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Introdução ao estudo da medicina - tutoriais PBL

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Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Tutoriais 
Problema 1: Medicina na Uesb 
Conhecer a estrutura do curso de medicina 
ATIVIDADES ACADÊMICAS 
 desenvolvidos do 
1° ao 4° ano por meio de – baseadas 
na metodologia de ABP –, – 1° 
e 2° ano em ciências básicas da saúde (anatomia, 
histologia, fisiologia, biologia celular, bioquímica, psicologia 
médica, farmacologia, imunologia, parasitologia e 
genética), enquanto no 3° e 4° ano em práticas clínicas 
no ambulatório. Assim como por (organizadas 
pelo coordenador de cada módulo). 
desenvolvidos anualmente do 1° ao 4° ano, contemplam 
 e , 
 e 
desenvolvidos 
anualmente do 1° ao 4° ano, contemplam práticas de 
 e conteúdos teóricos 
e práticos de na comunidade e na 
rede de saúde. 
 desenvolvidos do 1° ao 4°, com 
duração de duas a três semanas cada, comtemplam 
oportunidades de através da de 
conteúdos e práticas ofertadas ou não pelo currículo. 
 são onze, 
desenvolvidos no 5° e 6° anos por rodízio de duração 
entre 56 a 68 dias, contemplam atividades teóricas e 
práticas decorrentes da 
 (sempre orientados por 
docentes e supervisores). Visa preparar o aluno em 
cinco grandes áreas: Saúde da Criança, Saúde da 
Mulher, Saúde do Adulto, Clínica Cirúrgica e Saúde 
Coletiva. 
busca-se motivar os estudantes para 
a constante busca ativa de informações, e a 
aprendizagem inserida em um contexto de prática 
profissional numa perspectiva problematizadora. 
“protegido para estudo”, é um tempo pró-aluno, 
buscando valorizar espaços na organização curricular 
para que os estudantes possam dedicar-se a atividades. 
aprofundamento e/ou a atualização 
do conhecimento teórico-prático (em áreas de maior 
interesse). 
ATIVIDADES COMPLEMENTARES 
Objetivam o , 
pelo enriquecimento da formação do corpo discente 
de acordo com seus objetivos, aptidões, habilidades, 
competências, preferências e carências percebidas, 
mediante a 
. 
FONTE: PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM 
MEDIC INA (UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) 
Conhecer o perfil do profissional de saúde 
que a Uesb se propõe a formar 
PROFISSIONAL COMPLETO 
A UESB busca formar profissionais com 
e que permitam o desempenho 
adequado da medicina, que conheçam o sistema de 
saúde brasileiro, características do mercado de trabalho 
e que sejam preparados para trabalhar em equipe. 
Profissional com domínio das ciências biológicas 
(molecular à anatomia), com especial apreço pela vida 
humana, pelas pessoas, suas necessidades e seu 
sofrimento. O médico formado pela UESB deve: 
❖ Ser apto a enfrentar/resolver problemas de 
saúde encontrados na população; 
❖ Aprender de forma , e
; 
❖ Ser proativo (apto a tomar iniciativa); 
❖ Aprimorar relação médico-paciente; 
❖ Exercer medicina com e 
, baseados nos princípios da 
, sempre de forma crítica e reflexiva; 
❖ Possuir competência para diagnosticar, tratar e 
orientar portadores das doenças mais 
prevalentes; 
❖ Saber atuar em equipe multiprofissional e 
interdisciplinar, assumindo quando necessário o 
papel de responsável técnico da mesma; 
❖ Informar e educar seus pacientes, familiares e 
comunidade em relação à promoção da saúde, 
prevenção, tratamento e reabilitação das 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
doenças, usando técnicas adequadas de 
; 
❖ Ter uma visão social do papel do médico e 
aceitar engajar-se em atividades de política e de 
planejamento em saúde. 
FONTE: PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM 
MEDIC INA (UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) 
Estudar a metodologia do Aprendizado 
Baseado em Problemas (abp ou pbl) 
ENSINO FOCADO NO ALUNO 
O método ABP surgiu no Canadá, na década de 60, na 
Faculdade de Medicina da Universidade McMaster. Foi 
implementado no Brasil a partir da década de 90 e, pela 
UESB, em 2004. É uma proposta pedagógica que 
consiste no ensino e baseado 
na . Os alunos, para solucionar 
esse problema, recorrem aos conhecimentos prévios, 
discutem, estudam, adquirem e integram os novos 
conhecimentos. Essa integração, aliada à aplicação 
prática, . Portanto, 
a ABP valoriza, além do conteúdo a ser aprendido, a 
forma como ocorre o aprendizado, reforçando o 
 neste processo, permitindo que ele 
. A ABP oferece diversas 
vantagens, como o , a 
interdisciplinaridade, a indissociabilidade entre teoria e 
prática, o desenvolvimento do , de 
habilidades , , de e 
. O ABP estimula o 
e a . 
FONTE: APRENDIZADO BASEADO EM PROBLEMAS (ARTIGO NA 
REV ISTA FACULDADE DE MEDIC INA DE R IBEIRÃO PRETO) 
 a metodologia dessa interação supera 
com vantagens a pedagogia da transmissão passiva de 
conhecimentos, utilizada nos métodos tradicionais de 
ensino; facilita ao aluno o desenvolvimento de 
 e possibilita a seleção de 
. O segundo conceito do 
modelo pedagógico proposto é o de 
, que sugere a inversão da sequência clássica 
(teoria - prática). Uma grande vantagem da ABP é a 
possibilidade de se discutir concomitantemente os 
aspectos biológicos, psicológicos, socioeconômicos e 
culturais envolvidos, uma vez que a ciência médica se 
situa na interface da ciência biológica e da humana. O 
modelo pedagógico proposto não é excludente nem 
exclusivista; significa que haverá oportunidades no 
exercício de outras técnicas pedagógicas, como é o 
caso das , das , assim como 
as atividades do , que adota a metodologia da 
problematização: interação de professores e alunos no 
desempenho das atividades de ensino e pesquisa nos 
cenários de ensino comunitário e dos serviços de 
saúde. 
FONTE: MÓDULO DE INTRODUÇÃO DO ESTUDO DA MEDIC INA 
(UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) 
OBJETIVOS DO ABP: 
❖ Iniciar o estudante no aprendizado da medicina, 
com postura ética, visão humanística, senso de 
responsabilidade social e compromisso com a 
cidadania; 
❖ Motivar o estudante a preparar-se para 
compreender e dar atenção adequada às 
necessidades de saúde dos indivíduos, na 
situação social específica em que vivem 
considerando as limitações impostas pela sua 
condição biopsicossocial específica; 
❖ Motivar o estudante a desenvolver a 
capacidade de integrar conteúdos de 
diferentes disciplinas e desenvolver atitudes e 
habilidades profissionais, que configuram as 
competências do futuro médico; 
❖ Preparar os alunos para resolverem questões 
do mundo real, contato com situações 
concretas de vida; 
❖ Desenvolver raciocínio crítico e reflexivo, 
incentivando questionamentos e perguntas; 
❖ Colocar o aluno como pessoa, apresentar uma 
visão humanizada do estudante; 
❖ Estimular o papel ativo do aluno e sua 
autonomia. 
FONTE: MÓDULO DE INTRODUÇÃO DO ESTUDO DA MEDIC INA 
(UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) 
Entender a dinâmica dos Grupos Tutoriais 
ASPECTOS GERAIS DA TUTORIA 
São pequenos grupos, compostos por oito a onze 
estudantes e um tutor. Os grupos se encontram 2 
vezes por semana, dividindo os encontros em 
 – onde há leitura corrida e pausada do 
problema, levantamento de hipóteses, questionamentos 
e objetivos de aprendizagem – e onde 
há leitura da ata e debate dos estudos individuais acerca 
dos objetivos, finalizado por autoavaliação. Há 3 papéis 
importantes a serem desenvolvidos por alunos, por 
meio de rodízio a cada problema: 
 e . Conta ainda com os demais 
estudantes e um professor-tutor, que não ministra aulas 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
e deve conhecer profundamente o assunto a ser 
discutido. 
Um esquema de rodada de falas permite organização 
e evita monopolização, ou seja, o aluno só voltaria a 
falar após todos os outros também terem falado (não 
é uma ordem preestabelecida, cada um pode se inserir 
quando se sentir à vontade), exceto quando perceber 
que algum ponto importante está sendo esquecido. 
Os grupos tutoriais são rearranjados a cada módulo, de 
modo que os estudantes aprendam a trabalhar com 
diversos colegas. 
PAPEL DE CADA PARTICIPANTE 
deve ter sempre em mente que o ABP é focadono aluno, não ensinar o aluno e sim 
; »conhecer os objetivos e a estrutura do 
módulo-temático; »assumir a 
no processo de aprendizagem; »orientar o 
grupo através da formulação de questões apropriadas 
e não do fornecimento de explicações, a menos que 
seja solicitado explicitamente pelo grupo - estas 
explicações deverão ser bem avaliadas e nunca devem 
se consistir em uma aula teórica abrangente; »estimular 
a geração de metas especificas para o 
autoaprendizado; » (participação, 
interesse) e o conteúdo (resultados alcançados) etc. 
 esse aluno deve , 
anunciando as etapas em andamento e delimitar os 
textos que serão transcritos pelo escriba no quadro, 
favorecendo a participação de todos e mantendo o 
foco das discussões no problema; deve 
 e garantir que estas sejam 
discutidas pelo grupo com seriedade, e que tenham 
representação nos objetivos de aprendizagem, sempre 
que o grupo não conseguir refutá-las adequadamente 
»estimular a apresentação de e o 
aprofundamento das discussões pelos colegas; »exigir 
que os fossem específicos, 
formulados pelo grupo de forma objetiva e 
compreensível para todos; » as discussões 
quando pertinente. 
esse aluno deve de forma legível e 
, todas as discussões e os eventos 
ocorridos no grupo tutorial, sendo fiel as discussões 
ocorridas, e em suas anotações - para 
isso, pode solicitar a ajuda do coordenador e do tutor; 
»deve e evitar 
privilegiar suas próprias opiniões ou as opiniões com as 
quais concorde; »deve anotar com rigor os objetivos 
de aprendizagem apontados pelo grupo. 
esse aluno deve de quem 
estava presente, quem ocupou os cargos e as 
informações escritas pelo escriba, para posterior 
. Durante a fase esperta, deve realizar 
a e passá-la para os demais assinarem e 
depois entregar ao tutor. 
todos devem da discussão 
e se atentar à ordem estabelecida e às falas de todos, 
para . As falas 
devem ser coesas e pertinentes. Durante a 
 deve passar sua opinião sobre o 
problema discutido, seu desempenho pessoal e o do 
grupo e a postura do coordenador e do tutor. Além 
disso, deve trazer elogios ou criticar algum elemento da 
discussão, lembrando de . 
