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2 - Tipos e gêneros textuais

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Comunicação e Expressão
ROSIANI TERESINHA SOARES MACHADO
Unidade 5
Estilística presente nos 
diferentes tipos de texto
3
Habilidades
• Aplicar os elementos linguísticos básicos, as variações da lingua-
gem e os tipos de níveis de linguagem.
Descritores de desempenho
• Classificar os níveis de linguagem usados na comunicação humana.
• Identificar os elementos linguísticos básicos e os tipos de lingua-
gem usados na comunicação humana.
• Aplicar o nível de linguagem a ser usado em cada situação na comu-
nicação humana.
• Interpretar situações que compreendam as variações que envol-
vem a linguagem.
• Identificar os tipos de variações da linguagem.
4
Apresentação da Unidade
Cada um de nós se expressa de modo individual e tem o que é denominado de estilo. 
A estilística do texto, seja ele falado ou escrito, seguirá essa mesma expressividade, 
caracterizando os diferentes tipos e gêneros textuais que compõem a discursividade.
Nesta unidade você tomará conhecimento sobre a estilística presente nos diversos tipos 
textuais, além de identificar a estrutura do texto e as diferentes situações de produção 
discursiva.
Os tipos textuais e gêneros também farão parte de nossos estudos nesta unidade. Você 
tomará conhecimento de que existe uma quantidade determinada de tipos de texto. 
Mas que, em relação aos gêneros, estes são em maior número e sofrem alterações de 
acordo com as necessidades comunicativas, tanto em relação ao espaço quanto ao 
momento em que são produzidos, o que os torna mais abrangentes.
Com esse conteúdo, esperamos contribuir com sua habilidade de produção e de leitura, 
para que possa aprimorar sua competência leitora cada vez mais.
5.1 A estilística do texto
Toda vez que alguém fala em texto, possivelmente o que vem à nossa cabeça é um 
grande e estruturado componente escrito. Seja em jornal, em sites, em revistas, o termo 
parece remeter à escrita de textos extensos. No entanto, texto é toda produção com 
sentido que informa e que está presente nos atos comunicativos de nosso dia a dia. 
São muitos os elementos que compõem um texto, o estilo é um deles.
Estilo diz respeito ao modo como cada um se expressa, seja na fala, no gesto, na escrita 
etc. Cada de um de nós terá uma maneira somente sua de se expressar, fazendo parte 
de nossa individualidade. Com o texto ocorre o mesmo. Cada um terá uma composição 
individual e é isso que denominados estilística do texto. Este será o assunto do primeiro 
tópico desta unidade, ou seja, o estilo presente nos diversos tipos de texto.
Texto é algo que já estamos abordando desde o início de nossa disciplina. No entanto, 
você já parou para pensar sobre o que é texto? Vejamos uma citação em que Savioli e 
Fiorin (2006, p. 11) trazem em sua primeira lição de texto:
5
Figura 5.1: O que é texto?
Fonte: Adaptada de Savioli e Fiorin (2006, p. 11).
Perceba que essa frase nos faz refletir sobre o que é texto, ou, ainda, sobre o que ele 
NÃO é. 
Reflita
O texto não é resultado de inspiração. Como você 
entende essa afirmação? Você concorda ou discorda 
dela? O que estimula alguém a escrever um texto? 
Reflita sobre isso.
Quando falamos em texto, não nos referimos somente a seu tamanho, formato ou 
conteúdo, como nos livros de literatura. O texto se manifesta em várias situações de 
comunicação, como na notícia, no conto de fadas, no relato de viagem, na carta do 
leitor, no editorial, no artigo de opinião, no currículo, na receita médica, no bilhete, na 
mensagem do celular. Enfim, são inúmeras as situações em que o texto se faz presente. 
Sobre elas, estudaremos de maneira mais aprofundada no tópico 3.
O termo texto é repetido dentro de várias situações cotidianas. É comum ouvirmos:
6
Quadro 5.1: Texto em situações cotidianas
Seu texto ficou muito bom! 
O texto de seu trabalho está muito grande. Terá 
de ser revisto.
Os atores de teatro decoram longos textos 
para suas encenações.
O texto constitucional versa sobre as leis que 
regem o cidadão brasileiro, dentre outras.
