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Prof. Dr. Marcelo Grimone UNIDADE I Direito Agrário Unidade I 1. Visão Histórica sobre o Direito Agrário e sua Evolução. 2. Histórico do Direito Agrário no Brasil – Surgimento e Desenvolvimento, até a Situação Atual. 3. Teoria Geral do Direito Agrário. 3.1. Conceitos, Autonomia, Objeto, Atividade Agrária. 3.2. Natureza Jurídica e Importância do Direito Agrário na Realidade Atual. 3.3. Fontes, Interpretação e Aplicação do Direito Agrário. 3.4. Princípios do Direito Agrário. Direito Agrário – Apresentação da Disciplina Unidade I 4. Imóvel Rural: Conceito, Elementos, Critério Distintivo do Imóvel Urbano. 5. Função Social da Terra e seus Elementos Componentes. 6. Dimensionamento Eficaz do Imóvel Rural: Módulo Rural, Módulo Fiscal e Fração Mínima de Parcelamento. 7. Classificação dos Imóveis Rurais: Latifúndio, Minifúndio, Propriedade Familiar, Pequena, Média e Grande Propriedade, Propriedade Produtiva, Propriedade Improdutiva. Direito Agrário – Apresentação da Disciplina Unidade II 8. Formação Territorial: Terras Públicas e Particulares; Direito de Propriedade, Limitações Atuais ao Direito de Propriedade. Cadastro de Imóveis Rurais. 9. Usucapião. 9.1. Modalidades e suas Diferenças. 9.2. Requisitos do Usucapião Agrário. 10. Dicotomia do Direito Agrário: Reforma Agrária, Política Agrícola (Conceito, Objetivos e Instrumentos). 11. Instrumentos de Distribuição de Terras: Desapropriação, Colonização, Tributação da Terra, Aquisição. Plano Nacional de Reforma Agrária. 12. A Reforma Agrária no Contexto Jurídico Constitucional Brasileiro. Direito Agrário – Apresentação da Disciplina Unidade II 13. Contratos Agrários. 13.1. Conceito e Características. 13.2. Modalidades. 13.3. Elementos Obrigatórios nos Contratos. 13.4. Diferenças entre Arrendamento e Parceria. 13.5. Forma de Contratos, Prazos, Valor, Prorrogação e Renovação do Contrato. 13.6. Extinção dos Contratos. 14. Justiça Agrária. Direito Agrário – Apresentação da Disciplina O Direito Agrário pode ser compreendido como o conjunto de princípios e de normas de direito público e de direito privado, que visam a disciplinar as relações jurídicas emergentes da atividade agrária, com base na função social e econômica da propriedade, na proteção do meio ambiente, no aumento da produtividade agrária e na justiça social. Teoria Geral do Direito Agrário: Conceito e Conteúdo Fonte: https://www.essentique.com/wp-content/uploads/2019/07/collagen-e1563816114953.jpg Em sua essência, o direito agrário procura disciplinar a relação dos seres humanos com a terra e o meio ambiente, objetivando a função social e econômica. Teoria Geral do Direito Agrário: Conceito e Conteúdo Fonte: https://media.istockphoto.com/photos/priz ed-cow-if-there-ever-was-one-picture- id1304018841?k=20&m=1304018841&s= 612x612&w=0&h=fYqRsGHnOVXEDW9w pPMJjeyyNJ8Vi5jyA9rzzPI64jI= Deve-se considerar como conteúdo essencial do direito agrário: Atividade Agrária Direito Agrário: Conteúdo Fonte: https://www.coplacana.com.br/wp- content/uploads/2022/04/mulheres-no- agro-gettyimages-400x267.png 1) Atividade Imediata Atuação humana em relação à terra e todos os recursos da natureza. Atividade Agrária: 03 Aspectos 2) Objetivos e Instrumentos Preservação de recursos naturais; Atividade extrativa de produtos inorgânicos e orgânicos; Captura de seres orgânicos (caça e pesca) e a produtiva (agricultura e pecuária). 3) Atividades Conexas Transporte de produtos agrícolas; Processos Industriais e Atividades lucrativas (comércio da produção). Não se pode compreender direito agrário sem a agricultura, logo, para que se tenha um direito agrário vivo, atuante, realista, cogente e coercitivo, temos que ter uma agricultura forte, pujante, viva, dinâmica, assistida e sustentável. Direito Agrário e Agricultura Fonte: https://blogs.fun iber.org/wp- content/uploads /2021/07/funiblo g-pro-huertos- 570x350.jpg Em termos históricos, o código de Hamurabi, do povo babilônico, é considerado o primeiro Código Agrário da humanidade, trazendo preceitos da função social da propriedade. O Direito Romano, com a Lei das XII Tábuas, também é importante marco jurídico da história do Direito Agrário. Visão Histórica sobre o Direito Agrário e sua evolução A Declaração de Virgínia, de 12 de junho de 1776, contemporânea ao movimento de independência dos Estados Unidos, em se artigo I proclamou que: “Todos os seres humanos são, pela sua natureza, igualmente livres e independentes, e possuem certos