Prévia do material em texto
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA MULTIVIX TAMIRES FRAGA PREVITAL PAZ A IMPORTÂNCIA DOS EXAMES LABORATORIAIS NOS TRATAMENTOS ESTÉTICOS SERRA - ES 2022 TAMIRES FRAGA PREVITAL PAZ A IMPORTÂNCIA DOS EXAMES LABORATORIAIS NOS TRATAMENTOS ESTÉTICOS Pré-projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Capixaba da Serra Multivix como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina. Orientadora: Prof. Ma. Márcia Godoy SERRA - ES 2022 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4 1.1 Definição do Problema da Pesquisa ........................................................... 4 1.2 Objetivos da Pesquisa .................................................................................. 4 1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 4 1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 4 2. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................ 5 2.1. Biomedicina .................................................................................................. 5 2.2. Diagnóstico em Biomedicina ...................................................................... 9 3. MÉTODO ......................................................................................................... 13 4. CRONOGRAMA .............................................................................................. 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 15 4 1. INTRODUÇÃO A biomedicina é um ramo da ciência médica que aplica princípios biológicos e fisiológicos à prática clínica. A biomedicina enfatiza o tratamento padronizado e baseado em evidências, validado por meio de pesquisa biológica, com tratamento administrado por médicos, enfermeiros e outros profissionais licenciados (PIMENTA; FERREIRA, 2019). A biomedicina também pode se relacionar com muitas outras categorias nos campos relacionados à saúde e biológicos. Tem sido o sistema dominante de medicina no mundo ocidental há mais de um século (ROSE; MARTINS, 2010). A biomedicina e o exame laboratorial vem desenvolvendo biotecnologias nos tratamentos estéticos com métodos de tratamento, porque a estética não só cuida da beleza e do bem-estar do utente, mas da saúde de forma global. (WILLIAMSON, 2016). Há contraindicações para certos tratamentos estéticos, como: gravidez; diabetes; disfunções renais, hepáticase hormonais; hipercolesterolemia; reações inflamatórias, hipertensão, processos alérgicos, etc. Logo, tais indíces podem impossibilitar a indicação do tratamento estético ao utente (BORGES, 2010). 1.1 Definição do Problema da Pesquisa Qual a importância dos exames laboratoriais nos tratamentos estéticos? 1.2 Objetivos da Pesquisa 1.2.1 Objetivo Geral Demonstrar a importância dos exames laboratoriais para a triagem dos pacientes que procuram tratamentos estéticos. 1.2.2 Objetivos Específicos • Conceituar Biomedicina; • Discorrer sobre Diagnóstico em Biomedicina; • Verificar a importância dos exames laboratoriais de diagnóstico nos tratamentos estéticos. 5 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. Biomedicina A medicina científica ocidental moderna é frequentemente chamada de biomedicina porque explica a saúde em termos de biologia. Ela atribui importância ao aprendizado da estrutura corporal (anatomia) e sistemas (fisiologia), em particular à compreensão de mecanismos como coração, artérias, nervos, cérebro e assim por diante (CAMARGO JÚNIOR, 2003). A tradição hipocrática constituía antes da era cristã a única síntese médica. Segundo ele, a terapia consistia em imitar a natureza e elevar as defesas espontâneas do terreno orgânico (FUKUYAMA, 2002; HABERMAS, 2003; KASS, 2002). Esses conceitos biológicos enriquecidos posteriormente pelas contribuições de Galeno iluminaram a Medicina da antiguidade e do renascimento e são válidos até hoje. Eles constituíram e atualmente constituem uma verdadeira interação entre a Biologia e a Medicina (RELMAN; ANGELL, 2002; CALLON; RABEHARISOA, 2004; ROSE; NOVAS, 2005). Hipócrates tinha uma visão que abarcava uma dupla abordagem: a clássica da Medicina, quanto à importância do terreno - constituição corporal, estado básico e proporção dos humores - e a ecológica, ao incorporar sua teoria sobre os miasmas. Convido você a ler o pensamento do pai da Medicina a esse respeito em seus escritos: Dos ares, das águas