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ARTIGO CIENTÍFICO meditação e TDAH adulto

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TDAH NO ADULTO E MEDITAÇAO DO TIPO ATENÇÃO PLENA COMO TERAPIA COMPLEMENTAR
Vanessa Pegurier1
e-mail: vprj76@gmail.com 
RESUMO
Neste artigo o objetivo geral foi compreender como a meditação do tipo atenção plena pode contribuir como terapia complementar no controle dos sintomas do TDAH no adulto. Para tanto, foi feito pesquisa bibliográfica sobre o assunto, pontuando que vários pesquisadores vem investigando os efeitos da atenção plena no cérebro, contudo os estudo sobre o TDAH são poucos e recentes, mas efetivos. A proposta deste artigo é ampliar o conhecimento à população portadora do transtorno e/ou familiares e profissionais. 
Palavras-chave: TDAH; TDAH adulto; atenção plena; terapia complementar. 
INTRODUÇÃO
1 Aluna do curso de Saúde Mental e Atenção Básica da Universidade Estácio de Sá. Artigo realizado sob orientação da Profa Erika Gelenske. 
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é um conjunto de sintomas composto por alterações dos sistemas motores, perceptivos, cognitivos e do comportamento, com causas múltiplas que incluem fatores como neurobiológicos, pessoais e ambientais e tem como característica essencial o padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento ou no desenvolvimento, comprometendo a aprendizagem e funcionalmente o portador em diversas áreas, acadêmica, profissional ou social. (AMORIN, 2018; DSM-5, 2014; ROTTA; OHLWEILER; RIESCO, 2016)
De acordo com o DSM-5 (2014) o TDAH compõe-se de três características:
· DESATENÇÃO: “manifesta-se, comportamentalmente, como divagação em tarefas, falta de persistência, dificuldade de manter o foco e desorganização - e não constitui consequência de desafio ou falta de compreensão.”
· HIPERATIVIDADE: onde “a atividade motora excessiva [...] quando não apropriado ou remexer, batucar ou conversar em excesso. Nos adultos, a hiperatividade pode se manifestar como inquietude extrema ou esgotamento dos outros com sua atividade.” Importante, também, observar que no adulto a hiperatividade apresenta-se mais de forma mental, com excesso de pensamentos (ruminação).
· IMPULSIVIDADE: são ações que ocorrem de forma precipitada e com grande risco, não calculado, à pessoa. Muitas vezes, reflete desejo por recompensas imediatas ou de incapacidade de postergar a gratificação. 
1.1 TIPOS
Combinado, segundo Mattos (2015, p.44), possui muitos sintomas de desatenção e de hiperatividade-impulsividade. 
Predominante desatento: quando existem mais sintomas de desatenção.
Predominante hiperativo/impulsivo: quando existem mais sintomas de hiperatividade/impulsividade.
1.2 ETIOLOGIA
Após muitos estudos observou-se que a etiologia do TDAH é um misto de fatores genéticos (endógenos) e ambientais (exógenos). Agentes psicossociais que atuam no funcionamento adaptativo e na saúde emocional geral da criança, como desentendimentos familiares e presença de transtornos mentais nos pais. Ainda, em relação aos endógenos, incluem-se fatores ligados a gestação (pré-natais, perinatais e pós-natais). Não possui, entretanto, um gene, mas vários associados com a capacidade de vunerabilidade ou propensão ao desenvolvimento do transtorno e variabilidade dos sintomas em grau e prejuízo. (ROTTA; OHLWEILER; RIESCO, 2016, NARDI; QUEVEDO; SILVA, 2915) É o que Paulo Mattos (2015) chama de transtorno poligênico (poli=muitos).
1.3 NEUROBIOLOGIA
O núcleo acumbente é uma das regiões cerebrais nos processos cognitivos da atenção. E é o que, no TDAH, mostra maior prejuízo. Nesta região onde está o sistema de recompensa e prazer, possui uma das maiores reservas de dopamina, substância deficiente no portador do transtorno. (SILVA, TAKASE, 2010)
Conforme estudo de Rotta, Ohlweiler e Riesgo (2016):
Os neurotransmissores DA e NA (dopamina e noradrenalina, respectivamente [grifo do autor]) tem papéis importantes na atenção e na concentração, bem como nas funções cognitivas correlatadas, tais como motivação, interesse e aprendizado de tarefas. Enfatiza-se a importância das vias noradrenérgicas pré-frontais na manutenção do foco e da atenção, bem como na mediação da disposição, fadiga, motivação e interesse.
A via de projeção dopaminérgica mesocortical atua na mediação das funções cognitivas como fluência verbal, aprendizado de séries, vigilância durante funções executivas, manutenção e concentração da atenção e priorização de comportamento com base em indícios sociais. 