FONTE: MÓDULO DE INTRODUÇÃO DO ESTUDO DA MEDIC INA 
(UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) 
DINÂMICA DO TUTORIAL EM 8 PASSOS 
 Ler atentamente o problema e esclarecer os 
termos desconhecidos.
 Identificar os problemas propostos pelo 
enunciado. 
 Oferecer explicações para estas questões com 
base no conhecimento prévio que o grupo 
tem sobre o assunto. 
 Resumir essas explicações. 
 Estabelecer objetivos de aprendizagem que 
levem o aluno ao aprofundamento e 
complementação das explicações. 
 Estudo individual acerca dos objetivos 
levantados. 
 Rediscussão no grupo tutorial dos avanços de 
conhecimento obtidos pelo grupo. 
 Autoavaliação e, posteriormente, avaliação do 
tutor. 
FONTE: MÓDULO DE INTRODUÇÃO DO ESTUDO DA MEDIC INA 
(UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) 
Identificar os objetivos das dinâmicas de 
habilidades, piesc, práticas de laboratório 
e palestras 
HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDE 
Atividade desenvolvida semanalmente, do 1° ao 4° ano, 
visando ao desenvolvimento das 
. É composta por 5 principais enfoques: 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
 busca formar e capacitar o aluno para o 
desenvolvimento de e 
 e 
, essenciais ao bom 
desempenho profissional. É desenvolvida em 
Laboratório de Habilidades, nos Ambulatórios, 
Enfermarias e demais Serviços de Saúde do Município 
de Vitória da Conquista. 
 o aluno é 
orientado, por meio do exercício prático, a ter uma 
formação inicial para o e dos 
mecanismos de 
disponíveis em meios digitais e eletrônicos, ao 
tempo em que incorpora o desenvolvimento da 
capacidade de . 
 objetiva 
 relacionada à 
promoção de saúde, prevenção, diagnóstico, 
prognóstico e tratamento, assim como preparar o 
futuro médico com meios que lhe permitam 
 frente aos complexos desafios 
profissionais, nas mais diversas situações. 
 objetiva a e o
 de habilidades para o adequado 
 relacionados 
à atenção à saúde, bem como para a correta realização 
de . 
 busca o 
 
 - solicitação, realização e interpretação - de 
exames complementares. 
PRÁTICAS INTERDISCPLINARES DE 
INTERAÇÃO ENSINO - SERVIÇOS E 
COMUNIDADE (PIESC) 
Atividade obrigatória desenvolvida semanalmente, do 1° 
ao 4° ano, visando proporcionar ao aluno uma nova 
maneira de com o trabalho em 
equipe multiprofissional e interdisciplinar, visando um 
profissional de saúde capaz de contribuir para a 
transformação/construção do 
. Ao mesmo tempo, visa trabalhar, por meio da 
vinculação do ensino à realidade de saúde da 
população/comunidade/família, a construção das 
estruturas curriculares de acordo com as necessidades 
e problemas identificados e, assim, estimular a extensão 
e a pesquisa, associadas ao ensino. 
Tais atividades também são divididas em grupos 
menores e empregam a 
, 
realizando atividades de promoção da saúde, 
prevenção e tratamento de agravos no enfrentamento 
dos problemas de saúde mais frequentes na população. 
 ambientes comunitários, as 
equipes do Programa Saúde da Família, os serviços de 
primeiro nível de Atenção à Saúde (Unidade Básica de 
Saúde). Tendo como objetivo permitir a 
, assim 
como propiciar seus contatos com a 
comunidade/família sob sua atenção, desde o primeiro 
ano do curso. 
PRÁTICAS DE LABORATÓRIO 
módulos dos 1° e 2° 
anos, serão desenvolvidas nos laboratórios e salas da 
UESB. São aulas teóricas e práticas, divididas por 
semestres: 
❖ 1° semestre: , , ,
e . 
❖ 2° semestre: , , ,
, , 
 e . 
❖ 3° semestre: , , ,
, e . 
❖ 4° semestre: , , ,
, , e 
. 
módulos dos 3° e 4° anos, serão 
desenvolvidas no Ambulatório-Escola da UESB – Centro 
Universitário de Atenção à Saúde. 
PALESTRAS 
São realizadas durante os módulos, uma vez por 
semana com duração de duas horas, proferidas por 
convidados ou professores. O tema da palestra está 
sempre relacionado às temáticas discutidas no módulo 
tutorial, complementando e/ou aprofundando temas 
relacionados aos problemas apresentados, com o 
objetivo de possibilitar ao aluno a desejável integração 
dos conhecimentos adquiridos nas leituras com os 
problemas apresentados nos módulos ou, ainda, para 
proporcionar uma primeira aproximação de um tópico 
ou tópicos ainda desconhecidos ou de reconhecida 
dificuldade inicial de compreensão. 
FONTE: PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM 
MEDIC INA (UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Valorizar a autoaprendizagem e o papel 
do estudante ativo 
AUTOAPRENDIZAGEM E PAPEL ATIVO 
O processo de autoaprendizagem é relatado por 
Philippe Perrenoud como as “capacidades do sujeito 
para gerir ele próprio seus projetos, seus progressos, 
suas estratégias diante das tarefas e obstáculos.” É fato 
que todos possuem um certo grau de autorregulação, 
mas o interessante é que o método ABP aprimora essa 
capacidade em cada estudante, favorecendo uma 
. Espera-se que o estudante 
faça a gestão do tempo e do comportamento, além da 
gestão do ambiente físico no qual ele está inserido. 
O aluno construir seu próprio conhecimento faz com 
que ele se de uma maneira 
completamente diferente, muito mais e 
 ao mesmo tempo. Assim, o estudante é 
estimulado a pensar por si mesmo, analisar e criar. Deste 
modo, são desenvolvidas habilidades de , 
, , , , 
, 
e . Todas elas 
muito importantes no desenvolvimento de um 
profissional completo para o mercado de trabalho, 
principalmente como um médico humanizado. 
FONTES: APRENDIZAGEM ATIVA (SARAIVA EDUCAÇÃO) E O 
PAPEL ATIVO DO ALUNO NA CONSTRUÇÃO DO APRENDIZADO 
( JACOBS CONSULTORIA) 
Conhecer o papel do Colegiado de Curso 
COLEGIADO DE MEDICINA 
O Colegiado de Curso faz a 
, deliberando e normatizando os assuntos 
curriculares, didáticos e pedagógicos do curso de 
medicina. É responsável também pelae acadêmicas, 
científicas, didático-pedagógicas e culturais do curso de 
medicina da faculdade. 
do curso. Assim como 
 de medicina. Além de dever 
 no curso e, caso não 
solucionado, encaminhar para o departamento 
responsável. 
O Colegiado de Curso de Medicina é composto por 
docentes (um por matéria) em efetivo exercício e 
representação discente. A direção do colegiado é 
exercida por um coordenador (Jó Luis Passos) e um 
vice-coordenador (Luciano Dias), com mandato de 2 
anos. 
FONTE: REG IMENTO DO COLEG IADO DE MEDIC INA (UESC) E 
S ITE DO CATÁLOGO DE CURSOS DA UESB 
Problema 2: Ciência e Medicina 
Conceituar ciência e os termos relacionados, 
encontrados no problema 
O QUE É CIÊNCIA? 
 
❖ Conhecimento; 
❖ Saber que se adquire pela leitura e meditação; 
instrução, erudição, sabedoria; 
❖ Conjunto de conhecimentos socialmente 
adquiridos ou produzidos, historicamente 
acumulados, dotados de universalidade e 
objetividade que permitem sua transmissão, e 
estruturados com métodos, teorias e 
linguagens próprias e, poss., orientar a natureza 
e as atividades humanas; 
❖ Campo concernente a determinada parte ou 
aspecto da natureza ou das atividades 
humanas; 
❖ A soma dos conhecimentos humanos 
considerados em conjunto; 
❖ Habilidade intuitiva, sabedoria. 
“mais do que uma instituição, é uma 
atividade. Podemos mesmo dizer que a ‘ciência’ é um 
conceito abstrato.” O que se conhece ‘concretamente’ 
são os cientistas e o resultado de seus trabalhos. “O 
cientista contemporâneo sabe bem que nada há de 
definitivo e indiscutível que tenha sido assentado por 
homens”. A ciência não se reduz a experimentos, pelo 
contrário, é extremamente e . O 
experimento científico como critério de cientificidade é 
ponto fundamental para o desenvolvimento das ciências 
exatas e biológicas ou da natureza, mais bem 
representadas pela física e pela biologia (especialmente 
através de seus desdobramentos disciplinares nas 
últimas décadas do século XX). Porém, esse mesmo 
cientificismo não é partilhado pelas disciplinas que 
compõem as chamadas ciências humanas e sociais. 
propõe colocar de lado as 
fundamentações epistemológicas e, a partir do uso de 
princípios elementares, proceder a uma ‘tosca’ 
definição de ciência que contemplaria um “conjunto de 
descrições, interpretações, teorias, leis, modelos etc., 
visando ao conhecimento de uma parcela da realidade”, 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
através de uma ‘metodologia especial’, no caso, a 
. 
SENSO COMUM X CONHECIMENTO 
CIENTÍFICO 
 É o que todas as pessoas 
, ao acaso, 
. Em 
geral resulta de repetidas experiências casuais de erro 
e acerto, sem observação metódica ou verificação 
sistemática e, por isso, carece de caráter científico. 
Pode também resultar de simples transmissão de 
geração para geração ou fazer parte das tradições de 
uma coletividade. 
 contrário ao senso comum, 
é uma , e 
que tem por objetivo formular, mediante linguagem 
rigorosa e apropriada (se possível com o auxílio da 
linguagem matemática), leis que regem os fenômenos. 
Nesse sentido o conhecimento deve ser objetivo, 
racional, sistemático, geral, verificável e falível. 
HIPÓTESES X TEORIAS 
 são , previsões sobre um 
determinado fenômeno da natureza e como ele se 
comporta. As mesmas , o que, 
normalmente, é realizado por meio de experiências 
científicas. As hipóteses devem conter enunciado 
(sentença declarativa), relação entre duas ou mais 
variáveis (parâmetros) e deve ser testável (passível de 
comprovação). 
A palavra ‘hipótese’ pode assumir diferentes 
conotações dependendo do contexto, mas 
originalmente significa ‘ ’. Estudos e 
investigações buscam respostas para um conjunto de 
fatos oriundos de teorias preexistentes (ou não). Para 
isso, elabora-se uma hipótese, ou seja, uma 
. Porém, a hipótese é muitas 
vezes associada a uma solução provisória, que ainda 
não foi testada. 
 são para 
descrever esses eventos. Envolvem hipóteses já 
testadas diversas vezes, fatos e leis. Uma teoria pode 
soar como uma explicação definitiva, mas pode vir a 
ser derrubada, pois não é uma verdade absoluta. 