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Conceituar texto não é algo tão fácil assim. Trazemos, aqui, o conceito de três autores, 
pesquisadores de texto e de suas funções comunicativas:
Quadro 5.2: Texto em situações cotidianas
“Texto é o resultado de uma ação linguística cujas fronteiras são em geral definidas por seus 
vínculos com o mundo no qual ele surge e funciona” (MARCUSCHI, 2008, p. 72).
“Texto é um todo organizado de sentido, delimitado por dois brancos e produzido por um sujeito 
num dado espaço e num dado tempo” (SAVIOLI; FIORIN, 2006, p. 18).
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Como podemos perceber, o texto é algo dotado de sentido e que tem como finalidade 
comunicar algo em algum momento, dentro das concepções de uma ação linguística, a 
qual irá estabelecer vínculos com o mundo que o cerca.
O texto pode ser, ainda, tido como “[...] um conjunto de ideias hierarquizadas e articuladas, 
que dialogam entre si e que estão ligadas ao contexto extraverbal” (TOMASI; MEDEIROS, 
2014, p. 148). Tudo isso para que o texto seja considerado não como um agrupamento 
de frases e ideias desconexas e sem sentido, mas para que possa ser compreendido de 
forma competente em seu sentido amplo e geral.
Atualmente, a comunicação é considerada o meio mais importante para que as pessoas 
possam se entender. Sendo assim, comunicar-se bem e da melhor forma possível é 
especialmente fundamental (MARTINS; ZILBERKNOP, 2010). Alguns critérios são 
fundamentais para que o texto produzido possua um estilo de acordo com a qualidade 
daquilo que se está querendo comunicar. Martins e Zilberknop (2010) consideram como 
mais importantes a harmonia, a clareza e a concisão presentes em um texto.
7
Tendo abordado sobre a estilística textual, trazendo conceitos do que seja um texto, 
passaremos à sua estrutura e situação de produção.
5.2 Estrutura e situação textual
Para que um texto seja compreendido como tal, é importante levar em consideração 
sua estrutura. Sendo assim, alguns elementos constituirão os fatores de textualidade, 
responsáveis por dar ao texto um todo significativo e estruturado. 
Figura 5.2: Coesão, intencionalidade, coerência e intertextualidade
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Esses fatores envolvem tanto o autor do texto quanto o leitor. Vejamos quais são eles:
• coerência: responsável pelo sentido do texto. Quanto mais coerente o tex-
to, melhor será sua compreensão; 
• coesão: responsável pela unidade do texto. Os elementos coesivos são 
elementos de ligação que contribuem com sua leitura;
• intencionalidade: referente ao objetivo do autor em escrever o texto;
• informatividade: diz respeito ao nível de informação que o leitor tem sobre 
o assunto abordado no texto. Esse fator deve ser levado em consideração 
8
pelo autor no momento de escrita, utilizando termos que tornem a leitura 
fluente e de fácil compreensão;
• aceitabilidade: refere-se à avaliação que o leitor faz do texto para que pos-
sa aceitá-lo ou rejeitá-lo;
• intertextualidade: diz respeito ao conhecimento que tanto autor quanto lei-
tor apresentam em relação a outros textos já produzidos sobre o mesmo 
assunto;
• situacionalidade: referente à adequação do texto ao momento de produ-
ção ou de leitura.
Levando em conta esses fatores, o texto poderá ser mais bem compreendido pelo leitor, 
de modo a fazer jus a seu objetivo principal, qual seja, o da comunicação. Nesse sentido, 
para que haja melhor organização da estrutura de um texto, ele está agrupado em tipos. 
Veremos, no tópico a seguir, quais são eles e como se caracterizam.
5.3 Tipos de texto
Tipo textual diz respeito a como o texto está teoricamente construído e qual sua 
natureza linguística. De acordo com Marcuschi (2008, p. 155), falar em tipo textual é o 
mesmo que se referir ao modo textual, sendo que “[...] o conjunto de categorias para 
designar tipos textuais é limitado e sem tendência a aumentar”.
Já Koch e Elias (2010, p. 63) denominam os tipos de sequências textuais, as quais 
seriam os “[...]esquemas linguísticos básicos que entram na constituição dos diversos 
gêneros e variam menos em função das sequências sociais”.
