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Anatomia Sistêmica Comparada de Aves Domésticas cd

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DEFINIÇÃO
O estudo dos sistemas orgânicos nas aves domésticas e suas principais diferenças com a
anatomia dos animais mamíferos domésticos.
PROPÓSITO
Reconhecer a estrutura anatômica e a funcionalidade dos sistemas orgânicos das aves
domésticas é importante para compreender a fisiologia, comparar as semelhanças e as
diferenças destas em relação aos animais mamíferos domésticos, mas também para identificar
e interpretar sinais clínicos e alterações patológicas que as aves possam desenvolver.
MÓDULO 1
 Reconhecer as estruturas e as funcionalidades de cada órgão dos sistemas
orgânicos das aves domésticas
INTRODUÇÃO
O estudo da anatomia sistêmica das aves domésticas é importante para a contextualização e
a aplicabilidade em outras áreas de ensino e de práticas médico-veterinárias. As aves
apresentam particularidades anatômicas adaptadas aos seus diferentes hábitos de vida.
Aqui estudaremos os seguintes sistemas orgânicos: digestório, respiratório, cardiovascular,
linfático, endócrino, urinário, reprodutor masculino e feminino, cujos componentes
anatômicos principais podem ser observados na figura a seguir:
 
Fonte: Adaptado de Patten, 1920
Componentes principais do sistema orgânico de uma ave doméstica
Sugerimos que você, aluno, leia e crie uma tabela comparativa com todas as diferenças entre
os mamíferos e as peculiaridades de uma ave doméstica. Vamos lá?
SISTEMA DIGESTÓRIO NAS AVES
DOMÉSTICAS
Ele consiste em uma estrutura tubular com início na orofaringe e término na cloaca. Porém,
cabe ressaltar que é pela ranfoteca, conhecida popularmente como bico, que uma ave
doméstica ingere o alimento, de acordo com sua dieta. A ranfoteca substitui os lábios e os
dentes, inexistentes nas aves. A seguir, a figura aponta a sequência de órgãos que formam o
sistema digestório das aves.
 
Fonte: MCCRACKEN e KAINER, 1999.
Componentes principais do sistema orgânico de uma ave doméstica.
Agora vamos estudar cada um dos componentes do sistema digestório das aves domésticas
na ordem que é encontrado.
OROFARINGE
A orofaringe corresponde ao trajeto que vai da ranfoteca até chegar ao esôfago. No teto da
orofaringe (dorsalmente), encontramos o palato, que apresenta medial e rostralmente uma
fenda chamada coana. Esta se comunica com a cavidade nasal e fica fechada quando a ave
deglute. No palato, ainda encontramos uma fenda menor medial e caudal à coana chamada de
fenda infundibular. Esta é a abertura comum das tubas auditivas.
No assoalho da orofaringe (ventralmente), encontramos a língua e a elevação laríngea. A
língua é triangular, está presa pelo osso hioide e auxilia no momento da deglutição.
 
Foto: Pixabay
 ATENÇÃO
Devemos lembrar que o bolo alimentar deve ser embebido por saliva, para que seja deglutido.
Então sim! As aves possuem glândulas salivares que desembocam os seus óstios no interior
da orofaringe.
Posteriormente à língua, encontramos a elevação laríngea que apresenta uma fenda medial
chamada de glote. Diferentemente dos mamíferos, a entrada da glote nas aves é desprovida
de epiglote. Vamos falar posteriormente sobre a glote e as cartilagens da laringe no sistema
respiratório, certo?
ESÔFAGO
O esôfago das aves começa após o término da orofaringe e acompanha dorsalmente a
traqueia na descida pelo pescoço. Este apresenta grande mobilidade e, na entrada torácica,
exibe uma grande dilatação ventral denominada de inglúvio (conhecido popularmente como
papo). O inglúvio apresenta glândulas mucosas que lubrificam o bolo alimentar.
 
 VOCÊ SABIA
Você já deve ter ouvido falar em “leite de pombo”. Ele é produzido pela mistura da secreção
das glândulas mucosas do inglúvio com as células epiteliais descamativas. A fêmea utiliza esta
secreção para a alimentação dos filhotes.
ESTÔMAGO
 
Fonte: Shutterstock
Estômago da galinha: (a) Proventrículo; (b) Ventrículo (moela). 
 
