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Inteligência Artificial em Cidades Inteligentes

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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Cidades 
inteligentes
Prof. Nader Ghoddosi
1a Edição
inteligênCia 
artifiCial em
Elaboração:
Prof. Nader Ghoddosi
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
 Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
G427i
 Ghoddosi, Nader
 
	 					Inteligência	artificial	em	cidades	inteligentes.	/	Nader	
Ghoddosi	–	Indaial:	UNIASSELVI,	2021.
 
	 					199	p.;	il.
 ISBN 978-65-5663-962-8
 ISBN Digital 978-65-5663-963-5 
 
	 					1.	Técnicas	de	inteligência	artificial.	-	Brasil.	II.	Centro	
Universitário	Leonardo	da	Vinci.
																																																																																																					CDD	004
Caro	acadêmico!	Estamos	iniciando	o	estudo	da	disciplina	Inteligência	Artificial	
em	 cidades	 inteligentes.	 Esta	 disciplina	 objetiva	 apontar	 influência	 de	 Inteligência	
Artificial	 em	 cidades,	 abordando	 uso	 de	 tecnologias	 emergentes	 e	 técnicas	 de	
Inteligência	Artificial	 (IA)	 nos	 centros	 urbanos	 e	 demonstrando	 a	 importância	 da	 IoT	
para	o	planejamento	sustentável	da	cidade	 inteligente.	Além	disso,	será	destacada	a	
importância	dos	indicadores	para	o	fortalecimento	das	cidades	inteligentes.
Recomendamos	fortemente	que	você	 realize	todos	os	exemplos	e	exercícios	
resolvidos	para	um	aproveitamento	excepcional	da	disciplina.	
Neste	contexto,	o	livro	de	estudos	de	Inteligência	Artificial	em	cidades	inteligen-
tes	está	dividido	em	três	unidades	de	estudo:	Unidade	1	–	As	cidades	do	futuro;	Unidade	
2	–	Internet	das	coisas	e	a	evolução	das	cidades;	Unidade	3	–	Sociedade	inovadora	e	as	
cidades	inteligentes.
Aproveito	 a	 oportunidade	 para	 destacar	 a	 importância	 de	 desenvolver	 as	
autoatividades,	 lembrando	que	essas	atividades	NÃO	SÃO	OPCIONAIS.	Elas	objetivam	
a	fixação	dos	conceitos	apresentados.	Em	caso	de	dúvida	na	realização	das	atividades,	
sugiro	que	você	entre	em	contato	com	seu	tutor	externo	ou	com	a	tutoria	da	UNIASSELVI,	
não	prosseguindo	as	atividades	sem	ter	sanado	todas	as	dúvidas	que	irão	surgindo.	
Bons	estudos!	Sucesso	na	sua	trajetória	acadêmica	e	profissional!	
Professor	Nader	Ghoddosi
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - AS CIDADES DO FUTURO ...................................................................1
TÓPICO 1 - AS CIDADES DO FUTURO: CIDADES INTELIGENTES ......................... 3
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 CIDADES INTELIGENTES: DEFINIÇÕES E DESAFIOS ........................................4
2.1	INDICADORES	DA	CIDADE	INTELIGENTE	........................................................................7
2.2	ECONOMIA	INTELIGENTE	...................................................................................................9
2.3	POPULAÇÃO	INTELIGENTE	..............................................................................................11
2.4	GOVERNANÇA	INTELIGENTE	..........................................................................................12
2.5	MOBLIDADE	INTELIGENTE	...............................................................................................13
2.6	MEIO	AMBIENTE	INTELIGENTE	.......................................................................................16
2.7	VIDA	INTELIGENTE	.............................................................................................................16
3 EVOLUÇÃO DA CIDADE DIGITAL À CIDADE INTELIGENTE ...............................17
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................20
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................22
TÓPICO 2 - TECNOLOGIAS E CONCEITOS ...........................................................25
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................25
2 IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA E DA INOVAÇÃO ...........................................25
3 INTERNET DAS COISAS (IOT) ............................................................................26
4 BIG DATA ............................................................................................................29
4.1	COMPUTAÇÃO	EM	NUVEM	...............................................................................................31
4.2	INTELIGÊNCIA	ARTIFICIAL	..............................................................................................33
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................37
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................38
TÓPICO 3 - PLATAFORMAS DE CIDADES INTELIGENTES .................................. 41
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 41
2 AS PLATAFORMAS E OS REQUISITOS PARA AS CIDADES INTELIGENTES ........ 41
2.1	REQUISITOS	FUNCIONAIS	DE	UMA	PLATAFORMA
						DE	CIDADES	INTELIGENTES		..........................................................................................42
2.2	REQUISITOS	NÃO	FUNCIONAIS	DE	UMA	PLATAFORMA
						DE	CIDADES	INTELIGENTES		..........................................................................................46
3 OPENIOT .............................................................................................................52
4 INTERSCITY .......................................................................................................54
5 CIDAP ..................................................................................................................55
6 COMPUTAÇÃO EM NUVEM E BIG DATA ............................................................. 57
LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................58
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................62
REFERÊNCIAS .......................................................................................................64
UNIDADE 2 — INTERNET DAS COISAS E A EVOLUÇÃO DAS CIDADES ..............69
TÓPICO 1 — INTERNET DAS COISAS (IoT) ............................................................71
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................71
2 EVOLUÇÃO DA IOT ..............................................................................................71
3 ELEMENTOS DA IOT .......................................................................................... 75
4 CONSTRUÇÃO DA IOT ........................................................................................ 77
5 ARQUITETURA BÁSICA DOS DISPOSITIVOS....................................................78
6 SOFTWARE PARA REDE DE OBJETOS INTELIGENTES.................................... 81
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................85
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................86
TÓPICO 2 - A IOT E A SOCIEDADE ........................................................................89
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................89
2 REDES .................................................................................................................89
2.1	TIPOS	DE	REDES	EM	APLICAÇÕES	IOT		........................................................................91
3 REDE 5G .............................................................................................................95
4 IOT NAS NUVENS ...............................................................................................98
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 101
AUTOATIVIDADE .................................................................................................102
TÓPICO 3 - PLANEJAMENTO URBANO E A INTERNET DAS COISAS ...............105
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................105
2 A IOT E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM MEIO URBANO ...............105
3 A IOT E AS CIDADES INTELIGENTES ..............................................................106
3.1	IOT	E	OS	RECURSOS	HÍDRICOS	.................................................................................... 108
3.2	A	IOT	E	OS	RESÍDUOS	SÓLIDOS	................................................................................... 114
3.3	IOT	E	A	REDUÇÃO	DO	CONSUMO	DE	ENERGIA	NAS	CIDADES	..............................117
3.4	REDES	VEICULARES	....................................................................................................... 119
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 121
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 125
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 126
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 129
UNIDADE 3 — SOCIEDADE INOVADORA E AS CIDADES INTELIGENTES ......... 135
TÓPICO 1 — SOCIEDADE INOVADORA ................................................................ 137
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 137
2 CAPITAL HUMANO E AS CIDADES INTELIGENTES ........................................ 137
3 INOVAÇÃO E O CAPITAL HUMANO ..................................................................140
4 INDICADORES E FATORES DE CAPITAL HUMANO EM UMA 
CIDADE INTELIGENTE ........................................................................................142
5 DESAFIOS DAS CIDADES PARA DESENVOLVER O CAPITAL HUMANO ..........144
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................146
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 147
TÓPICO 2 - A ECONOMIA E O CONHECIMENTO .................................................149
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................149
2 ECONOMIA NO CONTEXTO DAS CIDADES INTELIGENTES ...........................149
3 INDICADORES ECONÔMICOS DA ISO 37120:2018 ........................................154
4 INDICADORES ECONÔMICOS DA IESE CITY IN MOTION INDEX .................... 156
5 ECONOMIA, ASPECTO SOCIAL E CIDADES INTELIGENTES ..........................160
6 EXEMPLOS DE INICIATIVAS NO BRASIL ........................................................160
7 DESAFIOS E SOLUÇÕES PARA INOVAÇÃO DAS CIDADES
INTELIGENTES ....................................................................................................164
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 165
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 166
TÓPICO 3 - TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ....................... 169
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 169
2 A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E AS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO .......... 169
3 AS TIC E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .............................................171
4 SUSTENTABILIDADE INTEGRAL ..................................................................... 175
4.1	RANKING	CONNECTED	SMART	CITIES	........................................................................178
4.1.1	São	Paulo	................................................................................................................... 180
4.1.2	Florianópolis	............................................................................................................. 183
4.1.3	Curitiba	...................................................................................................................... 184
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................186
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................189AUTOATIVIDADE .................................................................................................190
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 192
1
UNIDADE 1 - 
AS CIDADES DO FUTURO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 compreender	a	definição	de	cidade	inteligente;
•	 entender	as	diferentes	tecnologias	que	compõem	a	cidade	inteligente;	
•	 diferenciar	 os	 requisitos	 funcionais	 e	 não	 funcionais	 relacionados	 com	 cidade	
inteligentes;	
•	 entender	a	importância	da	cidade	inteligente	para	o	futuro	sustentável	da	sociedade	
moderna.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	dela,	você	encontrará	
autoatividades	com	o	objetivo	de	reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO	1	–	AS	CIDADES	DO	FUTURO:	CIDADES	INTELIGENTES
TÓPICO	2	–	TECNOLOGIAS	E	CONCEITOS
TÓPICO	3	–	PLATAFORMAS	DE	CIDADES	INTELIGENTES
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
AS CIDADES DO FUTURO: CIDADES 
INTELIGENTES
1 INTRODUÇÃO
O	 atual	 crescimento	 populacional,	 bem	 como	 a	 migração	 para	 os	 centros	
urbanos	 geraram	 muitos	 problemas	 sociais	 (CARVALHO,	 2021;	 MAZO	 et al.,	 2021;	
LUDERMIR,	2021).	As	Projeções	da	Organização	das	Nações	Unidas	(ONU)	apontam	que	
nos	próximos	40	anos,	a	população	mundial	poderá	crescer	até	mais	de	dois	bilhões	de	
pessoas	(MAZO	et al.,	2021).	Deste	modo,	a	gestão	pública	enfrenta	e	enfrentará	grandes	
desafios	 decorrentes	 da	 aglomeração	 urbana.	 Esses	 desafios	 exigirão	 dos	 gestores	
novas	 abordagens	 para	 seu	 planejamento,	 financiamento,	 execução	 e	 operação	 dos	
centros	urbanos	(CARVALHO,	2021;	MAZO	et al.,	2021).
Para	 esses	 desafios,	 a	 tecnologia	 é	 a	 mais	 cotada	 solução,	 já	 que	 pode	
reconfigurar	os	modos	de	viver,	os	modos	de	relacionar,	bem	como	as	experiências	em	
geral	(FREUND	et al.,	2019;	JOAO	et al.,	2019;	MAZO	et al.,	2021).	Desse	modo,	o	aumento	
dos	 centros	 urbanos	 irá	 demandar	 um	 novo	 olhar	 direcionado	 para	 planejamento	
inteligente	das	cidades,	não	somente	pensando	nos	problemas	de	poluição	e	resíduos	
(JOAO	et al.,	2019;	MAZO	et al.,	2021).	Isso	significa	tornar	as	cidades	preparadas	para	
residentes,	e	ainda,	para	receber	visitantes.
Mas,	afinal,	o	que	significa	tornar	uma	cidade	 inteligente?	Esse	conceito	está	
atrelado	 ao	 desenvolvimento	 sustentável,	 inovação	 tecnológica,	 qualidade	 de	 vida	
populacional,	otimização	na	utilização	consciente	dos	recursos	naturais,	gestão	eficiente	
com	a	integração	tecnológica.	Portanto,	as	cidades	devem	ser	planejadas	como	espaços	
que	garantam	o	acesso	ao	conhecimento;	a	geração	de	riqueza	e	criação	de	valor;	por	
meio	de	ecossistemas	institucionais	públicos	ou	privados	que	proporcionem	a	busca	por	
soluções	inovadoras	(SILVA	et al.,	2019;	ANTONIALLI;	KIRA,	2020;	LOGSDON;	FABRÍCIO,	
2020;	FARINIUK,	2020;	RECH,	2020;	CARVALHO,	2021;	MAZO	et al.,	2021;	LUDERMIR,	
2021).	Neste	tópico,	vamos	estudar	os	conceitos	vinculados	à	cidade	inteligente	e	a	sua	
importância	na	configuração	atual	da	gestão	pública.
