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FACULDADE INTEGRADA DE SANTA MARIA - FISMA 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
MÔNICA DOS SANTOS ADOLPHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL EM CASAIS: O AMOR QUE APRISIONA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, RS, Brasil. 
2017 
MÔNICA DOS SANTOS ADOLPHO 
 
 
 
 
A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL EM CASAIS: O AMOR QUE APRISIONA 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso, apresentado 
ao Curso de Psicologia da Faculdade Integrada 
de Santa Maria (FISMA), como requisito final 
para a obtenção do grau de Psicóloga. 
 
 
 
 
 
Orientadora: Profª. Ma. Luciane Benvegnú Piccoloto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, RS, Brasil. 
2017 
FACULDADE INTEGRADA DE SANTA MARIA - FISMA 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA 
 
 
 
 
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso de 
Psicologia: 
 
 
 
 
A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL EM CASAIS: O AMOR QUE APRISIONA 
 
 
 
 
 
Elaborada por: 
 
MÔNICA DOS SANTOS ADOLPHO 
 
Como requisito parcial para obtenção do grau de Psicólogo. 
 
 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA: 
 
__________________________________________________________ 
Profª Ma. Luciane Benvegnú Piccoloto 
(Presidente/Orientador (a) FISMA) 
 
 
__________________________________________________________ 
Prof. Me. Guilherme Corrêa 
(Titular - FISMA) 
 
 
__________________________________________________________ 
Profª Ma. Tatiane Pinto Rodrigues 
 (Titular - FISMA) 
 
 
 
 
Santa Maria, 30 de Novembro de 2017. 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 7 
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 8 
2.1 A Dependência Emocional e o Transtorno de Personalidade Dependente .................. 9 
2.1.1 Dependência Emocional ....................................................................................... 9 
2.1.2 Transtorno de Personalidade Dependente .......................................................... 10 
2.2 O Amor: Saudável ao Patológico ............................................................................... 12 
2.3 A Dependência Emocional: Padrão familiar.............................................................. 14 
2.4 A Dependência Emocional Conjugal ......................................................................... 17 
3 MÉTODO ......................................................................................................................... 20 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 21 
4.1 A Possível origem da Família no desenvolvimento da dependência conjugal. ......... 22 
4.2 A Possível Origem Sociocultural na Dependência Emocional Conjugal .................. 23 
4.3 O comportamento e a personalidade do dependente emocional nos relacionamentos 
amorosos ............................................................................................................................... 24 
4.4 A Dependência Emocional Conjugal e a Violência. .................................................. 25 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 29 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL EM CASAIS: O AMOR QUE APRISIONA 
 
 
AUTORA: MÔNICA DOS SANTOS ADOLPHO 
 
ORIENTADORA: PROFª. MA. LUCIANE BENVEGNÚ PICCOLOTO 
 
 
A presente pesquisa de conclusão de curso na graduação em Psicologia apresenta como tema 
“A dependência emocional em casais: o amor que aprisiona”. O objetivo da pesquisa foi 
investigar possíveis fatores que contribuem para dependência emocional em casais, utilizando 
como bases as relações amorosas funcionais e disfuncionais. Buscou-se discutir alguma 
definição da palavra amor, começando a partir da etimologia do termo ate chegar ao 
sentimento propriamente dito, perpassando pelo amor saudável ate chegar ao amor 
dependente. Considerando relevante tratar de um amor que provoca sofrimento as pessoas 
acometidas. O presente estudo visa realizar uma Revisão Bibliográfica, acerca da 
problemática, revisando artigos científicos, livros e dissertações entre 2007 e 2016. Após uma 
análise criteriosa, foram selecionados 16 estudos. Os resultados e discussões destacam que a 
dependência emocional em casais pode ser desenvolvida por multifatores, ou seja, dinâmica 
familiar, cultural, contexto social entre outros. Percebeu-se a forma como cada indivíduo 
vivência e aprende se relacionar na infância com o outro poderá influenciar na vida adulta. 
Considerando que o dependente possui uma visão distorcida, onde o medo, a frustração e a 
busca por amor incondicional e o amor de quem ame como nunca o amou o assombram nos 
relacionamentos atuais. Com isso dificultando a identificar o que é normal ou patológico. 
Entende-se, que a dependência emocional é um dos principais motivos dos casais 
permanecerem em situação de violência conjugal, pois na dependência amorosa e muito mais 
difícil romper o relacionamento do que estar nele. 
 
Palavras-chaves: Dependência emocional; família de origem; violência conjugal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL EM CASAIS: O AMOR QUE APRISIONA 
 
 
AUTORA: MÔNICA DOS SANTOS ADOLPHO 
 
ORIENTADORA: PROFª. MA. LUCIANE BENVEGNÚ PICCOLOTO 
 
 
The present work of conclusion in the graduation course in Psychology presents as theme 
“The emotional dependence in couples: the love that makes prisoner”. The objective of the 
research was to investigate possible factors that contribute to emotional dependence in 
couples, using as bases the functional loving relationships and dysfunctional. It was looked 
for to discuss some definition of the word love, beginning starting from the etymology of the 
term to arrive to the feeling, traveling for the healthy love until arriving to the dependent love. 
Considering relevant to treat of a love that provokes suffering the attacked people. The 
present study seeks to accomplish a Bibliographical Revision, concerning the problem, 
revising scientific articles, books and dissertations among 2007 and 2016. After a discerning 
analysis, 16 studies were selected. The results and discussions detach that the emotional 
dependence in couples can be developed by multi factors, in other words, dynamics family, 
cultural, social context among others. It was noticed that, the form as each individual lives 
and he learns linking in the childhood with the other, it can influence in the adult life. 
Considering that the dependent possesses a distorted vision, where the fear, the frustration and 
the search for unconditional love and the love of who she loves as she never loved him 
astonish him in the current relationships. With that hindering to identify what is normal or 
pathological. Understands that the emotional dependence is one of the main reasons of the 
couples stay in situation of marital violence, because in the loving is much more difficult 
dependence to break the relationship of what to be in him. 
Keywords: Emotional Dependence; Family of Origin; Marital Violence. 
 
7 
 
1 INTRODUÇÃO 
Essa pesquisa surgiu diante a inquietação desta pesquisadora sobre alguns modelos 
conflitantes de relacionamentos amorosos, a partir de uma experiência no estágio clínico, 
onde foi notória a existência de pacientes que sofriam psiquicamente com relacionamento 
baseado na dependência emocional, que relatavam sentir-se preso a um relacionamento dito 
como fracassado e destrutível. Diante disso, foram abordados possíveis fatores que 
caracterizamo desenvolvimento da dependência emocional, utilizando como base as relações 
amorosas funcionais e disfuncionais, que possibilitaram a compreensão do que leva as pessoas 
a manterem um relacionamento mesmo em sofrimento psíquico. 
 A dependência emocional é considerada uma condição psicológica, pois, em um 
relacionamento no qual a pessoa é controlada ou manipulada por outra leva a uma condição 
patológica (BACRON, 2015). Dessa forma, na dependência, o que mantém o relacionamento 
não é o amor e sim a dificuldade de renunciar a ele (RISO, 2010). 
Alguns questionamentos foram levantados quanto à escolha do tema para melhor 
compreensão procurou-se elucidar, como por exemplo: o transtorno de personalidade 
dependente, pois apresenta comportamento submisso e aderente, relacionado a uma 
necessidade excessiva de proteção e cuidados (APA, 2014), comportamentos de cuidados e 
atenção ao parceiro, de maneira repetitiva e desprovida de controle em um relacionamento 
amoroso típicos do amor dependente. (SOPHIA, 2008). 
Para chegarmos à discussão sobre a dependência emocional em casais, é necessário 
que seja debatido o que está por trás, ou seja, o amor. No ponto de vista psicológico o amor é 
uma característica do amadurecimento humano (AMARO, 2006). Diante disto, foi abordado o 
amor do saudável ate chegar ao patológico, pois na maioria das bibliografias a ausência do 
amor preocupa mais que o excesso de afeto (RISO, 2010). O amor saudável trata-se daquele 
amor que impulsiona para frente, que faz evoluir e respeitar as individualidades do outro. Já o 
amor patológico difere do amor que soma, e de forma alguma é considerado saudável, sendo 
destrutivo e “dependente” (SOPHIA, 2008). 
O amor patológico ainda não é reconhecido como um transtorno psiquiátrico, no 
Brasil não existem apenas quatro pesquisas cientificas apesar de não ser raro e de gerar 
sofrimento importante. Por ser um quadro pouco estudado não se sabe qual dos dois sexos é 
mais comum, pesquisas americanas sugerem que seria mais frequente nas mulheres, por 
questões culturais, alguns estudos teóricos, apontam de que se desenvolveria na 
infância (SOPHIA, 2008; SOPHIA et al, 2007). 
8 
 
