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Documento de Michele

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1. Contextos e conceitos básicos 
 
Nesta seção, vamos tratar dos contextos e conceitos básicos 
apresentados nas semanas. Neste sentido, ao término da disciplina, 
esperamos que você seja capaz de: 
- Reconhecer que as instituições escolares, desde sua fundação, são 
carregadas de contradições: podem ser vistas ao mesmo tempo como espaço 
de superação, de criação, de práxis e, na contramão dessa feita, espaço de 
reprodução e controle ideológicos. 
- Compreender as consequências da estruturação do Estado Moderno: 
autoritário, centralizador, desenvolvimentista e tecnocrático; e do Estado 
Democrático: participativo, com controle social e descentralizado nas políticas 
públicas educacionais. 
- Reconhecer como o processo histórico se relaciona com as 
construções e implementos de políticas educacionais, o que nos revela os 
processos de ruptura e permanência presentes nas realidades das nossas 
escolas. 
- Reconhecer as instituições escolares como lugar de ensino para todos 
os grupos sociais, garantidas, em suas condições mínimas de existência, pelo 
Estado, reprodutora da cultura universal acumulada pela experiência humana 
sobre a Terra e disseminada em todos os países do planeta. 
- Reconhecer que as instituições escolares sofreram forte influência da 
dinâmica produtiva do capitalismo, resultando na ampliação das desigualdades 
sociais resultantes desse processo (visível na divisão do planeta entre 
hemisfério norte e hemisfério sul, na divisão dos países entre o urbano e o 
rural, na divisão do espaço urbano entre o centro e a periferia) e a degradação 
da natureza em função dos modelos de produção predatórios que marcaram o 
final do século XX e produziram a face do fenômeno designado como 
globalização. 
- Entender quais são os paradigmas que norteiam o sistema educacional 
atualmente. 
- Perceber semelhanças ou diferenças relacionadas à concepção de 
educação e qual a função social dela, à organização espacial e ao acesso à 
educação básica. 
- Entender que as políticas condicionam o trabalho docente relacionado 
às tecnologias. Os princípios que norteiam as políticas, muitas vezes, norteiam 
também a prática na escola, sendo necessário conhecer essas dinâmicas para 
compreender suas inter-relações. 
- Entender que as políticas educacionais, enquanto políticas sociais, 
perderam recursos onde o neoliberalismo foi implantado, agravando as 
condições de seu financiamento. 
- Reconhecer a relevância de políticas públicas, sociais e afirmativas 
(conceito de minorias sociais). 
- Descrever, apoiado em Azevedo (2003), a existência e as 
características dos três tipos de políticas públicas: as redistributivas, as 
distributivas e as regulatórias. 
 