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
4
2 CIDADES INTELIGENTES: DEFINIÇÕES E DESAFIOS
O	 desempenho	 dos	 centros	 urbanos	 depende	 da	 infraestrutura	 da	 cidade	 e	
social;	da	disponibilidade	e	qualidade	da	comunicação,	tal	como,	do	capital	intelectual	
e	 social.	 Considerando	 este	 contexto	 é	 que	 o	 conceito	 de	 cidade	 inteligente	 foi	
abordado	como	algo	estratégico	para	englobar	fatores	de	produção	urbana	moderna	
(ANTONIALLI; KIRA,	2020;	MAZO	et al.,	2021).	
O	 conceito	 da	 cidade	 inteligente	 surgiu	 na	 década	de	 1990	 e	 evoluiu	 com	o	
tempo.	No	início,	o	conceito	estava	focado	na	importância	das	tecnologias	na	superação	
dos	desafios	urbanos	(SILVA	et al.,	2019;	ANTONIALLI; KIRA,	2020;	MAZO	et al.,	2021).	
Posteriormente,	ocorreu	a	evolução	do	conceito	considerando	agora	capital	humano,	
educação	 e	 questões	 ambientais,	 como	 fatores	 primordiais	 para	 o	 desenvolvimento	
adequado	das	cidades	(SILVA	et al.,	2019;	ANTONIALLI; KIRA,	2020).	Segundo	Antonialli	
e Kira	(2020,	p.	3):
Em	 comum	 as	 definições,	 parece	 estar	 o	 uso	 de	 tecnologias	 de	
informação	 e	 comunicação	 para	 a	 transformação	 de	 dinâmicas	
urbanas,	tais	como	o	planejamento	urbano	e	territorial,	o	engajamento	
e	a	participação	cidadã,	as	políticas	de	mobilidade,	habitação,	entre	
outras.	 Para	 tanto,	 é	 fundamental	 que	 a	 administração	 pública	
tenha	 a	 possibilidade	 de	 utilizar	 dados	 cada	 vez	 mais	 completos	
e	 precisos.	 A	 multiplicação	 de	 dispositivos	 conectados	 à	 internet	
(“internet	 das	 coisas”),	 os	 menores	 custos	 de	 armazenamento	 de	
dados,	a	popularização	dos	smartphones	e	das	técnicas	de	análise	
de	big	data	são	algumas	das	novidades	que	contribuíram	para	que	
uma	quantidade	cada	vez	maior	de	dados	estivesse	à	disposição	dos	
gestores	públicos.
É	 importante	 salientar	 que	 uma	 cidade	 que	 utiliza	 tecnologias	 pode	 ser	
denominada	como	uma	cidade	digital.	Entretanto,	uma	cidade	inteligente	proporciona	
melhoria	 da	 qualidade	 dos	 serviços	 oferecidos	 à	 população.	 Conforme	 a	 Fundação	
Getúlio	Vargas	(2019	apud	ABREU; MARCHIORI,	2020	p.	531):	
Smart Cities	são	sistemas	de	pessoas	interagindo	e	usando	energia,	
materiais,	serviços	e	financiamento	para	catalisar	o	desenvolvimento	
econômico	 e	 a	 melhoria	 da	 qualidade	 de	 vida.	 Esses	 fluxos	 de	
interação	 são	 considerados	 inteligentes	 por	 fazer	 uso	 estratégico	
de	 infraestrutura	e	serviços	e	de	 informações	e	comunicação	com	
planejamento	 e	 gestão	 urbana	 para	 dar	 resposta	 às	 necessidades	
sociais	 e	 econômicas	 da	 sociedade.	 [...]	 dez	 dimensões	 indicam	 o	
nível	 de	 inteligência	 de	 uma	 cidade:	 governança,	 administração	
pública,	planejamento	urbano,	tecnologia,	meio	ambiente,	conexões	
internacionais,	coesão	social,	capital	humano	e	a	economia.
5
QUADRO 1 – CONCEITO DE CIDADES INTELIENTES
AUTORES CONCEITO
HALL et al. (2000)
Uma	cidade	conectando	a	 infraestrutura	 física,	 a	 infra-
estrutura	de	TI,	 infraestrutura	 social	 e	 infraestrutura	de	
negócios	para	alavancar	a	inteligência	coletiva	da	cidade.
GIFFINGER et al. 
(2007)
Uma	cidade	 inteligente	é	uma	cidade	com	bom	desem-
penho	construída	sobre	a	combinação	inteligente	com	ci-
dadãos	autodeterminados,	independentes	e	conscientes.
HARRISON et al. 
(2010)
Uma	 cidade	 inteligente	 é	 uma	 cidade	 preparada	 para	
oferecer	 condições	 para	 uma	 comunidade	 saudável	
e	 feliz	 nas	 condições	 desafiadoras	 que	 as	 tendências	
globais,	ambientais,	econômicas	e	sociais	podem	trazer.	
CARAGLIU et al. (2011)
Uma	cidade	passa	ser	inteligente	quando	os	investimentos	
em	capital	humano	e	social	e	infraestruturas	de	comuni-
cação	tradicionais	(transportes)	e	modernas	(TIC)	alimen-
tam	o	crescimento	econômico	sustentável	e	uma	elevada	
qualidade	de	vida,	com	uma	gestão	inteligente	dos	recur-
sos	naturais,	através	de	uma	governação	participativa.
DAMERI (2013)
Uma	cidade	que	monitora	e	integra	condições	de	todas	as	
suas	 infraestruturas	críticas,	 incluindo	estradas,	pontes,	
túneis,	 ferrovias,	 metrôs,	 aeroportos,	 portos	 marítimos,	
comunicações,	água,	energia,	mesmo	grandes	edifícios,	
podem	 otimizar	 melhor	 seus	 recursos,	 planejar	 suas	
atividades	 de	 manutenção	 preventiva	 e	 monitorar	 os	
aspectos	 de	 segurança,	 maximizando	 os	 serviços	 aos	
seus	cidadãos.
FONTE: Adaptado de Abreu e Marchiori (2020) e Antonialli e Kira (2020)
Portanto,	 o	 que	 você	 pode	 perceber	 com	 as	 denominações	 do	 quadro	
apresentado	 é	 que	 a	 cidade	 inteligente	 utiliza	 novas	 tecnologias	 promovendo	 a	
melhoria	da	qualidade	de	vida	populacional,	por	meio	de	serviços	essenciais	tais	como:	
abastecimento	de	água,	saneamento,	gestãode	resíduos	sólidos,	mobilidade	urbana,	
saúde,	educação	e	governança	(ANTONIALLI; KIRA,	2020;	LOGSDON;	FABRÍCIO,	2020;	
FARINIUK,	2020).	As	principais	tecnologias	utilizadas	são	as:	
• Tecnologias	da	Informação	e	Comunicação	(TIC).
• Internet	das	Coisas	(IoT,	na	sigla	em	inglês).	
• Tecnologias	Geoespaciais	(TG).
6
FIGURA 1 – AS DIMENSÕES DAS CIDADES INTELIGENTES
FONTE: <https://bit.ly/3EP4u58>. Acesso em: 18 jun. 2021.
Portanto,	o	conceito	de	cidade	inteligente	significa	eficiência	na	gestão	inteli-
gente	e	integração	das	tecnologias	da	informação	e	comunicação	com	a	participação	
efetiva	da	população	(JOÃO	et al.,	2019;	SILVA	et al.,	2019;	ABREU; MARCHIORI,	2020).
FIGURA 2 – EXEMPLO DE SETORES QUE PODEM SER IMPACTADOS DENTRO 
DE CIDADES INTELIGENTES
FONTE: <https://bit.ly/39Wy4aV>. Acesso em: 18 jun. 2021.
7
A	palavra	inteligente	é	usada	tanto	para	designar	o	desenvolvimento	tecnológico	
quanto	à	inovação	social	e	econômica.	Por	isso,	existem	inúmeros	esforços	aplicados	
nos	 estudos	 atuais	 para	 soluções	 inteligentes	 nas	 cidades	 que	 deram	 origem	 ao	
conceito	de	cidades	inteligentes	(ANTONIALLI; KIRA,	2020;	LOGSDON;	FABRÍCIO,	2020;	
FARINIUK,	2020).
QUADRO 2 – RELAÇÃO DA CIDADE INTELIGENTE COM SETORES DA SOCIEDADE
SETORES DESCRIÇÃO
COMUNICAÇÃO
Implantação	 de	 modo	 significativo	 de	 comunicações	 de	
banda	larga	para	o	setor	público	e	privado.
EDUCAÇÃO
Educação	 eficaz,	 treinamento	 e	 capital	 humano	 com	
conhecimento	para	realizar	inúmeras	atividades.	
POLÍTICAS
Promover	 a	 democracia	 digital	 acabando	 com	 a	 exclusão	
digital	 para	 garantir	 que	 todos	 os	 setores	 da	 sociedade	 se	
beneficiem.	
SETOR PÚBLICO
Inovação	 nos	 setores	 público	 e	 privado,	 bem	 como	
esforços	para	a	criação	de	aglomerados	empresariais	e	de	
capital	de	risco	para	financiar	o	desenvolvimento	de	novos	
empreendimentos.	
ECONOMIA
Desenvolvimento	 econômico	 de	 marketing	 eficaz	 que	
use	 os	 recursos	 tecnológicos	 para	 atrair	 empregos	 e	
investimentos.
FONTE: Adaptado de Abreu e Marchiori (2020) e Antonialli e Kira (2020)
2.1 INDICADORES DA CIDADE INTELIGENTE
As	 cidades	 inteligentes	 surgem	 de	 um	modelo	 de	 planejamento	 integrado	
com	a	 capacidade	de	 inovação	e	 a	 cooperação	entre	 todas	 as	partes	 interessadas	
da	 sociedade	 (FERNANDES	et al.,	 2019;	 JOÃO	et al.,	 2019;	 SILVA	et al.,	 2019).	 Isso	
promove	 a	 participação	 e	 a	 integração	 abrangente	 dos	 aspectos	 sociais	 da	 vida	
urbana	(LUDERMIR,	2021).	
8
FIGURA 3 – RECURSOS DE UMA CIDADE INTELIGENTE
FONTE: <https://bit.ly/3FZxjwG>. Acesso em: 18 jun. 2021.
Porém,	para	avaliar	esse	processo	são	necessários	 indicadores,	 sendo	que	o	
Fórum	Comunidade	Inteligente	elaborou	uma	lista	de	 indicadores	que	fornecem	uma	
estrutura	para	a	compreensão	de	como	as	comunidades	e	regiões	podem	ganhar	uma	
vantagem	competitiva	na	economia	(FERNANDES	et al.,	2019;	JOÃO	et al.,	2019;	SILVA	
et al.,	2019;	LUDERMIR,	2021).
