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EBRADI - Penal e Processo Penal - Atividades Módulo 8

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Pós-graduação EBRADI Direito Penal e Processual Penal Aplicados 
Atividades dissertativas e testes de aprendizagem do módulo 08 
 
Tema 01 – Júri I 
Aula 01: Conceito e Formação 
Casuística: Cirilo, condenado pelo Júri Popular a 10 anos de reclusão por tentativa de homicídio, 
interpôs recurso alegando nulidade do julgamento, em razão do período impeditivo de doze meses 
que recai sobre os jurados para a participação de novo Conselho de Sentença (art. 426, §4º, CPP), 
uma vez que 5 dos jurados já haviam participado de Conselho de Sentença dentro do período 
observado em lei. Uma vez iniciada a sessão e suscitada a preliminar de nulidade, o juiz a quo 
indefere por entender que houve preclusão, uma vez que a nulidade era anterior à pronúncia 
(proferida em 18/02/2016), conforme artigo 571 do CPP. Como advogado de defesa, indique a 
providência cabível. 
▪ Resposta esperada: Advogado deve interpor apelação suscitando a nulidade de julgamento 
em decorrência da situação irregular de jurados, ou seja, impedidos. 
 
Teste de aprendizagem: O Tribunal do Júri é um órgão colegiado heterogêneo e temporário. 
Partindo das premissas estabelecidas no CPP para formação deste colegiado, analise os seguintes 
enunciados: 
I – O Tribunal do Júri é constituído por um Juiz Presidente (togado) e vinte e um jurados (juízes 
leigos) escolhidos entre os cidadãos por sorteio, dos quais apenas sete tomarão assento no Conselho 
de Sentença. 
II – O serviço do júri é obrigatório aos maiores de 18 anos, sendo inadmitida recusa 
independentemente de fundamentação. 
III - A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará no 
dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não 
prestar o serviço imposto. 
IV – Estão isentos do serviço do júri: os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da 
Defensoria Pública; os cidadãos maiores de 75 (setenta e cinco anos) anos que requeiram sua 
dispensa; aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento; dentre outras autoridades 
elencadas no artigo 437 do CPP. 
V – Marido e mulher estão impedidos de servir no mesmo Conselho de Sentença, não se aplicando 
tal impedimento a pessoas que mantenham união estável reconhecida como entidade familiar. 
Analisando as assertivas supramencionadas, é correto afirmar que: 
▪ Resposta correta: Apenas a alternativa III está correta. 
 
Aula 02: Princípios Constitucionais 
Casuística: Durante a explanação da acusação em sessão do Tribunal do Júri, a Dra. Promotora de 
Justiça exibiu laudo necroscópico e fotos da cena do crime aos jurados, além de demonstrar suas 
convicções pessoais sobre o caso, ultrapassando, desta maneira, o que constava nos laudos, 
emitindo juízo de valor. Neste momento, dirigiu questionamentos aos jurados, os quais 
responderam imediatamente em sentido positivo à explanação feita por esta. Joaquim, réu, foi 
condenado a 15 anos de reclusão por homicídio qualificado, nos termos do artigo 121, §2º, incisos 
I e III do Código Penal. Como advogado de defesa, indique a providência cabível. 
▪ Resposta esperada: Deverá interpor apelação pleiteando a nulidade do julgamento, vez que 
dois dos sete jurados manifestaram opinião durante a explanação da Dra. Promotora, o 
que fere frontalmente o princípio da incomunicabilidade dos jurados e sigilo das votações 
(artigo 5º, inciso XXXVIII, alínea “b”). 
 
Teste de aprendizagem: A Constituição Federal reconhece a instituição do júri, com a organização 
que lhe der a lei, assegurados: a plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos 
veredictos e a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. No que tange a 
esses princípios consagrados constitucionalmente (art. 5º, XXXVIII, da CF/88), é incorreto afirmar 
que: 
▪ Resposta correta: O instituto do sigilo das votações fere o princípio da publicidade 
constitucionalmente assegurado, vez que a votação em sala secreta com apuração por 
maioria, sem revelação do quórum total e número exato de votos, oculta do público que 
acompanha o julgamento a formação e fundamentação do resultado. 
 