e dos lugares (BROWN, 2003; THROSBY, 2004). Com o avanço do conhecimento da Biologia durante o século XIX enriquecido pela Teoria da Evolução, Embriologia e Microbiologia; Pesquisadores da área de Ciências Naturais têm se aproximado de uma compreensão profunda das unidades primordiais da vida (BROWN, 2003; THROSBY, 2004). A genética, cunhada por Mendel no século 19, permitiu que os avanços no campo da Medicina focalizassem sua atenção, não só na célula, mas também nas moléculas. Isso permitiu a descoberta da base molecular do cromossomo, explicando a partir desse alfabeto universal inúmeras funções biológicas (BROBERG; ROLL-HANSEN, 1996; FOUCAULT, 2001). É impossível separar as Ciências Médicas Básicas da Medicina propriamente dita. Com o surgimento da biomedicina, veio um maior conhecimento sobre as causas das doenças infecciosas. Com a maior urbanização durante a Revolução Industrial, 6 vieram as doenças generalizadas, que deram origem ao movimento de saúde pública (NOVAS, 2003). O princípio fundamental das teorias de saúde pública, de qualquer tipo, era (e é) que a saúde e a doença surgem da relação de indivíduos e populações com seu ambiente natural ou manufaturado, e que a promoção da saúde e do bem-estar requer intervenção para modificar ou transformar aquele ambiente (HABERMAS, 2003; NOVAS, 2003). A investigação clínica do homem saudável ou doente necessita do apoio da abordagem básica para alcançar um conhecimento completo e aprofundado. As contribuições fornecidas pela pesquisa clínica da própria doença do homem não podem ser isoladas dos eventos básicos. Quando o organismo humano adoece, altera seu equilíbrio psicológico e emocional, trazendo à tona uma série de variações físico- químico-biológicas que devem ser investigadas com as novas ferramentas fornecidas pela Biomedicina (FLECK, 1986; LACEY, 1998; LATOUR, 1997; 2000; 2001; RORTY, 2002; GAYON, 2006). Para conhecer as características da doença que acomete o paciente, o médico utiliza o método clínico tradicional durante a consulta, que consiste principalmente nas seguintes etapas: Primeiramente, uma descrição ordenada, meticulosa e sequencial dos sintomas e sinais que o paciente manifesta na consulta. Isso constitui a história médica (TESSER, 1999; 2004). Em segundo lugar, o estabelecimento de uma relação entre esses sintomas e sinais, a fim de encontrar alguma causalidade entre eles e poder definir um ou mais diagnósticos. Por fim, ele planeja uma estratégia terapêutica para solucionar a cura de forma eficaz e em pouco tempo (CANGUILHEM, 1978; ILLICH, 1981; CAMPOS, 1992; NOGUEIRA, 2003). Na Biomedicina, utilizam-se métodos que visam elucidar questões que surgem da própria prática médica. Neste caso, as experiências são realizadas em animais inteiros ou em tecidos e células isolados. O objetivo é reproduzir ou simular doenças humanas e conhecer as diferentes condições fisiológicas, patológicas ou farmacológicas e os mecanismos de funcionamento orgânico normal, bem como as suas alterações fisiopatológicas (CLAVREUL, 1983; ALMEIDA FILHO, 1992; GONÇALVES,1994; TESSER, 1999; CAMARGO JUNIOR, 2003). Na realidade, são testes de aproximação para uma maior compreensão ou esclarecimento da doença do homem. Os pesquisadores da área estão plenamente 7 convencidos de que a doença humana possui sua própria identidade orgânica e funcional, bem como sua expressão biopsicossocial. Os testes experimentais usados na Biomedicina são apenas uma aproximação dessa identidade e não uma transpolação (CLAVREUL, 1983; ALMEIDA FILHO, 1992; GONÇALVES, 1994; TESSER, 1999; CAMARGO JUNIOR, 2003). A experimentação básica em animais inteiros e também em tecidos e células isolados tem demonstrado historicamente sua eficácia para conhecer fenômenos e processos do organismo humano e estratégias de cura. Esta metodologia predominante na Biomedicina é hoje considerada essencial em todos os tipos de empreendimentos que buscam elucidar a origem das doenças, sua etiologia, evolução, agentes causais ou mecanismos de ação de elementos físicos e químicos naturais em diferentes condições de normalidade e anormalidade (CAMARGO JUNIOR, 2003). Não se questiona mais a enorme importância que a pesquisa biomédica tem e as contribuições e benefícios que tem proporcionado e que certamente continuará a proporcionar ao avanço da Medicina em todas as frentes. A elucidação