QUADRO 3 – INDICADORES POR SETORES
SETORES INDICADORES
EDUCAÇÃO
• Capacidade	de	monitorar	a	frequência	de	estudantes;
• Disponibilizar	 materiais	 educativos	 para	 promover	 o	
conhecimento	integrado;
ENERGIA
• Integração	 entre	 o	 sistema	 de	 distribuição	 de	 energia	
elétrica	com	as	novas	soluções	das	cidades	inteligentes;
• Potencial	 de	 ganho	 de	 escala	 e	 replicação	 de	 novas	
soluções	de	cidades	inteligentes;
• Possibilidade	de	haver	fontes	alternativas	de	energia;
SEGURANÇA • Sistema	de	aviso	rápido	em	caso	de	desastre	ambiental;
GOVERNANÇA
• Existência	de	um	banco	de	dados	central	aberto;
• Acesso	 aberto	 de	 documentos	 governamentais	 não	
confidenciais;
• Participação	cidadã	em	mecanismos	on-line;
• Taxa	de	vazamento	de	informações;
9
SAÚDE
• Existência	de	um	extenso	banco	de	dados	sobre	saúde	
pública;
• Possibilidade	de	visita	e	controle	remoto	de	pacientes;
MORADIA
• Medição	 de	 consumo	 de	 energia,	 gás	 e	 água	 por	
equipamentos	inteligentes	e	conectados	a	aplicativos;
• Existência	de	equipamentos	inteligentes;
• Capacidade	 de	 compartilhar	 internet	 e	 conteúdos	 de	
entretenimentos	com	outras	aplicações;
POPULAÇÃO • Serviços	para	pessoas	com	necessidades	especiais;
PLANEJAMENTO 
URBANO
• Plano	 diretor	 e	 projetos	 de	 expansão	 da	 cidade	
disponíveis	abertos	e	on-line;
TELECOMUNICAÇÕES
• Acesso	livre	à	internet	em	espaços	públicos;
• Uso	de	tecnologia	da	comunicação	em	diferentes	áreas	
(transporte,	gestão	de	resíduos,	água	e	energia).
FONTE: Adaptado de Abreu e Marchiori (2020, p. 535)
Com	isso,	você	pode	perceber	que	o	conceito	de	cidade	inteligente	tem	ligação	
na	área	política;	na	definição	do	capital	em	relação	ao	capital	humano,	social	e	relacional	
como	fatores	primordiais	para	o	crescimento	urbano.	Agora,	vamos	estudar	a	relação	do	
conceito	cidades	inteligentes	com	os	setores	da	sociedade!
2.2 ECONOMIA INTELIGENTE
Economia	 inteligente	mensura	do	ponto	de	vista	econômico	a	preparação	de	
uma	determinada	cidade,	usando	parâmetros	como	qualidade	das	organizações	e	o	seu	
ambiente	para	empreendedorismo	(HARRISON	et al.,	2010;	SANCHEZ;	CAPPELLOZZA,	
2012;	TIGRE;	NORONHA,	2013).	A	economia	inteligente	possui	as	seguintes	características,	
conforme	o	Quadro	4.
QUADRO 4 – CARACTERÍSTICAS DA ECONOMIA INTELIGENTE
CARACTERÍSTICAS DESCRIÇÃO
VERDE
Implementar	 os	 princípios	 de	 desenvolvimento	
sustentável,	 economia	 limpa	 com	 uso	 eficiente	 dos	
recursos	energéticos;
DIGITAL Utilizar	as	tecnologias	de	comunicação	e	informação;
10
FUNCIONA EM REDE
Desenvolver	redes	de	competências,	sociais,	infraes-
trutura	e	outras	redes	entre	universidades,	empresas,	
organizações,	poder	público	e	consumidores;	para	fins	
de	 criação,	 desenvolvimento	 e	 utilização	 de	 bens	 e	
serviços	urbanos;
SOCIALMENTE 
RESPONSÁVEL
Atuar	 de	 modo	 social,	 ambiental,	 ética,	 legal	 e	
filantrópico.
FONTE: Adaptado de Fariniuk (2020), Rech (2020), Carvalho (2021) e Mazo et al. (2021)
Você	 pode	 perceber,	 analisando	 a	 Figura	 4,	 que	 os	 elementos	 apresentam	
relações	diretas	uns	com	os	outros.	Sendo	assim,	entender	que	os	elementos	são	parte	
de	um	todo	é	essencial	para	compreender	o	conceito	da	cidade	inteligente.	Conforme	
Barranco	(2018,	p.	16):
Não	 deve-se	 confundir	 as	 pessoas	 inteligentes,	 nesta	 definição,	
como	sendo	pessoas	com	alta	capacidade	 intelectual.	Esta	é	uma	
definição	das	pessoas	inteligentes	no	contexto	da	cidade	inteligente.	
Desta	 forma,	 são	 pessoas	 que	 estão	 em	 constante	 evolução,	
sempre	aprendendo	coisas	novas,	são	boas	no	que	fazem,	possuem	
consciência	ecológica	e	são	comprometidas	com	o	desenvolvimento	
de	uma	sociedade	cada	vez	melhor.	
FIGURA 4 – RELAÇÃO DA ECONOMIA INTELIGENTE COM A CIDADE INTELIGENTE
FONTE: Barranco (2018, p. 15)
Desse	 modo,	 a	 economia	 inteligente	 engloba	 inúmeras	 áreas	 e	 está	
relacionada	aos	demais	elementos	da	cidade	inteligente.	Isso	significa	que	depende	
do	 funcionamento	 adequado	 desses	 elementos	 para	 que	 atue	 de	 modo	 eficiente	
(BARRANCO,	2018;	FARINIUK,	2020;	RECH,	2020;	CARVALHO,	2021;	MAZO	et al.,	2021).	
11
Por	 conta	 de	 sua	 abrangência,	 o	 desenvolvimento	 e	 a	 implementação	da	 economia	
inteligente	 envolve	 autoridades	 públicas,	 organizações,	 associações	 empresariais,	
instituições	de	pesquisa	e	a	sociedade	(CARVALHO,	2021;	MAZO	et al.,	2021).	
2.3 POPULAÇÃO INTELIGENTE
População	 inteligente	mensura	o	desenvolvimento	da	população	urbana	uti-
lizando	parâmetros	como	educação,	emprego	e	renda.	Indivíduos	que	compõem	uma	
cidade	inteligente	possuem	destaque	em	suas	atividades	profissionais	compondo	uma	
população	com	índice	de	desenvolvimento	humano	(IDH)	alto	(BARRANCO,	2018;	FER-
NANDES et al.,	2019;	JOÃO	et al.,	2019).	Outra	característica	importante	é	que	a	cida-
de	inteligente	integra	as	universidades	para	potencializar	a	atração	do	humano	de	alto	
nível	(FERNANDES	et al.,	2019;	JOÃO	et al.,	2019;	CARVALHO,	2021;	MAZO	et al.,	2021).	
Algumas	 cidades	 inteligentes	 enfatizaram	 o	 investimento	 em	 tecnologiaavançada	em	oposição	às	necessidades	da	população	(WEISS;	BERNARDES;	CONSONI,	
2015;	 KON;	 SANTANA,	 2017).	 Isso	 resultou	 em	 altos	 custos	 e	 pouco	 retorno	 efetivo,	
por	 isso,	cidades	 inteligentes	precisam	aproveitar	a	 infraestrutura	de	tecnologia	para	
possibilitar	 a	 colaboração	 entre	 as	 comunidades	 e	 entre	 os	 indivíduos	 e	 os	 setores	
públicos	(KON;	SANTANA,	2017;	FERNANDES	et al.,	2019;	JOÃO	et al.,	2019).	Mas,	para	
isso,	 é	 primordial	 que	 o	 setor	 público	 faça	 investimento	 em	 treinamento,	 e	 que	 os	
profissionais	tenham	capacidade	básica	para	realizar	o	processo	de	gerenciamento	de	
dados	(KON;	SANTANA,	2017;	BARRANCO,	2018).	
O	que	se	pode	observar	é	que	as	maiores	taxas	de	crescimento	urbano	foram	
alcançadas	em	cidades	onde	existem	profissionais	capacitados	e	disponíveis.	Assim,	
a	inovação	é	motivada	por	empreendedores	que	buscam	inovar	no	mercado	exigindo	
profissionais	cada	vez	mais	qualificados	(KON;	SANTANA,	2017;	BARRANCO,	2018;	MAZO	
et al.,	2021;	LUDERMIR,	2021).	Portanto,	o	objetivo	de	uma	cidade	inteligente	é	por	meio	
dos	seguintes	fatores,	segundo	Kon	e	Santana	(2017)	e	Barranco	(2018):
• integração	de	camadas	físicas	(capacidade	humana),	institucionais	e	de	infraestrutura	
digital;
• disponibilização	de	serviços	de	qualidade;
• população	e	empresas	inovadoras;
• ambiente	urbano	seguro,	agradável	e	inclusivo.	
12
FIGURA 5 – RELAÇÃO DOS FATORES HUMANOS COM O CONCEITO DE CIDADES INTELIGENTES
FONTE: <https://bit.ly/3kKRANB>. Acesso em: 20 jun. 2021.
2.4 GOVERNANÇA INTELIGENTE
Governança	inteligente	mensura	a	qualidade	e	transparência	da	gestão	pública	
municipal	com	indicadores	como	facilidade	na	utilização	dos	serviços	públicos,	capital	
investido	 em	 tecnologia,	 transparência	 na	 disponibilidade	 dos	 dados,	 na	 utilização	 e	
gerenciamento	de	 recursos	públicos	 (KON;	SANTANA,	2017;	BARRANCO,	2018;	RECH,	
2020;	CARVALHO,	2021).	
 
Para	isso,	a	governança	de	uma	cidade	inteligente	precisa	abranger	a	prestação	
de	contas	inovando	de	modo	constante	a	governança	eletrônica.	Esse	processo	trará	
benefícios	à	população	melhorando	a	capacidade	do	setor	público	em	fornecer	serviços	
de	modo	eficaz	e	eficiente	(KON;	SANTANA,	2017;	RECH,	2020;	CARVALHO,	2021).	É	ne-
cessário	ainda	uma	formulação	de	política	pública	participativa	no	processo	de	plane-
jamento,	implementação	e	monitoramento	urbano,	bem	como	a	discussão	de	um	orça-
mento	participativo	(BARRANCO,	2018;	FARINIUK,	2020;	RECH,	2020;	CARVALHO,	2021).	
13
FIGURA 6 – CARACTERÍSTICAS DE UM GOVERNO INTELIGENTE
FONTE: <https://bit.ly/2XSSGOc>. Acesso em: 20 jun. 2021.
Portanto,	você	pode	perceber	através	da	figura	que	determinadas	ações	estão	
relacionadas	com	a	criação	de	governos	participativos	tendo	o	foco	no	cidadão	(KON;	
SANTANA,	2017;	RIZZON	et al.,	2017).	O	engajamento	do	cidadão	pode	auxiliar	no	pro-
cesso	legislativo,	já	que	os	habitantes	podem	opinar	sobre	leis	em	um	website	fornecido	
pelo	governo	(FARINIUK,	2020).	Após	esse	processo	participativo,	a	lei	é	colocada	para	
voto	popular.
2.5 MOBLIDADE INTELIGENTE
Mobilidade	inteligente	está	relacionada	à	facilidade	da	mobilidade	nos	centros	
urbanos	considerando	os	diversos	tipos	de	transporte	(KON;	SANTANA,	2017;	RIZZON	et 
al.,	2017;	BARRANCO,	2018;	ABREU; MARCHIORI,	2020).	Os	indicadores	para	mensurar	
a	mobilidade	são	os	quilômetros	de	congestionamento,	tamanho	da	malha	metroviária	
e	quantidade	de	 indivíduos	que	utilizam	o	 transporte	público	ou	não	poluente	 (KON;	
SANTANA,	2017;	RIZZON	et al.,	2017).	
A	mobilidade	 inteligente	 inclui,	 portanto,	 transporte	 e	 indivíduos,	 sendo	 que	
a	 cidade	 precisa	 gerenciar	 de	 modo	 adequado	 o	 fluxo	 de	 veículos,	 pedestres	 e	 o	
congestionamento	de	tráfego	(ABREU; MARCHIORI,	2020).	Porém,	é	preciso	ter	opções	
de	transporte	e	um	sistema	de	transporte	eficiente	em	massa	(KON;	SANTANA,	2017).	