 Portanto, teorias 
científicas jamais são provadas, pois é impossível 
garantir que nunca será descoberto um novo fato que 
contradiga alguma de suas ideias até então válidas. 
Algumas teorias são bem corroboradas, ou seja, com 
uma grande quantidade de fatos que, na prática, é 
pouco provável que estas sejam falseadas. Entretanto, 
esta possibilidade é inerente e indissociável de qualquer 
teoria que se diz científica, não devido aos fatos, mas 
às ideias associadas à mesma. Uma teoria é um modelo, 
nunca uma expressão perfeita da realidade, que instiga 
novas descobertas. 
Descrever as características do método 
científica 
MÉTODO CIENTÍFICO 
O método científico refere-se a um aglomerado de 
, quer um novo conhecimento, 
quer uma correção (evolução) ou um aumento na área 
de incidência de conhecimentos anteriormente 
existentes. Na maioria das disciplinas científicas consiste 
em juntar evidências empíricas verificáveis — baseadas 
na observação sistemática e controlada, geralmente 
resultantes de experiências ou pesquisa de campo — 
e analisá-las com o uso da lógica. Para muitos autores, 
. 
ETAPAS DO MÉTODO CIENTÍFICO 
 Observação. 
 Elaboração do problema. 
 Hipóteses. 
 Experimentação. 
 Análise de resultados. 
 Conclusão. 
Compreender as diferenças entre as 
ciências: abstratas e concretas; naturais e 
humanas e o lugar que a medicina ocupa 
nesta classificação 
CIÊNCIAS ABSTRATAS X CONCRETAS 
 Segundo , são as 
que 
em todas as suas combinações possíveis. A este grupo 
pertencem a matemática, a astronomia, a física, a 
química, a biologia e a sociologia. Já segundo
, as ciências abstratas são as que 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
: são elas a Matemática e a Lógica. 
 Segundo , são as que 
, ou melhor, as 
. São mais 
ciências aplicadas e não precisam ser classificadas, pois 
todas elas dependem das ciências abstratas. Porém, de 
acordo com , são as que 
; são elas: a Astronomia, a Geologia, a 
Biologia, a Psicologia e a Sociologia. Acrescenta mais que 
estes seres podem ser estudados em si ou nas leis de 
sua evolução, nas condições gerais de sua existência, o 
que dá lugar à Filosofia da Evolução ou Metafísica. 
 Segundo , são as 
que tratam de , todos 
eles da mesma natureza, como se dá na física, onde se 
estuda agrupados os fenômenos acústicos, óticos e 
elétricos; são abstrato-concretas a Mecânica Aplicada, 
a Física e a Química. 
CIÊNCIAS NATURAIS X HUMANAS 
Existem dois gêneros de ciências 
naturais, umas , gerais, tendo por objeto a 
 que regem as diversas classes de 
fenômenos e que consideram todos os casos possíveis 
de conceber e outras , particulares, 
, designadas algumas vezes sob o nome de 
ciências naturais propriamente ditas e que consistem na 
aplicação dessas leis. 
Relativas à , 
aos valores do homem e, até, à significação última (ou 
apenas social) de sua arte. São um conjunto de 
conhecimentos que tem como objetivo o estudo do 
. Em todos os lugares, os seres 
humanos estabelecem relações uns com os outros, 
sejam elas de amizade, afeto ou poder. As ciências 
humanas buscam compreender como estas relações 
se formam e de que maneira elas vão se 
estabelecendo ao longo do tempo. 
QUAL DELAS É A MEDICINA? 
Se formos encaixar a medicina como uma ciência, ela 
seria uma ciência , e . Porém, 
cabe a nós nos perguntar: a medicina é, realmente, uma 
ciência? 
. Nos registros históricos há 
relatos de atividade médica já na Antiga Grécia, na 
Civilização Egípcia, na China e em outros locais. A 
princípio era baseada na manipulação de ervas e 
tratamentos naturais, muitas vezes com fundos místicos 
para tratar enfermos. Aos poucos, com o avanço do 
olhar científico e experimental, foi ganhando os 
aspectos de ciência e técnicas que vemos hoje, com 
diferentes evoluções nos quatro cantos da Terra– 
sendo um benefício da atual rede de comunicações, o 
rápido intercâmbio e difusão do conhecimento e 
descobertas na área da saúde. 
Existem também vertentes, mais atuais, que afirmam 
que a 
. Por mais que se faça necessário aplicar 
conhecimentos científicos à prática médica, ela exige 
que se considere a singularidade de cada paciente. Deve 
ser, deste modo, 
. A medicina é, desse modo, uma prática 
sustentada pelo conhecimento científico disponível. Por 
isso, mesmo que o avanço da ciência e da tecnologia 
ofereçam ao médico maior solução aos problemas que 
acometem o homem, ainda existe uma incerteza que 
exige a utilização da ciência em conjunto à 
interpretação das circunstâncias, para que se torne 
capaz de fornecer um cuidado adequado aos doentes. 
Avaliar a relatividade do conhecimento 
médico 
CONHECIMENTO MÉDICO 
Na antiguidade, a figura que ostentasse poderes de 
salvar a vida ou aliviar a dor, era considerada alguém 
próxima dos poderes da divindade. Os primeiros 
médicos foram, como se sabe, os sacerdotes que, nas 
várias culturas, desde o século VIII a.C., pelo menos, 
inspirados ou credenciados pelos deuses, praticavam a 
arte de curar. 
Com o passar do tempo, os dogmas e o mito já não 
explicam nem o Sol nem a doença e a morte, os rituais 
sacerdotais e os filtros mágicos não bastam como 
terapêutica. Nesse viés, o médico passa a ser, antes de 
tudo, um homem aperfeiçoado pela ética e pelo saber 
a respeito da natureza humana. Ele é, necessariamente, 
um humanista. 
É só muito mais tarde, no século XVII, que o saber 
médico se afasta da Filosofia do Homem, graças ao 
dualismo da Fisiologia Cartesiana, bem como ao 
florescimento das ciências naturais e do espírito 
científico. A doutrina de Descartes institui a separação 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
entre uma vida subjetiva (implicando sentimentos, 
valores e cognições) e uma vida objetiva do corpo, 
regida pelas leis da Física e da Química, como qualquer 
substância extensa. 
Agora, os valores atribuídos à arte médica, o sentido da 
Medicina ou a própria ética médica, passam a ser uma 
exigência extrínseca ao saber propriamente médico. 
Agora se pode ser um médico competente, mesmo 
sem referência a qualquer sistema ético ou filosófico. O 
florescimento do espírito científico e das ciências 
naturais, também típico dos séculos XVII e XVIII teve, 
entre outros, o mérito de banir o controle autoritário 
da pesquisa e dos critérios de verdade, os gênios da 
latroquímica, da Medicina Pneumática ou da 
latromecénica fundaram um saber médico liberto de 
conceitos espiritualistas. 
Enquanto arte decisiva para a sobrevivência do homem, 
a Medicina precisava agarrar-se, até por dever de ofício, 
à pesquisa científica balizada pelo mais rigoroso 
empirismo. Se a ciência trata apenas do que se pode 
observar empiricamente, só há conhecimento seguro 
sobre objetos concretos. E, então, o saber médico 
passou a rejeitar, como ilegítimas, quaisquer questões 
relativas à subjetividade humana, aos valores do homem 
e, até, à significação última (ou apenas social) de sua 
arte. 
Mas o prestígio social do médico-cientista dos séculos 
XVII e XVIII não é muito menor que o do antigo médico-
sacerdote. Com algumas diferenças: ele não é mais 
uma autoridade moral, não é um ministro do divino, 
depositário de poderes que independem do 
conhecimento dos homens. Ele é apenas alguém que 
detém um saber, até idealizado, e pode, com esse 
saber, produzir cura e alívio. Pode trazer sobrevivência 
e tranquilidade. Mas seu saber não tem significados. 
Pode ter, apenas, efeitos, o médico agora não é mais 
significante do que um policial ou um bombeiro. 
Também estes, de fato, podem salvar a vida e trazer 
segurança. 
. 
Em consequência, o médico foi preparado, mais ou 
menos adequadamente, para tratar um paciente que 
não é um homem, é um corpo humano. E se defronta, 
na realidade, com um homem que tem um corpo que 
sofre, e este corpo está reagindo fisiologicamente a 
toda uma gama de influências concretas de tipo 
emocional, cultural e moral. 
Parece que o sentido da Medicina, hoje, é obscuro; a 
menos que se lhe atribua, como sentido, a mera 
aplicação clínica das descobertas experimentais. 
Enquanto saber teórico, hermenêutico, ela seria a 
competência diagnóstica para detectar sintomas e 
agrupá-los em quadros clínicos: algo que já se atribui 
aos computadores. Enquanto clínico, o médico seria um 
técnico de alto nível capaz de prescrever e administrar 
os produtos da pesquisa experimental. Não é pouco, 
mas é algo não muito diverso do que respeitar a 
posologia e as contraindicações de uma bula de 
remédio ou de uma dada conduta. Afinal, para isso, não 
seria necessário todo o curso médico. Nas últimas 
décadas deste século, percebe-se que a carência de 
um conhecimento mais seguro de aspectos não 
orgânicos do homem se impõe como exigência da 
própria eficiência médica. 
Problema 3: O estudo das 
ciências morfológicas 
 Conhecer a importância do 
desenvolvimento da anatomia na história 
da medicina 
DEFINIÇÃO DA ANATOMIA 
Ciência dedicada ao 
. 
Etimologicamente, tem origem grega anatome, ana - 
distributivo em partes, e tomein, cortar ou cortes. A 
associação significa 
; no caso humano, 
o cadáver, para conhecer sua arquitetura e estrutura. 
Sinônimo de Morfologia. Pode distinguir a Biomorfologia, 
Zoomorfologia e Fitomorfologia. 
. A anatomia Sistêmica possui conteúdos 
valiosíssimos, constituídos de um complexo vasto de 
conhecimentos, que nos familiarizam com os mais 
diminutos pormenores do maravilhoso organismo 
humano. A anatomia seria uma ciência de alto valor, 
mesmo se considerássemos somente esse ponto de 
vista, pois ela é o fundamento de todas as outras 
ciências da área da saúde, as quais não poderiam 
subsistir sem a Anatomia. Além das aplicações na área 
da saúde e das várias formas de estudo da Anatomia, 
existe uma leitura anatômica nas diversas áreas da 
atividade humana como Anatomia Artística, Matemática, 
Antropológica, Constitucional, Comparativa e Filosófica. 