No entanto, a família tem um papel muito importante no desenvolvimento do ser 
humano, por ser o ambiente no qual o indivíduo constrói sua afetividade desde as primeiras 
experiências de vida. Padrões familiares que são adquiridos durante a fase inicial do 
desenvolvimento humano que influenciam na vida adulta. Portanto é primordial conhecer e 
entender as primeiras experiências de vida, a forma que essa pessoa aprendeu a se relacionar 
na sua vida afetiva (NOGUEIRA; GERONASSO, 2010). Dessa forma a manifestação do 
comportamento da dependência emocional é possível se desenvolver dentro da própria família 
de diversas formas, como privação de afeto, vícios, violência, traumas entre outros. Tais 
fatores que contribuem para desenvolvimento da dependência emocional (BACRON, 2015). 
Neste sentido a dependência emocional trata- se de um relacionamento que gera 
prejuízos físicos e psíquicos na vida das pessoas acometidas. Conforme Riso (2010), “a 
dependência emocional pode ser considerada o pior dos vícios”, pois, a manifestação e os 
problemas associados a ela levam a busca de grande parte dos atendimentos psicológicos. 
Baseado no exposto, acima essa pesquisa objetivou a investigar fatores que 
contribuem para o desenvolvimento da dependência emocional em casais. Pretendeu-se ainda 
analisar o estudo a respeito da dependência emocional e o amor patológico disponíveis na 
literatura científica e a identificar como o comportamento dependente influência na 
conjugalidade. 
Acredita-se que este estudo seja relevante para ampliar a compreensão acerca das 
principais manifestações do funcionamento psicopatológico do indivíduo que distorce essa 
emoção amorosa e suas consequências negativas na dinâmica de ajuste do casal. Assim 
contribuindo auxiliar ao aprimoramento dos profissionais que realizam atendimentos 
psicológicos com casais a instigar reflexão acerca da temática. 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
O referencial teórico da presente pesquisa foi dividido em quatro partes. A primeira 
parte apresenta a descrição dos conceitos e as características da “Dependência Emocional e do 
Transtorno de Personalidade Dependente”. A segunda faz uma descrição do amor, 
perpassando entre o “saudável até chegar ao amor patológico”, assim como os aspectos 
afetivo e emocional que fazem o depende envolver-se em relacionamentos destrutivos. A 
partir daí, a terceira aborda a “Dependência Emocional: Padrão familiar” que descreve a 
dinâmica e a possível influência da família nas escolhas dos objetos amorosos. Enfim, o 
quarto trás uma compreensão da dinâmica do casal e suas características para a “Dependência 
Emocional Conjugal”. 
9 
 
2.1 A Dependência Emocional e o Transtorno de Personalidade Dependente 
2.1.1 Dependência Emocional 
A dependência emocional esta divida entre emocional e funcional. A dependência 
emocional ela caracterizada como uma necessidade de ligação emocional e um senso de 
cuidado com o outro. Já o dependente funcional poderia sentir-se incapaz de cuidar de si 
mesmo, necessitando de uma pessoa mais forte da qual possa depender (ARNTZ, 2005). 
A dependência emocional de acordo Bution e Wechsler (2016) é um transtorno 
aditivo, no qual o indivíduo necessita do outro para manter seu equilíbrio emocional. A 
pessoa com dependência emocional vive uma relação conflituosa, visto que, esses 
relacionamentos iniciam com uma sensação de bem-estar, no entanto, com o passar do tempo 
ele, sente-se cada vez mais dependente do cuidado e apoio do outro, tornando- se a relação ou 
o outro um vício. Dessa forma a dependência emocional ou afetiva é considerada um vicio, 
assim como a dependência química, mas nesse contexto a droga pode ser qualquer pessoa que 
estimula e mantem o vício (SOUZA, 2013). 
Desse modo, Bution e Wechsler (2016) destacam que a pessoa com dependência 
emocional possui algumas características essenciais no seu perfil que são: Comportamentos 
de submissão ao outro, sinais de fissura e abstinência na ausência do objeto amado, ausência 
de decisões nos relacionamentos, sentimentos de insatisfação, vazio emocional, medo da 
solidão, baixa tolerância à frustração, tédio, desejo de autodestruição e sentimentos negativos, 
falta de consciência sobre seus problemas, sensação de estarem presos ao relacionamento e de 
que não conseguirão deixá-lo, conflitos de identidade, foco excessivo no outro e 
autonegligência, assunção de toda a responsabilidade pelos acontecimentos e necessidade de 
ajudar o parceiro, tentando resolver todos os problemas. (BUTION; WECHSLER, 2016). 
Moral & Sirvent (2009) caracterizam os portadores da dependência emocional de 
modo geral, como pessoas submissas, que possui dificuldades de tomar decisões em seus 
relacionamentos, sente-se responsáveis por todos os acontecimentos ruins e bons nos seus 
relacionamentos centrando-se completamente em sua relação. Portanto tendem a prestar 
cuidados excessivos ao outro em resolver os seus problemas, mesmo que isso implique em se 
auto negligenciar. 
Diante disso, as características dessas pessoas correspondem a quem sofre de 
Transtorno de personalidade dependente. Em termos de personalidade pode-se sobrepor 
características de transtorno de evitação, histriônico e narcisista de personalidade. Além disso, 
10 
 
é importante ressaltar que no quadro da dependência emocional estão presentes 
comportamentos autodestruitivos e os transtornos comórbidos, tanto de 
ordem emocional quanto fisiológico que também fazem parte do quadro de dependência. 
Nestes estão os transtornos de alimentação (obesidade, anorexia e bulimia) os transtornos de 
ansiedade, o transtorno Bordeline, somatização, alcoolismo e depressão (BUTION; 
WECHSLER, 2016). 
 Dessa forma, conforme Sophia (2008), o comportamentode cuidado e atenção 
excessiva com o outro que o dependente caracteriza, faz com que consequentemente renuncie 
seus interesses antes valorizados. Entretanto, a dependência é vista como uma disfunção 
comportamental na qual a pessoa renuncia sua identidade em função de agradar o outro e por 
temer a realidade de ficar só. Então a pessoa acredita que não consegue existir 
emocionalmente sem o amor do outro e se torna vulnerável de que precisa do amor do 
parceiro ou da família para poder viver e ser feliz (SOPHIA, 2008; DOWLING, 2002). 
2.1.2 Transtorno de Personalidade Dependente 
Muitos estudos estão sendo desenvolvidos sobre os Transtornos de Personalidade. É 
considerado um transtorno muito recente, devido ao fato que teve os primeiros indícios 
constatados na década de 80. Sabe-se que a personalidade envolve traços emocionais e de 
comportamentos de um sujeito, além dos aspectos orgânicos. Por conseguinte, o transtorno de 
personalidade tem como características problemas de adaptação, que acarretam sofrimento ao 
indivíduo acometido e/ou às pessoas de sua convivência, causando sofrimento em ambos. 
Nessa especialidade de transtorno podem encontrar o paranoide, esquizoide, antissocial, 
bordeline, narcisista, histriônica, ansiosa, obsessiva e o dependente o qual ataremos nesse 
estudo (ZANIN; VALERIO, 2004). 
De acordo com a classificação internacional de doença- CID 10, o transtorno de 
personalidade dependente também é considerado um transtorno de personalidade que se 
caracteriza pela dependência afetiva e física de outra pessoa. Por necessitar sempre da 
aprovação dos demais, pessoas acometidas pelo transtorno de personalidade dependente 
tentam agradar sempre aos outros. Então, na maioria das vezes, sentem-se frustradas por 
forçar e fazer coisas que não querem e quando não conseguem satisfazer a outra pessoa se 
culpa. (OMS, 1997) 
Além dessas características o transtorno de personalidade dependente apresenta outras 
características marcantes, entre elas, a baixa autoestima, o abandono e medo de errar; muitas 
vezes, referem-se a si mesmos como sendo incapazes de fazer qualquer coisa sozinha. A falta 
11 
 