Tanto Marchuschi (2008) quanto Koch e Elias (2010) consideram a mesma categorização 
para os textos. Acompanhe, nos tópicos que seguem, essa categorização proposta por 
esses autores.
5.3.1 Narração
A narração é o primeiro modo de texto que usamos. Desde crianças, aprendemos a 
narrar, a contar fatos e acontecimentos do nosso dia a dia ou sobre o dia a dia de outras 
pessoas.
A narrativa é composta por personagens e acontecimentos, e que se passa em um 
determinado tempo e espaço. Sua estrutura está organizada em apresentação, 
complicação, clímax e desfecho. 
9
Os contos são ótimos para ilustrar exemplos de narrativas. Por exemplo, “O príncipe 
sapo” é um conto, mais conhecido pela versão dada pelos irmãos Grimm. Já a narrativa 
a seguir é uma adaptação moderna de Luis Fernando Verissimo para o mesmo texto. 
Quadro 5.3: Exemplo de texto narrativo 
Conto de fadas para mulheres modernas
Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda 
princesa, independente e cheia de autoestima que, 
enquanto contemplava a natureza e pensava em como 
o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo 
com as conformidades ecológicas, se deparou com 
uma rã. Então, a rã pulou para o seu colo e disse: - Linda 
princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas, uma 
bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me 
nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me 
transformar de novo num belo príncipe e poderemos 
casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo. A minha 
mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar 
o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os 
nossos filhos e viveríamos felizes para sempre… 
… E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas 
de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho 
acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa 
sorria e pensava: 
– Eu, hein?… Nem morta! 
Luis Fernando Verissimo, 1997.
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
No conto que acabamos de ler, é possível identificar a estrutura da narrativa. Note 
que parte da primeira frase trata da apresentação. Em seguida podemos reconhecer 
a complicação do conto. As falas colocam na sequência o clímax, para que ao fim 
possamos facilmente encontrar o desfecho.
Outro tipo textual é a descrição. Vejamos como ela está estruturada.
5.3.2 Descrição
Trata-se de uma exposição baseada em circunstâncias, reais ou fictícias, sobre um 
lugar, uma pessoa ou um objeto. Na descrição poderá predominar a objetividade, com 
enfoque no real, sem determinar a opinião de quem descreve, ou a subjetividade, em 
que a descrição será realizada por meio de opiniões e sensações, sendo manifestado o 
sentimento do autor do texto. Sua estrutura é composta por introdução, desenvolvimento 
e conclusão.
10
Vejamos um exemplo de texto descritivo no Quadro 5.4:
Quadro 5.4: Exemplo de texto descritivo
O dia dele
Foi então que o pudemos ver bem naquele 
triste estado. A gravata cinzenta, era quase um 
componente fixo de seu uniforme diário, havia sido 
arrancada e estava amarrada à cintura. O guarda-pó́, 
completamente imundo, estava dobrado junto com 
os cadernos. A camisa sobrava fora das calças. E as 
calças pareciam pertencer a um hipotético náufrago 
que teria soçobrado na explosão de um navio pirata.
Começou a chutar a carteira do aluno que lhe ficava 
à frente. 
– Abram os cadernos. 
Obedecemos. Sentimos em seu olhar uma ponta de 
cinismo e desafio, muito comum em pessoas que têm 
pais implicantes e fazem questão de demonstrá-lo, de 
propósito, ou sem nenhum propósito.
Lourenço Diaféria (apud ALMEIDA; ALMEIDA, 2003, p. 
208).
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
O texto de Lourenço Diaféria, cronista, contista e jornalista brasileiro, narra a passagem 
de um dia de determinado professor que resolve agir como seus alunos. No trecho lido, 
o narrador (um de seus alunos) descreve como o professor estava vestido no momento 
em que entrou na sala de aula. 
Alguns elementos trazidos pelo narrador remetem à descrição, como o uso da gravata 
como forma de cinto, o lugar em que o guarda-pó estava, camisa fora das calças e 
calças surradas, como as de alguém que tivesse naufragado de um navio.
