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Ética e bioética

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Ética e bioética
DIREITO MÉDICO 
“Nem tudo aquilo que é legal é moral” 
- Direito: normas jurídicas (leis, normas legais) -> 
conjunto de normas que regem a sociedade 
*Ilegal: que é contrário às disposições da lei; ilícito; 
violação das normas jurídicas 
Obs: violação é de fácil punição, pois já é 
predeterminada a pena a depender de qual 
violação das normas jurídicas ocorreu 
- Moral: normas morais (depende do contexto em 
que se está inserido; há diversas percepções; 
convenção social) -> existe a moral coletiva e 
individual 
*Imoral: contrário a moral, às regras de conduta 
vigentes em dada época ou sociedade ou ainda 
àquelas que um indivíduo estabelece para si 
próprio 
*Amoral: moralmente neutro (nem moral, nem 
imoral); que não leva em consideração preceitos 
morais 
Obs: violação é punida de diferentes formas, 
podendo até não ser punida, depende das pessoas 
no contexto 
- Relação médico/paciente é uma relação jurídica 
- Orienta as condutas dos profissionais para agirem 
de forma legal 
- Erro médico: imputa essa situação em caso de 
imperícia, imprudência e/ou negligência do 
profissional 
*Imperícia: consiste em fazer mal o que deveria ser 
bem feito; falta técnica para realizar determinada 
ação 
*Imprudência: consiste em fazer o que não deveria 
ser feito; vai além dos limites 
*Negligência: consiste em não fazer o que deveria 
ser feito; 
- Critérios para evitar processos: respeitar a 
vontade do paciente; provar que foi feito tudo que 
poderia ter feito em tal situação; tratar bem a 
paciente; documentar tudo (condutas terapêuticas, 
orientações, etc..) 
- Tele consultas: frisar sempre a proteção de dados 
do paciente 
MEDICINA LEGAL - PERÍCIA 
- Atua em diversas áreas do Direito, e não somente 
nas ciências criminais 
- Perícia: para o direito é uma prova técnica; 
*A perícia médico-legal é atividade legalmente 
atribuída a profissional qualificado responsável pela 
produção de prova técnica em inquéritos e/ou 
processos judiciais 
- Existem 3 tipos de provas: 
*Provas documentais: documentos que 
comprovem o fato; 
*Provas testemunhais: utiliza de uma pessoa para 
testemunhar o fato ocorrido; 
*Provas periciais: quando a lei exige a existência ou 
quando for necessária para prova do fato -> é prova 
técnica que deve ser realizada por um especialista 
- Perito médico-legal oficial: é um agente público, 
são investidos no cargo mediante concurso público 
- Perito médico-legal nomeado: é considerado 
agente público transitório, na falta de perito oficial, 
o exame será realizado por 2 pessoas idôneas, 
portadoras de diploma de curso superior 
preferencialmente na área específica 
- Os profissionais peritos médicos devem conhecer 
e respeitar os preceitos estabelecidos pelo Código 
de Ética Médica que consigna normas que devem 
ser seguidas pelos médicos no exercício de sua 
profissão, inclusive pelos profissionais no exercício 
de atividades que se utilizem o conhecimento 
advindo do estudo da Medicina, como é o caso das 
perícias médicas 
- Exame de corpo de delito: deve ser realizado em 
local específico -> instituto médico legal ou hospital 
- O médico tem direito a justa remuneração pela 
realização do exame pericial. Porém, jamais deve 
receber gratificação pelas partes interessadas 
- As perícias médico-legais podem ser realizadas 
em: seres humanos vivos, mortos (necroscópico), 
cadáver já enterrado (exumação), exames 
laboratoriais, animais presentes na cena do crime, 
em objetos e, também, sobre documentos ou 
quaisquer outros elementos que se refiram ou que 