2. Principais dispositivos e seus contextos 
 
Nesta seção, vamos tratar dos dispositivos básicos e dos contextos 
pertinentes às principais políticas educacionais implementadas no Brasil. Neste 
sentido, esperamos que você seja capaz de: 
- Identificar na legislação e na organização da Educação Básica que 
temos hoje, bem como naquilo que já tivemos, o quanto as propostas de 
mudança são de fato inovadoras ou só retornarão a repetir modelos que a 
experiência reprovou; em específico, reconhecer a forma como a educação se 
construiu, se modificou e dispôs seus níveis, etapas e modalidades de ensino. 
- Conhecer dimensões básicas que norteiam o sistema educacional 
brasileiro, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 
9.394/96. A legislação organizadora dos nossos sistemas de ensino não é a 
única ou a melhor possível. Ela é resultado de uma longa história de tentativas, 
conflitos e consensos que extravasam o campo educacional, incluindo aqui 
também outros campos e, principalmente, poderes. 
- Reconhecer que a educação básica tem por finalidade desenvolver o 
educando, assegurar- lhe a formação comum indispensável para o exercício da 
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos 
posteriores. 
- Reconhecer que a educação básica contempla a ideia de 
desenvolvimento do educando em etapas que formam um conjunto orgânico e 
sequencial, reconhecendo a importância da educação escolar para os 
diferentes momentos e fases da vida, não se restringindo à infância. 
- Reconhecer que a educação básica abarca uma intencionalidade 
maior, já posta no art. 205 da Constituição Federal, de que a educação é um 
direito de todos e dever do Estado e da família, e será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho. 
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- Reconhecer que o conceito de educação básica foi estabelecido na Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, no § único do art. 
11 ao assinalar a possibilidade de o Estado e os municípios se constituírem 
como um sistema único de educação básica, que congrega, articuladamente, 
as três etapas que estão sob esse conceito: a educação infantil, o ensino 
fundamental e o ensino médio. A primeira delas é a educação infantil, 
destinada a crianças entre zero e cinco anos de idade, e que deve ser 
oferecida em creches e pré-escolas. A etapa seguinte é o ensino fundamental, 
com duração de nove anos letivos e que pode ser organizado em séries anuais 
ou ciclos. A última etapa da Educação básica é o ensino médio, com duração 
mínima de três anos letivos. 
- Reconhecer que após 2009, com prazo para implementação até 2016, 
é dever do poder público oferecer Educação básica obrigatória e gratuita dos 4 
(quatro) aos 17 (dezessete) anos, correspondendo à idade apropriada para a 
pré-escola, ensino fundamental e médio. O poder público deve assegurar, 
inclusive, a oferta gratuita do ensino fundamental e médio para todos os que a 
eles não tiveram acesso na idade própria, por meio da Educação de Jovens e 
Adultos e, na Educação especial, àqueles que apresentam alguma deficiência. 
- Conhecer os distintos dispositivos educacionais previstos após a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação – LDB-9.394/96, tendo clareza das 
responsabilidades de cada nível de poder. Assim sendo, a lei estabelece o 
esperado da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Destacam-se algumas características destes dispositivos: 
Ao Sistema de Ensino Municipal compete, prioritariamente, a oferta da 
Educação infantil, em creches e pré-escolas, e do ensino fundamental, sendo 
