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Livro Eletrônico Aula 00 Questões Comentadas de Português p/ Tribunais - FCC (Com videoaulas) Professor: Rafaela Freitas Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões AULA 00 QUESTÕES COMENTADAS SOBRE: Leitura, compreensão e análise de textos. Tipologia textual. Coesão e coerência. Semântica (significação das palavras). Estilística (figuras de linguagem). SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .....................................................................................2 CRONOGRAMA E OBJETIVO DO CURSO......................................................3 QUESTÕES COMENTADAS BLOCO I..........................................................06 QUESTÕES COMENTADAS BLOCO II.........................................................26 QUESTÕES COMENTADAS BLOCO III.......................................................42 LISTA DE QUESTÕES QUE FORAM COMENTADAS NESTA AULA – BLOCO I.....63 LISTA DE QUESTÕES QUE FORAM COMENTADAS NESTA AULA – BLOCO II....77 LISTA DE QUESTÕES QUE FORAM COMENTADAS NESTA AULA – BLOCO III...89 GABARITO..........................................................................................105 O MEU ATÉ BREVE...............................................................................106 DA FELICIDADE Quantas vezes a gente, em busca da ventura, Procede tal e qual o avozinho infeliz: Em vão, por toda parte, os óculos procura Tendo-os na ponta do nariz! Mário Quintana 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões APRESENTAÇÃO Olá, caros amigos! Vamos iniciar um curso com uma proposta diferente: questões comentadas da banca FCC (Fundação Carlos Chagas) para tribunais. Só questões comentadas? Não! Teoria completa em vídeo! Se o seu estudo rende mais estudando com vídeos, não perca tempo! Assista às aulas e pegue os PDFs para praticar com questões comentadas. Mas por que estudar com questões da banca organizadora do certame e não com questões de outras bancas? Meus queridos, o “pulo do gato” do concurseiro é entender que conhecer o perfil da organizadora do concurso que vai prestar é fundamental para chegar a aprovação. Não basta conhecer todo o conteúdo, estudar cada tópico do edital, se não dominar a maneira como a banca vai cobrar os assuntos na prova! Se você está aqui lendo o meu curso, é porque já entendeu ou menos começou a entender isso! Parabéns! Siga em frente! Quero explicar outros detalhes, mas, antes preciso me apresentar! Para que me conheça, falarei brevemente sobre mim: meu nome é Rafaela Freitas, sou graduada em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora, onde resido, e pós-graduada em Ensino de Língua Portuguesa, pela mesma instituição (UFJF). Desde que me formei, tenho trabalhado com a preparação dos alunos para os mais diversos concursos 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões públicos, em cursos presenciais, no que tenho colocado ênfase em minha carreira, embora também trabalhe com turmas preparatórias para vestibulares. Sou concursada em dois estados diferentes (Minas Gerais e Rio de Janeiro), conquistei (e ainda estou conquistando) muitos objetivos com muito suor! Não foi fácil, tenho uma família para dar atenção, uma casa para cuidar, mas AMO o que faço, o cansaço não me vence! Sou uma apaixonada pela nossa língua mãe e por ensiná-la! E para vocês eu digo: cada esforço será recompensado no final! Tenham a certeza de que o português, já neste curso, não será um problema, mas sim a solução! Você sabe muito mais dessa língua do que imagina! Confie em mim e principalmente em seu potencial! OBJETIVO E CRONOGRAMA DO CURSO Este curso tem por objetivo trazer para os alunos questões comentadas da Fundação Carlos Chagas (FCC) em todas as aulas em PDF. Além disso, aulas teóricas em vídeo sobre todos os assuntos abordados nas questões. Está estudando para um concurso cuja a banca examinadora é a FCC? Está estudando para TRIBUNAIS? Está no lugar certo. Veja o que preparei para você: CRONOGRAMA AULA MATÉRIA LIBERAÇÃO 0 PDF: Questões comentadas sobre compreensão e interpretação de textos, tipologia textual, coesão e coerência e significação das palavras (semântica). TEORIA EM VÍDEO 10/11/2016 1 PDF: Questões comentadas sobre ortografia oficial, acentuação gráfica, pontuação. TEORIA EM VÍDEO 17/11/2016 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões 2 PDF: Questões comentadas sobre formação de palavras e emprego das classes gramaticais. TEORIA EM VÍDEO 30/11/2016 3 PDF: Questões comentadas sobre redação de correspondências oficiais. TEORIA EM VÍDEO 07/12/2016 4 PDF: Questões comentadas sobre sintaxe da oração e do período. TEORIA EM VÍDEO 13/12/2016 5 PDF: Questões comentadas sobre concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal, emprego do sinal indicativo de crase. TEORIA EM VÍDEO 21/12/2016 6 Revisão geral parte I: duas provas de tribunais comentadas na íntegra - FCC 28/12/2016 7 Revisão geral parte II: duas provas de tribunais comentadas na íntegra - FCC 11/01/2017 8 Revisão geral parte III: duas provas de tribunais comentadas na íntegra - FCC 18/01/2017 Reforçando: as 6 primeiras aulas serão com questões divididas por conteúdos. Nas outras, vou comentar provas FCC na íntegra para vocês (PDF), todas de tribunais, buscando sempre as mais atuais (2015 e 2016)! 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões Desde já, coloco-me à disposição para qualquer dúvida ou esclarecimento, pelo e-mail: contato@professorarafaelafreitas.com.br ou ainda pelo fórum de dúvidas. Facebook, Instagram e Youtube: Palavreando com Rafa Freitas https://www.facebook.com/palavreandocomrafafreitas/ https://www.instagram.com/palavreandocomrafafreitas https://www.periscope.tv/Rafaela190619 Vamos começar o nosso estudo! Mas antes, um poema... O Tempo A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando de vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é natal... Quando se vê, já terminou o ano... Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado... Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... Seguraria o amor que está à minha frente e diria que eu o amo... E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará. Mário Quintana 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e QuestõesQuestões comentadas BLOCO I Diante do futuro Que me importa o presente? No futuro é que está a existência dos verdadeiros homens. Guyau*, a quem não me canso de citar, disse em uma de suas obras estas palavras: “Porventura sei eu se viverei amanhã, se viverei mais uma hora, se a minha mão poderá terminar esta linha que começo? A vida está por todos os lados cercada pelo Desconhecido. Todavia executo, trabalho, empreendo; e em todos os meus atos, em todos os meus pensamentos, eu pressuponho esse futuro com o qual nada me autoriza a contar. A minha atividade excede em cada minuto o instante presente, estende-se ao futuro. Eu consumo a minha energia sem recear que esse consumo seja uma perda estéril, imponho-me privações, contando que o futuro as resgatará − e sigo o meu caminho. Essa incerteza que me comprime de todos os lados equivale para mim a uma certeza e torna possível a minha liberdade − é o fundamento da moral especulativa com todos os riscos. O meu pensamento vai adiante dela, com a minha atividade; ele prepara o mundo, dispõe do futuro. Parece-me que sou senhor do infinito, porque o meu poder não é equivalente a nenhuma quantidade determinada; quanto mais trabalho, mais espero.” * Jean-Marie Guyau (1854-1888), filósofo e poeta francês. (PRADO, Antonio Arnoni (org.). Lima Barreto: uma autobiografia literária. São Paulo: Editora 34, 2012. p. 164) 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões 01. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Lima Barreto vale-se do texto de Guyau para defender a tese de que (A) as projeções do futuro só importam quando estiverem visceralmente ligadas às experiências do presente. (B) o futuro ganha plena importância quando temos a convicção de que todas as nossas ações são duradouras. (C) as ações do presente têm sua importância determinada pelo valor intrínseco de que se revestem. (D) as ações do presente ganham sentido quando projetadas e executadas com vistas ao futuro. (E) o futuro só é do nosso domínio quando nossas ações no tempo presente logram antevê-lo e iluminá-lo. Comentário: esta questão quer saber a tese do autor. Em um texto argumentativo, a tese é a opinião de quem o escreve sobre determinado assunto. No texto em questão o autor usa a citação de Guyau sobre o futuro concordando com ele. Esta é a tese: viver o presente projetando e executando ações para o futuro. GABARITO: D 02. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) O fato de nossa vida estar cercada pelo Desconhecido não deve implicar uma restrição aos empreendimentos humanos, já que, para Guyau, (A) a incerteza do futuro não elimina a possibilidade de tomá-lo como parâmetro dos nossos empreendimentos. (B) os nossos atos tendem a se tornar estéreis quando pautados por uma visão otimista do futuro. (C) a brevidade do tempo que temos para viver autoriza-nos a viver o presente com o máximo de intensidade. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões (D) o fundamento da moral especulativa está em planejar o futuro sem atentar para as circunstâncias presentes. (E) o trabalho estéril executado no presente acumula energias que serão desfrutadas no futuro. Comentário: O autor citado tem um otimismo latente no que se refere ao futuro. Ainda que não seja certo, o autor vive pensando nele. Vive o presente voltado para o futuro, sem pensar que a energia perdida hoje seja estéril. O fundamento especulativo é viver com a certeza do futuro, mesmo que, na verdade, seja incerto. GABARITO: A Questão de gosto A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse: “chega de conversa, inútil discutir”. A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou mesmo possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra de colégio.” Questão de gosto. Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando despoticamente a instância definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto disso, e pronto, estamos conversados. Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta engolir em seco o gosto próprio, impedido de argumentar. Afinal, gosto não se discute. Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a palavra, a ausência vale a presença − tudo se relativiza ao infinito. Num mundo sem valores a definir, em que tudo dependa do gosto, não há lugar para uma razão ética, uma definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho numa análise estética. O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões fórmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas contradições. (Emiliano Barreira, inédito) 03. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Definida como instância definitiva da mais rasa subjetividade, a questão de gosto opõe-se, terminantemente, (A) à atribuição de mérito à naturalidade de uma primeira impressão. (B) ao primado do capricho pessoal, ao qual tantas vezes se apela. (C) à dinâmica de argumentos criteriosos na condução de uma polêmica. (D) ao subterfúgio de que nos valemos para evitar um princípio de discussão. (E) ao princípio da recusa a qualquer fundamentação racional numa discussão. Comentário: A instância definitiva da mais rasa subjetividade é a tal questão de gosto, citada no texto, é quando as discussões deixam de acontecer, porque gosto não se discute. Dessa forma, não adianta argumentar, discutir, gosto é gosto. Isso se opõe então à dinâmica de argumentação e polêmica. GABARITO: C 04. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Atente para as seguintes afirmações: I. No 1º parágrafo, a menção a Beethoven e a fanfarra de colégio ilustra bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas de valor equivalente. II. No 2º parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica. III. No 3º parágrafo, a expressão servidão ao capricho realça a acomodação de quem não se dispõe a enfrentar a argumentação crítica. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) I e II. (C) II. (D) II e III. (E) III. Comentário: a única alternativa correta é a III, pois, para aqueles que estão acomodados nas suas próprias opiniões, a argumentação não faz sentido. Vamos ver o que há de errado nas outras: I. No 1º parágrafo, a menção a Beethoven e à fanfarra de colégio ilustra bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas de valor equivalente. – tais manifestações artísticas são de valores opostos. II. No 2º parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica. – Não se desenvolve polêmica despoticamente, pois, dessa maneira, as opiniões não seriam levadas em conta.GABARITO: E 05. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Ao longo do texto o autor se vale de expressões de sentido antagônico, para bem marcar a oposição entre uma razão crítica e uma mera manifestação do gosto. É o que se constata quando emprega (A) encerrar uma discussão e nenhuma polêmica. (B) engolir em seco e impedido de argumentar. (C) desafio de ponderar e estanca o discurso crítico. (D) tudo é questão de gosto e tudo se relativiza. (E) servidão ao capricho e fórmulas ditatoriais. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões Comentário: esta questão busca uma alternativa que tenha antagonismo entre as partes, ou seja, uma oposição. É o que temos na alternativa C. Nas outras, uma expressão está em conformidade com a outra. (A) encerrar uma discussão e nenhuma polêmica. Podemos dizer que encerrar, finalizar uma discussão é não dar espaço para polêmica. (B) engolir em seco e impedido de argumentar. Engolia a seco é uma expressão que significa não poder argumentar, ter que ficar calado. (C) desafio de ponderar e estancar o discurso crítico. “Estanca” vem do verbo “estancar”, que é o mesmo que fazer cessar, extinguir, impedir ou esgotar. Dessa forma, estancar o discurso crítico é o mesmo que cessar ou impedir que as opiniões sejam expostas, ou seja, NÃO deixar que se pondere um fato por opiniões diferentes. (D) tudo é questão de gosto e tudo se relativiza. “Questão de gosto” é uma expressão que significa que tudo é relativo, depende do gosto de cada um. (E) servidão ao capricho e fórmulas ditatoriais. “Servidão ao capricho” é fazer servir sob “fórmulas ditatoriais” GABARITO: C Sobre a publicação de livros Muito se tem discutido, recentemente, sobre direitos e restrições na publicação de livros. Veja-se o que dizia o filósofo Voltaire, em 1777: “Não vos parece, senhores, que em se tratando de livros, só se deve recorrer aos tribunais e soberanos do Estado quando o Estado estiver sendo comprometido nesses livros? Quem quiser falar com todos os seus compatriotas só poderá fazê-lo por meio de livros: que os imprima, então, mas que responda por sua obra. Se ela for ruim, será desprezada; se for provocadora, terá sua réplica; se for criminosa, o autor será punido; se for boa, será aproveitada, mais cedo ou mais tarde.” 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões (Voltaire, O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 56) 06. (TRT-2ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) A posição de Voltaire está corretamente resumida na seguinte frase: (A) A publicação de livros é uma questão de Estado e somente na instância do Estado deve ser administrada. (B) Os autores de livros, soberanos para emitir suas opiniões, devem permanecer à margem das sanções dos tribunais. (C) A única consequência admissível da publicação de um livro é a reação do público leitor, a quem cabe o juízo definitivo. (D) Afora alguma razão de Estado, não se deve incriminar um autor pela divulgação de suas ideias. (E) O Estado só deve ser invocado para julgar um livro quando isso constituir manifesta exigência do público. Comentário: a opinião de Valtaire está resumida na alternativa D. Vejamos as outras: (A) A publicação de livros é uma questão de Estado e somente na instância do Estado deve ser administrada. – A publicação de livros NÃO é uma questão de Estado. (B) Os autores de livros, soberanos para emitir suas opiniões, devem permanecer à margem das sanções dos tribunais. – Voltaire discorda disso, ele acha que, se os autores são soberanos para emitir suas opiniões, devem responder por elas, não ficarem às margens dos tribunais. (C) A única consequência admissível da publicação de um livro é a reação do público leitor, a quem cabe o juízo definitivo. – Voltaire NÃO afirmou isso. (E) O Estado só deve ser invocado para julgar um livro quando isso constituir manifesta exigência do público. – Voltaire NÃO falou sobre isso. GABARITO: D 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões Atenção: Para responder à questão a seguir, considere o texto: O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro começa a avançar pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão, deixando para trás a fronteira com a China. O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da Seda, antigo caminho que ligava a China à Europa e era usado para o transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até cair em desuso, seis séculos atrás. Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e enviados por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma. A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando Xi'an − cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros de terracota − era a capital da China. As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China, viajavam por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e além. Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas, à medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro político da China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na direção da costa. Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez. Os custos trabalhistas nas cidades do leste da China dispararam na última década. Por isso as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país. O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos de Shenzhen ou Xangai − e de lá por navios que contornam a Índia e cruzam o canal de Suez − é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da Seda reduz esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é mais barata do que o trem, mas o custo do tempo agregado por mar é considerável. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora algumas empresas planejam usar o frete ferroviário no próximo inverno boreal. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das temperaturas que podem atingir 40°C negativos. (Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473) 07. (TRT-19 – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC) Depreende-se corretamente do texto: (A) A lendária Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de camelos e cavalos tinham dificuldade de enfrentar o frio extremo da região. (B) A expansão da navegação marítima colaborou para que, no passado, a atividade comercial da China migrasse na direção da costa. (C) O frete ferroviário deve ser substituído pelo transporte marítimo no inverno, já que a carga a ser transportada pode ser danificada pelas baixas temperaturas. (D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fábricas chinesas voltaram a exportar quantidades significativas de especiarias. (E) A navegação chinesa se expandiu e o transportemarítimo atingiu o seu auge durante a época em que Xi’an era a capital da China. Comentário: Depreender do texto é poder afirmar algo a partir da leitura dele, por raciocínio lógico. Vamos analisar as alternativas: (A) A lendária Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de camelos e cavalos tinham dificuldade de enfrentar o frio extremo da região. - ERRADA. A lendária Rota da Seda foi abandonada quando a atividade econômica do país mudou para a costa devido às grandes navegações e ao deslocamento do centro político da China para Pequim. (C) O frete ferroviário deve ser substituído pelo transporte marítimo no inverno, já que a carga a ser transportada pode ser danificada pelas baixas temperaturas. ERRADA. Os cuidados para que as cargas não sejam danificadas pelas baixas temperaturas deverão ser tomados, mas a 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões ideia é que, mesmo durante o inverno boreal, o transporte seja ferroviário. (D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fábricas chinesas voltaram a exportar quantidades significativas de especiarias. ERRADA. O texto não fala nada sobre as empresas voltarem a vender especiarias. (E) A navegação chinesa se expandiu e o transporte marítimo atingiu o seu auge durante a época em que Xi’an era a capital da China. ERRADA. O desenvolvimento e o auge do transporte marítimo levaram a capital da China para Pequim. GABARITO: B Leia o texto a seguir. Falo somente do que falo: do seco e de suas paisagens, Nordestes, debaixo de um sol ali do mais quente vinagre: que reduz tudo ao espinhaço, cresta o simplesmente folhagem, folha prolixa, folharada, onde possa esconder-se a fraude. Falo somente por quem falo: por quem existe nesses climas condicionados pelo sol, pelo gavião e outras rapinas: e onde estão os solos inertes de tantas condições caatinga em que só cabe cultivar o que é sinônimo da míngua Falo somente para quem falo: 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões quem padece sono de morto e precisa um despertador acre, como o sol sobre o olho: que é quando o sol é estridente, a contrapelo, imperioso, e bate nas pálpebras como se bate numa porta a socos. (Trecho de “Graciliano Ramos”. João Cabral de Melo Neto. Melhores poemas de João Cabral de Melo Neto. SECCHIN, Antonio Carlos (Sel.), São Paulo: Global, 2013, formato ebook) 08. (TRT-19 – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC) Considere as afirmações abaixo. I. Ao lançar mão da imagem de um despertador (terceira estrofe), o poeta visa a chamar para uma situação de miséria a atenção de um leitor indiferente. II. É expressa no poema a intenção de dar voz a pessoas submetidas a um contexto de privação. III. Depreende-se do poema que a miséria provocada pela seca se esconde nas folhas prolixas da paisagem. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e III. (B) II e III. (C) II. (D) III. (E) I e II. Comentário: trata-se de um texto literário, de um poema dividido em três estrofes. Na primeira, o eu-lírico fala de algo “Falo somente do que falo”, na segunda ele fala por alguém “Falo somente por quem falo” e na terceira ele fala para alguém “Falo somente para quem falo”. O tema é a seca, a vida difícil e miserável do sertão, tema recorrente de João Cabral de Melo Neto. Depois dessa breve análise, vamos ver as assertivas: 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões I. Ao lançar mão da imagem de um despertador (terceira estrofe), o poeta visa a chamar para uma situação de miséria a atenção de um leitor indiferente. – CORRETO. O eu-lírico (voz do poeta) chama a atenção do leitor desatento como se ele precisasse de um despertador para acordar e ver o que se passa! II. É expressa no poema a intenção de dar voz a pessoas submetidas a um contexto de privação. - CORRETA. O eu-lírico fala pelos miseráveis, dá a voz para aqueles que não podem se expressar. III. Depreende-se do poema que a miséria provocada pela seca se esconde nas folhas prolixas da paisagem. ERRADA. A miséria provocada pela seca não se esconde, se mostra na folhagem seca, cresta e abundante. GABARITO: E As 4 questões a seguir baseiam-se no texto apresentado abaixo. Sobre a efemeridade das mídias Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se à questão da efemeridade dos suportes de informação, desde a tábua de argila, o papiro e o pergaminho até o livro impresso e os atuais meios eletrônicos. O livro impresso, até agora, demonstrou que sobrevive bem por 500 anos, mas só quando se trata de livros feitos de papel de trapos. A partir de meados do século XIX, passou-se ao papel de polpa de madeira, e parece que este tem uma vida máxima de 70 anos (com efeito, basta consultar jornais ou livros dos anos de 1940 para ver como muitos se desfazem ao ser folheados). Há muito tempo se realizam estudos para salvar todos os livros que abarrotam nossas bibliotecas; uma das soluções mais adotadas é escanear todas as páginas e passá-las para um suporte eletrônico. Mas aqui surge outro problema: todos os suportes para a transmissão e a conservação de informações, da foto ao filme, do disco à memória do computador, são mais perecíveis que o livro. As velhas fitas cassetes, com 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões pouco tempo de uso se enrolavam todas, e saíam mascadas; as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade. Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil sem ficar riscado demais, mas não para verificar quanto dura um CD-ROM, que, saudado como a invenção que substituiria o livro, ameaça sair rapidamente do mercado, porque podemos acessar on-line os mesmos conteúdos por um custo menor. Sabemos que todos os suportes mecânicos, elétricos ou eletrônicos são rapidamente perecíveis, ou não sabemos quanto duram e provavelmente nunca chegaremos a saber. Basta um pico de tensão, um raio no jardim para desmagnetizar uma memória. Se houvesse um apagão bastante longo, não poderíamos usar nenhuma memória eletrônica. Os suportes modernos parecem criados mais para a difusão do que para a conservação das informações. É possível que, dentro de alguns séculos, a única forma de ler notícias sobre o passado continue sendo a consulta a um velho e bom livro. Não, não sou um conservador reacionário. Gravei em disco rígido portátil de 250 gigabytes as maiores obras primas da literatura universal. Mas estou feliz porque os livros continuam em minha biblioteca – uma garantia para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane. (Adaptado de Umberto Eco – UOL – Notícias – NYT/ 26/04/2009) 09. (TRT/16 – 2009 - ENGENHARIA – FCC) Analisando diferentes mídias, o autor tem sua atenção voltada, sobretudo, para (A) o grau de obsolescência dos livros antigos, mormente os centenários. (B) a conservação dos livros, que se vem revelando cada vez mais precária. (C) o conservadorismo de quem rejeita os suportes modernos de informação. (D) a preservação das informações, quaisquer que sejam seus suportes. (E) a fidedignidade das informações que circulam em suportes eletrônicos. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br19 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões Comentário: o autor do texto tem o objetivo de falar sobre a conservação das informações. Ele analisa a efemeridade dos meios, ou seja, o quanto eles duram pouco. O autor gosta de livros impressos, mas não dispensou guardar as maiores obras primas da literatura em um disco rígido, pois não importa o suporte, mas que as informações sejam preservadas. GABARITO: D 10. (TRT/16 – 2009 - ENGENHARIA – FCC) Atente para as seguintes afirmações: I. No primeiro parágrafo, afirma-se que vem sendo processada a cópia eletrônica de livros para preservar a massa de informações dos volumes que lotam nossas bibliotecas. II. No segundo parágrafo, considera-se não apenas a efemeridade dos últimos suportes de mídia, mas também aspectos éticos envolvidos na transmissão de informações on-line. III. No terceiro parágrafo, o autor sugere que informações impressas em livro estão mais seguras do que as que se veem processando em suportes mais avançados. Está correto o que se afirma em (A) III, apenas. (B) II e III, apenas. (C) I, II e III. (D) I e II, apenas. (E) I e III, apenas. Comentário: vejamos cada assertiva: I. No primeiro parágrafo, afirma-se que vem sendo processada a cópia eletrônica de livros para preservar a massa de informações dos volumes que lotam nossas bibliotecas. – CORRETA. Os livros têm sido escaneados e preservados em cópia eletrônica. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões II. No segundo parágrafo, considera-se não apenas a efemeridade dos últimos suportes de mídia, mas também aspectos éticos envolvidos na transmissão de informações on-line. - ERRADA. Nada foi falado sobre aspectos éticos. III. No terceiro parágrafo, o autor sugere que informações impressas em livro estão mais seguras do que as que se veem processando em suportes mais avançados. - CORRETO. Segundo o autor, os livros duram mais. GABARITO: E 11. (TRT/16 – 2009 - ENGENHARIA – FCC) O autor nega que seja um conservador reacionário – negativa que pode ser justificada atentando-se para o segmento (A) consulta a um velho e bom livro. (B) Gravei em disco rígido portátil. (C) mais para a difusão do que para a conservação das informações. (D) única forma de ler notícias sobre o passado. (E) os livros continuam em minha biblioteca. Comentário: a alternativa correta é a B. O autor justifica o fato de não ser um conservador reacionário, pois não se opõe às mudanças tecnológicas, fez inclusive cópias em disco rígido, como fica claro no segmento “Não, não sou um conservador reacionário. Gravei em disco rígido portátil de 250 gigabytes as maiores obras primas da literatura universal”. GABARITO: B 12. (TRT/16 – 2009 - ENGENHARIA – FCC) É correto deduzir das afirmações do texto que (A) a confiabilidade de suportes simples pode superar a dos mais complexos. (B) a limitação da mídia eletrônica revela-se na transmissão de informações. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões (C) já houve tempo suficiente para se precisar a durabilidade do disco rígido. (D) a obsolescência de todos os suportes de informação tem a mesma causa. (E) os livros feitos de papel de trapo não resistem mais que cinco séculos. Comentário: a questão pede que você faça uma inferência do texto, que deduza algo segundo as informações dadas. A alternativa A está correta, pois os suportes simples como o papel podem ser mais confiáveis. Analisando o que há de errado nas outras: B – a limitação da mídia está na conservação das informações, não na transmissão. C – O autor não fala nada sobre o que esta alternativa afirma. D – A generalização do TODOS está equivocada. E – Os livros feitos de papel de trapo resistem pelo menos 500 anos, ou seja, pode durar mais do que cinco séculos. GABARITO: A As 5 questões a seguir baseiam-se no texto apresentado abaixo. Caipiradas A gente que vive na cidade procurou sempre adotar modos de ser, pensar e agir que lhe pareciam os mais civilizados, os que permitem ver logo que uma pessoa está acostumada com o que é prescrito de maneira tirânica pelas modas – moda na roupa, na etiqueta, na escolha dos objetos, na comida, na dança, nos espetáculos, na gíria. A moda logo passa; por isso, a gente da cidade deve e pode mudar, trocar de objetos e costumes, estar em dia. Como consequência, se entra em contato com um grupo ou uma pessoa que não mudaram tanto assim; que usam roupa como a de dez anos atrás e respondem a um cumprimento com certa fórmula desusada; que não sabem qual é o cantor da moda nem o novo jeito de namorar; quando entra em 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões contato com gente assim, o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer que é atrasada e portanto meio ridícula. Diz, ou dizia; porque hoje a mudança é tão rápida que o termo está saindo das expressões de todo dia e serve mais para designar certas sobrevivências teimosas ou alteradas do passado: músicas caipiras, festas caipiras, danças caipiras, por exemplo. Que, aliás, na maioria das vezes, conhecemos não praticadas por caipiras, mas por gente que finge de caipira e usa a realidade do seu mundo como um produto comercial pitoresco. Nem podia ser de outro modo, porque o mundo em geral está mudando depressa demais, e nada pode ficar parado. Hoje, creio que não se pode falar mais de criatividade cultural no universo do caipira, porque ele quase acabou. O que há é impulso adquirido, resto, repetição – ou paródia e imitação deformada, mais ou menos parecida. Há, registre-se, iniciativas culturais com o fito de fixar o que sobra de autêntico no mundo caipira. É o caso do disco Caipira. Raízes e frutos, do selo Eldorado, gravado em 1980, que será altamente apreciado por quantos se interessem por essa cultura tão especial, e já quase extinta. (Adaptado de Antonio Candido, Recortes) 13. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) No primeiro parágrafo, estabelece-se uma contraposição entre as expressões (A) “logo passa” e “estar em dia”, destacando parâmetros adotados pelos caipiras. (B) “de maneira tirânica” e “está acostumada”, enfatizando as críticas dos citadinos aos modos caipiras. (C) “deve” e “pode mudar”, sublinhando os impulsos a que os caipiras têm que se render. (D) “é atrasada” e “meio ridícula”, acentuando a variabilidade que ocorre com as modas. (E) “mais civilizados” e “fórmula desusada”, identificando pontos de vista adotados pelos citadinos. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões Comentário: a única oposição apresentada é a que existe entre “mais civilizados” e “fórmula desusada”, pois indica o modo bom e o modo ruim de ser, segundo um citadino. GABARITO: E 14. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Atente para as seguintes afirmações sobre o primeiro parágrafo: I. Com a expressão “o que é prescrito de maneira tirânica”, o autor está qualificando modos de ser, pensar e agir, com cuja imposição os citadinos estão acostumados. II. A submissão dos citadinos aos valores da moda é a causa de uma alternância de valoresque reflete uma clara hesitação entre o que é velho e o que é novo. III. No último e longo período, a sequência de pontos e vírgulas destaca uma enumeração de traços que identificam um caipira aos olhos do citadino. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em: (A) II e III, apenas. (B) I e II, apenas. (C) I, II e III. (D) III, apenas. (E) I e III, apenas. Comentário: Vamos analisar as afirmações: I. CORRETA II. A submissão dos citadinos aos valores da moda é a causa de uma alternância de valores que reflete uma clara hesitação entre o que é velho e o que é novo. – ERRADA. Os citadinos buscam sempre o que é novo, pois o que é velho é dado como caipira. III. CORRETA 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões GABARITO: E 15. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Atentando-se para o 2º parágrafo, é correto afirmar que o segmento (A) “Diz, ou dizia” sugere a velocidade com que um novo elemento da moda aprimora um anterior. (B) “certas sobrevivências teimosas ou alteradas” designa a precária permanência de costumes caipiras. (C) “o termo está saindo das expressões de todo dia” refere-se à moda que deixa de ser seguida. (D) “um produto comercial pitoresco” traduz a maneira pela qual o citadino reconhece a moda que ele mesmo promove. (E) “a realidade do seu mundo” está-se referindo ao universo do citadino. Comentário: vamos reler o 2º parágrafo. “Diz, ou dizia; porque hoje a mudança é tão rápida que o termo está saindo das expressões de todo dia e serve mais para designar certas sobrevivências teimosas ou alteradas do passado: músicas caipiras, festas caipiras, danças caipiras, por exemplo. Que, aliás, na maioria das vezes, conhecemos não praticadas por caipiras, mas por gente que finge de caipira e usa a realidade do seu mundo como um produto comercial pitoresco”. A – Não... “Diz, ou dizia” indica que tudo muda, até a forma de falar e designar algo. B – Sim... sobrevivência teimosa é a dos hábitos caipiras. C – Não... a moda continua a ser seguida, o que muda é o nome que se dá àqueles que não a seguem. D – Não... o produto comercial pitoresco não é a moda, mas o que foge dela. E – Não... refere-se àquele que finge ser caipira. GABARITO: B 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões 16. (TRT/16 – 2012 - TECNICO JUDICIÁRO – FCC) Ao afirmar que o universo do caipira (...) quase acabou, o autor emprega o termo quase em função (A) de remanescerem repetições e paródias que aludem ao mundo caipira. (B) de as mudanças do nosso tempo ocorrerem em alta velocidade. (C) de iniciativas culturais que reavivam e fortalecem os costumes caipiras. (D) da fermentação cultural que se propaga criativamente nesse universo. (E) da autenticidade que o citadino ainda reconhece nos costumes caipiras. Comentário: vamos contextualizar o trecho retirado do texto: “porque o mundo em geral está mudando depressa demais, e nada pode ficar parado. Hoje, creio que não se pode falar mais de criatividade cultural no universo do caipira, porque ele quase acabou. O que há é impulso adquirido, resto, repetição – ou paródia e imitação deformada, mais ou menos parecida.” Ao ler o trecho dado dentro do contexto, fica claro que a alternativa correta é a A, pois o universo caipira ainda é lembrado pelas paródias e imitações. GABARITO: A 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões Questões comentadas BLOCO II Da utilidade dos prefácios Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o prefácio ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se trata de ficção), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres. Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda − o que não justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio − fosse pelo estilo do prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário. E ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser bem mais curto. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o prefácio acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande gênio poético. (Aderbal Siqueira Justo, inédito) 01. (TRT-16ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) O primeiro e o segundo parágrafos estabelecem entre si uma relação de (A) causa e efeito, uma vez que das convicções expressas no primeiro resultam, como consequência natural, as expostas no segundo. (B) de complementaridade, pois o que se afirma no segundo ajuda a compreender a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro. (C) inteira independência, pois o tema do primeiro não se espelha no segundo, já que o autor do texto quer apenas enumerar diferentes estilos. (D) contraposição, pois a perspectiva de valor adotada no primeiro é confrontada com outra que a relativiza e nega no segundo. (E) similitude, pois são ligeiras as variações do argumento central que ambos sustentam em relação à utilidade e à necessidade dos prefácios. Comentário: o primeiro parágrafo apresenta a perspectiva de que os prefácios são inúteis. Tal perspectiva é refutada, ou seja, confrontada pela opinião contrária do autor. Segundo ele, os prefácios são importantíssimos, podendo chegar até a sobressair com relação à obra em si. GABARITO: D 02. (TRT-16ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Considere as afirmações abaixo. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCCTeoria e Questões I. No primeiro parágrafo, a assertiva o prefácio seria um estraga-prazeres traduz o efeito imediato da causa indicada na assertiva os prefácios são textos inúteis. II. No segundo parágrafo, o autor afirma que vai de encontro à tese defendida no primeiro porque pode ocorrer que um prefácio represente a parte melhor de um livro. III. No terceiro parágrafo, o autor se vale de uma ocorrência real para demonstrar que o gênio inventivo de escritores iniciantes propicia prefácios igualmente criativos. Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. Comentário: vamos analisar cada afirmação: I. No primeiro parágrafo, a assertiva o prefácio seria um estraga-prazeres traduz o efeito imediato da causa indicada na assertiva os prefácios são textos inúteis. – ERRADA. No primeiro parágrafo temos duas perspectivas para os prefácios: são inúteis e estraga-prazeres. As duas coexistem, se adicionam. II. No segundo parágrafo, o autor afirma que vai de encontro à tese defendida no primeiro porque pode ocorrer que um prefácio represente a parte melhor de um livro. CORRETA III. No terceiro parágrafo, o autor se vale de uma ocorrência real para demonstrar que o gênio inventivo de escritores iniciantes propicia prefácios igualmente criativos. – ERRADA. O caso demonstra que quem faz o prefácio pode estar melhor preparado do que autores iniciantes das obras prefaciadas. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões GABARITO: B 03. (TRT-16ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Ao lado de razões mais pessoais, marcadas por alguma subjetividade, o autor indica, como prova objetiva da utilidade de certos prefácios, o fato de que (A) Machado de Assis os julgava obras-primas pelo poder de alta concisão de que seriam capazes. (B) eles antecipam, para o leitor mais desavisado, alguns fragmentos essenciais à compreensão do texto principal. (C) algumas bibliografias valorizam-nos de modo especial, em detrimento do texto principal do livro. (D) as apresentações da poesia de Cecília Meireles faziam ver tanto a beleza dos poemas como a da escritora. (E) os prefaciadores são escolhidos a partir de um critério inteiramente idôneo, o que impede favoritismos. Comentário: o autor prova a utilidade dos prefácios ao citar que, em algumas bibliografias, são citados apenas os prefácios das obras, sendo o restante claramente desnecessário: “Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário”. GABARITO: C 4. (TRT-16ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: (A) Garantido o tom elogioso (1º parágrafo) = assumido o teor argumentativo. (B) generalização devastadora (2º parágrafo) = interação improdutiva. (C) glosar uma observação (2º parágrafo) = variar uma consideração. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões (D) ninguém controla a possibilidade (2o parágrafo) = não se pode esboçar a hipótese. (E) consistência das ideias defendidas (2º parágrafo) = subserviência às teses propaladas. Comentário: vejamos cada alternativa: (A) Garantido o tom elogioso (1º parágrafo) = assumido o teor argumentativo – ERRADA: elogiar não é argumentar! (B) generalização devastadora (2º parágrafo) = interação improdutiva – ERRADA: devastador é o mesmo que ter capacidade para devastar, destruir, exterminar. Improdutivo significa não ser vantajoso. Conceitos diferentes. (C) glosar uma observação (2º parágrafo) = variar uma consideração – CORRETA: glosar = variar (D) ninguém controla a possibilidade (2º parágrafo) = não se pode esboçar a hipótese. – ERRADA: controlar é manter algo dentro do esperado, do previsto, diferente de esboçar, que significa planejar, delimitar. (E) consistência das ideias defendidas (2º parágrafo) = subserviência às teses propaladas – ERRADA: consistência (coerência) é diferente de subserviência (bajulação). GABARITO: C Considere o texto abaixo − um fragmento de O espírito das leis, obra clássica do filósofo francês Montesquieu, publicada em 1748. [Do espírito das leis] Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico, pois ainda que o mundo inteligente possua também leis que por sua natureza são invariáveis, não as segue constantemente como o mundo físico segue as suas. A razão disso reside no fato de estarem os seres 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões particulares inteligentes limitados por sua natureza e, consequentemente, sujeitos a erro; e, por outro lado, é próprio de sua natureza agirem por si mesmos. (...) O homem, como ser físico, tal como os outros corpos da natureza, é governado por leis invariáveis. Como ser inteligente, viola incessantemente as leis que Deus estabeleceu e modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser poderia, a todo instante, esquecer seu criador − Deus, pelas leis da religião, chamou-o a si; um tal ser poderia, a todo instante, esquecer-se de si mesmo − os filósofos advertiram-no pelas leis da moral. (Montesquieu Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 33 e 34) 05. (TRT-16ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) A razão invocada por Montesquieu para afirmar que Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico deve-se ao fato de que (A) as leis que regem o mundo físico acabam por ser menos previsíveis do que aquelas elaboradas pelos homens. (B) os limites da natureza humana acabam levando os homens a criar leis que eles próprios modificam ou transgridem. (C) o governo do mundo físico é a aspiração que têm os homens de controlarem tudo o que está ao seu alcance. (D) mundo inteligente, governado por Deus, cumpre as leis que escapam completamente à jurisdição humana. (E) o mundo inteligente, ao contrário do mundo físico, tem leis mais flexíveis e mais justas que as da natureza. Comentário: vamos voltar ao texto: “Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico, pois ainda que o mundo inteligente possua também leis que por sua natureza são invariáveis, não as segue constantemente como o mundo físico segue as suas. (...) Como ser inteligente, viola incessantemente as leis que Deus estabeleceu e modifica as que ele próprio estabeleceu”. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões O homem viola e modifica as leis que ele mesmo estabeleceu. GABARITO: B 06. (TRT-16ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Considere as seguintes afirmações: I. No primeiro parágrafo, afirma-se que é da natureza humana buscar agir em estrita conformidade com as leis divinas, materializadas no mundo físico. II. No primeiro parágrafo, depreende-se que Montesquieu considera que as leis que governam o mundo físico são exemplos de uma eficiência que os homens deveriam perseguir no governo do mundo inteligente. III. No segundo parágrafo, a religião e a filosofia surgem, cada uma em sua esfera,como possíveis corretivos para as negligências e os desvios da conduta humana. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) III, apenas. Comentário: a única errada é a afirmativa I, pois, ao contrário do que está nela, o homem vive burlando as leis. GABARITO: D 07. (TRT-16ª – 2014 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) De acordo com a lógica do texto, as afirmações O homem esquece seu criador e Deus chama-o para si estão clara e corretamente articuladas na seguinte frase: (A) Ainda quando se esqueça de seu criador, o homem busca seu chamado. (B) Embora Deus o chame para si, o homem esquece seu criador. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões (C) Não obstante o homem possa esquecer seu criador, este o chama para si. (D) Deus chama o homem para si, conquanto ele não deixe de esquecê-lo. (E) Mesmo que viesse a esquecê-lo, o chamado de Deus seria ouvido pelo homem. Comentário: a ideia é que, mesmo que o homem se esqueça de Deus, Deus não se esquece do homem e o quer sempre perto. GABARITO: C Leia o texto a seguir: Fotografias Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão: o passado. A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo, transformando o que é naquilo que já não é mais, porque o que temos diante dos olhos é transmudado imediatamente em passado no momento do clique. Costumamos dizer que a fotografia congela o tempo, preservando um momento passageiro para toda a eternidade, e isso não deixa de ser verdade. Todavia, existe algo que descongela essa imagem: nosso olhar. Em francês, imagem e magia contêm as mesmas cinco letras: image e magie. Toda imagem é magia, e nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante aprisionado nas geleiras eternas do tempo fotográfico. Toda fotografia é uma espécie de espelho da Alice do País das Maravilhas, e cada pessoa que mergulha nesse espelho de papel sai numa dimensão diferente e vivencia experiências diversas, pois o lado de lá é como o albergue espanhol do ditado: cada um só encontra nele o que trouxe consigo. Além disso, o significado de uma imagem muda com o passar do tempo, até para o mesmo observador. Variam, também, os níveis de percepção de uma fotografia. Isso ocorre, na verdade, com todas as artes: um músico, por exemplo, é capaz de perceber 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões dimensões sonoras inteiramente insuspeitas para os leigos. Da mesma forma, um fotógrafo profissional lê as imagens fotográficas de modo diferente daqueles que desconhecem a sintaxe da fotografia, a “escrita da luz”. Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto. (Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela foto. São Paulo: Companhia das Letras, 2010) 08. (TRT-11ª – 2012 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) O segmento do texto que ressalta a ação mesma da percepção de uma foto é: (A) A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo. (B) a fotografia congela o tempo. (C) nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante aprisionado. (D) o significado de uma imagem muda com o passar do tempo. (E) Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto. Comentário: a percepção da foto vem pelo olhar que descongela a imagem na memória e faz a pessoa reviver aquele momento. A ação da percepção da imagem é essa. GABARITO: C 09. (TRT-11ª – 2012 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) No contexto do último parágrafo, a referência aos vários níveis de percepção de uma fotografia remete (A) à diversidade das qualidades intrínsecas de uma foto. (B) às diferenças de qualificação do olhar dos observadores. (C) aos graus de insensibilidade de alguns diante de uma foto. (D) às relações que a fotografia mantém com as outras artes. (E) aos vários tempos que cada fotografia representa em si mesma. Comentário: como acontece com todas as artes e com a fotográfica não é diferente, quem conhece mais sobre elas possui uma percepção melhor. É o 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões caso de um fotógrafo analisando uma imagem fotográfica, ele terá uma percepção mais apurada, embora mantenha sempre a magia. GABARITO: B 10. (TRT-11ª – 2012 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Atente para as seguintes afirmações: I. Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia congela o tempo, o autor defende a ideia de que a realidade apreendida numa foto já não pertence a tempo algum. II. No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o albergue espanhol tem por finalidade sugerir que o olhar do observador não interfere no sentido próprio e particular de uma foto. III. Um fotógrafo profissional, conforme sugere o terceiro parágrafo, vê não apenas uma foto, mas os recursos de uma linguagem específica nela fixados. Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I e II. (B) II e III. (C) I. (D) II. (E) III. Comentário: apenas a III está correta. Vejamos as outras duas: I. Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia congela o tempo, o autor defende a ideia de que a realidade apreendida numa foto já não pertence a tempo algum. – ERRADA: a realidade apreendida pertence ao passado. Está congelada na fotografia apenas. II. No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o albergue espanhol tem por finalidade sugerir que o olhar do observador não interfere no sentido 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões próprio e particular de uma foto. – ERRADA: interfere sim, pois cada um traz consigo as lembranças às quais a imagem se refere. GABARITO: E Discriminar ou discriminar? Os dicionários não são úteis apenas para esclarecer o sentido de um vocábulo; ajudam, com frequência, a iluminar teses controvertidas e mesmo a incendiar debates. Vamos ao Dicionário Houaiss, ao verbete discriminar, e lá encontramos, entre outras, estas duas acepções: a) perceber diferenças; distinguir, discernir; b) tratar mal ou de modo injusto, desigual, um indivíduo ou grupo de indivíduos, em razão de alguma característica pessoal, cor da pele, classe social, convicções etc. Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às diferenças, supõe um preciso discernimento; o termo transpira o sentido positivo de quem reconhece e considera o estatuto do que é diferente. Discriminar o certo do errado é o primeiro passo no caminho da ética. Já na segunda acepção, discriminar é deixar agir o preconceito, é disseminar o juízo preconcebido. Discriminar alguém: fazê-lo objeto de nossa intolerância. Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade. Nesse caso, deixar de discriminar (no sentido de discernir) é permitir que uma discriminação continue (no sentido de preconceito). Estamos vivendo uma época em que a bandeira da discriminação se apresenta em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo discriminações históricas. Mas há, por outro lado, quem veja nessas propostas afirmativas a formamais censurável de discriminação... É o caso das cotas especiais para vagas numa universidade ou numa empresa: é uma discriminação, cujo sentido positivo ou negativo depende da convicção de quem a avalia. As acepções são inconciliáveis, mas estão no mesmo verbete do dicionário e se mostram vivas na mesma sociedade. (Aníbal Lucchesi, inédito) 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões 11. (TRT-11ª – 2012 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) A afirmação de que os dicionários podem ajudar a incendiar debates confirma-se, no texto, pelo fato de que o verbete discriminar (A) padece de um sentido vago e impreciso, gerando por isso inúmeras controvérsias entre os usuários. (B) apresenta um sentido secundário, variante de seu sentido principal, que não é reconhecido por todos. (C) abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que se costuma atribuir a esse vocábulo. (D) faz pensar nas dificuldades que existem quando se trata de determinar a origem de um vocábulo. (E) desdobra-se em acepções contraditórias que correspondem a convicções incompatíveis. Comentário: o verbete da palavra discriminar traz duas acepções controversas, contraditórias entre si, isso nos demonstra a dificuldade existente para determinar a origem dos vocábulos. GABARITO: E 12. (TRT-11ª – 2012 - ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade. Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra: (A) Os homens são desiguais porque foram tratados com o mesmo critério de igualdade. (B) A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de um mesmo critério para casos muito diferentes. (C) Quando todos os desiguais são tratados desigualmente, a desigualdade definitiva torna-se aceitável. (D) Uma forma de perpetuar a igualdade está em sempre tratar os iguais como se fossem desiguais. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões (E) Critérios diferentes implicam desigualdades tais que os injustiçados são sempre os mesmos. Comentário: para termos de fato uma sociedade igualitária não devemos continuar tratando igualmente os desiguais. Cada caso necessita ser tratado com seu critério específico para que todos possam ter as mesmas chances e possibilidades. GABARITO: B Violência e naturalidade Há na ficção do grande Machado de Assis páginas tão admiráveis quanto duras − ou mesmo cínicas, preferem alguns. Lembremos este trecho famoso do romance Quincas Borba: " − Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência de outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria e ousadia da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.” 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões Aqui, Machado leva ao extremo a tese que chancela a lei do mais forte, a competitividade brutal que esmaga o perdedor. Parece concordar com ela, apesar do tom extremamente irônico, e talvez concorde mesmo − mas a caprichosa naturalidade com que o nosso escritor aborda as violências mais radicais faz desconfiar que ele também nos esteja provocando. Machado sabe que uma das formas mais eficazes de mostrar a barbárie está em naturalizá-la. É uma operação sutil, em que ele prefere apresentar os atos mais selvagens como se fizessem parte da plena rotina. Os leitores mais sensíveis acusarão o golpe, e terão que enfrentar a pergunta tremenda: se tanta violência decorre com tamanha naturalidade, que sentido terá aquilo que os homens vêm chamando de civilização? (Diego Munhoz, inédito) 13. (CETAM – 2014 - Analista Técnico Educacional - Direito – FCC) No trecho citado de Quincas Borba, o narrador deseja demonstrar que não há morte baseado na convicção de que (A) ao fim e ao cabo todos acabamos nos submetendo aos princípios da natureza que regem nossas vidas. (B) as aclamações dos vitoriosos sobrepõem-se aos lamentos e às aflições dos derrotados na batalha. (C) a extinção de uma das partes é vista, acima de tudo, como a proclamação da vida da outra parte. (D) a natureza opera de modo a evitar conflitos, pois o que importa é a conservação de cada indivíduo. (E) as lutas no interior das espécies têm por objetivo aprimorar e desenvolver suas qualidades naturais. Comentário: esta questão faz lembrar da seguinte máxima: é preciso que um chore para o outro sorrir. A morte não existe se está representando a vida para o outro. Foi isso que o autor quis demonstrar citando Quincas Borba. 