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MATERIAL DE ESTUDO DIREITO TRIBUTÁRIO

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Prévia do material em texto

BRENDA LIMA 4- NB 
1 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO – 1º BIMESTRE 
Prof. Mauro 
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO TRIBUTÁRIO 
O sistema tributário brasileiro é constitucional, disposto no Art. 60 CF/88. É considerado rí-
gido, pois é necessário modificar a constituição para efetivar modificações no sistema tributário. 
 Natureza Jurídica: É ramo do direito público, composto pela soma da indisponibilidade do 
interesse público + supremacia do interesse público sobre o privado. 
A indisponibilidade do interesse público pode ser visualizada na exigência de lei para con-
cessão de benefício fiscal (Art. 150,§6 da CF/88.). Enquanto a Supremacia do interesse públi-
co sobre o privado pode ser vista pelo fato da obrigação de pagar tributos decorrer direta-
mente da lei, sem manifestação de vontade autônoma do contribuinte (Ex.: “tem imóvel área 
urbana? Paga IPTU”). 
OBS.: A constituição NÃO cria tributos, mas ATRIBUI COMPETÊNCIAS os Entes federados para insti-
tuir seus tributos. 
1.1. TRIBUTOS - É definido no Art. 3 CTN, sendo neste GENÊRO. Todo gênero comporta espé-
cies, sendo estas: T, I, CM, CS, EC. 
G
Ê
N
E
R
O
 
T 
R 
I 
B 
U 
T 
O 
E
S
P
É
C
IE
S
 
TAXA 
Art. 145 CF/88 
IMPOSTO 
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIAS 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL Art. 149 CF/88 
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO 
Art. 148 CF/88 
 
1.2. CONCEITO DE TRIBUTOS – ART. 3º, CTN 
“Tributo é toda prestação pecuniária1 compulsória2, em moeda3 ou cujo valor nela se possa expri-
mir4, que não constitua sanção de ato ilícito5, instituída em lei6 e cobrado mediante atividade admi-
nistrativa plenamente vinculada7”. 
 1.2.1. ELEMENTOS/CARACTERÍSTICAS DOS TRIBUTOS 
 [...] prestação pecuniária [...] a)
São parcelas sucessivas em dinheiro; relações obrigacionais. 
 [...] compulsórias [...] b)
Não há elemento volitivo na norma jurídica tributária. É obrigação ex lege (decorre da lei), 
independe da vontade do agente. 
 [...] em moeda nacional [...] c)
Só se pode tributar em moeda nacional, ou seja, em reais. 
 [...] cujo valor nela se possa exprimir [...] d)
Possibilidade dos Entes Federados criarem uma unidade própria para expressar o tributo de-
vido [é o que chamamos de índice de referência tributário/ unidade tributária] 
OBS.: Para o STF este expediente só é possível se não exigir um cálculo difícil por parte do contribuinte. 
BRENDA LIMA 4- NB 
2 
 
 [...] que não constitua sanção de ato ilícito [...] e)
A ilicitude não integra o núcleo da norma tributária. 
Atenção! Penalidade não é elemento do tributo, pois tributo não é sanção. A penalidade é resultante do 
não cumprimento da norma tributária, mas, como se trata de um dever patrimonial [entrega de dinheiro 
ao Estado], necessariamente, a penalidade deve estar prevista em lei. 
 [...] instituída em lei [...] f)
Traduzindo: “Sem lei, não há tributo”. Esta característica decorrente do Princípio da Estrita 
legalidade, expressada pela anterioridade da lei tributária, já que, para que o tributo seja co-
brado de forma legítima, se faz necessário que haja lei que o defina. 
BÔNUS – Aqui o Prof. Mauro deu uma relembrada sobre os conceitos de Teoria Geral do Direito. 
 – É o conjunto de normas produzidas pelo Estado (conceito da teoria monista). A) DIREITO 
 – É o produto da interpretação de regras e princípios (R + I = N) B) NORMA 
A regra possui alta normatividade e baixa subjetividade, enquanto o principio tem alta 
subjetividade e baixa normatividade. 
 Regra – A conduta humana é identificada imediatamente. Aqui em caso de descum-
primento, entra o direito com os elementos de coercibilidade e sanção. Ex.: Proibido 
virar a esquerda 
 Princípio - depende do referencial teórico utilizado, tem alta subjetividade. [Matéria 
axiológica]. Ex.: direito a vida (se faz necessário saber o que é vida, o que é assegu-
rado, onde ela começa, etc..). 
 - deve ser dividida em duas dimensões: Lato Sensu (sentido amplo) e Stricto sensu C) LEI 
(sentido estrito) 
 Sentido amplo – É qualquer ato normativo produzido pelo Estado (Art. 59, CF + atos a.
Adm. e normas). Ex.: Emenda da Constituição; Lei Complementar; Lei ordinária; Delega-
da; Lei Pétrea; Artigo; Resoluções; Atos Administrativos e normativos. 
 Sentido estrito – É aquela produzida por quem tem competência, desde que se observe b.
o procedimento legislativo adequado/próprio. 
Para compreender o procedimento, revisa-se: Teoria de Montesquieu (Teoria da Separação 
do Estado). 
O Estado é dividido em três poderes, quais sejam: 
 Legislativo – Cabe ao legislador criar a lei/direito; Ele trata dos fatos relevantes da a)
sociedade e o transforma em fato jurídico, criando, assim, as leis. Ex.: Lei Orçamentá-
ria (PDA, LDO, LOA – instrumentos) 
 Executivo – cabe ao executivo executar a lei estipulada, sob pena do Art. 85, CF/88. b)
 Judiciário – dizer o direito c)
OBS.: Escolhemos quem legisla pela Teoria da Representatividade (Moldura Burguesa)! Os procedimen-
tos legislativos estão dispostos no Art. 59 e ss, CF/88. São eles: I. Emendas (PEC); II. Lei Complemetar 
(PLC); III. Lei Ordinárias (PLO); IV. Lei Delegadas (PLD); V. Medidas Provisórias (MP); VI. Decretos Legisla-
tivos (DL); VII. Resolução 
 
 
BRENDA LIMA 4- NB 
3 
 
2. REGRA MATRIZ TRIBUTÁRIA 
 
A (H) ↔ C (Cp + Cq) 
A ( Cn + Ce + Ct ) ↔ C (( S1 + S2 + Rc + AL)) 
A Antecedente 
A lei prevê que um determinado fato jurídico tributário como 
hipótese de incidência tributária, ou seja, o antecedente é uma 
hipótese de cobrança de tributos. 
↔ 
Há relação/se acontecer, resulta 
em... 
H Hipótese 
C Consequente 
Relação jurídica 
tributária de cunho 
patrimonial 
Concretizando a hipótese, ocorre a consequência, que, por sua 
vez, é uma obrigação de cunho econômico/patrimonial, que deve 
ser cumprida por uma pessoa (sujeito passivo). 
Cp 
Critério Pes-
soal 
Cq 
Critério 
Quantitativo 
A Antecedente 
 