dos mecanismos fisiológicos, as variações que podem ocorrer neles pela aplicação de vários desenhos experimentais, a incorporação de agentes físicos, químicos ou físico- químicos, a administração de drogas naturais ou sintéticas, a resposta a variações fisiológicas ou fisiopatológicas, a simulação de patologias, abordagens cirúrgicas experimentais, etc., permitem-nos obter resultados e conclusões de trabalho úteis para uma concepção médica de base científica (SAYD,1998; ALMEIDA, 2002). As ciências biomédicas são um conjunto de ciências que aplicam porções das ciências naturais ou ciências formais, ou ambas, para desenvolver conhecimento, intervenções ou tecnologia que sejam úteis na área da saúde ou saúde pública. Disciplinas como microbiologia médica, virologia clínica, epidemiologia clínica, epidemiologia genética e engenharia biomédica são ciências médicas. Ao explicar os mecanismos fisiológicos que operam nos processos patológicos, entretanto, a fisiopatologia pode ser considerada como ciência básica (BROWN, 2003; THROSBY, 2004). A biomedicina tem sido um modelo dinâmico e desempenhou um papel extremamente importante na compreensão das pessoas sobre saúde e doença e sua conformidade com o sistema que apoia a biomedicina. Os defensores da biomedicina sugerem que ela apresenta muitas realizações fantásticas: a redução das altas taxas 8 de mortalidade, como as encontradas na infância no início do século XX, e a erradicação de alguns dos principais assassinos, como varíola, poliomielite etc. (ROSE; MARTINS, 2010). A saúde é vista como um estado em que todas as partes do corpo funcionam normalmente, como um carro novo e reparado. Se os bits derem errado - se o corpo é atingido por um vírus, alterações internas o danificam ou as peças se desgastam -, ele é reparado por especialistas. Essa visão oferece uma maneira particular e distinta de 'ver' e entender os corpos e a saúde, um conjunto de diretrizes sobre como se relacionar com eles e como lidar com eles - para cuidar deles como sistemas que precisam de cuidados e manutenção adequada por seus proprietários (TESSER, 2006). Portanto, um relato biomédico é aquele que fornece uma explicação física ou biológica para a saúde e oferece métodos físico-biológicos para "reparar" os corpos quando eles não estão funcionando corretamente. Certos testes estabelecem o que está errado. Em seguida, antibióticos ou outros medicamentos atuam como cura, ou a cirurgia pode reparar ou substituir partes do corpo. O modelo biomédico é parte integrante das culturas ocidentais e a maneira como a saúde e a saúde são percebidas (TESSER, 2006). A biomedicina é a profissão científica do médico: um dos extremos, talvez o mais distante, de todas as linhas de diversificação possíveis que existem no currículo médico, e mostra a heterogeneidade de interesses e capacidades presentes na população de estudantes que eles se inscrevem na carreira de Medicina (ROSE; MARTINS, 2010). A biomedicina aplica princípios e técnicas de engenharia ao campo da medicina ou das chamadas ciências da vida; que se dedica principalmente ao design e construção de ferramentas e tecnologias como equipamentos médicos, próteses, dispositivos médicos e dispositivos de diagnóstico e terapêuticos; Ou eles podem se dedicar ao estudo e preparação de projetos de equipamentos eletrônicos para hospitais, análise de genoma humano, imagens de raios-X, entre outros (ROSE; MARTINS, 2010). A biomedicina é capaz de transformar médicos em cientistas, incorporando conhecimentos de química, biologia, física e até matemática. Esta ciência possui três pilares importantes: engenharia da computação e ciência da computação; eletrônica onde os circuitos eletrônicos são desenvolvidos para adquirir dados e aprender como 9 eles são processados para criar soluções de hardware e software; e as ciências da vida que também são conhecidas como bioquímica, biologia, patologia, fisiologia e genética; Por isso, em geral, pode se dizer que os médicos biomédicos preservam e melhoram a qualidade de vida dos seres humanos (COSTA; TRINDADE; PEREIRA, 2010). Profissionais desta área da medicina se dedicam a identificar diferentes grupos sanguíneos e a procurar componentes biológicos e químicos; eles trabalham com sistemas tecnologicamente avançados e com equipamentos de laboratório; eles verificam amostras como tecidos, fezes, urina