Na área médica: Anatomia Sistêmica, Topográfica, 
Aplicada, Radiológica e a Nipiologia. A Anatomia em um 
sentido amplo ou a Morfologia cobre todas as idades, 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
em todos os níveis estruturais, desde o microscópico 
até o subcelular, molecular e atômico. 
FONTE: D IC IONÁR IO MÉDICO 
HISTÓRIA DA ANATOMIA 
O desenvolvimento da anatomia como uma ciência se 
estende desde os primeiros exames de vítimas de 
sacrifícios até as análises sofisticadas feitas atualmente 
pelos cientistas modernos. Caracteriza-se, ao longo do 
tempo, pelo 
. A Anatomia Humana tem uma história 
prestigiosa e é considerada a mais proeminente das 
ciências biológicas até o século 19 e início do século 20. 
Os métodos de estudo melhoraram dramaticamente, 
permitindo o estudo desde o exame através da 
dissecção de corpos até o uso de técnicas 
tecnologicamente complexas. 
. O formato e a quantidade de 
informações ensinadas aos jovens médicos têm 
evoluído e mudado em associação com as demandas 
da profissão médica. O que é ensinado hoje difere 
significativamente do passado, mas os métodos usados 
para ensinar não mudaram muito. Por exemplo, as 
famosas dissecções públicas que aconteciam na idade 
média e início do renascimento podem ser 
consideradas hoje as ‘demonstrações anatômicas’ 
usadas nas aulas práticas. 
❖ há relatos do estudo da anatomia desde 
o ano de 1600 AC, por meio de iconografias e 
papiros. Esses mostram que os antigos egípcios 
reconheciam o coração e seus vasos, o fígado, 
o baço, os rins, o hipotálamo, o útero e a 
bexiga. Também sabiam que os vasos 
sanguíneos partiam do coração. Outros vasos 
foram descritos, alguns contendo ar, outros 
contendo muco. 
❖ foi na Grécia antiga que a anatomia, 
inicialmente, ganhou maior aceitação como 
ciência. As escritas de vários filósofos gregos 
tiveram um forte impacto no pensamento 
científicofuturo. , o mais famoso 
médico grego e considerado o pai da medicina 
por seus princípios éticos pregados em seus 
ensinamentos, teve seu nome imortalizado no 
juramento Hipocrático que muitos estudantes, 
ao se formarem em medicina, repetem como 
compromisso de exercício profissional e dever 
perante a sociedade. Seguia a doutrina dos 
quatro humores, cada um associado a um 
órgão em particular: sangue com o fígado; 
cólera, ou bile amarela, com a vesícula biliar; 
fleuma com os pulmões; e melancolia, ou bile 
preta, com o baço. Imaginava-se que uma 
pessoa teria saúde com o equilíbrio desses 
quatro humores, princípio esse seguido por 
mais de 2.000 anos. , discípulo de 
Platão, foi contratado pelo Rei Filipe da 
Macedônia para ensinar seu filho, Alexandre, 
conhecido como Alexandre, o Grande. Apesar 
de suas extraordinárias realizações, cultuava 
teorias errôneas como a sede da inteligência 
no coração e citava que a função do cérebro, 
banhado em líquido, era esfriar o sangue 
bombeado pelo coração para manutenção da 
temperatura corporal. Foi o fundador da 
Anatomia Comparada, 384 a 322 a.C.
após o declínio do Império Romano o 
 na Europa cristã, 
visto que se utilizava a fé como centro das respostas. 
marcado como renascimento da ciência. 
Introduzido nas grandes Universidades europeias, 
reativou a busca pelo conhecimento e engrenou os 
estudos da anatomia humana, centralizando o interesse 
nos métodos e técnicas de dissecção em lugar de 
avançar no conhecimento do corpo humano. Surgiram 
grandes personagens daquele tempo. 
 e , cada qual com estudos 
monumentais da forma humana. O primeiro produziu 
desenhos anatômicos de qualidade sem precedentes, 
baseado em dissecções de cadáveres humanos, ainda 
que essa prática fosse proibida. O segundo refutou os 
falsos conceitos do passado sobre estrutura e função 
do corpo, por observação direta e experiências; é 
chamado o pai da anatomia moderna. 
durante os séculos XVII 
e XVIII, a anatomia atingiu uma aceitação inigualável. 
Duas das contribuições mais importantes foram a 
explicação da circulação sanguínea e o 
. Harvey, em 1628, 
com a obra Sobre o Movimento do Coração e do 
Sangue nos Animais, provando a circulação contínua do 
sangue no interior dos vasos, e Leeuwenhoek, 
aperfeiçoando o microscópio, desenvolvendo técnicas 
para examinar tecidos e com a descrição de células 
sanguíneas, músculo esquelético e da lente do olho. 
Malpighi, lembrado como pai da histologia, foi o primeiro 
a confirmar a existência dos capilares. 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
A principal contribuição científica do século XIX foi a 
formulação da teoria celular. Princípio creditado a dois 
cientistas alemães, Matthias Schleiden e Theodor 
Schwann. 
 atualmente, o conhecimento de 
anatomia se junta a um universo de outros 
conhecimentos que, não menos importantes, vão se 
somando e contribuindo de forma muito rápida para o 
desenvolvimento científico, para a melhoria da qualidade 
de vida e para a maior longevidade do ser humano. 
FONTES: ARTIGO ‘BREVE H ISTÓRIA DA ANATOMIA ’ (UERJ) E 
TEXTO DO MUSEU DE C IÊNCIAS DA V IDA (UFES) 
OBJETIVOS DA ANATOMIA 
Proporcionar ao estudante o conhecimento das noções 
e concepções básicas sobre a identificação e 
morfologia dos órgãos e estruturas que constituem o 
organismo humano, compreendendo suas 
características morfofuncionais. 
Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi 
proposto em 1981 pela American Association of 
Anatomists: "anatomia é a análise da estrutura biológica, 
sua correlação com a função e com as modulações de 
estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e 
ambientais. a compreensão 
dos princípios arquitetônicos da construção dos 
organismos vivos, a descoberta da base estrutural do 
funcionamento das várias partes e a compreensão dos 
mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento 
destas. A amplitude da anatomia compreende, em 
termos temporais, desde o estudo das mudanças a 
longo prazo da estrutura, no curso de evolução, 
passando pelas das mudanças de duração intermediária 
em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; 
até as mudanças de curto prazo, associadas com fases 
diferentes de atividade funcional normal. Em termos do 
tamanho da estrutura estudada vai desde todo um 
sistema biológico, passando por organismos inteiros 
e/ou seus órgãos até as organelas celulares e 
macromoléculas". 
FONTE: PLANO DE CURSO DE ANATOMIA (FASETE ) E 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA (UFMG) 
DIVISÕES DA ANATOMIA 
Atualmente, a anatomia pode ser subdividida em três 
grandes grupos: anatomia macroscópica, anatomia 
microscópica e anatomia do desenvolvimento. 
 é o estudo das estruturas 
observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos 
tecnológicos os mais variáveis possíveis. Apresenta duas 
grandes divisões, a , na qual os dados 
anatômicos macroscópicos humanos são descritos 
segundo as grandes divisões naturais do corpo 
(membro inferior, membro superior, cabeça e pescoço, 
tórax, abdome e pelve) e a , na qual 
a abordagem é feita segundo os vários sistemas 
(conjunto de órgãos com mesma função básica). 
❖ ANATOMIA SISTEMÁTICA OU DESCRITIVA: 
Estuda de modo analítico e separadamente as 
várias estruturas dos sistemas que constituem 
o corpo, o esqueleto, o muscular, o circulatório, 
etc. 
❖ ANATOMIA TOPOGRÁFICA OU REGIONAL: 
estuda, de uma maneira sintética, as relações 
entre as estruturas de regiões delimitadas do 
corpo 
❖ ANATOMIA DE SUPERFÍCIE OU DO VIVO: 
estuda a projeção de órgãos e estruturas 
profundas do corpo, é de grande importância 
para a compreensão da semiologia clínica 
❖ ANATOMIA FUNCIONAL: estuda segmentos 
funcionais do corpo, estabelecendo relações 
recíprocas e funcionais das várias estruturas 
dos diferentes sistemas 
❖ ANATOMIA APLICADA: salienta a importância 
dos conhecimentos anatômicos para as 
atividades médicas, clínica ou cirúrgica e 
mesmo para as artísticas 
❖ ANATOMIA RADIOLÓGICA: estuda o corpo as 
propriedades dos raios X e constitui, com a 
anatomia de Superfície, a base morfológica das 
técnicas de exploração clínica 
❖ ANATOMIA COMPARADA: estuda a Anatomia 
de diferentes espécies animais com particular 
enfoque ao desenvolvimento ontogenético 
(desenvolvimento de um indivíduo desde a 
concepção até a idade adulta) e filogenético 
dos diferentes órgãos. 
 é aquela relacionada com as 
estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso 
de instrumental para ampliação, como lupas, 
microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é 
dividido em (estudo da célula) e 
(estudo dos tecidos e de como estes se organizam 
para a formação de órgãos). 
 estuda o 
desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo fertilizado 
até a forma adulta. Ela engloba a que é o 
estudo do desenvolvimento até o nascimento. 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Embora não sejam estanques, a complexidade destes 
grupos torna necessária a existência de estudos 
específicos. 
FONTE: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA (UFMG) 
Compreender a importância do cadáver no 
estudo da anatomia e do microscópio no 
estudo da histologia 
IMPORTÂNCIA CADÁVER NA ANATOMIA 
❖ escreve: "Quem consertará 
uma máquina, ignorando o artifício pelo qual é 
feita? Como curará as moléstias, não sabendo 
os órgãos que elas atacam? A anatomia lança 
os fundamentos sólidos da Medicina; não há 
anatomia vista em estampas, nem estudada 
sobre peças artificiais, mas analisada sobre os 
cadáveres. O estudo do homem deve ser feito 
sobre o mesmo homem". 
❖ em sua aula de anatomia 
transcreve o seguinte trecho do mesmo Assis 
Leite: "Um cadáver é o primeiro livro clássico 
de anatomia. O cadáver é um mestre mudo, 
porém eloquente. Este mestre instrui os vivos 
antes de baixar à morada dos mortos. Na 
anatomia estuda-se o homem vivo no homem 
morto. A anatomia guia constantemente a mão 
do cirurgião, indica-lhe o lugar das operações, 
apontar-lhe os perigos e os meios de salvá-Ios.A anatomia é a base da medicina e cirurgia; 
quanto mais esta base é sólida e profunda, mais 
este edifício é elevado e majestoso". 
O cadáver humano ou suas partes são fixados em 
solução de formol a 10% injetado na artéria femoral e 
conservados em cubas na mesma solução a 5% e, 
portanto, são inócuos, 
. 
