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Indaial – 2021 Cidades inteligentes Prof. Nader Ghoddosi 1a Edição inteligênCia artifiCial em Elaboração: Prof. Nader Ghoddosi Copyright © UNIASSELVI 2022 Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI Impresso por: G427i Ghoddosi, Nader Inteligência artificial em cidades inteligentes. / Nader Ghoddosi – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 199 p.; il. ISBN 978-65-5663-962-8 ISBN Digital 978-65-5663-963-5 1. Técnicas de inteligência artificial. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 004 Caro acadêmico! Estamos iniciando o estudo da disciplina Inteligência Artificial em cidades inteligentes. Esta disciplina objetiva apontar influência de Inteligência Artificial em cidades, abordando uso de tecnologias emergentes e técnicas de Inteligência Artificial (IA) nos centros urbanos e demonstrando a importância da IoT para o planejamento sustentável da cidade inteligente. Além disso, será destacada a importância dos indicadores para o fortalecimento das cidades inteligentes. Recomendamos fortemente que você realize todos os exemplos e exercícios resolvidos para um aproveitamento excepcional da disciplina. Neste contexto, o livro de estudos de Inteligência Artificial em cidades inteligen- tes está dividido em três unidades de estudo: Unidade 1 – As cidades do futuro; Unidade 2 – Internet das coisas e a evolução das cidades; Unidade 3 – Sociedade inovadora e as cidades inteligentes. Aproveito a oportunidade para destacar a importância de desenvolver as autoatividades, lembrando que essas atividades NÃO SÃO OPCIONAIS. Elas objetivam a fixação dos conceitos apresentados. Em caso de dúvida na realização das atividades, sugiro que você entre em contato com seu tutor externo ou com a tutoria da UNIASSELVI, não prosseguindo as atividades sem ter sanado todas as dúvidas que irão surgindo. Bons estudos! Sucesso na sua trajetória acadêmica e profissional! Professor Nader Ghoddosi APRESENTAÇÃO Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos. GIO QR CODE Olá, eu sou a Gio! No livro didático, você encontrará blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que você poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! ENADE LEMBRETE Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conheci- mento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa- res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! SUMÁRIO UNIDADE 1 - AS CIDADES DO FUTURO ...................................................................1 TÓPICO 1 - AS CIDADES DO FUTURO: CIDADES INTELIGENTES ......................... 3 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 2 CIDADES INTELIGENTES: DEFINIÇÕES E DESAFIOS ........................................4 2.1 INDICADORES DA CIDADE INTELIGENTE ........................................................................7 2.2 ECONOMIA INTELIGENTE ...................................................................................................9 2.3 POPULAÇÃO INTELIGENTE ..............................................................................................11 2.4 GOVERNANÇA INTELIGENTE ..........................................................................................12 2.5 MOBLIDADE INTELIGENTE ...............................................................................................13 2.6 MEIO AMBIENTE INTELIGENTE .......................................................................................16 2.7 VIDA INTELIGENTE .............................................................................................................16 3 EVOLUÇÃO DA CIDADE DIGITAL À CIDADE INTELIGENTE ...............................17 RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................20 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................22 TÓPICO 2 - TECNOLOGIAS E CONCEITOS ...........................................................25 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................25 2 IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA E DA INOVAÇÃO ...........................................25 3 INTERNET DAS COISAS (IOT) ............................................................................26 4 BIG DATA ............................................................................................................29 4.1 COMPUTAÇÃO EM NUVEM ...............................................................................................31 4.2 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ..............................................................................................33 RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................37 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................38 TÓPICO 3 - PLATAFORMAS DE CIDADES INTELIGENTES .................................. 41 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 41 2 AS PLATAFORMAS E OS REQUISITOS PARA AS CIDADES INTELIGENTES ........ 41 2.1 REQUISITOS FUNCIONAIS DE UMA PLATAFORMA DE CIDADES INTELIGENTES ..........................................................................................42 2.2 REQUISITOS NÃO FUNCIONAIS DE UMA PLATAFORMA DE CIDADES INTELIGENTES ..........................................................................................46 3 OPENIOT .............................................................................................................52 4 INTERSCITY .......................................................................................................54 5 CIDAP ..................................................................................................................55 6 COMPUTAÇÃO EM NUVEM E BIG DATA ............................................................. 57 LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................58 RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................... 61 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................62 REFERÊNCIAS .......................................................................................................64 UNIDADE 2 — INTERNET DAS COISAS E A EVOLUÇÃO DAS CIDADES ..............69 TÓPICO 1 — INTERNET DAS COISAS (IoT) ............................................................71 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................71 2 EVOLUÇÃO DA IOT ..............................................................................................71 3 ELEMENTOS DA IOT .......................................................................................... 75 4 CONSTRUÇÃO DA IOT ........................................................................................ 77 5 ARQUITETURA BÁSICA DOS DISPOSITIVOS....................................................78 6 SOFTWARE PARA REDE DE OBJETOS INTELIGENTES.................................... 81 RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................85 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................86 TÓPICO 2 - A IOT E A SOCIEDADE ........................................................................89 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................89 2 REDES .................................................................................................................89 2.1 TIPOS DE REDES EM APLICAÇÕES IOT ........................................................................91 3 REDE 5G .............................................................................................................95 4 IOT NAS NUVENS ...............................................................................................98 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 101 AUTOATIVIDADE .................................................................................................102 TÓPICO 3 - PLANEJAMENTO URBANO E A INTERNET DAS COISAS ...............105 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................105 2 A IOT E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM MEIO URBANO ...............105 3 A IOT E AS CIDADES INTELIGENTES ..............................................................106 3.1 IOT E OS RECURSOS HÍDRICOS .................................................................................... 108 3.2 A IOT E OS RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................... 114 3.3 IOT E A REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA NAS CIDADES ..............................117 3.4 REDES VEICULARES ....................................................................................................... 119 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 121 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 125 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 126 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 129 UNIDADE 3 — SOCIEDADE INOVADORA E AS CIDADES INTELIGENTES ......... 135 TÓPICO 1 — SOCIEDADE INOVADORA ................................................................ 137 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 137 2 CAPITAL HUMANO E AS CIDADES INTELIGENTES ........................................ 