C
m 
Critério Mate-
rial 
V + C = RJTCP 
Relação jurídica 
tributária de cu-
nho patrimonial 
O critério material é composto pelo verbo mais complemento, 
sendo este toda circunstância (V+C) prevista na norma tributária 
que dá início a uma obrigação patrimonial tributária. 
É aquela situação definida em lei que com que faz com que surja 
a obrigação tributária. Ex.: Prestar serviço (V+C) = ISSQN (obriga-
ção tributária); Ser proprietário de imóvel urbano (V+C) = IPTU. 
Ce 
Critério Espaci-
al 
L + V+ C = 
RJTCP 
O critério espacial é o limite territorial, ou seja, segundo este crité-
rio será definido o local onde é devido o tributo. Ex.: Prestação de 
serviço em Curitiba (L+V+C= ISSNQN); Ser proprietário de imóvel 
urbano em Maringá (L+V+C=IPTU) 
Ct 
Critério Tem-
poral 
O critério temporal é o momento de ocorrência do fato gerador, 
varia conforme o tributo. 
C Consequente 
Relação jurídica 
tributária de cu-
nho patrimonial 
O critério pessoal da RMT é composto por quem cobra (sujeito 
ativo), e por quem deve pagar (sujeito passivo). 
Enquanto o critério quantitativo é definido pela base de cálculo, 
ou seja, o valor econômico sobre o qual se aplica a alíquota, é a 
base tributária. Ex.: Base de cálculo de um imóvel é o valor de 
venda, já a alíquota é o percentual (valor fixo) que será aplicado 
para o cálculo do valor de um tributo. 
S1 Sujeito Ativo 
S2 Sujeito Passivo 
Bc Base de Cálculo 
AL Alíquota 
BRENDA LIMA 4- NB 
4 
 
3. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS 
Os critérios são estipulados pelo critério da utilidade, por conta disso, há variação da temáti-
ca nos campos doutrinários. O Brasil adota a teoria Quimpartida, onde os tributos são gênero, com-
posto pelas espécies: I, T, CM, CS, EC (olhar tabela, tópico 1.1.). 
 Pode ser classificado, conforme os seguintes critérios: 
3.1. QUANTO À ESPÉCIE 
 Para esta teoria, o tributo ou é imposto ou é taxa. 3.1.1. TEORIA BIPARTIDA - 
A. IMPOSTO – Art. 16, CTN: É uma espécie de tributo não vinculado a uma atividade Estatal [re-
lativa ao contribuinte]. Explicando - Art 2º,CF/88, divide o Estado em três poderes: Executivo, . 
Legislativo e Judiciário. Aqui, cabe ao Executivo, conforme Art. 165, CF (que estabelece o plano 
orçamentário) e o Art. 175, CF, dispor sobre os impostos no PPA, sendo o dinheiro do contri-
buinte devolvido por um critério meramente político e não por um critério estabelecido em lei, 
haja vista que quem formula o plano plurianual é o executivo, a lei não diz especificamente em 
quais atividades recai a cobrança de imposto. 
OBS.: Não vinculado - São os tributos que independem de uma atividade estatal especifica para serem 
cobrados. 
B. TAXA Art. 145, II, CTN + Art. 77 e 78, CTN: É uma espécie de tributo vinculado a uma ati-– 
vidade estatal relativa ao contribuinte. 
OBS.: Vinculado - são os tributos vinculados a uma atividade estatal que para viabilizar necessário algumas 
atividades do Estado a favor do contribuinte. Ex.: Taxas contribuições de melhorias. 
 B.1. ESPÉCIES DE TAXA:
 a) Poder de polícia Art. 78, CTN: É o próprio podre de regulamentação e fiscalização pelo - 
Estado da atuação do indivíduo, que, quando acionado, possibilita a cobrança de taxa. Sem-
pre que o Estado age em nome do coletivo e considerado do poder de polícia. 
 b) Serviços Públicos Art. 77, CTN: É a utilização potencial ou efetiva de serviço público es-– 
pecifico e divisível. Aqui, basta ao Estado se aparelhar para prestar o serviço, colocando o 
serviço à disposição do contribuinte para possibilitar a cobrança de taxa, independente da 
sua utilização. 
 Específica – quando o contribuinte sabe por qual serviço está pagando! É a possibili-
dade de se identificar o serviço que está sendo prestado. (Quanto usou). 
OBS.: Súmula 41, STF – TIP “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.” 
 Divisível - quando o Estado consegue identificar os usuários do serviço a ser finan-
ciando com a taxa! Ocorre quando, nos serviços suscetíveis de utilização, separadamen-
te, por parte de cada um dos seus usuários, insurge a possibilidade de identificação de 
unidades autônomas (Quem usou). (Art. 79, I e II CTN); 
 Efetiva: Quando o serviço seja por ele [contribuinte] usufruído a qualquer título (Art. 
79,I,b CTN); 
 Potencial: Quando, [os serviços] sendo de utilização compulsória, são postos à disposi-
ção do contribuinte mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento. Ex.: 
coleta de lixo, ela acontece e você, produzindo lixo ou não, paga a taxa. (Súm. 19, STF). 
Ex.: Varrer a rua. É um serviço e não legitima a taxa. Pois não é divisível, não é uma obra. 
BRENDA LIMA 4- NB 
5 
 
 - Para esta teoria, tributo é imposto, taxa e contribuição de melhorias. 3.1.2. TEORIA TRIPARTIDA 
C. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIAS: A CM é cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito 
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições. É instituída para ocor-
rer face aos custos de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite 
total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar 
para cada imóvel beneficiado. 
Ou seja, sempre que houver uma obra pública com valorização imobiliária, há ocorrência da 
CM, que pode ser cobrado de quem se beneficia dela. 
OBS.: Pavimentação Asfáltica - Diante das obras de asfaltamento, muitos municípios entenderam ade-
quado cobrar taxas. O STF entendeu que a taxa de asfaltamento é inconstitucional, em razão da ausência da 
especificidade e indivisibilidade. No caso, o STF apontou para o único tributo adequado: a contribuição de 
melhoria. 
 
OBS.: No caso do recapeamento asfáltico, por se tratar se um dever de manutenção da via pública, a ser 
custeado difusamente pela receita de impostos, não se cogitará da cobrança da contribuição de melho-
ria [STF]. Isso porque uma coisa é benefício, outra é valorização. Tapar buracos é mero benefício, cabendo o 
pagamento de imposto [IPTU]. 
 
 - Esta teoria engloba imposto, taxa, contribuição de melhorias e 3.1.3. TEORIA QUADRIPARTIDA 
contribuição social. 
D. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL Art. 149, CF Contribuição social se pauta na ideia de referibilida-- :
de, ou seja, na ideia de referência, assim, o Estado chama determinada parcela da sociedade 
para pagar o tributo, possibilitando, assim, que se realize uma ação específica direcionada a es-
se grupo determinado. Pode ser: 
a) Contribuições da Seguridade Social- São assim denominadas quando custeiam a Se-
guridade Social [contribuições social-previdenciárias]. 
 Art. 195, CF/88 - Fontes nominadas de custeio da Seguridade Social: 
a. Empregador/empresa [PIS, COFINS, CSL (contribuição social sobre o lucro líquido)]; 
b. Empregado [desconto em folha]; 
c. Receita de loterias [concursos de prognóstico]; 
d. Importador [a partir da EC 42/2003] – PIS-importação; COFINS-importação. 
OBS.: Podem ser criadas por medida provisória. 
b) Contribuições Sociais Gerais [Art. 149 da CF] - São as que não custeiam a Seguridade 
Social. Um bom exemplo dela é o chamado “salário educação”, que visa custear o en-
sino público no Brasil. 
 LER: art. 212, § 5º, CF e Súmula 732 do STF. 
OBS.: A noventena [art. 195, § 6º, CF] só se aplica às contribuições social-previdenciárias; não se apli-
cando à contribuição social geral [aplicando-se o princípio da anterioridade geral + nonagesimal]. 
c) Outras da Seguridade Social - O STF admite a existência das contribuições social-
previdenciárias residuais, previstas no art. 195, § 4º, CF. São tributos federais, cria-
dos mediante lei complementar [MP não!]. 
BRENDA LIMA 4- NB 
6 
 
OBS.: Por fim, o STF entende que ela não poderá ter fato gerador ou base de cálculo próprios dos tribu-
tos previstos no art. 195, I a IV, CF [contribuições social-previdenciárias], nada impedindo que haja uma 
coincidência com o fato gerador ou base de cálculo de impostos. 
 
