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Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII Tutoriais Problema 1: Medicina na Uesb Conhecer a estrutura do curso de medicina ATIVIDADES ACADÊMICAS desenvolvidos do 1° ao 4° ano por meio de – baseadas na metodologia de ABP –, – 1° e 2° ano em ciências básicas da saúde (anatomia, histologia, fisiologia, biologia celular, bioquímica, psicologia médica, farmacologia, imunologia, parasitologia e genética), enquanto no 3° e 4° ano em práticas clínicas no ambulatório. Assim como por (organizadas pelo coordenador de cada módulo). desenvolvidos anualmente do 1° ao 4° ano, contemplam e , e desenvolvidos anualmente do 1° ao 4° ano, contemplam práticas de e conteúdos teóricos e práticos de na comunidade e na rede de saúde. desenvolvidos do 1° ao 4°, com duração de duas a três semanas cada, comtemplam oportunidades de através da de conteúdos e práticas ofertadas ou não pelo currículo. são onze, desenvolvidos no 5° e 6° anos por rodízio de duração entre 56 a 68 dias, contemplam atividades teóricas e práticas decorrentes da (sempre orientados por docentes e supervisores). Visa preparar o aluno em cinco grandes áreas: Saúde da Criança, Saúde da Mulher, Saúde do Adulto, Clínica Cirúrgica e Saúde Coletiva. busca-se motivar os estudantes para a constante busca ativa de informações, e a aprendizagem inserida em um contexto de prática profissional numa perspectiva problematizadora. “protegido para estudo”, é um tempo pró-aluno, buscando valorizar espaços na organização curricular para que os estudantes possam dedicar-se a atividades. aprofundamento e/ou a atualização do conhecimento teórico-prático (em áreas de maior interesse). ATIVIDADES COMPLEMENTARES Objetivam o , pelo enriquecimento da formação do corpo discente de acordo com seus objetivos, aptidões, habilidades, competências, preferências e carências percebidas, mediante a . FONTE: PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDIC INA (UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) Conhecer o perfil do profissional de saúde que a Uesb se propõe a formar PROFISSIONAL COMPLETO A UESB busca formar profissionais com e que permitam o desempenho adequado da medicina, que conheçam o sistema de saúde brasileiro, características do mercado de trabalho e que sejam preparados para trabalhar em equipe. Profissional com domínio das ciências biológicas (molecular à anatomia), com especial apreço pela vida humana, pelas pessoas, suas necessidades e seu sofrimento. O médico formado pela UESB deve: ❖ Ser apto a enfrentar/resolver problemas de saúde encontrados na população; ❖ Aprender de forma , e ; ❖ Ser proativo (apto a tomar iniciativa); ❖ Aprimorar relação médico-paciente; ❖ Exercer medicina com e , baseados nos princípios da , sempre de forma crítica e reflexiva; ❖ Possuir competência para diagnosticar, tratar e orientar portadores das doenças mais prevalentes; ❖ Saber atuar em equipe multiprofissional e interdisciplinar, assumindo quando necessário o papel de responsável técnico da mesma; ❖ Informar e educar seus pacientes, familiares e comunidade em relação à promoção da saúde, prevenção, tratamento e reabilitação das Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII doenças, usando técnicas adequadas de ; ❖ Ter uma visão social do papel do médico e aceitar engajar-se em atividades de política e de planejamento em saúde. FONTE: PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDIC INA (UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) Estudar a metodologia do Aprendizado Baseado em Problemas (abp ou pbl) ENSINO FOCADO NO ALUNO O método ABP surgiu no Canadá, na década de 60, na Faculdade de Medicina da Universidade McMaster. Foi implementado no Brasil a partir da década de 90 e, pela UESB, em 2004. É uma proposta pedagógica que consiste no ensino e baseado na . Os alunos, para solucionar esse problema, recorrem aos conhecimentos prévios, discutem, estudam, adquirem e integram os novos conhecimentos. Essa integração, aliada à aplicação prática, . Portanto, a ABP valoriza, além do conteúdo a ser aprendido, a forma como ocorre o aprendizado, reforçando o neste processo, permitindo que ele . A ABP oferece diversas vantagens, como o , a interdisciplinaridade, a indissociabilidade entre teoria e prática, o desenvolvimento do , de habilidades , , de e . O ABP estimula o e a . FONTE: APRENDIZADO BASEADO EM PROBLEMAS (ARTIGO NA REV ISTA FACULDADE DE MEDIC INA DE R IBEIRÃO PRETO) a metodologia dessa interação supera com vantagens a pedagogia da transmissão passiva de conhecimentos, utilizada nos métodos tradicionais de ensino; facilita ao aluno o desenvolvimento de e possibilita a seleção de . O segundo conceito do modelo pedagógico proposto é o de , que sugere a inversão da sequência clássica (teoria - prática). Uma grande vantagem da ABP é a possibilidade de se discutir concomitantemente os aspectos biológicos, psicológicos, socioeconômicos e culturais envolvidos, uma vez que a ciência médica se situa na interface da ciência biológica e da humana. O modelo pedagógico proposto não é excludente nem exclusivista; significa que haverá oportunidades no exercício de outras técnicas pedagógicas, como é o caso das , das , assim como as atividades do , que adota a metodologia da problematização: interação de professores e alunos no desempenho das atividades de ensino e pesquisa nos cenários de ensino comunitário e dos serviços de saúde. FONTE: MÓDULO DE INTRODUÇÃO DO ESTUDO DA MEDIC INA (UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) OBJETIVOS DO ABP: ❖ Iniciar o estudante no aprendizado da medicina, com postura ética, visão humanística, senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania; ❖ Motivar o estudante a preparar-se para compreender e dar atenção adequada às necessidades de saúde dos indivíduos, na situação social específica em que vivem considerando as limitações impostas pela sua condição biopsicossocial específica; ❖ Motivar o estudante a desenvolver a capacidade de integrar conteúdos de diferentes disciplinas e desenvolver atitudes e habilidades profissionais, que configuram as competências do futuro médico; ❖ Preparar os alunos para resolverem questões do mundo real, contato com situações concretas de vida; ❖ Desenvolver raciocínio crítico e reflexivo, incentivando questionamentos e perguntas; ❖ Colocar o aluno como pessoa, apresentar uma visão humanizada do estudante; ❖ Estimular o papel ativo do aluno e sua autonomia. FONTE: MÓDULO DE INTRODUÇÃO DO ESTUDO DA MEDIC INA (UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) Entender a dinâmica dos Grupos Tutoriais ASPECTOS GERAIS DA TUTORIA São pequenos grupos, compostos por oito a onze estudantes e um tutor. Os grupos se encontram 2 vezes por semana, dividindo os encontros em – onde há leitura corrida e pausada do problema, levantamento de hipóteses, questionamentos e objetivos de aprendizagem – e onde há leitura da ata e debate dos estudos individuais acerca dos objetivos, finalizado por autoavaliação. Há 3 papéis importantes a serem desenvolvidos por alunos, por meio de rodízio a cada problema: e . Conta ainda com os demais estudantes e um professor-tutor, que não ministra aulas Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII e deve conhecer profundamente o assunto a ser discutido. Um esquema de rodada de falas permite organização e evita monopolização, ou seja, o aluno só voltaria a falar após todos os outros também terem falado (não é uma ordem preestabelecida, cada um pode se inserir quando se sentir à vontade), exceto quando perceber que algum ponto importante está sendo esquecido. Os grupos tutoriais são rearranjados a cada módulo, de modo que os estudantes aprendam a trabalhar com diversos colegas. PAPEL DE CADA PARTICIPANTE deve ter sempre em mente que o ABP é focadono aluno, não ensinar o aluno e sim ; »conhecer os objetivos e a estrutura do módulo-temático; »assumir a no processo de aprendizagem; »orientar o grupo através da formulação de questões apropriadas e não do fornecimento de explicações, a menos que seja solicitado explicitamente pelo grupo - estas explicações deverão ser bem avaliadas e nunca devem se consistir em uma aula teórica abrangente; »estimular a geração de metas especificas para o autoaprendizado; » (participação, interesse) e o conteúdo (resultados alcançados) etc. esse aluno deve , anunciando as etapas em andamento e delimitar os textos que serão transcritos pelo escriba no quadro, favorecendo a participação de todos e mantendo o foco das discussões no problema; deve e garantir que estas sejam discutidas pelo grupo com seriedade, e que tenham representação nos objetivos de aprendizagem, sempre que o grupo não conseguir refutá-las adequadamente »estimular a apresentação de e o aprofundamento das discussões pelos colegas; »exigir que os fossem específicos, formulados pelo grupo de forma objetiva e compreensível para todos; » as discussões quando pertinente. esse aluno deve de forma legível e , todas as discussões e os eventos ocorridos no grupo tutorial, sendo fiel as discussões ocorridas, e em suas anotações - para isso, pode solicitar a ajuda do coordenador e do tutor; »deve e evitar privilegiar suas próprias opiniões ou as opiniões com as quais concorde; »deve anotar com rigor os objetivos de aprendizagem apontados pelo grupo. esse aluno deve de quem estava presente, quem ocupou os cargos e as informações escritas pelo escriba, para posterior . Durante a fase esperta, deve realizar a e passá-la para os demais assinarem e depois entregar ao tutor. todos devem da discussão e se atentar à ordem estabelecida e às falas de todos, para . As