este competência compartilhada por Estados e Municípios. Nesse caso, devem 
ser definidas as formas de colaboração para assegurar a oferta dessa etapa de 
ensino a todos. Por isso, é importante que os gestores públicos discutam a 
distribuição proporcional de responsabilidades de acordo com a população a 
ser atendida e os recursos financeiros de que cada governo dispõe para 
investir na manutenção e desenvolvimento do ensino (Lei nº 9.394/96 (LDB), 
art. 75, § 2º). 
O Município deve assumir tão somente suas áreas de atuação prioritária, 
que já representam alto investimento, e somente poderá oferecer o ensino 
médio, de competência dos Estados, após plenamente atendidos a Educação 
infantil e o ensino fundamental e com recursos acima dos percentuais mínimos 
vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do 
ensino (Lei nº 9.394/96 (LDB), art. 11, V). 
Nesse sentido, quando for necessário, deverá oferecer o Ensino Médio à 
demanda manifesta ainda não atendida pelo Estado. O atendimento em 
creches não é obrigatório; a obrigatoriedade da oferta educacional inicia-se aos 
quatro anos, em pré-escolas. 
- Considerar que as responsabilidades estão definidas, mas ainda não 
há normas de cooperação suficientemente regulamentadas, o que acarreta 
lacunas de articulação federativa que resultam em descontinuidade de 
políticas, desarticulação de programas, insuficiência de recursos, entre outros 
problemas que são históricos no Brasil. 
-Conhecer a política de fundos dos investimentos. Em 2006, por meio 
da Emenda Constitucional nº 53/2006, foi criado o Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da 
Educação (FUNDEB). Esse fundo, direcionado a financiar toda a educação 
básica, foi regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 
6.253/2007, disponíveis em: www.planalto.gov.br (Links para um site 
externo)Links para um site externo. 
- Compreender, no caso da educação básica, que a descentralização 
dos recursos da educação para os estados e municípios é representada pela 
criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e 
de Valorização do Magistério (Fundef), que foi o carro-chefe dos programas de 
reformas na educação. Sobre o Fundef, espera-se que você reconheça: 
a) Foi o modelo encontrado para que a manutenção e o 
desenvolvimento do ensino fundamental fosse o foco das políticas com 
envolvimento das três esferas federadas, com a prioridade dessa etapa 
atribuída aos municípios; 
b) Trata-se de uma decisão planejada do poder público federal, 
intencionalmente dirigida, e talvez seja a única política a apresentar resultados 
positivos; 
c) O Fundef mobilizou os municípios, alguns deles que jamais haviam 
investido em educação fundamental, que, sob pena de perda de recursos, 
viram-se obrigados a repensar suas políticas para o setor. 
- Conhecer os aspectos históricos que permitem entender a estruturação 
e a evolução dos programas dos fundos de investimento, o Fundef - Fundo de 
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do 
Magistério -, que vigorou durante 10 anos, até 2006, quando foi substituído 
pelo Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica 
e de Valorização dos Profissionais da Educação -, que passou a atender 
também a educação infantil e o ensino médio. Além disso, implicou na 
valorização dos professores cujos salários são reconhecidamente baixos e 
incapazes de provocar um amplo acesso e uma permanência na carreira e 
alterou significativamente os padrões de oferta e de atendimento dos governos 
subnacionais, no que se refere ao conjunto da educação básica, ao focalizar 
apenas o ensino fundamental. 
 