PROVENTRÍCULO
O primeiro é chamado proventrículo. É o estômago glandular, dotado de glândulas que
produzem e secretam ácido clorídrico e pepsina.
 
VENTRÍCULO
O segundo compartimento do estômago é o ventrículo (também chamado de moela). É o
estômago mecânico. O ventrículo apresenta dois sacos cegos: um cranial e um caudal.
SAIBA MAIS
VENTRÍCULO
Ventrículo compreende uma estrutura de paredes grossas e musculosas onde o alimento,
que já está amolecido e misturado a enzimas digestórias, será triturado. Sua mucosa
áspera junto com os grãos de areia ingeridos (como é hábito das aves domésticas)
funcionam como um verdadeiro triturador — afinal, esses animais não apresentam
dentes. A parede interna do ventrículo é revestida pela coilina, uma membrana protetora.
No ventrículo, observamos o orifício pilórico (limite anatômico entre ele e o duodeno).
DUODENO, JEJUNO, ÍLEO, CÓLON-RETO E
CLOACA
DUODENO
javascript:void(0)
Como nos mamíferos, o duodeno das aves é o início do intestino. É formado por duas alças
em formato de “U”. No meio delas se encontra o pâncreas.
JEJUNO
O jejuno é formado por espirais frouxas e de longo comprimento. Apresenta uma pequena
saculação denominada divertículo vitelino (remanescente do saco vitelino).
javascript:void(0)
ÍLEO
O íleo inicia-se no divertículo vitelino e tem o seu trajeto em permeio ao ceco duplo. A prega
íleo-cecal delimita o comprimento do íleo. Diferentemente dos mamíferos, que apresentam
apenas um ceco, nas aves domésticas o ceco é duplo, localizados lateralmente ao íleo. No
ceco ocorre a decomposição da celulose e nele ainda existe uma acentuada quantidade de
tecido linfoide chamado tonsilas cecais.
javascript:void(0)
CÓLON
O cólon e o reto formam um único componente, o cólon-reto, que continua posteriormente
após o ceco e termina na cloaca. Não há divisão em cólon ascendente, descendente e
transverso.
CLOACA
A cloaca é uma estrutura comum ao sistema digestório, urinário e genital. Para atender aos
três sistemas, a cloaca dispõe de três compartimentos separados por duas pregas incompletas.
O coprodeu é o compartimento reservado ao sistema digestório. Vamos tratar dos demais
compartimentos, quando estudarmos os sistemas urinário e genital.
DIVERTÍCULO VITELINO
O saco vitelino armazena uma substância nutritiva responsável pela nutrição do embrião
durante seu desenvolvimento, denominada de vitelo. O divertículo é um remanescente
deste saco.
PREGA ÍLEO-CECAL
A prega íleo-cecal é uma dobra de mesentério que liga os segmentos intestinais íleo e o
ceco duplo.
FÍGADO E PÂNCREAS
Não podemos deixar de estudar o fígado e o pâncreas como parte do sistema digestório. São
considerados glândulas anexas. Vamos lá?
FÍGADO
As aves domésticas apresentam o fígado com apenas dois lobos hepáticos (lobos direito e
esquerdo), diferente dos mamíferos, que apresentam de cinco a seis lobos, dependendo da
espécie.
O lobo direito é maior que o esquerdo e tem a vesícula biliar acoplada na superfície visceral. 
O lobo esquerdo tem menor tamanho e é dividido em duas partes.
A superfície parietal dos lobos hepáticos é convexa; a visceral é côncava. Cada lobo tem um
ducto biliar e este vai desembocar na extremidade distal do duodeno, conduzindo a bile até
essa região.
 
Fonte: shutterstock
Fígado de uma ave doméstica.
PÂNCREAS
As aves apresentam apenas dois lobos pancreáticos (dorsal e ventral). O pâncreas está
localizado entre as alças duodenais, conforme vemos na figura ao lado. Os ductos
pancreáticos desembocam na extremidade distal do duodeno, bem próximos aos ductos
biliares, conduzindo o suco pancreático até essa região.
 