Agora que vimos como os elementos estão organizados em um texto descritivo, 
passaremos ao texto expositivo. 
5.3.3 Exposição
Esse tipo de texto é usado, sobretudo, no meio jornalístico. Nele, há o predomínio de 
informações baseadas na análise ou síntese de fatos ocorridos ou sobre assuntos 
específicos. É importante esclarecer que no texto expositivo não há intervenção do 
autor, o qual deve se eximir de qualquer opinião a respeito. Caso haja posicionamento 
do autor, o texto deixa de ser expositivo e passar a ser dissertativo ou argumentativo. 
Como características da exposição tem-se a clareza, a pessoalidade e a objetividade.
11
Vejamos um exemplo de texto expositivo.
Quadro 5.5: Exemplo de texto expositivo
Câncer de pele é o tipo mais comum entre os brasileiros
O câncer de pele é o que tem maior incidência no Brasil. Para se 
ter uma ideia, esse tipo da doença responde por 33% de todos os 
diagnósticos da patologia. Segundo o Instituto Nacional do Câncer 
(Inca), a cada ano cerca de 180 mil novos casos são registrados.
Fonte: Adaptado de Cunha (2018). 
O texto expõe a situação do predomínio do câncer de pele no Brasil, trazendo informações 
em uma linguagem objetiva e direta, amparada em elementos que dão veracidade e ao 
que está sendo exposto, como a citação da fonte de pesquisa, o Instituto Nacional do 
Câncer.
Se no texto expositivo temos a explanação de informações, no texto injuntivo temos o 
comando com o objetivo de instruir ou orientar. 
5.3.4 Injunção
O termo injunção remete à ordem, imposição. Desse modo, o texto injuntivo tem como 
objetivo principal instruir, orientar, ditar normas. Nesta categoria, estão os textos 
instrucionais e os prescritivos. 
Os textos injuntivos instrucionais são aqueles em que há indicação ou aconselhamento 
sobre algo. O manual de instruções de um eletrodoméstico é um exemplo desse tipo 
de texto.
12
Quadro 5.6: Exemplo de texto injuntivo instrucional
Liquidificador Wallor - manual de instruções
1) Coloque todos os ingredientes necessários dentro da jarra do 
liquidificador e recoloque a tampa. Você poderá adicionar outros 
ingredientes através da sobre tampa caso seja necessário.
 
2) Para iniciar a liquefação, pressione o botão ON.
 
3) Pressione um botão na velocidade desejada. É possível 
alternar a velocidade sem desligar o liquidificador, simplesmente 
pressionando o botão da velocidade desejada.
 
4) Para parar o processo de liquefação, pressione o botão da 
velocidade e o processo parará. O sinal vermelho deverá piscar 
para você saber que o aparelho ainda está ligado e que pode 
ser ativado pressionando o botão da velocidade desejada. 
O liquidificador pode ser desativado a qualquer velocidade 
pressionando o botão OFF. Você precisará pressionar o botão 
ON novamente para continuar operando.
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
No texto apresentado, é possível perceber as características de um texto injuntivo 
instrucional, como os comandos dados por meio de verbos no imperativo (coloque, 
pressione). Além disso, há a disposição numérica do texto, fazendo referência à 
ordenação dos comandos, as informações das teclas a serem usadas, dentre outros 
detalhes pertinentes às instruções de uso do eletrodoméstico.
Os textos injuntivos prescritivos, por sua vez, ordenam ou impõem algo.
Figura 5.3: Exemplo de texto injuntivo prescritivo
Fonte: Elaborada pela autora (2018).
13
A receita médica é um dos melhores exemplos do texto injuntivo prescritivo, pois traz a 
indicação dos remédios prescritos para um paciente que, supostamente, está gripado, 
além da dosagem e administração (via oral).
No tópico seguinte, veremos o último tipo textual: a argumentação.
5.3.5 Argumentação
Argumentar é defender uma opinião como objetivo de convencer alguém sobre ela. 
No texto argumentativo, é importante o encadeamento de ideias com a finalidade 
de convencer o leitor sobre o ponto de vista do autor. Sua estrutura é composta por 
introdução, desenvolvimento e conclusão. 
