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DIREITOS HUMANOS VIVIANE DE ARRUDA PESSOA OLIVEIRA CESAR AUGUSTO ARTUSI BABLER RAFAEL DE LAZARI MARIA CAROLINA GERVÁSIO ANGELINI DE MARTINI 1 UNIDADE 11 DIREITOS HUMANOS E EMPRESA: A GESTÃO DA DIVERSIDADE INTRODUÇÃO Com a formação de uma nova consciência jurídica universal, o direito internacional pas- sa a se reger pela ideia do objetivismo, segundo a qual normas simplesmente devem produzir efeitos, independentemente da vontade estatal, por serem consideradas es- senciais para a sobrevivência humana (TRINDADE, 2013, p. 30-31). Por conta disso, se o bem viver precisa de uma correlação da natureza e do ser humano e se é necessário haver solidariedade e ausência de exclusões (ACOSTA, 2016, p. 19-29), é fundamental trabalhar direitos humanos e empresas. Assim, a presente unidade analisará a relação dos direitos humanos nas empresas, adentrando nas questões de meio ambiente sadio e adequado para se laborar e, assim, em direitos que devem ser respeitados. Também tecerá considerações acerca da au- sência de discriminação dentro das empresas e da inserção de políticas acolhedoras, ou seja, de medidas que promovam igualdade e efetivem legislações internas e interna- cionais. Por fim, vamos nos debruçar na relação com o meio ambiente e na necessida- de de responsabilização pelos atos violadores de direitos humanos. 1. O MEIO AMBIENTE DE TRABALHO SAUDÁVEL E ADEQUADO E A PROMOÇÃO DA DIVERSIDADE NAS EMPRESAS Inicialmente, é preciso lembrar que, após as atrocidades humanitárias ocasionadas pela Se- gunda Guerra Mundial, o ser humano se tornou o centro do universo jurídico, de forma que a busca por protegê-lo se tornou uma realidade. Nesse sentido, os direitos humanos são assegurados para possibilitar que valores essenciais para a sobrevivência e a vida digna do indivíduo sejam concedidos, como a liberdade, a igualdade, a dignidade. Segundo Acosta (2016, p. 19-29), que traz a conceituação do que entende por “bem vi- ver”, a norma jurídica precisa ter como norte o ser humano e a natureza, pois o primeiro vive em comunidades e no convívio com a segunda, motivo pelo qual, em uma proposta global, traz a perspectiva de que não se podem mais aceitar discursos de exclusão, tampouco preconceitos. Para ele, a comunidade deve viver em harmonia, tendo como consequência a solidariedade e a reciprocidade (ACOSTA, 2016, p. 19-29). No campo empresarial, é necessário pensar a respeito do meio ambiente do trabalho. Assim, diante das dimensões de direitos humanos, é notável e imprescindível que se garanta um local limpo, adequado e livre de ações discriminatórias para que se efetivem os referidos ditos. Por essa razão, Maurício Godinho Delgado (2019, p. 94) insere o di- reito do trabalho na dimensão social dos direitos humanos, necessitando de uma ação para garantia do mesmo. U11 2Direitos Humanos Direitos Humanos E Empresa: A Gestão Da Diversidade A inserção de intervalos na jornada de trabalho, o descanso semanal remunerado, as medidas de higiene, são todos inseridos como uma forma de promover a saúde mental e física dos trabalhadores, já que concedem descanso para a própria mente e buscam garantir que o local de labor seja adequado. Nesse ínterim, Delgado (2019, p. 1122) alega que as normas trabalhistas atinentes a intervalo e descanso, por exemplo, são de saúde pública, uma vez que são medidas profiláticas. Em outras palavras, os intervalos na jornada de trabalho são espaços temporais em que o obreiro poderá descansar ou alimentar-se. Há o intervalo interjornada, que é de um dia para o outro e significa o descanso entre os dias de trabalho, sendo fixado em 11 horas, além do intrajornada, que é o que acontece no meio do expediente, num lapso temporal durante o qual o indivíduo pode se alimentar, por exemplo, podendo ser fixado de entre 1 a 2 horas, muito embora seja possível ser relativizado. Por sua vez, o descanso semanal remunerado é o dia em que o trabalhador não