Aula 03: Pronúncia e Impronúncia 
Casuística: Recebida a denúncia, o juiz singular decidiu por pronunciar o réu José, constando aos 
autos as seguintes razões para tal decisão: “(...) Além do mais Antônio André demonstra ser pessoa 
perigosa ao convívio social. Conheceu esta mulher somente há um mês, mais ou menos, conforme 
interrogatório, e já matou uma pessoa por sua causa. (...).“. Como advogado de defesa, indique a 
providência cabível. 
▪ Resposta esperada: Advogado poderá interpor Habeas Corpus diante das afirmações 
peremptórias do magistrado e evidenciando, assim, a possibilidade dos jurados serem 
influenciados pelo excesso verbal do magistrado. Observa-se que a pronúncia deve conter 
mero juízo de admissibilidade da acusação onde o juiz deve apontar a materialidade e 
indicar comedidamente indícios suficientes de autoria (artigo 413, parágrafo 1º, CPP). 
 
Teste de aprendizagem: Sobre o procedimento relativo ao Tribunal do Júri, especialmente no que 
tange à decisão de pronúncia ou impronúncia, nos termos do disposto nos artigos 413 a 421 do CPP, 
pode-se afirmar que: 
▪ Resposta correta: A intimação da sentença de pronúncia do acusado solto que não for 
encontrado será feita por meio de edital, sendo que o julgamento ocorrerá 
independentemente do seu comparecimento. Já se o acusado preso não for conduzido ao 
julgamento, este será adiado, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento 
subscrito por ele e seu defensor. 
Aula 04: Absolvição sumária e Desclassificação 
Casuística: Durante uma briga, Antônio desferiu uma paulada em Cláudio, que, levado ao hospital 
foi constatado que sua lesão foi de natureza leve e que não houve sequer risco de morte, conforme 
prontuário médico de atendimento à vítima. Antônio, quando chamado para audiência de instrução 
e julgamento, foi pronunciado pelo juiz, nos termos do artigo 121, §2º, incisos I e IV do Código 
Penal. Como advogado de defesa, indique a providência cabível. 
▪ Resposta esperada: A defesa deverá interpor Recurso em Sentido Estrito para requerer a 
desclassificação do fato tendo em vista o conjunto probatório carreado aos autos, ou seja, 
ausência de indícios suficientes de que o recorrente pretendesse matar a vítima (artigo 581, 
inciso IV). 
 
Teste de aprendizagem: Não há de se falar em crime quando o autor pratica a conduta: 
▪ Resposta correta: Em estrito cumprimento de dever legal e no exercício regular de direito. 
 
 
 Tema 02 – Júri II 
Aula 01: Preparação para o plenário 
Casuística: Rafael, réu preso há mais de um ano, teve sua sessão de julgamento adiada, sem motivo 
justo, e em seu lugar foi julgado Antônio, réu solto e citado por edital. Como advogado de defesa, 
indique a providência cabível. 
▪ Resposta esperada: Habeas Corpus para trancamento de pauta para que seja dada 
prioridade ao réu preso, conforme ordem estabelecida pelo artigo 429, incisos I, II e III, do 
Código de Processo Penal. 
 
Teste de aprendizagem: Considerando a legislação processual penal pertinente à fase de 
preparação para o plenário do Tribunal do Júri, assinale a alternativa incorreta: 
▪ Resposta correta: Cabe ao juiz presidente a elaboração de relatório pormenorizado do 
processo, indicando desde logo seu convencimento sobre a materialidade e autoria do 
delito, e determinando sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri. 
Fundamentação: Nos termos dos artigos 422 e 423 do CPP. 
 
Aula 02: Formalidades para Instalar a Sessão Plenária 
Casuística: Após ter sido declarada cessada a incomunicabilidade entre os jurados e declarado 
prejudicado o exame dos demais quesitos, a digna juíza a quo, enquanto preparava a sentença, 
reconsiderou a decisão anterior e bastante tempo depois convocou novamente os jurados para 
retomada da votação em relaçãoaos quesitos faltantes. Como advogado de defesa, indique a 
providência cabível. 
▪ Resposta esperada: Recurso de apelação pedindo nulidade do julgamento por conta da 
quebra da incomunicabilidade dos jurados. 
 