137 3 INOVAÇÃO E O CAPITAL HUMANO ..................................................................140 4 INDICADORES E FATORES DE CAPITAL HUMANO EM UMA CIDADE INTELIGENTE ........................................................................................142 5 DESAFIOS DAS CIDADES PARA DESENVOLVER O CAPITAL HUMANO ..........144 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................146 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 147 TÓPICO 2 - A ECONOMIA E O CONHECIMENTO .................................................149 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................149 2 ECONOMIA NO CONTEXTO DAS CIDADES INTELIGENTES ...........................149 3 INDICADORES ECONÔMICOS DA ISO 37120:2018 ........................................154 4 INDICADORES ECONÔMICOS DA IESE CITY IN MOTION INDEX .................... 156 5 ECONOMIA, ASPECTO SOCIAL E CIDADES INTELIGENTES ..........................160 6 EXEMPLOS DE INICIATIVAS NO BRASIL ........................................................160 7 DESAFIOS E SOLUÇÕES PARA INOVAÇÃO DAS CIDADES INTELIGENTES ....................................................................................................164 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 165 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 166 TÓPICO 3 - TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ....................... 169 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 169 2 A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E AS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO .......... 169 3 AS TIC E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .............................................171 4 SUSTENTABILIDADE INTEGRAL ..................................................................... 175 4.1 RANKING CONNECTED SMART CITIES ........................................................................178 4.1.1 São Paulo ................................................................................................................... 180 4.1.2 Florianópolis ............................................................................................................. 183 4.1.3 Curitiba ...................................................................................................................... 184 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................186 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................189AUTOATIVIDADE .................................................................................................190 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 192 1 UNIDADE 1 - AS CIDADES DO FUTURO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender a definição de cidade inteligente; • entender as diferentes tecnologias que compõem a cidade inteligente; • diferenciar os requisitos funcionais e não funcionais relacionados com cidade inteligentes; • entender a importância da cidade inteligente para o futuro sustentável da sociedade moderna. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – AS CIDADES DO FUTURO: CIDADES INTELIGENTES TÓPICO 2 – TECNOLOGIAS E CONCEITOS TÓPICO 3 – PLATAFORMAS DE CIDADES INTELIGENTES Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 AS CIDADES DO FUTURO: CIDADES INTELIGENTES 1 INTRODUÇÃO O atual crescimento populacional, bem como a migração para os centros urbanos geraram muitos problemas sociais (CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021). As Projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que nos próximos 40 anos, a população mundial poderá crescer até mais de dois bilhões de pessoas (MAZO et al., 2021). Deste modo, a gestão pública enfrenta e enfrentará grandes desafios decorrentes da aglomeração urbana. Esses desafios exigirão dos gestores novas abordagens para seu planejamento, financiamento, execução e operação dos centros urbanos (CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021). Para esses desafios, a tecnologia é a mais cotada solução, já que pode reconfigurar os modos de viver, os modos de relacionar, bem como as experiências em geral (FREUND et al., 2019; JOAO et al., 2019; MAZO et al., 2021). Desse modo, o aumento dos centros urbanos irá demandar um novo olhar direcionado para planejamento inteligente das cidades, não somente pensando nos problemas de poluição e resíduos (JOAO et al., 2019; MAZO et al., 2021). Isso significa tornar as cidades preparadas para residentes, e ainda, para receber visitantes. Mas, afinal, o que significa tornar uma cidade inteligente? Esse conceito está atrelado ao desenvolvimento sustentável, inovação tecnológica, qualidade de vida populacional, otimização na utilização consciente dos recursos naturais, gestão eficiente com a integração tecnológica. Portanto, as cidades devem ser planejadas como espaços que garantam o acesso ao conhecimento; a geração de riqueza e criação de valor; por meio de ecossistemas institucionais públicos ou privados que proporcionem a busca por soluções inovadoras (SILVA et al., 2019; ANTONIALLI; KIRA, 2020; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020; FARINIUK, 2020; RECH, 2020; CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021). Neste tópico, vamos estudar os conceitos vinculados à cidade inteligente e a sua importância na configuração atual da gestão pública. TÓPICO 1 - UNIDADE 1 4 2 CIDADES INTELIGENTES: DEFINIÇÕES E DESAFIOS O desempenho dos centros urbanos depende da infraestrutura da cidade e social; da disponibilidade e qualidade da comunicação, tal como, do capital intelectual e social. Considerando este contexto é que o conceito de cidade inteligente foi abordado como algo estratégico para englobar fatores de produção urbana moderna (ANTONIALLI; KIRA, 2020; MAZO et al., 2021). O conceito da cidade inteligente surgiu na década de 1990 e evoluiu com o tempo. No início, o conceito estava focado na importância das tecnologias na superação dos desafios urbanos (SILVA et al., 2019; ANTONIALLI; KIRA, 2020; MAZO et al., 2021). Posteriormente, ocorreu a evolução do conceito considerando agora capital humano, educação e questões ambientais, como fatores primordiais para o desenvolvimento adequado das cidades (SILVA et al., 2019; ANTONIALLI; KIRA, 2020). Segundo Antonialli e Kira (2020, p. 3): Em comum as definições, parece estar o uso de tecnologias de informação e comunicação para a transformação de dinâmicas urbanas, tais como o planejamento urbano e territorial, o engajamento e a participação cidadã, as políticas de mobilidade, habitação, entre outras. Para tanto, é fundamental que a administração pública tenha a possibilidade de utilizar dados cada vez mais completos e precisos. A multiplicação de dispositivos conectados à internet (“internet das coisas”), os menores custos de armazenamento de dados, a popularização dos smartphones e das técnicas de análise de big data são algumas das novidades que contribuíram para que uma quantidade cada vez maior de dados estivesse à disposição dos gestores públicos. É importante salientar que uma cidade que utiliza tecnologias pode ser denominada como uma cidade digital. Entretanto, uma cidade inteligente proporciona melhoria da qualidade dos serviços oferecidos à população. Conforme a Fundação Getúlio Vargas (2019 apud ABREU; MARCHIORI, 2020 p. 531): Smart Cities são sistemas de pessoas interagindo e usando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida. Esses fluxos de interação são considerados inteligentes por fazer uso estratégico de infraestrutura e serviços e de informações e comunicação com planejamento e gestão urbana para dar resposta às necessidades sociais e econômicas da sociedade. [...] dez dimensões indicam o nível de inteligência de uma cidade: governança, administração pública, planejamento urbano, tecnologia, meio ambiente, conexões internacionais, coesão social, capital humano e a economia. 5 QUADRO 1 – CONCEITO DE CIDADES INTELIENTES AUTORES CONCEITO HALL et al. (2000) Uma cidade conectando a infraestrutura física, a infra- estrutura de TI, infraestrutura social e infraestrutura de negócios para alavancar a inteligência coletiva da cidade. GIFFINGER et al. (2007) Uma cidade inteligente é uma cidade com bom desem- penho construída sobre a combinação inteligente com ci- dadãos autodeterminados, independentes e conscientes. HARRISON et al. (2010) Uma cidade inteligente é uma cidade preparada para oferecer condições para uma comunidade saudável e feliz nas condições desafiadoras que as tendências globais, ambientais, econômicas e sociais podem trazer. CARAGLIU et al. (2011) Uma cidade passa ser inteligente quando os investimentos em capital humano e social e infraestruturas de comuni- cação tradicionais (transportes) e modernas (TIC) alimen- tam o crescimento econômico sustentável e uma elevada qualidade de vida, com uma gestão inteligente dos recur- sos naturais, através de uma governação participativa. DAMERI (2013) Uma cidade que monitora e integra condições de todas as suas infraestruturas críticas, incluindo estradas, pontes, túneis, ferrovias, metrôs, aeroportos, portos marítimos, comunicações, água, energia, mesmo grandes edifícios, podem otimizar melhor seus recursos, planejar suas atividades de manutenção preventiva e monitorar os aspectos de segurança, maximizando os serviços aos seus cidadãos. FONTE: Adaptado de Abreu e Marchiori (2020) e Antonialli e Kira (2020) Portanto, o que você pode perceber com as denominações do quadro apresentado é que a cidade inteligente utiliza novas tecnologias promovendo a melhoria da qualidade de vida populacional, por meio de serviços essenciais tais como: abastecimento de água, saneamento, gestãode resíduos sólidos, mobilidade urbana, saúde, educação e governança (ANTONIALLI; KIRA, 2020; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020; FARINIUK, 2020). As principais tecnologias utilizadas são as: • Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). • Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). • Tecnologias Geoespaciais (TG). 