de iniciativa é marcante no transtorno de personalidade dependente, além da pessoa não 
percebem os prejuízos que este comportamento pode acarretar na sua vida (SAFRAN; 
MACMAIN, 1992; VENTURA, 1998). 
Este tipo de percepção própria da dependência torna-se corriqueira e a pessoa não 
consegue tomar decisões sozinhas. O dependente torna-se uma pessoa passiva permitindo que 
outras pessoas tomem iniciativas e assumam a responsabilidade pela maioria das áreas 
importantes da sua vida. E assim, costuma depender quase sempre dos pais ou cônjuge para 
decidir tudo em sua vida, até mesmo na escolha de trabalho, roupas e com quem estabelecer 
relações de amizade. Segundo a APA (2014), essa necessidade que a pessoa tem do auxilio de 
que outras pessoas assumam sua responsabilidade, vai além de alguma incapacidade médica 
grave, mas sim da forma de ser do indivíduo por sentir-se que não tem o que precisa. 
O transtorno de personalidade dependente é denominado de dependência emocional 
por ser considerado um padrão de comportamento submisso e aderente, relacionado a uma 
necessidade excessiva de proteção, cuidados e a temores de separação, seja de um 
relacionamento amoroso, familiar ou amizade. Este padrão começa no início da idade adulta e 
está presente em uma variedade de contextos (APA, 2014). A pessoa com transtorno de 
personalidade dependente tende ir aos extremos para conseguir o cuidado e apoio de outros, a 
ponto de fazer tarefas desagradáveis caso esse comportamento possa proporcionar a atenção 
que precisam. Estando disposto a se submeter ao que os outros desejam, mesmo que as 
demandas não sejam razoáveis (APA, 2014). 
Devido à sua necessidade em manter esses vínculos importantes, torna-se capaz de 
suportar até abusos: sexuais, verbais ou físicos. Se por algum acaso este vínculo vier a 
terminar, é capaz de procurar quase que imediatamente outro relacionamento para continuar 
obtendo tais cuidados. Os Indivíduos com este transtorno sentem desconforto ou desamparo 
quando estão sozinhos, pelo medo exagerado de serem incapazes de cuidar de si próprios, 
muitas vezes, podem ficar colados diante de pessoas que possam ser consideradas importantes 
em suas vidas apenas para não ficarem sós, mesmo que não tenham interesse ou envolvimento 
no que está acontecendo. Quando um relacionamento significativo termina, esses indivíduos 
podem sair urgentemente em busca de outro relacionamento que ofereça cuidados e o apoio 
de que necessitam. A crença na incapacidade de funcionar na ausência de um relacionamento 
íntimo motiva-os a se envolverem rápida e indiscriminadamente com outra pessoa. Em geral, 
preocupam-se excessivamente em ser abandonados, mesmo quando não há justificativas para 
os temores, e quando esses são excessivos e irrealistas (APA, 2014; BECK et al., 2017) 
 
12 
 
2.2 O Amor: Saudável ao Patológico 
 No dicionário da psicologia o termo amor é definido como um sentimento muito 
forte e, geralmente, duradouro para com alguém ou para com alguma coisa específica, não 
sendo simplesmente o gostar em maior quantidade, mas sim um estado psicológico 
qualitativamente diferente. Isto porque, “ao contrário do gostar, o amor inclui elementos de 
paixão, proximidade, fascinação, exclusividade, desejo sexual e uma preocupação intensa” 
(APA, 2010). O amor tem sido descrito há séculos, por estudiosos de várias áreas do 
conhecimento, o primeiro deles foi Platão (427 a.C. - 347 a.C.) que, em o “Banquete”, definiu 
o “amor autêntico como aquele que liberta o indivíduo do sofrimento e conduz sua alma ao 
banquete divino” e sugeriu a distinção deste com o “amor possessivo”, que persegue o outro 
como um objeto a devorar (CLEMENT Apud SOPHIA et al., 2007). O conceito de Platão 
sobre o amor foi retomado por Immanuel Kant (1724 – 1804), com a ideia de que existem 
duas formas de amor, uma saudável e outra doentia. Para ele, existiria “amor-ação” ou “amor 
prático”, o único moralmente aceitável, uma disposição de agir de modo benévolo com que 
precisa independentemente de qualquer relação que se possa ter, implica preocupação 
verdadeira e desinteressada pelo bem do outro. No entanto, para Kant (1960) haveria também 
o “amor-paixão” ou “amor patológico”, aquele amor que é impossível de controlar que inclui 
desatino e desprezo pelo outro. Sendo atos de amor patológico que decorreriam de paixões 
volúveis e não de uma análise racional do que seja certo fazer (CLEMENT Apud SOPHIA et 
al., 2007). 
O tema amor de poemas a musica, novelas, filmes, livros e peças teatrais, será sempre 
abordado como ideal do individuo. Pois ele é essencial para a vida do ser humano, sendo 
necessário para a sobrevivência. No entanto através do amor dos pais que o individuo tem 
acesso alimento, cuidado e carinho indispensável para sobrevivência do individuo. Diante 
disso surgiram outras variações do amor ao passar do tempo (RORDIGUES; CHALHUB, 
2010). De acordo com os psicólogos sociais, o amor possuem seis diferentes formas de amar. 
São elas: o amor romântico que envolve paixão, unidade e atração sexual, mais usual na 
adolescência, o amor possessivo que é determinado pelo ciúme, provocando emoções 
extremas, o cooperativo que nasce geralmente de uma amizade anterior, sendo alimentado por 
hábitos e interesses comuns, o amor pragmático característico de pessoas ensinadas a reprimir 
os seus sentimentos o mais possível, sendo estas relações desprovidas de qualquer 
manifestação de carinho, o lúdico que se baseia na conquista e na procura de emoções 
passageiras e o amor altruísta praticado por pessoas dispostas a anular-se perante o outro, 
13 
 
tendendo a isolar-se num mundo onde, na sua imaginação, só cabem os dois ainda que o outro 
pense e atue exatamente ao contrário (SILVA-MARTINS et al, 2013).O amor Em um relacionamento feliz existe um constante dar e receber. De acordo 
Rodrigues e Chalhub (2009) os relacionamentos saudáveis envolvem reciprocidade e certo 
equilíbrio. Mas nem sempre isso acontece, existem comportamentos que domina a vida da 
pessoa, esse amor se torna passional e doentio (LINO, 2009). Portanto a maneira de fixar 
atenção em relação ao outro é esperada em qualquer relacionamento amoroso, porém, quando 
ocorre a falta de limites, controle, falta de liberdade, possessão, quando a vida gira em torno 
do parceiro, está qualificada um problema designado amor patológico, que pode ocasionar 
diversas situações doentias (SOPHIA, 2008). 
No amor não é tarefa fácil de falar e tentar estabelecer a diferença entre o que é normal 
ou patológico, pois ocorrem muitas vezes comportamentos excessivos e compulsivos assim 
como jogo, sexo, comidas e compras. Contudo, o amor para ser saudável deve ser vivenciado 
de forma prazerosa, fazendo com que se tenham benefícios em diversas áreas, proporcionando 
bem-estar e satisfação (SOPHIA, 2008). Em uma relação amorosa, a pessoa passa por 
grandes experiências, experimenta diversos sentimentos e emoções, exercita a convivência e a 
relação com o outro o que pode ajudar em suas relações interpessoais. Porém, quando o 
relacionamento proporciona sofrimento pessoal, fazendo com que cause desprazer e 
infelicidade, e mesmo assim a pessoa não é capaz de melhorar essa relação e nem acabar com 
ela, é sinal de que algo está errado e que pode ocorrer um comprometimento à saúde mental 
dessa pessoa. Assim, a pessoa age de forma pouco convencional em função da relação 
amorosa, sofre com esse amor, pois vive para o outro, com condutas excessivas e sufocantes 
no relacionamento (BOSCARDIN; KRISTENSEN, 2011; SOPHIA, 2008). 
O amor patológico traz problemas tanto no aspecto social quanto no psicológico da 
vida do individuo, prejudicando também o parceiro, pois a pessoa age de forma pouco 
convencional em função da relação amorosa, sofre com esse amor, pois vive para o outro, 
com condutas excessivas e sufocantes no relacionamento (SOPHIA et al., 2009). Desse modo 
o amor patológico é caracterizado pelo excesso de atenção e cuidados com o parceiro, de 
maneira repetitiva, impulsiva e sem controle em um relacionamento amoroso. Ele se define 
quando existe perda de controle e liberdade de escolha sobre os comportamentos em relação 
ao parceiro. A pessoa perde o interesse por coisas que antes considerava importantes e passa a 
priorizar tais comportamentos e os mantém mesmo que perceba que isso traz sofrimento para 
si e para os outros (SOPHIA et al., 2007). 
14 
 
O amor patológico tem seu desenvolvimento na infância, pois foram crianças que 
algum momento da sua infância passou por situação de abandono, negligência ou de qualquer 
carência afetiva onde aprenderam que para merecerem amor e atenção deviam lutar por isso e 
fazer de tudo para conquistá-los, inclusive deixar de lado seus próprios desejos e interesses. 
Com isso, em seus relacionamentos buscam algo que faça reduzir esses sentimentos de 
angústias advindos desses fatores de sua vida. Por isso, o amor patológico é considerado uma 
doença que evolui progressivamente, principalmente devido ao fato de que seus sintomas 
acabam afastando seu parceiro aos poucos por se tornar um relacionamento destrutivo, 
fazendo com que o nível de angústia de quem sofre desse amor aumente cada vez mais 
(ABREU; TAVARES; CORDAS, 2007; SOPHIA et al., 2007). 
De acordo Riso (2011), esse amor exagerado ao ponto de depender de uma pessoa que 
se ama é uma forma de se enterrar na vida, ofertamos deliberadamente nosso amor-próprio a 
alguém. Quando esse amor está presente, um ato de carinho, na verdade, vem embutida a 
expectativa de retribuição eterna, ideia de que a pessoa está sempre em falta e a necessidade 
de querer sempre mais, pois por mais que se receba, sempre parece ser insuficiente. 
Diante disso, o indivíduo perde o controle de sua vida e passa a viver em função do 
outro, e muitas vezes não percebe que se trata de uma patologia, ou seja, de um 
comportamento doentio. Em vista dos argumentos apresentados, o Amor Patológico é 
considerado disfuncional e tem como sua natureza o medo ao invés do amor. O medo de 
perder o parceiro, de ficar sozinho e não ser valorizado (SOPHIA et al, 2007). Segundo 
Boscardin e Kristensen (2011) o Amor Patológico pode se assemelhar aos sintomas parecidos 
com a dependência química e de jogos. São eles: desinteresse as atividades pessoais, a 
prestação de cuidados excessivos ao outro, abstinência física e psíquica (aqui seria na 
ausência do parceiro), atitudes o qual prejudica a si próprio e a todos em sua volta (SOPHIA 
et al., 2007). 
2.3 A Dependência Emocional: Padrão familiar 
A família é o sistema que mais influência diretamente no desenvolvimento das 
crianças, ela é considerada fonte de saúde e (ou) doença, pois através da experiência e do 
aprendizado que a pessoa vivencia com sua família de origem é a forma como estabelecerá 
seus vínculos afetivos e suas relações sociais (NOGUEIRA; GERONASSO, 2010). É no 
ambiente familiar que as necessidades de afeto, desapego, segurança, aprendizado e a 
comunicação são estabelecidos. A relação afetiva na fase primária da criança vivenciada na 
família de origem apresenta um modelo de interação relacional. Portanto essa relação poderá 
15 
 