3. Limites e possibilidades das políticas públicas educacionais 
 
Nesta seção, vamos abordar os limites e possibilidades das políticas 
públicas educacionais apresentados nas semanas anteriores. Neste sentido, 
esperamos que você seja capaz de: 
- Analisar as políticas educacionais de forma contextualizada, 
entendidas como resultado de perspectivas inclusivas, que visam acolher quem 
antes era excluído dos direitos básicos para uma humanidade plena. 
 
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- Descrever a sistematização realizada por Demo (2011) ao distinguir no 
campo da política social ao menos três horizontes teóricos e práticos das 
políticas públicas: as políticas assistenciais; as políticas socioeconômicas; e as 
políticas participativas. As políticas assistenciais são basicamente os “quebra-
galhos” (p. 31) que o governo, por obrigação, deve garantir às camadas 
populacionais sem possibilidade de sobrevivência. As políticas 
socioeconômicas dizem respeito às políticas econômicas, que devem ter o 
“social” por objetivo, de acordo com o autor, e não o inverso (p. 32-33). Entram 
aí as políticas de emprego, renda, profissionalização, previdência etc. As 
políticas participativas são as mais importantes, pois, em conjunto com as 
demais, perfazem a cidadania plena. Tais horizontes se interpenetram, embora 
cada qual tenha sua densidade própria. Do ponto de vista da desigualdade 
social histórico-cultural, caberia acentuar que toda política social, para ser 
social, necessita atingir a condição concreta de redução da desigualdade, e 
assim precisa ser emancipatória (DEMO, 2011, p. 25). Nesse sentido, esta 
discussão relaciona-se às 20 metas definidas no Plano Nacional de Educação 
(PNE)- 2014-2024 ao enfatizar que as metas envolvem os três horizontes das 
políticas públicas. 
- Entender que a elaboração de um plano de educação no Brasil (PNE 
2014-2024) remete aos compromissos com o esforço contínuo de redução de 
desigualdades que são históricas no País. Portanto, as metas são orientadas 
para enfrentar: as barreiras para o acesso e a permanência; as desigualdades 
educacionais em cada território, com foco nas especificidades de sua 
população; a formação para o trabalho, identificando as potencialidades das 
dinâmicas locais; e o exercício da cidadania. 
- Reconhecer que, para que o País atinja as metas previstas no PNE, há 
a questão do financiamento. A previsão constitucional de vinculação de um 
percentual do PIB para execução dos planos de educação representa um 
enorme avanço, mas o desafio de vincular os recursos a um padrão nacional 
de qualidade ainda está presente. 
- Considerar que a Emenda Constitucional nº 95 (EC 95), de 15 de 
dezembro de 2016, efetivou uma mudança constitucional que instituiu um Novo 
Regime Fiscal (NRF) no país. Este NRF particiona o orçamento da União em 
partes independentes, sendo uma delas o Poder Executivo, que inclui o 
Ministério da Educação (MEC). Nesse regime fiscal, a partir de 2018, até o ano 
de 2036, o orçamento do Poder Executivo não poderá ser reajustado por 
percentuais acima da inflação do ano anterior. 
- Conhecer os percentuais orçamentários previstos na CF-88, que 
exigem que os municípios apliquem ao menos 25% de sua receita resultante 
de impostos e transferências na manutenção e no desenvolvimento da 
Educação. A lei é a mesma para os estados e, no caso da União, o percentual 
mínimo era de 18% até 2017. A Emenda Constitucional 95, conhecida como lei 
do teto, estipulou que a partir de 2018 a União investirá o mesmo valor de 2017 
mais o acréscimo da inflação do ano anterior medida pelo IPCA. Isso significa 
que o investimento em educação não vai acompanhar o crescimento do PIB, 
assim sendo, não será possível cumprir as metas estabelecidas no Plano 
Nacional de Educação (PNE 2014-2024). 
- Conhecer como o Estado brasileiro transformou as necessidades de 
um contexto democrático em políticas concretas, tendo como exemplo o 
atendimento às minorias sociais. 
- Conhecer algumas políticas afirmativas e para que elas se voltam, para 
além das cotas raciais. Cireno (2009) apresenta um histórico das políticas 
educacionais afirmativas voltadas à questão racial no Brasil, e estabelece uma 
relação entre a implementação dessas políticas, sua necessidade contextual e 
sua real efetividade. Esse conhecimento nos permite verificar as intersecções 
entre fracasso escolar, raça, quadro socioeconômico e direito à educação das 
minorias sociais, elementos-chave para entender as principais características 
da desigualdade educacional brasileira. 
- Descrever características que definem o conceito de minorias sociais: 
por compreender populações com pouca representatividade na sociedade, não 
se restringe apenas à população negra, homoafetiva, transexual, indígena ou 
feminina, para citar alguns exemplos. Pessoas com deficiências, distúrbios ou 
transtornos também podem ser entendidas como minorias sociais. 
- Analisar criticamente uma política afirmativa específica baseada em 
discussões fundamentadas e no entendimento do que são minorias sociais e 
como elas são abordadas nas políticas educacionais. 
- Reconhecer, pautado por Callegari (2010), como o investimento em 
educação é discrepante entre estados e diferente com relação ao custo mínimo 
nacional. Essa discussão se relaciona com o conceito de democracia ao 
problematizar as diferenças quanto ao direito, aos acessos e à permanência 
dos alunos nos sistemas de ensino brasileiros. 
 