laborará e, mesmo assim, será remunerado, sendo normalmente é fixado aos domingos, mas é possível que haja alterações. Nota-se a essencialidade dos direitos, tendo em vista a saúde mental e física do ser humano. SA IB A M A IS A respeito das jornadas de trabalho, vide artigos 70 e seguintes da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), além do 6 e 7 da Constituição Federal (CF). Além disso, Heloisa Souza e Márcia Bernardo (2019, p. 5-9), ao analisar práticas que levam a adoecimento mental, mostram que a Vigilância em Saúde do Trabalhador constatou a existência de práticas de assédio moral como um ato abusivo por parte das empresas e que, nesses casos, é preciso que a empresa mude de postura e ve- nha a assegurar condições dignas de trabalho sem quaisquer nocividades à saúde mental dos obreiros. O assédio moral é, normalmente, uma ação repetitiva que desestabiliza o psicológico do indivíduo, constrangendo-o. Segundo Ghilardi e Heckkool (2013, p. 465), “O indiví- duo que assedia alguém busca desestabilizar o emocional, fazendo com que [a pessoa] passe por constrangimentos, abalos psíquicos ou situações vexatórias”. Em comple- mento, a Cartilha feita pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho menciona que o ato pode se dar através de forma escrita ou oral e leva a danos a pessoa, sua personalidade e integridade, deixando tóxico o ambiente de trabalho (TST; CSJT, 2019, p. 6) É notável que a submissão a jornadas exaustivas de trabalho, a supressão de intervalos, a falta de cuidado com a saúde do empregado, como a ausência de equipamentos para entrar em ambientes frios ou a exposição à ruídos sem proteção adequada, são exemplos de violação da legislação e de um ambiente não sadio. Muitas práticas com esse viés são associadas a trabalhos análogos à escravidão, como aconteceu com Madalena Gordiano, quem, ao bater na porta de uma família, que disse que a adotaria e que ela estudaria, passou a ali morar e ser explorada, tendo que realizar todos os 3 Direitos Humanos U11 Direitos Humanos E Empresa: A Gestão Da Diversidade afazeres domésticos por 4 décadas, sem salário, folga ou férias (EL PAIS, 2021, [n. p.]). E, segundo notícias de 2015, de 4.975 profissionais entrevistados, 52% mencionaram ter sofrido assédio moral ou sexual no ambiente de trabalho (BARIFOUSE, 2015, [n. p.]). Considerando que os direitos individuais buscam tutelar o ser humano, a quem con- cedem direitos, como a vida, a liberdade, a integridade, e que os sociais desejam que o Estado, por prestações positivas ou negativas, assegure condições mínimas para a sobrevivência, como alimentação, trabalho, moradia, buscar um meio ambiente sadio e em consonância com as disposições normativas pode satisfazer os ditos direitos, pois a pessoa é, realmente, reconhecida, o que colabora para a realização da Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948. Afinal, a dignidade, que enxerga o indivíduo como um fim em si mesmo (RAMOS, 2020, p. 81), será respeitada quando seu corpo e sua mente são considerados como es- senciais, caso contrário não se tem o bem viver de Acosta (2016), tampouco saúde. Colaboram com isso os dizeres de Ramos (2020, p. 82), quando traz afirmativas acerca da dignidade humana e insere dois elementos: o negativo, para não haver tratamentos discriminatórios e degradantes, e o positivo, que significa a existência de condições mínimas de sobrevivência. Observa-se, assim, que um diálogo entre o ordenamento jurídico interno e internacional permite uma maior proteção da dignidade humana. Para Guilherme de Almeida (2018, p. 96), a “dignidade da pessoa humana deve ser respeitada e protegida por parte do Estado e de todos os cidadãos e todas as cidadãs de uma comunidade política”, motivo pelo qual ele entende que a liberdade e a igualdade estão presentes durante toda a vida de cada pessoa, sem distinção (ALMEIDA, 2018, p. 84-85). Mas não apenas essas medidas são imprescindíveis para tutela dos direitos humanos, sendo preciso abordar a diversidade de gênero, sexoe raça nas empresas. 