta com o parasito ocorre a multiplicação e sua disseminação por todo o organismo. Durante este período, inicia-se a formação de anticorpos específicos responsáveis pela destruição dos taquizoítos extracelulares. TOXOPLASMOSE CONGÊNITA OU PRÉ-NATAL - Mãe na fase aguda da doença reagudização. - 1º trimestre: aborto. - 2º trimestre: aborto ou nascimento prematuro (criança normal ou com anomalias graves). 40 a 50 % dos fetos infectados acabam morrendo. - 3º trimestre: a criança pode nascer normal e apresentar sinais da doença alguns dias, semanas ou meses após o parto. - Pode ocorrer comprometimento ganglionar generalizado, anemia, miocardite, hepatoesplenomegalia, edema, trombocitopenia e lesões oculares. - Pode ocorrer encistamento das formas parasitárias, ocorrendo reagudização na idade adulta. - Sintomas: Síndrome de Sabin: coriorretinite, calcificações cerebrais, perturbações neurológicas, alteração do volume craniano. TOXOPLASMOSE PÓS-NATAL OU ADQUIRIDA - Pode ser assintomático ou sintomático. - Sintomas: febre, dor muscular, astenia, amigdalites, aumento dos gânglios. - Casos sintomáticos mais frequentes podem ser agrupados em 3 categorias: → Formas subclínicas: sem febre, duração pode variar de uma semana a alguns meses. Predomina a sensação de fadiga e há linfocitose. → Adenopatias ou ganglionar adquirida: há comprometimento ganglionar com febre alta. Os gânglios mais afetados são os cervicais. Causa cefaleia, anorexia, mal- estar, mialgias. → Ocular: retinocoroidite (foco coagulativo e necrose), as lesões pode, evoluir para cegueira parcial ou total ou cicatrizar (as cicatrizes são hiperpigmentadas por ruptura do pigmento retinal). - Cerebroespinhal ou meningocefálica: mais frequente em imunodeficientes, ocorre a reativação de cistos, causando cefaléia, febre, paralisia, perda de coordenação, confusão mental, convulsões, delírio e morte. - Generalizada: forma fatal e rara, há comprometimento dos tecidos atingidos. PROFILAXIA - Cozinhar bem carnes e embutidos. - Higiene de alimentos e das mãos. - Utilizar água tratada ou fervida por 10 min. - Congelar embutidos por 1 semana antes de consumir. - Cuidado no manejo das fezes dos gatos, preferencialmente incinera-las. - Criar gatos dentro de casa e com boa alimentação. - Exames pré-natal. DIAGNÓSTICO - Clínico: inconclusivo, com exceção do ocular. - Laboratorial: → Fase aguda: pesquisa de taquizoítos em sangue, leite, saliva. → Fase crônica: biópsia de tecidos. → Testes sorológicos ou imunológicos. → Toxoplasmose congênita: pesquisa de anticorpos IgM no soro do recém-nascido. → Toxoplasmose no adulto: testes sorológicos. → Toxoplasmose ocular: dados clínicos e exame de fundo de olho para observar as lesões na retina. - Toxoplasmose aguda: IgM positivo. - Inativo: IgG positivo. - Nunca exposto: IgM e IgG negativos. - Exposição recente: IgM positivo. Em 4 semanas o corpo substitui o anticorpo IgM pelo IgG. TRATAMENTO - Eficaz durante a fase aguda. - Cloridrato de clindamicina, sulfadiazina e meticortem (93% de cura). - Forma aguda: pirimetamina com sulfadiazina ou sulfadoxina. - Toxoplasmose ocular: antiinflamatório e antiparasitários. - Gestantes: espiramicina, e a partir de 18 semanas: sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico. Bebê infectado: ela deve tomar estes remédios por 3 semanas, alternando com espiramicina durante mais 3 semanas até o fim da gravidez. Quanto mais tarde for iniciado o tratamento da gestante, maiores as chances de malformação fetal e de toxoplasmose congênita. Recém-nascidos com toxoplasmose ocular: tratamentono primeiro ano de vida: pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico.
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