 - É a adotada pelo nosso ordenamento jurídico. Engloba: Impostos; 3.1.4. TEORIA QUIMPARTIDA 
Taxas; Contribuição de melhoria; Contribuição social e Empréstimo compulsório. 
E. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO – Art. 148, CF: Deve ser instituído por lei complementar; So-
mente a UNIÃO pode impor o empréstimo compulsório. Poderá ser em função de calamidade 
pública, eminência de guerra, ou, investimento público urgente de caráter pessoal. 
 É tributo sim! [STF] – Entendimento da Súmula 418 está ultrapassado [não se aplica mais]. 
 O empréstimo pressupõe uma vontade do proprietário da coisa, o que não ocorre, de 
acordo com os termos inseridos na CF. 
 A doutrina diz que o empréstimo compulsório é quase um contrato. Um contrato forçado. 
 
3.2. QUANTO À COMPETÊNCIA IMPOSITIVA 
 É a capacidade de criar, instituir e majorar tributos. 
Quando tratamos da competência tributária, estamos nos referindo à competência que é ou-
torgada aos Entes públicos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) para instituir, modificar e 
extinguir um tributo. Aqui, observa-se o pacto federativo, dividindo tributos em federais, estaduais, 
municipais e do DF. 
 Só pode exercer a competência tributária aquele que dispõe da competência legislativa 
plena (Municípios, Estados, DF e União), pelo simples fato da aplicação do princípio da le-
galidade. – Art.150, I, CF. Pode ser: 
 Competência legislativa tributária: aptidão para instituir normas tributárias. 
 Competência indelegável, mesmo que não chegue a instituir o tributo. 
 Mas isso não impede o repasse de tributos da União para E, M e DF. 
 Capacidade tributária ativa: competência para cobrar tributos, fiscalizar, arrecadar. 
 Em regra, quem institui cobra o tributo. 
 Exceção: quando o ente público delega a uma pessoa jurídica de direito privado a arre-
cadação do tributo [parafiscalidade] – Ex.: Conselhos Profissionais que arrecadam tributo 
(CRM). 
3.3. QUANTO À FUNÇÃO/NATUREZA DOS TRIBUTOS 
Os tributos tem natureza fiscal, são criados para trazer dinheiro aos cofres do Estado. 
Sempre lembrar: O Estado é um agenteregulador, normatizador, fiscalizador da ordem econômica. 
(poder de polícia). 
 Os tributos fiscais são aqueles, basicamente, que possuem a função arrecadatória 3.3.1. Fiscal - 
[trazer recursos para os cofres do Estado]; 
 Significa dizer que o Estado não está preocupado simplesmente com angariar 3.3.2. Extrafiscal - 
recursos, ele quer regular a economia, com um caráter regulatório. Ex.: IPI zero - a ideia do 
Estado era manter a economia aquecida, ou seja, usa do tributo para alterar o setor econô-
mico; Ex.: IOF; 
BRENDA LIMA 4- NB 
7 
 
 A função parafiscal diz respeito aos tributos que, ao serem criados, concedem a 3.3.3. Parafiscal – 
outra pessoa jurídica a função de ser sujeita ativa [capacidade de cobrar os tributos], desti-
nando os recursos para esses órgãos, como fonte de receita. 
(Mauro) – falou apenas das contribuições educacionais. 
Neste sentido, o tributo parafiscal é direcionado para pessoa jurídica de direito privado que 
atua de forma relevante na geração de conhecimento e formação do trabalho. Ou seja, é di-
recionado para SENAI, CESC, que recebem tributos como fontes de receita. 
 
4. FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
(Mauro) A lei é expressão e não a fonte do direito. O direito vem da realidade, dos fatos re-
ais. Há um problema nas fontes do direito, na medida em que a palavra fonte reclama a ideia de 
origem, ou, lugar de onde surge alguma coisa, desta forma, jamais a lei poderia representar a ori-
gem do direito, quando muito quer significar a expressão do direito. 
4.1. FONTE FORMAL – lei: As fontes formais do direito tributário serão analisadas a forma do 
Art. 59, CF/88. 
Deve-se analisar que o sistema tributário é um sistema tributário constitucional [é], um dos 
poucos países. O grande problema é a rigidez para a alteração da Constituição Federal e, mais do 
que isso, se tem uma ideia de pacto federado, que já se inicia na federação com autonomia, seja 
administrativa, financeira, política. 
A autonomia financeira pressupõe que os Entes Federados, dotados de competência, pos-
sam instituir e arrecadar seus tributos. Ex.: O município pode instituir seus tributos. Pois para satis-
fazer as necessidades públicas, somente o pode fazer através de recursos financeiros. 
(Mauro) Não se pode analisar o direito tributário sem analisar a Constituição Federal 
 Lembrando que a Constituição não cria tributos, ela atribui competências para os entes fede-
rados criarem seus tributo e nada mais do que isso, na CF será encontrada a regra matriz tri-
butária. 
o Estrita legalidade tributária – nenhum tributo pode ser criado sem lei. 
o O problema de estar na CF é a dificuldade de sua alteração. 
 Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
a) I - emendas à Constituição; 
O Art. 60, CF fala das emendas na constituição - alteração que exige um quórum qualificado 
e terá debate nas duas casas legislativas. [Não há participação por parte do chefe do executi-
vo.] 
b) II - leis complementares; 
 Normas gerais em matéria tributária somente serão modificadas por Lei Comple-
mentar. 
 Norma geral é aquela que não pode ser particularizada nas unidades da federa-
ção sob pena de antinomia. 
c) III - leis ordinárias; 
BRENDA LIMA 4- NB 
8 
 
 O CTN é Lei Ordinária com status de Lei Complementar, em observância ao seu 
quórum qualificado. 
 Lei ordinária é o principal veículo para inserir tributos. 
 AEP! 
d) IV - leis delegadas; 
 Art. 68 CF. 
 Não há leis delegadas no Brasil, pois o Presidente poderá fazer uso da medida 
provisória (Art. 62, CF); 
e) V - medidas provisórias; 
f) VI - decretos legislativos; 
g) VII - resoluções. 
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação 
das leis. (Olhar anexo i)i 
 
4.2. FONTE MATERIAL – fato gerador 
 É a circunstância [o acontecimento] no mundo concreto que dá origem a obrigação tributá-
ria. Ex.: Prestar serviço; Importar; Exportar. 
(Mauro) O fato gerador é algo no mundo. Não há tributação por hipótese. 
 Exceção: Art. 150, §7º, CF/88. 
Mauro usou como exemplo o ICMS, aplicando-o numa cadeia produtiva entre indústria de 
São Paulo e distribuidora, varejo e consumidor final, do Paraná. 
O ICMS incide sobre a circulação de mercadoria, que, nada mais é do que a transferência 
desta [venda]. Em cada transferência, o imposto recai na data do fato gerador, ou seja, no dia da 
venda. Então, a Indústria pagaria o ICMS SP e a distribuidora o ICMS PR apenas quando houvesse a 
transferência do bem ao varejo e assim sucessivamente. 
Com a hipótese do ICMS presumido, o pagamento do ICMS SP e do ICMS PR seria feita já no 
inicio da relação, ou seja, a indústria, no ato da transferência, já pagaria o ICMS PR E SP, pois há uma 
presunção de rotatividade. (Mauro) “Paga-se antes por afetar o fluxo de caixa de ambos.”. 
 
5. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – ART. 6 e 7, CTN. 
A Constituição Federal não elabora tributos, somente delega competência para que os entes 
públicos o criem através de leis próprias. 
 Logo, pode-se dizer que, competência tributária nada mais é que do que o poder que a 
União, Estados, Municípios e Distrito Federal têm de criar tributos por meio de leis, obedecendo aos 
ditames e limites estabelecidos pela Carta Constitucional. 
 O desempenho do poder de tributar é uma prerrogativa e não uma determinação constitu-
cional. Com isso, cada ente opta e pratica a competência tributária, levando em consideração os 
elementos do poder discricionário de conveniência e oportunidade e analisando os aspectos políti-
cos e econômicos em que vivem. 
BRENDA LIMA 4- NB 
9 
 
 Síntese: É o poder de instituir e majorar tributos. Via de regra, é a constituição que atribui 
competência aos entes federados, dai porque o exercício da competência tributária institui 
competência legislativa plena. 
 
5.1. CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 – ART. 7, CTN: A competência tributária é indelegável, disposição expressa do 5.1.1. Indelegável 
Art. 7º do CTN, um ente político não pode delegar [conferir a outra pessoa de direito públi-
co] a competência tributária que tenha recebido da Constituição Federal. O poder de tributar 
é exclusivo do Ente que o recebeu. 
(Mauro) “A competência só pode ser exercida pelo ente que recebeu tal prerrogativa. Pode-se: Ins-
tituir, majorar, reduzir, arrecadar, fiscalizar.”. 
Lembrar - Delegação de atribuições e funções tributárias não se confundem com a delegação de 
competência tributária. É curial que qualquer um dos entes públicos pode delegar certas funções tribu-
tárias (dentre elas de arrecadação, fiscalização e, inclusive, cobrança judicial) sem que isto possa signifi-
car delegação de competência tributária, pois não está em causa a instituição de tributos. 
 Hipóteses de não incidência de delegação: 
 PJ de Direito Público pode atribuir a outra a competência de: fiscalizar, aumentar, a)
executar lei, para outra. Ex.: INSS – cobrado por uma autarquia. (Art. 18, §3º, CF/88 
- Relata a autonomia dos entes de federação) 
 PJ de direito Público pode atribuir a PJ de direito Privado a função de arrecadar; b)
 É irrenunciável, pois as receitas do Estado são receitas tributárias [RO e RD].5.1.2. Irrenunciável - 
Temos um sistema de capital, o Estado deve ter recursos para alcançar sua função, ou seja, a 
receita tributária é um bem público, portanto, indisponível e irrenunciável. 
 Receitas tributárias - tem como finalidade o custeio das despesas estatais e suas necessi-
dades de investimento. 
BRENDA LIMA 4- NB 
10 
 
 Estas, obtidas através da cobrança de tributos, possuem previsão legal de repartição entre 
seus entes, seguindo normas que visam dar autonomia aos entes menores que a União Fe-
deral. Além de também visar à redução das desigualdades regionais [Art. 3º, III, da CF.]; 
 O Sistema Constitucional Tributário não prevê repasses de um ente menor a um ente maior, 
ou seja, os municípios não fazemrepasses aos estados nem a União, e os estados não repas-
sam a União, somente aos municípios [Lembrar: Art. 32, CF/88.] 
 Mauro citou as Receitas tributárias: RO, RD e RTV. 
o RO – Receita Originária: Advêm da exploração de bens próprios da adm. Pública, 
por meio da alienação de bens ou serviços. Ex.: bens vacantes; doações. 
o RD – Receita Derivada: São provenientes do poder impositivo do Estado sobre 
um patrimônio alheio. Ou seja, é o tributo! 
Repartição Constitucional da Receita: 
 Fonte 1 – Estados: Art. 157, CF/88 
 Fonte 2- Municípios: Art. 158, CF/88 
o RTV – Receita por Transferência Voluntária: Depende da força política! 
 
 Art. 8, CTN: O não exercício da competência não impossibilita que o 5.1.3. Incaducabilidade – 
ente federado a qualquer momento venha viabilizá-la. Ex.: Impostos sobre grandes fortunas. 
 
5.2. BITRIBUTAÇÃO, BIS IN IDEN E BITRIBUTAÇÃO INTERNACIONAL: 
(Mauro) Para cada fato gerador, se tem um tributo. 
 Bis in iden: Ocorre quando um único Ente Federado, dotado de competência tributária, tri-
buta duas vezes o mesmo fato. [Lembrar: não passando da alíquota máxima, pode criar dois 
tributos com nomes diversos, não seria inconstitucional.] 
 Bitributação: Ocorre quando dois ou mais Entes Federados tentam cobrar tributo pelo 
mesmo fato. Ocorre, então, um falso problema de competência tributária [lide]; A resolução 
compete ao judiciário. 
o Duas entidades tributantes tributam mesmo contribuinte pelo mesmo fato gerador. 
o Só é possível no caso da União criar imposto extraordinário de guerra. 
(Mauro) É um falso problema, pois algum ente federado está ali cobrando de forma indevida. 
 Bitributação internacional: Tecnicamente é forçada, baseada na reciprocidade. São dois en-
tes soberanos cobrando tributo pelo mesmo fato [dinheiro do indivíduo]. Não pode ser tra-
tada como ato inconstitucional. Deve-se analisar previamente o tratado constitucional. Ex.: 
Quando há um brasileiro, morando no Japão, transfere dinheiro para o Brasil. Será tributado 
pelos dois países. 
 
5.3. ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA 
 É aquela que só pode ser exercida pelo ente que recebeu do constituinte o po-5.3.1. Privativa –
der de tributar tributo específico. Ex.: IPTU; 
“A atribuição de competência para instituir impostos constitui uma forma de limitação 
do poder de tributar, na medida em que, ao determinar quais são os impostos que podem ser 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641719/artigo-3-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731614/inciso-iii-do-artigo-3-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
BRENDA LIMA 4- NB 
11 
 
criados pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, a constituição deli-
mita o campo fático e pode servir de suporte a esses impostos.” 
 Hugo de Brito Machado 
 Art. 154, I, CF/88 5.3.2. Residual – 
(Mauro) - Resíduo é aquilo que sobra. 
 A União poderá instituir por meio de lei complementar impostos residuais, isto é, outros que 
não sejam de sua competência, desde que não cumulativos e não tenham fato gerador ou 
base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição. (Observar o Art. 153, CF/88). 
 Lembrando que compete apenas a União à criação de impostos (Art. 16 CTN) 
“Relevante é a exigência de lei complementar para o exercício da competência residual. 
Com isso se evita o argumento de que determinado tributo, criado por lei ordinária e sem natureza 
jurídica específica bem definida, seja tido como imposto da competência residual. É importante 
também a exigência de não cumulatividade, bem assim a de não superposição relativamente aos 
impostos elencados pela Constituição. Com isto se evita a bitributação disfarçada”. 
Hugo de Brito Machado. 
 A tributação pressiona os ciclos de riqueza e, para aliviar a carga tributária, alguns impostos 
não são cumulativos, a fim de aliviar a cadeia de tributação. Ex.: ICMS; ISS. 
 Art. 154, II, CF/88 + Art. 4º, CTN: Apenas a União tem competência. Ex.: 5.3.3. Extraordinária – 
imposto extraordinário de guerra. 
 Distrito Federal. Tem natureza mista, é um ente federado com natureza mista. 5.3.4. Cumulativa - 
Faz às vezes de Estado, às vezes de Município, por isso, lá, será visto o IPTU distrital e ICMS 
distrital. A União também pode cumular tributos sobre territórios, se nesses territórios não 
tiverem municípios. 
 É aquela que pode ser exercida por qualquer ente federado.5.3.5. Concorrente - 
 