6 FIGURA 1 – AS DIMENSÕES DAS CIDADES INTELIGENTES FONTE: <https://bit.ly/3EP4u58>. Acesso em: 18 jun. 2021. Portanto, o conceito de cidade inteligente significa eficiência na gestão inteli- gente e integração das tecnologias da informação e comunicação com a participação efetiva da população (JOÃO et al., 2019; SILVA et al., 2019; ABREU; MARCHIORI, 2020). FIGURA 2 – EXEMPLO DE SETORES QUE PODEM SER IMPACTADOS DENTRO DE CIDADES INTELIGENTES FONTE: <https://bit.ly/39Wy4aV>. Acesso em: 18 jun. 2021. 7 A palavra inteligente é usada tanto para designar o desenvolvimento tecnológico quanto à inovação social e econômica. Por isso, existem inúmeros esforços aplicados nos estudos atuais para soluções inteligentes nas cidades que deram origem ao conceito de cidades inteligentes (ANTONIALLI; KIRA, 2020; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020; FARINIUK, 2020). QUADRO 2 – RELAÇÃO DA CIDADE INTELIGENTE COM SETORES DA SOCIEDADE SETORES DESCRIÇÃO COMUNICAÇÃO Implantação de modo significativo de comunicações de banda larga para o setor público e privado. EDUCAÇÃO Educação eficaz, treinamento e capital humano com conhecimento para realizar inúmeras atividades. POLÍTICAS Promover a democracia digital acabando com a exclusão digital para garantir que todos os setores da sociedade se beneficiem. SETOR PÚBLICO Inovação nos setores público e privado, bem como esforços para a criação de aglomerados empresariais e de capital de risco para financiar o desenvolvimento de novos empreendimentos. ECONOMIA Desenvolvimento econômico de marketing eficaz que use os recursos tecnológicos para atrair empregos e investimentos. FONTE: Adaptado de Abreu e Marchiori (2020) e Antonialli e Kira (2020) 2.1 INDICADORES DA CIDADE INTELIGENTE As cidades inteligentes surgem de um modelo de planejamento integrado com a capacidade de inovação e a cooperação entre todas as partes interessadas da sociedade (FERNANDES et al., 2019; JOÃO et al., 2019; SILVA et al., 2019). Isso promove a participação e a integração abrangente dos aspectos sociais da vida urbana (LUDERMIR, 2021). 8 FIGURA 3 – RECURSOS DE UMA CIDADE INTELIGENTE FONTE: <https://bit.ly/3FZxjwG>. Acesso em: 18 jun. 2021. Porém, para avaliar esse processo são necessários indicadores, sendo que o Fórum Comunidade Inteligente elaborou uma lista de indicadores que fornecem uma estrutura para a compreensão de como as comunidades e regiões podem ganhar uma vantagem competitiva na economia (FERNANDES et al., 2019; JOÃO et al., 2019; SILVA et al., 2019; LUDERMIR, 2021). QUADRO 3 – INDICADORES POR SETORES SETORES INDICADORES EDUCAÇÃO • Capacidade de monitorar a frequência de estudantes; • Disponibilizar materiais educativos para promover o conhecimento integrado; ENERGIA • Integração entre o sistema de distribuição de energia elétrica com as novas soluções das cidades inteligentes; • Potencial de ganho de escala e replicação de novas soluções de cidades inteligentes; • Possibilidade de haver fontes alternativas de energia; SEGURANÇA • Sistema de aviso rápido em caso de desastre ambiental; GOVERNANÇA • Existência de um banco de dados central aberto; • Acesso aberto de documentos governamentais não confidenciais; • Participação cidadã em mecanismos on-line; • Taxa de vazamento de informações; 9 SAÚDE • Existência de um extenso banco de dados sobre saúde pública; • Possibilidade de visita e controle remoto de pacientes; MORADIA • Medição de consumo de energia, gás e água por equipamentos inteligentes e conectados a aplicativos; • Existência de equipamentos inteligentes; • Capacidade de compartilhar internet e conteúdos de entretenimentos com outras aplicações; POPULAÇÃO • Serviços para pessoas com necessidades especiais; PLANEJAMENTO URBANO • Plano diretor e projetos de expansão da cidade disponíveis abertos e on-line; TELECOMUNICAÇÕES • Acesso livre à internet em espaços públicos; • Uso de tecnologia da comunicação em diferentes áreas (transporte, gestão de resíduos, água e energia). FONTE: Adaptado de Abreu e Marchiori (2020, p. 535) Com isso, você pode perceber que o conceito de cidade inteligente tem ligação na área política; na definição do capital em relação ao capital humano, social e relacional como fatores primordiais para o crescimento urbano. Agora, vamos estudar a relação do conceito cidades inteligentes com os setores da sociedade! 2.2 ECONOMIA INTELIGENTE Economia inteligente mensura do ponto de vista econômico a preparação de uma determinada cidade, usando parâmetros como qualidade das organizações e o seu ambiente para empreendedorismo (HARRISON et al., 2010; SANCHEZ; CAPPELLOZZA, 2012; TIGRE; NORONHA, 2013). A economia inteligente possui as seguintes características, conforme o Quadro 4. QUADRO 4 – CARACTERÍSTICAS DA ECONOMIA INTELIGENTE CARACTERÍSTICAS DESCRIÇÃO VERDE Implementar os princípios de desenvolvimento sustentável, economia limpa com uso eficiente dos recursos energéticos; DIGITAL Utilizar as tecnologias de comunicação e informação; 10 FUNCIONA EM REDE Desenvolver redes de competências, sociais, infraes- trutura e outras redes entre universidades, empresas, organizações, poder público e consumidores; para fins de criação, desenvolvimento e utilização de bens e serviços urbanos; SOCIALMENTE RESPONSÁVEL Atuar de modo social, ambiental, ética, legal e filantrópico. FONTE: Adaptado de Fariniuk (2020), Rech (2020), Carvalho (2021) e Mazo et al. (2021) Você pode perceber, analisando a Figura 4, que os elementos apresentam relações diretas uns com os outros. Sendo assim, entender que os elementos são parte de um todo é essencial para compreender o conceito da cidade inteligente. Conforme Barranco (2018, p. 16): Não deve-se confundir as pessoas inteligentes, nesta definição, como sendo pessoas com alta capacidade intelectual. Esta é uma definição das pessoas inteligentes no contexto da cidade inteligente. Desta forma, são pessoas que estão em constante evolução, sempre aprendendo coisas novas, são boas no que fazem, possuem consciência ecológica e são comprometidas com o desenvolvimento de uma sociedade cada vez melhor. FIGURA 4 – RELAÇÃO DA ECONOMIA INTELIGENTE COM A CIDADE INTELIGENTE FONTE: Barranco (2018, p. 15) Desse modo, a economia inteligente engloba inúmeras áreas e está relacionada aos demais elementos da cidade inteligente. Isso significa que depende do funcionamento adequado desses elementos para que atue de modo eficiente (BARRANCO, 2018; FARINIUK, 2020; RECH, 2020; CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021). 11 Por conta de sua abrangência, o desenvolvimento e a implementação da economia inteligente envolve autoridades públicas, organizações, associações empresariais, instituições de pesquisa e a sociedade (CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021). 2.3 POPULAÇÃO INTELIGENTE População inteligente mensura o desenvolvimento da população urbana uti- lizando parâmetros como educação, emprego e renda. Indivíduos que compõem uma cidade inteligente possuem destaque em suas atividades profissionais compondo uma população com índice de desenvolvimento humano (IDH) alto (BARRANCO, 2018; FER- NANDES et al., 2019; JOÃO et al., 2019). Outra característica importante é que a cida- de inteligente integra as universidades para potencializar a atração do humano de alto nível (FERNANDES et al., 2019; JOÃO et al., 2019; CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021). Algumas cidades inteligentes enfatizaram o investimento em tecnologiaavançada em oposição às necessidades da população (WEISS; BERNARDES; CONSONI, 2015; KON; SANTANA, 2017). Isso resultou em altos custos e pouco retorno efetivo, por isso, cidades inteligentes precisam aproveitar a infraestrutura de tecnologia para possibilitar a colaboração entre as comunidades e entre os indivíduos e os setores públicos (KON; SANTANA, 2017; FERNANDES et al., 2019; JOÃO et al., 2019). Mas, para isso, é primordial que o setor público faça investimento em treinamento, e que os profissionais tenham capacidade básica para realizar o processo de gerenciamento de dados (KON; SANTANA, 2017; BARRANCO, 2018). O que se pode observar é que as maiores taxas de crescimento urbano foram alcançadas em cidades onde existem profissionais capacitados e disponíveis. Assim, a inovação é motivada por empreendedores que buscam inovar no mercado exigindo profissionais cada vez mais qualificados (KON; SANTANA, 2017; BARRANCO, 2018; MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021). Portanto, o objetivo de uma cidade inteligente é por meio dos seguintes fatores, segundo Kon e Santana (2017) e Barranco (2018): • integração de camadas físicas (capacidade humana), institucionais e de infraestrutura digital; • disponibilização de serviços de qualidade; • população e empresas inovadoras; • ambiente urbano seguro, agradável e inclusivo. 