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Ao Juízo de Direito da 8 Vara Cível da Capital do Estado do Rio de Janeiro

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FACEM
ALUNO: CARLOS ALBERTO DA SILVA MARTINS RA 02350003580
Ao Juízo de Direito da 8ª Vara Cível da Capital do Estado do Rio de Janeiro
Nº do processo: 11111111111
Marcos, devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por meio do seu advogado Carlos Alberto da Silva Martins, OAB/RJ 2602, procuração anexa, com escritório estabelecido na Rua dos Advogados, nº 10, Bairro do Direito, Rio de Janeiro - RJ, vem a presença de vossa excelência, com fulcro nos arts. 335 e 336 e seguintes do Código de Processo Civil (CPC), apresentar:
CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO
aos fatos e direitos opostos por Júlia, também qualificada nos autos do presente processo.
I - PRELIMINARMENTE
I.I DA INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA
A parte autora pede apenas R$ 1.000,00 como valor de causa. No entanto, essa quantia não está de acordo com o CPC. Conforme se extrai dos autos, a parte autora alega ter gastado a quantia de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) no conserto de seu veículo. Conforme art. 292 do CPC, as ações indenizatórias devem ter por valor da causa o importe que se pretende. Neste caso, o valor da causa pleiteado pela parte autora deveria ser R$ 40.000,00. Nos termos do art. 337, III do CPC, cabe ao juiz decidir a respeito, inclusive sobre a complementação de custas.
III - DOS FATOS
A parte autoriza alega que trafegava em seu veículo na rua 001, na cidade do Rio de Janeiro, quando se envolveu em acidente de trânsito com o veículo conduzido pelo réu. Devido ao acidente, teve prejuízo na ordem de R$ 40 mil reais, valor este gasto para consertar seu veículo automotor.
A parte autora alega que o acidente foi provocado por culpa do réu pois, segundo ela, este estaria conduzindo seu veículo em velocidade superior a permitida na via. Dessa forma, pleiteia indenização pelos danos materiais assumidos e deu a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). Informou também que não deseja participar de audiência de conciliação, pois teria tentado acordo extrajudicial mas não havia obtido êxito.
Conforme será demonstrado, a parte autora não possui qualquer direito a indenização pelo prejuízo que sofreu, pois conforme provas juntadas aos autos, ela estava embriagada no momento do acidente quando, inclusive, avançou o sinal vermelho.
IV - DO DIREITO
Conforme está evidenciado, o réu em nenhum momento praticou ação voluntária com negligência ou imprudência que causasse danos a parte autora. Dessa forma, inexiste o ilícito pois não houve descumprimento do art. 186 do Código Civil e com isso, inexiste responsabilidade civil e o dever de indenizar.
Se por parte do réu inexiste ilícito, o mesmo não podemos falar da parte autora. Está provado, conforme documentos juntados ao processo, que a autora estava completamente embriagada e avançou sinais vermelhos quando causou o acidente, colocando a vida do réu e de outros motoristas e pedestres em risco. Desse modo, toda responsabilidade cabe a parte autora.
Caso não entenda dessa forma, deve-se considerar, pelo menos, a responsabilidade concorrente entre as partes, conforme art. 945 do CC, e apurar a gravidade da culpa do réu em confronto com a da autora. Se assim o entender, diante da excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano atribuídos ao réu, faz-se necessário reduzir, equitativamente, a indenização, conforme art. 944 do CC.
No entanto, cabe ressaltar a irrelevância do fato do réu estar apenas 5% acima da velocidade permitida diante da completa embriaguez e condução extremamente perigosa da parte autora.
V - DA RECONVENÇÃO
Ao réu é lícito propor reconvenção, manifestando pretensão própria, se conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa, nos termos do art. 343 do CPC.
Desse modo, o réu, ora reconvinte, pleiteia indenização no valor de R$ 30 mil reais pelo pelos danos materiais sofridos, decorrentes do total despendido para consertar seu veículo após o acidente, conforme notas fiscais em anexo.
Diante da comprovada prática de ato ilícito pela negligência de dirigir completamente embriagada e não obedecendo sinais vermelhos, fica claro o dever de indenizar do reconvindo, nos termos do art. 944 do Código Civil.
Sendo assim, atribui-se o valor da causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).
VI - DOS PEDIDOS:
A) Requer o acolhimento da preliminar arguida e a total improcedência dos pedidos formulados pela parte autora.
B) Subsidiariamente, requer a procedência parcial em razão da responsabilidade concorrente.
C) Requer a intimação da parte autora à complementar as custas do processo.
D) Requer a procedência do pedido reconvencional, para condenação da autora-reconvinda ao pagamento da indenização no valor de R$30.000,00 (trinta mil reais).
E) Por fim, requer a condenação nos ônus da sucumbência.
Rio de Janeiro - RJ, 10 de junho de 2021
Carlos Alberto da Silva Martins, OAB-RJ 2602

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