ser funcional ou disfuncional, geradora de ansiedade, o qual a pessoa vai levar durante a toda 
etapa da sua vida (GUEDES; MONTEIRO-LEITNER; MACHADO, 2008). 
Desse modo, o meio familiar tem uma grande importância no desenvolvimento do ser 
humano, porque, nesse convívio se aprendem crenças, comportamentos, formas de lidar e de 
criar vínculos. Estes aprendizados são chamados de padrões familiares e, normalmente, são 
repetidos pelos membros da família e transmitidos de geração para (NICHOLS; 
SCHWARTZ, 1998). Assim, um dos padrões familiares aprendidos durante a formação do 
individuo é a dependência emocional que esta associada ao grande número de procura por 
atendimentos psicológicos (RISO, 2010). 
A maneira como a criança recebe afeto e cuidado é fundamental para que ela se 
desenvolva com segurança e proteção, o que pode refletir em um desempenho satisfatório das 
atividades e das relações futuras. Na infância, é importante que algumas necessidades sejam 
supridas, como o vínculo seguro com outros indivíduos, autonomia, competência e sentido de 
identidade; liberdade de expressão; necessidades e emoções válidas; espontaneidade e lazer; 
limites realistas e autocontrole (YOUNG; KLOSKO; WEISHAAR, 2008). 
A criança que tem o seu desenvolvimento na infância em um ambiente saudável, 
seguro e equilibrado, com demonstração de afeições da família, durante o desenrola da 
infância conseguirá se comunicar, expressar seus sentimentos, ter confiança e ter relações 
sociais adaptativas. Levando em consideração que nem sempre algumas crianças têm essas 
necessidades básicas atendidas e supridas, crescem em um ambiente familiar disfuncional. 
Ambiente familiar que prejudicará o seu desenvolvimento no futuro e sendo assim essa 
criança apresentará dificuldades nos seus relacionamentos, na sua comunicação e também na 
interpretação das suas próprias emoções (GUEDES; MONTEIRO-LEITNER; MACHADO, 
2008). 
Por conseguinte, algumas crianças desenvolvem-se na infância em lares desajustados, 
com pais alcoólatras, abusadores, negligentes, além de distantes fisicamente e 
emocionalmente. Crescem em um ambiente carente dessa sustentação. O que facilita para 
despertá-lo do medo de serem abandonadas. Elas no intuito de evitá-lo, para testar o amor de 
seus pais, começam a assumir as responsabilidades deles, começam a prezar pelos interesses 
dos familiares, cuidando dos próprios irmãos e trabalhando em casa e fora dela (SOPHIA et 
al., 2007). Dessa forma, desde cedo aprendem a cuidar das pessoas, mas não aprendema 
cuidar de si mesmas, e por negar seus próprios desejos e sentimentos durante tanto tempo, 
crescem procurando fazer o que sabem tão bem: cuidar dos outros. Porquanto, sentem a 
necessidade quase que vital de depender do amor de outra pessoa, assim na vida adulta podem 
16 
 
se tornar carentes desse suporte afetivo e almejando que venha um companheiro o afeto não 
obtido na infância (ABREU; TAVARES; CORDÁS, 2007; SOPHIA et al., 2007; SOPHIA, 
2008). 
A pessoa com dependência emocional busca por relacionamentos que diminuam sua 
carência afetiva, torna-se uma pessoa altruísta, pois tem a necessidade de dar para outro mais 
que lhe é pedido e espera receber em troca o carinho de que necessita. A mulher que ama 
demais desde criança procura por atenção, reconhecimento e carinho por parte de seus pais, 
que muitas vezes são rígidos, frios emocionalmente e fisicamente, assim, são atraídas por 
parceiros distantes e inseguros, muitas vezes dependentes de álcool ou outras drogas e que 
precisem de cuidados. Para suprir toda carência afetiva que não recebeu na infância 
(BOSCARDIN; KRISTENSEN, 2011; NORWOOD, 2005). Essa carência se origina de um 
padrão de apego ansioso que começou a se formar na infância, na relação que suas principais 
figuras de referência estabeleceram. Nesse sentido, a pessoa somente era recompensada quando 
fazia alguma coisa pelas suas figuras de referência. Foi assim que ela aprendeu que seu valor 
dependia do que fosse capaz de proporcionar para os outros (RODRIGUES E CHALHUB, 
2009). 
Uma vez que, o desenvolvimento emocional da pessoa em relação à dependência nos 
relacionamentos amorosos é construído ainda na infância, através da observação da relação 
amorosa entre os pais ou da própria vivência do cuidador, e esses comportamentos são 
aprendidos e repetidos na vida adulta. A pessoa dependente emocionalmente nunca se sentiu 
amada o bastante e também nunca aprendeu a amar de forma saudável, assim crescendo com 
vazio emocional. Diante disso o dependente emocional sente que falta algo para que possa ser 
feliz e pode voltar exagerar em vários sentidos, criando dependências emocionais, 
alimentares, sexuais, com entorpecentes e outras mais. Quando a pessoa se sente incompleto, 
ela busca por elementos exteriores que possam saciar o buraco que sentem dentro de si 
(SOPHIA et al., 2007; BOSCARDIN; KRISTENSEN, 2011). 
Fica evidente que há uma grande ligação da família de origem na dependência 
emocional conjugal. Ainda sobre o estudo de Martini (2009) a autora menciona que os 
padrões familiares recorrentes podem ser manifestados pela transmissão multigeracional que 
corresponde a uma aprendizagem emocional e familiar transmitida durante várias gerações. 
Esses padrões familiares não se iniciaram na geração atual, vem de pelo menos três gerações 
anteriores. As famílias se repetem a si mesmo, o que sucede numa geração com frequência se 
repetirá na seguinte, pois a mesma questão tende aparecer de geração em geração apesar de 
que a conduta pode tomar varias formas (NOGUEIRA; GERONASSO, 2010). 
https://amenteemaravilhosa.com.br/queixas-infancia-ansiedade-vida-adulta/
17 
 
Diante disse o funcionamento do casal de pais na família de origem e um fator para 
dependência emocional conjugal, pois essas pessoas se desenvolveram em uma família onde 
os casamentos de seus pais foram demarcados por crises nos relacionamentos ciúmes, traição, 
violências físicas, violência verbal, competições entre o casal, separação e conflitos. Tais 
comportamentos aprendidos e repetidos que influenciam para dependência conjugal 
(NOGUEIRA; GERONASSO, 2010). 
2.4 A Dependência Emocional Conjugal 
A dependência emocional inicia desde a infância na família sendo transmitida quando 
a pessoa constrói sua própria família. De acordo com Martini (2009) o individuo quando 
adulto, muitas vezes procuram vivenciar situações semelhantes às que aprendeu com sua 
família na infância, porém de forma ativa. Que ao casar reflete toda bagagem aprendida na 
família de origem no seu relacionamento amoroso (MARTINI, 2009). 
A dependência emocional conjugal é também chamada de amor patológico, sua maior 
característica é a dependência de afetividade do parceiro. A pessoa dependente apresenta 
insegurança nos relacionamentos e baixa autoestima. Além disso, tenta suprir as necessidades 
do parceiro de forma incessante, deixando suas próprias necessidades de lado, a ponto de 
negar seus sentimentos e desejos (BOSCARDIN; KRISTENSEN, 2011). 
Os relacionamentos patológicos acometem tanto os homens como mulheres, sendo 
mais comum na população feminina. De acordo Hernandez e Oliveira (2003), as mulheres 
geralmente são mais amorosas, demonstram maior apreço e confiança do que os homens em 
seus relacionamentos, assim, tornando-se viciadas no relacionamento ao ponto de viver pelo 
outro, considerando a relação a dois como prioridade em sua vida. Já na população masculina, 
há uma baixa demanda, mesmo para aqueles que se desenvolveram na infância em um 
ambiente familiar com a falta de carinho e atenção. Muitas vezes se espera o mesmo, mas 
entre os homens a patologia se vincula as atividades mais externas e interpessoais, como jogo, 
trabalho, esportes ou hobbies do que com amor, mais interno e pessoal (SOPHIA et al, 2007). 
A dependência emocional é considerada um dos maiores fatores de risco para 
“desenvolver” a violência, principalmente a doméstica (REIS 2013). Devido às mulheres 
dependentes emocionalmente tornar sua vida amorosa prioridade acabam vivendo em uma 
relação conflituosa, fazendo com que se mantenham em situação de violência dentro do 
relacionamento (FABENI et al, 2016). 
Os desentendimentos nas relações conjugais podem ser receptadores ou 
intensificadores de ações desrespeitosas e violentas nos relacionamentos amorosos. Visto que, 
18 
 
