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MERITÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE XX XX. NOME, brasileiro, menor púbere, estudante, portador da carteira de identidade RG nº. xxxxxxxxxxxxxx, expedido por SSP-XX, e do CPF-MF de nº. 111.111.111-11, nascido em DIA de MÊS de ANO, natural de CIDADE-XX, filho de NOME PAI E NOME MÃE, residente e domiciliado na ENDEREÇO, e-mail: xxxx@email.com por seu procurador: ADVOGADO, OAB nº 111.111-SP, com escritório na ENDEREÇO, TEL.: (18) XXXX-XXXX, e-mail: xxxxxx@email.com , nos autos da apuração de ato infracional em trâmite na VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DA COMARCA DE CIDADE – XX, sob o nº XXXXXXX- XX.XXXX.X.XX.XXXX, que lhes move a Justiça Pública, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, em face da decisão de fls. XXX3 a presença de Vossa Excelência interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO em desfavor da r. decisão interlocutória de fls. XXX, proferida pelo M.M. Juízo da Vara da Infância e Juventude da Comarca de CIDADE – XX, o que faz mediante razões de fato e de direito, em anexo. I – Da Tempestividade O presente Agravo de Instrumento é tempestivo, visto que até a presente data (DATA) sequer ocorreu a publicação de intimação da decisão agravada; II – Do Nome e endereço completo do advogado O advogado que funciona no processo como advogado do Agravante, é: ADVOGADO, OAB nº XXX.XXX1-XX, com escritório na ENDEREÇO, TEL.: (XX) XXXX-XXXX, e-mail: xxxxx@gmail.com. III – Da Juntada das peças obrigatórias e facultativas O Agravante junta cópia digital e integral dos autos, declarada autêntica pelo advogado em analogia aos termos do artigo 425, VI do Código de Processo Civil, e, entre elas, encontram-se as seguintes peças: a) Cópia da r. Decisão agravada (fls. xxx); b) Cópia da procuração outorgada ao advogado (fl. xxx). IV – Dos Requerimentos Prefaciais Isto posto, requer: a) Seja o presente Recurso recebido e distribuído incontinenti; b) Sejam as decisões do Juízo a quo reformada, nos termos das razões ora apresentadas; Termos em que, Pede deferimento. CIDADE – XX, DATA. ADVOGADO OAB ------------------------------------------------ MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO Autos do processo nº: XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX Comarca de CIDADE – XX - VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE Agravante: NOME Agravado: JUSTIÇA PÚBLICA RAZÕES DO RECURSO EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA CÂMARA Cuida-se o presente recurso de Agravo de Instrumento, ora interposto pelo Agravante, com o escopo de auferir a mutabilidade da digna decisão interlocutória, prolatada nos autos do processo, visto que tal como foi proferida, incide em franco e direto cerceamento de defesa. DOS FATOS A decisão agravada nega a oitiva de testemunhas na audiência de instrução, debates e julgamento a ser realizada no dia X de XXXXX de XXXX, com base nos artigos 396-A e 406 § 3, ambos do Código De Processo Penal, sendo que o entendimento do juízo a quo, é pela preclusão consumativa. Ademais o juízo a quo, que alega que tais testemunhas deveriam ter sido arroladas quando da apresentação da defesa prévia, juntamente com as outras duas testemunhas que tinham sido arroladas e que também foram indeferidas suas oitivas. Ocorre, porém, que no momento da apresentação da defesa prévia, as únicas testemunhas que eram viáveis foram as constantes naquela peça processual, e apenas com seu indeferimento, que tanto a família, quanto este signatário conseguiram identificar e arrolar as testemunhas constantes nas folhas de nº 290 dos autos. Dessa forma tal indeferimento caracteriza cerceamento de defesa, principalmente por que o bem jurídico tutelado é a liberdade individual. DO DIREITO A busca pela verdade real constitui princípio que rege o Direito Processual Penal. A produção de provas, porque constitui garantia constitucional, pode ser determinada inclusive pelo juiz, de ofício, quando julgar necessário (arts. 155 e 209 do CPP). Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. O juiz apreciará livremente a prova. Contudo, constitui cerceamento de defesa o indeferimento de pedido de oitiva de testemunha, arrolada na defesa prévia, máxime sob convencimento antecipado quanto a sua imprestabilidade. Dessa forma, inconteste que fora apresentado na defesa prévia o devido rol de testemunhas, e que, sendo este indeferido pelo juiz a quo, a defesa apresentou novas testemunhas, mas desta feita foram indeferidas pela preclusão consumativa. Assim sendo o presente recurso tem o objetivo de reforma toda a decisão agravada para determinar a oitiva das testemunhas arrolada pela defesa. Entendemos que a defesa arrolou as testemunhas no prazo legal da defesa prévia, e, portanto, seu indeferimento constitui