Teste de aprendizagem: O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões de instrução e julgamento 
nos períodos e na forma estabelecida pela lei local de organização judiciária. No que tange às 
formalidades para a instalação da sessão plenária, pode-se afirmar que: 
I – Até o momento de abertura dos trabalhos da sessão, o juiz presidente decidirá os casos de 
isenção e dispensa de jurados e o pedido de adiamento de julgamento, mandando consignar em ata 
as deliberações. 
II – Após constituído o Conselho de Sentença, as testemunhas serão recolhidas a lugar onde umas 
não possam ouvir os depoimentos das outras. 
III - O juiz presidente verificará se a urna contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados, 
sendo dispensável a chamada deles. 
IV – Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados os 
trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento. 
V – Se o Ministério Público não comparecer, o juiz presidente adiará o julgamento para o primeiro 
dia desimpedido da mesma reunião, cientificadas as partes e as testemunhas. 
VI – O julgamento também deverá ser adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do 
assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado. 
Analisando as assertivas supramencionadas, assinale a opção correta: 
▪ Resposta correta: Apenas as alternativas I, IV e V estão corretas. Fundamentação: Nos 
termos dos artigos 454, 455, 457, 460, 462 e 463 do CPP. 
 
Aula 03: Colheita da Prova 
Casuística: Nos debates em plenário, os advogados de defesa pleitearam pela formulação de um 
quesito acerca do excesso culposo, com o argumento de que será mais benéfico ao réu. Pelo juiz 
presidente foi dito que o quesito de excesso culposo não é cabível. Com a sua negativa, restou 
excluída a tese de legítima defesa. Como advogado de defesa, indique a providência cabível. 
▪ Resposta esperada: Recurso de apelação pelo cerceamento de defesa. 
 
Teste de aprendizagem: A Lei nº 11.689/2008 incluiu, no Código de Processo Penal, uma Seção 
específica para tratar da “Instrução no Plenário” do Tribunal do Júri. Sobre esse tema, pode-se 
afirmar que: 
▪ Resposta correta: Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que 
permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, 
à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes. 
Fundamentação: Nos termos dos artigos 473 a 475 do CPP. 
Aula 04: Debates 
Casuística: Durante sessão em plenário, o membro do órgão acusador apresenta prova que não foi 
devidamente juntada aos autos dentro do prazo legal de 3 dias úteis (art. 479 do CPP). Como 
advogado de defesa, indique a providência cabível. 
▪ Resposta esperada: Recurso de apelação suscitando a nulidade do julgamento diante do 
desconhecimento da prova não apresentada dentro do prazo por parte do Ministério 
Público, conforme disposto no artigo 479 do Código de Processo Penal. 
 
Teste de aprendizagem: Encerrada a instrução no Plenário do Tribunal do Júri, inicia-se a fase 
dos debates. Verifique as afirmações relativas a essa fase processual: 
I – Encerrada a instrução, sempre falará em primeiro lugar o Ministério Público, que fará a 
acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, 
sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante. 
II – O assistente falará depois do Ministério Público e, finda a acusação, terá a palavra a defesa. A 
acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirição de testemunha já 
ouvida em plenário. 
III – O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, e de uma hora 
para a réplica e outro tanto para a tréplica. Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, 
o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de uma hora e elevado ao dobro o da réplica e da 
tréplica. 
IV – Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que 
não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência 
à outra parte. 
V – A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio do juiz 
presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida ou 
citada. Faculta-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por 
ele alegado. Contudo, não é admitido aos jurados solicitarem ao juiz presidente acesso aos autos e 
aos instrumentos do crime. 
Analisando as assertivas supramencionadas, assinale a opção correta: 
▪ Resposta correta: Apenas as assertivas II e IV estão corretas. Fundamentação: Nos termos 
dos artigos 476 a 480 do CPP. 
 