É o tipo de texto mais usado em ambiente escolar, acadêmico e científico. O texto 
argumentativo que trazemos é ilustrado pelo resumo de um artigo científico.
Quadro 5.7: Exemplo de texto argumentativo
Panorama das pesquisas em educação a distância no Brasil 
Resumo
O investimento em treinamento, desenvolvimento e educação continua sendo um diferencial 
competitivo para as organizações. Nesse contexto, a educação a distância (EaD) é analisada 
como uma possibilidade viável na construção de mecanismos que favoreçam a aprendizagem e 
qualificação contínuas e ao longo da vida. O presente estudo se insere nesse conjunto de reflexões. 
Seu objetivo é descrever brevemente o contexto e o foco das pesquisas sobre treinamentos 
a distância (TaD) no Brasil, no período de 2003 a 2009, a partir de pesquisa bibliográfica e de 
dados do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (ABRAED). A revisão 
da produção de conhecimentos em EaD no Brasil mostra a necessidade de mais pesquisas nas 
áreas de educação corporativa, qualificação profissional e avaliação. O ritmo das pesquisas é 
incompatível com o acelerado crescimento desse tipo de aprendizagem em organizações. Outras 
considerações são realizadas e uma agenda de pesquisa é proposta.
Abbad, Zerbini e Souza (2010, p. 291).
Fonte: Elaborado pela autora (2018). 
O resumo que trouxemos exemplifica bem o texto argumentativo, em conformidade 
com a estrutura apresentada. Note que a primeira frase do texto é uma introdução 
do que será tratado. Na sequência o autor faz um desenvolvimento, apresentando as 
principais ideias do resumo. Por fim, temos a conclusão para fechamento do texto.
14
Atenção
Dissertar é discorrer, com propriedade, sobre um as-
sunto. Desse modo, a dissertação requer o desen-
volvimento de um assunto de maneira aprofundada, 
sem o posicionamento do autor, permitindo ao leitor 
que reflita e que formule, ele mesmo, seu próprio pon-
to de vista sobre o assunto. Por outro lado, o texto 
dissertativo-argumentativo apresentará o posiciona-
mento do autor por meio de argumentos que possam 
influenciar o leitor sobre o seu ponto de vista. 
Os tipos textuais constituirão os gêneros textuais. Em uma fábula, por exemplo, 
podemos encontrar a narração, a descrição, a argumentação e a injunção. Ou seja, a 
tipologia, como já dissemos no início deste tópico, refere-se aos esquemas linguísticos 
sequencialmente organizados. 
Os gêneros textuais compõem um conjunto bem maior de classificação, como veremos 
a seguir.
5.4 Gêneros textuais
Gênero textual é o texto propriamente dito. É a materialização das diferentes situações 
de comunicação que usamos em nosso cotidiano. Marcuschi (2008, p. 155) diz que 
os gêneros textuais são aqueles que “[...] apresentam padrões sociocomunicativos 
característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos 
concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e 
técnicas”. 
Compreendido dessa forma, é possível conceber a ideia de que a existência dos 
gêneros textuais remete à necessidade de organização da fala e da escrita. Sem eles, a 
comunicação seria praticamente impossível.
Cada situação de uso determinará um gênero textual, sendo que sua escolha deverá ser 
amparada no objetivo proposto para o momento comunicativo, o ambiente em que ele 
irá circular socialmente e a função que exercerá (KOCH; ELIAS, 2010).
A lista dos gêneros textuais é infinita. Apresentamos somente alguns deles, talvez os 
mais usuais:
15
Quadro 5.8: Gêneros textuais 
Carta - reportagem - notícia - telefonema - bilhete - resenha - romance - conto - crônica - receita 
culinária - cardápio - bula de remédio - bate-papo no smartphone - conversa espontânea - edital 
- e-mail - aula expositiva - artigo acadêmico - entrevista - lista de compras - biografia - piada - 
curriculum vitae - palestra - regulamento - conto de fadas - diário - abaixo-assinado.
Fonte: Adaptado de Marcuschi (2008).
Como dissemos, a lista é grande. Tanto que, ao lê-la, você certamente lembrará de 
outros que não trouxemos aqui. Poderá, ainda, lembrar de algum e se perguntar se é 
considerado gênero ou tipo textual.