falas devem ser coesas e pertinentes. Durante a deve passar sua opinião sobre o problema discutido, seu desempenho pessoal e o do grupo e a postura do coordenador e do tutor. Além disso, deve trazer elogios ou criticar algum elemento da discussão, lembrando de . FONTE: MÓDULO DE INTRODUÇÃO DO ESTUDO DA MEDIC INA (UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) DINÂMICA DO TUTORIAL EM 8 PASSOS Ler atentamente o problema e esclarecer os termos desconhecidos. Identificar os problemas propostos pelo enunciado. Oferecer explicações para estas questões com base no conhecimento prévio que o grupo tem sobre o assunto. Resumir essas explicações. Estabelecer objetivos de aprendizagem que levem o aluno ao aprofundamento e complementação das explicações. Estudo individual acerca dos objetivos levantados. Rediscussão no grupo tutorial dos avanços de conhecimento obtidos pelo grupo. Autoavaliação e, posteriormente, avaliação do tutor. FONTE: MÓDULO DE INTRODUÇÃO DO ESTUDO DA MEDIC INA (UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) Identificar os objetivos das dinâmicas de habilidades, piesc, práticas de laboratório e palestras HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDE Atividade desenvolvida semanalmente, do 1° ao 4° ano, visando ao desenvolvimento das . É composta por 5 principais enfoques: Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII busca formar e capacitar o aluno para o desenvolvimento de e e , essenciais ao bom desempenho profissional. É desenvolvida em Laboratório de Habilidades, nos Ambulatórios, Enfermarias e demais Serviços de Saúde do Município de Vitória da Conquista. o aluno é orientado, por meio do exercício prático, a ter uma formação inicial para o e dos mecanismos de disponíveis em meios digitais e eletrônicos, ao tempo em que incorpora o desenvolvimento da capacidade de . objetiva relacionada à promoção de saúde, prevenção, diagnóstico, prognóstico e tratamento, assim como preparar o futuro médico com meios que lhe permitam frente aos complexos desafios profissionais, nas mais diversas situações. objetiva a e o de habilidades para o adequado relacionados à atenção à saúde, bem como para a correta realização de . busca o - solicitação, realização e interpretação - de exames complementares. PRÁTICAS INTERDISCPLINARES DE INTERAÇÃO ENSINO - SERVIÇOS E COMUNIDADE (PIESC) Atividade obrigatória desenvolvida semanalmente, do 1° ao 4° ano, visando proporcionar ao aluno uma nova maneira de com o trabalho em equipe multiprofissional e interdisciplinar, visando um profissional de saúde capaz de contribuir para a transformação/construção do . Ao mesmo tempo, visa trabalhar, por meio da vinculação do ensino à realidade de saúde da população/comunidade/família, a construção das estruturas curriculares de acordo com as necessidades e problemas identificados e, assim, estimular a extensão e a pesquisa, associadas ao ensino. Tais atividades também são divididas em grupos menores e empregam a , realizando atividades de promoção da saúde, prevenção e tratamento de agravos no enfrentamento dos problemas de saúde mais frequentes na população. ambientes comunitários, as equipes do Programa Saúde da Família, os serviços de primeiro nível de Atenção à Saúde (Unidade Básica de Saúde). Tendo como objetivo permitir a , assim como propiciar seus contatos com a comunidade/família sob sua atenção, desde o primeiro ano do curso. PRÁTICAS DE LABORATÓRIO módulos dos 1° e 2° anos, serão desenvolvidas nos laboratórios e salas da UESB. São aulas teóricas e práticas, divididas por semestres: ❖ 1° semestre: , , , e . ❖ 2° semestre: , , , , , e . ❖ 3° semestre: , , , , e . ❖ 4° semestre: , , , , , e . módulos dos 3° e 4° anos, serão desenvolvidas no Ambulatório-Escola da UESB – Centro Universitário de Atenção à Saúde. PALESTRAS São realizadas durante os módulos, uma vez por semana com duração de duas horas, proferidas por convidados ou professores. O tema da palestra está sempre relacionado às temáticas discutidas no módulo tutorial, complementando e/ou aprofundando temas relacionados aos problemas apresentados, com o objetivo de possibilitar ao aluno a desejável integração dos conhecimentos adquiridos nas leituras com os problemas apresentados nos módulos ou, ainda, para proporcionar uma primeira aproximação de um tópico ou tópicos ainda desconhecidos ou de reconhecida dificuldade inicial de compreensão. FONTE: PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDIC INA (UESB – CAMPUS V ITÓR IA DA CONQU ISTA) Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII Valorizar a autoaprendizagem e o papel do estudante ativo AUTOAPRENDIZAGEM E PAPEL ATIVO O processo de autoaprendizagem é relatado por Philippe Perrenoud como as “capacidades do sujeito para gerir ele próprio seus projetos, seus progressos, suas estratégias diante das tarefas e obstáculos.” É fato que todos possuem um certo grau de autorregulação, mas o interessante é que o método ABP aprimora essa capacidade em cada estudante, favorecendo uma . Espera-se que o estudante faça a gestão do tempo e do comportamento, além da gestão do ambiente físico no qual ele está inserido. O aluno construir seu próprio conhecimento faz com que ele se de uma maneira completamente diferente, muito mais e ao mesmo tempo. Assim, o estudante é estimulado a pensar por si mesmo, analisar e criar. Deste modo, são desenvolvidas habilidades de , , , , , , e . Todas elas muito importantes no desenvolvimento de um profissional completo para o mercado de trabalho, principalmente como um médico humanizado. FONTES: APRENDIZAGEM ATIVA (SARAIVA EDUCAÇÃO) E O PAPEL ATIVO DO ALUNO NA CONSTRUÇÃO DO APRENDIZADO ( JACOBS CONSULTORIA) Conhecer o papel do Colegiado de Curso COLEGIADO DE MEDICINA O Colegiado de Curso faz a , deliberando e normatizando os assuntos curriculares, didáticos e pedagógicos do curso de medicina. É responsável também pelae acadêmicas, científicas, didático-pedagógicas e culturais do curso de medicina da faculdade. do curso. Assim como de medicina. Além de dever no curso e, caso não solucionado, encaminhar para o departamento responsável. O Colegiado de Curso de Medicina é composto por docentes (um por matéria) em efetivo exercício e representação discente. A direção do colegiado é exercida por um coordenador (Jó Luis Passos) e um vice-coordenador (Luciano Dias), com mandato de 2 anos. FONTE: REG IMENTO DO COLEG IADO DE MEDIC INA (UESC) E S ITE DO CATÁLOGO DE CURSOS DA UESB Problema 2: Ciência e Medicina Conceituar ciência e os termos relacionados, encontrados no problema O QUE É CIÊNCIA? ❖ Conhecimento; ❖ Saber que se adquire pela leitura e meditação; instrução, erudição, sabedoria; ❖ Conjunto de conhecimentos socialmente adquiridos ou produzidos, historicamente acumulados, dotados de universalidade e objetividade que permitem sua transmissão, e estruturados com métodos, teorias e linguagens próprias e, poss., orientar a natureza e as atividades humanas; ❖ Campo concernente a determinada parte ou aspecto da natureza ou das atividades humanas; ❖ A soma dos conhecimentos humanos considerados em conjunto; ❖ Habilidade intuitiva, sabedoria. “mais do que uma instituição, é uma atividade. Podemos mesmo dizer que a ‘ciência’ é um conceito abstrato.” O que se conhece ‘concretamente’ são os cientistas e o resultado de seus trabalhos. “O cientista contemporâneo sabe bem que nada há de definitivo e indiscutível que tenha sido assentado por homens”. A ciência não se reduz a experimentos, pelo contrário, é extremamente e . O experimento científico como critério de cientificidade é ponto fundamental para o desenvolvimento das ciências exatas e biológicas ou da natureza, mais bem representadas pela física e pela biologia (especialmente através de seus desdobramentos disciplinares nas últimas décadas do século XX). Porém, esse mesmo cientificismo não é partilhado pelas disciplinas que compõem as chamadas ciências humanas e sociais. propõe colocar de lado as fundamentações epistemológicas e, a partir do uso de princípios elementares, proceder a uma ‘tosca’ definição de ciência que contemplaria um “conjunto de descrições, interpretações, teorias, leis, modelos etc., visando ao conhecimento de uma parcela da realidade”, Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII através de uma ‘metodologia especial’, no caso, a . SENSO COMUM X CONHECIMENTO CIENTÍFICO É o que todas as pessoas , ao acaso, . Em geral resulta de repetidas experiências casuais de erro e acerto, sem observação metódica ou verificação sistemática e, por isso, carece de caráter científico. Pode também resultar de simples transmissão de geração para geração ou fazer parte das tradições de uma coletividade. contrário ao senso comum, é uma , e que tem por objetivo formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada (se possível com o auxílio da linguagem matemática), leis que regem os fenômenos. Nesse sentido o conhecimento deve ser objetivo, racional, sistemático, geral, verificável e falível. HIPÓTESES X TEORIAS são , previsões sobre um determinado fenômeno da natureza e como ele se comporta. As mesmas , o que, normalmente, é realizado por meio de experiências científicas. As hipóteses devem conter enunciado (sentença declarativa), relação entre duas ou mais variáveis (parâmetros) e deve ser testável (passível de comprovação). A palavra ‘hipótese’ pode assumir diferentes conotações dependendo do contexto, mas originalmente significa ‘ ’. Estudos e investigações buscam respostas para um conjunto de fatos oriundos de teorias preexistentes (ou não). Para isso, elabora-se uma hipótese, ou seja, uma . Porém, a hipótese é muitas vezes associada a uma solução