A	acessibilidade	precisa	ser	alcançada	para	auxiliar	as	pessoas	com	necessidade	
especiais	 a	 se	 locomoverem	 com	mais	 facilidade	 pela	 cidade	 (KON;	 SANTANA,	 2017;	
BARRANCO,	2018;	ABREU; MARCHIORI,	2020;	MAZO	et al.,	2021;	LUDERMIR,	2021).	Isso	
acarreta	mudanças	na	infraestrutura	e	no	design	urbano,	como	sinais	de	trânsito	com	
alto-falantes,	calçadas	com	 indicações	e	bem	pavimentadas,	ônibus	adaptado,	entre	
outros	recursos	de	acessibilidade	(MAZO	et al.,	2021;	LUDERMIR,	2021).
14
FIGURA 7 – MOBILIDADE INTELIGENTE INCLUINDO PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS
FONTE: <https://guiaderodas.com/cidades-inteligentes-inclusivas/>. Acesso em: 20 jun. 2021.
Cada	indivíduo	também	pode	contribuir	para	que	o	sistema	de	transporte	seja	
mais	eficiente	com	o	auxílio	de	roteamento	de	tráfego	inteligente	através	de	aplicativos	
que	fornecem	informações	em	tempo	real	sobre	o	tráfego	(JUMP,	2007;	KON;	SANTANA,	
2017;	ABREU; MARCHIORI,	2020;	MAZO	et al.,	2021;	LUDERMIR,	2021).
FIGURA 8 – APLICATIVO GOOGLE MAPS
FONTE: <http://glo.bo/3GjlvWg>. Acesso em: 20 jun. 2021.
Leia	a	GIO	a	seguir,	com	mais	exemplos	sobre	a	mobilidade	inteligente!
https://guiaderodas.com/cidades-inteligentes-inclusivas/
15
Para as pessoas que utilizam carros estão sendo implementados estacionamentos 
inteligentes com sensores que alertam o motorista em relação à disponibilidade de vaga. 
Garagens que estacionam os carros sem ajuda do motorista são soluções para organizar 
os veículos de modo que ocupem o menor espaço possível. Nesse caso, um dispositivo 
é acionado por um aplicativo de celular e não exige a presença do motorista, tornando 
as manobras totalmente autônomas. A direção e o estacionamento autônomos são 
importantes pilares para a mobilidade do futuro. A aprovação das autoridades cria um 
precedente para obter validação para o serviço de estacionamento em garagens do mundo 
todo. Além disso, existem os estacionamentos verdes, que são autossustentáveis em 
termos de energia e recarregam carros elétricos.
FONTE: <https://bit.ly/3EYB2tG>. Acesso em: 20 jun. 2021.
FIGURA – ESTACIONAMENTOS AUTÔNOMOS
NOTA
FONTE: <https://bit.ly/3EYB2tG>. Acesso em: 20 jun. 2021.
Veículos autônomos já são opção em algumas cidades, ocasionando mudanças no processo 
de transporte de passageiros. 
FIGURA – CARROS AUTÔNOMOS EM NOVA YORK
FONTE: <https://bit.ly/3ugZz86>. Acesso em: 20 jun. 2021.
16
2.6 MEIO AMBIENTE INTELIGENTE
Meio	 ambiente	 inteligente	 avalia	 a	 sustentabilidade	 na	 cidade	 tendo	 como	
indicadores	a	poluição	ambiental,	eficiência	na	utilização	dos	recursos	não	renováveis	
e	a	quantidade	de	resíduos	reciclados	(JUMP,	2007;	KON;	SANTANA,	2017;	MAZO	et al.,	
2021).	Considerando	a	gestão	de	 resíduos	têm-se	os	programas	de	coleta	seletiva	e	
reciclagem,	sendo	que	estes	são	realizados	com	base	na	conscientização	da	sociedade	
(KON;	SANTANA,	2017;	BARRANCO,	2018;	ABREU; MARCHIORI,	2020;	MAZO	et al.,	2021;	
LUDERMIR,	2021).
Outro	ponto	importante	é	sobre	o	uso	de	recursos	hídricos	e	sobre	o	consumo	
de	energia	elétrica,	sendo	que	o	investimento	em	tecnologias	para	energia	renovável	é	
essencial	(KON;	SANTANA,	2017;	BARRANCO,	2018;	MAZO	et al.,	2021).
FIGURA 9 – EXEMPLOS DE ENERGIA DE FONTES RENOVÁVEIS
FONTE: <https://bit.ly/3B97eYI>. Acesso em: 20 jun. 2021.
2.7 VIDA INTELIGENTE
Vida	 inteligente	está	relacionada	à	qualidade	de	vida	da	população	utilizando	
indicadores	tais	como	(JUMP,	2007;	KON;	SANTANA,	2017):
• Entretenimento.
• Segurança	pública.
• Acesso	à	cultura.	
• Disponibilidade	ecessibilidade	de	áreas	verdes.
• Número	de	bibliotecas.	
Desse	modo,	uma	cidade	inteligente	precisa	valorizar	a	história,	a	cultura,	bem	
como	as	riquezas	naturais	(JUMP,	2007).	Porém,	precisa	garantir	segurança	e	a	quali-
dade	de	vida	de	seus	habitantes,	sendo	que	a	segurança	deve	ocorrer	também	no	meio	
cibernético	(KON;	SANTANA,	2017;	BARRANCO,	2018;	RECH,	2020;	CARVALHO,	2021).	
17
Os	espaços	públicos	precisam	ser	 revitalizados	 considerando	a	mobilidade	e	
a	segurança,	já	que	esses	espaços	melhoram	a	qualidade	de	vida	da	população,	bem	
como	afetam	de	modo	positivo	o	comércio	 local(KON;	SANTANA,	2017;	RECH,	2020;	
CARVALHO,	2021).
FIGURA 10 – REVITALIZAÇÃO DO PARQUE SÃO LOURENÇO, EM CURITIBA
FONTE: <https://bit.ly/3wSJjNE>. Acesso em: 20 jun. 2021.
3 EVOLUÇÃO DA CIDADE DIGITAL À CIDADE INTELIGENTE
A	cidade	digital	oferece	interoperabilidade,	ou	seja,	o	sistema	tem	a	capacidade	
de	se	comunicar	de	modo	transparente	com	outro	sistema.	Na	prática	da	 rotina	das	
cidades,	isso	significa	que	os	serviços	governamentais	com	base	na	internet	possibilitam	
uma	conectividade	com	os	processos	do	governo,	facilitando	o	acesso	tanto	de	outras	
instituições	públicas	quanto	para	cidadãos	(WEISS;	BERNARDES;	CONSONI,	2015;	KON;	
SANTANA,	2017;	RECH,	2020;	CARVALHO,	2021).	Portanto,	os	serviços	da	cidade	digital	
são	acessíveis	através	de	dispositivos	wireless	móveis.
Entretanto,	as	cidades	inteligentes	são	ambientes	que	incorporam	as	tecnologias	
de	 informação	 e	 comunicação	 desenvolvendo	 espaços	 interativos	 e	 inteligentes.	
Conforme	Weiss,	Bernardes	e	Consoni	(2015,	p.	313):
A	 abordagem	 de	 cidades	 inteligentes	 inclui	 tecnologias	 que	
promovem	 maior	 eficiência	 energética	 e	 otimização	 na	 produção	
de	 bens	 e	 serviços;	 sistemas	 inteligentes	 para	 o	 monitoramento	
e	 gerenciamento	 das	 infraestruturas	 urbanas	 e	 antecipação	 a	
acidentes	 naturais;	 soluções	 de	 colaboração	 e	 redes	 sociais;	
sistemas	integrados	para	a	gestão	de	ativos;	sistemas	especializados	
de	atenção	à	saúde	e	educação	que	permitem	a	 interação	com	os	
atores	por	intermédio	da	internet;	sistemas,	métodos	e	práticas	para	o	
gerenciamento	integrado	de	serviços	de	qualquer	natureza;	sistemas	
18
para	 o	 tratamento	 de	 grandes	 volumes	 de	 dados	 estruturados	 e	
não	 estruturados;	 sistemas	 de	 georreferenciamento;	 aplicações	
inteligentes	 embarcadas	 em	 toda	 sorte	 de	 bens;	 tecnologias	 de	
identificação	 por	 radiofrequência	 e	 etiquetas	 digitais	 colocadas	
em	 produtos	 e	 cargas,	 otimizando	 os	 processos	 logísticos	 e	 as	
transações	comerciais;	sensores	e	sistemas	de	inteligência	artificial	
que	 percebem	 e	 respondem	 rapidamente	 a	 eventos	 ocorridos	 no	
mundo	físico,	desencadeando	processos	digitais	que	passam	a	ter	
consequências	cada	vez	mais	 imediatas	e	significativas	no	mundo,	
conectando	pessoas,	empresas	e	poder	público	a	qualquer	tempo	e	
em	qualquer	lugar.
Portanto,	 as	 cidades	 inteligentes	 têm	 capacidade	 de	 resolver	 problemas,	
enquanto	que	a	capacidade	das	cidades	digitais	é	na	prestação	de	serviços	por	meio	da	
comunicação	digital	(JUMP,	2007;	WEISS;	BERNARDES;	CONSONI,	2015;	KON;	SANTANA,	
2017;	RECH,	2020;	CARVALHO,	2021).
FIGURA 11 – EXEMPLOS DE CIDADES INTELIGENTES
FONTE: <https://bit.ly/3m4bK4D>. Acesso em: 20 jun. 2021.
Jump	(2007,	p.	50)	relata	que:	
As	 cidades	 inteligentes	 criam	 sistemas	 urbanos	 mais	 eficazes,	
capazes	 de	 enfrentar	 os	 desafios	 contemporâneos	 e	 problemas	
urbanos.	 Surgem	 cidades	 mais	 inovadoras	 e	 competitivas,	 com	
base	 em	 clusters	 de	 conhecimento	 e	 inovação	 lideradas	 pela	
sociedade,	 um	 networking	 global	 que	 oferece	 maior	 capacidade	
de	 monitorização	 e	 gestão	 das	 questões	 ambientais,	 gestão	
dos	 transportes,	 gestão	 dos	 espaços	 urbanos	 tornando-os	 mais	
seguros.	Essa	maior	eficácia	se	baseia	em	soluções/plataformas	que	
integram	a	inteligência	humana,	coletiva	e	artificial,	ou	seja,	integra	
as	atividades	urbanas,	a	capacidade	institucional	e	a	Tecnologia	da	
Informação	e	Comunicação.
19
As	soluções	compreendem	edifícios	sustentáveis;	sistemas	de	mobilidade;	
cidades	digitais;	soluções	de	gestão	pública;	sistemas	de	planejamento	e	participação	
cidadã;	plataformas	destinadas	à	economia	da	 inovação	com	foco	em	inteligência	
estratégica;	 transferência	 de	 tecnologia;	 inovação	 colaborativa;	 incubação	 de	
tecnologias;	entre	outros	(JUMP,	2007;	CERRI	et al.,	2017;	MAGRANI,	2018).	O	Quadro	
5	mostra	os	campos	de	ativação	das	cidades	inteligentes.	
QUADRO 5 – PRINCIPAIS CAMPOS DE ATIVAÇÃO DAS CIDADES INTELIGENTES
ECONOMIA E INOVAÇÃO
INFRAESTRUTURA 
URBANA
GOVERNANÇA
Inovação	nas	indústrias,	
clusters,	distritos	de	uma	cidade
Transporte
Serviços	da	administração	
ao	cidadão
Força	de	trabalho	de	
conhecimento:	Educação	e	
emprego
Energia;	utilitários
Democracia	participativa	
e direta
Criação	de	empresas	de	
conhecimento	intensivo
Proteção	do	ambiente;	
segurança
Serviços	ao	cidadão
FONTE: Adaptado de Jump (2007)
As	cidades	inteligentes	estão	implantando	serviços	on-line	em	diferentes	seto-
res	privilegiando	o	desenvolvimento	sustentável,	com	isso	observa-se	que	a	integração	
é	primordial	(JUMP,	2007;	RIZZON	et al.,	2017).	Isso	porque	estabelece	ambientes	mais	
eficientes	na	tomada	de	decisões	buscando	inovação	(JUMP,	2007;	CERRI	et al.,	2017;	
RIZZON	et al.,	2017;	MAGRANI,	2018).	De	acordo	com	Komninos	(2009	apud	RIZZON	et 
al.,	2017	p.	9):
A	inteligência	espacial	das	cidades	se	refere	aos	processos	cogniti-
vos	da	informação,	ou	seja,	coleta	de	informações	e	processamento,	
alerta	em	tempo	 real,	previsão,	aprendizagem,	 inteligência	coletiva	
e	cooperativa,	 resolução	de	problemas	distribuídos.	Deste	modo,	a	
inteligência	das	cidades	reside	na	combinação	cada	vez	mais	eficaz	
das	 redes	de	telecomunicações	digitais	 (os	nervos),	da	 inteligência	
onipresente	incorporado	(o	cérebro),	sensores	e	tags	(os	órgãos	sen-
soriais),	software	(conhecimento	e	a	competência	cognitiva).