Fotografia da cavidade celomática em ave (Gallus gallus domesticus) da linhagem avian 48,
mostrando: (D) Duodeno; (Pa) Pâncreas; (a) Ramos da artéria pancreaticoduodenal. 
Fonte: CARVALHO et al (2011)
SISTEMA RESPIRATÓRIO NAS AVES
DOMÉSTICAS
A figura a seguir mostra a disposição dos componentes anatômicos do sistema respiratório no
corpo da ave. Vamos estudar cada um dos componentes na ordem sequencial em que é
encontrado. :
 
Fonte: UNESP
Anatomia do sistema respiratórioOPÉRCULO
O opérculo funciona como uma barreira à entrada de objetos estranhos.
NARINAS
O sistema respiratório nas aves tem o seu início nas narinas localizadas na ranfoteca. As
narinas apresentam uma cobertura córnea chamada de opérculo.
Nas narinas há a cavidade nasal, uma estrutura par separada por um septo medial que leva o
ar da narina até a orofaringe. Apresenta também comunicação com a coana, como vemos na
figura ao lado. A cavidade nasal é preenchida por conchas (rostral, média e caudal) que
delimitam recessos.
 
Fonte: SAYED et al (2016)
Fotografia da orofaringe de um peru. A letra C identifica a fenda da coana, canal de
comunicação com as cavidades nasais. As setas apontam para as papilas mecânicas.
LARINGE
A laringe das aves é formada apenas pelas cartilagens aritenoides (pares) e cricoide
(ímpar) em formato de anel. Não há as cartilagens epiglote e tireoide presentes em mamíferos.
Nas aves, as cartilagens que têm a função de fechar a glote por ação muscular reflexa são as
aritenoides. As aves não apresentam pregas vocais, portanto, vocalizam por uma estrutura
chamada siringe. Veremos suas características mais adiante.
TRAQUEIA
Diferentemente dos mamíferos, as aves apresentam os anéis traqueais completos ao longo de
toda a região cervical. A traqueia bifurca-se em dois brônquios primários, dorsais à base do
coração.
javascript:void(0)
SIRINGE
A siringe é formada pela parte terminal da traqueia e o início dos brônquios. Apresenta
paredes membranosas que possibilitam a vocalização quando a vibração é provocada. Para
ajudar neste mecanismo de vocalização, ainda existe um par de músculo (músculo
esternotraqueal) que traciona a traqueia junto à siringe.
PULMÕES
Diferentemente dos mamíferos, os pulmões das aves são estruturas não lobadas, não
expansíveis e não cobrem parte do coração. Estão localizados contra as vértebras torácicas e
as costelas. Os brônquios primários penetram na superfície ventral dos pulmões, vão se
estreitando e tornam-se contínuos com um dos sacos aéreos (saco aéreo abdominal). No
parênquima pulmonar, ramificam-se em brônquios secundários (mais de 40 nas galinhas) e
estes emitem os parabrônquios (mais de 400 nas galinhas). Nos parabrônquios, ocorrem as
trocas gasosas. A figura a seguir mostra a disposição dos componentes anatômicos do sistema
respiratório no corpo da ave.
Você sabe o que são sacos aéreos?
São dilatações cegas e de paredes finas, com íntima relação com as vísceras torácicas e
abdominais, chegando a adentrar alguns ossos. São oito sacos aéreos nas aves:
1
Cervicais (dois)
2
Clavicular
3
Torácicos craniais (dois)
4
Torácicos caudais (dois)
5
Abdominais (dois)
Eles auxiliam na respiração das aves, deixam o corpo mais leve e melhoram a estabilidade do
voo. Observe a disposição dos sacos aéreos no corpo todo de uma ave e depois isolados.
 
(Fonte: Aldona Griskeviciene | Shutterstock)
Vista lateral direita e ventral dos sacos aéreos da ave.
 