provisória, que ainda não foi testada. são para descrever esses eventos. Envolvem hipóteses já testadas diversas vezes, fatos e leis. Uma teoria pode soar como uma explicação definitiva, mas pode vir a ser derrubada, pois não é uma verdade absoluta. Portanto, teorias científicas jamais são provadas, pois é impossível garantir que nunca será descoberto um novo fato que contradiga alguma de suas ideias até então válidas. Algumas teorias são bem corroboradas, ou seja, com uma grande quantidade de fatos que, na prática, é pouco provável que estas sejam falseadas. Entretanto, esta possibilidade é inerente e indissociável de qualquer teoria que se diz científica, não devido aos fatos, mas às ideias associadas à mesma. Uma teoria é um modelo, nunca uma expressão perfeita da realidade, que instiga novas descobertas. Descrever as características do método científica MÉTODO CIENTÍFICO O método científico refere-se a um aglomerado de , quer um novo conhecimento, quer uma correção (evolução) ou um aumento na área de incidência de conhecimentos anteriormente existentes. Na maioria das disciplinas científicas consiste em juntar evidências empíricas verificáveis — baseadas na observação sistemática e controlada, geralmente resultantes de experiências ou pesquisa de campo — e analisá-las com o uso da lógica. Para muitos autores, . ETAPAS DO MÉTODO CIENTÍFICO Observação. Elaboração do problema. Hipóteses. Experimentação. Análise de resultados. Conclusão. Compreender as diferenças entre as ciências: abstratas e concretas; naturais e humanas e o lugar que a medicina ocupa nesta classificação CIÊNCIAS ABSTRATAS X CONCRETAS Segundo , são as que em todas as suas combinações possíveis. A este grupo pertencem a matemática, a astronomia, a física, a química, a biologia e a sociologia. Já segundo , as ciências abstratas são as que Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII : são elas a Matemática e a Lógica. Segundo , são as que , ou melhor, as . São mais ciências aplicadas e não precisam ser classificadas, pois todas elas dependem das ciências abstratas. Porém, de acordo com , são as que ; são elas: a Astronomia, a Geologia, a Biologia, a Psicologia e a Sociologia. Acrescenta mais que estes seres podem ser estudados em si ou nas leis de sua evolução, nas condições gerais de sua existência, o que dá lugar à Filosofia da Evolução ou Metafísica. Segundo , são as que tratam de , todos eles da mesma natureza, como se dá na física, onde se estuda agrupados os fenômenos acústicos, óticos e elétricos; são abstrato-concretas a Mecânica Aplicada, a Física e a Química. CIÊNCIAS NATURAIS X HUMANAS Existem dois gêneros de ciências naturais, umas , gerais, tendo por objeto a que regem as diversas classes de fenômenos e que consideram todos os casos possíveis de conceber e outras , particulares, , designadas algumas vezes sob o nome de ciências naturais propriamente ditas e que consistem na aplicação dessas leis. Relativas à , aos valores do homem e, até, à significação última (ou apenas social) de sua arte. São um conjunto de conhecimentos que tem como objetivo o estudo do . Em todos os lugares, os seres humanos estabelecem relações uns com os outros, sejam elas de amizade, afeto ou poder. As ciências humanas buscam compreender como estas relações se formam e de que maneira elas vão se estabelecendo ao longo do tempo. QUAL DELAS É A MEDICINA? Se formos encaixar a medicina como uma ciência, ela seria uma ciência , e . Porém, cabe a nós nos perguntar: a medicina é, realmente, uma ciência? . Nos registros históricos há relatos de atividade médica já na Antiga Grécia, na Civilização Egípcia, na China e em outros locais. A princípio era baseada na manipulação de ervas e tratamentos naturais, muitas vezes com fundos místicos para tratar enfermos. Aos poucos, com o avanço do olhar científico e experimental, foi ganhando os aspectos de ciência e técnicas que vemos hoje, com diferentes evoluções nos quatro cantos da Terra– sendo um benefício da atual rede de comunicações, o rápido intercâmbio e difusão do conhecimento e descobertas na área da saúde. Existem também vertentes, mais atuais, que afirmam que a . Por mais que se faça necessário aplicar conhecimentos científicos à prática médica, ela exige que se considere a singularidade de cada paciente. Deve ser, deste modo, . A medicina é, desse modo, uma prática sustentada pelo conhecimento científico disponível. Por isso, mesmo que o avanço da ciência e da tecnologia ofereçam ao médico maior solução aos problemas que acometem o homem, ainda existe uma incerteza que exige a utilização da ciência em conjunto à interpretação das circunstâncias, para que se torne capaz de fornecer um cuidado adequado aos doentes. Avaliar a relatividade do conhecimento médico CONHECIMENTO MÉDICO Na antiguidade, a figura que ostentasse poderes de salvar a vida ou aliviar a dor, era considerada alguém próxima dos poderes da divindade. Os primeiros médicos foram, como se sabe, os sacerdotes que, nas várias culturas, desde o século VIII a.C., pelo menos, inspirados ou credenciados pelos deuses, praticavam a arte de curar. Com o passar do tempo, os dogmas e o mito já não explicam nem o Sol nem a doença e a morte, os rituais sacerdotais e os filtros mágicos não bastam como terapêutica. Nesse viés, o médico passa a ser, antes de tudo, um homem aperfeiçoado pela ética e pelo saber a respeito da natureza humana. Ele é, necessariamente, um humanista. É só muito mais tarde, no século XVII, que o saber médico se afasta da Filosofia do Homem, graças ao dualismo da Fisiologia Cartesiana, bem como ao florescimento das ciências naturais e do espírito científico. A doutrina de Descartes institui a separação Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII entre uma vida subjetiva (implicando sentimentos, valores e cognições) e uma vida objetiva do corpo, regida pelas leis da Física e da Química, como qualquer substância extensa. Agora, os valores atribuídos à arte médica, o sentido da Medicina ou a própria ética médica, passam a ser uma exigência extrínseca ao saber propriamente médico. Agora se pode ser um médico competente, mesmo sem referência a qualquer sistema ético ou filosófico. O florescimento do espírito científico e das ciências naturais, também típico dos séculos XVII e XVIII teve, entre outros, o mérito de banir o controle autoritário da pesquisa e dos critérios de verdade, os gênios da latroquímica, da Medicina Pneumática ou da latromecénica fundaram um saber médico liberto de conceitos espiritualistas. Enquanto arte decisiva para a sobrevivência do homem, a Medicina precisava agarrar-se, até por dever de ofício, à pesquisa científica balizada pelo mais rigoroso empirismo. Se a ciência trata apenas do que se pode observar empiricamente, só há conhecimento seguro sobre objetos concretos. E, então, o saber médico passou a rejeitar, como ilegítimas, quaisquer questões relativas à subjetividade humana, aos valores do homem e, até, à significação última (ou apenas social) de sua arte. Mas o prestígio social do médico-cientista dos séculos XVII e XVIII não é muito menor que o do antigo médico- sacerdote. Com algumas diferenças: ele não é mais uma autoridade moral, não é um ministro do divino, depositário de poderes que independem do conhecimento dos homens. Ele é apenas alguém que detém um saber, até idealizado, e pode, com esse saber, produzir cura e alívio. Pode trazer sobrevivência e tranquilidade. Mas seu saber não tem significados. Pode ter, apenas, efeitos, o médico agora não é mais significante do que um policial ou um bombeiro. Também estes, de fato, podem salvar a vida e trazer segurança. . Em consequência, o médico foi preparado, mais ou menos adequadamente, para tratar um paciente que não é um homem, é um corpo humano. E se defronta, na realidade, com um homem que tem um corpo que sofre, e este corpo está reagindo fisiologicamente a toda uma gama de influências concretas de tipo emocional, cultural e moral. Parece que o sentido da Medicina, hoje, é obscuro; a menos que se lhe atribua, como sentido, a mera aplicação clínica das descobertas experimentais. Enquanto saber teórico, hermenêutico, ela seria a competência diagnóstica para detectar sintomas e agrupá-los em quadros clínicos: algo que já se atribui aos computadores. Enquanto clínico, o médico seria um técnico de alto nível capaz de prescrever e administrar os produtos da pesquisa experimental. Não é pouco, mas é algo não muito diverso do que respeitar a posologia e as contraindicações de uma bula de remédio ou de uma dada conduta. Afinal, para isso, não seria necessário todo o curso médico. Nas últimas décadas deste século, percebe-se que a carência de um conhecimento mais seguro de aspectos não orgânicos do homem se impõe como exigência da própria eficiência médica. Problema 3: O estudo das ciências morfológicas Conhecer a importância do desenvolvimento da anatomia na história da medicina DEFINIÇÃO DA ANATOMIA Ciência dedicada ao . Etimologicamente, tem origem grega anatome, ana - distributivo em partes, e tomein, cortar ou cortes. A associação significa ; no caso humano, o cadáver, para conhecer sua arquitetura e estrutura. Sinônimo de Morfologia. Pode distinguir a Biomorfologia, Zoomorfologia e Fitomorfologia. . A anatomia Sistêmica possui conteúdos valiosíssimos, constituídos de um complexo vasto de conhecimentos, que nos familiarizam com os mais diminutos pormenores do maravilhoso organismo humano. A anatomia seria uma ciência de alto valor, mesmo se considerássemos somente esse ponto de vista, pois ela é o fundamento de todas as outras ciências da área da saúde, as quais não poderiam subsistir sem a