direitos inatos, dos quais, ao entrarem no estado da sociedade, não podem, por nenhum tipo de pacto, privar ou despojar sua posteridade, notadamente, a fruição da vida e da liberdade, com os meios de adquirir e possuir a propriedade de bens, bem como de procurar e obter a felicidade e a segurança.” Propriedade e Direito Natural Direito de propriedade: um dos direitos humanos A Declaração dos Direitos Humanos de 1948 aponta em seu artigo 17: “Todo homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.” Direito de Propriedade e Direitos Humanos A origem do Direito Agrário Brasileiro está na primeira legislação sobre terras, a Legislação das Sesmarias. Trata-se de legislação de Portugal aplicada no Brasil Colônia. A origem da Legislação de Sesmarias data de 1375, quando, em Portugal, visava-se corrigir as distorções no uso das terras, forçando os proprietários a trabalhar a terra, tendo em vista a falta de alimentos na época. Assim, as terras não aproveitadas seriam confiscadas. Histórico do Direito Agrário no Brasil A Lei Régia de Dom Fernando, portanto, tentava reverter o quadro de êxodo rural existente na época. No Brasil, a utilização da mesma legislação teve um objetivo bem diferente. Visava à ocupação dos imensos espaços vazios, sendo suporte para a colonização. Esta lei determinava a colonização, a moradia habitual e cultura permanente, o estabelecimento de limites e a cobrança de impostos. Histórico do Direito Agrário no Brasil O território brasileiro, no processo de colonização, foi loteado e, por concessões feitas pela Coroa Portuguesa, entregue em grandes áreas para os colonizadores, visando principalmente o povoamento e a defesa, sendo Martim Afonso de Souza o 1º, em 1531, recebendo área de 100 léguas de terras, ou seja, 660 km, medidas na costa marítima, sem limites para o interior. Verifica-se que nesse período de intervenção do Estado português no território brasileiro, ainda colônia, a grande preocupação era ocupar efetivamente o território como forma de se assegurar a sua conquista, tanto que era condição das doações a manutenção da supremacia da coroa portuguesa sobre todas as terras brasileiras. Histórico do Direito Agrário no Brasil A distribuição de terras, por sesmarias, vigorou no Brasil até 1822, amparado nas ordenações Afonsinas (1494), Manuelinas (1512) e Filipinas (1603) com a prática de entrega de extensas áreas a pessoas privilegiadas e muitas vezes sem condições ou interesse em explorar a terra, o que deu origem ao processo de criação dos latifúndios no Brasil. Histórico do Direito Agrário no Brasil Fonte: https://www.arkema.com/files /live/sites/shared_arkema/file s/images/innovation/natural- resource-management.jpg Nesse contexto, a dificuldade da coroa portuguesa em realizar este objetivo, colonizar e ocupar o espaço agrário brasileiro, resultou na distribuição desigual da terra, não evitando a formação das grandes propriedades. Consolidou-se a estrutura agrária brasileira com base no latifúndio monocultor (açúcar), escravagista (negro) e voltado para a exportação. Histórico do Direito Agrário no Brasil Em 1822, com a independência, deu-se o fim da distribuição de terras por sesmarias. Entre 1822 e 1850 (“posses”), tivemosum período de maior vazio legal referente à propriedade, uso e posse da terra, em que se multiplicaram as posses de fato sobre áreas não pertencentes a sesmeiros, de forma indiscriminada e desorganizada sem qualquer controle, seja de pequenas ou grandes áreas de terras. Histórico do Direito Agrário no Brasil Em 1850 surge a Lei de Terras (Lei Federal 601), tendo como principais objetivos: Proibir o domínio sobre as terras devolutas, a não ser pela compra e venda; Garantir títulos aos detentores de sesmarias não confirmadas; Garantir títulos aos detentores de terras por concessão feita no regime anterior; Transformar a posse mansa e pacífica anterior à lei na aquisição do domínio. O registro das terras passou a ser efetuado no Vigário ou Registro Paroquial, tendo valor até os dias atuais como prova da posse e não como título de domínio. Lei de Terras A Lei de Terras foi uma espécie de marco inicial da transição do regime territorial escravista, da economia açucareira ao surgimento da economia do café e sua consequente substituição por um regime territorial baseado no trabalho do colonato. Lei de Terras Fonte: https://mcgintydemack.co.uk/wp- content/uploads/SELLING-A-RESIDENTIAL- PROPERTY-300x200.jpg A Lei de Terras evidencia o propósito do direito