Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
@JESSICALECRIM Parede Torácica 1. Importância Contém articulações sinoviais e músculos associados que garantem o movimento dinâmico da parede torácica, o qual promove a ventilação. Na inspiração, há contração dos músculos, ou seja, é um processo ativo. Na expiração (processo passivo), há relaxamento do músculo e aumento da pressão alveolar causado pela presença de fibras elásticas que retomam o tamanho natural dos pulmões (elasticidade pulmonar). Essa última pode ser ativa quando forçada pela musculatura abdominal. 2. Composição A parede torácica verdadeira inclui a caixa torácica, os músculos que se estendem entre as costelas, a pele, a tela subcutânea, os músculos e a fáscia que revestem sua face anterolateral. O esqueleto torácico forma a caixa torácica osteocartilagínea, que protege as vísceras torácicas e alguns órgãos abdominais. Consiste em 12 pares de costelas e cartilagens costais associadas, 12 vértebras torácicas e os discos intervertebrais interpostos entre elas, além do esterno. As costelas e as cartilagens costais formam a maior parte da caixa torácica; ambas são identificadas por números, desde a mais superior (costela I ou cartilagem costal) até a mais inferior (costela XII). As costelas são ossos planos e curvos que formam a maior parte da caixa torácica. São muito leves, porém têm alta resiliência. Há três tipos de costelas, que podem ser classificadas em típicas ou atípicas: A) Costelas verdadeiras (vertebroesternais) (costelas I a VII): Inserem-se diretamente no esterno por meio de suas própr ias cartilagens costais. B) Costelas falsas (vertebrocondrais) (costelas VIII, IX e, geralmente, X): Suas cartilagens unem-se à cartilagem das costelas acima delas; portanto, a conexão com o esterno é indireta. C) Costelas flutuantes (vertebrais, livres) (costelas XI, XII e, às vezes, a X): As cartilagens rudimentares dessas costelas não têm conexão, nem mesmo indireta, com o esterno; elas terminam na musculatura abdominal posterior. As costelas típicas (III a IX) possuem cabeça, colo, tubérculo e corpo. As atípicas são: I (mais larga e mais curva), II (mais fina e menos curva), X a XII (apenas uma face articular, articulam-se com as vértebras) e XI a XII (curtas, sem colo e tubérculo). As articulações esternocostais da terceira a sétima costela, são do tipo sinovial MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM plana, assim como as articulações intercondrais na oitava e nona costelas e as articulações costovertebrais. Alguns músculos que revestem a caixa torácica ou que nela se inserem servem primariamente a outras regiões. Os músculos toracoapendiculares estendem-se da caixa torácica (esqueleto axial) até os ossos do membro superior (esqueleto apendicular). Do mesmo modo, alguns músculos da parede anterolateral do abdome, do dorso e do pescoço inserem-se na caixa torácica. Os músculos toracoapendiculares atuam principalmente nos membros superiores. Mas alguns deles, inclusive os músculos peitoral maior e peitoral menor e a parte inferior do músculo serrátil anterior, também atuam como músculos acessórios da respiração, ajudando a elevar as costelas para expandir a cavidade torácica quando a inspiração é profunda e forçada (p. ex., após uma corrida longa). Os músculos escalenos, que descem das vértebras do pescoço até as costelas I e II, atuam principalmente na coluna vertebral. No entanto, também atuam como músculos respiratórios acessórios, fixando essas costelas e tornando os músculos que unem as costelas abaixo mais efetivos na elevação das costelas inferiores durante a inspiração forçada. Os verdadeiros músculos da parede torácica são o serrátil posterior superior e o inferior, os levantadores das costelas, os subcostais e o transverso do tórax. Os músculos intercostais são classificados em externos (11 pares), internos (11 pares) e íntimos (partes mais profundas dos músculos intercostais internos). Os músculos subcostais têm tamanho e formato variáveis, geralmente são bem desenvolvidos apenas na parede inferior do tórax. O músculo transverso do tórax têm quatro ou cinco alças que se irradiam em sentido superolateral a partir da face posterior da parte inferior do esterno. O diafragma é uma parede comum que separa o tórax e o abdome. Embora t e n h a f u n ç õ e s re l a c i o n a d a s a o s d o i s compartimentos do tronco, sua função mais importante (vital) é servir como músculo primário da inspiração. MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM Cada parte da fáscia da parede torácica localizada profundamente recebe o nome do músculo que reveste ou da(s) estrutura(s) à(s) qual(is) está fixada. A caixa torácica é revestida internamente pela fáscia endotorácica. Os 12 pares de nervos espinais torácicos suprem a parede torácica. Assim que deixam os forames intervertebrais nos quais são formados, os nervos espinais torácicos mistos dividem-se em ramos anterior e posterior. Os ramos anteriores dos nervos T1–T11 formam os nervos intercostais que seguem ao longo dos espaços intercostais. O ramo anterior do nervo T12, que segue inferiormente à costela XII, é o nervo subcostal. Os ramos posteriores dos nervos espinais torácicos seguem em sentido posterior, imediatamente laterais aos processos articulares das vértebras, para suprir as articulações, os músculos profundos e a pele do dorso na região torácica. Em geral, o padrão de distribuição vascular na parede torácica reflete a estrutura da caixa torácica, isto é, segue nos espaços intercostais, paralelamente às costelas. A irrigação arterial da parede torácica provém da: Parte torácica da aorta, através das artérias intercostais posteriores e subcostal, artéria subclávia, através das artérias torácica interna e intercostal suprema, artéria axilar, através da artéria torácica superior e artéria torácica lateral. As artérias intercostais atravessam a parede torácica entre as costelas. Com a exceção dos 10o e 11o espaços intercostais, cada um deles é irrigado por três artérias: uma grande artéria intercostal posterior (e seu ramo colateral) e um pequeno par de artérias intercostais anteriores. As veias intercostais acompanham as artérias e nervos intercostais e estão em posição superior nos sulcos das costelas. Há 11 veias intercostais posteriores e uma veia subcostal de cada lado. As veias intercostais posteriores anastomosam- se com as veias intercostais anteriores (tributárias da veia torácica interna). MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM Na anatomia de superfície, podemos demarcar alguns pontos importantes. CASO CLÍNICO 1) Paciente, sexo masculino, 39 anos, foi atendida na Unidade de Trauma. Vítima de atropelamento. O trauma foi de grande intensidade. Não ocorreram vômitos ou perda da consciência. A avaliação inicial revelou vias aéreas pérvias (abertas), murmúrio vesicular (som do ar entrando e saindo do alvéolo) abolido à direita, FC: 100 bpm, PA: 130x90 mmHg. Realizado toracostomia (dreno torácico) sob selo d’água com drenagem imediata de 100 m l d e s a n g u e , f e i t a a e s t a b i l i z a ç ã o hemodinâmica e solicitados exames de imagem. Exames confirmaram fratura de tornozelo e rádio do lado direito. Fraturas do 3º ao 9º arcos costais com obliteração do seio ou recesso costofrênico (espaço entre a pleura parietal e visceral próximo ao diafragma) e velamento do terço inferior do hemitórax direito. Foi encaminhada ao bloco cirúrgico para fixação de fratura exposta em tornozelo direito. Paciente evoluiu estável. No 13º dia de internação, foi realizada nova radiografia de tórax sem melhora do padrão radiológico. Com a suspeita de encarceramento pulmonar foi realizada nova tomografia de tórax. Tomografia computadorizada confirmou encarceramento pulmonar (não consegue expandir de forma adequada), elevação da cúpula diafragmática direita sugerindo a possibilidadede ruptura diafragmática. Paciente encaminhado para a cirurgia. Os achados cirúrgicos foram: órgão abdominal em situação intratorácica com ruptura parcial da cúpula direita do diafragma, se aproximando do seu centro tendíneo. C o m r e l a ç ã o a s f r a t u r a s d o s a r c o s costais, responda: 1) Como são classificadas as costela fraturadas? Da terceira a sétima, são costelas verdadeiras. A oitava e nona costelas são falsas. 2) As referidas costelas formam quais articulações? Articulações esternocostais da terceira a sétima costela, do tipo sinovial plana. Articulações intercondrais na oitava e nona costelas, do tipo sinovial plana. As articulações costovertebrais também são do tipo sinovial plana. Realizado toracostomia sob selo d’água (figura). A inserção do dreno foi realizada no 5º espaço intercostal do lado direito. Responda: 1) Qual é o ponto de superfície que localizamos para realizar a contagem adequada dos espaços intercostais? Podemos traçar a linha axilar anterior (prega do m. Peitoral maior) e a linha axilar posterior (prega do m. Lat í ss imo do dorso) , identificando a linha axilar média. A saliência transversal que se nota na junção do manúbrio com o corpo do esterno na linha paraesternal é chamada de Ponto de Louis. Também, ao deitar o paciente lateralmente e abduzir completamente o membro superior, localizamos o ângulo inferior da escápula e, consequentemente, o 4º espaço intercostal. MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA REVISÃO @JESSICALECRIM 2) Por que a inserção do dreno não deve ser rente a margem inferior da costela? Para evitar atingir o feixe neurovascular (nervo intercostal, artéria intercostal posterior e veia intercostal posterior) que passa rente a margem inferior costal. 3) Q u a i s s ã o a s c a m a d a s q u e s ã o divulsionadas até alcançar o espaço pleural? Derme, tela subcutânea, músculo intercostal externo, músculo intercostal interno, músculo intercostal íntimo, fáscia endotorácica, pleura parietal. Identifique os órgãos a partir de suas respectivas posições no exame de tomografia abaixo. Indique com a cor vermelha a carina da traqueia. Avalie: qual é o órgão que está com posição intratorácica? Fígado. Achado cirúrgico: ruptura parcial da cúpula direita do diafragma, se aproximando do seu centro tendíneo. Responda: 1) A ruptura do diafragma se aproximou de uma de suas aberturas, qual delas? Forame da veia cava inferior. 2) Quais são as outra abertura existentes no diafragma? Hiato esofágico (esôfago e plexo vagal) e hiato aórtico. MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA
Compartilhar