Anatomia. Além das aplicações na área da saúde e das várias formas de estudo da Anatomia, existe uma leitura anatômica nas diversas áreas da atividade humana como Anatomia Artística, Matemática, Antropológica, Constitucional, Comparativa e Filosófica. Na área médica: Anatomia Sistêmica, Topográfica, Aplicada, Radiológica e a Nipiologia. A Anatomia em um sentido amplo ou a Morfologia cobre todas as idades, Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII em todos os níveis estruturais, desde o microscópico até o subcelular, molecular e atômico. FONTE: D IC IONÁR IO MÉDICO HISTÓRIA DA ANATOMIA O desenvolvimento da anatomia como uma ciência se estende desde os primeiros exames de vítimas de sacrifícios até as análises sofisticadas feitas atualmente pelos cientistas modernos. Caracteriza-se, ao longo do tempo, pelo . A Anatomia Humana tem uma história prestigiosa e é considerada a mais proeminente das ciências biológicas até o século 19 e início do século 20. Os métodos de estudo melhoraram dramaticamente, permitindo o estudo desde o exame através da dissecção de corpos até o uso de técnicas tecnologicamente complexas. . O formato e a quantidade de informações ensinadas aos jovens médicos têm evoluído e mudado em associação com as demandas da profissão médica. O que é ensinado hoje difere significativamente do passado, mas os métodos usados para ensinar não mudaram muito. Por exemplo, as famosas dissecções públicas que aconteciam na idade média e início do renascimento podem ser consideradas hoje as ‘demonstrações anatômicas’ usadas nas aulas práticas. ❖ há relatos do estudo da anatomia desde o ano de 1600 AC, por meio de iconografias e papiros. Esses mostram que os antigos egípcios reconheciam o coração e seus vasos, o fígado, o baço, os rins, o hipotálamo, o útero e a bexiga. Também sabiam que os vasos sanguíneos partiam do coração. Outros vasos foram descritos, alguns contendo ar, outros contendo muco. ❖ foi na Grécia antiga que a anatomia, inicialmente, ganhou maior aceitação como ciência. As escritas de vários filósofos gregos tiveram um forte impacto no pensamento científicofuturo. , o mais famoso médico grego e considerado o pai da medicina por seus princípios éticos pregados em seus ensinamentos, teve seu nome imortalizado no juramento Hipocrático que muitos estudantes, ao se formarem em medicina, repetem como compromisso de exercício profissional e dever perante a sociedade. Seguia a doutrina dos quatro humores, cada um associado a um órgão em particular: sangue com o fígado; cólera, ou bile amarela, com a vesícula biliar; fleuma com os pulmões; e melancolia, ou bile preta, com o baço. Imaginava-se que uma pessoa teria saúde com o equilíbrio desses quatro humores, princípio esse seguido por mais de 2.000 anos. , discípulo de Platão, foi contratado pelo Rei Filipe da Macedônia para ensinar seu filho, Alexandre, conhecido como Alexandre, o Grande. Apesar de suas extraordinárias realizações, cultuava teorias errôneas como a sede da inteligência no coração e citava que a função do cérebro, banhado em líquido, era esfriar o sangue bombeado pelo coração para manutenção da temperatura corporal. Foi o fundador da Anatomia Comparada, 384 a 322 a.C. após o declínio do Império Romano o na Europa cristã, visto que se utilizava a fé como centro das respostas. marcado como renascimento da ciência. Introduzido nas grandes Universidades europeias, reativou a busca pelo conhecimento e engrenou os estudos da anatomia humana, centralizando o interesse nos métodos e técnicas de dissecção em lugar de avançar no conhecimento do corpo humano. Surgiram grandes personagens daquele tempo. e , cada qual com estudos monumentais da forma humana. O primeiro produziu desenhos anatômicos de qualidade sem precedentes, baseado em dissecções de cadáveres humanos, ainda que essa prática fosse proibida. O segundo refutou os falsos conceitos do passado sobre estrutura e função do corpo, por observação direta e experiências; é chamado o pai da anatomia moderna. durante os séculos XVII e XVIII, a anatomia atingiu uma aceitação inigualável. Duas das contribuições mais importantes foram a explicação da circulação sanguínea e o . Harvey, em 1628, com a obra Sobre o Movimento do Coração e do Sangue nos Animais, provando a circulação contínua do sangue no interior dos vasos, e Leeuwenhoek, aperfeiçoando o microscópio, desenvolvendo técnicas para examinar tecidos e com a descrição de células sanguíneas, músculo esquelético e da lente do olho. Malpighi, lembrado como pai da histologia, foi o primeiro a confirmar a existência dos capilares. Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII A principal contribuição científica do século XIX foi a formulação da teoria celular. Princípio creditado a dois cientistas alemães, Matthias Schleiden e Theodor Schwann. atualmente, o conhecimento de anatomia se junta a um universo de outros conhecimentos que, não menos importantes, vão se somando e contribuindo de forma muito rápida para o desenvolvimento científico, para a melhoria da qualidade de vida e para a maior longevidade do ser humano. FONTES: ARTIGO ‘BREVE H ISTÓRIA DA ANATOMIA ’ (UERJ) E TEXTO DO MUSEU DE C IÊNCIAS DA V IDA (UFES) OBJETIVOS DA ANATOMIA Proporcionar ao estudante o conhecimento das noções e concepções básicas sobre a identificação e morfologia dos órgãos e estruturas que constituem o organismo humano, compreendendo suas características morfofuncionais. Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981 pela American Association of Anatomists: "anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais. a compreensão dos princípios arquitetônicos da construção dos organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias partes e a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A amplitude da anatomia compreende, em termos temporais, desde o estudo das mudanças a longo prazo da estrutura, no curso de evolução, passando pelas das mudanças de duração intermediária em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até as mudanças de curto prazo, associadas com fases diferentes de atividade funcional normal. Em termos do tamanho da estrutura estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus órgãos até as organelas celulares e macromoléculas". FONTE: PLANO DE CURSO DE ANATOMIA (FASETE ) E INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA (UFMG) DIVISÕES DA ANATOMIA Atualmente, a anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: anatomia macroscópica, anatomia microscópica e anatomia do desenvolvimento. é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis. Apresenta duas grandes divisões, a , na qual os dados anatômicos macroscópicos humanos são descritos segundo as grandes divisões naturais do corpo (membro inferior, membro superior, cabeça e pescoço, tórax, abdome e pelve) e a , na qual a abordagem é feita segundo os vários sistemas (conjunto de órgãos com mesma função básica). ❖ ANATOMIA SISTEMÁTICA OU DESCRITIVA: Estuda de modo analítico e separadamente as várias estruturas dos sistemas que constituem o corpo, o esqueleto, o muscular, o circulatório, etc. ❖ ANATOMIA TOPOGRÁFICA OU REGIONAL: estuda, de uma maneira sintética, as relações entre as estruturas de regiões delimitadas do corpo ❖ ANATOMIA DE SUPERFÍCIE OU DO VIVO: estuda a projeção de órgãos e estruturas profundas do corpo, é de grande importância para a compreensão da semiologia clínica ❖ ANATOMIA FUNCIONAL: estuda segmentos funcionais do corpo, estabelecendo relações recíprocas e funcionais das várias estruturas dos diferentes sistemas ❖ ANATOMIA APLICADA: salienta a importância dos conhecimentos anatômicos para as atividades médicas, clínica ou cirúrgica e mesmo para as artísticas ❖ ANATOMIA RADIOLÓGICA: estuda o corpo as propriedades dos raios X e constitui, com a anatomia de Superfície, a base morfológica das técnicas de exploração clínica ❖ ANATOMIA COMPARADA: estuda a Anatomia de diferentes espécies animais com particular enfoque ao desenvolvimento ontogenético (desenvolvimento de um indivíduo desde a concepção até a idade adulta) e filogenético dos diferentes órgãos. é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em (estudo da célula) e (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos). estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a que é o estudo do desenvolvimento até o nascimento. Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII Embora não sejam estanques, a complexidade destes grupos torna necessária a existência de estudos específicos. FONTE: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA (UFMG) Compreender a importância do cadáver no estudo da anatomia e do microscópio no estudo da histologia IMPORTÂNCIA CADÁVER NA ANATOMIA ❖ escreve: "Quem consertará uma máquina, ignorando o artifício pelo qual é feita? Como curará as moléstias, não sabendo os órgãos que elas atacam? A anatomia lança os fundamentos sólidos da Medicina; não há anatomia vista em estampas, nem estudada sobre peças artificiais, mas analisada sobre os cadáveres. O estudo do homem deve ser feito sobre o mesmo homem". ❖ em sua aula de anatomia transcreve o seguinte trecho do mesmo Assis Leite: "Um cadáver é o primeiro livro clássico de anatomia. O cadáver é um mestre mudo, porém eloquente. Este mestre instrui os vivos antes de baixar à morada dos mortos. Na anatomia estuda-se o homem vivo no homem morto. A anatomia guia constantemente a mão do cirurgião, indica-lhe o lugar das operações, apontar-lhe os perigos e os meios de salvá-Ios.A anatomia é a base da medicina e cirurgia; quanto mais esta base é sólida e profunda, mais este edifício é elevado e majestoso". O cadáver humano ou suas partes são fixados em solução de formol a 10% injetado na artéria femoral e conservados em cubas na mesma solução a 5% e, portanto, são inócuos, . As partes dos corpos usados, ainda que sejam partículas mínimas, são reunidas e colocadas em caixões apropriados para posteriormente serem enterradas. Partículas resultantes de dissecções por mínimas que sejam, devem ser colocadas em baldes pelos alunos. . O estudo dos órgãos humanos. quanto mais meticuloso mais nos leva à admiração de seu harmonioso funcionamento. Por isso, um usados para os estudos anatômicos, de real utilidade para o desenvolvimento da medicina. A utilização do cadáver ajuda a , assim como os , as e a também acabam sendo aprimoradas. Funciona como um ritual de iniciação do estudante. Refletir sobre a morte e o morrer, sobre a humildade e a espiritualidade O corpo morto mobiliza curiosidades e angústias, exigindo dos estudantes, o polimento, o desenvolvimento de uma neutralidade a fim de superar a náusea, o horror e a repugnância. A forma pela qual o estudante lida com esse conflito é de fundamental importância para a sua formação e para a consolidação de sua identidade profissional. FONTES : ARTIGO ‘A IMPORTÂNCIA DA ANATOMIA NA FORMAÇÃO DO MÉDICO ’ (PUC CAMP INAS) E MONOGRAF IA ‘O ENS INO E APRENDIZADO PRÁTICOS DE ANATOMIA’ (UFBA) VISÃO BIOÉTICA DO USO DO CADÁVER ❖ “Ao curvar- te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas; cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu seio o agasalhou, sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens; por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos outros que partiram, acalentou um amanhã feliz e agora jaz na fria lousa, sem que por ele tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome só Deus o sabe; mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade que por ele passou indiferente” - Karel Rokitansky (1876). Homenagem ao Cadáver Desconhecido encontrada nos centros anatômicos de várias Universidades Brasileiras, como prova de reconhecimento ao mesmo. O homem passou a fazer parte dos experimentos e o seu cadáver ganhou grande importância entre os vivos, o que levou a sociedade a inúmeros questionamentos nos campos: social, moral, jurídico, religioso e médico, principalmente no que se refere ao uso do cadáver humano ou parte dele nestes experimentos. Lidar diretamente com a morte nas aulas de anatomia causa muitas vezes medo, dogmas, tabus. No passado, o trabalho dos anatomistas era limitado pelas normas da Igreja, sendo hoje, este estudo ameaçado por problemas jurídicos, religiosos, morais e pela falta de conscientização da sociedade sobre a importância da doação de cadáveres para o estudo e a pesquisa. Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII Vários equipamentos modernos auxiliam o processo pedagógico, como os programas computacionais e materiais sintéticos, mas sem dúvida É de se lamentar, entretanto, que, nos últimos anos, tenhamos que nos deparar com um problema grave: . No Brasil, apesar das campanhas para doação de corpos ou partes deles para o ensino e pesquisa científica, o tema é bastante questionável. Vários são os fatores que influenciam esta doação, que vão desde a delicadeza do assunto, bastante triste, dada a repulsa que a morte causa, passando pela cultura dos povos, falta de conhecimento e interesse, até a observação das crenças religiosas, demonstrada ao longo da história do uso do cadáver humano. Felizmente em nosso país, a lei n° 8.501 de 30 de novembro de 1.992, republicada no Diário Oficial da União de 15-12- 1.992 visa disciplinar a . FONTE : ARTIGO ‘O USO DE CADÁVERES HUMANOS COMO INSTRUMENTO NA CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO A PARTIR DE UMA V ISÃO BIOÉTICA ’ (UN IV . CATÓLICA DE GO IÁS) IMPORTÂNCIA DO MICROSCÓPIO NA HISTOLOGIA Em 1590, o holandês Hans Janssen e o seu filho, Zacharias, planejaram o . Era composto por uma objetiva de lente convexa e uma lente côncava. Outro holandês, Anton van Leeuwenhoek (1632-1723), era um vendedor de tapetes e usava o microscópio para observar os fios, depois, passou a examinar a anatomia dos menores animais conhecidos. Ele que estabeleceu, praticamente sozinho, o ramo da . Leeuwenhoek também é considerado o primeiro a realizar descrições precisas dos glóbulos vermelhos, das bactérias que habitam a boca e os intestinos dos seres humanos, e da forma e locomoção do espermatozoide humano. Foi também Leeuwenhoek quem descobriu a existência dos micróbios, hoje conhecidos como micro- organismos. . Muitas características importantes de interesse nos sistemas biológicos são demasiado pequenas para serem vistas a olho nu, só podendo, portanto, ser observadas com o microscópio. Nos anos mais recentes, tem-se observado um grande desenvolvimento em microscópios, corantes, protocolos de coloração e técnicas de preparação para ajudar a esclarecer melhor a estrutura e função das células. As estruturas celulares que necessitamos estudar têm dimensões que, em regra, são invisíveis à vista desarmada. A é o estudo da estrutura do material biológico e das maneiras como os seus componentes se interrelacionam, tanto estrutural quanto funcionalmente. O estudo da histologia se iniciou com o desenvolvimento de microscópios simples e de técnicas para preparo de material biológico, tornando-o adequado para exame. Os primeiros histologistas descobriram muito sobre a estrutura do material biológico, estabelecendo a teoria celular da estrutura dos organismos vivos, onde a célula é a unidade básica da arquitetura da maioria dos materiais biológicos. Todos os tecidos presentes nos vertebrados adultos são formados a partir de três tipos de folhetos germinativos: endoderma, ectoderma e mesoderma. Cada um desses, durante o desenvolvimento embrionário, é responsável por uma genealogia de células especializadas quanto à forma e função. Nos animais vertebrados há quatro grandes grupos de tecidos: o muscular, o nervoso, o conjuntivo e o epitelial, constituindo subtipos específicos que irão formar os órgãos e sistemas corporais. A observação de tecidos ao microscópio óptico é feita por transparência. É necessário que o tecido seja submetido a cortes finíssimos, através da sua inclusão num bloco de parafina para ser cortado num micrótomo. Depois de cortado, retirada a parafina e colocado numa lâmina, o corte é fixado (para não se deteriorar) e corado. É comum a utilização de corantes que destacam determinadas partes das células (como o azul de metileno). Essas lâminas então podem ser finalmente observadas ao microscópio ótico. Estes métodos histológicos são geralmente utilizados para a observação de tecidos animais. Os desenvolvimentos recentes na área da microscopia eletrônica, a imunofluorescência e o corte por congelação permitiram um enorme avanço neste ramo científico. Com estas novas técnicas, a aparência dos tecidos pode ser examinada, permitindo a comparação entre tecidos saudáveis e doentes, o que é bastante importante para a eficiência dos diagnósticos e prognósticos clínicos. Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII Reconhecer a importância do avanço tecnológico no desenvolvimento do conhecimento médico AVANÇOS TECNOLÓGICOS O uso de cadáveres em dissecação e prossecção está sendo substituído por , simuladores e outras tecnologias com uso de computadores. . TÉCNICAS ANATÔMICAS A dificuldade em conseguir cadáveres dá lugar a alternativas mais baratas, mais práticas e, principalmente, que demandam menos tempo para ensino aprendizagem. ❖ Foi nesse contexto que a , técnica que traz oestudo através de peças cadavéricas previamente dissecadas e conservadas, começou a garantir espaço. Porém, traz um prejuízo: o uso do formaldeído, a solução para fixação de peças orgânicas e conservação mais usada nos laboratórios, é tóxica e carcinogênica. Mas, essa técnica permite que os estudantes apreciem não somente o que é normal e comum, mas também uma gama de variações anatômicas. ❖ Os modelos anatômicos de cera de madeira, de papel maché, de gesso ou de resina não trazem detalhes das estruturas e as variações anatômicas. ❖ A é a melhor técnica anatômica para se estudar na prossecção »consiste na substituição dos fluidos do tecido e de partes dos lipídios por polímeros, sob vácuo. Não precisam de cuidados especiais de manutenção, correspondem a biologia real do corpo humano e são limpas, secas e inodoras. Com essa técnica, as estruturas se mantêm preservadas até mesmo em nível histológico, assim correspondem à biologia real do corpo humano. »utiliza um modelo similar aos de resina, mas a partir do próprio cadáver. ❖ Vídeos, programas de computador, visões laparoscópicas, tomografias computadorizadas, ressonância magnética, salas em 3D e exames de imagem têm invadido o ensino da anatomia. ❖ Hoje em dia é possível estudar anatomia até em pessoas vivas graças às técnicas de Radiografia, angiografia, endoscopia, tomografia axial computadorizada, ressonância magnética nuclear, ecografia, termografia entre outras. Estudar os planos anatômicos POSIÇÃO ANATÔMICA Todas as descrições anatômicas são expressas em relação a uma posição anatômica constante, garantindo que as descrições não sejam ambíguas. Logo, pouco importa o paciente (ou cadáver) estar em decúbito lateral, dorsal ou ventral, pois, ainda assim, será descrito em posição anatômica. A refere-se à posição do corpo como se a pessoa estivesse em pé com a cabeça, olhos e dedos do pé voltados anteriormente, os braços ao lado do corpo com as palmas voltadas anteriormente e os membros inferiores próximos, com os pés paralelos. Essa posição é adotada mundialmente. PLANOS ANATÔMICOS As descrições anatômicas baseiam-se em quatro planos imaginários: (ou sagital mediano) é o plano anteposterior vertical que passa longitudinalmente a superfície do corpo, dividindo-o em metades e . »divide o corpo em metades simétricas são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente ao plano mediano. são planos verticais que atravessam o corpo formando ângulos retos com o plano mediano, dividindo o corpo em partes e . são planos horizontais, que atravessam o corpo formando ângulos retos com os planos medianos e frontais. Dividem o corpo em partes e . Podem ser chamados, também, de planos transaxiais ou axiais. Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII O principal uso dos planos anatômicos é descrever cortes: longitudinais, transversos e oblíquos. Os anatomistas fazem cortes do corpo e suas partes para descrever e exibir estruturas internas. FONTE: MOORE . / IMAGEM: NETTER. Compreender os termos de posição, relação e direção utilizados na anatomia TERMOS DE RELAÇÃO E COMPARAÇÃO Vários termos descrevem a relação entre as partes do corpo ou comparam a posição relativa de duas estruturas. Alguns desses termos são específicos para comparações feitas na posição anatômica ou em relação aos planos anatômicos. Outros termos independem disso e estão relacionados, principalmente, com a superfície ou o centro do corpo. mais próximo à frente. mais próximo ao dorso. para cima, ou mais próximo à cabeça. para baixo, ou mais próximo aos pés. situado no plano mediano. na direção ou situado mais próximo do plano mediano. mais afastado do plano mediano. situado entre medial e lateral. interposto entre um superior e um inferior ou entre anterior e posterior próximo a um ponto de referência. afastado de um ponto de referência. mais próximo à superfície. mais afastado da superfície. FONTE: NETTER PARA COLORIR . / IMAGEM: NETTER. TERMOS DE LATERALIDADE Estruturas pares que tem elementos direito e esquerdo (por ex., os rins) são . Enquanto aquelas presentes em apenas um lado são . algo situado do mesmo lado do corpo que outra estrutura. algo situado do lado oposto do corpo que outra estrutura. FONTE: MOORE . TERMOS DE MOVIMENTO Vários termos descrevem os movimentos dos membros e de outras partes do corpo. A maioria dos movimentos é definida em relação à posição anatômica, assim como os movimentos ocorrem em planos anatômicos específicos e ao redor de eixos alinhados com esses planos. em geral, um movimento que diminui o ângulo da articulação em geral, um movimento que aumenta o ângulo da articulação. São opostos e, geralmente, ocorrem em planos sagitais em torno de um eixo transverso. movimento para longe de um ponto de referência central. movimento em direção a um ponto de referência central. São opostos e, geralmente, ocorrem em um plano frontal, em torno de um eixo anteroposterior. pois a abdução dos dedos significa afastá-los e adução, aproximação dos dedos para a direita e esquerda (curvatura lateral), são formas especiais de abdução apenas para o pescoço e o tronco. . movimento circular que consiste em uma sequência de flexão, abdução, extensão e adução (ou na ordem inversa). Pode ocorrer em qualquer articulação na qual seja possível realizar todos os movimentos citados. Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII giro ou a revolução de uma parte . do corpo ao redor de seu eixo longitudinal (como virar .. a cabeça para o lado). (interna) aproxima a face anterior de um membro do plano mediano, enquanto a (externa) afasta a face anterior do plano mediano. são movimentos de rotação do antebraço e da mão, que giram a extremidade distal do rádio medial e lateralmente ao redor e através da face anterior da ulna. causa a rotação medial do rádio de modo que a palma da mão fique voltada posteriormente. gira o rádio lateralmente, recolocando o antebraço na posição anatômica. movimento anterior (para frente). movimento posterior (para trás). movimentos anterolateral e posteromedial da escápula (movimento anterior e posterior do ombro). movimento no plano frontal onde a estrutura move-se no sentido superior (para cima ou cranial). movimento no plano frontal onde a estrutura move-se no sentido inferior (para baixo ou caudal) ou retorno a posição inicial antes da elevação. FONTES: MOORE , NETTER PARA COLORIR/ IMAGENS: MOORE. Problema 4: Cirurgia no século XIX Reconhecer o desenvolvimento histórico da anestesia HISTÓRIA DA ANESTESIA No início, a medicina como um todo era vista por um lado mágico-sacerdotal. As doenças eram vistas como algo sobrenatural e causada por deuses ou demônios. Sendo assim, por muitos anos, acreditava-se que a e, por isso, deveria ser , enfrentada a “sangue frio”. A cirurgia de modo geral era um verdadeiro sofrimento. O cirurgião tentava fazer a operação o mais rápido possível, mas na falta de anestesia, a dor era garantida, e, logicamente, o medo também. Somente em meados do século XIX, com o advento da anestesia as cirurgias alcançaram um nível de profissionalização e ganharam contornos menos brutais, porém, mais invasivos, já que ausência da dor alargaria as fronteiras das técnicas cirúrgicas. Antes da anestesia, os cirurgiões mediam através do tempo a eficácia de uma operação. Correr contra o relógio e finalizar uma intervenção no menor tempo possível eram as maneiras mais eficazes de minimizar a dor, o choque e a perda de sangue. China já usava a acupuntura como anestesia. os assírios comprimiam a carótida do paciente até que ele ficasse inconsciente. mascavam folhas de coca e depois despejavam a saliva sobre a ferida do doente paraanestesiá-la. Hipócrates usava a chamada ‘esponja sonífera’, método bastante popular entre os monges europeus. Preparada a base de , era colocada em baixo das narinas do paciente até que ele dormisse. Para desperta-lo uma esponja de vinagre entrava em ação. era comum a concussão cerebral. A técnica consistia em golpear uma tigela de madeira colocada sobre a cabeça do enfermo de forma que o crânio ficasse intacto e o paciente desfalecido. francês Ambroise Paré relatava efeitos anestésicos de gelo e neve Joseph Priestley descobriu o óxido nitroso. Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII Humphry Davy passou a realizar em si próprio algumas experiências químicas com o . Davy descreveu, que a cada forte inalação, ia sentindo crescer uma agradável sensação de leveza, um profundo bem estar, exaltação auditiva, uma estranha euforia, culminando em uma impulsiva alegria, que o fazia tender ao riso e a gargalhada, espontâneas. Um dia, ao experienciar dores de dente, utilizou o gás e percebeu que experimentava, também alívio quase imediato após 3 inalações. Davy montou então um laboratório e batizou o gás com o nome de . Foi convidado a trabalhar em um instituto, onde passou a experimentar o gás em diversos pacientes e apresentou sucesso com seu uso no tratamento da asma. A partir de então, Davy escreveu alguns trabalhos, nos quais sugeria o emprego em pequenas cirurgias. Porém, morre em 1830 sem conseguir viabilizar a cirurgia sem dor. drs. Riggs e Colton foram convidados a realizar – como experimento – a extração de um dente do Dr. Wells sob efeito do gás hilariante. A partir daí, o Dr. Wells manipulou o óxido nitroso e testou seus efeitos, em inúmeros procedimentos, em inúmeros pacientes. Embora Wells tenha falhado ao tentar convencer o mundo do valor do óxido nitroso como agente anestésico, são creditadas a ele todas as honras e o reconhecimento por ter concebido a ideia da utilização de gases anestésicos para o alívio da dor, tendo sido reconhecido pela American Medical Association, e pela American Dental Association, como o pai da anestesia. considera-se como data oficial da introdução da anestesia o dia 16 de outubro de 1846, quando no anfiteatro cirúrgico do Hospital Geral de Massachusetts ocorreu a primeira demonstração pública com éter, realizada pelo cirurgião John Collins Warren (extirpou um tumor de um jovem de 17 anos) e o dentista William Thomas Green Morton (aplicou anestesia por meio de um inalador por ele idealizado). Cena imortalizada no quadro do pintor Roberto Hinckley. o termo anestesia foi cunhado pelo escritor americano Oliver Wendel Holmes. Porém, a palavra já existia na língua grega, tendo sido empregada no sentido de insensibilidade dolorosa desde o século I d.C. é usado pela primeira vez por James Simpson (obstetra francês) em um trabalho de parto. a denominação “anestesiologia” foi criada por Seifert. A Inglaterra e os Estados Unidos foram os primeiros países em que a pratica passou a ser considerada uma especialidade medica independente da cirurgia. a anestesia geral por éter chegou e foi praticado no Hospital Militar do Rio de Janeiro pelo médico Roberto Jorge Haddock Lobo, em 1847. No entanto, o éter foi logo substituído pelo clorofórmio, empregado, pela primeira vez, por Manuel Feliciano Pereira de Carvalho. FONTES: ‘H ISTÓRIA DA ANESTESIOLOG IA’ ( 1 979) E ‘BREVE H ISTÓRICO DA ANESTES IA’ (GRUPO N ITRO , 2002 ) Reconhecer o desenvolvimento histórico da antissepsia DEFINIÇÕES é o processo pelo qual se consegue de um determinado , ou campo operatório. é o conjunto de métodos empregado para , mas não dos esporos, seja pela inativação e/ou destruição dos germes, sem que haja necessariamente a destruição de todas as formas viáveis. Esse termo é utilizado, geralmente, para (pele e mucosas). é a aplicação de antisséptico na superfície orgânica após a mesma ter sido submetida ao processo de limpeza c/ redução ou eliminação dos germes. muitas vezes utilizado como sinônimo de antissepsia. Tem o mesmo significado, mas geralmente é utilizado para (como paredes, chão e equipamentos em geral da sala cirúrgica). é a , inclusive os esporos, dos e . é a redução do número de microrganismos a um número julgado isento de riscos para a saúde pelo uso de limpeza e desinfecção adequadas. é a permanente e/ou transitória que existe na superfície da pele. É melhor conseguida com a escovação da pele. HISTÓRIA DA ASSEPSIA Até o final do século XVIII, um dos grandes obstáculos ao desenvolvimento da cirurgia era a enorme incidência de infecções que ocorriam nas feridas operatórias. Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII Semmelweis, um obstetra húngaro que trabalhava em Viena, verificou a eficácia da lavagem das mãos como método para prevenir as “infecções pelo contato”. Ele observou que a infecção puerperal era mais frequentemente na ala obstétrica do hospital onde trabalhava do que em outras alas. Esta servia para a prática obstétrica dos estudantes de medicina. Quando os acadêmicos terminavam as autópsias das vítimas de febre puerperal, eles iam à enfermaria das mulheres para então, examiná-las. Semmelweis tornou a lavagem das mãos obrigatória para todos os médicos e estudantes. Ela era feita com ácido clórico. Semmelweis não sabia nada sobre os microrganismos geradores e propagadores das infecções cirúrgicas, mas desvendou que os . A taxa de mortalidade materna após essa orientação reduziu de 11,4% (em 1946) para 1,3% (em 1948). o inglês uniu as ideias de Semmelweis aos recentes estudos microbiológicos do químico francês Louis Pasteur, iniciando o . , como o avental cirúrgico (Neuber, 1882), as luvas de borracha (Halsted, 1889), a padronização da antissepsia das mãos (Schimmelbush, 1891), o uso de máscaras (Radecki, 1896) etc. FONTE : ‘ASSEPS IA E ANTISSEPS IA ’ (UFSC) INFECÇÃO HOSPITALAR É importante entender a evolução histórica das infecções e seus tratamentos de modo a traçar uma interface destas com o panorama moderno da epidemiologia e controle das infecções hospitalares. Analisam-se tratamentos desenvolvidos a partir da idade média, incluindo-se desde mitos e crenças populares a dados que tem sido objeto de avaliação científica microbiológica e terapêutica. Ressaltando o fato de que o reflorescimento das ciências ocorrido no Renascimento, juntamente com o surgimento da imprensa e, com ela, a veiculação de publicações e ilustrações sobre as doenças, contribuíram para a evolução da própria ciência e sua tecnologia. medicina clerical, obscurantismo médico. Peste negra (1340-1360). Francastorius, defende a teoria de que certas doenças se transmitiam através de corpúsculos que ele denominou de ‘semente da moléstia’ (seminária prima) e que essas transitavam de um corpo a outro através do contato direto ou através de roupas e objetos. Descreve o mecanismo de transmissão das doenças infecciosas, de três modos: a) por contato direto, pelo simples contato como na escabiose, tuberculose e hanseníase; b) por contato indireto, pelos fômites como roupas e objetos e por transmissão a distância; c) sem contato direto e sem fômites, como na peste e na varíola. descoberta do microscópio. Leeuwenhock identifica ‘espíritos do demônio’ (bactérias). Semmelweis e a infecção puerperal. Spallanzani destrói a teoria da geração espontânea. “era bacteriológica”. Pasteur e a ‘teoria germinal das doenças infecciosas’, propõe que toda doença infecciosa tem sua causa em um micróbio com capacidade de propagar-se entre as pessoas. Joseph Lister aplicou a Teoria Germinal de Pasteur para eliminar microrganismos vivos em feridas e incisões cirúrgicas. antibioticoterapia. Penicilina (1929 – Fleming), Sulfonamida (1935 – Domagk). Terapia antibacteriana generalizada e indiscriminada. Uso profilático generalizadoe abusivo dos antibióticos fez surgir cepas resistentes e virulentas. FONTES: ‘AS INFECÇÕES HOSP ITALARES E A EVOLUÇÃO H ISTÓRICA DAS INFECÇÕES ’ ( REBEN) E ARTIGO SOBRE A ENFERMAGEM E ASSEPSIA (UNB ) Avaliar a importância do desenvolvimento da cirurgia na história da medicina DEFINIÇÃO DA CIRURGIA ‘Cirurgia é o ’. Do grego: kheirourgia (kheiros, mão e ergon, obra). O termo cheirourgos é encontrado em autores gregos clássicos designando não só o médico que tratava doenças com as mãos, como também cozinheiros ou tocadores de cítara. Esse termo vem sendo modificado através dos tempos: cirurgien, surgien em francês arcaico e daí surgeon em inglês. . Como ciência, tem renovação dinâmica e constante de preceitos e conceitos em função da sua própria evolução. Como arte exige um aprendizado manual paciente e bem conduzido. Será aprendida mais facilmente por aqueles que nascem com vocação e aptidão específicas, como acontece com todas as artes. Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII . Com a evolução dos conhecimentos, a cirurgia passou a ter lugar no tratamento de algumas doenças. Antes do século XVI os próprios médicos praticavam as poucas operações que as urgências exigiam. Mais tarde passaram a deixá-las para pessoas menos qualificadas, os barbeiros. Durante séculos a cirurgia existiu em estado latente: Ocupava-se dos feridos das guerras. Raríssimas operações eram bem sucedidas, sendo praticadas, inicialmente, como magia ou por imperiosa necessidade. FONTE : ARTIGO ‘HISTÓRIA DA C IRURG IA’ (2009 ) HISTÓRIA DA CIRURGIA atos médicos e cirúrgicos eram feitos por feiticeiros. A trepanação é a primeira operação conhecida (remoção de pequeno fragmento ósseo, geralmente arredondado) e é conhecida desde os tempos neolíticos e era feita por razões religiosas, mas também médicas (alívio da pressão intracraniana). As trepanações eram mutilações sangrentas e dolorosas executadas com um fim de iniciação mística ou de ritos mágicos. Havia, do mesmo modo, outras práticas sangrentas como a subincisão uretral e a circuncisão. existem relatos de procedimentos cirúrgicos em tumbas de faraós, em torno de 2500 a.C. foi escrito em torno de 1700 a.C. e é um dos mais importantes documentos da medicina antiga do Vale do Nilo, relatando principalmente, sobre feridas e como tratá-las. Existem relatos do século IV a.C. referentes ao desenvolvimento da cirurgia plástica, principalmente das rinoplastias, na Índia. Os prisioneiros de guerra e os adúlteros eram punidos com a amputação do nariz, cuja reconstrução era feita à custa de retalhos da testa. Entre 460 e 377 a.C. foi formulado o . Sob essa influência, em 150 a.C., foi que médicos e cirurgiões respeitáveis, educados, usassem bisturis e cortassem pacientes para retirada de cálculos. Tais tarefas, consideradas selvagens, ficavam para artesãos menos educados – ‘cirurgião-barbeiro’ (mais tarde a Igreja se posicionou fortemente contra as dissecções e operações e somente no século XIII é que os médicos e os cirurgiões começaram a ser igualmente respeitados). os escritos e manuscritos da época mostram claramente a mistura vigente de . O homem era totalmente religioso e via em tudo o que lhe acontecia um gesto direto de Deus. A igreja, cuja autoridade era incontestada, impediu todo o espírito de pesquisa como, por exemplo, a interdição das dissecções que, aliás, foi mantida até 1480. A cirurgia foi considerada uma prática bárbara, também condenada pela igreja. Ainda assim, o cirurgião bizantino Paulo de Egina, escreveu um breviário de cirurgia onde compilou o que já havia sido dito pelos gregos. Discutiu, com sua experiência pessoal: traqueotomia, tonsilectomias, flebotomias e redução do tamanho das mamas. E um cirurgião islâmico nascido em Córdoba escreveu o primeiro livro ilustrado de cirurgia, introduzindo o uso do ferro em brasa para cauterização de feridas. Teve grande influência sobre os cirurgiões da idade média, que usaram abusivamente essa técnica (cauterização de feridas). No século XIII apareceram as primeiras escolas de medicina. do século XV em diante os europeus falam de uma nova era e adquirem uma visão mais avançada de vários aspectos da vida. Há o . Andreas Versalius demonstrou que o aprendizado da anatomia e cirurgia era possível somente através da dissecação sistemática. Foi apenas no século XVI os com Ambroise Paré. Esse foi o primeiro médico que dedicou todo o seu tempo à cirurgia. É considerado o fundador da ortopedia e modificou o tratamento das feridas que, até então, eram cauterizadas e queimadas com óleo » mostrou que tratar com gema de ovo, mel e terebintina dava melhores resultados que a cauterização. Chegou à posição de cirurgião de quatro reis da França. Em 1540 os barbeiros e os cirurgiões de Londres se unem na Companhia dos Barbeiros Cirurgiões-barbeiros passaram a conseguir frequentar universidades. Companhia Única de Cirurgiões-Barbeiros: treinava e licenciava praticantes da arte cirúrgica ❖ Religiosos que lecionavam medicina, baseados em Hipócrates e Galeno » ensino teórico da anatomia ❖ Médicos supervisionam os cirurgiões-barbeiros nos procedimentos ❖ Médicos que realizavam procedimentos cirúrgicos Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII Nos séculos 17, 18 e na maior parte do 19 as pessoas só eram operadas em situações extremas, era o último recurso. As chances de morrer eram enormes. A razão mais comum para alguém passar por uma cirurgia era a amputação. Era necessária quando havia fratura exposta, porque o osso ficava de fora e causava infecção, a perna gangrenava e a pessoa morria. A opção era cortar a perna, mas isso era feito sem anestésicos e sem assepsia. O limite da tolerância dos pacientes à dor forçava os cirurgiões a escolher cortar rapidamente em vez de cortar com precisão. Quando a cirurgia se tornou indolor (com o desenvolvimento da anestesia), os cirurgiões ganharam a oportunidade de manter o corpo do paciente aberto por mais tempo, podendo ser mais meticuloso e realizar procedimentos