12 FIGURA 5 – RELAÇÃO DOS FATORES HUMANOS COM O CONCEITO DE CIDADES INTELIGENTES FONTE: <https://bit.ly/3kKRANB>. Acesso em: 20 jun. 2021. 2.4 GOVERNANÇA INTELIGENTE Governança inteligente mensura a qualidade e transparência da gestão pública municipal com indicadores como facilidade na utilização dos serviços públicos, capital investido em tecnologia, transparência na disponibilidade dos dados, na utilização e gerenciamento de recursos públicos (KON; SANTANA, 2017; BARRANCO, 2018; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). Para isso, a governança de uma cidade inteligente precisa abranger a prestação de contas inovando de modo constante a governança eletrônica. Esse processo trará benefícios à população melhorando a capacidade do setor público em fornecer serviços de modo eficaz e eficiente (KON; SANTANA, 2017; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). É ne- cessário ainda uma formulação de política pública participativa no processo de plane- jamento, implementação e monitoramento urbano, bem como a discussão de um orça- mento participativo (BARRANCO, 2018; FARINIUK, 2020; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). 13 FIGURA 6 – CARACTERÍSTICAS DE UM GOVERNO INTELIGENTE FONTE: <https://bit.ly/2XSSGOc>. Acesso em: 20 jun. 2021. Portanto, você pode perceber através da figura que determinadas ações estão relacionadas com a criação de governos participativos tendo o foco no cidadão (KON; SANTANA, 2017; RIZZON et al., 2017). O engajamento do cidadão pode auxiliar no pro- cesso legislativo, já que os habitantes podem opinar sobre leis em um website fornecido pelo governo (FARINIUK, 2020). Após esse processo participativo, a lei é colocada para voto popular. 2.5 MOBLIDADE INTELIGENTE Mobilidade inteligente está relacionada à facilidade da mobilidade nos centros urbanos considerando os diversos tipos de transporte (KON; SANTANA, 2017; RIZZON et al., 2017; BARRANCO, 2018; ABREU; MARCHIORI, 2020). Os indicadores para mensurar a mobilidade são os quilômetros de congestionamento, tamanho da malha metroviária e quantidade de indivíduos que utilizam o transporte público ou não poluente (KON; SANTANA, 2017; RIZZON et al., 2017). A mobilidade inteligente inclui, portanto, transporte e indivíduos, sendo que a cidade precisa gerenciar de modo adequado o fluxo de veículos, pedestres e o congestionamento de tráfego (ABREU; MARCHIORI, 2020). Porém, é preciso ter opções de transporte e um sistema de transporte eficiente em massa (KON; SANTANA, 2017). A acessibilidade precisa ser alcançada para auxiliar as pessoas com necessidade especiais a se locomoverem com mais facilidade pela cidade (KON; SANTANA, 2017; BARRANCO, 2018; ABREU; MARCHIORI, 2020; MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021). Isso acarreta mudanças na infraestrutura e no design urbano, como sinais de trânsito com alto-falantes, calçadas com indicações e bem pavimentadas, ônibus adaptado, entre outros recursos de acessibilidade (MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021). 14 FIGURA 7 – MOBILIDADE INTELIGENTE INCLUINDO PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS FONTE: <https://guiaderodas.com/cidades-inteligentes-inclusivas/>. Acesso em: 20 jun. 2021. Cada indivíduo também pode contribuir para que o sistema de transporte seja mais eficiente com o auxílio de roteamento de tráfego inteligente através de aplicativos que fornecem informações em tempo real sobre o tráfego (JUMP, 2007; KON; SANTANA, 2017; ABREU; MARCHIORI, 2020; MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021). FIGURA 8 – APLICATIVO GOOGLE MAPS FONTE: <http://glo.bo/3GjlvWg>. Acesso em: 20 jun. 2021. Leia a GIO a seguir, com mais exemplos sobre a mobilidade inteligente! https://guiaderodas.com/cidades-inteligentes-inclusivas/ 15 Para as pessoas que utilizam carros estão sendo implementados estacionamentos inteligentes com sensores que alertam o motorista em relação à disponibilidade de vaga. Garagens que estacionam os carros sem ajuda do motorista são soluções para organizar os veículos de modo que ocupem o menor espaço possível. Nesse caso, um dispositivo é acionado por um aplicativo de celular e não exige a presença do motorista, tornando as manobras totalmente autônomas. A direção e o estacionamento autônomos são importantes pilares para a mobilidade do futuro. A aprovação das autoridades cria um precedente para obter validação para o serviço de estacionamento em garagens do mundo todo. Além disso, existem os estacionamentos verdes, que são autossustentáveis em termos de energia e recarregam carros elétricos. FONTE: <https://bit.ly/3EYB2tG>. Acesso em: 20 jun. 2021. FIGURA – ESTACIONAMENTOS AUTÔNOMOS NOTA FONTE: <https://bit.ly/3EYB2tG>. Acesso em: 20 jun. 2021. Veículos autônomos já são opção em algumas cidades, ocasionando mudanças no processo de transporte de passageiros. FIGURA – CARROS AUTÔNOMOS EM NOVA YORK FONTE: <https://bit.ly/3ugZz86>. Acesso em: 20 jun. 2021. 16 2.6 MEIO AMBIENTE INTELIGENTE Meio ambiente inteligente avalia a sustentabilidade na cidade tendo como indicadores a poluição ambiental, eficiência na utilização dos recursos não renováveis e a quantidade de resíduos reciclados (JUMP, 2007; KON; SANTANA, 2017; MAZO et al., 2021). Considerando a gestão de resíduos têm-se os programas de coleta seletiva e reciclagem, sendo que estes são realizados com base na conscientização da sociedade (KON; SANTANA, 2017; BARRANCO, 2018; ABREU; MARCHIORI, 2020; MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021). Outro ponto importante é sobre o uso de recursos hídricos e sobre o consumo de energia elétrica, sendo que o investimento em tecnologias para energia renovável é essencial (KON; SANTANA, 2017; BARRANCO, 2018; MAZO et al., 2021). FIGURA 9 – EXEMPLOS DE ENERGIA DE FONTES RENOVÁVEIS FONTE: <https://bit.ly/3B97eYI>. Acesso em: 20 jun. 2021. 2.7 VIDA INTELIGENTE Vida inteligente está relacionada à qualidade de vida da população utilizando indicadores tais como (JUMP, 2007; KON; SANTANA, 2017): • Entretenimento. • Segurança pública. • Acesso à cultura. • Disponibilidade ecessibilidade de áreas verdes. • Número de bibliotecas. Desse modo, uma cidade inteligente precisa valorizar a história, a cultura, bem como as riquezas naturais (JUMP, 2007). Porém, precisa garantir segurança e a quali- dade de vida de seus habitantes, sendo que a segurança deve ocorrer também no meio cibernético (KON; SANTANA, 2017; BARRANCO, 2018; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). 17 Os espaços públicos precisam ser revitalizados considerando a mobilidade e a segurança, já que esses espaços melhoram a qualidade de vida da população, bem como afetam de modo positivo o comércio local(KON; SANTANA, 2017; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). FIGURA 10 – REVITALIZAÇÃO DO PARQUE SÃO LOURENÇO, EM CURITIBA FONTE: <https://bit.ly/3wSJjNE>. Acesso em: 20 jun. 2021. 3 EVOLUÇÃO DA CIDADE DIGITAL À CIDADE INTELIGENTE A cidade digital oferece interoperabilidade, ou seja, o sistema tem a capacidade de se comunicar de modo transparente com outro sistema. Na prática da rotina das cidades, isso significa que os serviços governamentais com base na internet possibilitam uma conectividade com os processos do governo, facilitando o acesso tanto de outras instituições públicas quanto para cidadãos (WEISS; BERNARDES; CONSONI, 2015; KON; SANTANA, 2017; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). Portanto, os serviços da cidade digital são acessíveis através de dispositivos wireless móveis. Entretanto, as cidades inteligentes são ambientes que incorporam as tecnologias de informação e comunicação desenvolvendo espaços interativos e inteligentes. Conforme Weiss, Bernardes e Consoni (2015, p. 313): A abordagem de cidades inteligentes inclui tecnologias que promovem maior eficiência energética e otimização na produção de bens e serviços; sistemas inteligentes para o monitoramento e gerenciamento das infraestruturas urbanas e antecipação a acidentes naturais; soluções de colaboração e redes sociais; sistemas integrados para a gestão de ativos; sistemas especializados de atenção à saúde e educação que permitem a interação com os atores por intermédio da internet; sistemas, métodos e práticas para o gerenciamento integrado de serviços de qualquer natureza; sistemas 18 para o tratamento de grandes volumes de dados estruturados e não estruturados; sistemas de georreferenciamento; aplicações inteligentes embarcadas em toda sorte de bens; tecnologias de identificação por radiofrequência e etiquetas digitais