As partes dos corpos usados, ainda que sejam 
partículas mínimas, são reunidas e colocadas em 
caixões apropriados para posteriormente serem 
enterradas. Partículas resultantes de dissecções por 
mínimas que sejam, devem ser colocadas em baldes 
pelos alunos. 
. O estudo dos 
órgãos humanos. quanto mais meticuloso mais nos leva 
à admiração de seu harmonioso funcionamento. Por 
isso, um 
 usados para os estudos anatômicos, de real 
utilidade para o desenvolvimento da medicina. 
A utilização do cadáver ajuda a 
, assim como os 
, as e a 
também acabam sendo aprimoradas. Funciona como 
um ritual de iniciação do estudante. Refletir sobre a 
morte e o morrer, sobre a humildade e a espiritualidade 
O corpo morto mobiliza curiosidades e angústias, 
exigindo dos estudantes, o polimento, o 
desenvolvimento de uma neutralidade a fim de superar 
a náusea, o horror e a repugnância. A forma pela qual 
o estudante lida com esse conflito é de fundamental 
importância para a sua formação e para a consolidação 
de sua identidade profissional. 
FONTES : ARTIGO ‘A IMPORTÂNCIA DA ANATOMIA NA 
FORMAÇÃO DO MÉDICO ’ (PUC CAMP INAS) E MONOGRAF IA ‘O 
ENS INO E APRENDIZADO PRÁTICOS DE ANATOMIA’ (UFBA) 
VISÃO BIOÉTICA DO USO DO CADÁVER 
❖ “Ao curvar-
te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o 
cadáver desconhecido, lembra-te que este 
corpo nasceu do amor de duas almas; cresceu 
embalado pela fé e esperança daquela que em 
seu seio o agasalhou, sorriu e sonhou os 
mesmos sonhos das crianças e dos jovens; por 
certo amou e foi amado e sentiu saudades dos 
outros que partiram, acalentou um amanhã feliz 
e agora jaz na fria lousa, sem que por ele 
tivesse derramado uma lágrima sequer, sem 
que tivesse uma só prece. Seu nome só Deus 
o sabe; mas o destino inexorável deu-lhe o 
poder e a grandeza de servir a humanidade 
que por ele passou indiferente” - Karel 
Rokitansky (1876). 
Homenagem ao Cadáver 
Desconhecido encontrada nos centros 
anatômicos de várias Universidades Brasileiras, 
como prova de reconhecimento ao mesmo. 
O homem passou a fazer parte dos experimentos e o 
seu cadáver ganhou grande importância entre os vivos, 
o que levou a sociedade a inúmeros questionamentos 
nos campos: social, moral, jurídico, religioso e médico, 
principalmente no que se refere ao uso do cadáver 
humano ou parte dele nestes experimentos. Lidar 
diretamente com a morte nas aulas de anatomia causa 
muitas vezes medo, dogmas, tabus. No passado, o 
trabalho dos anatomistas era limitado pelas normas da 
Igreja, sendo hoje, este estudo ameaçado por 
problemas jurídicos, religiosos, morais e pela falta de 
conscientização da sociedade sobre a importância da 
doação de cadáveres para o estudo e a pesquisa. 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Vários equipamentos modernos auxiliam o processo 
pedagógico, como os programas computacionais e 
materiais sintéticos, mas sem dúvida 
É de se 
lamentar, entretanto, que, nos últimos anos, tenhamos 
que nos deparar com um problema grave: 
. No Brasil, apesar das 
campanhas para doação de corpos ou partes deles 
para o ensino e pesquisa científica, o tema é bastante 
questionável. Vários são os fatores que influenciam esta 
doação, que vão desde a delicadeza do assunto, 
bastante triste, dada a repulsa que a morte causa, 
passando pela cultura dos povos, falta de conhecimento 
e interesse, até a observação das crenças religiosas, 
demonstrada ao longo da história do uso do cadáver 
humano. 
Felizmente em nosso país, a lei n° 8.501 de 30 de 
novembro de 1.992, republicada no Diário Oficial da 
União de 15-12- 1.992 visa disciplinar a 
. 
FONTE : ARTIGO ‘O USO DE CADÁVERES HUMANOS COMO 
INSTRUMENTO NA CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO A PARTIR 
DE UMA V ISÃO BIOÉTICA ’ (UN IV . CATÓLICA DE GO IÁS) 
IMPORTÂNCIA DO MICROSCÓPIO NA 
HISTOLOGIA 
Em 1590, o holandês Hans Janssen e o seu filho, 
Zacharias, planejaram o . Era 
composto por uma objetiva de lente convexa e uma 
lente côncava. 
Outro holandês, Anton van Leeuwenhoek (1632-1723), 
era um vendedor de tapetes e usava o microscópio 
para observar os fios, depois, passou a examinar a 
anatomia dos menores animais conhecidos. Ele 
 que estabeleceu, 
praticamente sozinho, o ramo da . 
Leeuwenhoek também é considerado o primeiro a 
realizar descrições precisas dos glóbulos vermelhos, das 
bactérias que habitam a boca e os intestinos dos seres 
humanos, e da forma e locomoção do espermatozoide 
humano. Foi também Leeuwenhoek quem descobriu a 
existência dos micróbios, hoje conhecidos como micro-
organismos. 
. Muitas características importantes de 
interesse nos sistemas biológicos são demasiado 
pequenas para serem vistas a olho nu, só podendo, 
portanto, ser observadas com o microscópio. Nos anos 
mais recentes, tem-se observado um grande 
desenvolvimento em microscópios, corantes, 
protocolos de coloração e técnicas de preparação para 
ajudar a esclarecer melhor a estrutura e função das 
células. As estruturas celulares que necessitamos 
estudar têm dimensões que, em regra, são invisíveis à 
vista desarmada. 
A é o estudo da estrutura do material 
biológico e das maneiras como os seus componentes 
se interrelacionam, tanto estrutural quanto 
funcionalmente. O estudo da histologia se iniciou com o 
desenvolvimento de microscópios simples e de técnicas 
para preparo de material biológico, tornando-o 
adequado para exame. Os primeiros histologistas 
descobriram muito sobre a estrutura do material 
biológico, estabelecendo a teoria celular da estrutura 
dos organismos vivos, onde a célula é a unidade básica 
da arquitetura da maioria dos materiais biológicos. Todos 
os tecidos presentes nos vertebrados adultos são 
formados a partir de três tipos de folhetos germinativos: 
endoderma, ectoderma e mesoderma. Cada um 
desses, durante o desenvolvimento embrionário, é 
responsável por uma genealogia de células 
especializadas quanto à forma e função. Nos animais 
vertebrados há quatro grandes grupos de tecidos: o 
muscular, o nervoso, o conjuntivo e o epitelial, 
constituindo subtipos específicos que irão formar os 
órgãos e sistemas corporais. 
A observação de tecidos ao microscópio óptico é feita 
por transparência. É necessário que o tecido seja 
submetido a cortes finíssimos, através da sua inclusão 
num bloco de parafina para ser cortado num 
micrótomo. Depois de cortado, retirada a parafina e 
colocado numa lâmina, o corte é fixado (para não se 
deteriorar) e corado. É comum a utilização de corantes 
que destacam determinadas partes das células (como 
o azul de metileno). Essas lâminas então podem ser 
finalmente observadas ao microscópio ótico. Estes 
métodos histológicos são geralmente utilizados para a 
observação de tecidos animais. 
Os desenvolvimentos recentes na área da microscopia 
eletrônica, a imunofluorescência e o corte por 
congelação permitiram um enorme avanço neste ramo 
científico. Com estas novas técnicas, a aparência dos 
tecidos pode ser examinada, permitindo a comparação 
entre tecidos saudáveis e doentes, o que é bastante 
importante para a eficiência dos diagnósticos e 
prognósticos clínicos. 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
Reconhecer a importância do avanço 
tecnológico no desenvolvimento do 
conhecimento médico 
AVANÇOS TECNOLÓGICOS 
O uso de cadáveres em dissecação e prossecção está 
sendo substituído por , simuladores e 
outras tecnologias com uso de computadores. 
. 
TÉCNICAS ANATÔMICAS 
A dificuldade em conseguir cadáveres dá lugar a 
alternativas mais baratas, mais práticas e, 
principalmente, que demandam menos tempo para 
ensino aprendizagem. 
❖ Foi nesse contexto que a , técnica 
que traz oestudo através de peças 
cadavéricas previamente dissecadas e 
conservadas, começou a garantir espaço. 
Porém, traz um prejuízo: o uso do formaldeído, 
a solução para fixação de peças orgânicas e 
conservação mais usada nos laboratórios, é 
tóxica e carcinogênica. Mas, essa técnica 
permite que os estudantes apreciem não 
somente o que é normal e comum, mas 
também uma gama de variações anatômicas. 
❖ Os modelos anatômicos de cera de madeira, 
de papel maché, de gesso ou de resina não 
trazem detalhes das estruturas e as variações 
anatômicas. 
❖ A é a melhor técnica anatômica 
para se estudar na prossecção »consiste na 
substituição dos fluidos do tecido e de partes 
dos lipídios por polímeros, sob vácuo. Não 
precisam de cuidados especiais de 
manutenção, correspondem a biologia real do 
corpo humano e são limpas, secas e inodoras. 
Com essa técnica, as estruturas se mantêm 
preservadas até mesmo em nível histológico, 
assim correspondem à biologia real do corpo 
humano. »utiliza um modelo similar aos de 
resina, mas a partir do próprio cadáver. 
❖ Vídeos, programas de computador, visões 
laparoscópicas, tomografias computadorizadas, 
ressonância magnética, salas em 3D e exames 
de imagem têm invadido o ensino da anatomia. 
❖ Hoje em dia é possível estudar anatomia até 
em pessoas vivas graças às técnicas de 
Radiografia, angiografia, endoscopia, tomografia 
axial computadorizada, ressonância magnética 
nuclear, ecografia, termografia entre outras. 
Estudar os planos anatômicos 
POSIÇÃO ANATÔMICA 
Todas as descrições anatômicas são expressas em 
relação a uma posição anatômica constante, garantindo 
que as descrições não sejam ambíguas. Logo, pouco 
importa o paciente (ou cadáver) estar em decúbito 
lateral, dorsal ou ventral, pois, ainda assim, será descrito 
em posição anatômica. 
A refere-se à posição do corpo 
como se a pessoa estivesse em pé com a cabeça, 
olhos e dedos do pé voltados anteriormente, os braços 
ao lado do corpo com as palmas voltadas anteriormente 
e os membros inferiores próximos, com os pés 
paralelos. Essa posição é adotada mundialmente. 
PLANOS ANATÔMICOS 
As descrições anatômicas baseiam-se em quatro planos 
imaginários: 
(ou 
sagital mediano) é o 
plano anteposterior 
vertical que passa 
longitudinalmente a 
superfície do corpo, 
dividindo-o em metades 
 e . 