e outras substâncias; Eles comunicam os resultados dos testes realizados e, ao mesmo tempo, devem ter capacidade para oferecer soluções. Eles também monitoram o impacto de diferentes medicamentos e analisam se são eficazes e se têm algum efeito colateral; e desenvolver novos métodos para a realização de uma série de exames médicos (COSTA; TRINDADE; PEREIRA, 2010). O biomédico tem a capacidade de realizar uma ampla gama de trabalhos na área de ciências biomédicas, incluindo a área de histopatologia, que é a área em que ele terá que aplicar todas as atividades do cientista biomédico relacionadas a amostras de tecido que normalmente são removidas durante procedimentos cirúrgicos para garantir que o processo cirúrgico seja adequado; da mesma forma, eles podem ser desenvolvidos no campo da química clínica, que envolve o estudo de amostras corporais como urina e fezes para detectar problemas de saúde comuns; ou como engenheiro biomédico, ele tem a possibilidade de projetar e implementar equipamentos de reabilitação, pode ser responsável pela operação e manutenção da infraestrutura hospitalar, avaliando e implementando algoritmos computacionais para a análise de imagens médicas; entre muitos outros (SILVA, et al., 2014). 2.2. Diagnóstico em Biomedicina O diagnóstico da doença é um dos principais componentes da assistência médica, pois é por meio desse processo que uma categoria leiga (doença) se transforma em categoria médica (doença). É o diagnóstico que determina o curso futuro da terapêutica no cuidado ao paciente. Além disso, a cientificidade da medicina é estabelecida pelas explicações sistemáticas dos fenômenos em termos de causa e efeito, formulando leis gerais onde o diagnóstico é central. Samson (1999) elabora o seguinte: Na medicina, as leis aparecem na correspondência entre taxonomias 10 diagnósticas — nomes para doenças — e estados de doença, que são elaborados quanto ao seu início, curso, duração e desfecho. Com o tempo, através da experiência laboratorial e clínica, os fatos se acumulam e, com base nisso, sintomas de doenças, estados de doenças e remédios podem ser nomeados e inseridos na base de conhecimento. Oobjetivo desses esforços é formular formas preditivas de conhecimento para que os fatos sobre o corpo em geral e as histórias clínicas individuais em particular possam ser implantados para prever as trajetórias que a doença fará. De uma perspectiva biomédica, o diagnóstico depende de três coisas: a história obtida do paciente, os sinais observados no exame físico e os resultados das investigações laboratoriais (HAMPTON et al. 1975; WINTROBE et al. 1974). De acordo com a literatura médica, a forma ideal de se chegar a um diagnóstico final é a abordagem sindrômica da doença onde o método clínico é visto como uma atividade intelectual que vai do sintoma ao sinal, à síndrome, à doença, numa progressão linear do diagnóstico anatômico ao diagnóstico sindrômico e finalmente um diagnóstico etiológico (WINTROBE et al., 1974). Os dados sobre o comprometimento fisiológico e anatômico são coletados com base no exame físico, posteriormente comparados com os fatos conhecidos da anatomia e fisiologia do corpo humano, resultando no chamado diagnóstico anatômico. Posteriormente, com base nas informações acima e nos sinais e sintomas prevalentes, chega-se a um diagnóstico sindrômico que não identifica necessariamente a causa da doença, mas estreita as possibilidades capazes de sugerir possíveis estudos clínicos e laboratoriais necessários (WINTROBE et al. ., 1974). A síndrome é definida como um grupo de sintomas e sinais de função somática desordenada, relacionados entre si por meio de alguma peculiaridade anatômica, fisiológica ou bioquímica do organismo (WINTROBE et al., 1974). Além disso, adverte apontando para a possibilidade de o método clínico aparecer como método científico, pois envolve análise e síntese, partes essenciais da lógica cartesiana. Vale ressaltar que é impossível o médico iniciar o trabalho clínico com a mente aberta, mas apenas com o preconceito do conhecimento de casos recentes, do primeiro depoimento do paciente, da socialização do médico e de outros fatores que direcionam seu pensamento em determinados canais (FOX 1989). 