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões GABARITO: C 14. (CETAM – 2014 - Analista Técnico Educacional - Direito – FCC) Atente para as seguintes afirmações: I. Com a frase A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação, pretende-se demonstrar que muitas vezes os efeitos da paz que se segue à guerra são mais perniciosos que a própria guerra. II. Com a expressão o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível o autor quer justificar, ironicamente, o fato de que por vezes os próprios vencidos acabam participando das aclamações dos vitoriosos. III. Com a frase nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói o autor deseja mostrar que as comemorações dos vitoriosos de uma guerra constituem uma compreensível e natural celebração da vida. Em relação ao texto está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I. (B) II. (C) I e II. (D) III. (E) II e III. Comentário: apenas a III está correta. Vejamos o erro das outras: I. Com a frase A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação, pretende-se demonstrar que muitas vezes os efeitos da paz que se segue à guerra são mais perniciosos que a própria guerra. – ERRADA. Pernicioso é algo prejudicial. A assertiva está dizendo que a paz pós- guerra é mais prejudicial do que a própria guerra. II. Com a expressão o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível o autor quer justificar, ironicamente, o fato de que por vezes os próprios vencidos acabam participando das aclamações dos vitoriosos. – 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 105 Aula 00 Profª Rafaela FreitasQuestões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões ERRADA. Os vencidos não participam das aclamações dos vitoriosos. Com a expressão o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível, o autor quer justificar o “prazer” da guerra. GABARITO: D 15. (CETAM – 2014 - Analista Técnico Educacional - Direito – FCC) No terceiro parágrafo do texto, e com base na citação de Machado de Assis, elabora-se a seguinte interpretação do modo pelo qual nosso grande autor acerca-se da violência humana: (A) o humor e a ironia típicos do escritor acabam suavizando os efeitos das violências que descreve. (B) tratar a violência como se ela fosse trivial acaba redundando, sutilmente, em sua intensificação. (C) visando a escandalizar os leitores mais sensíveis, o escritor exagera na expressão dos atos violentos. (D) a lei do mais forte é adotada implacavelmente pelo autor, que não apenas a reconhece como a defende. (E) os leitores desse grande ficcionista são por ele levados a crer que o triunfo da civilização é indiscutível. Comentário: Machado fala sobre a violência de maneira que ela parece ser natural na vida humana. Na verdade aí está o questionamento ao qual ele quer nos levar: com tanta violência, intensificada e crescente, onde está o que chamamos de civilização? Dessa forma, o autor NÃO suaviza a violência (A), não quer escandalizar o leitor (B). Machado não defende a Lei do mais forte (D). O autor não quer nos levar a crer que o triunfo da civilização é indiscutível, pelo contrário, é questionável. GABARITO: B 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões Questões comentadas BLOCO III Violência e naturalidade Há na ficção do grande Machado de Assis páginas tão admiráveis quanto duras − ou mesmo cínicas, preferem alguns. Lembremos este trecho famoso do romance Quincas Borba: " − Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência de outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria e ousadia da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.” 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões Aqui, Machado leva ao extremo a tese que chancela a lei do mais forte, a competitividade brutal que esmaga o perdedor. Parece concordar com ela, apesar do tom extremamente irônico, e talvez concorde mesmo − mas a caprichosa naturalidade com que o nosso escritor aborda as violências mais radicais faz desconfiar que ele também nos esteja provocando. Machado sabe que uma das formas mais eficazes de mostrar a barbárie está em naturalizá-la. É uma operação sutil, em que ele prefere apresentar os atos mais selvagens como se fizessem parte da plena rotina. Os leitores mais sensíveis acusarão o golpe, e terão que enfrentar a pergunta tremenda: se tanta violência decorre com tamanha naturalidade, que sentido terá aquilo que os homens vêm chamando de civilização? (Diego Munhoz, inédito) 01. (CETAM – 2014 - Analista Técnico Educacional - Direito – FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: (A) não chegam a nutrir-se suficientemente (2º parágrafo) = mal conseguem locupletar-se. (B) recolhe os despojos (2ºparágrafo) = assenhora-se dos galardões. (C) virtualmente a destrói (2º parágrafo) = imaginariamente a perpetra. (D) apesar do tom extremamente irônico (3º parágrafo) = malgrado a tonalidade de um enorme sarcasmo. (E) É uma operação sutil (3º parágrafo) = trata-se de uma intervenção displicente. Comentário: esta questão quer saber sobre o seu conhecimento lexical, além da interpretação textual. É possível que você não conheça todas as palavras envolvidas nas alternativas, então, vamos recorrer a um dicionário para chegarmos ao gabarito! A seguir vai um glossário com algumas das palavras. Glossário: 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões Locupletar = v.t.d. e v.pron. Ocasionar sua própria riqueza; aumentar fortuna; enriquecer; v.t.d. v.bit. e v.pron. Fazer ficar cheio; ocasionar o acúmulo ou preenchimento de; encher ou encher-se. Despojos = s.m.pl. Restos ou fragmentos; tudo o que pode ser considerado sobra; aquilo que resta. Galardão = s.m. Reconhecimento e/ou compensação por serviços de um valor muito elevado. Figurado. Em que há premiação; homenagem ou glória. Perpetra = do verbo Perpetrar: v.t. Cometer, praticar, realizar (ato condenável). Malgrado = s.m. Quem está em desagrado com; ausência de agrado; desprazer: o jantar, a malgrado do cozinheiro, esteve fora dos padrões. prep. Não obstante; apesar de. Displicente = pessoa descuidada. GABARITO: D Fundas canções “Existirmos, a que será que se destina?” − pergunta um verso de Caetano Veloso em sua bela canção “Cajuína”, nascida numa visita a amigo em Teresina. Que faz numa canção popular essa pergunta fundamental sobre o propósito mesmo da vida humana? − perguntarão aqueles que preferem separar bem as coisas, julgando que somente os gêneros “sérios” podem querer dar conta das questões “sérias”. O preconceito está em não admitir que haja inteligência − e das fulgurantes, como a de Caetano Veloso − entre artistas populares. O fato é que a pergunta dessa canção, tão sintética e pungente, incide sobre o primeiro dos nossos enigmas: o da finalidade da nossa existência. Não seria difícil encontrarmos em nosso cancioneiro exemplos outros de pontos de reflexão essencial sobre nossa condição no mundo. Em “A vida é um moinho”, de Cartola, ou em “Esses moços”, de Lupicínio Rodrigues, ou ainda em “Juízo final”, de Nelson Cavaquinho, há agudos lampejos reflexivos, nascidos de experiências curtidas e assimiladas. Não se trata de “sabedoria 0 Profª Rafaela Freitas http://www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 105 Aula 00 Profª Rafaela Freitas Questões comentadas de Português p/ TRIBUNAIS Banca FCC Teoria e Questões popular”: é sabedoria mesmo, sem adjetivo, filtrada por espíritos sensíveis que encontraram na canção os meios para decantar a maturidade de suas emoções. Até mesmo numa marchinha de carnaval, como “A jardineira”, do Braguinha, perguntamos: “Ó jardineira, por que estás tão triste? Mas o que foi que te aconteceu?” − para saber que a tristeza dela vem da morte de uma camélia. Essa pequena tragédia, cantada enquanto se
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