Portanto,	 os	 sistemas	 eficientes	 da	 tecnologia	 da	 informação	 possibilitam	 o	
desenvolvimento	adequado	das	comunidades,	sendo	que	isso	está	atrelado	ao	objetivo	
principal	de	uma	cidade	inteligente,	que	é	oportunizar	o	acesso	à	 informação	(JUMP,	
2007;	CERRI	et al.,	2017;	MAGRANI,	2018).	Desse	modo,	a	utilização	de	TIC	transforma	
a	 dinâmica	 urbana,	 já	 que	 oferece	 possibilidade	 da	 participação	 de	 cada	 cidadão.	 O	
desenvolvimento	de	uma	determinada	comunidade	pode	 levar	à	construção	de	uma	
sociedade	sustentável	(JUMP,	2007;	RIZZON	et al.,	2017;	MAGRANI,	2018).
20
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
RESUMO DO TÓPICO 1
•	 O	atual	crescimento	populacional,	bem	como	a	migração	para	os	centros	urbanos	
geraram	muitos	problemas	sociais.	As	Projeções	da	Organização	das	Nações	Unidas	
(ONU)	apontam	que	nos	próximos	40	anos,	a	população	mundial	poderá	crescer	até	
mais	de	dois	bilhões	de	pessoas.	Desse	modo,	a	gestão	pública	enfrenta	e	enfrentará	
grandes	desafios	decorrentes	da	aglomeração	urbana.	Esses	desafios	exigirão	dos	
gestores	 novas	 abordagens	 para	 seu	 planejamento,	 financiamento,	 execução	 e	
operação	dos	centros	urbanos.	
•	 O	conceito	da	cidade	inteligente	surgiu	na	década	de	1990	e	evoluiu	com	o	tempo.	
No	início,	o	conceito	estava	focado	na	importância	das	tecnologias	e	na	superação	
dos	desafios	urbanos.	Posteriormente,	ocorreu	a	evolução	do	conceito	considerando	
agora	capital	humano,	educação	e	questões	ambientais,	como	fatores	primordiais	
para	o	desenvolvimento	adequado	das	cidades.	
•	 A	 palavra	 inteligente	 é	 usada	 tanto	 para	 designar	 o	 desenvolvimento	 tecnológico	
quanto	a	inovação	social	e	econômica.	Por	isso,	existem	inúmeros	esforços	aplicados	
nos	 estudos	 atuais	 para	 soluções	 inteligentes	 nas	 cidades	 que	 deram	 origem	 ao	
conceito	de	cidades	inteligentes.
•	 A	economia	inteligente	mensura	do	ponto	de	vista	econômico	a	preparação	de	uma	
determinada	cidade,	usando	parâmetros	como	qualidade	das	organizações	e	o	seu	
ambiente	para	empreendedorismo.	
•	 A	população	inteligente	mensura	o	desenvolvimento	da	população	urbana	utilizando	
parâmetros	como	educação,	emprego	e	renda.	Indivíduos	que	compõem	uma	cidade	
inteligente	 possuem	 destaque	 em	 suas	 atividades	 profissionais	 compondo	 uma	
população	com	índice	de	desenvolvimento	humano	(IDH)	alto.	
•	 A	 governança	 inteligente	mensura	 a	 qualidade	 e	 transparência	 da	 gestão	 pública	
municipal	com	indicadores	como	facilidade	na	utilização	dos	serviços	públicos,	capital	
investido	em	tecnologia,	transparência	na	disponibilidadedos	dados,	na	utilização	e	
gerenciamento	de	recursos	públicos.
•	 A	 mobilidade	 inteligente	 está	 relacionada	 à	 facilidade	 da	 mobilidade	 nos	 centros	
urbanos	 considerando	 os	 diversos	 tipos	 de	 transporte.	 A	 mobilidade	 inteligente	
inclui,	 portanto,	 transporte	 e	 indivíduos,	 sendo	 que	 a	 cidade	 precisa	 gerenciar	 de	
modo	 adequado	o	fluxo	de	veículos,	 pedestres	 e	 o	 congestionamento	de	 tráfego.	
A	acessibilidade	precisa	ser	alcançada	para	auxiliar	as	pessoas	com	necessidades	
especiais	a	se	locomoverem	com	mais	facilidade	pela	cidade.
21
•	 O	meio	ambiente	inteligente	avalia	a	sustentabilidade	na	cidade	tendo	como	indica-
dores	a	poluição	ambiental,	eficiência	na	utilização	dos	recursos	não	renováveis	e	a	
quantidade	de	resíduos	reciclados.
•	 A	cidade	digital	oferece	interoperabilidade,	ou	seja,	o	sistema	tem	a	capacidade	de	se	
comunicar	de	modo	transparente	com	outro	sistema.	Na	prática	da	rotina	das	cidades,	
isso	significa	que	os	serviços	governamentais	com	base	na	internet	possibilitam	uma	
conectividade	com	os	processos	do	governo	 facilitando	o	 acesso	 tanto	de	outras	
instituições	públicas	quanto	para	cidadãos.	As	cidades	inteligentes	estão	implantando	
serviços	on-line	em	diferentes	setores	privilegiando	o	desenvolvimento	sustentável,	
com	isso	observa-se	que	a	integração	é	primordial.	Isso	porque	estabelece	ambientes	
mais	eficientes	na	tomada	de	decisões	buscando	inovação.
22
1	 O	 conceito	 de	 cidade	 inteligente	 significa	 eficiência	 na	 gestão	 inteligente	 e	
integração	das	tecnologias	da	informação	e	comunicação	com	a	participação	efetiva	
da	população.	A	palavra	inteligente	é	usada	tanto	para	designar	o	desenvolvimento	
tecnológico	 quanto	 a	 inovação	 social	 e	 econômica.	 Por	 isso,	 existem	 inúmeros	
esforços	 aplicados	 nos	 estudos	 atuais	 para	 soluções	 inteligentes	 nas	 cidades	 e	
deram	 origem	 ao	 conceito	 de	 cidades	 inteligentes.	 Considerando	 esta	 afirmação,	
elabore	um	quadro	com	a	relação	da	cidade	inteligente	com	setores	da	sociedade.
2	 O	conceito	da	cidade	inteligente	surgiu	na	década	de	1990	e	evoluiu	com	o	tempo.	
No	 início,	 o	 conceito	 estava	 focado	na	 importância	 das	 tecnologias	 na	 superação	
dos	desafios	urbanos.	Posteriormente,	ocorreu	a	evolução	do	conceito	considerando	
agora	capital	humano,	educação	e	questões	ambientais,	como	fatores	primordiais	
para	o	desenvolvimento	adequado	das	cidades.	Dessa	forma,	assinale	a	alternativa	
INCORRETA:
a)	 (			)	 Em	comum,	parece	estar	as	definições	do	uso	de	tecnologias	de	 informação	
e	 comunicação	 para	 a	 transformação	 de	 dinâmicas	 urbanas,	 tais	 como	 o	
planejamento	urbano	 e	 territorial,	 o	 engajamento	 e	 a	 participação	 cidadã,	 as	
políticas	de	mobilidade,	habitação,	entre	outras.
b)	(			)	 Uma	 cidade	 que	 utiliza	 tecnologias	 pode	 ser	 denominada	 como	 uma	 cidade	
digital.	Entretanto,	uma	cidade	 inteligente	proporciona	melhoria	da	qualidade	
dos	serviços	oferecidos	à	população.
c)	 (			)	 Smart Cities	são	sistemas	de	pessoas	interagindo	e	usando	energia,	materiais,	
serviços	 e	 financiamento	 para	 catalisar	 o	 desenvolvimento	 econômico	 e	 a	
melhoria	da	qualidade	de	vida.
d)	(			)	 Os	 fluxos	 de	 relação	 simples	 são	 considerados	 inteligentes	 por	 fazer	 uso	
estratégico	de	serviços	com	planejamento	e	gestão	urbana	para	dar	resposta	
às	necessidades	sociais	e	econômicas	da	sociedade.
3	 As	 cidades	 inteligentes	 surgem	 de	 um	 modelo	 de	 planejamento	 integrado	 com	
a	 capacidade	 de	 inovação	 e	 a	 cooperação	 entre	 todas	 as	 partes	 interessadas	 da	
sociedade.	 Isso	 promove	 a	 participação	 e	 a	 integração	 abrangente	 dos	 aspectos	
sociais	da	vida	urbana.	Sobre	o	exposto,	classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	
e	F	para	as	falsas:
(			)	 Economia	inteligente	mensura	do	ponto	de	vista	econômico	a	preparação	de	uma	
determinada	cidade,	usando	parâmetros	como	qualidade	das	organizações	e	o	seu	
ambiente	para	empreendedorismo.
AUTOATIVIDADE
23
(			)	 A	 economia	 inteligente	 engloba	 inúmeras	 áreas	 e	 está	 relacionada	 aos	 demais	
elementos	 da	 cidade	 inteligente.	 Isso	 significa	 que	 depende	 do	 funcionamento	
adequado	desses	elementos	para	que	atue	de	modo	eficiente.	
(			)	 População	inteligente	mensura	o	desenvolvimento	da	população	urbana	utilizando	
parâmetros	como	educação,	emprego	e	renda.
(			)	 Indivíduos	 que	 compõem	 uma	 cidade	 inteligente	 possuem	 destaque	 em	 suas	
atividades	profissionais	compondo	uma	população	com	índice	de	desenvolvimento	
humano	(IDH)	alto.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	 (			)	 V	-	V	-	V	-	F.
b)	(			)	 V	-	F	-	V	-	V.
c)	 (			)	 F	-	V	-	V	-	F.
d)	(			)	 V	-	V	-	V	-	V.
4	 Para	avaliar	o	processo	de	desenvolvimento	das	cidades	inteligentes	são	necessários	
indicadores,	 sendo	 que	 o	 Fórum	 Comunidade	 Inteligente	 elaborou	 uma	 lista	
de	 indicadores	 que	 fornecem	 uma	 estrutura	 para	 a	 compreensão	 de	 como	 as	
comunidades	 e	 regiões	 podem	 ganhar	 uma	 vantagem	 competitiva	 na	 economia.	
Considerando	esta	afirmação,	elabore	um	quadro	com	os	indicadores	propostos.
5	 Governança	 inteligente	 mensura	 a	 qualidade	 e	 transparência	 da	 gestão	 pública	
municipal	 com	 indicadores	 como	 facilidade	 na	 utilização	 dos	 serviços	 públicos,	
capital	 investido	 em	 tecnologia,	 transparência	 na	 disponibilidade	 dos	 dados,	 na	
utilização	e	gerenciamento	de	recursos	públicos.	Sobre	o	exposto,	classifique	V	para	
as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
(			)	 A	governança	de	uma	cidade	inteligente	precisa	abranger	a	prestação	de	contas	
inovando	de	modo	constante	a	governança	eletrônica.	
(			)	 A	 governança	 trará	 benefícios	 à	 população	 melhorando	 a	 capacidade	 do	 setor	
público	em	fornecer	serviços	de	modo	eficaz	e	eficiente.	
(			)	 É	 necessária	 uma	 formulação	 de	 política	 pública	 participativa	 no	 processo	 de	
planejamento,	implementação	e	monitoramento	urbano,	bem	como	a	discussão	de	
um	orçamento	participativo.