colocadas em produtos e cargas, otimizando os processos logísticos e as transações comerciais; sensores e sistemas de inteligência artificial que percebem e respondem rapidamente a eventos ocorridos no mundo físico, desencadeando processos digitais que passam a ter consequências cada vez mais imediatas e significativas no mundo, conectando pessoas, empresas e poder público a qualquer tempo e em qualquer lugar. Portanto, as cidades inteligentes têm capacidade de resolver problemas, enquanto que a capacidade das cidades digitais é na prestação de serviços por meio da comunicação digital (JUMP, 2007; WEISS; BERNARDES; CONSONI, 2015; KON; SANTANA, 2017; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). FIGURA 11 – EXEMPLOS DE CIDADES INTELIGENTES FONTE: <https://bit.ly/3m4bK4D>. Acesso em: 20 jun. 2021. Jump (2007, p. 50) relata que: As cidades inteligentes criam sistemas urbanos mais eficazes, capazes de enfrentar os desafios contemporâneos e problemas urbanos. Surgem cidades mais inovadoras e competitivas, com base em clusters de conhecimento e inovação lideradas pela sociedade, um networking global que oferece maior capacidade de monitorização e gestão das questões ambientais, gestão dos transportes, gestão dos espaços urbanos tornando-os mais seguros. Essa maior eficácia se baseia em soluções/plataformas que integram a inteligência humana, coletiva e artificial, ou seja, integra as atividades urbanas, a capacidade institucional e a Tecnologia da Informação e Comunicação. 19 As soluções compreendem edifícios sustentáveis; sistemas de mobilidade; cidades digitais; soluções de gestão pública; sistemas de planejamento e participação cidadã; plataformas destinadas à economia da inovação com foco em inteligência estratégica; transferência de tecnologia; inovação colaborativa; incubação de tecnologias; entre outros (JUMP, 2007; CERRI et al., 2017; MAGRANI, 2018). O Quadro 5 mostra os campos de ativação das cidades inteligentes. QUADRO 5 – PRINCIPAIS CAMPOS DE ATIVAÇÃO DAS CIDADES INTELIGENTES ECONOMIA E INOVAÇÃO INFRAESTRUTURA URBANA GOVERNANÇA Inovação nas indústrias, clusters, distritos de uma cidade Transporte Serviços da administração ao cidadão Força de trabalho de conhecimento: Educação e emprego Energia; utilitários Democracia participativa e direta Criação de empresas de conhecimento intensivo Proteção do ambiente; segurança Serviços ao cidadão FONTE: Adaptado de Jump (2007) As cidades inteligentes estão implantando serviços on-line em diferentes seto- res privilegiando o desenvolvimento sustentável, com isso observa-se que a integração é primordial (JUMP, 2007; RIZZON et al., 2017). Isso porque estabelece ambientes mais eficientes na tomada de decisões buscando inovação (JUMP, 2007; CERRI et al., 2017; RIZZON et al., 2017; MAGRANI, 2018). De acordo com Komninos (2009 apud RIZZON et al., 2017 p. 9): A inteligência espacial das cidades se refere aos processos cogniti- vos da informação, ou seja, coleta de informações e processamento, alerta em tempo real, previsão, aprendizagem, inteligência coletiva e cooperativa, resolução de problemas distribuídos. Deste modo, a inteligência das cidades reside na combinação cada vez mais eficaz das redes de telecomunicações digitais (os nervos), da inteligência onipresente incorporado (o cérebro), sensores e tags (os órgãos sen- soriais), software (conhecimento e a competência cognitiva). Portanto, os sistemas eficientes da tecnologia da informação possibilitam o desenvolvimento adequado das comunidades, sendo que isso está atrelado ao objetivo principal de uma cidade inteligente, que é oportunizar o acesso à informação (JUMP, 2007; CERRI et al., 2017; MAGRANI, 2018). Desse modo, a utilização de TIC transforma a dinâmica urbana, já que oferece possibilidade da participação de cada cidadão. O desenvolvimento de uma determinada comunidade pode levar à construção de uma sociedade sustentável (JUMP, 2007; RIZZON et al., 2017; MAGRANI, 2018). 20 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: RESUMO DO TÓPICO 1 • O atual crescimento populacional, bem como a migração para os centros urbanos geraram muitos problemas sociais. As Projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que nos próximos 40 anos, a população mundial poderá crescer até mais de dois bilhões de pessoas. Desse modo, a gestão pública enfrenta e enfrentará grandes desafios decorrentes da aglomeração urbana. Esses desafios exigirão dos gestores novas abordagens para seu planejamento, financiamento, execução e operação dos centros urbanos. • O conceito da cidade inteligente surgiu na década de 1990 e evoluiu com o tempo. No início, o conceito estava focado na importância das tecnologias e na superação dos desafios urbanos. Posteriormente, ocorreu a evolução do conceito considerando agora capital humano, educação e questões ambientais, como fatores primordiais para o desenvolvimento adequado das cidades. • A palavra inteligente é usada tanto para designar o desenvolvimento tecnológico quanto a inovação social e econômica. Por isso, existem inúmeros esforços aplicados nos estudos atuais para soluções inteligentes nas cidades que deram origem ao conceito de cidades inteligentes. • A economia inteligente mensura do ponto de vista econômico a preparação de uma determinada cidade, usando parâmetros como qualidade das organizações e o seu ambiente para empreendedorismo. • A população inteligente mensura o desenvolvimento da população urbana utilizando parâmetros como educação, emprego e renda. Indivíduos que compõem uma cidade inteligente possuem destaque em suas atividades profissionais compondo uma população com índice de desenvolvimento humano (IDH) alto. • A governança inteligente mensura a qualidade e transparência da gestão pública municipal com indicadores como facilidade na utilização dos serviços públicos, capital investido em tecnologia, transparência na disponibilidadedos dados, na utilização e gerenciamento de recursos públicos. • A mobilidade inteligente está relacionada à facilidade da mobilidade nos centros urbanos considerando os diversos tipos de transporte. A mobilidade inteligente inclui, portanto, transporte e indivíduos, sendo que a cidade precisa gerenciar de modo adequado o fluxo de veículos, pedestres e o congestionamento de tráfego. A acessibilidade precisa ser alcançada para auxiliar as pessoas com necessidades especiais a se locomoverem com mais facilidade pela cidade. 21 • O meio ambiente inteligente avalia a sustentabilidade na cidade tendo como indica- dores a poluição ambiental, eficiência na utilização dos recursos não renováveis e a quantidade de resíduos reciclados. • A cidade digital oferece interoperabilidade, ou seja, o sistema tem a capacidade de se comunicar de modo transparente com outro sistema. Na prática da rotina das cidades, isso significa que os serviços governamentais com base na internet possibilitam uma conectividade com os processos do governo facilitando o acesso tanto de outras instituições públicas quanto para cidadãos. As cidades inteligentes estão implantando serviços on-line em diferentes setores privilegiando o desenvolvimento sustentável, com isso observa-se que a integração é primordial. Isso porque estabelece ambientes mais eficientes na tomada de decisões buscando inovação. 22 1 O conceito de cidade inteligente significa eficiência na gestão inteligente e integração das tecnologias da informação e comunicação com a participação efetiva da população. A palavra inteligente é usada tanto para designar o desenvolvimento tecnológico quanto a inovação social e econômica. Por isso, existem inúmeros esforços aplicados nos estudos atuais para soluções inteligentes nas cidades e deram origem ao conceito de cidades inteligentes. Considerando esta afirmação, elabore um quadro com a relação da cidade inteligente com setores da sociedade. 2 O conceito da cidade inteligente surgiu na década de 1990 e evoluiu com o tempo. No início, o conceito estava focado na importância das tecnologias na superação dos desafios urbanos. Posteriormente, ocorreu a evolução do conceito considerando agora capital humano, educação e questões ambientais, como fatores primordiais para o desenvolvimento adequado das cidades. Dessa forma, assinale a alternativa INCORRETA: a) ( ) Em comum, parece estar as definições do uso de tecnologias de informação e comunicação para a transformação de dinâmicas urbanas, tais como o planejamento urbano e territorial, o engajamento e a participação cidadã, as políticas de mobilidade, habitação, entre outras. b) ( ) Uma cidade que utiliza tecnologias pode ser denominada como uma cidade digital. Entretanto, uma cidade inteligente proporciona melhoria da qualidade dos serviços oferecidos à população. c) ( ) Smart Cities são sistemas de pessoas interagindo e usando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida. d) ( ) Os fluxos de relação simples são considerados inteligentes por fazer uso estratégico de serviços com planejamento e gestão urbana para dar resposta às necessidades sociais e econômicas da sociedade. 