2. PROMOÇÃO DE DIVERSIDADE DE GÊNERO, SEXO E RAÇA EM EMPRESAS Não há uma proporcionalidade de gênero, sexo e raça dos cargos dentro de empresas. A desigualdade é muito presente, o que desencadeou na criação de legislações para alterar o cenário discriminatório. Segundo estudo feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e pelo Instituto Ethos (2016, p. 1-96) com 117 empresas, cuja maioria era do setor industrial, divul- gou-se que as mulheres, as pessoas com deficiência e os negros não estão tão bem representados nesses ambientes. Ainda que a maior parte da população brasileira seja formada por mulheres e por negros, notou-se que os cargos mais elevados hierarquica- mente são ocupados por homens e que negros estão presentes em apenas 6,3% das vagas de gerência e 4,7% das do âmbito executivo (ETHOS, 2016, p. 1-96). No que concerne aos portadores de deficiência, verificou-se que somente 2% são trabalhado- res dessas empresas (ETHOS, 2016, p. 1-96). Cabe ressaltar que muitos funcionários relataram dificuldade para responder a pesqui- sa (ETHOS, 2016, p. 1-96). Também é preciso dizer que 38% das empresas e indústrias U11 4Direitos Humanos Direitos Humanos E Empresa: A Gestão Da Diversidade obstaculizam a contratação de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queers e intersexuais (LGBTQI+) (PARIS, 2020, [n. p.]). O artigo 5, caput, da Constituição Federal insere o princípio da igualdade, segundo o qual deve-se promover o mesmo tratamento a todos, independentemente de raça, gê- nero, sexo. O princípio possui duas dimensões, a primeira das quais é a exigência de uma abstenção para não discriminar, e a segunda, por sua vez, prevê a realização de um ato discriminatório para haver igualdade. A necessidade de praticar um ato para haver igualdade encontra guarida na criação de normas, motivo pelo qual foram criadas a Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra Mulher e seu Protocolo Facultativo, a Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo. A Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra Mulher e respectivo Protocolo Facultativo almeja trazer e falar sobre o papel do homem e da mulher na sociedade, promovendo a igualdade. Assim, apresenta o que seria a discri- minação e a perspectiva de conceder as mesmas oportunidades de emprego, critérios de seleção, remuneração. No tocante à Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Ra- cial, o escopo, em síntese, é “promover e encorajar o respeito universal e efetivo pelos direitos humanos, sem qualquer tipo de discriminação, em especial a liberdade e a igualdade de direitos [...]” (RAMOS, 2020, p. 201), bem como retirar e condenar doutri- nas baseadas na superioridade racial. Em complemento, a Convenção Interamericana contra Toda Forma de Discriminação e Tolerância insere ao Estado a obrigação de dar ensejo aos direitos humanos sem qualquer distinção e se pautar pela dignidade, defi- nindo discriminação como “tratamento de diferenciação, restrição ou mesmo exclusão, sem justificativa racional e proporcional, realizado por agentes públicos ou privados, visando a privação ou prejuízo de outrem” (RAMOS, 2020, p. 379-380). Por fim, a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, que é um tratado com status de emenda constitucional, define “pessoas com deficiência” como as que têm algumas restrições físicas, intelectuais ou sensoriais, e, em seguida, colaciona princípios, como dignidade, inclusão, respeito pela diferença e aceitação, igualdade de oportunidades e de gênero, e as obrigações dos Estados, como ter medidas legislativas, administrativas e de qualquer natureza que realizem direitos e eliminem discriminação. Os instrumentos internacionais atendem aos objetivos da ONU, especialmente o 5, Igualdade de Gênero, e o 10, Redução das Desigualdades. O 5 visa à igualdade de oportunidades e à participação efetiva de mulheres na liderança, políticas de empode- ramento e eliminação de violência contra mulher e de casamento prematuros (ONU, 2021, [n. p.]). Por sua vez, o 10 requer, em resumo, as inclusões social, econômica e política, sem distinção de gênero, deficiência, raça, religião, condição econômica, origem, igualdade de oportunidades e eliminação de leis, políticas e práticas discrimina- tórias (ONU, 2021, [n. p.]). 