guardem relação com a efetividade do exame, além 
disso, podem ocorrer sobre o fato a analisar 
(peritia percipiend) ou sobre uma perícia já 
realizada (perícia deducendi) 
- Perícia deve fazer o nexo de casualidade: relação 
entre causa e efeito 
Ex: doença/lesão e morte; doença/sequela e 
incapacidade ou invalidez física e/ou mental; 
acidente e lesão; doença e atividade laboral 
- Corpo de delito: é o conjunto de vestígios 
deixados quando do cometimento da infração pena 
*Vestígios = resíduos, fragmentos, pegadas, sangue, 
impressões digitais, ou seja, uma gama de 
elementos que podem levantar a materialidade da 
produção do crime 
- Caso o delito apresente caráter transitório e não 
havendo a incidência de vestígios, será admitida 
prova testemunhal, contudo, quando a infração 
deixar vestígios, será indispensável o exame de 
corpo de delito, direto ou indireto, não sendo 
suprido pela confissão do réu 
- O exame de corpo de delito e outras perícias 
serão realizados por perito oficial, de modo que o 
profissional realizará os exames necessários e 
emitirá laudo pericial contendo, minuciosamente, 
os dados do que examinou e as respostas aos 
quesitos formulados. A elaboração desse 
documento deverá ser realizada no prazo de 10 
(dez) dias, podendo ser prorrogada, em casos 
excepcionais, a requerimento do profissional 
- Ressalta-se que os peritos nomeados, chamados a 
juízo, poderão recusar o convite, contudo, os 
peritos oficiais deverão apresentar justificativa para 
a recusa 
 
IMPORTANTE 
- Documentos médicos legais: só pode ser 
realizado por profissional médico 
1. Notificações -> algumas patologias e situações 
específicas é obrigatório a notificação compulsória 
Ex: doenças, agravos e eventos em saúde pública 
constantes; comunicação de lesão ou morte 
causada por atuação de não médico; etc 
2. Pareceres -> é o documento legal expedido por 
profissional de renome com o objetivo de dirimir 
dúvidas interpretativas relacionados a laudos 
periciais. 
*É um documento normalmente solicitado por 
uma das partes no processo, em que contrata um 
profissional médico para reafirmar seu caso 
3. Atestados: 
a. Atestado médico: a declaração objetiva e 
resumida de determinado fato médico, resultante 
de avaliação prévia realizado no paciente, com o 
objetivo de informar um estado de sanidade ou de 
doença para fins de licença, dispensa entre outros, 
devendo ser emitido em papel timbrado ou no 
próprio receituário médico e pode ser oficioso 
(interesses particulares), administrativos (concessão 
de licença, aposentadoria, vacinas) e judiciário 
(requisitado pelo juiz) 
*Para que tenha validade, o atestado deve ser 
emitido carimbado, assinado pelo médico e com 
número do CRM 
b. Atestado de óbito: é um termo utilizado para a 
Declaração de óbito emitida pelo médico e tem a 
função legal precípua de marcar o fim da pessoa 
natural. É indispensável para o assentamento do 
óbito junto ao Cartório de Registro Civil e, 
consequentemente, o sepultamento ou cremação 
*Em caso de não ter certeza da causa da morte, 
deve ser declarado morte de causa indeterminada 
4. Relatórios médicos -> anda junto com a perícia. 
É a descrição detalhada das atividades periciais, ou 
seja, é o chamado laudo, quando realizado por 
perito, e auto, quando ditado por escrivão 
*É importante que nenhum quesito fique sem 
resposta e que as respostas não apresentem a 
opinião dos peritos. Os quesitos devem ser 
respondidos de forma objetiva 
IDENTIFICAÇÃO MÉDICO LEGAL 
- A identificação médico-legal é aquela que 
necessita de conhecimentos médicos para ser 
executada, sendo realizada em função de: 
*Espécie: distinção entre seres humanos e animais. 