6. PLANO DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
A incidência tributária são todas as circunstâncias previstas na norma jurídica tributária. 
De outro giro, a não incidência tributária são todas as circunstâncias não previstas. Visto que, no 
Brasil, não se paga tributo por mera hipótese. 
 Para NÃO incidir, temos três possibilidades. 
a) O Ente tributante não tem competência [é incompetente]. Ex.: ISS – Contribuinte tem a 
loja em Sarandi, mas a prestação do serviço é feito em Maringá. O ISS tem que ser pago 
em Maringá, pois é onde se realiza o serviço. 
b) O Ente tem competência, mas não a exerce. Ex.: Imposto sobre grandes fortunas. 
c) O Ente tem competência, mas sofre limitações, pois o constituinte retira parcela dessa 
competência. Ex.: As imunidades dadas aos locais que praticam culto de qualquer reli-
gião. A imunidade se estende para todos os templos no sentido de direcionar o dinheiro 
para o culto. 
OBS.: LIMITAÇÕES! Ou estarão qualificados a não incidência ou haverá imunidade 
BRENDA LIMA 4- NB 
12 
 
7. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – VISÕES DOUTRINÁRIAS 
EXTRA! Para a prova, usar o conceito do Mauro. 
 Conceito adequado: Imunidade é a norma constitucional de desoneração tributária que, jus-
tificada no conjunto de caros valores proclamados na Carta Magna, inibe a atribuição de 
competência impositiva e credita ao beneficiário o direito público subjetivo de não incomo-
dação perante o ente tributante. 
o Imunidade tributária é uma norma de desoneração [norma desonerativa] de tributo. 
o É o comando constitucional que afasta o tributo [exoneração]. 
o A norma imunitória assume na doutrina diferentes perspectivas conceituais. 
o Segundo o STF, as imunidades são direitos fundamentais encampados em cláusulas 
pétreas, não podendo ser excluídas da CF por emenda constitucional. 
o É a limitação ao poder de tributar. 
o Dispensa constitucional do tributo. 
o É a não incidência do poder de tributar constitucionalmente qualificada. 
2.1. Imunidade = limitação constitucional ao poder de tributar 
Hugo de Britto Machado. 
 Ao poder do Estado de exigir tributo, existem imunidades que impedem essa exigência. 
“Imunidade é o obstáculo decorrente de regra da Constituição à incidência de regra jurídica de tribu-
tação. O que é imune não pode ser tributado. A imunidade impede que a lei defina como hipótese de 
incidência tributária aquilo que é imune, é limitação da competência tributária. A imunidade dos tem-
plos concerne ao que seja necessário para o exercício do culto. Nem se deve restringir seu alcance, de 
sorte que o tributo constitua um obstáculo, nem se deve ampliá-lo. 
Não pode haver impostos sobre missas, batizados, ou qualquer outro ato religioso. Nem sobre qual-
quer bem que esteja a serviço do culto. Mas pode incidir imposto sobre bens pertences à igreja, desde 
que não sejam instrumentos desta. Prédios alugados, por exemplo, assim como seus respectivos ren-
dimentos, podem ser tributados.” 
2.2. Imunidade = norma de não incidência [ou forma qualificada de não incidência] 
Luciano Amaro; Misabel Derzi. 
 A norma de isenção também é considerada uma norma de não incidência, mas, por não es-
tar na Constituição, não é considerada qualificada, tal como a imunidade. 
2.3. Imunidade = norma que colabora no desenho das competências impositivas, pela face 
negativa, sendo chamada de “norma de incompetênciatributária”. 
Paulo de Barros Carvalho. 
 Competência Tributária é o poder de criar o tributo. 
 Imunidade cria um campo blindado onde a norma de competência não pode adentrar. São 
normas opostas. 
 A norma de competência e a norma de imunidade habitam o texto constitucional, e esta úl-
tima representa a face negativa daquela. 
 
BRENDA LIMA 4- NB 
13 
 
LEMBRAR – INSENÇÃO ≠ IMUNIDADE 
8. ESPÉCIES DE IMUNIDADES - Art. 150, inciso VI, “a”, “b”, “c”, “d” 
 Toda imunidade é prevista na CF/88 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
[...] VI - instituir impostos sobre:[...] 
 A imunidade aqui se refere somente aos impostos. Os outros tributos incidem normalmente. 
 
8.1. IMUNIDADE RECÍPROCA [art. 150, VI, a, CF]. 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
 Prof. Sacha Calmon chama de imunidade intergovernamental recíproca. 
 Por este inciso, os entes políticos não podem cobrar impostos uns dos outros. 
 Trata-se de cláusula pétrea. 
 A alínea “a” refere-se a um rol de impostos: sobre patrimônio, renda ou serviços [artigos 
19 a 73 do CTN]. 
o Imposto sobre patrimônio: IPTU, IPVA, ITBI. 
o Imposto sobre renda: IR. 
o Imposto sobre serviço: ISS. 
 O patrimônio, a renda ou serviços, devem estar vinculados à finalidade essencial da pes-
soa jurídica ou a uma finalidade que decorra dela. Ex.: terreno baldio – poderá ensejar a 
tributação, uma vez que não está atrelado à finalidade essencial da pessoa jurídica ou a 
uma finalidade dela decorrente. 
OBS.: Sociedade de economia mista e empresa pública não têm direito à imunidade recíproca [tributação 
normal] – personalidade de direito privado. 
Exceções: Quando a atividade exercida pela SEM e pela EP assemelha essas pessoas jurídicas a uma autar-
quia. STF entende que é possível a aplicação da imunidade recíproca. [Nestes casos, elas prestam serviços 
essenciais.] São 3 os casos: 
a) Correios [empresa pública] – desempenha função exclusiva de Estado, dotada de estatalidade. 
b) INFRAERO [empresa pública] – idem aos Correios. 
c) CAERD - Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia [soc. econ. mista] 
 
OBS.: Atividade desempenhada pelos Correios, ao longo dos anos, mudou sua natureza. Hoje, realizam-se 
diversas atividades, não só as exclusivamente desempenhadas pelo Estado. Deve haver uma ponderação. 
CESPE já considerou válida a ideia de ponderação para a jurisprudência dos Correios, “ante o fato de essa 
pessoa jurídica executar, também, serviços que, inequivocamente, não são públicos nem se inserem na ca-
tegoria de serviços postais”. 
 
OBS.: Quem compra imóvel de autarquia paga IPTU [Súmula 583 do STF]. 
 
8.2. IMUNIDADE RELIGIOSA [art. 150, VI, b, CF] + Súm. 724, STF] 
BRENDA LIMA 4- NB 
14 
 
b) templos de qualquer culto; 
 Os templos de qualquer culto não serão alvo de impostos. 
 Proteção do direito de crença e culto [artigo 5º, incisos VI e VIII, CF]. 
 Não incidem: I. IR sobre a renda da igreja [não do padre, do pastor etc.]; II. IPVA sobre 
o carro da igreja; III. IPTU sobre imóvel da igreja, etc. 
 Todos são impostos que se relacionam a patrimônio, renda ou serviços [§ 4º, art. 150, CF] 
relacionados às finalidades essenciais da igreja. 
 Não incidirá, inclusive, se o imóvel da igreja é alugado para terceiros, desde que 
aplique renda para atividades essenciais [Súmula 724 do STF]. 
 § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem so-
mente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenci-
ais das entidades nelas mencionadas. 
 Quanto aos outros impostos, prevalece o entendimento do STF [interpretação extensiva]. 
(Mauro) Polêmica quando aos centros de Umbanda e Candomblé, por se tratarem de religiões 
auriculares, ou seja, que perpetuam por tradição oral. 
Casos práticos 
1. O imóvel pertence a João, que o aluga à igreja X. Incide IPTU? Sim, pois as convenções parti-
culares não podem alterar o sujeito passivo legalmente determinado [Art. 123 do CTN]. 
2. Igreja X, proprietária de um apartamento, aluga-o a terceiros. Incide o IPTU sobre este bem? 
Depende. Não incidirá, desde que lucro se reverta em favor da igreja [§ 4º, Art. 150, CF – re-
lacionado com a finalidade essencial da entidade, ou seja, propósito religioso] – Súm. 724 do 
STF. 
OBS.: Não pode haver prejuízo à livre concorrência [Ex.: igreja dona de 100 imóveis]. 
 