5 Direitos Humanos U11 Direitos Humanos E Empresa: A Gestão Da Diversidade No âmbito interno, há a Lei nº 12.990/2014, que prevê que 20% das vagas destinadas a concursos e provimentos devem ser reservadas para negros. O artigo 37 da Lei nº 13.146/2015 dispõe que a inserção com igualdade de oportunidades no mercado de trabalho é necessária para inclusão da pessoa com deficiência, devendo, ainda, se preciso, adaptar o ambiente e promover acessibilidade. Há, ainda, o Projeto de Lei nº 144/2021, que deseja reservar vagas de emprego para mulheres transexuais, travestis e homens transexuais em empresas privadas. Por fim, a Lei nº 12.711/2012 insere cotas para ingresso em universidades por pessoas com baixa renda, estudantes de escola pública e pretos, pardos, indígenas e pessoas deficiência. Tais iniciativas colaboram com a perspectiva da inclusão constitucional de que, segundo Ramos (2020, p. 647-648), são requeridos tratamentos diferenciados para haver igual- dade, daí o papel das ações afirmativas que buscam dar acesso a direitos e concreti- zá-los (RAMOS, 2020, p. 651). Ao mesmo tempo, prezam pela não realização de atos discriminatórios injustificados. As empresas privadas têm agido para consecução da igualdade e realização dos direi- tos humanos. O Magazine Luiza, em 2020, criou um processo seletivo de trainee para contratar pessoas negras, com o escopo de diminuir a discrepância entre brancos e negros em empresas. Mesmo com críticas inapropriadas, o programa prosperou e se repetiu em 2021. Por outro lado, em novembro de 2020, João Alberto, um homem negro que estava no supermercado Carrefour de Porto Alegre (RS), foi morto por dois seguranças do local. A vítima foi agredida por um ato de racismo na véspera do Dia da Consciência Negra, o que levou a uma ação para apurar o racismo estrutural na segurança privada. O Car- refour firmou um acordo com o Ministério Público Federal, segundo o qual a empresa deve implementar um Plano Antirracista, conceder a igualdade racial e um modo de atuação interna em consonância com os direitos humanos e o combate à discriminação, além da atualização do Código de Ética e Conduta e do pagamento de 115 milhões de reais (CONJUR, 2021). O dito importe terá parte para ações de combate ao racismo, como o plano mencionado, e também para custear bolsas de estudo para pessoas ne- gras na graduação e na pós-graduação. Portanto, é perceptível que o labor ainda é árduo no que concerne à efetividade de direitos e à promoção de igualdade, haja vista o que os percentuais demonstram e as situações de violência e discriminação existentes. Porém, ações têm sido realizadas para promover um ambiente sadio, acolhedor, que quer abrir espaços, demonstrando- -se como uma maneira de tentar efetivar a previsão normativa e os objetivos da ONU. U11 6Direitos Humanos Direitos Humanos E Empresa: A Gestão Da Diversidade C U R IO SI D A D E Acesse o mencionado programa de trainee no seguinte link. https://sejatrainee.com.br/trainee-magalu-2022-abre-vagas-exclusivas-para-negros No link a seguir você pode ver mais informações do caso Carrefour. https://www.cnnbrasil.com.br/business/caso-joao-alberto-mpf-homologa-acordo-com- -carrefour-no-valor-de-r-115-milhoes/ https://www.conjur.com.br/2021-jun-13/carrefour-fecha-acordo-115-mi-morte-super- mercado-rs Figura 01. Não ao racismo Fonte: 123RF. Figura 02. Diferença de salários entre homens e mulheres Fonte: 123RF. https://sejatrainee.com.br/trainee-magalu-2022-abre-vagas-exclusivas-para-negroshttps://www.conjur.com.br/2021-jun-13/carrefour-fecha-acordo-115-mi-morte-supermercado-rs