(			)	 O	engajamento	do	cidadão	pode	auxiliar	o	processo	legislativo,	já	que	os	habitantes	
podem	opinar	sobre	leis	em	um	website	fornecido	pelo	governo.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	 (			)	 V	-	V	-	V	-	F.
b)	(			)	 V	-	F	-	V	-	V.
c)	 (			)	 F	-	V	-	V	-	F.
d)	(			)	 V	-	V	-	V	-	V.
24
25
TECNOLOGIAS E CONCEITOS
1 INTRODUÇÃO
A	expansão	das	Tecnologias	da	Informação	e	Comunicação	(TIC)	relacionadas	
com	acesso	a	redes	de	sensores	que	produzem	dados	minuciosos	sobre	as	atividades	
que	ocorrem	nos	ambientes	urbanos	prometem	revolucionar	a	vida	social	nos	centros	
urbanos	(JUMP,	2007;	CERRI	et al.,	2017;	RIZZON	et al.,	2017;	MAGRANI,	2018).
A	popularização	dos	dispositivos	móveis	conectados	à	internet,	o	menor	custo	
de	armazenamento	de	dados,	bem	como	as	técnicas	de	análise	de	big	data	são	novi-
dades	que	vêm	contribuindo	para	que	uma	maior	quantidade	de	dados	esteja	à	dis-
posição	dos	gestores	públicos	(CERRI	et al.,	2017;	ANTONIALLI; KIRA,	2020;	LOGSDON;	
FABRÍCIO,	2020).	
Porém,	 é	 primordial	 que	 a	 administração	 pública	 use	 os	 dados	 de	 modo	
completo	 e	 preciso.	 Essas	 são	 novas	 possibilidades	 de	 análise,	 que	 otimizam	 de	
modo	revolucionário	a	formulação	de	políticas	públicas	(CERRI	et al.,	2017;	LOGSDON;	
FABRÍCIO,	2020).	Portanto,	neste	tópico,	vamos	estudar	a	importância	da	tecnologia	no	
processo	de	desenvolvimento	das	cidades	inteligentes.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
2 IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA E DA INOVAÇÃO
A	cidade	pode	ser	vista	como	uma	unidade	ambiental,	em	que	os	elementos	
e	processos	ambientais	são	inter-relacionados	e	interdependentes,	de	modo	que	uma	
mudança	 em	 qualquer	 componente	 terá	 impacto	 nos	 outros	 componentes	 (SILVA;	
VARGAS, 2010 apud	KNIESS	et al.,	2019).	Segundo	Kniess	et al.	(2019,	p.	119):
A	cidade	expressa,	pois	uma	 interação	sistêmica	e	 recíproca	entre	
ecossistema	social	e	ecossistema	natural.	Por	outro	lado,	os	centros	
urbanos	crescem	e	com	eles	crescem	os	grandesproblemas	sociais	
e	desequilíbrios	ambientais,	que	resultam	na	diminuição	da	qualidade	
de	vida,	degradação	ambiental	acelerada	e	riscos	de	governabilidade.
O	grande	desafio	das	cidades	atuais	é	o	enfretamento	dos	problemas	urbanos	
para	que	a	população	tenha	uma	melhor	qualidade	de	vida,	ao	mesmo	tempo	em	que	
oportuniza	o	crescimento	econômico	e	garante	a	sustentabilidade	ambiental	(KNIESS	
et al.,	2019;	FARINIUK,	2020;	RECH,	2020;	CARVALHO,	2021).	A	criação	de	novas	tec-
nologias	estabelece	facilidades,	serviços	e	produtos,	que	mudam	a	rotina	das	cidades.	
26
QUADRO 6 – TECNOLOGIAS E A INFLUÊNCIA NAS CIDADES
TECNOLOGIAS DESCRIÇÃO
IMPRESSORAS 3D
Poderão	revolucionar	o	setor	da	construção	civil	
e	 contribuir	 para	 suprir	 o	 déficit	 habitacional	
das	cidades.
SISTEMAS DE BIG DATA E 
ANÁLISE
Poderão	criar	indicadores	em	tempo	real	para	
melhorar	a	governança	e	a	tomada	de	decisão	
dos	gestores	públicos.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) Poderão	impulsionar	a	eficiência	das	TIC.
INTERNET DAS COISAS (IOT)
Poderão	integrar	bilhões	de	objetos	e	sensores	
à	internet.
FONTE: Adaptado de Kniess et al. (2019)
Então,	agora,	vamos	abordar	as	tecnologias!
3 INTERNET DAS COISAS (IOT)
A	 Internet	 das	Coisas	 (IoT)	 é	 considerada	uma	conexão	de	 objetos	 da	 rotina	
diária	da	sociedade	moderna,	por	exemplo:	lâmpadas	para	iluminação	pública;	sensores	
de	qualidade	de	água	e	ar;	entre	outros	(JOÃO	et al.,	2019;	FORNASIER,	2019).	Os	objetos	
são	identificados	com	um	nome	único,	sua	posição	e	estado	conhecidos,	e	devem	ser	
acessíveis	através	de	uma	rede	interoperável	(FORNASIER,	2019;	FARINIUK,	2020;	RECH,	
2020;	CARVALHO,	2021).	Conforme	Magrani	(2018,	p.	20):
De	maneira	 geral,	 a	 internet	 das	 coisas	 (IoT)	 pode	 ser	 entendida	
como	 um	 ambiente	 de	 objetos	 físicos	 interconectados	 com	 a	
internet	 por	 meio	 de	 sensores	 pequenos	 e	 embutidos,	 criando	
um	 ecossistema	 de	 computação	 onipresente	 (ubíqua),	 voltado	
para	a	facilitação	do	cotidiano	das	pessoas,	introduzindo	soluções	
funcionais	nos	processos	do	dia	a	dia.
Outro	 fator	 importante	 na	 definição	 é	 que	 a	 IoT	 se	 concentra	 em	 como	
computadores,	 sensores	 e	 objetos	 interagem	 uns	 com	 os	 outros	 e	 processam	
informações/dados	 em	 um	 contexto	 de	 hiperconectividade	 (MAGRANI,	 2018;	
FORNASIER,	2019;	JOÃO	et al.,	2019).	De	acordo	com	Lacerda e Lima-Marques	(2015,	
p.	160):
O	termo	Internet	das	Coisas	foi	cunhado	em	1999	por	Kevin	Ashton,	
co-fundador	 do	 Auto-ID	 Center	 do	 Massachusetts	 Institute	 of	
Technology	(MIT).	Em	recente	artigo,	Ashton	(2009)	afirmou	que	a	ideia	
original	da	IdC	previa	a	conexão	de	todos	os	objetos	físicos	à	Internet,	
com	capacidade	de	capturar	informações	por	meio	de	identificação	
27
por	 radiofrequência	 (RFID)	 e	 tecnologias	 de	 sensoriamento	 –	 as	
quais	 os	 permitiriam	 observar,	 identificar	 e	 compreender	 o	mundo	
independentemente	 das	 pessoas	 e	 suas	 limitações	 de	 tempo,	
atenção	e	precisão.
Podemos	destacar	três	componentes	principais	em	um	sistema	de	IoT	(LACERDA;	
LIMA-MARQUES,	2015;	MAGRANI,	2018;	FORNASIER,	2019;	JOÃO	et al.,	2019):	
•	 Hardware:	sensores,	atuadores	e	aparelhos	de	comunicação.
•	 Middleware:	processamento	e	armazenamento	dos	dados	capturados	pelo	hardware.
•	 Camada	de	apresentação:	usuários	ou	administradores	do	sistema	podem	acessar,	
manipular	e	analisar	os	dados.	
A	 IoT	é	considerada	eficiente	para	o	gerenciamento	de	 inúmeros	dispositivos	
que	estarão	conectados	em	uma	cidade	inteligente.	Deste	modo,	os	dados	coletados	na	
cidade	são	encaminhados	para	as	plataformas	de	software,	ou	ainda,	para	as	aplicações	
para	 que	 sejam	 armazenados	 e	 processados	 proporcionando	 o	 desenvolvimento	 de	
serviços	 inovadores	 (LACERDA;	 LIMA-MARQUES,	 2015;	 MAGRANI,	 2018;	 FORNASIER,	
2019;	JOÃO	et al.,	2019).
FIGURA 12 – IOT NAS CIDADES INTELIGENTES
FONTE: <https://bit.ly/3ogCD80>. Acesso em: 22 jun. 2021.
A	Internet	das	Coisas	possui	uma	enorme	quantidade	de	aplicações	potenciais	
em	 cidades	 inteligentes.	 Alguns	 exemplos	 são	 (LACERDA;	 LIMA-MARQUES,	 2015;	
MAGRANI,	2018;	FORNASIER,	2019;	JOÃO	et al.,	2019):	
• monitoramento	da	estrutura	de	prédios	históricos;
• detecção	da	quantidade	armazenada	de	resíduos;
• monitoramento	de	ruídos	próximo	a	áreas	críticas;	
28
• monitoramento	das	condições	de	semáforos;
• monitoramento	de	lâmpadas	de	iluminação	pública;	
• monitoramento	de	vazamentos	em	sistema	públicos.
Uma	aplicação	interessante	e	que	pode	auxiliar	no	processo	de	gerenciamento	
de	 resíduos	 sólidos	 é	 a	 instalação	 de	 sensores	 com	 IoT	 em	 contêineres	 de	 resíduos	
(MAGRANI,	2018;	JOÃO	et al.,	2019).	Esses	sensores	detectam	o	nível	de	armazenamento	
emitindo	um	aviso	à	central	quando	a	capacidade	estiver	próxima	ao	limite	(MAGRANI,	
2018;	FORNASIER,	2019;	JOÃO	et al.,	2019).	Isso	proporciona	uma	gestão	eficiente	dos	
resíduos	 nas	 cidades,	 e	 ainda,	 oferece	 uma	visão	 do	 comportamento	 da	 população,	
permitindo	 que	 estratégias	 sejam	 planejadas,	 tais	 como:	 rotas	 e	 horários	 para	
recolhimento;	 instalação	 e	 remanejamento	 de	 outros	 aparelhos	 (LACERDA;	 LIMA-
MARQUES,	2015;	MAGRANI,	2018).
FIGURA 13 – SENSORES COM IOT EM CONTÊINERES DE RESÍDUOS
FONTE: <https://bit.ly/39HfymJ>. Acesso em: 22 jun. 2021.
Leia	o	UNI	a	seguir	sobre	o	Plano	Nacional	de	Internet	das	Coisas	(IoT)!
Visando promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira, 
foi instituído o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), pelo Decreto nº 9.854, de 25 de 
junho de 2019. Trata-se de uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações 
(MCTI), do Ministério da Economia e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e 
Social (BNDES), em conjunto com a sociedade civil, para garantir que o Brasil se beneficie 
da tecnologia de IoT. No plano foram definidas quatro áreas prioritárias: indústria, saúde, 
cidades inteligentes e agricultura. O Art. 3º do Decreto nº 9.854, de 25 de junho de 2019 
define como objetivos do Plano Nacional de Internet das Coisas:
DICA
29
• melhorar a qualidade de vida das pessoas e promover ganhos de 
eficiência nos serviços, por meio da implementação de soluções de IoT;
• promover a capacitação profissional relacionada ao desenvolvimento 
de aplicações de IoT e a geração de empregos na economia digital;
• incrementar a produtividade e fomentar a competitividade das 
empresas brasileiras desenvolvedoras de IoT, por meio da promoção 
de um ecossistema de inovação neste setor;
• buscar parcerias com os setores público e privado para a implemen-
tação da IoT; 
• aumentar a integração do País no cenário internacional, por meio da 
participação em fóruns de padronização, da cooperação internacional 
em pesquisa, desenvolvimento e inovação e da internacionalização de 
soluções de IoT desenvolvidas no País.
FONTE: <https://bit.ly/3kJtd2N>. Acesso em: 20 jun. 2021.