 
Tema 03 – Júri III 
Aula 01: Quesitos 
Casuística: Maria foi acusada de matar a facadas seu marido José. Dessa forma, está sendo julgada 
pelo Tribunal do Júri da comarca de Ventura. Durante o julgamento, não foram abordados os 
quesitos que se referem a existência de causa de diminuição de pena alegada pela defesa. Nesse 
caso, o julgamento de Maria será: 
▪ Resposta esperada: Nulo, por tratar-se de quesito obrigatório. Os quesitos obrigatórios não 
podem deixar de faltar no julgamento. São quesitos que se referem a classificação do crime 
e a existência de circunstância atenuante. O entendimento está consubstanciado na aludida 
Súmula nº 156 do STF. 
 
Teste de aprendizagem: Se não for incluído quesito acerca da existência de causa de diminuição 
de pena alegada pela defesa, o júri é: 
▪ Resposta correta: Nulo, por tratar-se de quesito obrigatório. Fundamentação: Os quesitos 
obrigatórios, os quais não podem deixar de faltar no julgamento, são quesitos que se 
referem à classificação do crime e à existência de circunstância atenuante - entendimento 
consubstanciado na aludida Súmula nº 156 do STF. 
 
Aula 02: Procedimento da Votação 
Casuística: Ana foi acusada de matar João depois de uma discussão no trânsito, a mesma foi a júri 
popular na comarca em que reside. No momento do julgamento, houve, pela minoria dos votos a 
nulidade processual. Conforme o exposto, podemos dizer que o procedimento de nulidade 
processual está correto? 
▪ Resposta esperada: Não, pois a para que haja nulidade processual pela contradição entre 
os votos, esta deverá se manifestar nos votos proferidos pela maioria dos jurados, não 
sendo bastante a incompatibilidade de apenas um ou alguns votos minoritários. 
 
Teste de aprendizagem: Sobre o sigilo de votação do júri, assinale a alternativa correta: 
▪ Resposta correta: O sigilo nas votações do tribunal do júri é garantido pelo Código de 
Processo Penal e aplicado a todos os jurados, bem como autoridades presentes na sala 
especial, sob pena de exclusão do conselho e multa. Fundamentação: O juiz presidente 
também advertirá os jurados de que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se entre 
si e com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do 
Conselho e multa (art. 436 § 1º do CPP). 
 
Aula 03: Desclassificação 
Casuística: No julgamento de Eleonor, cliente de seu escritório, o júri desclassificou o crime doloso 
para crime culposo. Dessa maneira, levando em consideração o entendimento majoritário da 
doutrina, responda, qual o tipo de desclassificação é caracterizada nesse caso? 
▪ Resposta esperada: Trata-se de desclassificação imprópria. Conforme estudado, a 
desclassificação imprópria será caracterizada quando os jurados reconhecerem sua 
incompetência para julgar o crime indicando qual teria sido o delito praticado. Nesta 
hipótese, segundo o entendimento majoritário, o juiz presidente será obrigado a acatar a 
decisãodos jurados, condenando o acusado pelo delito por eles indicado. 
 
Teste de aprendizagem: Acerca da desclassificação imprópria, assinale a alternativa correta: 
▪ É caracterizada quando os jurados reconhecerem sua incompetência para julgar o crime 
indicando qual teria sido o delito praticado. 
 
Aula 04: Sentença 
Casuística: Mauro foi condenado pelo Tribunal do Júri para cumprir sentença condenatória, no 
entanto, o mesmo não compareceu ao plenário no dia do julgamento e também não foi avisado da 
sentença. Considerando essas informações, quando começará o prazo para que Mauro recorra da 
sentença? 
▪ Resposta esperada: O prazo recursal para Mauro somente terá início a partir de sua devida 
intimação acerca da sentença da decisão do júri, caberá no prazo de 5 (cinco) dias apelação, 
nos termos do artigo 593 do Código de Processo Penal. 
 