Para dirimir tal dúvida e encerrar nosso assunto sobre texto (pelo menos por ora), 
trazemos um quadro resumido e comparativo entre tipo e gênero textual. 
Quadro 5.9: Comparativo entre tipo e gênero textual
TIPO TEXTUAL GÊNERO TEXTUAL
Construção teórica com natureza linguística 
determinada.
Materialização das situações 
comunicativas.
Categorização limitada e reduzida. Categorização ilimitada e ampla.
Narração, descrição, exposição, injunção e 
argumentação.
Carta, bilhete, artigo, romance, 
crônica, notícia, manual etc.
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Curiosidade
Você já ouviu falar no gênero textual jornal? Pois 
bem, esse é um dos muitos equívocos sobre a di-
ferença entre gênero e suporte. O gênero é o texto, 
propriamente dito; já o suporte é um “[...] lugar (físico 
ou virtual), com formato específico e que serve para 
fixar e mostrar o texto” (MARCUSCHI, 2008, p. 174). 
Portanto, o jornal é um suporte para diferentes gê-
neros textuais, como a notícia, a crônica, a narração, 
dentre outros.
Com a abordagem sobre tipo e gênero textual, chegamos ao final de mais uma unidade 
de nossa disciplina. Desejamos que você aproveite os conhecimentos aqui partilhados 
para compor seu repertório comunicativo e discursivo de modo ainda mais abrangente. 
16
Síntese
Nesta unidade, você viu que:
• A estilística textual diz respeito à individualidade de cada texto.
• Texto é algo dotado de sentido, que tem por finalidade comunicar algo em 
determinado momento.
• Os fatores de textualidade, responsáveis por dar significado e estrutura ao 
texto, são a coerência, a coesão, a intencionalidade, a informatividade, a 
aceitabilidade, a intencionalidade e a situacionalidade.
• Tipo textual diz respeito à construção teórica com natureza linguística de-
terminada presente em cada texto.
• O conjunto de tipos textuais são limitados à narração, descrição, exposi-
ção, injunção e argumentação.
• Gênero textual é a materialização da situações comunicativas. É o texto 
propriamente dito.
• O conjunto de gêneros textuais é ilimitado.
Saiba mais
A leitura é fator importante para a compreensão do 
texto, seus diferentes tipos e gêneros. Por meio da lei-
tura, o indivíduo passa a ter contato com os diversos 
gêneros textuais e acaba por perceber sua utilização 
nas situações comunicativas mais diversas. Acesse 
o link: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ 
arttext&pid=S1413-294X2010000300009> para apro-
fundar seus conhecimentos sobre leitura, gêneros 
textuais e construção de sentidos.
17
Referências
ABBAD, G. S.; ZERBINI, T.; SOUZA, D. B. L. Panorama das Pesquisas em educação 
a distância no Brasil. Estudos de Psicologia, Natal, v. 10, n. 3, set./dez. 2010. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
294X2010000300009 >. Acesso em: 22 fev. 2018.
ALMEIDA, A. F.; ALMEIDA, V. S. R. Português básico: gramática, redação, texto. 5. ed. 
São Paulo: Atlas, 2008.
CUNHA, L. Câncer de pele é o tipo mais comum entre os brasileiros. Jornal Eletrônico 
O Tempo, 10 fev. 2018. Disponível em <http://www.otempo.com.br/interessa/
sa%C3%BAde-e-ci%C3%AAncia/c%C3%A2ncer-de-pele-%C3%A9-o-tipo-mais-comum-
entre-os-brasileiros-1.1572397>. Acesso em: 10 fev. 2018.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2. ed. São 
Paulo: Contexto, 2010.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: 
Parábola Editorial, 2008.
MARTINS, D. S.; ZILBERKNOP, L. S. Português Instrumental: de acordo com as atuais 
normas da ABNT. 29. ed. São Paulo:Atlas, 2010.
SAVIOLI, F. P.; FIORIN, J. L. Lições de texto: leitura e redação. 5. ed. São Paulo: Ática, 
2006.
TOMASI, C.; MEDEIROS, J. B. Comunicação empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
VERISSIMO, L. F. O marido do dr. Pompeu. Porto Alegre: L&PM, 1997.

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