»divide o corpo em 
metades simétricas 
são 
planos verticais que 
atravessam o corpo 
paralelamente ao plano 
mediano. 
são planos 
verticais que 
atravessam o corpo 
formando ângulos 
retos com o plano mediano, dividindo o corpo em 
partes e . 
são planos horizontais, que 
atravessam o corpo formando ângulos retos com os 
planos medianos e frontais. Dividem o corpo em partes 
 e . Podem ser chamados, também, 
de planos transaxiais ou axiais. 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
O principal uso dos planos anatômicos é descrever 
cortes: longitudinais, transversos e oblíquos. Os 
anatomistas fazem cortes do corpo e suas partes para 
descrever e exibir estruturas internas. 
FONTE: MOORE . / IMAGEM: NETTER. 
Compreender os termos de posição, relação 
e direção utilizados na anatomia 
TERMOS DE RELAÇÃO E COMPARAÇÃO 
Vários termos descrevem a relação entre as partes do 
corpo ou comparam a posição relativa de duas 
estruturas. Alguns desses termos são específicos para 
comparações feitas na posição anatômica ou em 
relação aos planos anatômicos. Outros termos 
independem disso e estão relacionados, principalmente, 
com a superfície ou o centro do corpo. 
 mais 
próximo à frente. 
 mais 
próximo ao dorso. 
 para 
cima, ou mais próximo à 
cabeça. 
 para 
baixo, ou mais próximo aos 
pés. 
 situado no plano 
mediano. 
 na direção ou 
situado mais próximo do 
plano mediano. 
 mais afastado do 
plano mediano. 
 situado entre 
medial e lateral. 
 interposto entre um superior e um inferior ou 
entre anterior e posterior 
 próximo a um ponto de referência. 
afastado de um ponto de referência. 
 mais próximo à superfície. 
 mais afastado da superfície. 
FONTE: NETTER PARA COLORIR . / IMAGEM: NETTER. 
 
 
TERMOS DE LATERALIDADE 
Estruturas pares que tem elementos direito e esquerdo 
(por ex., os rins) são . Enquanto aquelas 
presentes em apenas um lado são .
 algo situado do mesmo 
lado do corpo que outra estrutura. 
 algo situado do lado oposto do corpo que 
outra estrutura. 
FONTE: MOORE . 
TERMOS DE MOVIMENTO 
Vários termos descrevem os movimentos dos 
membros e de outras partes do corpo. A maioria dos 
movimentos é definida em relação à posição 
anatômica, assim como os movimentos ocorrem em 
planos anatômicos específicos e ao redor de eixos 
alinhados com esses planos. 
 em geral, um movimento 
que diminui o ângulo da articulação 
 em geral, um 
movimento que aumenta o ângulo 
da articulação. 
São opostos e, geralmente, 
ocorrem em planos sagitais em 
torno de um eixo transverso. 
 movimento para longe de 
um ponto de referência central. 
 movimento em direção a 
um ponto de referência central. 
São opostos e, geralmente, ocorrem 
em um plano frontal, em torno de um 
eixo anteroposterior.
 pois a 
abdução dos dedos significa afastá-los 
e adução, aproximação dos dedos 
 para a direita e 
esquerda (curvatura lateral), são formas 
especiais de abdução apenas para o 
pescoço e o tronco. 
. movimento circular que 
consiste em uma sequência de flexão, 
abdução, extensão e adução (ou na 
ordem inversa). Pode ocorrer em qualquer 
articulação na qual seja possível realizar 
todos os movimentos citados. 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
 giro ou a 
revolução de uma parte . 
do corpo ao redor de 
seu eixo longitudinal 
(como virar .. a cabeça 
para o lado). 
 (interna) aproxima 
a face anterior de um 
membro do plano mediano, enquanto 
a (externa) afasta a 
face anterior do plano mediano. 
são movimentos de rotação 
do antebraço e da mão, que giram 
a extremidade distal do rádio medial 
e lateralmente ao redor e através 
da face anterior da ulna. 
causa a rotação medial do rádio de 
modo que a palma da mão fique 
voltada posteriormente. 
gira o rádio lateralmente, 
recolocando o antebraço na 
posição anatômica. 
 movimento anterior (para frente). 
 movimento posterior (para trás). 
 
movimentos anterolateral 
e posteromedial da 
escápula (movimento 
anterior e posterior do 
ombro). 
 movimento no plano frontal 
onde a estrutura move-se no sentido 
superior (para cima ou cranial). 
movimento 
no plano frontal onde a 
estrutura move-se no 
sentido inferior (para 
baixo ou caudal) ou retorno a posição 
inicial antes da elevação. 
FONTES: MOORE , NETTER PARA COLORIR/ 
IMAGENS: MOORE. 
 
 
 
Problema 4: Cirurgia no século 
XIX 
 Reconhecer o desenvolvimento histórico da 
anestesia 
HISTÓRIA DA ANESTESIA 
No início, a medicina como um todo era vista por um 
lado mágico-sacerdotal. As doenças eram vistas como 
algo sobrenatural e causada por deuses ou demônios. 
Sendo assim, por muitos anos, acreditava-se que a 
 e, por isso, deveria ser 
, enfrentada a “sangue frio”. 
A cirurgia de modo geral era um verdadeiro sofrimento. 
O cirurgião tentava fazer a operação o mais rápido 
possível, mas na falta de anestesia, a dor era garantida, 
e, logicamente, o medo também. Somente em meados 
do século XIX, com o advento da anestesia as cirurgias 
alcançaram um nível de profissionalização e ganharam 
contornos menos brutais, porém, mais invasivos, já que 
ausência da dor alargaria as fronteiras das técnicas 
cirúrgicas. Antes da anestesia, os cirurgiões mediam 
através do tempo a eficácia de uma operação. Correr 
contra o relógio e finalizar uma intervenção no menor 
tempo possível eram as maneiras mais eficazes de 
minimizar a dor, o choque e a perda de sangue. 
China já usava a acupuntura como 
anestesia.
os assírios comprimiam a carótida do paciente 
até que ele ficasse inconsciente.
mascavam folhas de coca e depois 
despejavam a saliva sobre a ferida do doente paraanestesiá-la.
Hipócrates usava a chamada ‘esponja 
sonífera’, método bastante popular entre os monges 
europeus. Preparada a base de 
, era 
colocada em baixo das narinas do paciente até que ele 
dormisse. Para desperta-lo uma esponja de vinagre 
entrava em ação. 
 era comum a concussão cerebral. A 
técnica consistia em golpear uma tigela de madeira 
colocada sobre a cabeça do enfermo de forma que o 
crânio ficasse intacto e o paciente desfalecido. 
francês Ambroise Paré relatava efeitos 
anestésicos de gelo e neve
 Joseph Priestley descobriu o óxido nitroso.
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
 Humphry Davy passou a realizar em si próprio 
algumas experiências químicas com o . 
Davy descreveu, que a cada forte inalação, ia sentindo 
crescer uma agradável sensação de leveza, um 
profundo bem estar, exaltação auditiva, uma estranha 
euforia, culminando em uma impulsiva alegria, que o 
fazia tender ao riso e a gargalhada, espontâneas. Um 
dia, ao experienciar dores de dente, utilizou o gás e 
percebeu que experimentava, também alívio quase 
imediato após 3 inalações. Davy montou então um 
laboratório e batizou o gás com o nome de 
. Foi convidado a trabalhar em um instituto, 
onde passou a experimentar o gás em diversos 
pacientes e apresentou sucesso com seu uso no 
tratamento da asma. A partir de então, Davy escreveu 
alguns trabalhos, nos quais sugeria o emprego em 
pequenas cirurgias. Porém, morre em 1830 sem 
conseguir viabilizar a cirurgia sem dor. 
 drs. Riggs e Colton foram convidados a realizar – 
como experimento – a extração de um dente do Dr. 
Wells sob efeito do gás hilariante. A partir daí, o Dr. Wells 
manipulou o óxido nitroso e testou seus efeitos, em 
inúmeros procedimentos, em inúmeros pacientes. 
Embora Wells tenha falhado ao tentar convencer o 
mundo do valor do óxido nitroso como agente 
anestésico, são creditadas a ele todas as honras e o 
reconhecimento por ter concebido a ideia da utilização 
de gases anestésicos para o alívio da dor, tendo sido 
reconhecido pela American Medical Association, e pela 
American Dental Association, como o pai da anestesia. 
 considera-se como data oficial da introdução da 
anestesia o dia 16 de outubro de 1846, quando no 
anfiteatro cirúrgico do Hospital Geral de Massachusetts 
ocorreu a primeira demonstração pública com éter, 
realizada pelo cirurgião John Collins Warren (extirpou 
um tumor de um jovem de 17 anos) e o dentista William 
Thomas Green Morton (aplicou anestesia por meio de 
um inalador por ele idealizado). Cena imortalizada no 
quadro do pintor Roberto Hinckley. 
 o termo anestesia foi cunhado pelo escritor 
americano Oliver Wendel Holmes. Porém, a palavra já 
existia na língua grega, tendo sido empregada no 
sentido de insensibilidade dolorosa desde o século I d.C. 
 é usado pela primeira vez por James 
Simpson (obstetra francês) em um trabalho de parto. 
 a denominação “anestesiologia” foi criada por 
Seifert. A Inglaterra e os Estados Unidos foram os 
primeiros países em que a pratica passou a ser 
considerada uma especialidade medica independente da 
cirurgia. 
 a anestesia geral por éter chegou e foi 
praticado no Hospital Militar do Rio de Janeiro pelo 
médico Roberto Jorge Haddock Lobo, em 1847. No 
entanto, o éter foi logo substituído pelo clorofórmio, 
empregado, pela primeira vez, por Manuel Feliciano 
Pereira de Carvalho. 
FONTES: ‘H ISTÓRIA DA ANESTESIOLOG IA’ ( 1 979) E ‘BREVE 
H ISTÓRICO DA ANESTES IA’ (GRUPO N ITRO , 2002 ) 
Reconhecer o desenvolvimento histórico da 
antissepsia 
DEFINIÇÕES 
 é o processo pelo qual se consegue 
 de um determinado , 
 ou campo operatório. 
 é o conjunto de métodos empregado para 
, mas não dos esporos, seja pela inativação 
e/ou destruição dos germes, sem que haja 
necessariamente a destruição de todas as formas 
viáveis. Esse termo é utilizado, geralmente, para 
 (pele e mucosas). 
 é a aplicação de 
antisséptico na superfície orgânica após a mesma ter 
sido submetida ao processo de limpeza c/ redução ou 
eliminação dos germes. 
 muitas vezes utilizado como sinônimo de 
antissepsia. Tem o mesmo significado, mas geralmente 
é utilizado para (como paredes, 
chão e equipamentos em geral da sala cirúrgica). 