a satisfação e a estabilidade das uniões conjugais não estão associadas diretamente à ausência 
de conflitos, mas à forma como o casal soluciona suas desavenças. É importante ressaltar que 
os conflitos por si só não se tornam algo destrutivo nos relacionamentos amorosos, pois as 
diferenças entre o casal se tornam necessariamente geradoras de conflitos e essenciais para o 
aprimoramento das relações entre as pessoas (MOSMANN; FALCKE, 2011). 
Desse modo, os conflitos nos relacionamentos amorosos poderão ser positivos ou 
negativos, mas o que diferencia e a forma como esse conflito vai ser encarado e resolvido. Os 
conflitos conjugais se tornam negativos quando o relacionamento torna-se abusivo e violento 
(MOSMANN; FALCKE, 2011). Muitos casais se mantêm em um relacionamento conflituoso 
devido a vários fatores, sendo eles as questões econômicas, o vínculo emocional, a submissão 
e o medo de recomeçar suas vidas sozinhas entre outros. Por isso, elas consideram que sair da 
relação é muito mais difícil do que permanecer, devido a essas questões (RAZERA; 
FALCKE, 2014). 
. Diante disto Zolet (2000) define a dependência afetiva como: 
A concessão extrema, desnecessária, permissiva, na qual a pessoa se deixa na mão 
do outro. Pode ser classificada enquanto personalidade dependente, porque o 
indivíduo submete-se à subjugação afetiva, faz e reage para não perder o afeto do 
outro devido a algum medo, falta de autoconfiança, insegurança pessoal (Zolet, 2000 
p.54). 
No entanto a dependência emocional é considerada uma das maiores causas das 
mulheres permanecer no relacionamento mesmo sofrendo psiquicamente, porque elas não se 
sentem competentes emocionalmente para cuidar de si mesmas, acabam permanecendo em 
relacionamentos conflituosos e perdendo sua própria identidade. Um amor excessivo que 
ultrapassa o seu próprio bem-estar, de forma que mesmo diante dos abusos sofridos, se 
silenciam com receio de romper a sua relação conjugal patológica (MIZUNO et al, 2010; 
ALLEN; ALLAN, 2006). 
A violência domestica nos relacionamentos conjugais possui ciclos em que primeiroa 
mulher passa pela fase de lua de mel, onde tudo para ela está bem, pois se sente aparada, 
depois vem à fase de tensão e crise em que culminam na violência em si. A mulher pensa em 
tomar uma atitude e sair desse relacionamento que lhe faz sofrer, mas o cônjuge se desculpa e 
se arrepende, criando na vítima expectativa que tudo vai mudar. Sendo assim, a mulher 
acredita e retorna ao relacionamento por esperar que tudo volte a ficar bem. Dessa forma, 
acontece a dependência emocional em relação ao parceiro, visto que as mulheres tendem a 
idealizar o relacionamento e o companheiro, sendo difícil para vítima dissociar o homem por 
19 
 
quem se apaixonou daquele que lhe agride e faz sofrer (MIZUNO et al, 2010; LIMA; PARISI, 
2014). 
Nos relacionamentos amorosos o dependente emocional se torna uma pessoa 
possessiva, impulsiva, ciumenta e possui medo de ser abandonado (SOPHIA et al., 2009). Os 
homens dependentes emocionais geralmente tendem a ser abusadores, agressores enquanto as 
mulheres vítimas (REIS, 2013). Portanto as mulheres vítimas de violência possuem uma 
grande dificuldade de sair do relacionamento, devido ao medo de ficar sozinha e também pelo 
sentimento de estar presa à relação. Já os homens ao perceberem que seu relacionamento 
conjugal esta sendo ameaçado, seja uma relação real ou imaginária, acabam tornando-se 
violentos ao ponto de abusar fisicamente e psicologicamente de suas parceiras (BUTION; 
WECHSLER, 2016). 
Mesmo que os relacionamentos problemáticos se encerrem pela decisão de um ou de 
ambos, a pessoa que sofre com a dependência emocional provavelmente irá se envolver em 
outras relações que seguem o mesmo padrão, devido não aceitar que erra, em suas escolhas. 
Mesmo encarando o relacionamento como um sacrifício necessário ou obrigatório. A pessoa 
acredita que é melhor estar acompanhada do que só (REIS, 2013; FABENI et al, 2016). 
Então, as pessoas com dependência emocional e com amor patológico costumam vivenciar 
relações conflituosas desde cedo e a presença do parceiro oferece uma ilusória defesa contra o 
sofrimento psíquico, e procuram tratamento apenas quando os relacionamentos são rompidos, 
momento em que não conseguem aceitar essa perda e a angústia gerada por esse rompimento 
(SOPHIA et al, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
3 MÉTODO 
Este trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica descritiva, com objetivo de 
identificar publicações cientificas sobre a dependência emocional em casais. A pesquisa 
bibliográfica segundo Gil (2008, p 50) “é desenvolvida a partir de material já elaborado, 
construindo de livros e artigos científicos”. 
A pesquisa foi desenvolvida através da busca de livros, artigos, dissertações e teses 
disponíveis em formatos completos nas seguintes bases de dados científicos: LILACS, 
SCIELO Brasil, Portal dos Psicólogos, Portal de Periódicos Eletrônicos de psicologia 
(PEPSIC), Portal de Periódicos CAPES. Mediante a busca os dados foram coletados a partir 
dos seguintes critérios de investigação: livros, artigos, tese e ou dissertações disponível na sua 
íntegra na internet; artigos nacionais e internacionais; publicados entre os anos de 2007 até 
2016. Foram utilizadas várias abordagens teóricas da psicologia para dar um melhor 
embasamento ao trabalho. 
 Desta forma, apresentam-se como base de estudo referencial teórico sobre descritores 
que escreveram sobre amor patológico; dependência emocional em casais; dependência 
afetiva; dependência emocional e padrão familiar; conflitos conjugais e amor ou dependência 
os encontrados foram analisados baseados no título e no resumo, sendo que somente 
publicações potencialmente relevantes dentro do critério pré-estabelecido foram selecionados, 
os trabalhos encontrados repetidos foram contabilizados apenas uma vez, dentro dos tais 
critérios a busca resultou em 83 artigos. Destes foram excluídos 67 por não corresponderem 
ao tema abordado. Sendo assim restam 16 artigos no total e uma dissertação. 
A análise dos textos foi realizada através do método de leitura exploratória. A primeira 
etapa foi realizada a partir de uma leitura integra das publicações selecionadas. A seguir uma 
leitura analítica, foi possível ordenar e sumarizar as informações consultadas, identificando as 
ideias-chaves no texto e organizando a síntese. Por fim, com leitura interpretativa, foram 
estabelecidas com o conteúdo pesquisado, conferindo um significativo mais amplo aos 
resultados obtidos com a leitura analítica. Os artigos analisados foram classificados conforme 
a área de interesse ao trabalho proposto (GIL, 2010). 
 