cerceamento de defesa. Vejamos entendimento da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, sendo relator o ministro Paulo Medina, com o seguinte voto condutor: … Portanto, deve prevalecer o entendimento, expendido no aresto recorrido, de que “é direito da defesa produzir a prova que entende necessária para demonstrar a inocência do acusado, em relação à imputação que lhe foi feita, mesmo quando o magistrado entende ser desnecessário”. Vejam Excelências, em verdade, o direito à prova não se distingue do devido processo legal. Assim como leciona ANTÔNIO MAGALHÃES GOMES FILHO, na obra Direito à prova no processo penal, São Paulo, Editora Revista dos Tribunais: “… é preciso ter em mente a base constitucional do direito à prova, que não pode ser suprimido ou restringido por norma ordinária; não se pode ir ao ponto de negar à acusação ou à defesa o exercício legítimo do poder de influenciar, através das provas, o convencimento do juiz. Também é evidente que não se permite ao juiz, em nome do livre convencimento, excluir qualquer prova pela consideração antecipada de que seus resultados não irão alterar a sua convicção; isso não somente importaria em prejulgamento, como também levaria à exclusão de eventuais elementos que poderiam servir a um reexame da causa, em grau de recurso ou revisão, com inequívoca afronta ao direito à prova. Ademais é farta a jurisprudência sobre o tema no Superior Tribunal de Justiça, senão vejamos: “PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS PREFEITOS. DILIGÊNCIAS. DEFESA PRÉVIA (CPP, ART. 395) E ART. 499 DO CPP. TESTEMUNHAS REFERIDAS. INDEFERIMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA. I – Na defesa prévia é permitido requerer-se a produção de todas as provas desde que admitidas em direito. E estando estas relacionadas com a materialidade e a autoria não pode o magistrado simplesmente indeferi-las, sob pena de violação ao princípio da ampla defesa. II – Sendo provável a utilidade das declarações de testemunhas referidas no decorrer da instrução, o indeferimento do requerimento da defesa, por ocasião do art. 499 do CPP, indica hipótese de cerceamento. (HC 15.194/PB, Relator o Min. Félix Fischer, DJ de 8/10/2001, pág. 229) “PROCESSUAL PENAL. HABEAS-CORPUS. INDEFERIMENTO DE PROVAS. CERCEAMENTO DE DEFESA. NULIDADE. – Em sede de processo penal, as provas requeridas na fase das alegações escritas (CPP, art. 395), desde que admitidas em direito e pertinentes à materialidade e à autoria do fato criminoso, não podem ser indeferidas pelo juiz, sob pena de desrespeito aos princípios da ampla defesa e do contraditório. – Na fase do art. 499, do Código de Processo Penal, não há espaço para a amplaprodução de provas, podendo o juiz indeferir aquelas consideradas desnecessárias ou inconvenientes, devendo, todavia, fundamentar suficientemente a decisão, com indicação objetiva das razões do indeferimento. – Recurso ordinário provido. Habeas-corpus concedido. ” (RHC 6.103/BA, Relator o Min. Vicente Leal, DJ de 18/08/1997, pág. 37916) “RHC – PROCESSUAL PENAL – JÚRI – PROVA. – A busca da verdade real é princípio do Direito Processual Penal. Admissível qualquer prova, salvo admitida por meio ilícito. Assim, legal o deferimento de provas após a sentença de pronúncia. Inexistência de nulidade ante o conhecimento prévio da defesa. Tempo útil, pois para impugnar qualquer ilegalidade. (RHC 3.088/ES, Relator o Min. Luiz Vicente Cernicchiaro, DJ de 22/11/1993, pág. 24980) Também no Supremo Tribunal Federal que igualmente consagra esta orientação, destacamos: PROVA – REALIZAÇÃO – DEFESA – EXERCÍCIO. O direito de defesa confunde-se com a noção de devido processo legal, além de, preservado, atender aos reclamos decorrentes do fundamento da República Federativa do Brasil que é a dignidade da pessoa humana – artigos 1.º e 5.º, inciso LV, da Constituição Federal. Ambígua a situação, tal direito há de ser viabilizado à exaustão (Coqueijo Costa), óptica robustecida quando em jogo o exercício da liberdade de ir e vir. (HC 80.031/RS, Relator o Min. Maurício Corrêa, DJ de 14/12/2001, pág. 25) Assim, em que pesem os argumentos expendidos na decisão guerreada, entendemos que a decisão cerceia o direito de defesa do recorrente. Portanto, deve-se ter em mente o objetivo maior do presente recurso, que é o de assegurar o cumprimento de um direito constitucional, para que através da oitiva das testemunhas arroladas, possamos fazer uma análise mais profunda da questão e ao fina seja possível chegar a uma verdadeira Justiça. DOS PEDIDOS Em face das razões delineadas, comprovado restou que a decisão agravada deve ser integralmente reformada, dando-se provimento total ao recurso especial em tela. Nesses Termos, Pede Deferimento. Araçatuba – SP, XX de XXXXX de XXXX. ADVOGADO NOME
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