Fonte: FAILS et al (2019)
Ilustração esquemática de um lado do sistema respiratório aviário. A traqueia (não identificada)
termina na siringe. O saco clavicular (A) tem um divertículo lateral (A1), um divertículo
subescapular (A2) e um divertículo axilar (A3). O brônquio primário passa pelo pulmão, onde
dá origem a numerosos brônquios secundários, que são contínuos com os sacos aéreos
cervicais (B), torácicos craniais (C), torácicos caudais (D) e abdominais (E).
SISTEMA CARDIOVASCULAR NAS AVES
DOMÉSTICAS
O coração das aves apresenta quatro câmaras, dois átrios (direito e esquerdo) e dois
ventrículos (direito e esquerdo).
Átrio direito
O átrio direito recebe duas veias cavas craniais e uma veia cava caudal.
Átrio esquerdo
O átrio esquerdo recebe uma veia pulmonar única a partir da união de várias veias pulmonares.
Valva atrioventricular direita
A valva atrioventricular direita é composta por uma única aba muscular.
Valva atrioventricular esquerda
A valva atrioventricular esquerda tem três válvulas.
O ápice cardíaco é formado pelo ventrículo esquerdo e, diferentemente dos mamíferos, o
coração está localizado entre os lobos hepáticos. A figura a seguir mostra a anatomia externa
do coração.
Sua cavidade é única, chamada de cavidade celomática. Portanto, não há separação entre o
tórax e o abdome. Isto explica a sintopia entre o coração e o fígado.
 
Fonte: Bearfotos / Freepik
Coração de galinha
javascript:void(0)
SINTOPIA
Sintopia é um termo topográfico que indica a relação de vizinhança entre os órgãos.
RAMIFICAÇÕES DA ARTÉRIA AORTA
Vamos agora estudar as principais ramificações da artéria aorta, que estão ilustradas nas
figuras a seguir.
 
Fonte: KARDONG (2019)
Coração de ave: principais vasos da base do coração
O esquema a seguir ilustra os principais ramos da artéria aorta e seus locais de irrigação
 
Fonte: Autor
Principais ramos da artéria aorta e seus locais de irrigação.
As tributárias da veia cava cranial drenam cabeça, pescoço, peito e apêndices torácicos,
enquanto as tributárias da veia cava caudal drenam fígado, rins, gônadas e oviduto.
 VOCÊ SABIA
A veia jugular direita é sempre maior que a esquerda e é escolhida muitas vezes para a
venopunção.
Existe, ainda, um sistema porta-renal nas aves que direciona um pouco de sangue advindo da
pelve e dos membros pélvicos diretamente para os rins antes de alcançar a veia cava caudal.
Existe uma válvula neste sistema que pode estar aberta ou fechada de acordo com o controle
do sistema nervoso autônomo. O sistema porta renal conduz sangue venoso para o
parênquima renal e está relacionado com a excreção de ácido úrico. Como os mamíferos, as
aves também apresentam o sistema porta-hepático, mas com duas veias porta-hepáticas. Além
disso, nas aves o sistema sofre anastomose com o sistema porta-renal através da veia
coccígea mesentérica.
SISTEMA LINFÁTICO NAS AVES
DOMÉSTICAS
O tecido linfoide nas aves está distribuído de forma desorganizada quando comparado aos
mamíferos. Apenas o ganso e o pato apresentam uma estrutura organizada que conhecemos
como linfonodo. Os vasos linfáticos apresentam válvulas, acompanham os vasos sanguíneos e
desembocam a linfa nas veias cavas craniais. O tecido linfoide difuso está presente nos
seguintes órgãos: pâncreas, pulmões, rins, orofaringe e cecos.
Alguns órgãos linfoides em aves podem ser vistos à macroscopia, como por exemplo o baço e
o timo, que é dividido em lóbulos ao longo das veias jugulares. Assim como nos mamíferos, o
timo regride conforme o avanço da idade das aves.
A bolsa cloacal também é um importante órgão linfoepitelial, cheio de folículos linfoides
denominados “folículos da bolsa”. Nestes ocorre a diferenciação de linfócitos B
independentemente de antígeno. A bolsa tem o seu auge de tamanho após a 6ª semana de
nascimento da ave e regride a partir do 3º mês. A bolsa cloacal está localizada no proctodeu,
que estudaremos adiante.
LINFÓCITOS B
Os linfócitos B são componentes do sistema imunológico de um indivíduo. A principal
função das células B é a produção de anticorpos.
As aves apresentam ainda o baço, que é arredondado nas galinhas e triangular em patos (de
cor vermelho-acastanhado) e fica em contato com o fígado. Nas figuras abaixo, observamos a
relação de vizinhança anatômica entre o fígado e o baço, além da ramificação arterial da bolsa
cloacal.
javascript:void(0)
 