https://www.conjur.com.br/2021-jun-13/carrefour-fecha-acordo-115-mi-morte-supermercado-rs 7 Direitos Humanos U11 Direitos Humanos E Empresa: A Gestão Da Diversidade 3. A RESPONSABILIDADE NAS EMPRESAS E A PERSPECTIVA SOCIAL E SUSTENTÁVEL A personalidade internacional é aquela que reconhece a um ente o status de sujeito de direito internacional, o que, no início, era atribuído apenas ao Estado, mas, a partir do século XX, as Organizações Internacionais também passaram a ser assim vistas. A re- ferida concede direitos, deveres e a possibilidade de atuação, seja mediante elaboração de tratados, seja pela utilização de tribunais internacionais, ao sujeito. Por conta disso, sobre indivíduos e empresas, existem controvérsias sobre eventual concessão da personalidade. Parte da doutrina sustenta que o indivíduo não pode ser sujeito de direito internacional justamente por não poder celebrar tratados (REZEK, 2018, p. 190), mas, por outro lado, outros afirmam que ele pode ser sim sujeito, já que pode peticionar perante a Corte Europeia de Direitos Humanos, além de ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional (MAZZUOLI, 2020, p. 369). No tocante às empresas transnacionais, grande parte justifica que não cabe a inserção como sujeito por ela visar o lucro, o que difere de outros sujeitos de direito internacional (REZEK, 2018, p.190). Porém, como ela possui grande influência midiática, e até nos próprios estados, que, por meio de incentivos, moldam suas legislações para atrair es- tas empresas, há indagações sobre a questão da não inserção ser algo correto ou não (MAZZUOLI, 2020, p. 375). Essa discussão é importante ao verificar algumas ações empresariais, como as que levaram a sérias consequências a vida da população ou de trabalhadores. Impactos ambientais e problemas de saúde são ocasionados pelos atos de entes privados, muito embora existam legislações internas que estipulam a obrigação de preservar o meio ambiente, os recursos naturais, a água, o solo, a fauna e a flora para a geração presente e para a futura, e direitos individuais já trabalhados nesta obra, mas nem sempre há respeito. A título ilustrativo, tem-se o caso Shell/Basf, em que a fabricação de agrotóxicos na cidade de Paulínia, com início em 1975, contaminou o lençol freático e resíduos tóxicos foram espalhados, principalmente no rio Atibaia, tendo gerado problemas ambientais e atingindo as pessoas. Afinal, foram detectados contaminantes na água do subsolo local, e, posteriormente, exames médicos confirmaram a presença de resíduos tóxicos nas pessoas que trabalhavam ou que moravam nas proximidades. Doenças como intoxica- ção crônica e tumores hepáticos foram algumas das consequências, as quais, inclusive, atingiram crianças. Outra situação foi o caso Samarco/Vale (MPF, 2021, [n. p.]), sobre o qual, embora pos- teriormente será abordado o aspecto ambiental e humano, desde já cabe salientar que, com o rompimento da barragem de Fundão em Mariana-MG, desjeitos de lama foram despejados. Pessoas faleceram, foram retiradas do local que habitavam, tiveram seu dia a dia, casa e trabalho afetados, além das consequências ambientais. No mais, a empresa de tabaco, ao vender cigarros, sabe que a fumaça do produto con- tém cerca de 69 compostos e substâncias que podem causar câncer, poluir o ambiente U11 8Direitos Humanos Direitos Humanos E Empresa: A Gestão Da Diversidade e ser capaz de levar a morte ou doenças aos usuários e a quem está próximo deles, o chamado de fumante passivo (INCA, 2021, [n. p.]). No entanto, a tabaqueira cria novas artimanhas e divulga informações inverídicas, como que cigarro eletrônico não faz mal (VEDOVATO; MARTINI, 2020, p. 9-13). É evidente que a empresa, detentora de um grande poderio econômico, é muitas ve- zes querida em um país e localidade, seja porque gera empregos, seja pela questão econômica. Todavia, em razão de alguns exemplos explanados acima, fica notável a necessidade