 
21 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
A partir dos artigos publicados percebeu-se um limitado número de estudos que 
abordam diretamente o principal objetivo deste estudo e pouco uso do termo “Dependência 
emocional”, nos artigos encontrados, trazendo em si mais conceitos sobre consumo de drogas 
e álcool entre outros. Também se demonstrou poucos artigos referentes ao tema especifico. 
Dos 16 artigos analisados verificou-se que traziam temas diversos, destes apenas quatro 
abordaram o principal objetivo da pesquisa, sendo que todos os artigos foram publicados em 
revista cientificas. 
No período pesquisado, um artigo foi publicado entre os anos de 2007 e 2008, seis 
foram 2009 e 2010, três entre o ano de 2011 e 2012, três entre os anos de 2013 e 2014 e três 
entre os anos de 2015 e 2016. Durante analise notou-se que a distribuição das publicações 
permaneceu constante ao longo dos nove anos analisados, distribuindo-se de forma 
equilibrada ao longo dos anos, chegando a trabalhos no ano de 2016. A linha de crescimento 
nestas publicações indica uma maior preocupação e interesse de pesquisadores sobre a 
temática, fortalecendo este campo do conhecimento psicológico através de novas 
contribuições científicas. 
Neste levantamento pode-se constatar que os estudos analisados discutiram diversos 
assuntos, dentre eles: A Família de origem possíveis fatores da dependência emocional (3), 
Dependência emocional e a teoria do apego (1) A dependência emocional (2), Amor 
patológico (3), violência conjugal e a permanência nos relacionamentos (7), A patologia do 
amor, da paixão a psicopatologia (1). 
De acordo, com analise dos materiais estudados e o ponto de vista dos autores que 
pesquisam a temática composta nesse estudo, podemos assinalar que a dependência 
emocional em casais pode ser originada por multifatores, podendo citar alguns como: 
Dinâmica familiar, cultural, psicológica, características do contexto social entre outros. 
Mediante a isso, outro fator interessante foi apresentado nos estudo de Bution e Wechsler 
(2016) a origem neurológica, que explicaria a dependência emocional a partir de uma fixação 
na superativação neuronal, frequente no início de relacionamentos. Assim ficando constatada 
que o amor excessivo pode provocar, no Sistema Nervoso Central, um estado de euforia 
parecido ao induzido adição química (SOPHIA et al.,2009). Entretanto, todos os artigos 
estabeleceram que na dependência emocional as pessoas acometidas necessita do outro para 
estabilidade emocional. Apesar de ser originada por vários fatores a maioria dos autores 
descrevem que a dependência emocional conjugal possui sua etiologia no desenvolvimento 
22 
 
afetivo e de apego na infância, que influenciará nas relações amorosas futuras (NOGUEIRA; 
GERONASSO, 2010; MARTINI, 2009). 
 
4.1 A Possível origem da Família no desenvolvimento da dependência conjugal 
 
Sophia et al. (2009), em seu estudo parece concordar com a importância da criança 
crescer em um ambiente afetuoso e seguro, com aceitação incondicional, para que consiga 
desenvolver sua identidade de forma sadia. No entanto, Martini; Rodrigues e Chalhub (2009) 
possuem resultados semelhantes em seus artigos, pois defende o apego na infância, uma etapa 
muito importante e com grande repercussãona vida adulta, o qual pode levar o indivíduo a 
desenvolver relacionamentos funcionais ou disfuncionais de acordo com a forma que 
aprendeu a se apega. Com isso, Lino (2009) em seu estudo destaca que o individuo nas 
relações amorosas quando adulto são assombrados por experiência afetivas prematuras, em 
especiais os vínculos com os pais durante a infância. 
O estudo de Martini (2009) afirma que as experiências e as vivências com a família de 
origem são primordiais para desencadear a dependência emocional. A autora ainda pontua que 
a dependência emocional é vivenciada por todos os seres humanos em maior ou menor grau 
ainda na infância. Porém, em grau elevado pode gerar consequências negativas para os 
membros de uma família como as diversas manifestações desadaptativas que são aprendidas 
através dos padrões transgeracionais. 
Tais resultados reforçaram o estudo Nogueira e Geronasso (2010) com mulheres 
dependentes emocionalmente, as entrevistadas relatam vivenciar e reproduzir 
comportamentos do funcionamento do casal de pais nos relacionamentos atuais. Pois 
conforme as entrevistadas demonstram ser ciumentas, submissas e sufocantes. Padrões de 
comportamentos aprendidos e vivenciados por suas mães no casamento. Dessa forma, todo o 
comportamento que a pessoa aprendeu no relacionamento com os pais vão interferir na 
relação do casal atual. 
Dentre as possíveis origens do desenvolvimento da dependência emocional alguns 
autores ainda concluíram em seus estudos, que a privação afetiva também se demonstrou um 
fator de grande importância para amor dependente, pois se desenvolveria ainda na infância, 
porque geralmente são adultos que quando crianças vieram de lares desajustados, carente de 
amor, cuidados e atenção (SOPHIA et al, 2007; BOSCARDIN; KRISTENSEN, 2011). Por 
outro lado, o cuidado e afeto em excesso, pais superprotetores que formam uma pessoa adulta 
https://amenteemaravilhosa.com.br/filho-esquecido-infancia-infeliz/
23 
 
dependente de tratamentos especiais e exclusividades para o resto da vida, a deixando 
desprovida de confiança e condição de julgar, decidir e escolher sozinha também pode ser 
despertar a dependência emocional. De acordo com Martini, (2009) Nogueira e Geronasso 
(2010), é importante que o processo de separação-individuação entre pais seja equilibrado, 
pois esse processo forma como a pessoa cresceu e saiu da simbiose com os cuidadores. Se 
esse processo tiver dificuldade no desenvolvimento evita o crescimento, a autonomia da 
criança e quando adulto torna-se dependente. 
Embora cada pessoa tenha sua individualidade e experiência, originada da sua 
vivência com as pessoas de sua personalidade, percebe-se que existe algo em comum entre as 
histórias do dependente emocional a influência do outro sobre o seu comportamento 
dependente e a forma como o outro tenta influenciar nas suas escolhas. Dessa forma, os 
padrões familiares nos relacionamentos construídos na infância vão sendo reforçados ao longo 
de suas vidas. O dependente emocional acredita que não sobrevive sem o amor do outro, o 
que as tornam vulnerais e convictas de que necessitam desse amor. 
4.2 A Possível Origem Sociocultural na Dependência Emocional Conjugal 
No artigo Lino, Martini (2009) Bution e Wechsler (2016) revelam ainda, que na 
dependência ao outro entra em jogo os padrões culturais ligados ao amor romântico, à paixão, 
o altruísmo, virtudes que se confundem com aspectos da dependência emocional. No entanto, 
o fator social e cultural tem grande impacto, uma vez que a sociedade impõe a ideia de que ter 
um parceiro é necessário para ser feliz, que ao chegar ate certa idade o individuo precisar 
casar e que estar solteiro e sinal de fracasso. Desta maneira a sociedade reforça que estar em 
um relacionamento amoroso e sinônimo de êxito e felicidade. 
Apesar de a dependência emocional conjugal ter conexão entre a figura de apego e a 
forma de estabelecer vínculo, percebe-se que a escolha emocional ao longo da vida do ser 
humano sofre uma grande influência da mídia, na idealização de relacionamentos baseado no 
amor romântico, aquele amor que a pessoa é um só, que vive em função do ser amado, que 
não consegue viver sem outro. Diante disso, os filmes, livros, novelas etc., sinalizam e 
retratam a obsessão e o excesso de dependência do parceiro como um comportamento 
comum, sendo que na realidade é bem diferente, a pessoa pode amar sem se dedicar 
intensamente no relacionamento amoroso. De acordo com Sophia (2008), o que vai sinalizar 
se está saudável ou não, é a forma e a intensidade com que acontecem os comportamentos 
relacionados à dependência emocional, e principalmente se acarretam danos e prejuízos a um 
da relação ou ambos. 
24 
 
Conforme Bution e Wechsler (2016) concordam que a mídia reforça e estimula o 
comportamento da dependência amorosa, pois o individuo acha que só vai ser feliz se passar 
por intenso sofrimento, então, adquirem a crença que precisam se submeter a alguns 
relacionamentos conflitantes, pois ao final de tudo viverão o tão sonhado “feliz para sempre”. 
Na verdade a dependência emocional mantém a pessoa em relações amorosa que não 
funcionam. Dessa forma, faz com que muitas pessoas continuem em relacionamentos que lhes 
fazem mal, gerando infelicidade. Além de contribuir para a inércia diante de problemas como 
a violência física ou psicológica. 
4.3 O comportamento e a personalidade do dependente emocional nos 
relacionamentos amorosos 
De acordo com alguns artigos encontrados sustenta que os comportamentos da 
dependência emocional têm uma base psicopatológica, mesmo que "ainda não foi classificado 
como transtorno mental ou de personalidade" (SOPHIA et al, 2009). Mas propõem a criação 
de um transtorno de personalidade, pois percebe a dependência emocional como um traço do 
transtorno de personalidade dependente (SOPHIA et al, 2007). Nota-se que nos artigos 
pesquisados nem todas as pessoas acometidas as características da dependência significa que 
sofra de um transtorno da personalidade dependente. Na verdade a maioria possui traços que 
são inflexíveis, persistentes e causam deterioração funcional significativa ou um sofrimento 
subjetivo, constituem um transtorno da personalidade dependente. 
Portanto, em relação ao perfil cognitivo e comportamental do individuo na 
dependência conjugal, os estudos se divergiram. Segundo Sophia (2008) para os critérios de 
avaliação do Amor Patológico, é fundamental perceber que existe um comportamento 
repetitivo e sem controle com relação ao parceiro que leva algum tipo de sofrimento. Tanto 
Nogueira e Geronasso (2010), Rodrigues e Charlhub (2010) ainda apontam que os 
dependentes emocionais têm um déficit de aprendizagem relativa ao separar-se, entretanto a 
pessoa tem necessidades emocionais que não foram satisfeita e assim projetam nos 
relacionamentos conjugais. No entanto, são considerados uns dos motivos que é tão difícil 
abandonar esses parceiros, pois quanto mais difícil se torna terminar um relacionamento que é 
ruim, mais elementos do conflito da infância ele possuem. 
Diante disso, Bution e Wechsler (2016) mencionam que a pessoa com amor 
dependente usa comportamentos de submissão como estratégias para evitar abandono e 
rejeição. Já Boscardin e Kristensen (2011) apontam como distorções cognitivas comuns que 
atribui no amor patológico são as de culpa e auto derrotistas. Além dessas cognições, ficou 
visível que o dependente emocional precisa ser reconhecido e aprovado pelo outro, ele 
25 
 