3 As cidades inteligentes surgem de um modelo de planejamento integrado com a capacidade de inovação e a cooperação entre todas as partes interessadas da sociedade. Isso promove a participação e a integração abrangente dos aspectos sociais da vida urbana. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Economia inteligente mensura do ponto de vista econômico a preparação de uma determinada cidade, usando parâmetros como qualidade das organizações e o seu ambiente para empreendedorismo. AUTOATIVIDADE 23 ( ) A economia inteligente engloba inúmeras áreas e está relacionada aos demais elementos da cidade inteligente. Isso significa que depende do funcionamento adequado desses elementos para que atue de modo eficiente. ( ) População inteligente mensura o desenvolvimento da população urbana utilizando parâmetros como educação, emprego e renda. ( ) Indivíduos que compõem uma cidade inteligente possuem destaque em suas atividades profissionais compondo uma população com índice de desenvolvimento humano (IDH) alto. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V - V - V - F. b) ( ) V - F - V - V. c) ( ) F - V - V - F. d) ( ) V - V - V - V. 4 Para avaliar o processo de desenvolvimento das cidades inteligentes são necessários indicadores, sendo que o Fórum Comunidade Inteligente elaborou uma lista de indicadores que fornecem uma estrutura para a compreensão de como as comunidades e regiões podem ganhar uma vantagem competitiva na economia. Considerando esta afirmação, elabore um quadro com os indicadores propostos. 5 Governança inteligente mensura a qualidade e transparência da gestão pública municipal com indicadores como facilidade na utilização dos serviços públicos, capital investido em tecnologia, transparência na disponibilidade dos dados, na utilização e gerenciamento de recursos públicos. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) A governança de uma cidade inteligente precisa abranger a prestação de contas inovando de modo constante a governança eletrônica. ( ) A governança trará benefícios à população melhorando a capacidade do setor público em fornecer serviços de modo eficaz e eficiente. ( ) É necessária uma formulação de política pública participativa no processo de planejamento, implementação e monitoramento urbano, bem como a discussão de um orçamento participativo. ( ) O engajamento do cidadão pode auxiliar o processo legislativo, já que os habitantes podem opinar sobre leis em um website fornecido pelo governo. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V - V - V - F. b) ( ) V - F - V - V. c) ( ) F - V - V - F. d) ( ) V - V - V - V. 24 25 TECNOLOGIAS E CONCEITOS 1 INTRODUÇÃO A expansão das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) relacionadas com acesso a redes de sensores que produzem dados minuciosos sobre as atividades que ocorrem nos ambientes urbanos prometem revolucionar a vida social nos centros urbanos (JUMP, 2007; CERRI et al., 2017; RIZZON et al., 2017; MAGRANI, 2018). A popularização dos dispositivos móveis conectados à internet, o menor custo de armazenamento de dados, bem como as técnicas de análise de big data são novi- dades que vêm contribuindo para que uma maior quantidade de dados esteja à dis- posição dos gestores públicos (CERRI et al., 2017; ANTONIALLI; KIRA, 2020; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020). Porém, é primordial que a administração pública use os dados de modo completo e preciso. Essas são novas possibilidades de análise, que otimizam de modo revolucionário a formulação de políticas públicas (CERRI et al., 2017; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020). Portanto, neste tópico, vamos estudar a importância da tecnologia no processo de desenvolvimento das cidades inteligentes. UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 2 IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA E DA INOVAÇÃO A cidade pode ser vista como uma unidade ambiental, em que os elementos e processos ambientais são inter-relacionados e interdependentes, de modo que uma mudança em qualquer componente terá impacto nos outros componentes (SILVA; VARGAS, 2010 apud KNIESS et al., 2019). Segundo Kniess et al. (2019, p. 119): A cidade expressa, pois uma interação sistêmica e recíproca entre ecossistema social e ecossistema natural. Por outro lado, os centros urbanos crescem e com eles crescem os grandesproblemas sociais e desequilíbrios ambientais, que resultam na diminuição da qualidade de vida, degradação ambiental acelerada e riscos de governabilidade. O grande desafio das cidades atuais é o enfretamento dos problemas urbanos para que a população tenha uma melhor qualidade de vida, ao mesmo tempo em que oportuniza o crescimento econômico e garante a sustentabilidade ambiental (KNIESS et al., 2019; FARINIUK, 2020; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). A criação de novas tec- nologias estabelece facilidades, serviços e produtos, que mudam a rotina das cidades. 26 QUADRO 6 – TECNOLOGIAS E A INFLUÊNCIA NAS CIDADES TECNOLOGIAS DESCRIÇÃO IMPRESSORAS 3D Poderão revolucionar o setor da construção civil e contribuir para suprir o déficit habitacional das cidades. SISTEMAS DE BIG DATA E ANÁLISE Poderão criar indicadores em tempo real para melhorar a governança e a tomada de decisão dos gestores públicos. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) Poderão impulsionar a eficiência das TIC. INTERNET DAS COISAS (IOT) Poderão integrar bilhões de objetos e sensores à internet. FONTE: Adaptado de Kniess et al. (2019) Então, agora, vamos abordar as tecnologias! 3 INTERNET DAS COISAS (IOT) A Internet das Coisas (IoT) é considerada uma conexão de objetos da rotina diária da sociedade moderna, por exemplo: lâmpadas para iluminação pública; sensores de qualidade de água e ar; entre outros (JOÃO et al., 2019; FORNASIER, 2019). Os objetos são identificados com um nome único, sua posição e estado conhecidos, e devem ser acessíveis através de uma rede interoperável (FORNASIER, 2019; FARINIUK, 2020; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). Conforme Magrani (2018, p. 20): De maneira geral, a internet das coisas (IoT) pode ser entendida como um ambiente de objetos físicos interconectados com a internet por meio de sensores pequenos e embutidos, criando um ecossistema de computação onipresente (ubíqua), voltado para a facilitação do cotidiano das pessoas, introduzindo soluções funcionais nos processos do dia a dia. Outro fator importante na definição é que a IoT se concentra em como computadores, sensores e objetos interagem uns com os outros e processam informações/dados em um contexto de hiperconectividade (MAGRANI, 2018; FORNASIER, 2019; JOÃO et al., 2019). De acordo com Lacerda e Lima-Marques (2015, p. 160): O termo Internet das Coisas foi cunhado em 1999 por Kevin Ashton, co-fundador do Auto-ID Center do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Em recente artigo, Ashton (2009) afirmou que a ideia original da IdC previa a conexão de todos os objetos físicos à Internet, com capacidade de capturar informações por meio de identificação 27 por radiofrequência (RFID) e tecnologias de sensoriamento – as quais os permitiriam observar, identificar e compreender o mundo independentemente das pessoas e suas limitações de tempo, atenção e precisão. Podemos destacar três componentes principais em um sistema de IoT (LACERDA; LIMA-MARQUES, 2015; MAGRANI, 2018; FORNASIER, 2019; JOÃO et al., 2019): • Hardware: sensores, atuadores e aparelhos de comunicação. • Middleware: processamento e armazenamento dos dados capturados pelo hardware. • Camada de apresentação: usuários ou administradores do sistema podem acessar, manipular e analisar os dados. A IoT é considerada eficiente para o gerenciamento de inúmeros dispositivos que estarão conectados em uma cidade inteligente. Deste modo, os dados coletados na cidade são encaminhados para as plataformas de software, ou ainda, para as aplicações para que sejam armazenados e processados proporcionando o desenvolvimento de serviços inovadores (LACERDA; LIMA-MARQUES, 2015; MAGRANI, 2018; FORNASIER, 2019; JOÃO et al., 2019). FIGURA 12 – IOT NAS CIDADES INTELIGENTES FONTE: <https://bit.ly/3ogCD80>. Acesso em: 22 jun. 2021. A Internet das Coisas possui uma enorme quantidade de aplicações potenciais em cidades inteligentes. Alguns exemplos são (LACERDA; LIMA-MARQUES, 2015; MAGRANI, 2018; FORNASIER, 2019; JOÃO et al., 2019): • monitoramento da estrutura de prédios históricos; • detecção da quantidade armazenada de resíduos; • monitoramento de ruídos próximo a áreas críticas; 28 • monitoramento das condições de semáforos; • monitoramento de lâmpadas de iluminação pública; • monitoramento de vazamentos em sistema públicos. Uma aplicação interessante e que pode auxiliar no processo de gerenciamento de resíduos sólidos é a instalação de sensores com IoT em contêineres de resíduos (MAGRANI, 2018; JOÃO et al., 2019). Esses sensores detectam o nível de armazenamento emitindo um aviso à central quando a capacidade estiver próxima ao limite (MAGRANI, 2018; FORNASIER, 2019; JOÃO et al., 2019). Isso proporciona uma gestão eficiente dos resíduos nas cidades, e ainda, oferece uma visão do comportamento da população, permitindo que estratégias sejam planejadas, tais como: rotas e horários para recolhimento; instalação e remanejamento de outros aparelhos (LACERDA; LIMA- MARQUES, 2015; MAGRANI, 2018). FIGURA 13 – SENSORES COM IOT EM CONTÊINERES DE RESÍDUOS FONTE: <https://bit.ly/39HfymJ>. Acesso em: 22 jun. 2021. Leia o UNI a seguir sobre o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT)! Visando promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira, foi instituído o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), pelo Decreto nº 9.854, de 25 de junho de 2019. Trata-se de uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), do Ministério da Economia e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em conjunto com a sociedade civil, para garantir que o Brasil se beneficie da tecnologia de IoT. No plano foram definidas quatro áreas prioritárias: indústria, saúde, cidades inteligentes e agricultura. O Art. 3º do Decreto nº 9.854, de 25 de junho de 2019 define como objetivos do Plano Nacional de Internet das Coisas: DICA 29 • melhorar a qualidade de vida das pessoas e promover ganhos de eficiência nos serviços, por meio da implementação de soluções de IoT; • promover a capacitação profissional relacionada ao desenvolvimento de aplicações de IoT e a geração de empregos na economia digital; • incrementar a produtividade e fomentar a competitividade das empresas brasileiras desenvolvedoras de IoT, por meio da promoção de um ecossistema de inovação neste setor; • buscar parcerias com os setores público e privado para a implemen- tação da IoT; • aumentar a integração do País no cenário internacional, por meio da participação em fóruns de padronização, da cooperação internacional em pesquisa, desenvolvimento e inovação e da internacionalização de soluções de IoT desenvolvidas no País. FONTE: <https://bit.ly/3kJtd2N>. Acesso em: 20 jun. 2021. 4 BIG DATA O conceito de Big Data diz respeito a grandes volumes de dados com diferentes características, ou seja, dados heterogêneos e de diferentes fontes (LUKOIANOVA; RUBIN, 2014; GANDOMI; HAIDER, 2015; NETO, 2016). As organizações estão gerando um grande volume de dados que necessitam de um processo de gestão específico para garantir a sua qualidade (GANDOMI; HAIDER, 2015; FREUND et al., 2019). O maior diferencial da Big Data é a capacidade de tratar qualquer tipo de registro digital, sendo que no setor agrícola determinados registros são indispensáveis, tais como (LUKOIANOVA; RUBIN, 2014; GANDOMI; HAIDER, 2015; NETO, 2016): • vídeos de geolocalização; • características físicas, químicas e biológicas do solo; • históricos de consumo e disponibilidade dos recursos hídricos; • rotação de cultura. Os cinco princípios do Big Data estão relacionados ao algoritmo que usa uma grande quantidade de informações concretas, coletadas em tempo real e que podem gerar conhecimento para tomada de decisão (FREUND et al., 2019). 30 FIGURA 14 – CINCOPRINCÍPIOS DO BIG DATA FONTE: <https://blog.neoway.com.br/o-que-e-big-data/>. Acesso em: 22 jun. 2021. A avaliação adequada possibilita a identificação antecipada de ameaças e vulnerabilidades, e garante ações preventivas para reduzir riscos e evitar prejuízos (LUKOIANOVA; RUBIN, 2014; FREUND et al., 2019). A característica veracidade em ambientes Big Data refere-se ao grau de credibilidade dos dados, sendo que os mesmos devem apresentar confiabilidade significativa para proporcionar valor e utilidade aos resultados gerados a partir deles (LUKOIANOVA; RUBIN, 2014; GANDOMI; HAIDER, 2015; NETO, 2016). QUADRO 7 – DESCRIÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO BIG DATA PRINCÍPIO DESCRIÇÃO VOLUME Considera a grande quantidade de dados gerada por organizações, usuários e dispositivos. VARIEDADE Refere-se aos diversos tipos e formatos de dados que são gerados e precisam ser suportados pelos ambientes de Big Data. VELOCIDADE Relacionada com o tempo de resposta para determinada requisição. VERACIDADE Relacionada com a qualidade e fidelidade dos dados, ou seja, com o grau de precisão e confiabilidade que o dado possui. VALOR Refere-se à utilidade dos dados e a sua importância dentro de um determinado contexto. VARIABILIDADE Mudança de significado que o dado sofre ao longo do tempo. VISUALIZAÇÃO Refere-se à eficácia da forma de apresentação dos dados. FONTE: Adaptado de Freund et al. (2019) https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-99362019000200124&lng=pt&nrm=iso#B17 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-99362019000200124&lng=pt&nrm=iso#B17 31 Os dados, portanto, são ferramentas capazes de promover a integração entre setores públicos e a sociedade, tendo os seguintes benefícios (FREUND et al., 2019; NETO, 2016): • Conscientização situacional: o setor público, bem como a população compreendem as tendências com base em dados reais. • Relação de causa e efeito das medidas tomadas: mensura quais variáveis causam determinado problema e quais auxiliam na busca da solução. • Previsibilidade: característica de real-time do Big Data, sendo essencial na definição de ações, riscos e demandas. • Avaliação de impacto: possibilita observar a localização dos obstáculos que interferem no sucesso das ações. Portanto, o Big Data não é somente uma estrutura de armazenamento moderna, mas uma evolução do ciclo de vida dos dados dentro de uma aplicação (GANDOMI; HAIDER, 2015; NETO, 2016; FREUND et al., 2019). Isso porque suporta a coleta, o armazenamento, o processamento, a análise e, ainda, a visualização de conjuntos de dados (GANDOMI; HAIDER, 2015). Considerando as cidades inteligentes, as ferramentas do de Big Data são utilizadas para o gerenciamento dos dados gerados nas cidades (NETO, 2016; FREUND et al., 2019). Alguns exemplos do uso de Big Data em cidades inteligentes (GANDOMI; HAIDER, 2015; NETO, 2016; FREUND et al., 2019): • reconhecimento de padrões em trânsito usando dados históricos para descobrir as causas e evitar congestionamentos; • facilitar as decisões de administradores da cidade usando análises sobre grandes conjuntos de dados; • prever a quantidade de energia elétrica utilizada em diferentes dias e horários utilizando dados históricos e fluxos de dados em tempo real; • prever a demanda do uso de transporte público utilizando dados históricos sobre a venda de passagens; • detectar automaticamente problemas de segurança pública utilizando fluxos de dados de sensores e redes sociais. 4.1 COMPUTAÇÃO EM NUVEM A computação em nuvem oferece uma infraestrutura importante ao desenvol- vimento das aplicações das cidades inteligentes, já que armazena e processa os dados (TIGRE; NORONHA, 2013; ASHTON; TOMAZZONI; EMMENDOERFER, 2014). Além disso, uma cidade inteligente pode ser muito dinâmica, precisando de reconfigurações auto- máticas de sua infraestrutura, e isso é auxiliado pela computação em nuvem (TIGRE; NORONHA, 2013; ASHTON; TOMAZZONI; EMMENDOERFER, 2014; LUDERMIR, 2021). Conforme Tigre e Noronha (2013, p. 119): 32 A computação em nuvem (cloud computing) simboliza a tendência de colocar toda a infraestrutura e informação disponível de forma digital na Internet, incluindo software aplicativo, ferramentas de busca, redes de comunicação, provedores, centros de armazenamento e processamento de dados. O Protocolo Internet (IP) constitui a linguagem universal que permite a padronização dos pacotes de diferentes mídias e comporta o tráfego indistinto de voz, dados e imagens. A infraestrutura é acessada por terminais e dispositivos móveis que conectam a nuvem ao ser humano. O conceito de nuvem é muito importante porque permite que a computação se transforme em uma utilidade pública, pois os bens da informação são não rivais e podem ser utilizados simultaneamente por ilimitados usuários. FIGURA 15 – COMO FUNCIONA A COMPUTAÇÃO EM NUVEM FONTE: <https://www.mandic.com.br/cloud/>. Acesso em: 22 jun. 2021. As características principais dos serviços oferecidos pela computação em nuvem são (SANCHEZ; CAPPELLOZZA, 2012; TIGRE; NORONHA, 2013; ASHTON; TOMAZZONI; EMMENDOERFER, 2014): • Acesso sob demanda: atendimento da demanda de recursos computacionais conforme o requerido pelo processo. Isso acarreta acréscimo ou redução de recursos computacionais conforme as necessidades do usuário. • Pay-per-use: calcula os pagamentos aos fornecedores conforme o uso dos serviços. • Conectividade: característica que requer que o acesso aos servidores seja efetuado em alta velocidade, isso possibilita maior tráfego de informações. 33 • Compartilhamento: refere-se à possibilidade de ganhos de escala nas receitas dos serviços de computação em nuvem pelo compartilhamento do excesso de capacidade de infraestrutura de TI entre grupos de clientes. • Abstração: clientes que desconhecem o local físico de hospedagem de suas informações. Portanto, a computação em nuvem é primordial para fornecer a infraestrutura para armazenar e executar os serviços de uma cidade (SANCHEZ; CAPPELLOZZA, 2012; TIGRE; NORONHA, 2013; ASHTON; TOMAZZONI; EMMENDOERFER, 2014). Os dados podem ser provenientes de uma rede implantada com as ideias de IoT e encaminhadas à infraestrutura de computação em nuvem, onde os dados são processados usando ferramentas de Big Data (SANCHEZ; CAPPELLOZZA, 2012; TIGRE; NORONHA, 2013). 