Fonte: SINOTTI et al, 2012.
Face visceral do fígado de uma galinha. Notar a relação de vizinhança (sintopia) entre o fígado
e o baço (seta preta). A seta azul aponta para a vesícula biliar.
 
Fonte: SINOTTI et al, 2012.
Ramificação arterial da bolsa cloacal de uma galinha. Bolsa cloacal (B); Artéria Bursocloacal
(ABC); Artéria Pudenda Interna (API); Artéria Ilíaca Interna (AII); Artéria Sacral Mediana
(ASaM); Artéria Aorta Abdominal (AAA).
SISTEMA ENDÓCRINO NAS AVES
DOMÉSTICAS
As aves domésticas apresentam as seguintes glândulas:
TIREOIDES São pares e ovais, castanho-avermelhadas, localizadas caudais ao
inglúvio,na entrada do tórax. PARATIREOIDES São duas ou três de cada lado da
tireoide, são castanho-amareladas, caudais à glândula tireoide ou aderidas a ela.
ULTIMOBRANQUIAIS São róseas e caudais às paratireoides. ADRENAIS
São duas, castanho-amareladas e localizadas cranialmente a cada rim. HIPÓFISE
Localiza-se ventralmente ao diencéfalo e divide-se em adenohipófise e neurohipófise.
A figura a seguir mostra a localização das glândulas tireoides e paratiroides nas aves.
 
Fonte: KARDONG (2019)
Glândula tireoide e paratireoide de uma ave. Notar que, nas aves, estas glândulas localizam-se
na entrada do tórax.
SISTEMA URINÁRIO NAS AVES
DOMÉSTICAS
Os rins nas aves são alongados e estão localizados em recessos contra o sinsacro. Cada rim é
dividido em três partes: cranial, média e caudal. O ureter origina-se na parte cranial e recebe
em sua passagem outros ramos da parte média e caudal. O ureter termina no urodeu presente
na cloaca, portanto, não existe vesícula urinária nas aves. O orifício uretérico no urodeu fica na
parede dorsolateral, acima da papila do ducto deferente. Observe a figura a seguir.
 
Fonte: Adaptado de REECE, 2015.
Órgãos geniturinários e estruturas associadas de um frango. Aorta abdominal (a); Artéria
epididimal (ae); Artéria renal cranial (ar); Cloaca (c); Epidídimo (e); Veia ilíaca externa (ei); Veia
porta renal caudal (p); Veia renal (r); Testículo (t); Artéria testicular (ta); Ureteres (u); Veia cava
caudal (v); Ducto deferente (dd); 1, 2, e 3, lobos cranial, médio e caudal do rim,
respectivamente.
 VOCÊ SABIA
Cada parte do rim, ou seja, parte cranial, média e caudal é irrigada por três artérias renais e
drenada por duas veias renais, conforme ilustrado na figura.
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO NAS
AVES DOMÉSTICAS
É formado pelos seguintes órgãos: testículos, epidídimos, ductos deferentes e falo.
Estudaremos cada um deles a partir de agora.
TESTÍCULOS
Ao contrário dos mamíferos, nas aves os testículos são intracavitários, ou seja, não há bolsa
escrotal nas aves. Essas estruturas são pares e simétricas, amareladas, craniais aos rins,
presas por um curto mesórquio e podem aumentar um pouco de tamanho quando estiverem
no período reprodutivo. A figura a seguir mostra testículos de galo de corte e de postura.
MESÓRQUIO
O mesórquio é uma prega do peritônio que envolve o testículo.
javascript:void(0)
 