de responsabilizar internacionalmente as empresas pelas violações de direitos humanos. Em virtude disso, foram criados os “Guilding Principles”, com a ideia de “proteger, res- peitar e remediar”, que, em síntese, significa que o Estado precisa proteger os indiví- duos, criando políticas específicas e regulamentações. As empresas precisam respeitar direitos humanos, e as vítimas devem ter mais acesso a remédios judiciais para efetivar seus direitos e buscar reparações (ONU, 2011, p. 1-42). Porém, os referidos princípios são apenas diretrizes e recomendações para amenizar conflitos entre empresas e direi- tos humanos, sem ter um conteúdo vinculativo. Assim, existe uma ânsia pela criação de um tratado de direitos humanos que seja capaz de vincular empresas, pois, mesmo no âmbito interno de cada país, podem-se criar ins- titutos de responsabilidade, como acontece no Brasil no aspecto civil, em que a tutela dos ditos direitos nem sempre se efetiva, sendo preciso haver atuação internacional. O instrumento ainda não foi criado, até porque empresas são detentoras de capital e financiam muitos projetos, programas, inclusive da própria ONU, bem como não são majoritariamente consideradas sujeito de direito internacional, razão pela qual não há personalidade internacional. C U R IO SI D A D E Para conhecer mais o caso Shell/Basf, veja os depoimentos das vítimas nos seguintes vídeos. https://www.youtube.com/watch?v=9mw5Wg02yAA. Acesso em: 23 dez. 2021. https://www.youtube.com/watch?v=28Ij0ztdJMc. Acesso em: 23 dez. 2021. Para ter acesso à sentença proferida no caso, leia o texto na íntegra no seguinte link. https://www.conjur.com.br/dl/decisao-condena-basf-shell-indenizar.pdf. Acesso em: 27 mar. 2022. CONCLUSÃO A temática dos direitos humanos deve ser inserida no plano empresarial, seja por polí- ticas internas, seja pelos atos da própria empresa. Cursos, palestras e ações inclusivas precisam fazer parte das ações da empresa, a fim de concretizar os direitos humanos em todas as suas dimensões, mas, especialmente, de haver um meio ambiente sadio e senso de pertencimento. https://www.youtube.com/watch?v=9mw5Wg02yAA https://www.youtube.com/watch?v=28Ij0ztdJMc https://www.conjur.com.br/dl/decisao-condena-basf-shell-indenizar.pdf 9 Direitos Humanos U11 Direitos Humanos E Empresa: A Gestão Da Diversidade Indicação de filme e documentário MAPA MENTAL Documentário Carne e Osso (2011) 1h 5min Direção: Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros Companhia(s) produtora(s): Repórter Brasil Sinopse: Trabalhadores de frigoríficos contam a dura realidade de sua rotina na indústria pe- cuarista. Em meio a turnos de trabalho longos e muito desrespeito às leis trabalhistas, o grupo revela como funciona a cadeia produtiva da carne: recordes absurdos para desossar e técnicas tão degradantes quanto doloridas para melhorar o desempenho são apenas alguns detalhes do risco envolvido na esteira refrigerada. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=887vSqI35i8. Observação: o documentário é importante para compreender a necessidade de um meio ambiente sadio e condições adequadas para desempenhar as funções de trabalho. Zelar pela saúde física e mental do trabalhador, ter espaços em que ele se sinta bem e buscar concretizar a perspectiva da diversidade de pessoas no trabalho são formas de mo- dificar cenários de discriminação, de exploração e de adoecimento. E, assim, se consolida o disposto nos documentos internacionais e internos no tocante aos direitos humanos. Portanto, é perceptível que a participação de entes privados na realização dos direitos hu- manos é primordial, tanto para a própria conscientização do outro como sujeito de direitos, quanto para a modificação dos cenários de desigualdade e discriminatórios. Dessa forma, a dignidade humana é, realmente, mais efetivada e é implementado o dito bem viver de Acosta. DIREITOS HUMANOS E EMPRESASRelação com a COVID-19 Violação de DireitosHumanos e