4 BIG DATA
O	conceito	de	Big	Data diz	respeito	a	grandes	volumes	de	dados	com	diferentes	
características,	 ou	 seja,	 dados	 heterogêneos	 e	 de	 diferentes	 fontes	 (LUKOIANOVA;	
RUBIN,	 2014;	 GANDOMI;	HAIDER,	 2015;	NETO,	 2016).	As	 organizações	 estão	 gerando	
um	grande	volume	de	dados	que	necessitam	de	um	processo	de	gestão	específico	para	
garantir	a	sua	qualidade	(GANDOMI;	HAIDER,	2015;	FREUND	et al.,	2019).
O	maior	diferencial	da	Big	Data	é	a	capacidade	de	tratar	qualquer	tipo	de	registro	
digital,	 sendo	 que	 no	 setor	 agrícola	 determinados	 registros	 são	 indispensáveis,	 tais	
como	(LUKOIANOVA;	RUBIN,	2014;	GANDOMI;	HAIDER,	2015;	NETO,	2016):
• vídeos	de	geolocalização;
• características	físicas,	químicas	e	biológicas	do	solo;
• históricos	de	consumo	e	disponibilidade	dos	recursos	hídricos;
• rotação	de	cultura.
Os	cinco	princípios	do	Big	Data	estão	relacionados	ao	algoritmo	que	usa	uma	
grande	quantidade	de	informações	concretas,	coletadas	em	tempo	real	e	que	podem	
gerar	conhecimento	para	tomada	de	decisão	(FREUND	et al.,	2019).	
30
FIGURA 14 – CINCOPRINCÍPIOS DO BIG DATA
FONTE: <https://blog.neoway.com.br/o-que-e-big-data/>. Acesso em: 22 jun. 2021.
A	 avaliação	 adequada	 possibilita	 a	 identificação	 antecipada	 de	 ameaças	 e	
vulnerabilidades,	 e	 garante	 ações	 preventivas	 para	 reduzir	 riscos	 e	 evitar	 prejuízos	
(LUKOIANOVA;	 RUBIN,	 2014;	 FREUND	 et al.,	 2019).	 A	 característica	 veracidade	 em	
ambientes Big Data	refere-se	ao	grau	de	credibilidade	dos	dados,	sendo	que	os	mesmos	
devem	 apresentar	 confiabilidade	 significativa	 para	 proporcionar	 valor	 e	 utilidade	 aos	
resultados	gerados	a	partir	deles	(LUKOIANOVA;	RUBIN,	2014;	GANDOMI;	HAIDER,	2015;	
NETO,	2016).
QUADRO 7 – DESCRIÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO BIG DATA
PRINCÍPIO DESCRIÇÃO
VOLUME
Considera	 a	 grande	 quantidade	 de	 dados	 gerada	 por	
organizações,	usuários	e	dispositivos.
VARIEDADE
Refere-se	 aos	 diversos	 tipos	 e	 formatos	 de	 dados	 que	 são	
gerados	e	precisam	ser	suportados	pelos	ambientes	de Big Data.
VELOCIDADE
Relacionada	 com	 o	 tempo	 de	 resposta	 para	 determinada	
requisição.
VERACIDADE
Relacionada	 com	a	 qualidade	 e	 fidelidade	 dos	 dados,	 ou	 seja,	
com	o	grau	de	precisão	e	confiabilidade	que	o	dado	possui.
VALOR
Refere-se	à	utilidade	dos	dados	e	a	sua	importância	dentro	de	
um	determinado	contexto.
VARIABILIDADE Mudança	de	significado	que	o	dado	sofre	ao	longo	do	tempo.
VISUALIZAÇÃO Refere-se	à	eficácia	da	forma	de	apresentação	dos	dados.
FONTE: Adaptado de Freund et al. (2019)
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-99362019000200124&lng=pt&nrm=iso#B17
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-99362019000200124&lng=pt&nrm=iso#B17
31
Os	dados,	portanto,	são	ferramentas	capazes	de	promover	a	integração	entre	
setores	públicos	e	a	sociedade,	 tendo	os	seguintes	benefícios	 (FREUND	et al.,	 2019;	
NETO,	2016):
• Conscientização	situacional:	o	setor	público,	bem	como	a	população	compreendem	
as	tendências	com	base	em	dados	reais.
• Relação	de	causa	e	efeito	das	medidas	tomadas:	mensura	quais	variáveis	causam	
determinado	problema	e	quais	auxiliam	na	busca	da	solução.
• Previsibilidade:	característica	de	real-time	do	Big	Data,	sendo	essencial	na	definição	
de	ações,	riscos	e	demandas.
• Avaliação	de	impacto:	possibilita	observar	a	localização	dos	obstáculos	que	interferem	
no	sucesso	das	ações.
Portanto,	o	Big	Data	não	é	somente	uma	estrutura	de	armazenamento	moderna,	
mas	 uma	 evolução	 do	 ciclo	 de	vida	 dos	 dados	 dentro	 de	 uma	 aplicação	 (GANDOMI;	
HAIDER,	 2015;	 NETO,	 2016;	 FREUND	 et al.,	 2019).	 Isso	 porque	 suporta	 a	 coleta,	 o	
armazenamento,	o	processamento,	a	análise	e,	ainda,	a	visualização	de	conjuntos	de	
dados	(GANDOMI;	HAIDER,	2015).	Considerando	as	cidades	inteligentes,	as	ferramentas	
do	de	Big	Data	são	utilizadas	para	o	gerenciamento	dos	dados	gerados	nas	cidades	
(NETO,	2016;	FREUND	et al.,	2019).	Alguns	exemplos	do	uso	de	Big	Data	em	cidades	
inteligentes	(GANDOMI;	HAIDER,	2015;	NETO,	2016;	FREUND	et al.,	2019):
• reconhecimento	de	padrões	em	trânsito	usando	dados	históricos	para	descobrir	as	
causas	e	evitar	congestionamentos;
• facilitar	 as	decisões	de	administradores	da	cidade	usando	análises	 sobre	grandes	
conjuntos	de	dados;
• prever	 a	 quantidade	 de	 energia	 elétrica	 utilizada	 em	 diferentes	 dias	 e	 horários	
utilizando	dados	históricos	e	fluxos	de	dados	em	tempo	real;
• prever	a	demanda	do	uso	de	transporte	público	utilizando	dados	históricos	sobre	a	
venda	de	passagens;
• detectar	 automaticamente	 problemas	 de	 segurança	 pública	 utilizando	 fluxos	 de	
dados	de	sensores	e	redes	sociais.	
4.1 COMPUTAÇÃO EM NUVEM
A	computação	em	nuvem	oferece	uma	infraestrutura	importante	ao	desenvol-
vimento	das	aplicações	das	cidades	inteligentes,	já	que	armazena	e	processa	os	dados	
(TIGRE;	NORONHA,	2013;	ASHTON;	TOMAZZONI;	EMMENDOERFER,	2014).	Além	disso,	
uma	cidade	inteligente	pode	ser	muito	dinâmica,	precisando	de	reconfigurações	auto-
máticas	de	sua	infraestrutura,	e	isso	é	auxiliado	pela	computação	em	nuvem	(TIGRE;	
NORONHA,	 2013;	 ASHTON;	 TOMAZZONI;	 EMMENDOERFER,	 2014;	 LUDERMIR,	 2021).	
Conforme	Tigre	e	Noronha	(2013,	p.	119):
32
A	computação	em	nuvem	(cloud computing)	simboliza	a	tendência	
de	colocar	toda	a	 infraestrutura	e	 informação	disponível	de	forma	
digital	 na	 Internet,	 incluindo  software  aplicativo,	 ferramentas	
de	 busca,	 redes	 de	 comunicação,	 provedores,	 centros	 de	
armazenamento	e	processamento	de	dados.	O	Protocolo	 Internet	
(IP)	 constitui	 a	 linguagem	 universal	 que	 permite	 a	 padronização	
dos	pacotes	de	diferentes	mídias	e	comporta	o	 tráfego	 indistinto	
de	voz,	dados	e	imagens.	A	infraestrutura	é	acessada	por	terminais	
e	 dispositivos	 móveis	 que	 conectam	 a	 nuvem	 ao	 ser	 humano.	
O	 conceito	 de	 nuvem	 é	muito	 importante	 porque	 permite	 que	 a	
computação	se	transforme	em	uma	utilidade	pública,	pois	os	bens	da	
informação	são não	rivais e	podem	ser	utilizados	simultaneamente	
por	ilimitados	usuários.
FIGURA 15 – COMO FUNCIONA A COMPUTAÇÃO EM NUVEM
FONTE: <https://www.mandic.com.br/cloud/>. Acesso em: 22 jun. 2021.
As	características	principais	dos	serviços	oferecidos	pela	computação	em	nuvem	
são  (SANCHEZ;	 CAPPELLOZZA,	 2012;	 TIGRE;	 NORONHA,	 2013;	 ASHTON;	 TOMAZZONI;	
EMMENDOERFER,	2014):
• Acesso	 sob	 demanda:  	 atendimento	 da	 demanda	 de	 recursos	 computacionais	
conforme	o	requerido	pelo	processo.	Isso	acarreta	acréscimo	ou	redução	de	recursos	
computacionais	conforme	as	necessidades	do	usuário.
• Pay-per-use: 	calcula	os	pagamentos	aos	fornecedores	conforme	o	uso	dos	serviços.
• Conectividade: característica	que	requer	que	o	acesso	aos	servidores	seja	efetuado	
em	alta	velocidade,	isso	possibilita	maior	tráfego	de	informações.
33
• Compartilhamento:  	 refere-se	 à	 possibilidade	 de	 ganhos	 de	 escala	 nas	 receitas	
dos	 serviços	 de	 computação	 em	 nuvem	 pelo	 compartilhamento	 do	 excesso	 de	
capacidade	de	infraestrutura	de	TI	entre	grupos	de	clientes.
• Abstração:	 clientes	 que	 desconhecem	 o	 local	 físico	 de	 hospedagem	 de	 suas	
informações.
Portanto,	a	computação	em	nuvem	é	primordial	para	fornecer	a	infraestrutura	
para	armazenar	e	executar	os	serviços	de	uma	cidade	(SANCHEZ;	CAPPELLOZZA,	2012;	
TIGRE;	 NORONHA,	 2013;	 ASHTON;	 TOMAZZONI;	 EMMENDOERFER,	 2014).	 Os	 dados	
podem	ser	provenientes	de	uma	rede	implantada	com	as	ideias	de	IoT	e	encaminhadas	
à	 infraestrutura	de	computação	em	nuvem,	onde	os	dados	são	processados	usando	
ferramentas	de	Big	Data	(SANCHEZ;	CAPPELLOZZA,	2012;	TIGRE;	NORONHA,	2013).	
4.2 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Nos	 últimos	 anos,	 houve	 um	 crescimento	 considerável	 da	 presença	 da	
Inteligência	Artificial	(IA)	na	rotina	diária	da	sociedade.	O	uso	da	IA	ocorre	em	atividades	
comuns,	tais	como:	ler	mensagens	encaminhadas	por	e-mail;	utilizar	a	máquina	de	lavar	
roupas;	 dirigir	 um	veículo	 autônomo	 ou	 semiautônomo;	 ou	 ainda,	 escolher	 um	filme	
para	assistir	em	uma	plataforma	de	streaming	(SANCHEZ;	CAPPELLOZZA,	2012;	TIGRE;	
NORONHA,	2013;	RECH,	2020;	CARVALHO,	2021).	O	avanço	no	uso	da	IA	ocorre	por	meio	
de	três	eixos,	conforme	o	Quadro	8	(RECH,	2020;	CARVALHO,	2021).
QUADRO 8 – EIXOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
EIXOS DESCRIÇÃO
PRIMEIRO
Extração	de	dados	que	ocorreram	por	meio	do	desenvolvimento	
de	novos	sensores,	incluindo	câmeras.