OBS.: E quanto ao terreno da igreja utilizado para o sepultamento de fiéis/religiosos? Também não incidi-
rá IPTU, pois é extensão do templo. E se o terreno for de particular alugado para se fazer sobre ele um 
cemitério privado? STF entende que deve prevalecer a tributação, não obstante uma das finalidade seja 
religiosas. 
 
8.3. IMUNIDADE DE CERTAS PESSOAS JURÍDICAS [art. 150, VI, c, CF] 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência 
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
 Protegem-se quatro pessoas jurídicas. 
a) Partido Político - protege-se a liberdade política 
b) Fundações ligadas aos partidos políticos. 
c) Sindicato de trabalhador - proteção dos direitos sociais e do hipossuficiente. 
d) Entidade Educacional [faculdades, escolas, bibliotecas, museus] - proteção da educação 
[Artigos 205 e 208 da CF]. 
e) Entidade de Assistência Social [sem fins lucrativos] - proteção da assistência social 
[Artigos 203 e 204 da CF]. 
BRENDA LIMA 4- NB 
15 
 
 
OBS.: Única entidade brasileira imune a impostos e às contribuições da seguridade social é a entidade de 
assistência social. 
Art. 195, § 7º, CF - São isentas [leia-se “imunes”] de contribuição para a seguridade social as entidades 
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
 
OBS.: Alíneas “a”, “b” e “d” são autoaplicáveis. 
Por sua vez, alínea “c” é a única imunidade não autoaplicável, pois depende de lei. Ou seja, a regulação da 
imunidade [norma de estrutura] está condicionada ao dispositivo legal [norma de conduta]. 
 Que lei é essa? Lei Complementar [art. 146, inciso II, CF]. 
 Que lei complementar? CTN – lei ordinária com status de complementar. 
 Que artigo? Artigo 14 do CTN 
Norma não bastante em si [Pontes de Miranda]: necessita de incremento normativo [art. 14 do CTN]. 
Art. 14 do CTN. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguin-
tes requisitos pelas entidades nele referidas: 
Requisitos: a) se tiver lucro, este não pode ser distribuído com os mantenedores; b) se tiver lucro, não 
pode ser remetido dolosamente para o exterior; c) manutenção em dia da escrituração contábil. 
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
 Lucro é permitido; o que não se permite é a apropriação do lucro obtido. 
 Não se proíbe o animus lucrandi, mas sim, o animus distribuendi. 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de 
assegurar sua exatidão. 
 Trata dos deveres instrumentais do contribuinte. O fato de a entidade ser imune não a desobriga 
de cumprir os deveres instrumentais [há uma relação de independência entre a obrigação principal 
– pagar – e a obrigação acessória. 
 
8.4. IMUNIDADE DE IMPRENSA 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
 São imunes: Três veículos de pensamento: livros, jornais e periódicos; Um insumo: papel [uti-
lizado na impressão desses veículos]. 
 Trata-se de uma imunidade objetiva - afasta os impostos de bens e coisas [e não de pessoas, 
como ocorre nas 3 alíneas anteriores]. Ex.: não é a editora que é imune, mas sim, os livros 
que ela edita. Ou seja, aeditora paga ITBI do prédio que ela comprou; paga IR, IPVA, IPTU, 
PIS, COFINS, etc. 
 Se não existisse a imunidade, qual imposto incidiria sobre o livro? ICMS, Imposto de Impor-
tação e IPI. 
 Aqui, homenageia-se a liberdade de expressão, a difusão do conhecimento e a utilidade so-
cial do bem [caso da lista telefônica que, segundo o STF, é periódico imune]. 
BRENDA LIMA 4- NB 
16 
 
 Que tipo de informação deverá ser considerado para fins de imunidade? Ou o conteúdo é ir-
relevante para fins de imunidade? 
 Vale a liberdade de expressão – conteúdo é irrelevante [Ex.: revista pornográfica]. 
OBS.: Suporte material 
Livro inserto em outros meios [Ex.: CD-ROM,] terá imunidade? A doutrina e a jurisprudência oscilam 
quanto à extensão da imunidade ao livro eletrônico e sucedâneos [audiobook, e-book, etc.]. 
Para Roque Antônio Carrazza, a interpretação deve ser a mais ampla possível, uma vez que o conceito de 
livro é aberto e atemporal. Por outro lado, Ricardo Lobo Torres defende que não se pode “saltar da cul-
tura tipográfica para a cultura eletrônica”, afastando a extensão da imunidade. 
No plano jurisprudencial, a controvérsia persiste. 
Em decisão monocrática, o Min. Dias Toffoli, no RE 330817, [fev/2010] posicionou-se sobre a questão, 
afastando a imunidade no caso de uma enciclopédia jurídica em formato de CD-ROM. Deve-se aguardar 
o julgamento definitivo. 
O conceito de livro deve ser aquele que atende ao propósito axiológico de transmissão do conhecimen-
to, sendo irrelevante o suporte material. 
Situações: 
a) Lista telefônica – periódico imune para o STF [utilidade social do bem] 
b) Álbum de figurinhas – periódico imune para o STF [mesmo que não se colem as figurinhas, di-
funde-se o conhecimento de modo lúdico –“expressiva qualidade cultural e valor pedagógico, 
no ato lúdico de transmissão do conhecimento” – Min. Ellen Gracie]. 
 
OBS.: Protegem-se os outros insumos necessários à fabricação do livro, por exemplo, linha que o costura, 
tinta para impressão etc.? Doutrina sempre se insurgiu contra essa limitação, afirmando que a interpreta-
ção deveria ser ampliativa para abarcar os outros insumos que não somente o “papel”, sob pena de esvaziar 
a norma. 
Os Tribunais sempre oscilaram no tema. 
Súmula 657 do STF - A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos 
necessários à publicação de jornais e periódicos [reafirma a interpretação restritiva, não incluindo os 
outros insumos]. 
 
OBS.: RE 202.149: Importação de chapas para impressão offset de jornais. Voto de desempate da Min. 
Carmem Lúcia: “a referência, no preceito, a papel é exemplificativa e não exaustiva”. 
 
8.5. IMUNIDADE CULTURAL [art. 150, VI, d - e, CF] 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras 
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas 
por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os 
contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a la-
ser. 
BRENDA LIMA 4- NB 
17 
 
OBS.: Imunidade Tributária nos tributos indiretos [ICMS e IPI] [posição STF] 
[Válida para todas as alíneas] 
 Quando uma entidade imune vende uma mercadoria, terá imunidade em relação ao ICMS, desde que 
reverta o produto em função da entidade. Quando a entidade compra, a tributação será normal. 
 Ou seja: Venda de mercadorias = imunidade [desde que a renda seja revertida aos propósitos essenciais 
da entidade]. Compra de mercadorias = tributação normal. 
 Essa imunidade não se estende às taxas e contribuições de melhoria. 
 
9. DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR – Art. 150, CF/88 
(Mauro) “A relação jurídica tributária não é de poder, é política!”. 
 Rol contêm direitos fundamentais do contribuinte (direito ao não retrocesso) 
 Ademais, ainda sobre o rol, este é exemplificativo, haja vista a composição: [...] sem preju-
ízo a outras [...], que permite a aplicação de outras normas. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuin-
te, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
 
9.1. Art. 97, CTN+ Art. 150, I, CF/88 – Princípio da Legalidade 
[...] I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
(Mauro) Entende que o princípio deveria ser chamado de “Mitigação ao Princípio da Estrita Legali-
dade” 
 Podemos dizer que, em matéria tributária, ninguém será obrigado a cumprir um dever 
instrumental tributário que não tenha sido criado por meio de lei, pela pessoa política 
competente. Segundo Carrazza, este há de ser um conceito fechado, seguro, exato, rígido 
e reforçador da segurança jurídica. 
Observando os elementos que permitem a identificação do fato imponível (hipótese de inci-
dência, sujeito ativo e passivo), fica vedado o emprego de analogia pelo judiciário ), e da 
discricionariedade ( pela administração pública ). 
(Carrazza, 2005) 
 Aplica-se tanto para instituir quanto para aumentar o tributo [Inciso I, Art. 150 CF], ou, pa-
ra exigir tributo. 
 Exigir: Significa que a cobrança do tributo tem que se pautar em uma lei anteriormente 
criada ao fato gerador. 
 Aumentar tributo: A majoração da carga tributária pressupõe uma lei strito sensu – toda 
carga tributária é consentida. 
“Só mediante lei são possíveis à criação e a majoração de tributo. Não mediante decreto, ou portaria, 
ou instrução normativa, ou qualquer ato normativo que não seja lei, em sentido próprio, restrito. Essa 
regra, porém, admite exceções no que se refere a majoração de certos tributos, que pode ocorrer, den-
tro de limites fixados em lei, por ato do Poder executivo. Tais exceções, porém, são somente as previs-
tas na própria Constituição Federal” 
Hugo de Brito Machado 
 
BRENDA LIMA 4- NB 
18 
 
 Todos os elementos do tributo devem estar previstos em lei, de forma exaustiva [Princí-
pio da Taxatividade no Direito Tributário ou Princípio da Tipicidade Cerrada]. 
 Tributo deve estar integralmente detalhado na lei, sem que haja margens para lacunas. 
 Esses elementos estão definidos no Art. 97 do CTN. Lei deve prever: 
 Fato gerador 
 Base de cálculo 
 Alíquota 
 Sujeito passivo [aquele que está obrigado ao recolhimento do tributo] 
 Sujeito ativo [quem pode exigir o tributo] 
 Além de estabelecer esses elementos, a lei também deve estabelecer penalidades pelo 
não cumprimento da lei tributária, ou seja, pelo não recolhimento do tributo. 
 REFORÇANDO: É importante observar que, para respeitar a lei, a norma jurídico tri-
butária deve identificar, quem deve pagar, a quem deve pagar, quanto deve pagar, 
quando se deve pagar e como deve pagar. Se faltar um desses elementos, não se 
respeitou o princípio da legalidade [em matéria tributária]. 
 
 9.1.1. EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
Segundo Mauro: 
a) Art. 153, §3º, CF/88 – É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limi-
tes estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos (Altera as alíquotas dos impos-
tos de importação, imposto de exportação, sobre o IPI – imposto sobre produtos indus-
trializados, sobre IOF – impostos com natureza extrafiscal ou regulatórios.). É mitigação, 
pois, quando falamos do Princípio da Legalidade, somente lei strito sensu podem modifi-
car tributos. Estes só intervêm na Ordem Econômica. 
b) Art. 97, §2º, CTN - que diz não constituir majoração de tributo à atualização do valor 
monetário da respectiva base de cálculo. A atualização monetária realizada pelo municí-
pio, não representa um aumento real da base de cálculo, mas um aumento fictício, facul-
tando ao município realiza- lá por meio de decreto do prefeito. Contudo esta atualização 
deve ter limites de modo a não caracterizar um aumento na base de cálculo, revestido de 
atualização monetária. Em Maringá, temos o decreto do prefeito determinando aplicação 
de correção monetária na planta genérica de valores imobiliários.Súm. 160 STJ: “É defeso ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto em percentual 
superior ao índice oficial de correção monetária. A atualização se realiza por meio do 
decreto do prefeito.”.......???????????? hahahaha 
(Mauro) “Quem pode mais, faz mais. Quem pode menos....” 
Segundo a doutrina: 
a) Art. 153 §1°, CF - Impostos extrafiscais [II, IE, IPI, IOF]: dá-se por meio de decreto; gera in-
tervenção na economia; 
b) Art. 97, § 2º, CTN 
a) Art. 177, § 4º, I, b - CIDE combustível: está indiretamente posto no artigo, que possibi-
lita ao executivo reduzir ou restabelecer a alíquota da contribuição de intervenção e do-
BRENDA LIMA 4- NB 
19 
 
mínio econômico ( CIDE ), relativa às atividades de importação ou comercialização de pe-
tróleo e seus derivados, gás e seus derivados e álcool combustível. O ato normativo é o 
decreto presidencial. 
 
9.2. Art. 150, II, CF/88 – Princípio da Isonomia ou da Igualdade Tributária 
 II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situa-
ção equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou fun-
ção por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títu-
los ou direitos; 
 Ratifica a ideia constante do artigo 5º, caput, CF [isonomia genérica – “Todos são iguais 
perante a lei”]. Todos aqueles que realizarem o fato gerador, serão considerados sujeitos 
passivos da obrigação tributária. 
 Para realizar a isonomia, deve-se respeitar o Princípio da Pessoalidade e o Princípio 
da Capacidade contributiva! É proibido instituir tratamento desigual entre contribuintes 
que se encontrem em situação equivalente, ou seja, é permitido um tratamento isonômi-
co para aqueles que se encontram em situação equivalente [relativização da isonomia – 
igualdade para os iguais, desigualdade para os desiguais]. 
(Mauro) “Quem tem mais, paga mais. O melhor exemplo disso é o IR” 
 Princípio decorrente do contexto histórico brasileiro – Ditadura Militar! 
Em 1967, em decorrência do regime militar, muitas desigualdades foram perpetradas, es-
pecialmente no tocante ao cargo ou função que a pessoa ocupava. Por exemplo, se fosse 
juiz, não pagava imposto de renda; se fosse deputado, também. Por conta disso, a segun-
da parte do inciso II do artigo 150 da CF expressamente determina que é proibida qual-
quer distinção em razão de ocupação profissional. 
Para Ricardo Lobo Torres, essa parte final do dispositivo vem coibir a concessão de 
“privilégios odiosos”, evitando que a tributação ocorra em função de cargo ocupado 
ou função exercida. 
 Para se efetivar o Princípio, faz-se necessário a leitura do Art. 145,§1º, CF/88 [Princí-
pio da Capacidade Contributiva, segundo a doutrina] 
Art. 145, § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão 
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à adminis-
tração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identifi-
car, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendi-
mentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
 O princípio se refere a impostos [salientando-se, entretanto, que a CF/46 fazia menção a 
tributos]; 
 O STF vem aplicando o princípio a outras espécies tributárias, por exemplo, taxas. Para o 
Tribunal, a expressão “impostos” deve ser lida como “tributos” e a expressão “sempre 
que” deve ser lida como “sempre é”. 
(Mauro) tal posicionamento deve ser considerado uma mutação constitucional. 
 A expressão “sempre que possível” indica que o princípio será aplicado de acordo com a 
potencialidade técnica de cada imposto [ex.: IR, IPTU, ICMS, IPI, etc.]. 
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20 
 
 O princípio será concretizado a partir de técnicas de incidência de alíquotas, tais como: 
progressividade, seletividade, etc. 
 