Fonte: SANTOS et al, 2012
Testículos de um galo. Vista ventral dos testículos direito (TD) e esquerdo (TE) in situ em
codornas de corte e postura. Barra = 1cm. Na figura, observamos que, independentemente de
o galo ser um reprodutor destinado para a produção de aves de corte ou postura, os testículos
aumentam o seu tamanho de modo considerável na época reprodutiva (155 dias).
EPIDÍMO
O epidídimo é uma estrutura única sobre o testículo. É formado por dúctulos eferentes que se
unem para formar o ducto epididimário. Serve de passagem para os espermatozoides do
testículo para o ducto deferente. Os ductos deferentes abrem-se na parede lateral do urodeu,
um dos compartimentos da cloaca.
FALO
O falo (órgão copulador) está localizado na cloaca, mais precisamente na superfície ventral do
proctodeu. É análogo ao pênis nos mamíferos. O falo pode protrair (pato e ganso) ou não
protrair (galo) no momento da cópula. É formado por um tubérculo fálico mediano e corpos
javascript:void(0)
fálicos laterais pares. O falo recebe os espermatozoides para formar o ejaculado a partir dos
ductos deferentes. A figura a seguir exibe os órgãos geniturinários, artérias e veias de uma ave
doméstica.
PROTRAIR
Protrair o falo (Protusão) significa deslocar o falo para a frente.
 
Fonte: Shutterstock
Componentes do sistema reprodutor masculino de ave.
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO NAS
AVES DOMÉSTICAS
Para conhecer o sistema reprodutor feminino nas aves domésticas, assista ao vídeo a seguir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. LEIA ATENTAMENTE AS AFIRMATIVAS SOBRE A ANATOMIA DOS
SISTEMAS ORGÂNICOS DE AVES DOMÉSTICAS. 
 
 
I - AS AVES APRESENTAM CARTILAGENS CRICOIDE E ARITENOIDES NA
LARINGE; 
 
II - O PÂNCREAS DAS AVES FICA LOCALIZADO EM PERMEIO ÀS ALÇAS
DUODENAIS; 
 
III - O FÍGADO DAS AVES APRESENTA, AO TODO, QUATRO LOBOS; 
 
IV - AS AVES APRESENTAM CECO DUPLO; 
 
V - PARA COMPENSAR A AUSÊNCIA DE DENTES, EXISTE NAS AVES UM
ÓRGÃO CHAMADO PROVENTRÍCULO (MOELA). 
 
ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE CONTEMPLA AS SENTENÇAS
VERDADEIRAS:
A) I, III e IV
B) I, II e IV
C) I, II, IV e V
D) II, IV e V
2. LEIA ATENTAMENTE AS AFIRMATIVAS SOBRE A ANATOMIA DOS
SISTEMAS ORGÂNICOS DE AVES DOMÉSTICAS. 
 
 
I - AS AVES APRESENTAM GLÂNDULAS TIREOIDES PARES,
LOCALIZADAS NO INÍCIO DA TRAQUEIA; 
 
II - AS AVES APRESENTAM GLÂNDULAS ADRENAIS LOCALIZADAS
CRANIALMENTE AOS RINS; 
 
III - A HIPÓFISE NAS AVES É DIVIDIDA EM ADENOHIPÓFISE E
NEUROHIPÓFISE; 
 
IV - AS AVES APRESENTAM GLÂNDULAS ENDÓCRINAS CHAMADAS
ULTIMOBRANQUIAIS; 
 
 
ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE CONTEMPLA AS SENTENÇAS
VERDADEIRAS:
A) II, III e IV
B) I e IV
C) II e III
D) II, III e IV
GABARITO
1. Leia atentamente as afirmativas sobre a anatomia dos sistemas orgânicos de aves
domésticas. 
 
 
I - As aves apresentam cartilagens cricoide e aritenoides na laringe; 
 
II - O pâncreas das aves fica localizado em permeio às alças duodenais; 
 
III - O fígado das aves apresenta, ao todo, quatro lobos; 
 
IV - As aves apresentam ceco duplo;
 
V - Para compensar a ausência de dentes, existe nas aves um órgão chamado
proventrículo (moela). 
 