brasileiro à época, de assegurar as terras como propriedades privadas ou públicas, para que, a partir da definição de um regime jurídico, pudessem ser tratadas como mercadorias. CONCLUSÃO: A partir da Lei de Terras, a aquisição da terra se fazia por compra e registro. Lei de Terras Constituição Republicana, publicada em 1891, no artigo 64, transfere aos Estados federados as terras devolutas presentes em seus territórios, ficando reservadas à União apenas as áreas destinadas à defesa das fronteiras, fortificações, construções militares e estradas de ferro, além dos terrenos de marinha. Evolução Histórica: Período Republicano Na Constituição de 1934 é instituído o usucapião pró-labore. Na Constituição de 1946 instituiu a desapropriação por interesse social. O Direito Agrário como disciplina autônoma ocorreu apenas em 09 de novembro de 1964, com a Emenda Constitucional n. 10. A Constituição de 88 tratou a questão agrária no Art. 5º: Inciso XXII: a garantia do direito de propriedade; Inciso XXIII: a propriedade atenderá a sua função social; Inciso XXIV: desapropriação mediante justa e prévia indenização em dinheiro; Inciso XXVI: proteção da pequena propriedade rural; E apontou, em seu art. 170, conceito de justiça social, inserido no conteúdo da ordem econômica. Constituição de 1988 1) Legislativa Art. 22.(CF) Compete privativamente à União legislar sobre: “I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho”. Autonomia 2) Científica Princípios próprios. 3) Autonomia jurisdicional Art. 126. (CF) “Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias.” 4) Autonomia didática Disciplina própria. O objeto do direito agrário é toda ação humana no sentido da produção orientada, no qual há a participação ativa da natureza, visando à conservação das fontes produtivas naturais, pois a atividade agrária é o resultado da atuação humana sobre a natureza com participação funcional do processo produtivo e tem três aspectos fundamentais, que são: Explorações rurais típicas; Exploração rural atípica ou beneficiamento ou transformação dos produtos rústicos (matéria-prima); Atividade complementar da exploração agrícola, ou seja, a atividade final do processo produtivista: que compreende o transporte e a comercialização dos produtos. Objeto O Direito Agrário é matéria de natureza híbrida, prevalecendo a característica de direito público, por dois fundamentos: o acervo de normas cogentes (a quantidade de normas de direito público) é mais amplo do que as de direito privado. Natureza Jurídica Fonte: https://www.grazia.fr/wp- content/uploads/grazia/20 21/04/l-ail-615x410.jpeg Marco Estratégico da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) 2022-2031. Fonte: https://www.fao.org/brasil/pt/ Em um mundo que enfrenta constantes desafios, precisamos transformar nossos sistemas agroalimentares e preparar nosso planeta para o futuro. O Marco Estratégico da FAO 2022- 2031 articula a visão da Organização de um mundo sustentável no qual todas as pessoas tenham segurança alimentar, no contexto da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Fonte: https://www.fao.org/brasil/pt/ Importância do Direito Agrário na Realidade Atual Podemos afirmar que a natureza jurídica do Direito Agrário é: a) Direito privado. b) Direito público. c) Natureza híbrida, prevalecendo a característica de direito público. d) Natureza híbrida, prevalecendo a característica de direito privado. e) Direito constitucional. Interatividade Podemos afirmar que a natureza jurídica do Direito Agrário é: a) Direito privado. b) Direito público. c) Natureza híbrida, prevalecendo a característica de direito público. d) Natureza híbrida, prevalecendo a característica de direito privado. e) Direito constitucional. Resposta No contexto legal, as fontes do Direito Agrário são: A Constituição, que estabelece diretrizes e princípios para a matéria agrária; Direito Civil; Direito Ambiental; Direito Empresarial; Direito do Trabalho; Direito Tributário. Fontes do Direito Agrário Fundamentos Estruturantes do Direito Agrário. Princípios do Direito Agrário Fonte: https://thumbs.dreamstime. com/z/finish-line-racing- background-surface-road- construction-transport- 69230439.jpg Princípio da Primazia da Utilização da Terra; Princípio da Desapropriação para fins de Reforma Agrária como aspecto positivo da Intervenção do Estado; Princípio da Dicotomia do Direito Agrário; Princípio da Privatização de Terras Públicas; Princípio da Proteção Especial da Propriedade Indígena; Princípio da Vedação da Desapropriação do Imóvel Produtivo e da Pequena e Média Propriedade Rural; Princípios do Direito Agrário Princípio do Monopólio Legislativo da União para legislar em matéria agrária; Princípio do Estímulo do Cooperativismo; Princípio do Fortalecimento da Empresa Agrária. Princípios do Direito Agrário Fonte: http://images.sum mitmedia- digital.com/reallivin g/resize/images/20 18/05/11/gardening -wide-12.webp Artigo 5 da Constituição Federal: XXIII – a propriedade atenderá a sua função social; Art. 186. (CF) A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I. Aproveitamento racional e adequado; II. Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III. Observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV. Exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. Princípio da Função Social da Propriedade Art. 170. (CF) A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre- iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: II. Propriedade privada; III. Função social da propriedade. Princípio da Função Social da Propriedade Fonte: https://media.gettyimag es.com/photos/peas- and-pea-pods-picture- id104822169?k=20&m =104822169&s=612x6 12&w=0&h=UFjH- Oq2NRbmWj0zMVHx1j NFX5FRediIF28TptxL3 7A= A Premissa para a compreensão do imóvel rural enquanto instituto do Direito Agrário é a necessidade que ele atenda a sua função social. A primeira definição para imóvel rural é apresentada pelo Estatuto da Terra (artigo, 4, I, daLei 4.504/64). Imóvel Rural, o prédio rústico, de área contínua, qualquer que seja a sua localização, que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial, quer por meio de planos públicos de valorização, quer por meio de iniciativa privada. Imóvel Rural: Conceito A Lei Federal n. 8629/93, que regulamenta os artigos agrários da Constituição Federal, dispõe em seu artigo 4, I a concepção de imóvel rural: 4º Para os efeitos desta lei, conceituam-se: I. Imóvel Rural – o prédio rústico de área contínua, qualquer que seja a sua localização, que se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial; Imóvel Rústico: edifício construído e destinado às coisas rústicas, tais como todas as propriedades rurais com suas benfeitorias, e os edifícios destinados para recolhimento de gados. Imóvel Rural: Elementos Imóvel Rural Imóvel rural é todo aquele destinado às atividades agrárias, independentemente de sua localização. Imóvel Rural e Urbano Propriedade Rural Enquanto que a caracterização da propriedade rural depende de sua localização em área rural. Destinação Localização O módulo rural padrão é aquele mínimo de área necessária a uma propriedade familiar. O módulo médio da propriedade é o módulo factível em que se desenvolvam as cinco atividades agrárias (agricultura, pecuária etc.). O módulo rural não pode ser fracionado, uma vez que sua divisão acarretaria no surgimento de minifúndios, configurando-se em objetos de desapropriação. Módulo Rural “Propriedade Familiar”, imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração e eventualmente trabalho com a ajuda de terceiros. Propriedade Familiar Fonte: https://media.gettyimages.com /photos/rows-of-lavender-in- provence-at-sunse-picture- id642183290?k=20&m=64218 3290&s=612x612&w=0&h=za qC12JCtHlzpvJvL6C5xvaCyo N3cleDVSiw2EpfNkc= O Módulo Fiscal nasceu apenas com a finalidade de atuar como base para cálculo do ITR, hoje ele define as dimensões da pequena, média ou grande propriedade rural. Unidade de medida expressa em hectares, fixada para cada município, considerando os seguintes fatores: Tipo de exploração predominante no município; Renda obtida com a exploração predominante; Outras explorações existentes no município que, embora não predominantes, sejam significativas em função da renda ou da área utilizada; Conceito de propriedade familiar. Módulo Fiscal “Minifúndio”, o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade familiar. Minifúndio Fonte: https://www.assh.org/handcare /servlet/servlet.FileDownload?f ile=00P0a00000oc3UVEAY “Latifúndio”, o imóvel rural que: a) Exceda a 600 (seiscentas) vezes o módulo fiscal (denominado latifúndio por extensão); b) Não excedendo o limite referido e tendo área igual ou superior à dimensão do módulo de propriedade rural, seja mantido inexplorado em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou seja, deficiente ou inadequadamente explorado, de modo a vedar-lhe a inclusão no conceito de empresa rural. Latifúndio É o empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que