Essa distinção pode ser obtida pela análise óssea, 
pelo material sanguíneo (verificando se o material é 
sangue mesmo – Técnica de Teichmann, e se é 
humano ou não – Técnica de Uhlenhuth) 
*Raças: distinção entre grupos étnicos por meio 
de características como a forma e medidas do 
crânio e dimensão da face; os índices cefálicos; a 
envergadura; a capacidade do crânio; o ângulo 
facial; a cor da pele; o tipo de cabelo, entre outros 
*Gênero: a determinação do gênero em cadáveres 
em putrefação é trabalho, muitas vezes difícil, 
contudo, o útero e a próstata são órgãos resistentes 
e demoram a se decompor,facilitando o trabalho 
dos peritos. Contudo, nos casos em que o corpo já 
se encontra em estágio bastante avançado de 
decomposição, os ossos, principalmente do crânio, 
tórax, mandíbula e pelve, podem ser utilizados no 
exame de determinação do gênero. Também pode 
ser utilizado o índice de Aitchison, por meio da 
análise dos dentes e, caso necessário, o perito 
poderá recorrer ao exame genético forense, que é a 
investigação da cromatina sexual ou o chamado 
Corpúsculo de Barr 
*Idade: considera-se a aparência, observando 
elementos como a pele (surgimento de rugas); 
pelos (presença de pelos pubianos e axilares); 
globo ocular (arco senil); dentes (desgaste, 
erupção); ângulo da mandíbula; imagens ósseas 
(punho, cotovelo, joelho, tornozelo, bacia e crânio) 
e massa corporal -> o exame ósseo é de grande 
importância para a determinação da idade do 
indivíduo tendo em vista a quantidade de detalhes 
e variedade de pontos de observação 
*Estatura: o Fêmur é o principal osso utilizado na 
avaliação de estatura no cadáver 
*Outras formas de identificação: realizadas por 
meio de malformação, estigmas profissionais, 
cicatrizes, tatuagens, comparação de dados 
odontológicos, íris, biometria, análise de DNA, 
análise da abóbada palatina e as identificações 
médico-legais funcionais e psíquicas (movimento, 
escrita, função sensorial, voz) 
 
TANATOLOGIA FORENSE 
- É a parte da medicina legal que estuda a morte e 
as suas repercussões na esfera jurídico-social 
*A morte, na sua acepção mais simples, consiste na 
cessação total e irreversível das funções vitais 
- Critérios para um diagnóstico de morte: 
A morte atualmente é definida por critérios 
estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina 
(Resolução 1480/97) que a considera como sendo 
a parada total e irreversível das atividades 
encefálicas. É o que se denomina morte encefálica. 
- Tipos de morte (causa jurídica da morte): 
a. Morte natural: é aquela que resulta de uma 
patologia, pois é natural que um dia se morra 
b. Morte violenta: é a que resulta de ato praticado 
por outra pessoa (homicídio), ou por si mesma 
(suicídio), ou responsabilidade penal a ser apurada 
c. Morte suspeita: é a que após investigação 
cuidadosa das circunstâncias em que o óbito 
ocorreu e de seu local, suscita razões para se 
suspeitar, de modo fundamentado, que sua causa 
tenha sido violenta, e não natural 
- Morte, pode ser: 
 a) Real; 
 b) Aparente: entendida como um estado do 
organismo no qual as funções vitais se reduziram à 
um mínimo tal que dão a impressão errônea da 
morte. Ocorre nas intoxicações graves produzidas 
por soníferos, nos congelamentos, em obstetrícia 
quando se pratica a reanimação dos recém-
nascidos aparentemente mortos, que sofrem de 
asfixia pálida 
- Fenômenos cadavéricos (tanatológicos): 
1. Imediatos: perda da consciência, da 
sensibilidade, da motilidade e do tônus muscular, 
cessação da respiração, da circulação e da atividade 
cerebral 
2. Consecutivos ou mediatos: desidratação 
cadavérica, algor mortis (esfriamento cadavéricos), 
livor mortis (manchas de hipóstase), rigor mortis 
(rigidez cadavérica) 
*Tríade da morte: LAR (livor, algor e rigor) 
3. Transformativos: são sinais tardios, divididos 
em: 
a. Destruidores: 
- Autólise: fenômenos fermentativos anaeróbicos 
da célula; 
- Putrefação: decomposição fermentativa da 
matéria orgânica por ação de diversos germes 
*Período de coloração: sulfometahemoglobina; 
*Período gasoso: posição de lutador, circulação 
póstuma de Brouardel; 
*Período coliquativo: dissolução pútrida do 
cadáver, o esqueleto fica coberto por uma massa 
de putrilagem, e surge um grande número de larvas 
e insetos; 
*Período de esqueletização: ossos 
b. Conservadores: 
- Maceração: processo especial de transformação 
do cadáver do feto no útero materno. Observa-se 
o destacamento de amplos retalhos de tegumentos 
cutâneos que se assemelham a luvas; 
- Mumificação : por meio natural ou artificial. O 
cadáver, ficando exposto ao ar, em regiões de clima 
quente e seco, sofrendo acentuado dessecamento; 
- Saponificação ou adipocera: consistência untuosa, 
mole e quebradiça, de tonalidade amarelo-escura, 
dando uma aparência de cera ou sabão. Solos 
argilosos, úmidos. 