Ainda de acordo com os autores acima (265, 267) “a produção de serotonina (5-hidroxi-triptamina, 5HT) [...] exerce um poderoso controle sobre a liberação de dopamina, atuando como ‘freio’”. 
Segundo Pliszka e colaboradores, citado por Rotta, Ohlweiler e Riesgo o circuito neural engloba dois sistemas atencionais:
um anterior, que parece ser dopaminérgico e envolve a região pré-frontal e suas conexões subcorticais (responsável pelo controle inibitório e funções executivas, como a memória de trabalho), e outro posterior, primariamente noradrenérgico (responsável pela regulação da atenção seletiva). 
[...]
O locus ceruleus também desempenha importante papel na atenção, é constituído basicamente só de neurônios adrenérgicos e se torna muito ativo em resposta a estímulos específicos. (p.270)
1. 4 FUNÇÕES EXCUTIVAS
1.5 COMORBIDADE
O DSM-5(2014) pontua que, para indivíduos que preenchem os critérios para TDAH, a ocorrência de transtornos comórbidos é frequente. As de maior incidência são apresentadas por Houne e Camargo Jr (2005) e Rotta, Ohlweiler e Riesgo (2016) e podem acometer o portador do TDAH em menor ou maior grau de prejuízo, como: transtornos ansiosos, transtornos do comportamento, transtornos de aprendizado, transtornos disruptivos, transtornos de personalidade e abuso de substâncias. 
1.6 TDAH NO ADULTO
Numa breve linha do tempo descrita por Houne e Camargo Junior (2005) a evolução dos estudos sobre o TDAH em adulto tem-se as primeiras referências entre as décadas de 1960 e 1970 sob a denominação “disfunção cerebral mínima”. A terceira edição do DSM publicada em 1980 traz a denominação Transtorno do Déficit de Atenção Residual que considerava o transtorno em adultos um resíduo do transtorno, ou seja, que houve regressão do mesmo. Posteriormente, em 1990, com uma publicação de Hallowell e Ratey, passa-se a cogitar o transtorno em adultos. Ainda nesta década, nos Estados Unidos foi criada a entidade Children and Adults with Attention Deficit Disorder (CHADD) e Tomas Spencer apresenta um estudo sobre a efetividade no uso de psicoestimulantes para adultos, enquanto, Timothy Wilens, demonstra a eficácia dos antidepressivos. Atualmente, há um consenso por diversos autores que o transtorno é condição permanente e que sempre apresentará algumas características em maior ou menor comprometimento.
Rotta, Oilweiler e Riesgo (2016) consideram que “em 10 a 60% dos casos de TDAH, os sintomas podem persistir até a fase adulta” e que estes podem diminuir ou se alterar com o passar da idade.
Dias (2007), em seu artigo publicado no Jornal Brasileiro de Psiquiatria, explana sobre a falta de critérios diagnósticos para avaliação em adultos no DSM-4. Hoje, mesmo com a última atualização, em 2014, do manual, não houve acréscimo de novos critérios.
A anamnese continua sendo feita com base em recordações da infância, por volta dos 6 anos de idade, com relatos do próprio paciente ou de familiares e a necessidade de atestar comprometimento em, pelo menos, dois ambientes distintos com o auxílio do instrumento ASRS-18 (Adult Self-Report Scale for ADHD), adaptado para adulto 
As funções executivas e a memória operacional são afetadas projetando na falha de lembrar compromissos e esquecimentos de afazeres domésticos e/ou profissionais o que acarretam em prejuízos. “os déficits de memória de trabalho ou falhas no controle executivo sobre a atividade mnésica, mais do que alterações primárias nos processos de memória per se.” (HOUNE, CAMARGO JUNIOR, 2005, p. 170)
A capacidade de autorregulação envolve as esferas afetivas, emocionaise motivacionais e de ativação, que favorecem o estabelecimento de metas a curto, médio e longo prazos, mas no portador adulto há um comprometimento desta habilidade.
Diversos autores como Barkley (2008), Nardi, Quevedo e Silva (2015) e Houne e Camargo Junior, apontam que no adulto há um predomínio de sintomas de desatenção o que acarreta em dificuldade de manter-se focado, mas em atividades muito estimulantes e prazerosas são capazes de desenvolver o que chamam de “hiperfoco”. Isso se dá pelo prazer imediato da atividade. Essa busca pela recompensa rápida é uma das características do transtorno. Portanto, tarefas enfadonhas jamais irão obter sua atenção por muito tempo. 