explore econômica e racionalmente imóvel rural, dentro de condição de rendimento econômico. Empresa Rural Fonte: https://miro.medium.com/max/ 1400/1*a_dttElzQGPbkK6dFn sLAQ.jpeg Latifúndio, Minifúndio, Propriedade Familiar, Propriedade Produtiva, Propriedade Improdutiva. Classificação dos Imóveis no Brasil Fonte: https://www.veolia.com /sites/g/files/dvc4206/fil es/styles/media/public/i mage/2020/11/ImageC ard-UR-1030x687- EfficaciteEnergetique.j pg?itok=ffredmX8 O imóvel (propriedade rural) considerado produtivo pelo Incra é aquele que, explorado econômica e racionalmente, atinge, simultaneamente, graus de utilização da terra (GUT) e de eficiência na exploração (GEE) segundo índices fixados pelo órgão federal competente. O Grau de Utilização da Terra (GUT) deverá ser igual ou superior a 80% (oitenta por cento) e o Grau de Eficiência na Exploração da terra (GEE) deverá ser igual ou superior a 100% (cem por cento). Propriedade Produtiva O imóvel (propriedade rural) considerado improdutivo pelo Incra é aquele que, embora seja agricultável, se encontra total ou parcialmente inexplorado pelo seu ocupante ou proprietário. Nesta condição, torna-se passível de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária. Propriedade Improdutiva A Reforma Agrária é o conjunto de medidas para promover a melhor distribuição da terra mediante modificações no regime de posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social, desenvolvimento rural sustentável e aumento de produção (Estatuto da Terra). Reforma Agrária Fonte: https://cloudfront-us-east- 2.images.arcpublishing.com/reuters/GA7 DA74QSJKXFKRCPNMRKUIEWI.jpg O que o Incra busca com a reforma agrária atualmente desenvolvida no país é a implantação de um modelo de assentamento rural baseado na viabilidade econômica, na sustentabilidade ambiental e no desenvolvimento territorial. Para tanto, o Incra adota instrumentos fundiários adequados a cada público e a cada região e está realizando uma adequação institucional e normativa para a intervenção rápida e eficiente dos instrumentos agrários. Reforma Agrária Em relação aos beneficiários, a atuação do Incra no campo é norteada pela promoção da igualdade de gênero na reforma agrária, além do direito à educação, à cultura e à seguridade social nas áreas reformadas. O trabalho do Incra contribui para dotar o Estado dos instrumentos necessários para gerir o território nacional. Reforma Agrária Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: I. A pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; II. A propriedade produtiva. Reforma Agrária A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: a) Aproveitamento racional, preservação do meio ambiente, observância da legislação trabalhista, exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. b) Favoreça à sociedade e a legislação. c) Estabelecidos na Constituição Federal. d) Preservação do meio ambiente e observância da legislação trabalhista. e) Aproveitamento racional e bem-estar dos proprietários. Interatividade A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: a) Aproveitamento racional, preservação do meio ambiente, observância da legislação trabalhista, exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. b) Favoreça à sociedade e a legislação. c) Estabelecidos na Constituição Federal. d) Preservação do meio ambiente e observância da legislação trabalhista. e) Aproveitamento racional e bem-estar dos proprietários. Resposta BARROS, Wellington Pacheco. Curso de direito agrário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. 2 v. BARROSO, Lucas Abreu. Direito agrário na constituição. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006. OPITZ, Oswaldo; OPITZ, Silvia C. B. Curso completo de direito agrário. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Referências: Bibliografia Básica BORGES, Antonino Moura. Curso completo de direito agrário. São Paulo: EDIJUR, 2007. FERREIRA, P. Curso de direito agrário. São Paulo: Saraiva, 2001. LARANJEIRA, Raymundo. Direito agrário contemporâneo. Belo Horizonte: Del Rey, 2004. MARQUES, BeneditoFerreira. Direito agrário brasileiro. São Paulo: Atlas, 2007. OLIVEIRA, Umberto Machado. Princípios de direito agrário na constituição vigente. Curitiba: Juruá, 2004. SODERO, Fernando Pereira. Direito agrário e reforma agrária. 2. ed. Florianópolis: OAB/SC, 2006. Referências: Bibliografia Complementar ATÉ A PRÓXIMA!
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