TRANSPLANTE 
TIPOS DE TRANSPLANTES 
- Autotransplantes: transplante de uma área do 
corpo para outra área na mesma pessoa 
- Isotransplantes: transplantes em gêmeos 
univitelinos (carga genética idênticas) 
- Alotransplantes: transplante em gêneros iguais, 
mas carga genicas diferentes 
- Xenotransplantes: transplantes entre espécies 
diferentes (animais para humanos) 
- Alotransplantes em animais recém-nascidos tem 
menor índice de rejeição -> sistema imunológico 
imaturo 
 
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS 
-> Escolha do receptor 
- Indicação para transplante: 
a. Pacientes “presos” a uma máquina de diálise 
renal 
b. Indivíduos com cardiopatias em fase final 
c. Outras doenças difusas de órgãos nobres, 
lesados de modo irreversível 
- É necessário obedecer às normas éticas e legais 
- Em detrimento da elevada fila de espera para a 
recepção de órgãos, deve-se dar prioridade a alguns 
casos específicos: 
a. Pacientes em estados mais graves. 
b. Pacientes com maior tempo de espera para o 
transplante. 
c. Compatibilidade entre doador e receptor. 
d. Pacientes com cardiopatias em relação a 
nefropatias 
- Contraindicações ligadas ao receptor: 
*Gerais: existência de sensibilização prévia aos 
antígenos do doador; neoplasia maligna; infecção 
grave em atividade; idade avançada; mau estado 
dos outros órgãos vitais que não aquele a ser 
substituído. 
*Especificas para cada órgão: o tamanho do órgão 
a ser transplantado tem que ser compatível com o 
que será substituído; no caso de transplante de 
fígado, o alcoolismo crônico; no caso de rim, 
glomerulonefrite em atividade; no caso do coração, 
aterosclerose generalizada nas grandes artérias do 
receptor 
- O sucesso dos transplantes está relacionado a boa 
escolha do receptor, além de vários fatores de 
ordem médica 
-> Escolha do doador 
- Para selecionar o potencial doador deve ser 
realizada história clínica completa, incluindo 
antecedentes mórbidos, exame físico minucioso, 
solicitar exames complementares e inventário 
cirúrgico durante a remoção dos órgãos. Qualquer 
pessoa saudável, de 18 a 60 anos, cujo sangue seja 
compatível com o receptor. 
- Em geral, os melhores doadores são parentes, 
porque o sangue e os tecidos têm mais chances de 
serem similares e não causarem rejeição 
- Exames 
Para começar, o candidato a doador faz uma série 
de exames, entre eles: testes para hepatites virais, 
Aids, doença de Chagas, sífilis; avaliação 
psicológica; exame físico, eletrocardiograma e 
radiografia de tórax; avaliação do órgão (estrutura, 
formação e volume do órgão) através de ultrassom 
ou tomografia computadorizada de abdome. Além, 
de raio-X com contraste, ultrassom e arteriografia 
(para estudo dos vasos e da circulação renal) 
- Possível doador: paciente que apresenta lesão 
encefálica grave e necessita de ventilação mecânica. 
- Potencial doador: quando a condição clínica é 
suspeita de preencher os critérios de morte 
encefálica, ou seja, um paciente é considerado 
potencial doador a partir do momento que se inicia 
o protocolo de morte encefálica. 
- Elegível para a doação: quando se confirma o 
diagnóstico de morte encefálica e não há 
contraindicação, conhecida previamente, para 
doação 
- Doador efetivo: quando se inicia a operação para 
remoção dos órgãos 
- Doador com órgãos transplantados: quando pelo 
menos um dos órgãos removidos é transplantado 
- O doador deve assinar um documento dizendo 
que é doador por vontade própria e está consciente 
dos riscos da cirurgia e da possibilidade de desistir 
a qualquer momento 
-> Doação post mortem 
- Consiste na retirada de órgãos ou tecidosdo 
corpo humano após a morte de um indivíduo para 
fins de transplante. Segue regras impostas pela 
legislação pátria 
- Adequação a aspectos da bioética: 
Art. 4º: “A retirada de tecidos, órgãos e partes do 
corpo de pessoas falecidas para transplantes ou 
outra finalidade terapêutica dependerá da 
manifestação do doador, em vida, por meio de 
documento público. Na falta do documento 
referido, será necessária autorização do cônjuge ou 
parente, maior de idade” 
OBS: a doação poderá ser revogada pelo doador 
ou pelos responsáveis legais a qualquer momento 
antes de sua concretização 
-> Hospitais 
- Os transplantes de órgãos e tecidos só podem ser 