 é a 
, inclusive os esporos, dos 
e . 
 é a redução do número de microrganismos 
a um número julgado isento de riscos para a saúde pelo 
uso de limpeza e desinfecção adequadas. 
 é a 
 permanente e/ou transitória que existe na 
superfície da pele. É melhor conseguida com a 
escovação da pele. 
HISTÓRIA DA ASSEPSIA 
Até o final do século XVIII, um dos grandes obstáculos 
ao desenvolvimento da cirurgia era a enorme incidência 
de infecções que ocorriam nas feridas operatórias. 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
 Semmelweis, um obstetra húngaro que trabalhava 
em Viena, verificou a eficácia da lavagem das mãos 
como método para prevenir as “infecções pelo 
contato”. Ele observou que a infecção puerperal era 
mais frequentemente na ala obstétrica do hospital onde 
trabalhava do que em outras alas. Esta servia para a 
prática obstétrica dos estudantes de medicina. Quando 
os acadêmicos terminavam as autópsias das vítimas de 
febre puerperal, eles iam à enfermaria das mulheres 
para então, examiná-las. 
 Semmelweis tornou a lavagem das mãos 
obrigatória para todos os médicos e estudantes. Ela era 
feita com ácido clórico. Semmelweis não sabia nada 
sobre os microrganismos geradores e propagadores 
das infecções cirúrgicas, mas desvendou que os 
. A taxa de mortalidade materna após essa 
orientação reduziu de 11,4% (em 1946) para 1,3% (em 
1948). 
 o inglês uniu as ideias de 
Semmelweis aos recentes estudos microbiológicos do 
químico francês Louis Pasteur, iniciando o 
. 
, 
como o avental cirúrgico (Neuber, 1882), as luvas de 
borracha (Halsted, 1889), a padronização da antissepsia 
das mãos (Schimmelbush, 1891), o uso de máscaras 
(Radecki, 1896) etc. 
FONTE : ‘ASSEPS IA E ANTISSEPS IA ’ (UFSC) 
INFECÇÃO HOSPITALAR 
É importante entender a evolução histórica das 
infecções e seus tratamentos de modo a traçar uma 
interface destas com o panorama moderno da 
epidemiologia e controle das infecções hospitalares. 
Analisam-se tratamentos desenvolvidos a partir da idade 
média, incluindo-se desde mitos e crenças populares a 
dados que tem sido objeto de avaliação científica 
microbiológica e terapêutica. Ressaltando o fato de que 
o reflorescimento das ciências ocorrido no 
Renascimento, juntamente com o surgimento da 
imprensa e, com ela, a veiculação de publicações e 
ilustrações sobre as doenças, contribuíram para a 
evolução da própria ciência e sua tecnologia. 
medicina clerical, obscurantismo médico. 
Peste negra (1340-1360). Francastorius, defende a 
teoria de que certas doenças se transmitiam através de 
corpúsculos que ele denominou de ‘semente da 
moléstia’ (seminária prima) e que essas transitavam de 
um corpo a outro através do contato direto ou através 
de roupas e objetos. Descreve o mecanismo de 
transmissão das doenças infecciosas, de três modos: a) 
por contato direto, pelo simples contato como na 
escabiose, tuberculose e hanseníase; b) por contato 
indireto, pelos fômites como roupas e objetos e por 
transmissão a distância; c) sem contato direto e sem 
fômites, como na peste e na varíola. 
descoberta do microscópio. 
Leeuwenhock identifica ‘espíritos do demônio’ 
(bactérias). Semmelweis e a infecção puerperal. 
Spallanzani destrói a teoria da geração espontânea. 
“era bacteriológica”. Pasteur e a ‘teoria 
germinal das doenças infecciosas’, propõe que toda 
doença infecciosa tem sua causa em um micróbio com 
capacidade de propagar-se entre as pessoas. Joseph 
Lister aplicou a Teoria Germinal de Pasteur para 
eliminar microrganismos vivos em feridas e incisões 
cirúrgicas. 
antibioticoterapia. Penicilina (1929 – Fleming), 
Sulfonamida (1935 – Domagk). Terapia antibacteriana 
generalizada e indiscriminada. Uso profilático 
generalizadoe abusivo dos antibióticos fez surgir cepas 
resistentes e virulentas. 
FONTES: ‘AS INFECÇÕES HOSP ITALARES E A EVOLUÇÃO 
H ISTÓRICA DAS INFECÇÕES ’ ( REBEN) E ARTIGO SOBRE A 
ENFERMAGEM E ASSEPSIA (UNB ) 
Avaliar a importância do desenvolvimento 
da cirurgia na história da medicina 
DEFINIÇÃO DA CIRURGIA 
‘Cirurgia é o 
’. Do grego: kheirourgia (kheiros, mão e 
ergon, obra). O termo cheirourgos é encontrado em 
autores gregos clássicos designando não só o médico 
que tratava doenças com as mãos, como também 
cozinheiros ou tocadores de cítara. Esse termo vem 
sendo modificado através dos tempos: cirurgien, 
surgien em francês arcaico e daí surgeon em inglês. 
. Como ciência, tem renovação 
dinâmica e constante de preceitos e conceitos em 
função da sua própria evolução. Como arte exige um 
aprendizado manual paciente e bem conduzido. Será 
aprendida mais facilmente por aqueles que nascem 
com vocação e aptidão específicas, como acontece 
com todas as artes. 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
. Com a evolução dos conhecimentos, a 
cirurgia passou a ter lugar no tratamento de algumas 
doenças. 
Antes do século XVI os próprios médicos praticavam as 
poucas operações que as urgências exigiam. Mais tarde 
passaram a deixá-las para pessoas menos qualificadas, 
os barbeiros. Durante séculos a cirurgia existiu em 
estado latente: Ocupava-se dos feridos das guerras. 
Raríssimas operações eram bem sucedidas, sendo 
praticadas, inicialmente, como magia ou por imperiosa 
necessidade. 
FONTE : ARTIGO ‘HISTÓRIA DA C IRURG IA’ (2009 ) 
HISTÓRIA DA CIRURGIA 
atos médicos e cirúrgicos eram feitos por 
feiticeiros. A trepanação é a primeira operação 
conhecida (remoção de pequeno fragmento ósseo, 
geralmente arredondado) e é conhecida desde os 
tempos neolíticos e era feita por razões religiosas, mas 
também médicas (alívio da pressão intracraniana). As 
trepanações eram mutilações sangrentas e dolorosas 
executadas com um fim de iniciação mística ou de ritos 
mágicos. Havia, do mesmo modo, outras práticas 
sangrentas como a subincisão uretral e a circuncisão. 
existem relatos de procedimentos 
cirúrgicos em tumbas de faraós, em torno de 2500 a.C. 
foi escrito em torno 
de 1700 a.C. e é um dos mais importantes documentos 
da medicina antiga do Vale do Nilo, relatando 
principalmente, sobre feridas e como tratá-las. 
Existem relatos do século IV a.C. referentes ao 
desenvolvimento da cirurgia plástica, principalmente das 
rinoplastias, na Índia. Os prisioneiros de guerra e os 
adúlteros eram punidos com a amputação do nariz, cuja 
reconstrução era feita à custa de retalhos da testa. 
Entre 460 e 377 a.C. foi formulado o 
. Sob essa influência, em 150 a.C., foi 
que médicos e cirurgiões respeitáveis, educados, 
usassem bisturis e cortassem pacientes para retirada de 
cálculos. Tais tarefas, consideradas selvagens, ficavam 
para artesãos menos educados – ‘cirurgião-barbeiro’ 
(mais tarde a Igreja se posicionou fortemente contra as 
dissecções e operações e somente no século XIII é que 
os médicos e os cirurgiões começaram a ser 
igualmente respeitados). 
os escritos e manuscritos da época 
mostram claramente a mistura vigente de 
. O homem era totalmente religioso e via em 
tudo o que lhe acontecia um gesto direto de Deus. A 
igreja, cuja autoridade era incontestada, impediu todo o 
espírito de pesquisa como, por exemplo, a interdição 
das dissecções que, aliás, foi mantida até 1480. A cirurgia 
foi considerada uma prática bárbara, também 
condenada pela igreja. 
Ainda assim, o cirurgião bizantino Paulo de Egina, 
escreveu um breviário de cirurgia onde compilou o que 
já havia sido dito pelos gregos. Discutiu, com sua 
experiência pessoal: traqueotomia, tonsilectomias, 
flebotomias e redução do tamanho das mamas. E um 
cirurgião islâmico nascido em Córdoba escreveu o 
primeiro livro ilustrado de cirurgia, introduzindo o uso do 
ferro em brasa para cauterização de feridas. Teve 
grande influência sobre os cirurgiões da idade média, 
que usaram abusivamente essa técnica (cauterização 
de feridas). 
No século XIII apareceram as primeiras escolas de 
medicina. 
do século XV em diante os europeus 
falam de uma nova era e adquirem uma visão mais 
avançada de vários aspectos da vida. Há o 
. Andreas Versalius 
demonstrou que o aprendizado da anatomia e cirurgia 
era possível somente através da dissecação sistemática. 
Foi apenas no século XVI os 
 com Ambroise Paré. Esse foi o primeiro 
médico que dedicou todo o seu tempo à cirurgia. É 
considerado o fundador da ortopedia e modificou o 
tratamento das feridas que, até então, eram 
cauterizadas e queimadas com óleo » mostrou que 
tratar com gema de ovo, mel e terebintina dava 
melhores resultados que a cauterização. Chegou à 
posição de cirurgião de quatro reis da França. 
Em 1540 os barbeiros e os cirurgiões de Londres se 
unem na Companhia dos Barbeiros Cirurgiões-barbeiros 
passaram a conseguir frequentar universidades. 
Companhia Única de Cirurgiões-Barbeiros: treinava e 
licenciava praticantes da arte cirúrgica 
❖ Religiosos que lecionavam medicina, baseados 
em Hipócrates e Galeno » ensino teórico da 
anatomia 
❖ Médicos supervisionam os cirurgiões-barbeiros 
nos procedimentos 
❖ Médicos que realizavam procedimentos 
cirúrgicos 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
 Nos séculos 17, 18 e na maior parte do 
19 as pessoas só eram operadas em situações 
extremas, era o último recurso. As chances de morrer 
eram enormes. A razão mais comum para alguém 
passar por uma cirurgia era a amputação. Era 
necessária quando havia fratura exposta, porque o osso 
ficava de fora e causava infecção, a perna gangrenava 
e a pessoa morria. A opção era cortar a perna, mas 
isso era feito sem anestésicos e sem assepsia. O limite 
da tolerância dos pacientes à dor forçava os cirurgiões 
a escolher cortar rapidamente em vez de cortar com 
precisão. Quando a cirurgia se tornou indolor (com o 
desenvolvimento da anestesia), os cirurgiões ganharam 
a oportunidade de manter o corpo do paciente aberto 
por mais tempo, podendo ser mais meticuloso e realizar 
procedimentos mais invasivos. Só que isso aumentou o 
número de mortes, já que o período de exposição do 
corpo a infecção aumentava e ainda não havia um 
entendimento pleno de assepsia. 