A hiperatividade no adulto costuma ser mais relacionada à quantidade de pensamentos que lhes habitam a mente que com a mesma velocidade em que aparecem, desaparecem. Por este motivo podem ser considerados muito criativos. Contudo, este excesso de pensamentos também pode acarretar em episódios de insônia. Em menor escala, apresentam uma sensação de inquietação o que os impossibilita de ficar parados por muito tempo e os leva a mexer excessivamente as pernas e nos cabelos ou com objetos.
A impulsividade, normalmente, é na fala. Falam fora de hora, adiantando as falas dos outros ou os interrompendo. Muitas vezes nem observam se o outro está disponível ou não. Sua impulsividade o leva a buscar estímulos prazerosos e frequente troca de projetos e objetivos. Essa característica também gera instabilidade de humor e dificuldade no lidamento com frustrações, apresentando explosões e agressividade e, logo depois, é acometido de arrependimento.
	ADULTO
	HIPERATIVIDADE
	IMPULSIVIDADE
	DESATENÇÃO
	· 35% a 48% não apresentam mais hiperatividade.
· Há constante necessidade de ação expressa por desassossego e inquietude.
· São atraídos por empregos que exigem muita atividade física, e em ambientes externos e amplos.
· Seu lazer também é ativo ou com práticas desportivas ou atividades muito movimentadas.
· Dificuldade em atividades que exigem período de inatividade. (ex: em uma leitura)
	· Expressam uma impulsividade social: frequentes mudanças de emprego e/ou residência.
· Discutem com diferentes chefes e/ou colegas no emprego.
· Estão mais sujeitos a acidentes de carro.
· A impulsividade cognitiva permanece afetando a capacidade de desempenho.
· Dificuldade na relação interpessoal, social e profissional.
	· No lazer, não gostam de atividades que exijam atenção sustentada (leitura, jogos demorados, etc).
· Dificuldade de concentração em atividades no trabalho, distraindo-se facilmente.
· São mais lentos para completar tarefas.
· Tendem a estudar por períodos curtos, interrompendo frequentemente.
· Podem desenvolver problemas de baixa autoestima, sintomas de depressão e ansiedade.
· Uso abusivo de drogas, principalmente álcool.
Figura 1. Manual Clínico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. (HOUNE, CAMARGO JR, 2005, p.234)
Safren et al. (2018), sugere o modelo cognitivo-comportamental baseado em componentes cognitivos e comportamentais onde os componentes cognitivos (pensamentos e crenças) podem piorar os sintomas de TDAH e lhe dar a falsa sensação de se sentir sob pressão quando diante do enfrentamento de alguma situação e lhe faça redirecionar sua atenção para outra coisa ou ter pensamentos do tipo “não consigo”, “não quero” ou “depois eu faço”. Já os comportamentais podem exacerbar os sintomas inferindo no evitamento do fazer o que deveria ser feito ou não conseguir manter a organização.
O comprometimento em múltiplas esferas de suas vidas nos adultos com TDAH tende a desenvolver baixa autoestima crônica e, frequentemente, quadros depressivos e ansiosos.
Principais prejuízos (neuropsiquiátricos) em
· Atenção
· Inibição
· Autorregulação (impulsividade)
Falha na aplicação de estratégias compensatórias como:
· Organização
· Planejamento
· (por ex., lista de tarefas)
· Administração da procrastinação, da evitação e da tendência à distração
Histórico de
· Fracasso
· Baixo desempenho
· Problemas de relacionamento
Perturbação do humor
· Depressão
· Culpa
· Ansiedade
· Raiva
Pensamentos e crenças negativos (por ex., afirmações negativas acerca de si próprio, baixa auto-estima)
Prejuízos ao funcionamento
Figura 2. Modelo Cognitivo-Comportamental do TDAH adulto. (SAFREN et al., 2018, p.17)
	
Para Barkley e Benton, autores do livro Vencendo o TDAH Adulto (2011), prejuízo são as consequências sociais ou pessoais resultantes da manifestação dos sintomas. É compreendido como estar abaixo da “norma”, onde a maioria das pessoas “normais” estão.
1.7 TRATAMENTO
Como o diagnóstico do TDAH é multidisciplinar, envolvendo aspectos neurológicos, emocionais, psicomotores e pedagógicos, cada um com seu grau de importância de acordo com a expressão sintomatológica, assim será o tratamento. 
1.7.1 MEDICAMENTOSO
Esse tipo de tratamento tem como principal fármaco os estimulantes do SNC (sistema nervoso central) que geram um aumento da quantidade de dopamina e noradrenalina, diminuídas pelo transtorno e são considerados seguros e proporcionam benefícios em pouco tempo, segundo Mattos. (2015) 
Alguns outros medicamentos são utilizados, como vemos na figura abaixo:
Figura 3. Tratamento farmacológico do TDAH (ROTTA, OHLWEILER E RIESGO, 2016 p.272)
Os nootrópicos, do grego “noos” (mente) e “tropos” (alterado, em direção a), estimulam a capacidade cognitiva e agem na memória, atenção, concentração ou motivação. São, também, chamados de “estimulantes cognitivos” ou “drogas inteligentes”. Mas este tipo de substância que melhora as habilidades mentais existe desde a antiguidade, como o café, o chocolate e o tabaco. Hoje, temos a Ritalina®, anfetaminas, Modafenil®, Piracetam®, entre outros, que são nootrópicos sintéticos. (AMARAL NETO, 2016)
1.7.2 PSICOTERAPIA – TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
Segundo a ABDA - Associação Brasileira de Déficit de Atenção (2017), a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é a mais indicada para os portadores do TDAH, e no Brasil só pode ser aplicada por psicólogos. 
Esta abordagem visa auxiliar o paciente a desenvolver novos comportamentos e pensamentos com motivação para uma maior autonomia e qualidade de vida, enfatizando, no caso dos portadores de TDAH, questões de organização, uso do tempo, planejamento e definição de prioridades, além de trabalhar aspectos emocionais como baixa tolerância à frustração, baixa autoestima, necessidade de afirmação e impulsividade com reações de reatividade, raiva e irritabilidade. A ideia central é a construção de uma nova perspectiva baseada nas forças. (AMORIM, 2018)
1.7.3 ALIMENTAÇÃO E SUPLEMENTAÇÃO 
Existem alimentos e aditivos alimentares que podem influenciar positiva ou negativamente, modulando ou sendo gatilhos, respectivamente, para o TDAH. (TESSARO, 201?)
No TDAH o fluxo sanguíneo e metabolismo energético são diminuídos em regiões específicas do cérebro, especialmente o córtex pré-frontal e striatum. Estudos propõem suplementos de omega-3, acetil-L-carnitina, colina, vitaminas do complexo B, zinco, magnésio. Também, são usadas ervas terapêuticas que podem conseguir aumentar o fluxo sanguíneo (hemorreológicos) sem efeitos secundários perigosos, como ginseng, ginkgo biloba, gengibre, entre outros,  usados para dilatar os vasos sanguíneos e reduzir a viscosidade do sangue. Além disso, o TDAH é agravado por deficiências de vitaminas, minerais e ácidos gordos essenciais. (TORRES, C., 2010)
Os aminoácidos L-tirosina e 5-hidroxitriptofano são nutrientes transformados em dopamina e serotonina, respectivamente, e que formam os neurotransmissores do cérebro, sendo assim a sua suplementação se faz importante para os portadores do TDAH. (TORRES, A., 2017)
1.7.4 ATIVIDADES FÍSICAS
Sites especializados no TDAH, como o ABDA e o patrocinado pela Indústria Farmacêutica Novartis, falam sobre a importância da prática de atividades esportivas individuais aeróbicas de grande intensidade como natação e corrida proporcionam melhor funcionamento cognitivo-comportamental. Issonão quer dizer que não possam praticar esportes coletivos, contudo, muitos pacientes tem mais dificuldade com este tipo de prática por algumas próprias limitações. Por isso, faz-se uma proposta interessante no controle e melhora dos sintomas do TDAH. 
1.7.5. TERAPIAS COMPLEMENTARES
Existem diversas terapias que podem ser utilizadas pelo portador do TDAH como tratamento complementar e de grande efetividade, como a: experiências e contatos em ambientes naturais com atividades ao ar livre, terapias artísticas, uso de aromaterapia e florais e prática de meditação e yoga, que trabalham respiração, corpo e mente. (RIBEIRO, 2016)
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES
A Medicina Integrativa é uma combinação das medicinas convencional, tradicional e complementar e, segundo Paulo de Tarso Lima, do Hospital Israelita Albert Einstein (2010) trata o paciente em sua integralidade: corpo, mente e espírito. Valoriza a relação médico-paciente numa prática humanizada dando um sentido mais amplo para a cura de modo seguro e eficaz.
Desta forma, o paciente deixa de ser agente passivo no tratamento e passa a ser ativo, corresponsável pelo processo de controle e remissão dos sintomas e cura, pois não é um processo que dependo apenas de um procedimento, mas da reação de todo um organismo. 
Meditação está classificadas como técnica mente-corpo, juntamente com a yoga, visualização e artes expressivas (musicoterapia, arteterapia, dança) citado por (https://www.institutorodadavida.org.br/sobre-1-c15lx) 
O Glossário Temático, do Ministério da Saúde (2018), que descreve cada terminologia associada às práticas integrativas e complementares, entende que a Medicina Tradicional compreende os saberes, crenças e experiências de diferentes culturas, a Medicina Complementar compreende um conjunto de abordagens convencionais (modelo Biomédico) e não convencionais e, assim, a Medicina Tradicional e Complementar refere-se ao conjunto das medicinas não convencionais (apud OMS), a qual representa a PIC, no Brasil.
O advento das Práticas Integrativa e Complementares pelo SUS possibilita o usuário do sistema o sentimento de respeito e valorização como ser humano e portador de direitos, uma vez que lhe é ofertado oportunidade de disfrutar de recursos, normalmente, oferecidos apenas de forma privada. (http://redehumanizasus.net/96073-praticas-integrativas-e-complementares-no-sus/)
Plínio Cutait, da Revista Galileu, observa que “O Brasil está na vanguarda nesse aspecto, uma vez que na maioria dos países ocidentais essas terapias estão mais concentradas no âmbito privado”. (http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI329670-17579,00-DOSSIE+MEDICINA+INTEGRATIVA.html)
PNPIC - POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES
A OMS (Organização Mundial de Saúde), na década de 70, no ato da Conferência de Alma-Ata, começa a incentivar a medicina integrativa. Em 1990, Madel Luz através do grupo de pesquisa de Racionalidades Médicas faz alusão a sistemas médicos complexos e sobre a diversidade dos saberes e práticas e, em 2006, através da promulgação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares introduz-se no Sistema Único de Saúde – SUS, as práticas integrativas e complementares que passam a ser parte das terapias ofertadas pela Atenção Primária de Saúde. “A inserção das PIC na APS configura uma ação de ampliação de acesso e qualificação dos serviços, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde da população” (https://avasus.ufrn.br/mod/page/view.php?id=11901)
A PNPIC contribui, assim, com o fortalecimento dos princípios fundamentais do SUS, atuando na prevenção de agravos e promoção, manutenção e recuperação da saúde de forma humanizada e centrada na integralidade do seu usuário. (BRASIL, 2015).
Art. 1º - Inclui na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), instituída pela Portaria nº 971/GM/MS, de 3 de maio de 2006, publicada no Diário Oficial da União nº 84, de 4 de maio de 2006, Seção 1, pág 20, as seguintes práticas: Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga. (http://www.brasilsus.com.br/index.php/legislacoes/gabinete-do-ministro/13398-portaria-no-849-de-27-de-marco-de-2017)
	A PIC (BRASIL, 2018, p.77) conceitua meditação como:
fem. Sin. Prática mental da medicina tradicional chinesa. Prática mental individual que consiste em treinar a focalização da atenção de modo não analítico ou discriminativo, a diminuição do pensamento repetitivo e a reorientação cognitiva, promovendo alterações favoráveis no humor e melhora no desempenho cognitivo, além de proporcionar maior integração entre mente, corpo e mundo exterior. [ ]. Notas: i) A meditação desenvolve habilidades para lidar com os pensamentos e observar os conteúdos que emergem a consciência, ensinando a não se deixar influenciar por eles e compreendendo-os como fluxos mentais. ii) Coloca o indivíduo num local de equilíbrio e leveza, no centro de si mesmo. 
MEDITAÇÃO 
Dhyana é a palavra em sânscrito para meditação que em pali, língua usada por Buda, se traduz por jhana e ao migrar para a China tornou-se ch’na e no Japão se fez conhecer por zen. Estas palavras exprimem um estado onde não há corpo nem mente e significa “estou em meditação” ou mais ao pé da letra, “sou meditação”. (OSHO, 2017)
“A arte da meditação é o método mais antigo para tranquilizar a mente e relaxar o corpo. A meditação é, em essência, o treinamento sistemático da atenção. Ela tem como objetivo desenvolver a capacidade de concentração e enriquecer nossa percepção.” (GOLEMAN, 1999. P.6)
“Meditar não é manter a mente vazia, sabia? A mente tem que se ocupar. Se você a esvaziar, então qualquer coisa - boa ou má – pode surgir. É como deixar a porta as sua casa aberta. Qualquer coisa pode entrar.” (BHIKKHU, 2015. P. 54) 
EFEITOS DA MEDITAÇÃO NO CÉREBRO
O que diferencia a meditação de outras formas de relaxamento, segundo Goleman (1999), é o treino da capacidade de prestar atenção que perdura de diversas maneiras ao longo do dia mesmo depois de finalizada a seção. Assim quem medita de forma regular vai adquirindo a habilidade de tornar-se mais alerta e sereno ao mesmo tempo capaz de captar manifestações sutis do ambiente, interno e externo. 
O cérebro queima cerca de 20% da energia metabólica embora represente apenas 2% da massa corporal, mesmo quando está em repouso. E mesmo não estando focado em uma tarefa mental especifica, o cérebro está plenamente ativo com pensamentos e emoções, através da rede padrão do cérebro (nó que conecta o córtex pré-frontal ao sistema límbico). A meditação é capaz de interromper esse processo treinando o praticante para perceber quando a mente vagueia e a trazê-la de volta ao foco, por conseguinte, fortalece-se a conexão entre o córtex pré-frontal e o modo padrão. http://lojong.com.br/artigo/a-ciencia-da-meditacao/
A prática da meditação ativa o SNP (Sistema Nervoso Periférico, grifo do autor) de diversas formas – tira atenção de assuntos estressantes, relaxa e traz um estado de consciência ao corpo. Ao estimular o SNP e outras partes do sistema nervoso, a meditação regular:
· Aumenta a massa cinzenta na ínsula, no hipocampo e no córtex pré-frontal, reduz o desgaste cortical resultante do envelhecimento nas regiões pré-frontais fortalecidas pela meditação e melhoras as funções psicológicas associadas com essas regiões, incluindo a atenção, compaixão e empatia;
· Reforça a ativação de régios frontais do lado esquerdo, o que melhora o humor;
[...]
· Diminui o cortisol, que está relacionado com o estresse;
· Fortalece o sistema imunológico;
[...]
· Auxilia em muitos problemas psicológicos, como insônia, ansiedade, fobias e distúrbios alimentares. (HANSON, MENDIUS, 2012. P.71)
TIPOS DE MEDITAÇÃO 
Goleman (1999) ainda elucida que há quatro técnicas de meditação adaptadas à vida moderna. Meditar respirando, que é a técnica mais simples, meditar relaxando do corpo, meditar concentrando, queenriquece a percepção facilitando compreender os mecanismos e processos da mente e meditar caminhando, especialmente útil para quem tem dificuldade em manter-se imóvel ou em se concentrar durante a prática.
As práticas são originadas em diversas culturas, sendo as mais conhecidas a meditação transcendental, o mindfulness (atenção plena) e zazen. Como foco deste artigo, será tratada a atenção plena.
ATENÇÃO PLENA (MINDFULNESS)
A aceitação é o primeiro ponto para a prática da atenção plena e é um processo em constante evolução, é um aprender diário de perceber, sem julgamento e sem evitação, as experiências internas e reconhecer que pensamentos, sentimentos e sensações aconteceram inevitavelmente. Roemer e Orsillo (2010) observam que assim, pode-se buscar uma postura aberta e compassiva para cada experiência prestando atenção ao que cada uma delas desperta em si.
[...] a ideia de aceitação está bastante associada à psicologia e à auto-ajuda. Neste sentido, o conceito refere-se ao facto de uma pessoa ter de aprender a viver com os seus erros; isto é, tem de aceitar o seu passado. Desta forma, poderá encarar o futuro com uma nova perspectiva e aproveitar as oportunidades que a vida lhe possa proporcionar. https://conceito.de/aceitacao
Sati (do pali) – habilidade de manter algo em mente, constantemente, sem interrupções. (BHIKKHU, ) P.54 “É uma função da memória operativa, apta a evocar para a mente e manter presente as instruções e intenções que serão úteis no caminho para a libertação total.” (BHIKKHU, 2015, p.4)
O praticante pode escolher entre a prática formal onde reserva um período de tempo especifico ou a prática informal, aplicando nas atividades diárias. A meditação também pode fortalecer a mente para lidar com muitos dos problemas da vida cotidiana, porque desenvolve qualidades como a sati, a vigilância, a concentração, e o discernimento – que são úteis em todas as atividades: em casa, no trabalho, ou onde quer que você esteja. Também são uteis para lidar com alguns problemas como vício, trauma, perda, decepção, doenças, envelhecimento e, até a morte. 
A prática de Mindfulness tem aproximadamente 2600 anos e foi adaptada para a moderna medicina por meio do trabalho pioneiro do Dr. Kabat-Zinn, PhD, no Centro Médico da Universidade de Massachussetts. Em 1979, Kabat-Zinn fundou o Mindfulnessbased Stress Reduction – MBSR – para ajudar as pessoas a conviverem melhor com estresse, dores ou doenças. http://sociedadevipassana.org.br/mindfulness/
	Mitchell, Zylwska e Kollins (2015) apresentam o conceito de atençao plena como um traço ou conjunto de habilidades sem projetar reaçao apenas observando com consciência, agindo com consciência, descrevendo com consciência e adotando uma abordagem sem julgamento em relação à experiência. Dessarte consideram que o treinamento da atenção plena tem a capacidade de ativar e fortalecer essas facetas, seja atraves da prática formal de meditação ou da prática informal.
A mente tem seu lado intelectual e emocional que se parece mais com um amontoado de pessoas com muitas opiniões diferentes tagarelando. E, como descreve BHIKKU (XXX, p.16) ela se alimenta “externamente, sente fome de coisas como amor, reconhecimento, status, poder, riqueza e elogios [e] internamente, de seu amor pelos outros e por sua própria autoestima e prazeres como honra, gratidão, ganância, luxuria e raiva.” Mas nunca está saciada, mal se alimenta de uma coisa, já está em busca de outra e disso decorre estresse e sofrimento.
De acordo com o autor (xxxx, p.18), para que haja mais lucidez e clareza diante dessas escolhas a mente precisa ser treinada e para isso a meditação é usada trabalhando três aspectos: virtude, concentração e discernimento, sendo a concentração “a habilidade de manter a mente centrada em um único objeto, como a respiração, com um sentimento de tranquilidade, frescor e equanimidade.” E, entendendo que, como conceituam Hanson e Mendius (2013) equanimidade é como serenidade de espírito ou equilíbrio da mente. Não é apatia, é apenas não se deixar perturbar.
Bhikku complementa que três qualidades são necessárias para se atingir a concentração: a vigilância, o empenho e sati, a fim que não se perca a noção do corpo no presente, buscando afastar pensamentos que possam surgir focando na respiração. E esse hábito da mente de criar mundos de pensamentos e habitá-los é chamado por Buda de devenir. Mas essa habilidade, apesar de ser útil para planejar o futuro e avaliar o passado, pode se tornar destrutiva quando constrói preocupações exageradas perturbando a paz mental.
A meditação possibilita aprender a ligar e desligar esse mundo de pensamentos, onde a prática leva a um momento conhecido por concentração deludida, como explana Bhikku, sendo um estado de conforto quando ao observar a respiração mesmo na presença de barulhos internos e externos, o praticante se encontra num está de não consciência, mas ainda com atenção. 
O interessante da prática é conseguir observar, através da concentração, dois tipos de apego: o saudável e o prejudicial, onde o apego saudável propõe desenvolver uma quietude interna em todas as situações, desenvolvendo uma habilidade de manter-se centrado, porém capaz de resolver as demandas externas. Torna-se prejudicial quando passa a ser motivo de se manter isolado do mundo fugindo das responsabilidades coma desculpa da não perturbação da paz da mente.
Esses aspectos da atenção exigem prática e aperfeiçoamento. É preciso continuar prestando atenção a esses elementos e desenvolvê-los melhor ao longo da vida. E aperfeiçoando a prática observa-se como eles surgem, desaparecem e voltam.
Para Sesha (2013), o momento presente é o ambiente principal onde a mente focaliza no que “está acontecendo” obtendo da memória apena a resposta: “aqui e agora”. Assim, mente e corpo permanecem apenas no presente.
ATENÇÃO PLENA COMO TERAPIA COMPLEMENTAR PARA O TDAH NO ADULTO
	Conforme os aspectos já abordados sobre a atenção plena e como ela trabalha corpo e mente dos praticantes, pode-se concluir como ela traz benefícios significativos ao portador de TDAH.
	O estudo de Bueno, (2015) utilizou o programa de oito semanas em pacientes adultos e que anotassem diariamente suas práticas, posteriormente analisou dados recolhidos através do questionário Adult ADHD Self-report Scale (ASRS) com pontuação de 0 a 10 para descrever o grau de satisfação com o método. Ao final de toda a investigação, Bueno pontua que pode haver melhora na regulação de comportamento e autocontrole de sintomas impulsivos e por consequencia na atenção. Por fim, conclui que 
as práticas de conscientização da atenção plena melhoraram os sintomas afetivos, a qualidade de vida e o desempenho atencional (atenção sustentada e controle executivo) em pacientes adultos com TDAH e controles. Assim, essa intervenção pode ser considerada um tratamento complementar útil para adultos com TDAH, que também é um potencial para a atenção ao humor, humor e qualidade de vida em populações clínicas. (p.12) 
	Em seu estudo, Mitchell, Zylowska e Kollins (2015), constatou que estudos de neuroimagem sugerem que a prática da atenção plena promove neuroplásticidade em áreas associadas o funcionamento antencional e dos processos executivos, áreas prejudicadas no portador do TDAH.
	Num trabalho recente, Janssen et al (2018) conclui que a prática da atenção plena trouxe benefícios para os portadores do transtorno em relação aos sintomas e aos resultados positivos mesmo depois de 6 meses as conclusão de seu estudo.