11 O papel das investigações laboratoriais no processo de diagnóstico é cardinal e também a possibilidade de sua influência no processo de assistência médica representada pelo termo biomedicalização (CLARKE et al. 2003). A proeminência dos exames laboratoriais e da tecnologia médica sofisticada em todo o processo do trabalho médico contemporâneo resultou na redefinição do diagnóstico mais como uma variação de valores numéricos do que como um sofrimento somático. Os estudiosos identificam isso como uma característica da medicina laboratorial (JEWSON, 1976; ATKINSON, 1995), que McCulough (1981) expande examinando o estilo de pensamento que orienta o diagnóstico e os conceitos de doença. Ele argumenta que, em um estilo de pensamento que coloca cada vez mais ênfase no caráter racional (e, portanto, preditivo) da ciência médica – para colocar de uma maneira reconhecidamente grosseira, mas precisa, a cultura contemporânea da ciência médica – números e nomes assumem um significado poderoso. Assim, ele oferece ainda que os achados laboratoriais muitas vezes assumem maior significância na determinação de um diagnóstico do que os achados baseados na história ou no exame físico. Uma vez que o médico tenha dominado a tarefa de entender o significado desses números, o médico está perto de nomear a doença, para fazer o diagnóstico com precisão. Assim, a medicina, de caráter altamente racional e quantitativo, exige uma prontidão direcionada para identificar o resultado mais significativo em um conjunto distinto de observações (CASPER; MORRISON, 2010). Isso pode ser devido à dependência excessiva da tecnologia em várias esferas da vida – uma característica das sociedades modernas. No campo da medicina, essa dependência é evidente pela tendência de ver os valores numéricos como mais objetivos, científicos e concretos — primeiro pelos médicos e depois pelos pacientes — tornando-se socializados no mesmo contexto. Vishwananthan (1997), no contexto do exame do envolvimento do sul da Ásia com a medicina ocidental, comenta que o exame laboratorial fornece uma série de leituras quando visto como definições operacionais da realidade do paciente, devendo ter prioridade sobre a impressão pessoal do médico sobre o paciente como pessoa e as impressões clínicas do médico sobre o paciente como paciente. Estes últimos são partes da transciência... às vezes denominados com desdém como maneiras de cabeceira. Os primeiros permitem controle e previsão e, portanto, são vistos como o coração da ciência da medicina. 12 As investigações laboratoriais na assistência médica não apenas auxiliam no diagnóstico, mas também propagam o caráter científico embutido na medicina. Os valores numéricos dos exames laboratoriais podem gerar uma noção de certeza tanto entre os médicos quanto entre os pacientes, que oportunamente pode ser transferida para a sociedade como um todo. Estudiosos identificaram recentemente que a perspectiva da sociologia do diagnóstico ajuda a compreendê-lo tanto como processo quanto como categoria (JUTEL, 2009). 13 3. MÉTODO A pesquisa é feita mediante conhecimentos acessíveis com a execução de métodos e técnicas de investigação, abarcando diversas etapas. De acordo com o mesmo autor, uma pesquisa, pode ser compreendida como um processo formal e sistemático de desenvolvimento do modo científico na qual são descobertas respostas ou são comprovadas hipóteses para as quais formulados questionamentos e apresentados problemas. A metodologia deste trabalho é embasada, de modo geral, em conceitos que atendem a pesquisa com seu tema principal, desse modo, o atual estudo teve abordagem quantitativa exploratória e se desenvolveu por meio de pesquisas bibliográficas. 14 4. CRONOGRAMA MESES ATIVIDADES 2022/2023 Ago Se t Out Nov De z Jan Fev Mar Abr Mai Jun Etapa 1- Ajustes do projeto Etapa 2 Continuar o desenvolvimento da Revisão da Literatura Etapa 3 Desenvolver o instrumento de coleta de Dados Etapa 4 Realizar a coleta de dados Etapa 5 Tratamento e análise dos dados Etapa 6 Resultados/Conclusão Etapa 7 Entrega Final TC 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA FILHO, N. A clínica e a epidemiologia. Salvador: APCE, 1992. ALMEIDA, E. L. V. As razões da terapêutica: racionalismo e empirismo na medicina. Niterói: EdUFF, 2002. BORGES, F. S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2010. BROBERG, G.; ROLL-HANSEN, N. Eugenics and the welfare state: Sterilization policy in Denmark, Sweden, Norway, and Finland. East Lansing: Michigan State