Cirurgiões desenvolveram as técnicas e habilidades 
cirúrgicas de tal forma que passaram a realizar 
laparotomia exploratória com o propósito de 
diagnosticar. Inclusive artigos desse período chegaram a 
relatar o excesso de laparotomia que começou a surgir 
na virada do século. As barreiras para o conhecimento 
cirúrgico estavam, então, derrubadas. 
 Com a evolução dos 
conhecimentos, o desenvolvimento da anestesia, 
assepsia e as técnicas cirúrgicas, a cirurgia passou a ter 
lugar no tratamento de algumas doenças e, hoje, exige 
dos cirurgiões o conhecimento de anatomia e fisiologia, 
bioquímica, imunologia, bacteriologia, metabolismo e, 
obviamente, de técnica cirúrgica. 
FONTES: ARTIGO ‘H ISTÓRIA DA C IRURG IA’ (2009 ) E MATER IAL 
DA UFBA ‘ IMPORTÂNCIA E H ISTÓRIA DA C IRURG IA’ 
Problema 5: Medicina – avanço 
tecnológico - atraso social 
 Compreender como o contexto 
socioeconômico se relaciona à medicina 
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE 
Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes 
Sociais da Saúde (CNDSS), essas abrangem o conceito 
de que 
. São 
os 
 que 
influenciam a ocorrência de problemas de saúde e os 
fatores de risco. A relevância das DSS e a abordagem 
de saúde levando-os em consideração se trata de um 
consenso que foi sendo construído ao longo da história. 
Apesar da preponderância do enfoque médico 
biológico da saúde pública em detrimento dos enfoques 
sociopolíticos e ambientais, ao longo do século XX, 
permaneceu uma tensão entre essas abordagens, que 
se intercalavam. No fim dos anos 70, a 
 destacou o tema dos determinantes sociais. 
Posteriormente, na década de 80, a saúde privada 
predominava e comisso houve um maior destaque, 
novamente da concepção de saúde individual. Já na 
década seguinte, com os estudos das Metas do Milênio, 
a Criação da Comissão sobre Determinantes Sociais de 
Saúde da OMS em 2005, dá ênfase novamente nos 
DSS. Outro fato importante, anterior a todos os outros 
citados e que serviu de base para grande mudança de 
pensamento é a inclusão na constituição da OMS, em 
1948, da definição de 
. Isso mostra o início de um conceito 
amplo de saúde, para além do enfoque somente na 
doença. Esses avanços se deram por meio de vários 
estudos, ocorridos em 3 fases: 
❖ a primeira que tratava da 
. 
❖ A segunda descrevia 
. 
❖ A terceira trata de 
. 
A grande dificuldade e tarefa desses estudos é 
estabelecer uma hierarquia de determinações entre os 
fatores mais gerais de natureza social, econômica, 
política e o mecanismo pelo qual esses fatores incidem 
sobre a situação de saúde de grupos e pessoas, uma 
vez que a relação de determinação não é direta de 
causa-efeito. Outro desafio se refere à distinção entre 
os determinantes de saúde dos indivíduos e os de 
grupos e populações. Isso porque, certos fatores que 
são fundamentais para explicar diferenças de saúde 
entre os indivíduos já não explicam as diferenças entre 
grupos de uma sociedade ou sociedades diferentes. 
Diversos são os modelos que foram desenvolvidos para 
tentar esquematizar a trama de relações entre os 
diversos fatores estudados. Dentre eles pode-se 
enfatizar os modelos de ‘Dahlgren e Whitehead’ e o de 
‘Diderichsen e Hallqvist’. 
FONTE : MATER IAL ‘ATENÇÃO INTEGRADA À SAÚDE ’ – A IS 
(UFRJ) 
 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
RELAÇÕES GERAIS 
As condições sociais interagem com as condições 
fisiológicas para determinar a propensão às diferentes 
doenças. Alimentação, moradia e trabalho são pilares 
básicos da saúde. Existem claras evidências de que a 
situação socioeconômica desempenha papel central na 
causa das enfermidades 
FONTE : ARTIGO ‘ I NFLUÊNCIA DO NÍVEL SOCIOECONÔMICO 
SOBRE OS FATORES DE R ISCO CARDIOVASCULA R’ (UNESP) 
PROBLEMAS DE SAÚDE DA 
POPULAÇÃO BRASILEIRA E SEUS 
DETERMINANTES 
Na segunda metade do século passado, o Brasil iniciou 
um processo de mudança e sua estrutura política, 
econômica, social e demográfica, o que levou a 
profundas modificações nas condições de saúde da 
população. Com isso, a população brasileira tornou-se 
predominantemente urbana, logo, o acesso às 
condições básicas cresceu. 
1988: , estabelecendo a saúde como um 
direito universal dos cidadãos e um dever do Estado. 
Como consequência dessas mudanças, as doenças 
infecciosas deixaram de ocupar a posição de principal 
grupo de problemas de saúde, dando lugar para as 
DCNT (doenças crônicas não transmissíveis) e para as 
causas externas. 
DETERMINANTES 
um novo padrão de distribuição espacial 
das cidades foi criado, criando 
, determinados por 
condições ambientais e sociais presentes no meio 
urbano. 
 embora a transição demográfica em curso 
no país seja um relevante determinante para o atual 
estado de saúde-doença, a totalidade de seus efeitos 
sobre a saúde da população só será contabilizada nas 
próximas décadas, quando o envelhecimento da 
população brasileira atingir seu máximo. 
o Brasil encontra-se em um 
momento histórico de transição em que, apesar de um 
progresso recente, ainda sustenta uma carga 
substancial de desigualdade social, com mais de 1/5 da 
população vivendo em estado de pobreza. 
 
PROBLEMAS DE SAÚDE DA POPULAÇÃO 
BRASILEIRA 
como a dengue, hiv, , 
IRAS (infecções relacionadas a assistência de saúde – 
podem ser causadas por diferentes patógenos e atingir 
a qualquer parte do corpo), leptospirose (emergiu nos 
centros urbanos) e leishmaniose viral (endêmica de 
áreas rurais). 
como excesso 
de peso e obesidade, hipertensão arterial, doenças 
cardiovasculares, diabetes mellitus e neoplasias malignas.
Estudar a persistência da tuberculose ao 
longo dos anos 
A TUBERCULOSE AO LONGO DA 
HISTÓRIA 
 bacteriologista alemão Robert 
Koch descobriu a tuberculose, que é considerada 
. Evidências da 
enfermidade já foram encontradas em ossos humanos 
pré-históricos na Alemanha e há registros datados de 
8.000a.C. Por ter causa desconhecida na época, a 
doença, assim como diversas outras, era vista como um 
castigo. Essa visão, no entanto, foi desmistificada por 
Hipócrates, na Grécia. O estudioso mostrou que a 
tuberculose era algo natural e passou a denominá-la de 
Tísica. A expansão da doença mundo afora se deu com 
o advento das guerras, que estreitavam o contato entre 
indivíduos. 
 A tuberculose 
passou a ser melhor compreendida nos séculos XVII e 
XVIII com o surgimento do estudo da anatomia. Foi 
quando então a doença recebeu seu nome atual. A 
partir do final do século XVIII a enfermidade foi vinculada 
a duas representações: a primeira a associava a uma 
, que acometia principalmente poetas 
e intelectuais; a outra, criada em fins do século XIX, a 
vinculava a , visão que permaneceu 
durante o século XX. Desde o século XIX a doença era 
tratada com a , que 
consistia em uma boa alimentação, repouso e 
incorporava o clima das montanhas. Para isso, os 
pacientes eram isolados em sanatórios e preventórios. 
No Brasil em 1920, com a Reforma Carlos Chagas, que 
deu origem ao Departamento Nacional de Saúde 
Pública, o Estado passou a estar mais presente na luta 
contra a doença, criando a Inspetoria de Profilaxia da 
Tuberculose. Na década de 1930 surgiram avanços no 
combate à doença com a invenção da vacina BCG, a 
Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII 
 
baciloscopia, a abreugrafia, o pneumotórax e outras 
cirurgias torácicas. Em função do conhecimento mais 
amplo da doença, o fator clima na sua cura passou a 
ser questionado. Com a descoberta da quimioterapia 
antibiótica específica na década de 1940 e a 
comprovação de sua eficácia ao longo das décadas de 
1950 e 1960, o tratamento passou a ser ambulatorial sem 
a necessidade de internação, o que culminou na 
desativação dos sanatórios. 
. 
A partir dos anos 1990, apesar da crença de que a 
doença estava controlada, observou-se em várias 
regiões do mundo um crescimento de casos 
principalmente associados à infecção pelo HIV. De 
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 
são registrados anualmente 5 milhões de novos casos 
de coinfecção no mundo. Estudos de autopsia apontam 
a TB como responsável por 33% das mortes de 
soropositivos, mesmo entre os que foram tratados com 
antirretroviral de elevada eficácia. Outro dos grandes 
desafios enfrentados pelos Programas Nacionais de 
Controle da Tuberculose (PNCTs) é o 
. 
FONTE: GLOSSÁR IO DE DOENÇAS DA F IOCRUZ 
PANORAMA DA TUBERCULOSE NO 
BRASIL 
. Somente no 
Brasil, são registrados anualmente 72 mil novos casos 
da doença e 4,6 mil óbitos em decorrência dela. Nos 
últimos anos, o país vem apresentando queda na 
incidência de tuberculose, bem como em sua taxa de 
mortalidade e número de novos casos, porém, a 
enfermidade ainda preocupa as autoridades públicas, já 
que o país está entre os 22 responsáveis por 80% do 
total de casos mundiais da enfermidade. O Brasil ocupa 
a 17ª posição em relação ao número de casos e a 111º 
quanto ao coeficiente de incidência comparado a outros 
países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde 
(OMS). A atual meta do governo brasileiro, conforme 
recomendado pela Organização Mundial da Saúde 
(OMS), é descobrir 70% dos casos estimados e curá-
los em 85%. 
Para alcançar esse objetivo, o Ministério da Saúde criou 
o , 
que, formalizado em 1999 com a criação do Programa 
Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), 
recomenda a implantação da Estratégia do Tratamento 
Diretamente Observado (DOTS) para o controle da 
Tuberculose no Brasil. A estratégia DOTS engloba cinco 
elementos: o compromisso político com a 
implementação e sustentabilidade do programa de 
controle da tuberculose; detecção de casos, por meio 
de baciloscopia

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