Siebelink et al (2018) observou que o autocontrole é um determinante para a saúde mental e física do individuo e se ele não é trabalhado precocemente pode levar a prejuízos significativos a fase adulta. Isto posto, as intervenções devem ser feitas através de treinamento, a fim de que sejam redefinidas. Janssen sugere a aplicação das Intervenções Baseadas no Mindfulness (MBI) que usam exercícios para treinar as capacidades de autocontrole.
Neste mesmo estudo, Siebelink analisou neuroimagens dos indivíduos adultos submetidos às intervençõesobtendo como resultado visíveis alterações dos processos cognitivos em comparação com os não-praticantes. Portanto, “se os mecanismos neurais subjacentes ao autocontrole podem ser alterados estrutural e funcionalmente pelas práticas de meditação, isso provavelmente resulta em efeitos sobre as medidas comportamentais e cognitivas do autocontrole.” (p. 2)
	Mitchell	(2015), vê na atenção plena uma via potencial de melhoria para os portadores do TDAH por propor regulação emocional através da observação dos estados emocionais como um fenômeno temporário e passageiro a ser respondido de forma não-rativa. E sendo uma estratégia de regulação das emoções, auxilia a resistência do agir por impulso, outra característica típica do transtorno e que muitas vezes contribui pra um prejuízo significativo.
	O artigo aponta para resultados de neuroimagens que mostraram efetividade nesta área emocional e conclui que essa abordagem provoca impacto como nos processos de atenção e, portanto, valida como justificativa para o uso da prática no tratamento complementar para o TDAH.
a atenção plena pode ajudar os adultos com TDAH a diminuir o impacto das cognições negativas. Além disso, esse tipo de consciência metacognitiva que a atenção plena supostamente provoca também pode ser expandida além da cognição para observar o próprio corpo, reações emocionais, comportamento evidente e feedback ambiental com maior consciência, o que pode levar a melhor auto-regulação e auto-regulação (Zylowska et al., 2009). Consistente com isso, Hölzel e colaboradores (2011) propõem que a consciência corporal é um mecanismo no qual a atenção plena tem um impacto. (MITCHELL, ZYLOWSKA, KOLLINS, 2015, p. 20)
	Em estudo anterior realizado em 2013, por Mitchell et al buscou-se “fornece suporte para a viabilidade, a aceitabilidade do tratamento e a eficácia do tratamento preliminar do treinamento de meditação mindfulness para o TDAH em adultos.” E através deste foi possível observar que “as variáveis ​​de resultado do tratamento expandiram-se para além dos sintomas centrais do TDAH e consideraram o impacto da atenção plena na FE (funções executivas, grifo do autor) e na desregulação da emoção” 
	Mitchell et al conclui o artigo de forma entusiasta ao visualizar as possibilidades para o controle dos sintomas do TDAH, assim explicitado: “Essas descobertas se somam a uma literatura crescente que sugere que a meditação da atenção plena para o TDAH na idade adulta é uma intervenção promissora e indica que um ensaio clínico maior e randomizado é necessário.” (2013, p.12)
	Janssen (2018) pontua que as pesquisas sobre a validade de intervenções como a atenção plena como tratamento em adultos com TDAH ainda é escassa, contudo extremamente relevante para complementar os tratamentos fármaco e psicoterápicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O TDAH é um distúrbio neurológico com implicações em diversas áreas e que a cada dia aumenta o número de indivíduos diagnosticados. Quando o paciente recebe tratamento adequado na infância ou, ainda, na adolescência, a probabilidade de prejuízos na vida adulta reduz consideravelmente. Pois, este adulto foi medicado e recbeu alternativas para controle ou remissão dos sintomas.
Embora esse individuo possa ter recebido o diagnóstico tardiamente e mesmo diante dos prejuízos, conta com o beneficio da neuroplasticidade cerebral, capaz de reorganizar funções deficientes e desenvolver habilidades proporcionando melhora significativamente na qualidade de vida.
A atenção plena, amplamente estudada, mostra muitas implicações da sua prática regular nas estruturas e funções cerebrais, o que possibilita a inclusão desta prática como terapia complementar de efetividade no tratamento de problemas de ordem psíquica e física, desenvolvendo habilidades sociais, criatividade e facilitando a intervenção na crise. Entretanto, mediante pesquisa abordando o tema TDAH, foi encontrado pouquíssimas referencias, e se tratando do portador adulto, quase inexistente.
Este artigo visa incitar a curiosidade sobre a propositura de mais estudos que possam beneficiar os portadores, seus familiares e a sociedade em geral. 
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