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UniAcademia - Centro Universitário 
	
	
	Curso: Psicologia
	
	
	Disciplina: História da Psicologia 
	
	
	Docente: Monalisa Lauro
	
	
	Discente: Mariana Noé Gomes 
	
	
	RESENHA
	
	O lugar de Christian Wolff na história da psicologia
Saulo de Freitas Araujo
	Saulo de Freitas Araujo é formado em Psicologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1997). Concluiu o mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos em (2000) e o doutorado em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas em (2007). Atualmente trabalha no Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora como Professor Associado, atuando tanto na graduação, quanto na pós-graduação (Mestrado e Doutorado). Ademais, é diretor do NUHFIP (Núcleo de História e Filosofia da Psicologia de Wilhelm Wundt) da Universidade Federal de Juiz de Fora e Bolsista de Produtividade do CNPq. Atua principalmente nos temas: Kant e a Psicologia, a evolução do projeto de uma psicologia científica, o pensamento de Wilhelm Wundt e Willian James e o problema mente-cérebro na filosofia e na psicologia. 
Resumo: 
A primeira parte do artigo trata-se de uma breve introdução sobre o tema a ser tratado pelo autor. Nesta seção, é explicitada a pouca importância dada a Christian Wolff nos livros de Psicologia atuais. Além disso, o objetivo do texto é apresentado seguido de uma breve explicação de uma organização do mesmo.
Em “Wolff e o Iluminismo Alemão”, é apresentado um pouco da história de Wolff no contexto do Iluminismo. Wolff nasceu em Breslau e, sua educação inicial se deu no período posterior à Reforma. O estudioso passou a se interessar pela matemática, o que fez com que ele cursasse filosofia natural e matemática. Seu sucesso em matemática chamou a atenção de Leibniz, que o indicou para um cargo de professor na Universidade de Halle. Suas aulas incomodaram os teólogos petistas que o acusaram de defender o ateísmo e o determinismo, por isso, foi expulso do território prussiano. Ao longo de sua carreira, Wolff escreveu manuais que foram os primeiros a abranger a matemática de seu tempo em um vocabulário básico, acessível a toda a população alemã. Também estabeleceu a terminologia básica da filosofia alemã, assim como na matemática, sendo este trabalho mais famoso que o da ciência exata. Ele publicou um sistema básico em latim de filosofia. Por ter tido grande influência na vida intelectual e cultural da Alemanha, recebeu o título de “educador da nação alemã”.
Em “O Projeto Filosófico de Wolff”, o estudioso define que existem três tipos de conhecimento que estão relacionados: o filosófico (que explica o conhecimento empírico), o histórico (ou empírico) e o matemático (que mensura os fatos). A filosofia é dada como uma constatação a partir da experiência comum, chamada de história. O conhecimento filosófico é tido como o único que pode explicar a existência ou ocorrência das coisas do mundo. Porém, surge a necessidade de quantificar esse conhecimento, tarefa que cabe à matemática. Wolff tenta integrar a filosofia racional e a filosofia empírica, ou seja, todo o conhecimento parte da experiência e o primeiro tipo de conhecimento é o empírico. Para ele, a filosofia era “a ciência dos possíveis enquanto possíveis”. Além disso, o conceito de ciência e possibilidade ficam bem definidos pelo teórico. O último elemento fundamental de seu projeto foi a divisão da filosofia em suas disciplinas fundamentais. Portanto, ele cria uma ordem de importância das disciplinas, sendo 1) lógica; 2) metafísica (engloba a ontologia, a psicologia, a cosmologia e a teologia); 3) filosofia prática; 4) física.
Em “ O Papel da Psicologia: A Articulação Entre Experiência e Razão no Estuo da Alma”, Wolff define a psicologia como a parte da filosofia que estuda a alma, é a ciência que fornece a razão que ocorre na alma. A psicologia estava dividida em psicologia empírica (conhecimento da alma a partir da experiência) e psicologia racional (conhecimento da alma a partir da razão). A psicologia empírica investiga a experiência psíquica, enquanto que a psicologia racional fornece explicações para os fatos observados pela psicologia empírica. Mas, a psicologia, para ele, era uma só. A separação ocorreu apenas do ponto de vista didático e metodológico. Na investigação psicológica concreta as duas permanecem intimamente ligadas e a atividade de uma complementa a de outra.
Por fim, em “A Influência Posterior de Wolff Sobre a Psicologia Alemã”, são citadas as contribuições de Christian Wolff para a história da psicologia. Em primeiro lugar, ele desenvolveu a linguagem psicológica que ainda é usada no contexto atual. Em segundo lugar, o teórico foi o primeiro a propor a divisão entre a psicologia racional e a psicologia empírica, o que contribuiu para todo o desenvolvimento da psicologia alemã posterior. Ademais, a instrospecção foi definida como um método de investigação empírica dos processos mentais e a matemática foi usada como forma de quantificar os fenômenos mentais. Wolff foi o primeiro a usar o termo “psicometria”.
Apreciação: 
O artigo científico é pertinente na ótica da História da Psicologia, visto que traz informações importantes sobre a contribuição de Christian Wolff para a Psicologia. Tais contribuições ainda são excluídas da maioria dos livros acadêmicos, como afirma o próprio autor do artigo. Saulo de Freitas Araujo faz um breve resumo sobre a vida do intelectual, o que deixa mais claro para o leitor o período do Iluminismo Alemão em que Wolff viveu, agregando a relevância de suas obras ao referido intervalo de tempo. Após o resumo, são apresentadas as visões do teórico acerca da Filosofia e da Psicologia. Ao integrar a Filosofia e a Matemática, o alemão inaugurou um pensamento acerca da possibilidade de se medir os processos mentais. Ademais, sua divisão em psicologia racional e psicologia empírica permitiu aos filósofos e psicólogos posteriores a adotar essa divisão a fim de construir vários projetos de uma psicologia científica ao longo do século XIX. Enfim, essa produção é uma excelente forma de se conhecer os aportes do teórico, que ainda são muito usados na atualidade e compreender a importância desse filósofo para a Psicologia. O texto vale a pena e deve ser lido por todos os estudantes desse curso.

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