consiste em depender da outra pessoa para ser feliz, se outro não ama-lo ou não mostrar que o 
ama, o dependente no relacionamento sente que não vai conseguir ser feliz. Assim, inicia 
todas as tentativas e jogos para ser amado e continuar sendo amado, ainda que o seu 
relacionamento esteja péssimo. 
Quanto o amor patológico, os artigos analisados mostra-se que o amor em si, não se 
torna causador dos malefíciosdentro dos relacionamentos amorosos, mas sim o grande medo 
que o individuo tem de ficar sozinho, o medo de poder vir a ser abandonado, o receio de não 
ser valorizado, pensamentos que promove as pessoas acometidas muita angústia. Os autores 
Boscardin e Kristensen (2011) Sophia (2008) abordam que essa forte carência faz com que 
essas pessoas tenham uma ausência crítica de seu próprio comportamento doentio. A 
consequência é a falta de liberdade que a pessoa que sofre de amor patológico impinge a si 
mesmo e ao parceiro, já que quando está na presença do outro sente um bem- estar e alívio da 
angústia. Diante disto, os estudos comprovam no cérebro dessas pessoas, ocorrem mudanças e 
comportamentos similares com as quem sofre de dependência química (SOPHIA et al., 2007; 
SOPHIA et al., 2009). 
4.4 A Dependência Emocional Conjugal e a Violência. 
Outro assunto estudado foi à violência. Portanto, foi predominante nos artigos a 
dependência afetiva nas relações conflituosas, os estudos apontam que a pessoa acometida 
pela dependência emocional possui maior chance de realizar, e sofrer violência doméstica e 
mesmo assim permanecem no relacionamento (FABENI et al., 2016; MIZUNO el at., 2010; 
REIS 2013; RAZERA; FALCK 2014). Nota-se que o dependente emocional precisa sempre 
do outro para se sentir bem, colocando a sua vontade em último lugar e do outro em primeiro, 
submetendo-se mesmo espontaneamente às vontades e caprichos do próximo. Destaca-se a 
presença dos sentimentos de dedicação ao bem-estar do outro, o dependente dá mais do que 
recebe, e posteriormente, se sente abusado e negligenciado, pois sua autovalorização está 
reduzida. Porém, como todo investimento para controlar o outro é inútil, a pessoa acometida 
sente-se impotente e usado, quando o outro não demonstra gratidão. 
Percebeu-se nos estudos analisados que o amor romantizado, a idealização do parceiro 
pode ser motivos frequentes de muitas mulheres aceitarem um relacionamento onde existe 
infidelidade e agressão por parte de seu companheiro. Pois as vítimas acreditam que seus 
parceiros possam tomar consciência do erro cometido e assim tente mudar suas atitudes. 
Diante disso, prosseguem nos relacionamentos sem denunciar o agressor, muitas vezes 
26 
 
cancelado processos legais (queixas), incumprimento de ordens de prisão preventiva sobre o 
casal (LINO, 2009; TELLO, 2015; FABENI et al., 2016). 
De acordos com Tello (2015) Razera e Falke (2014), em seus estudos concluíram que 
sair é muito mais difícil que ficar devido o medo da solidão, de construir uma nova vida sem 
o outro. Além desses motivos, os autores apontam outros que levam as mulheres se sujeitarem 
nos relacionamentos destrutivos, como: à questão financeira, as criações dos filhos e a falta de 
apoio de amigos e parentes (RAZERA; FALCKE, 2014; FABENI et al., 2016). Entretanto, foi 
possível perceber nos artigos que a solidão para essas pessoas pode-se provocar um temor 
maior que a falta de dinheiro. 
Ainda sobre a violência nos relacionamentos dependentes, notou-se que muito dos 
parceiros ou ate mesmo o próprio dependente usam como defesa dentro da relação, entretanto 
a violência é exercida nos relacionamentos quando há uma ameaça de perda por parte do 
dependente, mas também pode ocorrer quando o parceiro quer ter o domínio de autoridade do 
outro (BUTION; WECHSLER, 2016; LINO, 2009). De modo geral, pode se dizer que o 
dependente emocional são pessoas ressentidas, que sentem raiva permanente de alguém, 
agarram-se à necessidade de punir a pessoa para reparar o sofrimento que acham que 
sofreram. Por outo lado, eles “endeusam” o parceiro justificando que é por amor, negando pra 
si mesmo e para o parceiro os problemas existentes na relação, fantasiando essa relação como 
perfeita. 
 Além disso, o dependente emocional torna a vida a dois um vício. Os autores Sophia 
et al. (2009), Bution e Wechsler (2016) concordam que adicção nos relacionamentos, são uns 
dos principais aspectos que se torna ainda mais difícil do dependente romper o 
relacionamento, principalmente por apresentar sintomas de fissura e abstinência que 
acometem o indivíduo ao tentar sair da relação. Desta forma, na dependência emocional, o 
relacionamento amoroso se torna uma prisão, em que o individuo tem dificuldade de sair, 
porque confunde o amor reciproco. No relacionamento o amor deve-se ser livre e não uma 
necessidade de estima, portanto percebeu-se que no relacionamento baseado na dependência 
emocional que o amor se acaba e as consequências são negativas para os dois. 
A pessoa que desenvolve a dependência emocional gosta de sentir que o outro também 
depende dela, por isso, geralmente se envolve com pessoas problemáticas. Desta forma ela se 
sente útil, resolvendo problemas dos mais diversos e com isso criando a falsa expectativa de 
que é fundamental para o outro. O dependente emocional tem tanto medo do fim do 
relacionamento, que tenta a todo custo criar formas para que a outra pessoa não viva sem ela. 
Por meio dos estudos científicos compreendeu-se, que a dependência emocional é um 
http://www.diariofeminino.com/psicologia/autoajuda/materias/culpa--autojulgamento/
27 
 
comportamento aprendido, do qual a pessoa precisa se livrar, por ser considerada aqui uma 
patologia na relação, se não for tratada pode-se permitir que “morra” o relacionamento, a 
individualidade da pessoa ou até mesmo do parceiro. 
Então é necessário destacar que essa pesquisa não tem caráter de generalizar os 
resultados, mas sim de aprofundar o estudo em questão, os artigos retratavam dados 
científicos com objetivo de revisar a literatura e pesquisar novos dados a respeito de uma 
possível ligação existente entre o padrão de funcionamento do dependente emocional nos 
relacionamentos conjugais. Portanto, percebeu-se que existem poucas investigações nos 
artigos estudados a respeito dos padrões intergeracionais, ficando evidentes que são padrões 
que não se iniciaram em sua geração, por isso e importante aprofundar e conhecer a história 
de vida de cada individuo, pois a maiorias das partes das pessoas acometidas são de famílias 
disfuncionais, conflitivas, que demonstraram significativa fragilidade emocional, que 
contribuem para o desenvolvimento e instalação da dependência emocional entre seus 
membros. 
 De acordo com Geronasso e Nogueira (2010), em seu estudo de casos abordam que 
muitas das mulheres não conheciam com profundidade a história geracional de sua vida, mas 
que mesmo não tendo tanto conhecimento, conseguiram identificar nos seus relacionamentos 
algumas disfunções similares de como seus pais e avós se relacionavam. Neste sentido são 
importantes artigos que aprofundem esses estudos, pois servirá para reflexões e até mesmo 
para evitar que algumas pessoas não perpetuem o mesmo ciclo de abusos e interação familiar 
disfuncional no qual foram inseridos, evitando a repetição de comportamento dependente com 
seus familiares. 
Também se percebeu poucos estudos referentes à dependência emocional no gênero 
masculino, uma possível explicação para essa questão seria que os estudos estão mais focados 
nas mulheres como as vítimas, as “viciadas no amor” e os homens como os agressores não ao 
contrario (BUTION E WECHSLER 2016; REIS, 2013). No entanto, tratando da temática da 
dependência, muitos estudos são direcionados somente ao dependente e isolam pessoas 
próximas que recebem influências e sofrem diariamente por manterem esses relacionamentos, 
que fazem as pessoas esquecer-se de suas próprias preferências e prioridades. Uma vez que, 
não existe apenas uma vítima na dependência conjugal. 
Neste sentido, pode ser que esse outro também seja um dependente, ou seja, uma 
vítima, pois o outro também tem medo de mudar, de renunciar e se libertar de um 
relacionamento patológico. No entanto, na dependência conjugal ambos são extremamente 
afetados em suas vidas por falta de controle de suas próprias vidas,anulando-se sempre em 
28 
 