OBS.: Mauro abriu discussão sobre dois pontos doutrinários! 
a) Crítica da doutrina quanto à aplicação dos tributos no Brasil – A incidência tributária na Europa 
ocorre na “renda e propriedade”, enquanto no Brasil, o “foco” é na “produção e consumo”, isso impe-
de a rotatividade do capital e, consequentemente, gera ineficácia do princípio da isonomia, haja vista 
que no Brasil paga-se proporcionalmente mais do que se ganha, tornando a expressão “quem tem 
mais, paga mais” em “quem ganha menos, paga mais”; 
b) Posicionamento de José Afonso da Silva sobre a análise vertical e horizontal [para identificação] 
à luz da capacidade contributiva – Em apertada síntese, para o Doutrinador deve-se avaliar a igual-
dade de forma vertical, pois fica nítida a disparidade [capacidade contributiva/renda] entre os contri-
buintes, já que pela análise horizontal, somente seria possível a identificação da isonomia através do 
critério da pessoalidade. 
9.3. Art. 150, III, CF/88 – Princípio da Segurança Jurídica ou Princípio da Não Surpresa: 
III: Cobrar tributos: 
a) Em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os 
houver instituído ou aumentado 
b) Do mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu 
ou aumentou; 
c) Antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que 
os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea B. 
 O planejamento orçamentário é determinante para a eficácia do princípio; 
 Podemos encontrar o planejamento no Art. 174, CF/88. É através dele que é feita a 
execução orçamentária; 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado 
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamen-
to, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor pri-
vado. 
 § 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvol-
vimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos 
nacionais e regionais de desenvolvimento. 
 § 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativis-
mo. 
 § 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, 
levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos 
garimpeiros. 
 § 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na au-
torização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais ga-
rimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 
21, XXV, na forma da lei. 
 O princípio da não surpresa comporta três subprincípios: 
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 O tributo só pode ser cobrado a partir do momento da cria-9.3.1. Princípio da irretroatividade - 
ção da lei e não retroagirá. 
(Mauro) “A lei é feita para o futuro, não pode analisar fatos pretéritos. A regra é a do tempus regit 
actum”. 
 - Não pode a União, os Estados, o DF e os Municípios cobrar tributo 9.3.2. Princípio da Anuidade 
no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os instituiu [ou au-
mentou]. Em apertada síntese: o tributo criado em um ano, só vale para o exercício financei-
ro seguinte. Ex.: Aumento de imposto feito no orçamento de 2018, só se aplicará em 2019 
(Essa é a Regra!) 
 Genericamente, pode-se dizer que o princípio da noventena 9.3.3. Princípio da noventena - 
[chamado de Princípio da Anterioridade pela doutrina clássica] é uma vacatio legis específica 
para a lei tributária. Trata-se de um prazo em que a lei tributária publicada tem sua vigência 
[capacidade de produção de efeitos] postergada. (Essa é a exceção!) 
 Regra geral: artigo 150, III, “b” e “c”, CF. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
 [...] 
 III - cobrar tributos: 
 [...] 
 b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou; 
 c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei queos ins-
tituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b [incluída pela EC 42/2003]; 
 Regra específica: artigo 195, § 6º, CF/88. 
Art. 195, § 6º: As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigi-
das após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver institu-
ído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
 
 Entre a data de publicação da lei e a vigência, deve haver um período mínimo [intervalo] de 
90 dias. Decorridos os 90 dias, norma passa a produzir efeitos. 
 São 90 dias corridos. 
 Não precisa esperar o exercício seguinte. 
 
(Mauro): Com base na nova previsão constitucional a criação ou o aumento de tributos deve, de 
forma prática, se pautar pelo princípio da noventena, cuja determinação estabelece o seguinte re-
gramento geral: 
 Se a lei que cria ou aumenta tributo for publicada até o dia 03 de outubro, a exigibilidade 
será possível a partir do dia 1° de janeiro do ano seguinte ao da publicação, pois, no caso, foi 
respeitada a eficácia normativa de um „vacatio‟ mínimo de 90 dias. Pode-se dizer que neste 
BRENDA LIMA 4- NB 
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intervalo, de 1° de janeiro até o dia 03 de outubro, prevalece apenas o princípio da anteriori-
dade. 
 Por outro enfoque, se a lei for publicada após o dia 04 de outubro e até o dia 31 dezembro, 
como regra, a exigibilidade somente será viável depois de decorrido o prazo de 90 dias a 
contar da data da referida publicação (princípio da noventena). 
 Assim, se houver a publicação do texto legal em até 04 de outubro o tributo somente pode-
rá ser cobrado após o dia 02 de janeiro do ano seguinte e assim sucessivamente, até a data 
limite de publicação em 31 de dezembro. Nessa hipótese, o tributo será exigido em 31 de 
março ou 1° de abril do ano seguinte. 
 Deve ser bem esclarecido que necessária é cumprir a „vacatio‟ constitucional de 90 dias, va-
lendo a cobrança ao dia seguinte! 
 
 9.3.4. Princípio do não confisco 
 Primeiramente, confisco é a expropriação de bens do particular pelo Estado; 
 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à Uni-
ão, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
 [...] 
 IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 
 Pelo princípio, proíbe-se o efeito confiscatório do tributo. 
 Será considerado “tributo confiscatório” aquele cuja carga tributária é desproporcional, ex-
cessiva ou escorchante. 
(Mauro) “Quando o montante da carga de tributo se aproxima do preço do produto ocorre o 
efeito confiscatório” – usou como exemplo o remédio da pressão que ele usa, onde 40% do va-
lor é tributação, para ele, é considerado afronta ao princípio do não confisco. 
 Como se afere o efeito confiscatório no Brasil? Confisco deverá ser aferido individualmen-
te, com a análise casuística [caso a caso]. 
 
OBS.: Carga tributária é um conceito relacional, ou seja, ela se quantifica com relação ao PIB. Vale dizer 
que, por exemplo, 38% de carga tributária [o estimado no Brasil], equivalem ao seguinte: 38% do que o 
país produz transformam-se em tributo, devendo retornar à coletividade. 
STF [ADIN 2010] já considerou o confisco a partir da análise da globalidade da carga tributária [o que é de 
todo relevante para nosso País]. 
 
PERGUNTA - Aplica-se o princípio às multas excessivas? 
Resposta: STF entende que sim, e o faz desde a década de 60. 
O STF estendeu este princípio tributário a uma realidade diversa do tributo [multas], em homenagem ao 
direito de propriedade [art. 5º, XXII, CF] e à liberdade empresarial [art. 5º, XIII, CF]. Além disso, aquela Cor-
te sempre mencionou nos julgados os critérios de razoabilidade e proporcionalidade que devem ser bem 
perseguidos pelo Estado [ADI 1075 e ADI 551]. 
 
 
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 9.3.5. Princípio da Liberdade [Ilimitabilidade] ao Tráfego de Pessoas e Bens 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios [todos os princípios 
deste artigo se aplicam a todos os entes políticos]. 
 [...] 
 V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização 
de vias conservadas pelo Poder Público; 
 A intermunicipalidade [transposição de limite de município] e a interestadualidade [transposi-
ção de divisa de estado federativo] não pode servir como fato gerador de tributo. 
 Corolário do direito de ir e vir. 
 Dicas 
a) Quando se exige o ICMS, não se cogita de violação desse princípio, pois o fato gerador 
desse imposto não é a intermunicipalidade ou a interestadualidade. 
b) Da mesma forma, a cobrança de pedágio não viola o princípio, uma vez que o pagamento 
dele liga-se à conservação da via [pedágio PRIVADO, haja vista que a tributação em pe-
dágio público é considerado “pedágio tributo”, vedado pela CF]. 
(Mauro) O Brasil é uma federação e não pode haver tributação no que restrinja/limite ao tráfico 
de pessoas e bens. A exceção se faz pelo pedágio tributo (aquele que é regulado pelo Estado)” 
 
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