Tratado Internacional Meio ambiente sadio e adequado Papel dos instrumentos jurídicos A preocupação ambiental e a responsabilidade internacional A realização de direitos humanos e suas dimensões Empresas e a diversidade Bem viver (ACOSTA) e dignidade humana https://www.youtube.com/watch?v=887vSqI35i8 U11 10Direitos Humanos Direitos Humanos E Empresa: A Gestão Da Diversidade Texto complementar Obra literária: VIEIRA JUNIOR, Itamar. Torto Arado. Todavia, 2019. Opinião sobre a obra disponível em: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/o-brasil-profun- do-em-torto-arado/ Caso de aplicação Como mencionado no decorrer do texto, o caso Shell/Basf teve muita repercussão nacional, em virtude dos danos provocados ao meio ambiente e à saúde da população e dos trabalha- dores. Afinal, a Shell, em 1977, passou a operar em Paulínia-SP, produzindo agrotóxicos que seriam utilizados para pulverização rural (MARTINEZ; BASSI, 2017). O grande problema é que eram substâncias altamente tóxicas que tinham alto potencial cancerígeno, tendo levado à contaminação do solo, do lençol freático, e acometido pessoas com doenças. Destaca-se que, em 1995, a Shell foi vendida para American Cyanamid Company, que, por exigir uma auditoria ambiental antes da compra, verificou a contaminação da água e do solo. Em 2000, a Basf da Cyanamid continuou desempenhando a mesma função, findando suas atividades em 2002 (DE PAULA JÚNIOR; GARCIA, 2018). A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, na época, verificou um alto índice de po- luição no rio Atibaia, mas a empresa possuía licença para funcionar (DE PAULA JÚNIOR; GARCIA, 2018). Depois de anos, o resultado foi um desastre que não conseguia mais camu- flar efeitos quanto à contaminação dos lençóis freáticos, além do adoecimento das pessoas, trabalhadores e moradores da região, inclusive crianças. É perceptível, assim, que os direitos humanos, criados para zelar pela dignidade huma- na, especificamente os direitos sociais, como o direito ao trabalho e a saúde, não foram observados. Doenças foram desencadeadas nas pessoas, incluindo os obreiros, não havendo o que se falar sobre um meio de trabalho sadio e adequado, tampouco sobre dignidade, haja vista a inobservância de normas fitossanitárias. O trabalhador, que já é vulnerável por ser submisso a quem tem o poder de ditar normas e pagar salários, tornou-se ainda mais, tendo em vista o não acesso às informações dos malefícios e os consequentes problemas. Transgrediu-se, assim, a primeira dimensão dos direitos hu- manos, voltando para aqueles que são inerentes à individualidade da pessoa, uma vez que a integridade física foi atingida, e a segunda dimensão, que trabalha a perspectiva social, abrangente à questão trabalhista. Também é preciso visualizar que o meio ambiente sadio e adequado, elucidado pelo artigo 225 da Constituição Federal, que deseja preservá-lo para gerações presentes e futuras, deixou de ser preservado, considerando a contaminação do lençol freático e do rio Atibaia. Enfim, nota-se a violação da terceira dimensão dos direitos humanos, que é um direito da coletividade, que pertence a uma pluralidade de sujeitos, ancorado na solidariedade. 11 Direitos Humanos U11 Direitos Humanos E Empresa: A Gestão Da Diversidade REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACOSTA, Alberto. O bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. Trad. Tadeu Breda. São Paulo: Autonomia Literária, Elefante, 2016, p. 19-29. ALMEIDA, Guilherme Assis de. A proteção da pessoa humana no Direito Internacional. Conflitos Arma- dos, Refugiados e Discriminação Racial. São Paulo: CLA Cultural, 2018. BARIFOUSE, Rafael. Metade dos brasileiros já sofreu assédio no trabalho, aponta pesquisa. BBC, 2015. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150610_assedio_trabalho_pesquisa_rb. Acesso em: 2 dez. 2021. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. 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