4. Cotidiano e as políticas 
 
Nesta seção, vamos abordar como políticas públicas são “traduzidas” no 
cotidiano das escolas, e neste sentido, esperamos que você seja capaz de: 
- Analisar criticamentea diferença entre o que se pensa em termos de 
políticas públicas educacionais a realidade do cotidiano escolar. 
- Identificar como o sistema de ensino brasileiro é avaliado, baseado em 
Alavarse, Bravo e Machado (2013) ao apontarem uma tendência nas políticas 
educacionais no que tange à implementação de avaliações externas com vistas 
ao incremento da qualidade e discutirem a diferença entre avaliação 
classificatória e avaliação formativa. Contudo, essas diferenças, que são 
conceituais, mas também se referem a lógicas e concepções educacionais, nos 
levam a pensar no caráter das avaliações, aplicadas nas escolas da Educação 
Básica. As duas funções, classificatória ou formativa, podem ser assumidas – 
essa decisão depende principalmente do uso que se faz delas. Quando se usa 
para ranquear, ela é classificatória. Quando se usa para melhoria do sistema, 
elas é formativa. 
- Problematizar a relação entre a busca pela qualidade da educação e a 
avaliação, aprofundando uma reflexão: o uso desses resultados representa 
escolhas político-ideológicas, que tanto fornecem quadros sobre o cenário 
educacional atual quanto responsabilizam sujeitos pelos desempenhos 
negativos. 
- Conhecer as formas hoje utilizadas para analisar a qualidade da 
educação ofertada pela sociedade brasileira, além de entender seus pontos 
fortes e fracos. 
- Descrever que as políticas e as práticas de avaliação do sistema de 
ensino brasileiro surgem na década de 90 sob a justificativa, entre várias 
outras, de fornecer insumos para o ajuste e construção de novas políticas 
educacionais. Atuam em âmbito federal, municipal e estadual e regulam as 
práticas de gestão do sistema educacional brasileiro. 
- Analisar criticamente as avaliações externas deve nos levar a perceber 
que é preciso ver além do que elas realmente mostram, já que conseguem 
refletir apenas parte do processo de ensino e aprendizagem que a escola 
produz. 
- Identificar a relação entre governo e sujeitos escolares como de suma 
importância para compreender o sucesso da implementação de qualquer 
política educacional. Sem essa relação, o impacto no cotidiano escolar é 
grande e o processo pode incorrer em fracasso. Refletir sobre a implementação 
da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2018, problematizando o 
contexto, indicando que esta pode ter vários usos no cotidiano da escola, 
distorcendo seus propósitos e até levando ao seu fracasso sistêmico. 
- Discutir, apoiado em Viégas (2015), os efeitos da implantação do 
regime de Progressão Continuada no cotidiano da escola, considerando as 
implicações desta política para educação pública, com destaque para: 
a) a Progressão Continuada foi implantada em toda a rede pública 
estadual paulista por meio da Resolução SE N.º 4, de 15 de janeiro de 1998; 
b) a partir deste novo regime, o Ensino Fundamental foi reorganizado em 
dois ciclos de quatro anos (Ciclo I: de 1a a 4a série; Ciclo II: de 5a a 8a ), 
estando proibida a reprovação de alunos no interior de cada ciclo; 
c) A maioria das crianças progride continuamente pelos anos escolares, 
produzindo baixíssimos índices de reprovação. De fato, no ano de 2011, 92,9% 
dos alunos do Ensino Fundamental foram aprovados (Secretaria de Estado da 
Educação, 2013), números comemorados pelo Estado como sucesso escolar; 
d) os índices do aprendizado dos alunos mostram a incongruência de 
supor que o fracasso escolar tenha sido superado no contexto da progressão 
continuada, reforçando a importância da preocupação com a qualidade do 
ensino oferecido; 
e) a ideia do regime não nasceu no Brasil, mas foi importada, sobretudo 
dos Estados Unidos e da Inglaterra. Diferentemente do que ocorreu nesses 
países, em solo brasileiro ela atendeu a demandas locais, sendo vista como 
meio econômico de achatar a reprovação. 
 
5. Considerações Finais: Dicas para estudo 
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Em síntese, objetiva-se que sua capacidade argumentativa e crítica, no 
que diz respeito à estrutura e a organização da estrutura básica da educação, 
seja fortalecida e ampliada, ao reconhecer a perspectiva histórica das políticas 
educacionais e como foram implantadas no passado e por quais motivos, o que 
permanece, o que já sofreu alterações, sendo relevante sabermos o que é de 
fato inovador, o que repete práticas já superadas ou o que o futuro pode nos 
trazer. 
Por fim, esperamos que retome os exercícios propostos e participe dos 
fóruns, além de ler os textos buscando suas ideias centrais por meio das 
orientações de estudo.

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