SEGUNDO
Armazenamento	 de	 dados,	 por	 meio	 de	 novos	 materiais	 que	
aumentaram	a	capacidade	de	armazenamento,	melhorando	sua	
confiabilidade	e	reduzindo	custos.
TERCEIRO
Transmissão	de	dados	em	decorrência	das	redes	de	computadores	
e	pela	internet,	que	conecta	mais	dispositivos,	ou	coisas,	do	que	
pessoas.
FONTE: Adaptado de Carvalho (2021)
A	IA	pode	ser	caracterizada	em	três	tipos,	de	acordo	com	o	Quadro	9.
34
QUADRO 9 – TIPOS DE IA
IA Focada IA Generalizada IA Superinteligente
Consiste	de	algoritmos	
especializados	em	resolver	
problemas	em	uma	área	e/ou	um	
problema	específico.
Os	sistemas	são	capazes	
de	armazenar	uma	grande	
quantidadede	dados	e	os	
algoritmos	podem	realizar	tarefas	
complexas.	Entretanto,	sempre	
focadas	no	objetivo	para	o	qual	
foram	desenvolvidos.	Exemplos:	
Sistemas	Especialistas	e	
Sistemas	de	Recomendação.
Os	algoritmos	
desenvolvidos	são	
capazes	de	realizar	
inúmeras	tarefas.	Nestes	
casos,	geralmente	
os	algoritmos	usam	
técnicas	de	aprendizado	
de	máquina	como	
ferramenta.	O	
desempenho	dos	
algoritmos	pode	
ser	semelhante	aos	
humanos.
Os	algoritmos	são	mais	
capazes	que	humanos	
em	praticamente	todas	
as	atividades.	Ainda	
não	existem	sistemas	
com	IA	Superinteligente	
e	não	se	sabe	se	
existirão	sistemas	
mais	inteligentes	
que	os	humanos	
desenvolvidos	com	
técnicas	de	IA.
FONTE: Adaptado de Ludermir (2021)
As	técnicas	do	aprendizado	de	máquina	são	orientadas	a	dados,	ou	seja,	podem	
aprender	 de	modo	 automático	 a	 partir	 de	 grandes	 volumes	 de	 dados	 (RECH,	 2020;	
CARVALHO,	 2021;	 LUDERMIR,	 2021).	 Existem	 três	 tipos	 principais	 de	 aprendizado	 de	
máquina,	conforme	a	figura	a	seguir.
FIGURA 16 – TIPOS DE APRENDIZADO DE MÁQUINA
FONTE: <https://bit.ly/3oh4wx0>. Acesso em: 22 jun. 2021.
35
A	utilização	de	aprendizado	de	máquina	na	busca	de	soluções	precisa	de	alguns	
pré-requisitos	 bem	 construídos	 e	 atualizados	 (TIGRE;	 NORONHA,	 2013;	 LUDERMIR,	
2021).	Os	dados	devem	ser	confiáveis,	por	 isso	é	 importante	a	utilização	de	técnicas	
que	melhorem	 a	 qualidade	 dos	 dados	 (RECH,	 2020;	 CARVALHO,	 2021;	 MAZO	 et al.,	
2021).	Porém,	é	preciso	considerar	que	nem	todo	algoritmo	de	aprendizado	de	máquina	
consegue	 resolver	 todos	 problemas,	 por	 isso	 é	 importante	 efetuar	 a	 seleção	 dos	
conjuntos	 de	 algoritmos	 adequados	 para	 a	 solução	 do	 problema	 (TIGRE;	 NORONHA,	
2013).	 Posteriormente,	 é	 preciso	 definir	 os	 parâmetros	 dos	 algoritmos	 para	 depois	
verificar	 se	 o	 algoritmo	 está	 resolvendo	 o	 problema	 com	 eficiência	 (RECH,	 2020;	
CARVALHO,	2021;	MAZO	et al.,	2021;	LUDERMIR,	2021).	Por	último,	o	sistema	precisa	ser	
atualizado,	porque	as	alterações	nos	dados	podem	acarretar	falhas	de	funcionamento	
do	sistema.	
QUADRO 10 – TIPOS DE APRENDIZADO DE MÁQUINA
TIPO DESCRIÇÃO
Aprendizado 
Supervisionado
Para	cada	exemplo	apresentado	ao	algoritmo	de	aprendizado	
é	necessário	apresentar	a	resposta	desejada.	Desta	maneira,	
cada	exemplo	é	descrito	por	um	vetor	de	valores	(atributos)	
e	pelo	rótulo	da	classe	associada.	O	objetivo	do	algoritmo	é	
construir	um	classificador	que	possa	determinar	corretamente	
a	classe	de	novos	exemplos	ainda	não	rotulados.	Esse	método	
de	aprendizado	é	o	mais	usado.
Aprendizado não 
Supervisionado
Os	 exemplos	 são	 fornecidos	 ao	 algoritmo	 sem	 rótulos.	 O	
algoritmo	agrupa	os	exemplos	pelas	similaridades	dos	seus	
atributos.	O	algoritmo	analisa	os	exemplos	fornecidos	e	tenta	
determinar	se	alguns	deles	podem	ser	agrupados	de	algum	
modo,	 formando	 agrupamentos.	 Após	 a	 determinação	 dos	
agrupamentos	é	preciso	uma	análise	para	determinar	o	que	
cada	agrupamento	significa	no	contexto.
Aprendizado por 
Reforço
O	algoritmo	não	recebe	a	resposta	correta,	mas	recebe	um	
sinal	de	reforço,	de	recompensa	ou	punição.	O	algoritmo	faz	
uma	 hipótese	 baseado	 nos	 exemplos	 e	 determina	 se	 essa	
hipótese	foi	boa	ou	ruim.	
FONTE: Adaptado de Ludermir (2021)
Uma	das	 técnicas	mais	 utilizadas	 de	 aprendizado	 de	máquina	 são	 as	Redes	
Neurais	 Artificiais	 (RNA),	 que	 são	 considerados	 modelos	 matemáticos	 que	 se	
assemelham	nas	estruturas	neurais	biológicas	(RECH,	2020;	CARVALHO,	2021;	MAZO	et 
al.,	2021;	LUDERMIR,	2021).	Estes	possuem	a	capacidade	computacional	adquirida	por	
meio	de	aprendizado.	Segundo	Ludermir	(2021,	p.	89):
36
O	número	de	neurônios	em	uma	RNA	determina	a	sua	capacidade	de	
generalização,	tanto	quanto	sua	qualidade	na	resolução	do	proble-
ma.	A	determinação	do	número	de	neurônios	depende	da	comple-
xidade	do	problema,	no	entanto	não	existem	estudos	que	provem	
como	deve	ser	feita	essa	distribuição	de	neurônios	por	camada.
FIGURA 17 – REDES NEURAIS ARTIFICIAIS (RNA)
FONTE: <https://nutrimosaic.com.br/redes-neurais-artificiais-aplicadas-a-zootecnia/>. Acesso em: 22 
jun. 2021.
Portanto,	 a	 utilização	 da	 IA	 está	 transformando	 a	 rotina	 dos	 indivíduos	 da	
sociedade	moderna,	tanto	que	de	acordo	com	Rech	(2020,	p.	90):
A	 inteligência	 artificial	 vem	 sendo	 defendida	 para	 a	 solução	 dos	
problemas	 urbanos	 de	 nossas	 cidades	 futuras.	 O	 tema	 tem	 sido	
tratado	 como	 cidades	 inteligentes,	 tendo	 a	 tecnologia	 como	
instrumento	 de	 planejamento	 dos	 atuais	 problemas	 enfrentados	
pelas	cidades.	O	crescimento	tecnológico	precisa	ser	transformado	
em	desenvolvimento	sustentável,	em	que	a	 inovação,	a	tecnologia,	
a	inteligência	artificial,	tenham	como	plataforma	de	planejamento,	o	
meio	ambiente.
Desse	 modo,	 você	 pôde	 perceber	 ao	 longo	 deste	 tópico,	 que	 as	 cidades	
inteligentes	 geram	 dados	 que	 oferecem	 maior	 eficiência	 dos	 serviços	 públicos	
interconectando	 inúmeros	pontos	da	cidade.	 Isso	garante	que	a	tomada	de	decisões	
seja	 embasada	 em	 dados	 reais	 gerando	 efeitos	 positivos	 na	 gestão	 pública	 (JUMP,	
2007;	ANTONIALLI; KIRA,	2020;	LOGSDON;	FABRÍCIO,	2020).
37
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 A	 popularização	 dos	 dispositivos	 móveis	 conectados	 à	 internet,	 o	 menor	 custo	
de	 armazenamento	 de	 dados,	 bem	 como	 as	 técnicas	 de	 análise	 de	 big	 data	 são	
novidades	que	vêm	contribuindo	para	que	uma	maior	quantidade	de	dados	esteja	à	
disposição	dos	gestores	públicos.
•	 A	 cidade	 pode	 ser	 vista	 como	 uma	 unidade	 ambiental,	 em	 que	 os	 elementos	 e	
processos	ambientais	são	inter-relacionados	e	interdependentes,	de	modo	que	uma	
mudança	em	qualquer	componente	terá	impacto	nos	outros	componentes.	
•	 A	 Internet	das	Coisas	 (IoT)	é	considerada	uma	conexão	de	objetos	da	rotina	diária	
da	 sociedade	moderna,	 por	 exemplo:	 lâmpadas	para	 iluminação	pública;	 sensores	
de	qualidade	de	água	e	ar;	entre	outros.	Os	objetos	são	identificados	com	um	nome	
único,	sua	posição	e	estado	conhecidos,	e	devem	ser	acessíveis	através	de	uma	rede	
interoperável.	
•	 O	 conceito	 de	Big	Data  diz	 respeito	 a	 grandes	volumes	 de	 dados	 com	diferentes	
características,	ou	seja,	dados	heterogêneos	e	de	diferentes	fontes.	As	organizações	
estão	 gerando	 um	 grande	 volume	 de	 dados	 que	 necessitam	 de	 um	 processo	 de	
gestão	específico	para	garantir	a	sua	qualidade.	
•	 O	maior	diferencial	da	Big	Data	é	a	capacidade	de	tratar	qualquer	tipo	de	 registro	
digital,	sendo	que	no	setor	agrícola	determinados	registros	são	indispensáveis.
•	 A	computação	em	nuvem	oferece	uma	infraestrutura	importante	para	o	desenvolvi-
mento	das	aplicações	das	cidades	inteligentes,	já	que	armazena	e	processa	os	dados.	
A	computação	em	nuvem	é	primordial	para	fornecer	a	infraestrutura	para	armazenar	
e	executar	os	serviços	de	uma	cidade.		
•	 Os	dados	podem	ser	provenientes	de	uma	rede	 implantada	com	as	 ideias	de	 IoT	e	
encaminhadas	 à	 infraestrutura	 de	 computação	 em	 nuvem,	 onde	 os	 dados	 são	
processados	usando	ferramentas	de	Big	Data.
•	 Nos	últimos	anos,	houve	um	crescimento	considerável	da	presença	da	Inteligência	
Artificial	(IA)	na	rotina	diária	da	sociedade.	O	uso	da	IA	ocorre	em	atividades	comuns,	
tais	como:	ler	mensagens	encaminhadas	por	e-mail;	utilizar	a	máquina	lavar	roupas;	
dirigir	um	veículo	autônomo	ou	semiautônomo.
38
1	 A	expansão	das	Tecnologias	da	Informação	e	Comunicação	(TIC)	relacionadas	com	
acesso	a	redes	de	sensores	que	produzem	dados	minuciosos	sobre	as	atividades	que	
ocorrem	nos	ambientes	urbanos	prometem	 revolucionar	a	vida	 social	nos	centros	
urbanos.	Considerando	esta	afirmação,	elabore	um	quadro	com	o	desenvolvimento	
de	novas	tecnologias	e	a	influência	nas	cidades.
2	 A	 Internet	das	Coisas	 (IoT)	é	considerada	uma	conexão	de	objetos	da	rotina	diária	
da	 sociedade	moderna,	 por	 exemplo:	 lâmpadas	para	 iluminação

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