mais invasivos. Só que isso aumentou o número de mortes, já que o período de exposição do corpo a infecção aumentava e ainda não havia um entendimento pleno de assepsia. Cirurgiões desenvolveram as técnicas e habilidades cirúrgicas de tal forma que passaram a realizar laparotomia exploratória com o propósito de diagnosticar. Inclusive artigos desse período chegaram a relatar o excesso de laparotomia que começou a surgir na virada do século. As barreiras para o conhecimento cirúrgico estavam, então, derrubadas. Com a evolução dos conhecimentos, o desenvolvimento da anestesia, assepsia e as técnicas cirúrgicas, a cirurgia passou a ter lugar no tratamento de algumas doenças e, hoje, exige dos cirurgiões o conhecimento de anatomia e fisiologia, bioquímica, imunologia, bacteriologia, metabolismo e, obviamente, de técnica cirúrgica. FONTES: ARTIGO ‘H ISTÓRIA DA C IRURG IA’ (2009 ) E MATER IAL DA UFBA ‘ IMPORTÂNCIA E H ISTÓRIA DA C IRURG IA’ Problema 5: Medicina – avanço tecnológico - atraso social Compreender como o contexto socioeconômico se relaciona à medicina DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), essas abrangem o conceito de que . São os que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e os fatores de risco. A relevância das DSS e a abordagem de saúde levando-os em consideração se trata de um consenso que foi sendo construído ao longo da história. Apesar da preponderância do enfoque médico biológico da saúde pública em detrimento dos enfoques sociopolíticos e ambientais, ao longo do século XX, permaneceu uma tensão entre essas abordagens, que se intercalavam. No fim dos anos 70, a destacou o tema dos determinantes sociais. Posteriormente, na década de 80, a saúde privada predominava e comisso houve um maior destaque, novamente da concepção de saúde individual. Já na década seguinte, com os estudos das Metas do Milênio, a Criação da Comissão sobre Determinantes Sociais de Saúde da OMS em 2005, dá ênfase novamente nos DSS. Outro fato importante, anterior a todos os outros citados e que serviu de base para grande mudança de pensamento é a inclusão na constituição da OMS, em 1948, da definição de . Isso mostra o início de um conceito amplo de saúde, para além do enfoque somente na doença. Esses avanços se deram por meio de vários estudos, ocorridos em 3 fases: ❖ a primeira que tratava da . ❖ A segunda descrevia . ❖ A terceira trata de . A grande dificuldade e tarefa desses estudos é estabelecer uma hierarquia de determinações entre os fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e o mecanismo pelo qual esses fatores incidem sobre a situação de saúde de grupos e pessoas, uma vez que a relação de determinação não é direta de causa-efeito. Outro desafio se refere à distinção entre os determinantes de saúde dos indivíduos e os de grupos e populações. Isso porque, certos fatores que são fundamentais para explicar diferenças de saúde entre os indivíduos já não explicam as diferenças entre grupos de uma sociedade ou sociedades diferentes. Diversos são os modelos que foram desenvolvidos para tentar esquematizar a trama de relações entre os diversos fatores estudados. Dentre eles pode-se enfatizar os modelos de ‘Dahlgren e Whitehead’ e o de ‘Diderichsen e Hallqvist’. FONTE : MATER IAL ‘ATENÇÃO INTEGRADA À SAÚDE ’ – A IS (UFRJ) Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII RELAÇÕES GERAIS As condições sociais interagem com as condições fisiológicas para determinar a propensão às diferentes doenças. Alimentação, moradia e trabalho são pilares básicos da saúde. Existem claras evidências de que a situação socioeconômica desempenha papel central na causa das enfermidades FONTE : ARTIGO ‘ I NFLUÊNCIA DO NÍVEL SOCIOECONÔMICO SOBRE OS FATORES DE R ISCO CARDIOVASCULA R’ (UNESP) PROBLEMAS DE SAÚDE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E SEUS DETERMINANTES Na segunda metade do século passado, o Brasil iniciou um processo de mudança e sua estrutura política, econômica, social e demográfica, o que levou a profundas modificações nas condições de saúde da população. Com isso, a população brasileira tornou-se predominantemente urbana, logo, o acesso às condições básicas cresceu. 1988: , estabelecendo a saúde como um direito universal dos cidadãos e um dever do Estado. Como consequência dessas mudanças, as doenças infecciosas deixaram de ocupar a posição de principal grupo de problemas de saúde, dando lugar para as DCNT (doenças crônicas não transmissíveis) e para as causas externas. DETERMINANTES um novo padrão de distribuição espacial das cidades foi criado, criando , determinados por condições ambientais e sociais presentes no meio urbano. embora a transição demográfica em curso no país seja um relevante determinante para o atual estado de saúde-doença, a totalidade de seus efeitos sobre a saúde da população só será contabilizada nas próximas décadas, quando o envelhecimento da população brasileira atingir seu máximo. o Brasil encontra-se em um momento histórico de transição em que, apesar de um progresso recente, ainda sustenta uma carga substancial de desigualdade social, com mais de 1/5 da população vivendo em estado de pobreza. PROBLEMAS DE SAÚDE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA como a dengue, hiv, , IRAS (infecções relacionadas a assistência de saúde – podem ser causadas por diferentes patógenos e atingir a qualquer parte do corpo), leptospirose (emergiu nos centros urbanos) e leishmaniose viral (endêmica de áreas rurais). como excesso de peso e obesidade, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus e neoplasias malignas. Estudar a persistência da tuberculose ao longo dos anos A TUBERCULOSE AO LONGO DA HISTÓRIA bacteriologista alemão Robert Koch descobriu a tuberculose, que é considerada . Evidências da enfermidade já foram encontradas em ossos humanos pré-históricos na Alemanha e há registros datados de 8.000a.C. Por ter causa desconhecida na época, a doença, assim como diversas outras, era vista como um castigo. Essa visão, no entanto, foi desmistificada por Hipócrates, na Grécia. O estudioso mostrou que a tuberculose era algo natural e passou a denominá-la de Tísica. A expansão da doença mundo afora se deu com o advento das guerras, que estreitavam o contato entre indivíduos. A tuberculose passou a ser melhor compreendida nos séculos XVII e XVIII com o surgimento do estudo da anatomia. Foi quando então a doença recebeu seu nome atual. A partir do final do século XVIII a enfermidade foi vinculada a duas representações: a primeira a associava a uma , que acometia principalmente poetas e intelectuais; a outra, criada em fins do século XIX, a vinculava a , visão que permaneceu durante o século XX. Desde o século XIX a doença era tratada com a , que consistia em uma boa alimentação, repouso e incorporava o clima das montanhas. Para isso, os pacientes eram isolados em sanatórios e preventórios. No Brasil em 1920, com a Reforma Carlos Chagas, que deu origem ao Departamento Nacional de Saúde Pública, o Estado passou a estar mais presente na luta contra a doença, criando a Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose. Na década de 1930 surgiram avanços no combate à doença com a invenção da vacina BCG, a Introdução ao Estudo da Medicina | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII baciloscopia, a abreugrafia, o pneumotórax e outras cirurgias torácicas. Em função do conhecimento mais amplo da doença, o fator clima na sua cura passou a ser questionado. Com a descoberta da quimioterapia antibiótica específica na década de 1940 e a comprovação de sua eficácia ao longo das décadas de 1950 e 1960, o tratamento passou a ser ambulatorial sem a necessidade de internação, o que culminou na desativação dos sanatórios. . A partir dos anos 1990, apesar da crença de que a doença estava controlada, observou-se em várias regiões do mundo um crescimento de casos principalmente associados à infecção pelo HIV. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados anualmente 5 milhões de novos casos de coinfecção no mundo. Estudos de autopsia apontam a TB como responsável por 33% das mortes de soropositivos, mesmo entre os que foram tratados com antirretroviral de elevada eficácia. Outro dos grandes desafios enfrentados pelos Programas Nacionais de Controle da Tuberculose (PNCTs) é o . FONTE: GLOSSÁR IO DE DOENÇAS DA F IOCRUZ PANORAMA DA TUBERCULOSE NO BRASIL . Somente no Brasil, são registrados anualmente 72 mil novos casos da doença e 4,6 mil óbitos em decorrência dela. Nos últimos anos, o país vem apresentando queda na incidência de tuberculose, bem como em sua taxa de mortalidade e número de novos casos, porém, a enfermidade ainda preocupa as autoridades públicas, já que o país está entre os 22 responsáveis por 80% do total de casos mundiais da enfermidade. O Brasil ocupa a 17ª posição em relação ao número de casos e a 111º quanto ao coeficiente de incidência comparado a outros países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A atual meta do governo brasileiro, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é descobrir 70% dos casos estimados e curá- los em 85%. Para alcançar esse objetivo, o Ministério da Saúde criou o , que, formalizado em 1999 com a criação do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), recomenda a implantação da Estratégia do Tratamento Diretamente Observado (DOTS) para o controle da Tuberculose no Brasil. A estratégia DOTS engloba cinco elementos: o compromisso político com a implementação e sustentabilidade do programa de controle da tuberculose; detecção de casos, por meio de baciloscopia
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