favor do outro, acreditando ser de sua responsabilidade a felicidade do outro, negando para si 
mesmo a própria felicidade, que no caso não ocorre nem na vida do outro e nem de si próprio. 
De acordo com Bution e Wechsler (2016), é provável que aconteça uma dependência mútua, 
uma vez que os relacionamentos estabelecidos por essas pessoas são extremamente 
conturbados, devido aos sentimentos de posse predominantes nos dependentes emocionais. 
Deste modo, a dependência mútua explicaria a permanência do parceiro e da relação, mesmo 
que conflituosa. 
Apesar dos artigos pesquisados abordarem diferentes assuntos dentro da temática, 
nota-se que a maioria está mais preocupada em relatar a sintomatologia e as características do 
dependente emocional do que explicar a dinâmica nos relacionamentos amorosos. No entanto, 
os estudos discutem sobre o dependente em si, não aos tipos de parceiros que se envolve. Por 
fim, pode-se concluir sobre a necessidade de maior quantidade de estudos sobre o tema a fim 
de compreender algumas lacunas ainda existentes na literatura como: a escolha do parceiro, a 
dinâmica do casal, prevalência, tratamentos e intervenção dirigidos à dependência emocional 
apesar de ser essencial essa discussão sobre qualquer psicopatologia. De acordo com Fabeni 
et al. (2016) quando o paciente busca ajuda de profissionais a queixa é normalmente 
negligenciada ou amenizada, já que estes entendem que a dependência faz parte de qualquer 
relacionamento afetivo. 
Por essa amostra de artigos, entende-se que a dependência emocional conjugal e os 
relacionamentos destrutivos apesar de gerar tantos danos a essas pessoas, ainda são temas 
recentes que abordam discussões atuais que precisam de mais pesquisas que tragam 
informações complementares para abarcar as dimensões dos relacionamentos baseado na 
dependência emocional, pois nota-se que a maioria está relacionada adicção. Dessa forma, 
alguns estudos estão sendo realizados com a intenção de buscar fatores que pré dispusesse a 
dependência emocional nos relacionamentos, pois pouco deles se afirma. Então é importante 
que novas pesquisas sejam realizadas nessa área, porque cada vez mais aumenta a demanda 
para da psicologia para casais com baixa qualidade em seus relacionamentos devido a estes 
fatos, bem como as mulheres dominadas pela dependência afetiva. 
 
 
 
29 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Através deste estudo observa-se a necessidade de mais publicações sobre o tema, pois 
existem poucas pesquisas acadêmicas. Assim como um maior envolvimento da psicologia 
quanto aos relacionamentos violentos e destrutivos em vínculos afetivos. Entende-se que com 
mais estudos na área seja melhor pensar em intervenções e tratamentos para pessoas 
envolvidas. Portanto acredita-se que este é um campo ainda pouco explorado, possibilitando 
que muitos estudos ainda sejam realizados. Apesar do número de publicações serem 
crescente, ainda há poucas pesquisas que se dedicam em estudar a dependência conjugal, 
dificultando uma pesquisa mais aprofundada. 
É importante ressaltar algumas limitações no presente estudo, uma vez que, apesar da 
escolha cuidadosa dos descritores utilizados, alguns artigos provavelmente não foram 
encontrados devido à diversidade de nomenclaturas do tema. Também houve dificuldade de 
atender objetivo especifico, sendo que os artigos encontrados focavam mais no dependente 
em si e não na dinâmica do casal. Os artigos encontrados a maioria abordavam a violência 
física, psíquica, questões de gêneros e conflitos conjugais. Essa limitação pode ser resolvida 
através da integração entre o presente estudo e futuras revisões de literatura que abordem tais 
descritores. A pouca acurácia de alguns artigos ao descrever seus resultados também impede 
uma conclusão mais precisa e unificada dos achados sobre o tema. 
No entanto, foi possível concluir a partir dos estudos selecionados que existem 
multiplicidades de fatores que contribuem para a dependência emocional conjugal. Portanto, 
os estudos predominaram que as influências afetivas e socioculturais estão muito marcantes 
na incidência e manutenção da dependência, dando a entender que a dependência emocional 
entre casais tem sua origem na história emocional pregressa do individuo, que inicia a ter um 
enredo ainda na infância, mais especificamente, na relação que estabelece com seus pais e 
demais pessoas de influência no desenvolvimento emocional de sua vida. Dessa forma, outra 
constatação foi possível verificar nas pesquisas a repetição de comportamento de padrões 
familiares aprendidos na infância, comportamentos que vem de gerações anteriores que na 
vida adulta consequentemente são aprendidos e repetidos nos relacionamentos amorosos 
atuais do dependente emocional. 
Apesar de não encontrar muita pesquisa a respeito da escolha do parceiro nos 
relacionamentos dependentes, foi interessante notar que ainda, muita das escolhas amorosas 
do dependente emocional tem grande influência da infância, pois a tendência são procurar por 
parceiros problemáticos para recuperar as necessidades não supridas na infância. Para tanto 
30 
 
dificultando as pessoas a terem relacionamentos saudáveis e de amadurecerem, assim em seus 
relacionamentos amoroso permanecem como crianças por toda a vida. Diante disso, mostrou-
se nos estudos que a dependência emocional tem características marcantes em sua 
personalidade como a carência excessiva de amor e afeto em relação à pessoa amada. Pois se 
trata de um tipo de dependência, tão grave quanto o vício de substâncias químicas. A 
diferença que o vicio é o seu companheiro e não a substância química, o que causa uma 
sensação de vazio, insegurança e medo de perda. 
Quanto às consequências que a dependência emocional gera nos relacionamentos, 
notaram-se nos estudos, que os dois são vítimas, pois parceiro do dependente muitas vezes 
não se sente mais capaz de retribuir as necessidades de afeto exacerbadas, sente-se também 
aprisionado, sufocado pela necessidade de exclusividade do outro, vê sua privacidade 
invadida e sua liberdade desrespeitada e consequentemente admiração inicial não existe mais. 
O relacionamento torna-se um fracasso, mesmo que os dois nunca venham a se separar, 
porque um relacionamento fracassado nem sempre é aquele que chega ao fim, há casais que 
passam anos ou a vida toda sustentando uma relação pouco ou nada satisfatória. Mas em 
outros casos, o parceiro até possui a consciência de que não supre as necessidades afetivas do 
outro, mas não faz questão de supri-las ou sequer se incomoda com isso. Pelo contrário, 
incentiva à dependência de tal forma que passa a controlar as escolhas do outro, as amizades, 
as relações familiares, a forma de se comportar. A outra pessoa, em plena dependência 
emocional então, se vê cada vez menos valorizada, com a autoestima em pedaços, mas 
acredita que sua vida não faz mais sentido sem o outro, que os poucos momentos de afeto que 
recebe são suficientes, que ela não tem capacidade de ser mais amada, ou melhor, tratada e 
que ela deve lutar cada vez mais para preservar a relação, por mais destrutiva que ela possa 
ser. 
Sobre a questão de gênero, percebeu-se que a dependência emocional ocorre em 
ambos os sexos, mas os estudos foram mais prevalentes nas mulheres, no entanto foram 
encontrados apenas dois artigos que abordavam o comportamento do dependente no sexo 
masculino, sendo que apontaram que são pessoas possessivas, mais impulsivas, controladoras 
em alguns casos violentos, por serem inseguros e temer a perda. Portanto, no caso dos 
homens, ao perceberem algum perigo em sua relação, seja ele real ou imaginário, podem 
tornar-se violentos e abusar de suas parceiras. No caso das mulheres, que geralmente são 
apontadas como vítimas, a dificuldade de término de relacionamento ocorre pelo medo de 
ficar sozinha e pelo sentimento de estar atada à relação. 
31Nas relações conjugais ligadas à violência foram as mais discutidas nos 
relacionamentos. Diante disso, nota-se que a violência certamente promove alguma forma de 
sofrimento aos envolvidos, porém se percebe nos estudos que muitas pessoas em alguns 
casos, sair do contexto de violência pode ser mais difícil do que propriamente permanecer 
nele. A decisão de romper pode ser permeada por medos ainda maiores do que o de sofrer 
violência, como as questões de cuidados com os filhos, as questões financeiras, possíveis 
retaliações e até mesmo o medo relacionado à dificuldade de recomeçar a vida. Enfatizando 
que a pessoa acometida a dependência conjugal a vítima aprende a viver com medo e acaba 
acreditando que a mudança é impossível. Assim gerando a essas pessoas um desgaste 
psicológico profundo que deteriora a personalidade da vítima. 
Portanto na pesquisa a dependência emocional no contexto de violência doméstica 
será um fator que dificilmente prejudicará a ruptura de um relacionamento amoroso ao 
contrario será um grande risco para retorno da vitima a esse relacionamento prejudicial. Com 
isso buscou-se fornecer subsídios para um melhor entendimento da problemática da 
dependência emocional, assim como um entendimento sobre a necessidade de que o 
profissional de psicologia adquira maior conhecimento desse assunto concentrado maior 
atenção nesse amor em excesso e doentio. Evidenciando que a pessoa acometida vive em 
função do outro trazendo prejuízo á sua vida pessoal até mesmo dos envolvidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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