Assinale a única alternativa que contempla as sentenças verdadeiras:
A alternativa "B " está correta.
 
As aves apresentam apenas dois lobos hepáticos. O nome correto da moela é ventrículo e não
proventrículo.
2. Leia atentamente as afirmativas sobre a anatomia dos sistemas orgânicos de aves
domésticas. 
 
 
I - As aves apresentam glândulas tireoides pares, localizadas no início da traqueia; 
 
II - As aves apresentam glândulas adrenais localizadas cranialmente aos rins; 
 
III - A hipófise nas aves é dividida em adenohipófise e neurohipófise; 
 
IV - As aves apresentam glândulas endócrinas chamadas ultimobranquiais; 
 
 
Assinale a única alternativa que contempla as sentenças verdadeiras:
A alternativa "D " está correta.
 
As glândulas tireoides nas aves estão localizadas caudais ao inglúvio, na entrada do tórax.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante nosso estudo, vimos que os órgãos que compõem os diferentes sistemas orgânicos
das aves apresentam particularidades anatômicas que estão relacionadas à adaptação desses
animais ao meio. Com base no estudo da morfologia dos órgãos e suas respectivas funções,
podemos notar semelhanças e diferenças encontradas entre os sistemas orgânicos das aves
domésticas quando comparados aos dos mamíferos domésticos.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
CARVALHO, F.S.; SEVERINO, R.S.; RINALDI, F.C.Q.; SILVA, T.A.; PEREIRA, S.A. Origem e
distribuição da artéria celíaca em aves (Gallus gallus domesticus) da linhagem cobb
avian 48. Veterinária Notícias, v.17, p. 148-154, 2011.
DYCE, K.M.; SACK, W.O.; WESING, C.J.G. Tratado de anatomia veterinária. 3ª Ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. cap. 39, p. 773-798.
FAILS, A.D.; MAGEE, C. Frandson. Anatomia e fisiologia dos animais de produção. 8ª Ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520447529/cfi/46!/4/2@100:0.00
KARDONG, K.V. Vertebrados: anatomia comparada e evolução. 7ª Ed. São Paulo: Roca,
2019. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527729697/cfi/6/2!/4/2@0:0
KING, A.S. Introdução às aves. In: GETTY, R. Anatomia dos animais domésticos. Vol. II. 5ª
Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986, p. 1677-1962.
MCCRACKEN e KAINER, 1999. Reproduzido, com autorização, de John Wiley & Sons, Inc.
Extraído de FAILS, A.D.; MAGEE, C. Frandson. Anatomia e fisiologia dos animais de produção.
8ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520447529/cfi/46!/4/2@100:0.00SANTOS, T.C.; FERRARI, C.C.; MENCONI, A.; MAIA, M.O.; BOMBONATO, P.P.; PEREIRA
C.C.H. Veias do sistema porta-hepático em gansos domésticos. Pesquisa Veterinária
Brasileira, v. 29, p. 327-332, 2009.
SANTOS, T.C.; MURAKAMI, A.E.; OLIVEIRA, C.A.L.; COSTA P.D. Desenvolvimento corporal
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Eletrônica de Medicina Veterinária, v. 19, p. 1-10, 2012.
EXPLORE+
Como vimos, o sistema reprodutor feminino das aves é bastante diferente do sistema dos
mamíferos, e isso está relacionado com a formação de ovos. Você pode aprofundar seu
conhecimento assistindo ao vídeo Virtual Chicken: Part 1: The Female Reproductive Tract , da
Auburn University, disponível na plataforma YouTube, que oferece uma visão geral e bastante
didática sobre o assunto.
Além disso, se você se interessou pelas peculiaridades do sistema digestório das aves, pode
também assistir ao vídeo Virtual Chicken: Full Digestive System , do canal Virtual Chicken,
disponível na plataforma YouTube e aprofundar seu conhecimento.
CONTEUDISTA
Mariana Correia Oliveira
 CURRÍCULO LATTES
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