realizados por equipes e hospitais autorizados e 
fiscalizados pelo Ministério da Saúde, sejam eles 
hospitais públicos ou privados 
-> Venda de órgão 
- No Brasil essa pratica é expressamente proibida, 
mas tem países que essa prática é legalizada, como 
na Índia 
ASPECTOS BIOLÓGICOS 
- Principal empecilho: natureza imunológica do 
indivíduo 
- Rejeição: diferença de composição das 
membranas celulares de doador e receptor , 
genética determina as proteínas de superfície 
celular – “marca biológica” ,HLA (antígeno 
leucocitário humano) = MHC (complexo principal 
de histocompatibilidade) e mecanismo de 
expressão do MHC 
-> Há cerca de 150 tipos diferentes de MHC e, 
cada ser humano apresenta 6 tipos. Então, a 
probabilidade de dois seres humanos com os 
mesmos 6 tipos é extremamente baixa 
*Para duas pessoas serem compatíveis elas devem 
ter pelo menos 4 marcadores iguais 
*Alguns marcadores tem maior risco de rejeição 
- Ao transplantar: 
*Ocorre a tipagem dos principais antígenos de 
histocompatibilidade 
*Deve-se ter preservação dos órgãos retirados do 
doador 
*Impedir resposta imune do receptor com uso de 
medicações imunossupressoras (ciclosporina, 
azatioprina, corticoides, soros antilinfocitários) 
*Malefícios da imunossupressão: causa baixa da 
imunidade (RI menos eficaz), pacientes ficam mais 
suspensos a adquirir doenças, não respondem bem 
a vacinas, etc 
Obs: Córnea -> índice de rejeição é muito baixo 
por não ter circulação nessa região 
ASPECTOS LEGAIS 
- De modo teórico, as leis devem cobrir de modo 
perfeito a moralidade de uma sociedade. Devem 
responder à necessidade de controle dos possíveis 
conflitos de interesse surgidos no ambiente social 
-> Com relação aos transplantes, já foram 
promulgadas quatro leis especiais: 
- Lei 4.280/63 
“Estabelecia normas legais apenas para o 
transplante de córneas” 
- Lei 5.479/68 
Surgiu pouco tempo após a realização do primeiro 
transplante de coração por um cirurgião sul-
africano, no fim de 1967. 
Exigia o consentimento do doador, se vivo e capaz, 
ou por ele expresso em vida, quando já morto. Na 
ausência de seu consentimento, o poder de doar 
passaria aos familiares ou aos responsáveis legais 
pelo falecido. Nos casos de pessoas não 
identificadas, a doação poderia ser autorizada pelo 
diretor da instituição responsável pelo corpo. 
- Lei 8.489/92 
Exigiu a declaração de disponibilidade dos seus 
órgãos, em documento público ou privado, por 
parte do doador. Tornou compulsória e urgente a 
notificação dos casos de morte encefálica 
diagnosticados nas instituições hospitalares tanto 
públicas como privadas. 
Seu decreto de regulamentação (879/93) tornou 
também compulsória a notificação de pacientes 
necessitados de transplantes de órgãos e criou as 
Centrais de Notificação nas Secretarias de Saúde 
dos estados para coordenar os dois tipos de 
informação. E determinou que o Ministério da 
Saúde elaborasse um documento oficial, a ser 
distribuído ao público em geral pelas instituições 
hospitalares, para declaração em vida da condição 
de doador. 
- Lei 9.434/97 
Manteve a maioria dessas disposições, modificou 
alguns pontos e criou novas normas. Entre as 
modificações, a mais polêmica foi a da doação 
presumida 
O Conselho Federal de Medicina, a Associação 
Médica Brasileira e o governo editaram a Medida 
Provisória 1.718, revogando a doação presumida 
Um aperfeiçoamento trazido pela nova lei e seu 
decreto de regulamentação foi a criação do Sistema 
Nacional de Transplantes (SNT). Foram criadas as 
Centrais de Notificação, Captação e Distribuição 
de Órgãos (CNCDOs) 
Às CNCDOs compete: 
1) Coordenar as atividades no âmbito estadual, 
fazer a inscrição dos potenciais receptores com 
seus dados imunológicos de compatibilidade e seu 
endereço; 
2) Classificar tais pacientes de acordo com as suas 
necessidades e pela data de entrada na lista; 
3) Receber notificações de morte encefálica; 
4) Encaminhar os órgãos disponíveis para os 
receptores ideais, de acordo com a ordem de 
inscrição; 
5) Fiscalizar os estabelecimentos hospitalares e 
aplicar-lhes sanções administrativas; 
6) Encaminhar denúncia ao Ministério Público 
estadual quanto à ocorrência de ilícitos penais; 
7) Fazer relatório de suas atividades para o 
Ministério da Saúde.

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