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A Psicomotricidade e o vinculo afetivo pais_filhos - Daniela Rico - 29_10_2013

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A   Psicomotricidade   e   o   vínculo   afetivo   pais/filhos 
Daniela   Rico 
 
Há algumas décadas era comum vermos uma maior participação dos pais na vida dos filhos,                             
principalmente antes de termos tanta modernidade e tecnologia para competir na relação entre                         
eles. Antigamente, a interação com jogos, brincadeiras, adivinhações, contação de estórias                     
eram   mais   frequentes   e   tínhamos   uma   infância   mais   afetiva   e   feliz. 
 
Infelizmente, hoje, a relação pais e filhos esta cada vez mais distante. A geração de hoje se                                 
contenta com jogos na internet, televisão e brinquedos eletrônicos. E com isso, observa­se                         
uma falha na relação afetiva. Crianças mais carentes, com dificuldade em se comunicar,                         
aprender   e   se   relacionar   com   o   mundo   exterior.  
 
No mundo do bebê não é diferente, os pais modernos tem pouco contato com os seus filhos,                                 
trabalham muito para poder oferecer uma condição socioeconômica melhor,                 
consequentemente perdem o mais importante: conviver, ensinar e aprender no dia a dia com                           
seus   filhos.   E   o   resultado   são   bebês   inseguros   e   com   problemas   de   saúde.  
 
Devido a isso, a Psicomotricidade, tem uma proposta muito interessante de resgatar a relação                           
afetiva, através de atividades lúdicas, motivadoras, a qual irá contribuir para um aumento de                           
vínculo   afetivo   entre   pais   e   filhos. 
 
A Psicomotricidade nasceu na França, num grande momento da pedagogia do movimento,                       
surgindo assim uma nova ferramenta de auxilio à criança. Deve­se à vários pensadores como                           
Soubiram,   Diamand,   Vayer,   Lê   Bouch,   La   Pierre,   Azemar   e   muitos   outros. 
 
Na visão antiga, a Psicomotricidade era vista de forma mais mecanicista e centralizadora em                           
bom desempenho e foi surgindo a necessidade de introduzir princípios pedagógicos                     
educativos, aproximando mais a parte relacional entre professor e aluno, aluno e aluno,                         
professor e professor, e através da escuta, necessidade e motivação eram feitas estas                         
interações, ou seja, a Psicomotricidade foi inserida juntamente com a disciplina de Educação                         
Física.  
 
Segundo Mello (2002), a Psicomotridade foi a primeira ciência que abordou e incluiu o                           
desenvolvimento afetivo, cognitivo e social. A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade                   
(2010) define a mesma como "uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem através                               
do seu corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e externo". Está                           
relacionado ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas,                           
afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e                           
o   afeto. 
 
A Psicomotricidade, além de ter várias vertentes, apresenta algumas linhas de trabalho mais                         
conhecidas e utilizadas na área da educação física, como a funcional e a relacional. No que se                                 
refere   a   funcional,   o   objetivo   é   melhorar   o   desenvolvimento   corporal   e   físico. 
 
Já a Psicomotricidade Relacional é uma das concepções importantes neste contexto, pois o                         
principal conteúdo está na técnica do jogo livre e espontâneo, pois este prioriza o                           
relacionamento entre as crianças e a exteriorização das experiências, aonde se criará opções                         
de novas aprendizagens de habilidades e destrezas, e também de valores necessários para o                           
convívio em grupo como respeito e cooperação, contribuindo para o caráter de sujeitos                         
socialmente   ativos. 
 
Os laços afetivos entre pais e bebês, as primeiras relações influenciam a qualidade do                           
funcionamento psíquico de uma pessoa. Segundo, Kennel & Klaus (2000): "Um apego pode                         
ser considerado como um relacionamento único entre duas pessoas, sendo este apego                       
específico   e   duradouro   ao   longo   do   tempo.". 
 
Estudos científicos (Cunha, 2000) revelam que no útero materno o bebê desenvolveu no seu                           
cérebro redes neurais – sistema límbico, sistema este que determina a sensorialidade fetal,                         
responsável pelas sensações de prazer e dor. Quanto maior a interação, aconchego e estímulo                           
do cuidador, maior será a reorganização neural e a produção de substâncias químicas, os                           
neurotransmissores   que   serão   responsáveis   pelas   as   emoções. 
 
Vínculos afetivos: A palavra dos pais nos primeiros meses de vida é muito importante para o                               
funcionamento psíquico. Aspecto corporal – "olho no olho", carícias, toques, beijos, abraços                       
– mantém o contato e reforçam o apego. A presença dos pais na aula gera um maior vínculo                                   
afetivo. 
 
A Psicomotricidade vai auxiliar os pais nas atividades diárias com os bebês e podemos citar                             
inúmeros benefícios na vida dos mesmos. Utilizando as duas linhas psicomotoras, a funcional                         
e   a   relacional,   teremos   um   resultado   incrível   na   vida   do   bebê.  
 
Na linha funcional, o bebê será estimulado de forma correta, respeitando sempre a fase de                             
desenvolvimento maturacional e cronológica, evitando excessos, sem almejar criar SUPER                   
BEBÊS. Atividades saudáveis nas quais influenciarão no seu desenvolvimento psicomotor,                   
como: melhorar o tônus, deslocamentos, preensões, sustentações, exercícios coordenativos,                 
sensoriais...  
 
Na parte relacional as atividades são direcionadas para um maior contato entre pais e filhos,                             
atividades que possam estimular o toque, o carinho e a afetividade. Atividades como:                         
massagens,   dança,   músicas,   atividades   cognitivas,   sociais... 
 
Exemplos   de   atividades   psicomotoras   que   aumentam   o   vínculo   entre   pais   e   filhos: 
 
• Estimulação motora, no qual os pais irão observar e perceber em que fase motora e                               
necessidade seu filho se encontra. Isso ajuda a estimular em casa de maneira equilibrada. Ex:                             
circuitos   motores,   ginástica,   natação... 
 
• Percepções sensoriais: experiências diversificadas como objetos com texturas diferentes,                   
sons, cores, formas e tamanhos – importante para aumentar a vivência perceptiva dos bebês e                             
com   isso   guardarem   na   memória   a   experiência   vivida,   fará   diferença   no   futuro; 
 
• Atividades coordenativas: realizar atividades com massa de modelar, tinta, giz de cera,                         
jornal, revista, barbante, balão, panos... – prática necessária para estimular a coordenação                       
motora   fina   auxiliando   na   preensão,   escrita... 
 
• Atividades de relaxamento: massagens, dança, leitura, música, fantoches, teatro... Através                     
do contato o bebê se sentirá mais seguro, confortável e próximo à sua família,                           
proporcionando   mais   tranquilidade   no   seu   dia   a   dia; 
 
• Aulas direcionadas para o equilíbrio, lateralidade, percepção corporal, organização temporal                     
e espacial – auxilia no desenvolvimentoglobal do bebê, ter noção que existe e que tem                               
domínio   do   seu   próprio   corpo.   Circuitos,   espelhos,   músicas   com   movimentos,   natação... 
 
Atualmente, as escolas e academias tem visualizado este mercado e oferecem programas                       
específicos para bebês realizando atividades psicomotoras, por ter visualizado esta carência                     
afetiva e por perceberem que os pais não sabem lidar com os seus próprios filhos, como                               
exemplo saber brincar ou estimular na medida certa e ao longo do tempo observa­se uma                             
maior segurança e um aumento do vínculo considerável desta tríade ao longo da pratica das                             
atividades   propostas.  
 
A resposta dos bebês é impressionante, a presença dos pais nas aulas faz toda a diferença. Os                                 
bebês aprendem mais rápido, a motivação durante a prática é maior, a autonomia, e o mais                               
importante, estão convivendo diariamente com os seus pais, tornando­se bebês felizes e                       
saudáveis. 
 
______________________ 
 
Bibliografia: 
 
ALMEIDA, M.M. TAVARES, H.M.Sindrome de Williams e a intervenção da                   
Psicomotricidade com auxílio na escolarização. Revista da Católica, Uberlândia, v.2, n.3p.                     
334­347,2010. 
 
AUCOUTURIER, B. DARRAULT, I.;EMPINET,J. A prática psicomotora: reeducação e                 
terapia.   Trad.   de   Elenora   Altieri   Monteiro.   Porto   Alegre:   Artes   Médicas.   1986. 
 
BARBOSA. T. Generalidades sobre a organização e a gestão dos programas para bebês.                         
Revista   digital,   Educación   Fisica   y   Deportes,   1999. 
 
BRIZA, W.S.; ALBUQUERQUE, D.I Contribuições da Psicomotricidade no               
desenvolvimento global das crianças do ensino fundamental. Presidente Prudente:                 
CUSTÓDIO.   J.M.  
 
VELASCO,   C.;   Natação   segundo   a   psicomotricidade,   Ed.   Sprint.   1994[ 
 
VELASCO,   C.;   Brincar   o   Despertar   Psicomotor.   Ed.   Sprint.   1º   ed.   Rio   de   Janeiro,   1996.  
 
LEVY,   J.;   O   Despertar   do   Bebê,   Ed.   Martins.   São   Paulo,   2001. 
 
VELASCO, C.; Habilitações e Reabilitações Psicomotoras na Água, Ed Harbra. 1º ed. 1994.                         
A Psicomotricidade Relacional no meio aquático, Paulo Gutierres; FILHO, P.G. Ed. Manole,                       
2003. 
 
PENALVER.   I.   et.   al.   A   Psicomotricidade   na   Educação   Infantil,   Ed   Artmed,   2003 
 
______________________ 
 
Daniela   Rico    é   Educadora   Física,   especializada   em   Saúde   Perinatal   e   Desenvolvimento   do 
Bebê   de   0   a   3   anos   ­   UnB,   especializada   em   Natação   para   Bebês   ­   UCB/GO,   especializada 
em   Atividade   Física   para   gestantes,   Pós   parto   e   bebês   ­   Hospital   Santa   Joana/SP,   Diretora   e 
idealizadora   do   Programa   Dani   Rico   de   atividade   física   para   gestantes,   Pós   partos   e   bebês.

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