University Press, 1996. BROWN, N. Hope against hype - accountability in biopasts, presents and futures. Science Studies, vol. 16, 2003, pp. 3-21. CALLON, M.; RABEHARISOA, V. Gino’s lesson on humanity: Genetics, mutual entanglement and the sociologist’s role. Economy and Society, vol. 33, 2004, pp. 1- 27. CAMARGO JUNIOR, K. R. Biomedicina, ciência & saber: uma abordagem crítica. São Paulo: Hucitec, 2003. CAMPOS, G. W. de S. Reforma da reforma: repensando a saúde. São Paulo: Hucitec, 1992. CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1978. CLAVREUL, J. A ordem médica: poder e impotência do discurso médico. São Paulo: Brasiliense, 1983. COSTA, F. B.; TRINDADE, M. A. N.; PEREIRA, M. L. T. A inserção do biomédico no programa de saúde da família. Revista Eletrônica Novo Enfoque, vol. 11, no. 11, 2010, pp. 27 – 33. FLECK, L. La génesis y el desarrollo de un hecho científico. Madrid: Alianza Editorial, 1986. FOUCAULT, M. “Omnes et singulatim”: Towards a critique of political reason. In P. Rabinow (Ed.), Power: The essentialworks. London: Allen Lane, 2001. FUKUYAMA, F. Our posthuman future: consequences of the biotechnology revolution. London: Profile, 2002. GAYON, J. Epistemologia da medicina: epistemologia da medicina, epistemologia da biologia, apenas epistemologia. São Paulo: Discurso Editorial, 2006, pp. 38-87. GONÇALVES, R. B. M. Reflexão sobre a articulação entre investigação epidemiológica e a prática médica a propósito das doenças crônico- degenerativas. São Paulo: Hucitec, 1994, pp. 39-86. 16 HABERMAS, J. The future of human nature. Cambridge: Polity, 2003. ILLICH, I. A expropriação da saúde: nêmesis da medicina. São Paulo: Nova Fronteira, 1981. KASS, L. Life, liberty, and the defense of dignity: The challenge for bioethics. San Francisco: Encounter Books, 2002. LACEY, Hugh. Valores e atividade científica. São Paulo: Discurso Editorial,1998. (Coleção Filosofia da ciência & epistemologia). LATOUR, B. A esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos científicos. Bauru, SP: EDUSC, 2001. ______. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo: UNESP, 2000. ______. A vida de laboratório: a produção dos fatos científicos. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1997. NOGUEIRA, R. P. A saúde pelo avesso. Natal: Seminare Editora, 2003. NOVAS, C. Governing risky genes. Thesis submitted for the degree of PhD, University of London, London, 2003. PIMENTA, J. R.; FERREIRA, A. de S. A importância da formação do perito criminal: um destaque para o biomédico. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, vol. 27, no. 01, 2019, pp.74-77. RELMAN, A. S.; ANGELL, M. Americas’ other drug problem. New Republic, vol. 227, 2002, pp. 27-41. RORTY, R. Objetivismo, relativismo e verdade: escritos filosóficos I. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2002. ROSE, N.; MARTINS, E. R. P. A Biomedicina Transformará a Sociedade? O Impacto Político, Econômico, Social e Pessoal dos Avanços Médicos do Século XXI. Psicologia & Sociedade, vol. 22, no. 03, 2010, pp. 628-638. ROSE, N.; NOVAS, C. Biological citizenship. Malden: Blackwell Publishing, 2005. SAYD, J. D. Mediar, medicar, remediar: aspectos da terapêutica na medicina ocidental. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. SILVA, A., et al. O Papel do Biomédico na Saúde Pública. Interfaces, ano 02, vol. 02, 2014. TESSER, C. D. A biomedicina e a crise da atenção à saúde: um ensaio sobre a desmedicalização. 1999. (Dissertação) - Mestrado em Saúde Coletiva, Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, 1999, 219 p. 17 _____. Epistemologia contemporânea e saúde: a luta pela verdade e as práticas terapêuticas. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, 2004. _____. Medicalização social (II): limites biomédicos e propostas para a clínica na atenção básica. Interface, Botucatu, vol. 10, no. 20, 2006, pp. 347-362. THROSBY, K. When IVF Fails. Macmillan: Palgrave, 2004. WILLIAMSON, M.A.; SNYDER, M. L. Interpretação de exames laboratoriais. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 1. INTRODUÇÃO 1.1 Definição do Problema da Pesquisa 1.2 Objetivos da Pesquisa 1.2.1 Objetivo Geral 1.2.2 Objetivos Específicos 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. Biomedicina 2.2. Diagnóstico em Biomedicina 3. MÉTODO 4. CRONOGRAMA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS