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TRIBUTÁRIO - COMPILADO

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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS:
ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO:
O Estado (Ente abstrato) existe com uma única finalidade: a consecução do bem comum.
Para isso, será necessário que o Estado realize atividades financeiras para obter recursos e após, por meio da licitação, por exemplo, aplicar esses recursos construindo hospitais, estradas, escolas, pagar servidores públicos etc.
A estrutura do Estado necessita sempre da obtenção de recursos para alcançar seus objetivos. Tem-se, pois, uma atividade meio para alcançar esses recursos. 
Os objetivos são elencados na CF no seu Art. 3º.
As receitas públicas podem ser:
ORIGINÁRIAS: originam-se do patrimônio estatal. O Estado obtém essa receita de acordo com o Direito Privado. 
Exploração do patrimônio; ralação horizontalizada. 
DERIVADAS: O regime jurídico é de Direito Público. Tem-se não uma relação horizontalizada, mas sim uma relação verticalizada com o uso do poder de império. O maior exemplo é justamente o tributo bem como a multa. 
ATENÇÃO: No mundo ideal (teoria), a multa foi criada para não ser arrecadada, pois as pessoas não deveriam cometer os ilícitos. Quanto menos arrecadar, melhor, pois as pessoas estão se comportando conforme o direito.
ATENÇÃO: Nas finanças públicas modernas (que coincide com o período do Estado de bem estar social), o tributo não tem apenas uma função neutra como fonte de receita, mas sim como um dos mecanismos que o Estado tem para intervir em situações sociais e econômicas. 
Assim, o tributo passa a ter mais que uma finalidade arrecadatória para ter como principal objetivo a intervenção. 
Assim, temos o nosso próximo ponto:
FINALIDADES DOS TRIBUTOS:
A finalidade do tributo pode ser:
· FISCAL: Finalidade arrecadatória.
· EXTRAFISCAL: visa precipuamente intervir em alguma situação social ou econômica. 
OBS: Nenhum tributo é criado para apenas uma única dessas finalidades. Por exemplo, o imposto de renda (IR) é o tributo de finalidade fiscal mais notório, pelo fato de o Estado querer arrecadar uma parte do que o contribuinte ganha. Contudo, o IR é um imposto progressivo, no qual quanto mais se ganha, mais se arrecada. Nesse contexto, a lógica é de olhar para a capacidade contributiva. 
Um exemplo importante é que na CF temos a previsão do Art. 153, §4º sobre o ITR. Fica claro que a finalidade do ITR é a de desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:     
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;      
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. 
A progressividade do ITR leva em consideração o grau de utilização e a área do imóvel. 
OBS: Quando se usa o tributo com finalidade extrafiscal, por muitas vezes acontece de haver prejuízos em determinados setores. Diante disso, muitas vezes o judiciário é demandado a se pronunciar quanto ao dever do Estado de indenizar o prejuízo pela atuação estatal. O STF, entretanto, decidiu que não há a responsabilidade do Estado nesses casos, pois age em conformidade com o seu papel designado pelo próprio poder constituinte. 
ATENÇÃO: É possível encontrar aspectos fiscais nos tributos extrafiscais, bem como também é possível encontrar aspectos extrafiscais nos tributos marcantemente fiscais, a exemplo claro do imposto de renda (que é claramente arrecadatório, mas também acaba redistribuindo renda).
· PARAFISCAL: Tem-se uma função primordial de arrecadação (fiscal). O que muda aqui é o destino da arrecadação. No conceito clássico, tinha-se o ente político que cria o tributo e que delegava a outra pessoa de direito público a competência para fiscalizar e cobrar (capacidade tributária ativa) e, como consequência, essa entidade ficaria com a arrecadação para aplicar em finalidades de direito público. O exemplo clássico era o INSS (que cobrava algumas contribuições e ficava com o destino da arrecadação). Agora, entretanto, no conceito moderno, apenas o destino da arrecadação é para outra pessoa. Ou seja, não seria necessária a delegação da capacidade tributária ativa para existir para fiscalidade, mas apenas a destinação. 
CONCEITO DE TRIBUTO:
 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA EM MOEDA (OU EM CUJO VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR):
O CTN foi redundante quando à prestação pecuniária em moeda. Mas com isso deixou claro que não é possível os chamados tributos in natura ou em labor. Assim, a finalidade da parte que diz “em cujo valor nela se possa exprimir” seria a de permitir a utilização dos INDEXADORES DE MOEDA. 
Em épocas de alta inflação, se fosse fixado o tributo apenas em Reais, a cada dia o tributo aumentaria substancialmente e assim ficaria inviável qualquer pagamento por parte do contribuinte. Assim, colocava-se o valor devir em UFIR, fazendo-se um cálculo simples e pagava-se o tributo. 
CUIDADO: O tributo não se confunde com a sua forma de quitação. Assim, é possível o pagamento do tributo mediante dação de pagamento de bem imóvel. Assim, na entrega ao Estado de outra coisa que não seja dinheiro na quitação do tributo, deve haver permissão no CTN, conforme o Art. 141. 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.
Assim, desde a LC 104/2001, é permitida a dação de bens imóveis, conforme a legislação de cada ente federado. 
 Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
 XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. 
No julgamento do mérito da ADI 1.917 (Pleno, rei. Min. Ricardo Lewandowski, j. 26.04.2007, D) 24.08.2007, p. 22), o STF reafirmou seu entendimento relativo à inconstitucionalidade da previsão, em lei local, de extinção do crédito tributário mediante dação em pagamento de bens móveis, só que desta feita apenas em virtude da reserva de lei federal para estipular regras gerais de licitação (se um ente recebe em pagamento um bem, está, na prática, adquirindo tal bem sem licitação). Repise-se que a dação em pagamento em bens imóveis somente é possível porque está prevista em lei nacional (o CTN).
PRESTAÇÃO COMPULSÓRIA E INSTITUÍDA EM LEI:
Não há, aqui, manifestação de vontade como existe no contrato. Aqui, a obrigação é ex lege, compulsória. 
ATENÇÃO: Em razão da ausência de compulsoriedade se entendeu que a contribuição sindical deixou de ser tributo desde a reforma trabalhista. 
O STF, inclusive, decidiu constitucional essa alteração na CLT, deixando, portanto, a contribuição de ser tributo. A suprema corte decidiu assim na ADI 5794 e ADC 55. 
Meus caros, vamos agora para um ponto de extrema importância...
#ATENÇÃO: LEI ORDINÁRIA E EXCEÇÕES:
A prestação instituída em LEI, em tese, é instituída em LEI ORDINÁRIA. 
Todavia, temos 4 exceções em que vamos precisar de LEI COMPLEMENTAR: São:
a) Empréstimo compulsórios;
b) Impostos residuais;
c) Contribuições residuais;
d) Imposto sobre grandes fortunas. 
Nestes casos, é preciso LEI COMPLEMENTAR, inviabilizando o uso de Medidas Provisórias. 
PRESTAÇÃO QUE NÃO CONSTITUA SANÇÃO POR ATO ILÍCITO:
Essa característica diferencia o tributo da multa, pois esta sempre tem por fato gerador algum comportamento contrário ao Direito. Já o tributo tem como fato gerador um comportamento lícito (conduta compatível com o Direito). 
#ATENÇÃO: PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO:
A CF traz o princípio do Não Confisco. Não se pode utilizar o tributo com efeitode confisco. 
Algumas bancas já perguntaram a relação entre o conceito de tributo e a vedação ao confisco. 
De acordo com a CF apenas em alguns casos é possível confiscar algo de alguém. Estas situações são sempre ilícitas e, portanto, não é possível conceber o tributo com efeito de confisco, pois decorre de sua própria definição que não constitui sanção por ato ilícito. 
#ATENÇÃO: RENDA ORIUNDA DO TRÁFICO:
Devemos lembrar que o fato gerador do tributo é sempre algo lícito. Todavia, o fato gerador pode decorrer da prática de ato ilícito. 
 O STF julgou caso relativo à trafico de entorpecentes em que o fisco cobrou dos rendimentos decorrentes dessa atividade ilícita. 
Alguns entendem que o Estado, ao tributar rendimentos oriundos de atividades criminosas, estaria se associando ao crime e obtendo, imoralmente, recursos de uma atividade que ele mesmo proíbe. Entretanto, seria injusto cobrar imposto daquele que trabalha honestamente e conceder uma verdadeira "imunidade" ao criminoso. Nessa linha de raciocínio, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar um caso sobre tráfico ilícito de entorpecentes, entendeu que, antes de ser agressiva à moralidade, a tributação do resultado econômico de tais atividades é decorrência do princípio da isonomia fiscal, de manifesta inspiração ética (Habeas Corpus 77.530-4/RS). Esta possibilidade é conhecida na doutrina como princípio do pecunia non olet (dinheiro não cheira).
Não importa se o fato que originou a renda é ilícito, mas o que está previsto em lei (fato gerador) é algo lícito. 
Este princípio já foi aplicado em outros casos na jurisprudência. 
PRESTAÇÃO COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA:
Temos que ter cuidado, pois a expressão “vinculado” tem mais de um sentido em Direito Tributário. 
O primeiro é justamente o que se encontra no Art. 3º do CTN. 
Pelo que dispõe o artigo citado, a atividade plenamente vinculada diz respeito ao oposto quanto à discricionariedade. 
Assim, tem-se uma cobrança vinculada. Deve ser feita a cobrança independentemente de qualquer juízo de discricionariedade. Não há margem de escolha dada ao fiscal para cobrança. 
O segundo sentido da expressão “vinculado” seria relativo ao fato gerador e o terceiro seria relacionado ao destino da arrecadação. 
#ATENÇÃO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FGTS:
O STJ recebeu uma questão sobre prazo prescricional. O tribunal entendeu que a contribuição não era tributo levando em consideração não o disposto na Art. 3º do CTN, mas sim o Art. 9º da Lei 4.320/64. 
Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades. 
Assim, o STJ considerou a FINALIDADE da contribuição e, considerando a parte final deste dispositivo, verificou que a contribuição ao FGTS o dinheiro se destinaria ao TRABALHADOR e assim não teria natureza tributária. 
Dessa forma, a Súmula 353 do STJ: 
"As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS"
Todavia, malgrado toda a intepretação do STJ, o STF entendeu que, por ser oriundo do contrato de trabalho, a prescrição não poderia ser a de 30 anos como na decisão do STJ, mas de 5 anos tendo com base a própria CF/88. 
Mas cuidado! A súmula do STJ continua válida. 
Nos demais casos, devemos fazer o teste do Art. 3º do CTN para então determinar se é ou não tributo. Feito isso, precisamos saber QUAL é o tributo. 
O CTN traz a primeira regra para se saber qual é o tributo:
NATUREZA JURÍDICA:
Assim dispõe o CTN:
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Assim, o CTN elege como extremamente relevante o FATO GERADOR. 
O CTN usou a sistemática da prestação vinculada ou não. Ou seja, aqui devemos observar se o fato gerador é vinculado ou não. 
No tributo vinculado, o fato é do Estado (ele presta algo), enquanto no tributo não vinculado o fato é isolado do contribuinte, ou seja, o Estado nada faz para ele. 
Diante dessa sistemática adotada pelo CTN, temos 3 grandes exações: Imposto, Taxa e Contribuições de melhoria. Isso por ter sido redigido sob a égide da teoria da tripartição. Todavia, esta teoria não mais atende as necessidades estatais e na própria CF temos outras modalidades de tributos que não se confundem com as 3 anteriores. Assim, superamos a tripartição e passamos para a teoria da pentapartição (adotada no STF).
Mas, com a teoria da pentapartição, o critério do Art. 4º do CTN não consegue mais se aplicar a todos os tributos existentes. No STF, com a adoção da pentapartição, ganha relevância o destino da arrecadação. 
Assim, para a natureza jurídica dos empréstimos compulsórios e as contribuições especiais, não se aplica o Art. 4º do CTN. 
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS:
a) Impostos;
b) Taxas;
c) Contribuição de melhoria;
d) Empréstimos compulsórios; e 
e) Contribuições Especiais. 
IMPOSTOS:
Como já dito, eles têm a característica principal ter um fato gerador não vinculado. Conforme o Art. 16 do CTN:
 Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
O fato gerador do Imposto é, portanto, uma manifestação de riqueza por parte do contribuinte. 
Note que quem pratica o fato gerador do imposto é contribuinte. Ou seja, o sujeito passivo é quem manifesta riqueza e pratica o fato gerador diretamente. O Estado não faz absolutamente nada para que haja o fato gerador. 
Diferente disso é a taxa, já que quem pratica o fato gerador de uma taxa é o ESTADO e não o contribuinte. A taxa depende de uma atuação estatal (exemplo: coleta domiciliar de lixo). Assim, a taxa é caracterizada como tributo contraprestacional. 
Perceba, portanto, que o fato gerador do imposto é um fato do contribuinte. 
OBS: Além de ser não vinculado quanto ao fato gerador, também não é vinculado quanto à finalidade (em regra). A própria CF assim estabelece:
Art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo.
Isso para que o administrador possa ter liberdade quanto a utilização do que foi arrecado. 
ATENÇÃO: Temos um importante julgado sobre o fundo de participação. Discutia-se se o Estado (na constituição estadual) poderia destinar de forma vinculada parte do fundo de participação para uma finalidade específica. O STF entendeu que não é possível a vinculação por violação ao dispositivo citado, mesmo que já no fundo de participação (ADI 553/RJ).
· BASE DE CÁLCULO: Se o fato gerador é uma manifestação de riqueza, temos que a base de cálculo é uma grandeza que quantifica riqueza. 
· COMPETÊNCIA: É privativa e indelegável. Não se pode delegar expressa ou tacitamente. Assim, se o ente competente não exerce sua competência, o tributo não existe. 
Nos impostos, a própria CF listou os existentes (lembrando que para a União este rol não taxativo):
União: II, IE, IOF, IPI, IR, ITR e IGF (Art. 153, CF)
Estados: ITCMD, ICMS e IPVA (Art. 155, CF)
Municípios: IPTU, ISS e ITBI (Art. 156, CF).
ATENÇÃO: O DF, por não poder ser dividido em municípios, recebe da CF a competência para instituir os tributos atribuídos aos Estados e aos Municípios. 
CUIDADO: Esse rol só exaustivopara os Estados, Municípios e DF. A União detém as competências residual e extraordinária. 
· COMPETÊNCIA RESIDUAL: Competência da União para criação dos impostos residuais. Conforme o Art. 154, CF:
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
São, portanto, requisitos:
a) Lei complementar;
b) Fato gerador e base de cálculo não sejam próprios dos já discriminados; 
c) Não-cumulativo.
OBS: Por não cumulativo, entende-se a técnica de não tributar cada etapa da cadeia produtiva. 
· COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA: Nestes casos estamos diante da situação do Art. 154, II da CF:
 Art. 154. A União poderá instituir:
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Deve-se ter cuidado com a exceção prevista neste inciso, pois aqui temos uma previsão constitucional de uma possibilidade de bitributação (o que seria evitado pelo rol do Art. 153). 
Trata-se claramente de situação excepcional. 
ATENÇÃO: Não há necessidade de observar os requisitos do inciso anterior (competência residual). Assim, não é necessário observar a não cumulação. 
TAXAS:
Lembremos que é um tributo vinculado por excelência. Assim, o Estado presta algo e o contribuinte recolhe a taxa. 
Conforme a CF:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.
Percebam que temos 2 fatos geradores da taxa:
a) Exercício do poder de polícia; e 
b) Serviço público específico e divisível. 
Diante disso, temos 2 tipos de taxas: 
A) TAXA DE POLÍCIA:
Aqui, extremamente relevante é o conceito estabelecido pelo CTN sobre poder de polícia:
 Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
O poder de polícia é aquele que a administração pública dispõe para restringir alguns direitos individuais de cada particular, tendo em vista os interesses coletivos.
O exercício do poder de polícia consiste numa fiscalização concreta. O Estado exercendo o poder de polícia, pouco importando alguma providência positiva. 
ATENÇÃO: A taxa é pelo EXERCÍCIO do poder de polícia, ou seja, é necessária a fiscalização em concreto.
Como exemplo dessas taxas temos:
a) Taxa de alvará (ou de localização);
b) Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental;
c) Taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários.
Sobre esta última, destaque-se a Súmula 665 do STF:
É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de
títulos e valores mobiliários instituída pela Lei 7.940/1989.
Há também a taxa de fiscalização de anúncios, que visa a custear a fiscalização das atividades publicitárias dentro do município. 
Já faz um tempo que o STF considerou constitucional esse tipo de taxa:
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE. TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS - TFA. TAXA DE FISCALIZAÇÃO, LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO - TFLF. ALEGADA OFENSA AO ART. 145, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO. CONSTITUCIONALIDADE. EFETIVO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. Este Tribunal decidiu pela constitucionalidade da cobrança da Taxa de Fiscalização de Anúncios - TFA e da Taxa de Fiscalização, Localização e Funcionamento TFLF, ambas do Município de Belo Horizonte, por entender que são exigidas com fundamento no efetivo exercício do poder de polícia pelo ente municipal. 2. Firmou-se, ainda, o entendimento de que não há identidade entre a base de cálculo das referidas taxas com a do IPTU, situação que não viola a vedação prevista no disposto no artigo 145, § 2º, da Constituição do Brasil. 3. Assentada a efetividade do exercício do poder de polícia para a cobrança das taxas em questão, para que se pudesse dissentir dessa orientação seria necessário o reexame de fatos e provas, circunstância que impede a admissão do extraordinário ante o óbice da Súmula n. 279 do STF. Agravo regimental a que se nega provimento. (STF, Segunda Turma, AI 618.150-AgR/MG, Rel. Min. Eros Grau, Julgamento em 13/03/2007)
ATENÇÃO: O STF entende que a existência de órgão administrativo constitui elemento para se concluir que houve o efetivo exercício do poder de polícia:
O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do poder de polícia daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis, facultando apenas a estas a prestação potencial do serviço público. A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa de localização e fiscalização. À luz da jurisprudência deste STF, a existência do órgão administrativo não é condição para o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo exercício do poder de polícia, exigido constitucionalmente. É constitucional taxa de renovação de funcionamento e localização municipal, desde que efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência de órgão e estrutura competentes para o respectivo exercício, tal como verificado na espécie quanto ao Município de Porto Velho/RO." (STF, Pleno, RE 588.322, Rel. Min. Gilmar Mendes, Julgamento em 16/06/2010, Com Repercussão Geral.)
No mesmo sentido:
EMENTA: TAXA DE LICENÇA PARA LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO. EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA. ART. 145, II, DA CONSTITUIÇÃO. - Ausência de prequestionamento - fundamento suficiente, que não restou impugnado pela agravante. - A cobrança da taxa de localização e funcionamento, pelo Município de São Paulo, prescinde da efetiva comprovação da atividade fiscalizadora, diante da notoriedade do exercício do poder de polícia pelo aparato administrativo dessa municipalidade. Precedentes. - Agravo regimental a que se nega provimento. (STF, 1ª Turma, RE 222.252-AgR/SP, Rel. Min. Ellen Gracie, Julgado em 16/04/2001, com repercussão geral.)
ATENÇÃO: Vimos que os impostos é que tributam manifestações de riqueza. Sendo assim, para eles faz mais sentido a aplicação do princípio da capacidade contributiva. No caso da taxa, não olhamos para a riqueza do sujeito, mas para o custo que o Estado tem para exercer a fiscalização. Inclusive, conforme o §1º do dispositivo, sempre que possível o “imposto” levará em consideração a capacidade contributiva do contribuinte. Para a taxa, pelo menos em tese, não há necessidade de graduar as taxas com a capacidade contributiva. 
STF, atualmente vem adotando posição no sentido de mitigar a ausência completa de capacidade contributiva nas taxas, mas com moderação, haja vista que não podemos estipular taxa exclusivamente olhando para a riqueza do contribuinte. É por isso que o §2º do dispositivo afirma que a taxa não pode ter base de cálculo própria de imposto. Assim, não poderia ser instituída taxa com base no valor venal do imóvel. 
Discussão relevante tem sido a questão relativa à taxa de renovação de alvará. Vejamos:
No início, tanto o STJ quanto o STF entenderam que não poderia ser cobrada nova taxa de localização e funcionamento se não fosse comprovado um novo exercício do poder de polícia. 
Todavia, o IBAMA cobrava uma taxa de fiscalização ambiental pelo exercício dopoder de polícia. Se discutiu se o IBAMA poderia cobrar essa taxa dos proprietários rurais sem comprovar que efetivamente os proprietários específicos. O STF entendeu que se o IBAMA tem órgão com competência para fiscalizar, servidores destinados à fiscalização, há de se presumir que o IBAMA está fiscalizando. Cuidado, pois isso não quer dizer ausência de exercício, mas sim uma presunção de exercício efetivo do poder de polícia. 
Com isso, os tribunais superiores passaram admitir a presunção também quanto aos municípios no caso de taxa de localização e funcionamento. 
Vejamos...
STF – Taxa de Renovação de Alvará – RE 588.322 -Tema 217: É constitucional taxa de renovação de funcionamento e localização municipal, desde que efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência de órgão e estrutura competentes para o respectivo exercício. 
B) TAXA DE SERVIÇO:
São criadas para custear serviços públicos prestados pelo poder público à população em geral. O contribuinte não poderá fazer opção por não receber determinada prestação de serviço estatal.
Por outro lado, o Estado pode ou não optar por tributar determinado serviço (dependendo de uma lei para instituir a respectiva taxa) que se enquadre na definição do CTN. 
Conforme o Art. 79 do CTN:
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - UTILIZADOS PELO CONTRIBUINTE:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - ESPECÍFICOS, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III- DIVISÍVEIS, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
	ESPECÍFICOS
	DIVISÍVEIS
	significa que podem ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas. Segundo a doutrina, são aqueles serviços prestados singularmente a determinado usuário.
Aqui, o usuário consegue identificar exatamente o serviço que lhe está sendo prestado.
	quando suscetíveis de utilização, separadamente, por cada um de seus usuários. Podemos dizer que tais serviços trazem benefícios individuais a cada usuário. São serviços dirigidos a determinadas pessoas.
Conforme a Constituição, os serviços devem ser serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição
Para entendermos essa definição, atente-se para o seguinte:
Nosso Estado é um grande prestador de serviços públicos, necessitando de receita para que possa subsidiar esses serviços prestados. Ocorre que para alguns serviços, o Estado consegue identificar exatamente quem é o usuário daquele serviço e até mesmo pode quantificar essa utilização (serviço divisível). O serviço específico é aquele prestado em unidades autônomas, ou seja, o usuário consegue identificar qual o serviço que está sendo prestado a ele. Assim, o Estado vê o usuário quando presta o serviço e o usuário por sua vez consegue ver o Estado pelo serviço que está pagando. 
Diante disso, o Estado pode optar por tributar esse serviço já que ele consegue especificar exatamente aquele que está usando. 
Portanto, não sendo possível identificar os usuários de um serviço, então será custeado pela coletividade através do uso da receita dos impostos (são os serviços uti universi). 
OBS: Perceba, todavia, que existem prestações do Estado que são extremamente prioritários e precisam de recurso reservado sem a necessidade de depender da vontade do gestor público com a receita dos impostos, a exemplo da seguridade. Diante dessa necessidade é que foram criadas as contribuições especiais. 
JURISPRUDÊNCIA:
Súmula Vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Outro serviço que não pode ser remunerado por taxa é a segurança pública. Segundo o STF, (ADI 1.942-MC, Rel. Min. Moreira Alves):
Sendo a segurança pública, dever do Estado e direito de todos, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através, entre outras, da Polícia Militar, essa atividade do Estado só pode ser sustentada pelos impostos, e não por taxa.
Em 2017, no RE 643.247/SP, o STF julgou inconstitucional lei municipal que instituiu taxa pela utilização efetiva ou potencial dos serviços municipais de assistência, combate e extinção de incêndios. Ficou decidido que o Município não poderia substituir o Estado, por meio da criação de um tributo específico para esse fim e que o serviço a que se refere a lei municipal é INDIVISÍVEL. 
OBS: É possível a taxa de polícia para que o Corpo de Bombeiros fiscalize os requisitos para prevenção de incêndios, pois é diferente do exercício de extinguir o incêndio.
Ressalte-se que o serviço de limpeza pública também não pode ser remunerado por taxa. Mas cuidado, pois quando nos referimos à limpeza pública, estamos tratando de atividades como varrição, lavagem, capinação etc. Repare que a coleta domiciliar de lixo não está incluída nesse rol.
A coleta domiciliar de lixo, por outro lado, pode ser remunerada por taxa. Vejamos a súmula vinculante 19:
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal
OBS1: Não pode ser cobrada taxa pelo serviço de limpeza dos logradouros públicos, uma vez que não é possível identificar os usuários. Perceba que a súmula garante a divisibilidade do serviço justamente quando prevê que são os resíduos provenientes de imóveis. 
OBS2: Perceba que a taxa deve ser cobrada EXCLUSIVAMENTE em razão da coleta dos imóveis, não podendo ser adicionada a essa taxa a limpeza de logradouros.
Por último, devemos destacar que as custas judiciais e os emolumentos concernentes aos serviços notariais e registrais são considerados taxas de serviço, de acordo com o entendimento do STF.
BASE DE CÁLCULO DAS TAXAS:
No que se refere às taxas, a base de cálculo deve ser utilizada para permitir que o ente federado encontre um valor que satisfaça apenas as despesas que ele teve com a prestação dos serviços. Caso contrário, haveria enriquecimento sem causa por parte do Estado.
O STF já entendeu que:
Taxa de Licença de Localização e de Funcionamento. Base de cálculo.
Número de empregados. Inconstitucionalidade. A Corte adota entendimento no sentido da inconstitucionalidade da cobrança da Taxa de Licença de Localização e de Funcionamento pelos municípios quando utilizado como base de cálculo o número de empregados (STF, Primeira Turma, RE 614.246-AgR/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, Julgamento em 07/02/2012)
É por isso que a nossa Constituição Federal proibiu a IDENTIDADE entre a base de cálculo de uma taxa e de um imposto (Art. 145, §2º).
Nesse sentido é a súmula 595 do STF:
É inconstitucional a taxa municipal de conservação de
estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do Imposto Territorial Rural
ATENÇÃO: SÚMULA VINCULANTE 29 (IMPORTANTÍSSIMO!):
Atualmente, o STF possui o entendimento de que é possível que a taxa seja calculada sobre um ou mais elementos da base de cálculo de um imposto, desde que não haja identidade entre uma base e outra.
É o teor da súmula vinculante 29:
É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
Nesse mesmo sentido, o RE 232.393/SP:
O fato de a alíquota da referida taxa variar em função da metragem da área construída do imóvel – que constitui apenas um dos elementos que integram a base de cálculo do IPTU – não implica identidade com a base de cálculo do IPTU, afastando-se a alegada ofensa ao art. 145, § 2º, da CF.
ATENÇÃO: O CTN acrescentou outro detalhe, dizendo que as taxas não podem ser calculadas em função do CAPITAL SOCIAL DAS EMPRESAS (Art. 77, §único):
Parágrafo único. A taxanão pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
Prosseguindo, o STF editou a súmula 667 que diz:
Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.
TAXAS E PREÇOS PÚBLICOS:
	TAXA
	PREÇO PÚBLICO (TARIFA)
	Possui natureza tributária
	Não possui natureza tributária
	Decorre de Lei
	Decorre de contrato administrativo
	Não há manifestação de vontade
	Há manifestação de vontade
	Caráter compulsório
	Caráter facultativo
	Regime jurídico de direito público
	Regime jurídico de direito privado
	Cobrada por pessoa jurídica de direito público
	Cobrada por PJ de direito público e provado
	Receita derivada 
	Receita originária.
Como exemplo de tarifas temos os serviços de energia elétrica e o de água e esgoto. 
EMENTA: ÁGUA E ESGOTO – TARIFA VERSUS TAXA. A jurisprudência do Supremo é no sentido de haver, relativamente ao fornecimento de água e tratamento de esgoto, o envolvimento de tarifa e não de taxa (STF, AI 753.964-AgR/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, 15/10/2013).
O STF também tem uma súmula mais antiga que diferencia os preços públicos das taxas. Trata-se da súmula 545. Veja:
Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e tem sua cobrança condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação a lei que as instituiu.
Atualmente, a cobrança de tributo não está condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação a lei que o tenha instituído.
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA:
São tributos que surgem com a realização de uma obra pública da qual decorra valorização imobiliária aos contribuintes. O motivo é evitar que haja enriquecimento de um determinado número de pessoas às custas da coletividade.
Conforme a Constituição:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
III - CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA, DECORRENTE DE OBRAS PÚBLICAS.
Percebam, portanto, que é um tributo de competência comum, assim como a taxa. 
ATENÇÃO: Temos duas normas ditando regras gerais sobre essa espécie tributária: o CTN e o Decreto-Lei 195/67. 
Dito isso, dispõe o CTN:
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
O decreto 195 dispõe que:
Art. 1º A Contribuição de Melhoria, prevista na Constituição Federal tem como fato gerador o ACRÉSCIMO DO VALOR DO IMÓVEL localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas.
Quanto aos limites da contribuição, o limite total se refere ao valor máximo que pode ser arrecadado a título de contribuição de melhoria. O CTN estabeleceu como limite o valor total gasto com a obra. Como limite individual, foi estabelecido o valor que corresponde à valorização que a obra pública gerou para cada particular.
Importante a discussão sobre a pavimentação asfáltica:
É justificada a cobrança da contribuição quando da primeira pavimentação, sendo as posteriores pavimentações apenas serviços que não ensejam nova cobrança de contribuição. Além disso, lembre-se que não é possível a cobrança de taxa sobre essa pavimentação.
No RE 116.148/SP, entendeu que o MERO RECAPEAMENTO de via pública já asfaltada não justifica a cobrança do tributo. Apenas a realização de uma nova pavimentação seria capaz de ensejar a cobrança da contribuição de melhoria, se houvesse valorização imobiliária.
ATENÇÃO: Não é qualquer melhoria que justifica a contribuição, pois a melhoria deve ser NECESSARIAMENTE de valor. Ou seja, o imóvel deve aumentar de valor.
Importante perceber que a responsabilidade civil do Estado em indenizar decorrente do fato da obra e a contribuição de melhoria são duas faces da mesma moeda, baseados no mesmo princípio que é o da equânime distribuição de ônus e bônus. Assim, o fundamento ético da contribuição de melhoria é a vedação do enriquecimento sem causa. 
Como requisitos da Contribuição de melhoria temos:
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.
Por fim, importante destacar ainda que o tributo não pode ser cobrado antes da realização da obra pública, já que é a consequência dela que justificaria a cobrança tributária. Contudo, nada impede a instituição do tributo após o término de parte da obra, se já houver resultado em valorização imobiliária para o contribuinte.
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS:
Sobre esta espécie tributária temos uma antiga celeuma sobre sua natureza tributária ou não, chegando o STF até a entender que não seriam tributos. Mas isso não importa muito, pois hoje está muito claro que SÃO TRIBUTOS. 
É fundamental lembrar que o empréstimo compulsório só pode ser criado nas estritas hipóteses da Constituição Federal. Isso é dito pelo fato de que o art. 15 do CTN temos o inciso III, que trata do empréstimo compulsório para absorção temporária do poder aquisitivo da população. Trata-se de um caso onde temos um empréstimo à União, mas que a União em verdade não está necessitando do dinheiro do contribuinte diversamente das outras hipóteses. 
Esse dispositivo do CTN não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988, pois não consta do art. 148. 
OBS1: DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS:
Temos as seguintes hipóteses:
a) Calamidade pública;
b) Guerra externa ou sua iminência. 
Cuidado, pois a calamidade pública não permite a edição de empréstimo compulsório por Medida Provisória. Todavia, apesar disso, perceba que não há necessidade de se obedecer a noventena ou anterioridade anual. Isso é dito justamente porque você deve ficar atento ao fato de que a pandemia do COVID-19 foi considerada como calamidade pública pelo Congresso Nacional e poderíamos ter hoje a exploração desses efeitos. 
Assim, poderíamos ter o poder público editando LC para instituir empréstimo compulsório sobre lucros e dividendos ou sobre grandes fortunas, por exemplo, e ao mesmo tempo editar as leis criando os respectivos impostos (estas últimas leis obedecendo a anterioridade, por serem impostos). 
OBS2: INVESTIMENTO PÚBLICO DE CARÁTER URGENTE E RELEVANTE INTERESSE NACIONAL:
Este é o terceiro caso de empréstimo compulsório. 
O que o legislador quis foi separar no primeiro inciso os casos em que a urgência e a relevância são maiores. Assim, nos primeiros casos citados não temos a observância da anterioridade, enquanto no caso de investimento de caráter urgente e relevante interesse temos que observar a anterioridade. 
ATENÇÃO: DEVE-SE OBSERVAR APENAS O ART. 150, III, B?
NÃO! devemos observar tanto a anterioridadeanual quanto a noventena. O parágrafo 1º do art. 150 da CF que traz as exceções à noventena aponta apenas o caso do art. 148, I da CF. O que acontece é que quando a CF foi elaborada não existia a alínea “c” do inciso III do art. 150 da CF. Na verdade, só havia a noventena nas contribuições para a seguridade (art. 195, §6º). 
Por fim, deve-se lembrar que os recursos adquiridos com o Empréstimo Compulsório devem ser aplicados para os fins que foram obtidos. Os recursos são vinculados. 
Caso, por exemplo, o empréstimo for instituído para o caso de iminência de guerra e a guerra não acontecer, os recursos serão devolvidos. 
ATENÇÃO: As hipóteses de instituição do Empréstimo Compulsório previstas na CF não são os fatos geradores do empréstimo. Na verdade, é a lei que irá estabelecer os fatos geradores como citamos os exemplos das grandes fortunas e lucros e dividendos. 
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS:
Por se tratarem de tributos de arrecadação vinculada (também denominados tributos finalísticos), o destino do que foi arrecadado é um critério relevante para definir de que tributo estamos tratando. Portanto, a análise do fato gerador é insuficiente para determinar a natureza jurídica das contribuições especiais.
ATENÇÃO: NOMENCLATURA:
Alguns autores referem-se a essas contribuições como “contribuições parafiscais”. tributos parafiscais são aqueles instituídos por uma pessoa política (a União, por exemplo) e arrecadados e fiscalizados por outra pessoa jurídica. Em alguns casos, tais entidades parafiscais nem mesmo arrecadam e fiscalizam os tributos, mas ficam apenas com o destino da arrecadação.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS, de INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO e de INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
No âmbito da repartição das receitas tributárias, vamos perceber que as receitas que são repartidas são de IMPOSTOS e de apenas uma contribuição que é a CIDE-Combustíveis. Diante disso, a União passou a investir mais em contribuições, pois estas não são repartidas com os demais entes federados. 
No que tange à competência para instituir as contribuições especiais, a CF diz ser apenas da União a competência. Todavia temos 2 exceções:
a) Contribuições de iluminação pública (COSIP – Art. 149-A);
b) Contribuição para previdência dos servidores públicos.
ATENÇÃO: Quando a constituição foi promulgada falava-se em contribuição para previdência e assistência. Todavia, a CF foi emendada para corrigir essa redação, pois só a previdência tem caráter contribuitivo. 
Perceba que pelo caput temos as seguintes contribuições:
SOCIAIS:
Se dividem da seguinte forma:
Perceba que as demais áreas sociais de atuação da União são tributadas através de “outras contribuições” (que o STF também chama de contribuições sociais gerais). Assim, além da seguridade temos outros campos de atuação da União. Como exemplo, temos a contribuição para o salário educação. 
Essa classificação é importante porque há diferença no que tange ao regime jurídico. 
Vejamos:
	Contribuição para a Seguridade:
	Contribuições sociais gerais:
	Para essas contribuições aplicamos o art. 195, §6º da CF.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado (só se aplica quando aumenta a carga tributária - STF), não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
· Basta Lei Ordinária para instituir.
	Ao contrário das contribuições da seguridade, as contribuições sociais gerais obedecem a anterioridade anual e a noventena. 
· Basta Lei Ordinária para instituir.
No que tange às contribuições RESIDUAIS para a seguridade, o constituinte estabeleceu que a lei poderá instituir outras fontes que não foram previstas na CF, conforme o art. 195, §4º. Vejamos:
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
Perceba que fizemos a divisão no gráfico justamente porque o §4º faz referência ao art. 154, I (impostos residuais) e este dispositivo exige LEI COMPLEMENTAR. Ou seja, se a contribuição para a seguridade estiver prevista na constituição (ver o art. 195 da CF), não é necessária a instituição por meio de Lei Complementar. 
OBS: Lembre-se que, mesmo estando prevista na Constituição, se for editada por LC poderá ser modificada/revogada por lei ordinária. Foi exatamente isso que entendeu o STF no tocante às mudanças feitas em PIS/COFINS por lei ordinária. 
Conforme o Art. 195 da CF:
Art. 195. A SEGURIDADE SOCIAL será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:         
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:          
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;          
b) a receita ou o faturamento;          
c) o lucro;          
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social;        (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
Atenção ao que diz o inciso II, pois modificado pela EC 103/19. Nesse sentido, o STF ficou tese em repercussão geral no seguinte sentido: “É constitucional, formal e materialmente, a contribuição social do segurado especial prevista no art. 25 da Lei 8.212/1991”
Atente-se ainda para os parágrafos do Art. 195:
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. 
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo SÓ PODERÃO SER EXIGIDAS APÓS DECORRIDOS NOVENTA DIAS DA DATA DA PUBLICAÇÃO DA LEI QUE AS HOUVER INSTITUÍDO OU MODIFICADO, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.  
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas emrazão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas APENAS NO CASO DAS ALÍNEAS "B" E "C" DO INCISO I DO CAPUT. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.
§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea "a" do inciso I e o inciso II do caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.
§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
No que tange à Jurisprudência, o STF já entendeu que é possível os bancos comerciais e as instituições financeiras contribuírem com alíquota superior ao que é cobrado dos demais setores da economia (em sintonia com o §9º). Ver, por exemplo, AC 1.109-MC/SP. 
· NATUREZA JURÍDICA DO FGTS:
Temos aqui as seguintes contribuições ao FGTS:
a) Lei 8.036/90: Contribuição tradicional, correspondente a 80% da remuneração para pelo empregador ao trabalhador;
b) Lei complementar 110/01: 10% sobre o montante de todos os depósitos realizados ao FGTS durante o período do contrato de trabalho, em caso de despedida de empregado sem justa causa. É a denominada multa de 10% do FGTS.
A contribuição tradicional ao FGTS, instituída pela Lei 8.036/90, não se caracteriza como tributo, em razão de os recursos não serem destinados ao Estado, mas sim aos próprios trabalhadores. No STF, temos o RE 100.249-S/SP.
As contribuições instituídas pela LC 110/01 tiveram como objetivo o pagamento da atualização monetária das contas vinculadas de FGTS, que, por conta do Plano Verão e Plano Collor, sofreram expurgos. Não se trata, pois, de contribuições decorrentes de contrato de trabalho.
Todavia, muito cuidado aqui:
A Lei 13.932/19 extinguiu a contribuição da LC 110/01. Vejam:
Art. 12. A partir de 1º de janeiro de 2020, fica extinta a contribuição social instituída por meio do art. 1º da Lei Complementar nº 110, de 29 de junho de 2001.
CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO (CIDE’S):
Contribuição interventiva. Serve para intervir no domínio econômico, diante da finalidade extrafiscal do tributo, modificando situações econômicas.
A forma de intervenção da CIDE ocorre de maneira distinta, usando o recurso arrecadado para fomentar uma atividade.
Exemplo: CIDE Royalties, a lei prevê que aquele que adquiriu tecnologia estrangeira paga royalties. Sobre o valor pago a título de royalties incide a contribuição, e o valor arrecadado por essa contribuição será direcionado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Tecnológico no Brasil, para incentivar o desenvolvimento tecnológico no Brasil. É a mão invisível do Estado movimentando a economia.
CIDE combustíveis é a mais famosa e relevante das CIDE´s, pois possui previsão específica na CRFB/88. Mas CIDE combustível é um subgrupo do grupo: Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (art. 149 CRFB/88). O adicional de frete para renovação da marinha mercante, contribuição para o instituto brasileiro do café etc. são exemplos de contribuições de intervenção no domínio econômico.
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:          
I - a ALÍQUOTA da contribuição poderá ser:          
a) diferenciada por produto ou uso;          
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b ;          
II - os recursos arrecadados serão DESTINADOS:  
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo;          
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás;          
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.
Assim, a CIDE-combustíveis tem por objetivo o fomento de certas atividades: a. pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo b. financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás c. financiamento de programas de infraestrutura de transportes.
Vale destacar que a CIDE-Combustível foi instituída por meio da Lei 10.336/01. 
São contribuintes da CIDE-Combustível o produtor, o formulador e o importador, pessoa física ou jurídica, dos combustíveis líquidos relacionados no art. 3º. O sujeito ativo da contribuição é a União Federal.
CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS:
Encontram previsão no Art. 149 da CF:
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
São de interesse das corporações, categorias profissionais e econômicas. Apenas a contribuição sindical deixou de ser tributo após a reforma trabalhista. As demais contribuições corporativas continuam em vigência. Anuidades pagas aos conselhos que fiscalizam profissões, salvo da OAB, são contribuições de interesse das categorias profissionais e econômicas. Tem natureza tributária.
ATENÇÃO: o STF entende que não se enquadra nessa condição a Ordem dos Advogados do Brasil, sob o fundamento de que essa entidade não integra a administração pública indireta e possui finalidade institucional própria. 
Por se tratarem de tributos, há a necessidade de observância estrita de todos os princípios e limitações constitucionais ao poder de tributar, merecendo destaque a incidência dos princípios da legalidade e anterioridade.
A contribuição sindical deixou de ser tributo, pois, após a reforma trabalhista, essa contribuição deixou de ser compulsória, e todo tributo é compulsório.
O STF, ao decidir sobre a constitucionalidade do fim do caráter tributário (que passou a ter natureza contratual), quando arguido acerca da necessidade da edição de Lei Complementar, determinou que somente as normas gerais tributárias devem ser definidas por Lei Complementar. Para uma atividade deixar de ser tributada, não se faz necessário edição de Lei Complementar.
CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA:
A súmula vinculante 41 diz que não pode o serviço de iluminação pública ser custeado por taxas. Por esse motivo, o legislador constituinte derivado, por meio da Emenda Constitucional 39/2002, acrescentou o art. 149-A ao texto constitucional. Tal dispositivo prevê a criação da Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP).
Conforme a CF:
Art. 149-A Os MUNICÍPIOS e o DISTRITO FEDERAL poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.          
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.
Verifica-se queé hipótese de tributo com arrecadação vinculada. 
O primeiro caso julgado pelo STF foi do Município de São José/SC, que criou essa contribuição progressiva, sendo calculada sobre o montante da conta de energia. Quanto maior o consumo, maior a contribuição. 
O STF decidiu que a cobrança era razoável, e que o tributo foi graduado de acordo com a capacidade contributiva. Em relação ao princípio da capacidade contributiva, a CRFB/88 define sua aplicação aos impostos. 
Todavia, informa ainda que não há óbice constitucional à aplicação desse instituto às demais espécies tributárias. 
Nessa sistemática, o STF definiu que o parágrafo único, ao prever a possibilidade de cobrança da CIP na fatura de energia, deu orientação de que dados do consumo da energia residencial poderiam ser utilizados no cálculo da contribuição da iluminação pública.
Suas principais características são:
a) A competência é restrita aos municípios e ao DF;
b) A arrecadação do tributo é vinculada ao custeio do serviço de iluminação pública;
c) É facultado que a cobrança seja feita na fatura de consumo de energia. 
Assim entendeu o STF sobre esta contribuição:
I - Lei que restringe os contribuintes da COSIP aos consumidores de energia elétrica do município não ofende o princípio da isonomia, ante a impossibilidade de se identificar e tributar todos os beneficiários do serviço de iluminação pública. II - A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não afronta o princípio da capacidade contributiva. III - Tributo de caráter sui generis, que não se confunde com um imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte. IV - Exação que, ademais, se amolda aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. V - Recurso extraordinário conhecido e improvido.” (Pleno, RE 573.675-SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski)	
A base de cálculo não foi definida pela Constituição Federal. Normalmente, os municípios utilizam uma dessas três bases de cálculo: a) valor do custo do serviço municipal de iluminação pública; b) consumo de energia do próprio sujeito passivo; c) valor fixo.
Como exemplo, o município de João Pessoa – PB utiliza como critério o consumo dos próprios contribuintes, conforme se extrai da LC 31/2002 nos seus Arts. 1º e 4º.
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato
@materiasdedireito.doc
Limitações constitucionais ao poder de tributar – princípios tributários
INTRODUÇÃO:
O Estado tem o poder de exigir licitamente do particular que contribua com o seu patrimônio para a manutenção dos objetivos do Estado. 
Todavia, essa relação de Poder é limitada. Na verdade, é essa relação não é apenas de poder, mas uma relação jurídica, pois disciplinadas pelo Direito. O ponto mais importante na disciplina jurídica dessa relação é justamente o regramento das limitações ao poder de tributar, que são garantias protegidas por cláusula pétrea. Isso ocorreu na decisão tributária mais importante que o STF já tomou, quanto ao seu alcance, ao analisar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada contra a Emenda Constitucional n. 3, de 1993, que autorizou a criação do então Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), posteriormente substituído pela Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que foi extinta em seguida.
Na origem, a emenda que criou o IPMF dispunha que ele não obedeceria ao princípio da anterioridade, isto é, poderia ser criado e cobrado de imediato. Desse modo, o STF reconheceu que a anterioridade é uma garantia individual do contribuinte perante a sede arrecadadora do Estado.
Assim, o art. 150, CF:
Art. 150. Sem prejuízo de outras GARANTIAS asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
Os Arts. 150, 151 e 152 têm destinatários diferentes, sendo que o 150 inclui todos os entes político. O art. 151 é voltado unicamente a União enquanto que o art. 152 é destinado para os Estados e Municípios, criando o princípio da uniformidade da tributação. 
OBS1: Inicialmente devemos verificar que o caput do dispositivo deixa claro que o rol de garantias previsto não é exaustivo. 
OBS2: Portanto, temos que esse dispositivo, ao menos em sua grande maioria, é considerado uma cláusula pétrea em nosso ordenamento jurídico. 
 
LEGALIDADE:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
Há um brocardo famoso nos EUA, "No taxation without representation". Nota-se que "tax" em inglês corresponde a "tributo". Essa representação é a aprovação do tributo pelo povo. A lei é aprovada pelo povo por meio de seus representantes, logo, como o tributo é criado somente por lei, é como se o povo estivesse se autotributando.
OBS1: “Exigir” no texto constitucional significa instituição. Ainda, devemos aplicar o paralelismo das formas no sentido de que se é criado por lei, deve ser extinto por lei da mesma forma. Quanto a isso não temos exceções, ou seja, ato infralegal não pode extinguir o tributo. 
ATENÇÃO: No caso da Medida Provisória, esta poderá criar tributos nos casos em que estes possam ser criados por lei ordinária. 
OBS2: O aumento de tributo só pode ser feito por lei e, aplicando a mesma ideia do paralelismo, a redução também deve ser feita por lei (em regra). 
Aqui temos exceções (art. 153, §1º): II, IE, IOF e IPI. Para estes, a CF diz que o poder executivo poderá alterar as alíquotas nos limites e condições estabelecidos em lei. Deve-se destacar que a CF não exige decreto, nem que seja o chefe do executivo. Assim, essa regulamentação pode ser feita por outro órgão do poder executivo. Como exemplo podemos citar o Imposto de Importação e de Exportação, cujas alíquotas são disciplinadas por uma resolução da Câmara do Comércio Exterior.
Posteriormente, uma emenda à Constituição criou um mecanismo semelhante para a CIDE Combustíveis e o ICMS sobre combustíveis. O CONFAZ irá definir, originariamente, as alíquotas do ICMS combustíveis. Já a alíquota da CIDE combustíveis é definida por meio de decreto.
ATENÇÃO: Para os impostos de importação, exportação, sobre operações financeiras e sobre produtos industrializados, a lei estabelece a alíquota mínima e máxima. Para ultrapassar esse limite, é necessário lei, mas dentro dele é possível utilizar o decreto. Isso não ocorre com o ICMS-combustíveis, pois é uma resolução, e não a lei que fixa os limites mínimos e máximos. Os autores consideram que essa é a única exceção completa ao princípio da legalidade, tendo em vista que não encontra parâmetros na lei.
OBS3: O CTN, de 1966, prevê que o Poder Executivo pode alterar a alíquota e a base de cálculo do imposto de importação; MAS a Constituição Federal de 1988 estabelece que o Poder Executivo pode alterar apenas as alíquotas. Assim, quanto à base de cálculo, o CTN não foi recepcionado pela CF/88. 
· JURISPRUDÊNCIA:
1) Legalidade Suficiente:
O Supremo tem entendido que a legalidade estrita tem cedido espaço a uma legalidade necessária, ou seja, aquela que está relacionada com o cumprimento apenas do que for necessário. Com base na atual jurisprudência do Supremo, é possível que, em alguns casos, a lei estabeleça o máximo dessa tributação e outra entidade fixe valores de taxas, por exemplo. 
Recentemente o STF analisou 2 tributos que envolvem os conselhos de classe (autarquias federais). Esses conselhos cobram tributos chamados de anuidade e taxa pelo exercício do poder de polícia, ART.
Quanto a essa taxa, a Lei 6.994/82, o art. 2º dispunha que:
Art. 2º Cabe às entidades referidas no art. 1º desta Lei a fixação dos valores das taxas correspondentes aos seus serviços relativos e atos indispensáveis ao exercício da profissão, restritas aos abaixo discriminados e observados os seguintes limites máximos:
Parágrafo único. O disposto neste artigonão se aplica às taxas referentes à Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, criada pela lei n. 6.496, de 7 de dezembro de 1977, as quais poderão ser fixadas observado o limite máximo de 5 MVR.
Além disso, a Lei 12. 514/11, em seu art. 11 dispõe:
Art. 11. O valor da Taxa de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, prevista na Lei n. 6.496, de 7 de dezembro de 1977, não poderá ultrapassar R$ 150,00 (cento e cinquenta reais).
Assim, a lei posterior estabeleceu um TETO para a taxa que seria fixada pela entidade. 
O STF entendeu que temos aqui a chamada “legalidade suficiente”. Vejamos:
STF – RE 838284 / SC (Tema 829) 1. Na jurisprudência atual da Corte, o princípio da reserva de lei não é absoluto. Caminha-se para uma legalidade suficiente, sendo que sua maior ou menor abertura depende da natureza e da estrutura do tributo a que se aplica. No tocante às taxas cobradas em razão do exercício do poder de polícia, por força da ausência de exauriente e minuciosa definição legal dos serviços compreendidos, admite-se o especial diálogo da lei com os regulamentos na fixação do aspecto quantitativo da regra matriz de incidência.
Assim, o STF fixou a seguinte tese:
Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita ao ato normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos.
ATENÇÃO: Em um caso que teve como base as anuidades pagas aos conselhos que fiscalizam o exercício de profissões (salvo a OAB), o Supremo teve um entendimento contrário ao que foi disposto acima, pois tais anuidades são consideradas tributos da espécie de contribuições de interesse de categorias profissionais e econômicas. Quanto a essas anuidades, dispõe a Lei n. 11.000/2004:
Art. 2º Os Conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas são autorizados a fixar, cobrar e executar as contribuições anuais, devidas por pessoas físicas ou jurídicas, bem como as multas e os preços de serviços, relacionados com suas atribuições legais, que constituirão receitas próprias de cada Conselho.
Para que a legalidade trazida pelo dispositivo acima fosse considerada “suficiente”, ela precisaria fixar o teto para essas contribuições anuais.
Ao julgar o RE 704.292/PR (Tema 540), acerca da Lei n. 11.000/2004, o STF fixou a seguinte tese: 
É inconstitucional, por ofensa ao princípio da legalidade tributária, lei que delega aos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas a competência de fixar ou majorar, sem parâmetro legal, o valor das contribuições de interesse das categorias profissionais e econômicas, usualmente cobradas sob o título de anuidades, vedada, ademais, a atualização desse valor pelos conselhos sem percentual superior aos índices legalmente previstos.
· DEMAIS MATÉRIAS SUJEITAS À RESERVA LEGAL: 
A lei que institui o tributo deve conter pelo menos 4 elementos:
a) Fato Gerador;
b) Sujeitos (ativo e passivo);
c) Valor do tributo: alíquota e base de cálculo. 
Além dessas questões, outras matérias relevantes são:
a) Benefícios fiscais;
b) Infrações e penalidades. 
Assim, dispõe o art. 97, CTN:
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
OBS: Correção monetária não é considerada aumento. Logo, pode ser realizada por ato infralegal. Isso é muito comum no caso do IPTU e, por conta disso, foi elaborada a seguinte súmula:
STJ, Súmula n. 160. É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao Índice oficial de correção monetária.
· LEGALIDADE E DELEGAÇÃO LEGISLATIVA:
A legalidade não proíbe absolutamente a delegação legislativa, ou seja, a possibilidade de o legislador delegar para as autoridades administrativas o poder de cria o tributo. 
A delegação de funções típicas só é possível nos casos em que a Constituição permita. Assim, é possível que Lei delegada seja editada tratando de matéria tributária, bem como a medida provisória, observando-se os limites impostos pela Constituição. 
Por exemplo: Medida Provisória e Lei Delegada não podem tratar de empréstimos compulsórios. 
ISONOMIA E CAPACIDADE CONTRIBUTIVA:
A capacidade contributiva é corolário do princípio da isonomia. É um critério utilizado para diferenciar os diferentes, dando-lhes um tratamento tributário distinto de acordo com as diferenças que existem entre eles.
Essa desigualdade que normalmente justifica um tratamento tributário diferenciado é justamente a de capacidade contributiva.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
O art. 145, §1º apresenta a capacidade contributiva:
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
OBS: Apesar de o dispositivo acima prever o princípio da capacidade contributiva aplicada aos impostos, a jurisprudência do STF prevê que nada impede a aplicação dessa regra a outras espécies tributárias.
OBS: A doutrina dispõe que capacidade econômica e capacidade contributiva são conceitos distintos. No entanto, no momento em que se fala da capacidade econômica do contribuinte, então há uma equiparação em relação à capacidade contributiva.
ATENÇÃO: Há inúmeras decisões do STF que derrubam benefícios fiscais concedidos a certas categorias sem nenhum fundamento em capacidade contributiva, o que configura um verdadeiro privilégio.
Neste sentido:
STF – ADI 4276/MT – Concessão de isenção à operação de aquisição de automóveis por oficiais de justiça estaduais. (...) A isonomia tributária (CF, art. 150, II) torna inválidas as distinções entre contribuintes “em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida”, máxime nas hipóteses nas quais, sem qualquer base axiológica no postulado da razoabilidade, engendra-se tratamento discriminatório em benefício da categoria dos oficiais de justiça estaduais
Outra decisão importante:
STF RE 614.406/RS (Tema 368) – IMPOSTO DE RENDA – PERCEPÇÃO CUMULATIVA DE VALORES – ALÍQUOTA. A percepção cumulativa de valores há de ser considerada, para efeito de fixação de alíquotas, presentes, individualmente, os exercícios envolvidos.
Assim, imagine que determinada pessoa deveria receber uma quantia mensalmente e que esta quantia está dentro da faixa de isenção do Imposto de Renda, todavia não recebe por algum problema. Posteriormente, os valores não recebidos antes são enfim retirados. 
Anteriormente entendia o fisco que tal pessoa pagariao IR sobre o somatório desses valores. 
Mas, não seria isonômica essa cobrança, pois, caso essa pessoa tivesse recebido os valores na época certa, não precisaria arcar com o imposto, logo, há um duplo prejuízo, visto que a pessoa deixou de receber os valores na época certa e, também, foi tributada quando recebeu. É por isso que o Supremo firmou o entendimento acima, informando que a tributação será feita com base nos valores recebidos individualmente em cada período.
ATENÇÃO: isenção para pessoa com deficiência auditiva:
Conforme o art. 1 da Lei 8.8989/95:
Art. 1º Ficam isentos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) os automóveis de passageiros de fabricação nacional, equipados com motor de cilindrada não superior a 2.000 cm³ (dois mil centímetros cúbicos), de, no mínimo, 4 (quatro) portas, inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combustível de origem renovável, sistema reversível de combustão ou híbrido e elétricos, quando adquiridos por: 
(...) 
IV – pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por intermédio de seu representante legal;
Perceba que os deficientes auditivos não são contemplados na Lei. 
Essa questão já foi discutida no Judiciário inúmeras vezes, pois existia uma omissão relevante na lei. Contudo, o Judiciário sempre entendeu que se a lei não concedeu o benefício, significa que ele não existe.
Portanto, o judiciário não poderia estender o benefício, pois estaria legislando. 
CUIDADO: o STF, julgando uma ADO, entendeu que não conceder o benefício prejudicava a inserção dos surdos na sociedade e agredia a dignidade da pessoa humana. Além disso, o STF ainda dispôs que, enquanto não for criada a respectiva lei, os surdos poderão gozar da isenção prevista para os demais casos de deficiência com base no mesmo dispositivo.
Nesse sentido:
STF – AD0 30 – 4. O poder público, ao deixar de incluir as pessoas com deficiência auditiva no rol daquele dispositivo, promoveu políticas públicas de modo incompleto, ofendendo, além da não discriminação, a dignidade da pessoa humana e outros direitos constitucionalmente reconhecidos como essenciais, como os direitos à mobilidade pessoal com a máxima independência possível, à acessibilidade e à inclusão social. Tal omissão constitui violação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada conforme o art. 5, § 3º, da CF/1988. Necessidade do controle jurisdicional. 6. Ação direta de inconstitucionalidade por omissão julgada procedente, declarando-se a inconstitucionalidade por omissão da Lei n. 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, determinando- -se a aplicação de seu art. 1º, inciso IV, com a redação dada pela Lei n. 10.690/2003, às pessoas com deficiência auditiva, enquanto perdurar a omissão legislativa. Fica estabelecido o prazo de 18 (dezoito) meses, a contar da data da publicação do acórdão, para que o Congresso Nacional adote as medidas legislativas necessárias a suprir a omissão.
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA:
A segurança jurídica em Direito Tributário traz vários corolários agrupados sobre o nome de “princípio da não surpresa”
No Direito tributário, esse princípio não se preocupa apenas com o passado, mas também com o futuro, pois é necessário que se dê ao contribuinte um prazo para mensurar como se organizará para o pagamento do tributo. 
Vamos aos subprincípios:
1) IRRETROATIVIDADE:
Assim, dispõe o art. 150, III, a CF:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
Não se pode cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
2) ANTERIORIDADE:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
Não se pode cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. 
É importante perceber que a CF/1988 não dispõe “no mesmo ano”, mas sim no mesmo exercício financeiro. Vale lembrar que existem países que adotam o exercício financeiro de junho de um ano até junho do outro ano. O Brasil poderia mudar para essa regra se quisesse.
3) NOVENTENA:
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
Não se pode cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea “b”.
Nesse sentido, percebe-se que, como regra, anterioridade e noventena não são excludentes. Ou seja, a regra é que se observe os dois princípios ao mesmo tempo. 
A depender do momento do ano em que se está, anterioridade e noventena terão importâncias distintas. Os tributos que obedecem aos dois princípios simultaneamente passam por essa situação. 
OBS: Assim, se o tributo aumentar no início do ano, o princípio mais importante será o da anterioridade, pois garante mais que 90 dias para que o contribuinte possa se organizar. Já a partir de outubro, por exemplo, o princípio da noventena se torna mais importante
Por isso, inclusive que a noventena foi colocada no art. 150, pois era prevista apenas para as contribuições previstas no art. 195.
ATENÇÃO: havia jurisprudência firmada no STF que gerou a súmula 584, que foi cancelada no ano de 2020. Tal súmula permitia que, em caso de aumento da alíquota do Imposto de Renda (IR) durante um determinado exercício, quando as pessoas fossem realizar a sua declaração de IR no outro ano, os rendimentos do ano anterior seriam tributados pela nova legislação. Ao analisar as discussões que levaram a edição da Súmula n. 584 do STF, percebe-se que a discussão envolvida era se havia retroatividade ou não. Naquela época, o Supremo entendia que essa retroatividade era apenas econômica e não considerava a anterioridade.
STF – 159.180/MG – LEI – APLICAÇÃO NO TEMPO – IMPOSTO DE RENDA – ADICIONAL – DECRETO-LEI N. 2.462/1988 – APLICAÇÃO NO ANO-BASE DE 1988 – IRRETROATIVIDADE E ANTERIORIDADE – INOBSERVÂNCIA – INCONSTITUCIONALIDADE. É inconstitucional a aplicação, a fatos ocorridos no ano-base de 1988, do adicional do imposto de renda sobre o lucro real instituído pelo Decreto-Lei n. 2.462, de 30 de agosto de 1988, considerada a violação dos princípios da irretroatividade e da anterioridade. VERBETE N. 584 DA SÚMULA DO SUPREMO – SUPERAÇÃO – CANCELAMENTO. Superado o entendimento enunciado no verbete n. 584 da Súmula do Supremo, impõe-se o cancelamento. “Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.” 
A Súmula n. 584 do STF violava o princípio da retroatividade e, por isso, foi cancelada.
· EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE:
Temos as seguintes exceções:
• II, IE, IPI e IOF; 
• Impostos extraordinários de guerra; 
• Empréstimos compulsórios (para guerra ou calamidade);
ATENÇÃO: os tributos acima (exceto o IPI) também são exceções ao princípio da noventena. Ou seja, são os únicos tributos que, no Brasil, não obedecem a prazo algum para cobrança.
• Contribuições para financiamento da seguridade social (CF/1988, art. 195, § 6º); 
OBS: obedecem à noventena, ficando, portanto, igual ao IPI. 
• ICMS monofásico sobre Combustíveis (Exceção parcial: ver CF/88, art. 155, § 4º, IV); 
• CIDE-combustível (Exceção parcial: ver CF/1988, art. 177, § 4º, I, b).
ATENÇÃO: os dois últimos são exceções parcial, pois são exceções para REDUÇÃO e para RESTABELECIMENTO. 
· EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA NOVENTENA:
Temos as seguintes exceções:
• II, IE e IOF; 
• Impostos extraordinários de guerra; 
• Empréstimos compulsórios (para guerra ou calamidade);
OBS: O IPI não consta desta exceção.
• Imposto de renda; 
• Base de cálculo do IPTU; e 
• Base de cálculo do IPVA
ATENÇÃO: quanto ao IPTU e IPVA, destaque-se que somente a sua BASE DE CÁLCULO. Assim, as alíquotas, por exemplo, não são exceções. 
IPTU e IPVA não tributos sobre

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