4.2 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL Nos últimos anos, houve um crescimento considerável da presença da Inteligência Artificial (IA) na rotina diária da sociedade. O uso da IA ocorre em atividades comuns, tais como: ler mensagens encaminhadas por e-mail; utilizar a máquina de lavar roupas; dirigir um veículo autônomo ou semiautônomo; ou ainda, escolher um filme para assistir em uma plataforma de streaming (SANCHEZ; CAPPELLOZZA, 2012; TIGRE; NORONHA, 2013; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). O avanço no uso da IA ocorre por meio de três eixos, conforme o Quadro 8 (RECH, 2020; CARVALHO, 2021). QUADRO 8 – EIXOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EIXOS DESCRIÇÃO PRIMEIRO Extração de dados que ocorreram por meio do desenvolvimento de novos sensores, incluindo câmeras. SEGUNDO Armazenamento de dados, por meio de novos materiais que aumentaram a capacidade de armazenamento, melhorando sua confiabilidade e reduzindo custos. TERCEIRO Transmissão de dados em decorrência das redes de computadores e pela internet, que conecta mais dispositivos, ou coisas, do que pessoas. FONTE: Adaptado de Carvalho (2021) A IA pode ser caracterizada em três tipos, de acordo com o Quadro 9. 34 QUADRO 9 – TIPOS DE IA IA Focada IA Generalizada IA Superinteligente Consiste de algoritmos especializados em resolver problemas em uma área e/ou um problema específico. Os sistemas são capazes de armazenar uma grande quantidadede dados e os algoritmos podem realizar tarefas complexas. Entretanto, sempre focadas no objetivo para o qual foram desenvolvidos. Exemplos: Sistemas Especialistas e Sistemas de Recomendação. Os algoritmos desenvolvidos são capazes de realizar inúmeras tarefas. Nestes casos, geralmente os algoritmos usam técnicas de aprendizado de máquina como ferramenta. O desempenho dos algoritmos pode ser semelhante aos humanos. Os algoritmos são mais capazes que humanos em praticamente todas as atividades. Ainda não existem sistemas com IA Superinteligente e não se sabe se existirão sistemas mais inteligentes que os humanos desenvolvidos com técnicas de IA. FONTE: Adaptado de Ludermir (2021) As técnicas do aprendizado de máquina são orientadas a dados, ou seja, podem aprender de modo automático a partir de grandes volumes de dados (RECH, 2020; CARVALHO, 2021; LUDERMIR, 2021). Existem três tipos principais de aprendizado de máquina, conforme a figura a seguir. FIGURA 16 – TIPOS DE APRENDIZADO DE MÁQUINA FONTE: <https://bit.ly/3oh4wx0>. Acesso em: 22 jun. 2021. 35 A utilização de aprendizado de máquina na busca de soluções precisa de alguns pré-requisitos bem construídos e atualizados (TIGRE; NORONHA, 2013; LUDERMIR, 2021). Os dados devem ser confiáveis, por isso é importante a utilização de técnicas que melhorem a qualidade dos dados (RECH, 2020; CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021). Porém, é preciso considerar que nem todo algoritmo de aprendizado de máquina consegue resolver todos problemas, por isso é importante efetuar a seleção dos conjuntos de algoritmos adequados para a solução do problema (TIGRE; NORONHA, 2013). Posteriormente, é preciso definir os parâmetros dos algoritmos para depois verificar se o algoritmo está resolvendo o problema com eficiência (RECH, 2020; CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021). Por último, o sistema precisa ser atualizado, porque as alterações nos dados podem acarretar falhas de funcionamento do sistema. QUADRO 10 – TIPOS DE APRENDIZADO DE MÁQUINA TIPO DESCRIÇÃO Aprendizado Supervisionado Para cada exemplo apresentado ao algoritmo de aprendizado é necessário apresentar a resposta desejada. Desta maneira, cada exemplo é descrito por um vetor de valores (atributos) e pelo rótulo da classe associada. O objetivo do algoritmo é construir um classificador que possa determinar corretamente a classe de novos exemplos ainda não rotulados. Esse método de aprendizado é o mais usado. Aprendizado não Supervisionado Os exemplos são fornecidos ao algoritmo sem rótulos. O algoritmo agrupa os exemplos pelas similaridades dos seus atributos. O algoritmo analisa os exemplos fornecidos e tenta determinar se alguns deles podem ser agrupados de algum modo, formando agrupamentos. Após a determinação dos agrupamentos é preciso uma análise para determinar o que cada agrupamento significa no contexto. Aprendizado por Reforço O algoritmo não recebe a resposta correta, mas recebe um sinal de reforço, de recompensa ou punição. O algoritmo faz uma hipótese baseado nos exemplos e determina se essa hipótese foi boa ou ruim. FONTE: Adaptado de Ludermir (2021) Uma das técnicas mais utilizadas de aprendizado de máquina são as Redes Neurais Artificiais (RNA), que são considerados modelos matemáticos que se assemelham nas estruturas neurais biológicas (RECH, 2020; CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021). Estes possuem a capacidade computacional adquirida por meio de aprendizado. Segundo Ludermir (2021, p. 89): 36 O número de neurônios em uma RNA determina a sua capacidade de generalização, tanto quanto sua qualidade na resolução do proble- ma. A determinação do número de neurônios depende da comple- xidade do problema, no entanto não existem estudos que provem como deve ser feita essa distribuição de neurônios por camada. FIGURA 17 – REDES NEURAIS ARTIFICIAIS (RNA) FONTE: <https://nutrimosaic.com.br/redes-neurais-artificiais-aplicadas-a-zootecnia/>. Acesso em: 22 jun. 2021. Portanto, a utilização da IA está transformando a rotina dos indivíduos da sociedade moderna, tanto que de acordo com Rech (2020, p. 90): A inteligência artificial vem sendo defendida para a solução dos problemas urbanos de nossas cidades futuras. O tema tem sido tratado como cidades inteligentes, tendo a tecnologia como instrumento de planejamento dos atuais problemas enfrentados pelas cidades. O crescimento tecnológico precisa ser transformado em desenvolvimento sustentável, em que a inovação, a tecnologia, a inteligência artificial, tenham como plataforma de planejamento, o meio ambiente. Desse modo, você pôde perceber ao longo deste tópico, que as cidades inteligentes geram dados que oferecem maior eficiência dos serviços públicos interconectando inúmeros pontos da cidade. Isso garante que a tomada de decisões seja embasada em dados reais gerando efeitos positivos na gestão pública (JUMP, 2007; ANTONIALLI; KIRA, 2020; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020). 37 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • A popularização dos dispositivos móveis conectados à internet, o menor custo de armazenamento de dados, bem como as técnicas de análise de big data são novidades que vêm contribuindo para que uma maior quantidade de dados esteja à disposição dos gestores públicos. • A cidade pode ser vista como uma unidade ambiental, em que os elementos e processos ambientais são inter-relacionados e interdependentes, de modo que uma mudança em qualquer componente terá impacto nos outros componentes. • A Internet das Coisas (IoT) é considerada uma conexão de objetos da rotina diária da sociedade moderna, por exemplo: lâmpadas para iluminação pública; sensores de qualidade de água e ar; entre outros. Os objetos são identificados com um nome único, sua posição e estado conhecidos, e devem ser acessíveis através de uma rede interoperável. • O conceito de Big Data diz respeito a grandes volumes de dados com diferentes características, ou seja, dados heterogêneos e de diferentes fontes. As organizações estão gerando um grande volume de dados que necessitam de um processo de gestão específico para garantir a sua qualidade. • O maior diferencial da Big Data é a capacidade de tratar qualquer tipo de registro digital, sendo que no setor agrícola determinados registros são indispensáveis. • A computação em nuvem oferece uma infraestrutura importante para o desenvolvi- mento das aplicações das cidades inteligentes, já que armazena e processa os dados. A computação em nuvem é primordial para fornecer a infraestrutura para armazenar e executar os serviços de uma cidade. • Os dados podem ser provenientes de uma rede implantada com as ideias de IoT e encaminhadas à infraestrutura de computação em nuvem, onde os dados são processados usando ferramentas de Big Data. • Nos últimos anos, houve um crescimento considerável da presença da Inteligência Artificial (IA) na rotina diária da sociedade. O uso da IA ocorre em atividades comuns, tais como: ler mensagens encaminhadas por e-mail; utilizar a máquina lavar roupas; dirigir um veículo autônomo ou semiautônomo. 38 1 A expansão das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) relacionadas com acesso a redes de sensores que produzem dados minuciosos sobre as atividades que ocorrem nos ambientes urbanos prometem revolucionar a vida social nos centros urbanos. Considerando esta afirmação, elabore um quadro com o desenvolvimento de novas tecnologias e a influência nas cidades. 2 A Internet das Coisas (IoT) é considerada uma conexão de objetos da rotina diária da sociedade moderna, por exemplo: lâmpadas para iluminação
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