Teste de aprendizagem: No rito especial do Tribunal do Júri, contra sentença de absolutória 
caberá: 
▪ Resposta correta: Apelação. 
 
 
Tema 04 – Nulidades 
Aula 01: Conceito e Natureza Jurídica 
Casuística: No ato de recebimento da denúncia, o juiz competente, ao consultar os autos, verificou 
que o denunciado foi interrogado perante a autoridade policial sem a presença de defensor. Notou, 
ainda, determinados vícios procedimentais de forma nos autos do inquérito policial. Diante dos 
fatos narrados, esclareça se o magistrado pode reconhecer a nulidade de atos. 
▪ Resposta esperada: A doutrina e a jurisprudência pátrias são dominantes no sentido de que 
não há falar em nulidade de ato praticado nos autos do inquérito policial. Isso porque o 
inquérito policial é um procedimento administrativo de investigação, consubstanciando 
peça meramente informativa da denúncia ou da queixa. 
A nulidade, por sua vez, relaciona-se exclusivamente a atos processuais, isto é, inerentes a 
um expediente judicial, não havendo, portanto, a hipótese de nulidade de ato produzido 
em procedimento administrativo preparatório de ação penal. 
Eventual irregularidade na produção de prova na fase inquisitorial deverá ser sanada pelo 
juiz durante a instrução do processo – ou mesmo antes, se for preciso –, sob a égide da 
ampla defesa e do contraditório, como, por exemplo, a produção de determinado laudo 
pericial. 
Assim entende o C. Superior Tribunal de Justiça, como se depreende dos seguintes 
julgados: 
“A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça consolidou-se no sentido de que 
eventuais máculas na fase extrajudicial não têm o condão de contaminar a ação penal, dada 
a natureza meramente informativa do inquérito policial.” (STJ, RHC 54.032/RS, Rel. 
Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 27/06/2017, DJe 01/08/2017) 
"É cediço que o inquérito policial é peça meramente informativa, de modo que o exercício 
do contraditório e da ampla defesa, garantias que tornam devido o processo legal, não 
subsistem no âmbito do procedimento administrativo inquisitorial" (STJ, RHC 57.812/PR, 
Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJe 22/10/2015). 
 
Teste de aprendizagem: Quanto às nulidades no processo penal, é incorreto afirmar: 
▪ Resposta correta: O ato processual nulo não emana efeitos desde o início de sua existência. 
 
Aula 02: Atos Inexistentes e Irregulares 
Casuística: Você, advogado, assume determinado caso por ocasião da apresentação de memorial 
de alegações finais, após o encerramento da instrução do processo. Ao estudar os autos para a 
elaboração da tese defensiva, você se depara com o grave fato de que diversas decisões judiciais 
possuíam a assinatura eletrônica de um escrevente do cartório da Vara Criminal. 
Como você fundamentaria tal vício processual no referido memorial de alegações finais? E qual 
seria o pedido a ser formulado em relação a tal vício? 
▪ Resposta esperada: Ainda que se trate de um erro no momento da assinatura digital, com 
a inserção do cartão errôneo, é certo que a decisão judicial foi proferida por sujeito 
desprovido de poder jurisdicional, porquanto assinada por um servidor do cartório. 
Assim, na condição de advogado, a melhor tese defensiva seria a de que tais decisões 
judiciais viciadas consistiriam em atos processuais inexistentes, já que a figura do juiz é 
um pressuposto processual de existência. De mais a mais, uma decisão judicial pressupõe 
a assinatura de um juiz de direito, sob pena de não possuir um elemento essencial de sua 
própria constituição jurídica. 
Logo, a fundamentação estaria lastreada na figura do ato inexistente, com o pedido de 
refazimento de tais atos processuais e a anulação dos atos processuais posteriores 
dependentes. Saliente-se, nesse ponto, que o pedido não deverá ser a anulação das decisões 
judiciais em questão, porque, uma vez inexistentes, simplesmente não comportam 
anulação (não se pode anular o que não existe). 
Em que pese tal argumentação defensiva, é possível que o juiz, ao apreciar tal questão, 
evite o retorno da marcha processual e o prolongamento do processo sob o argumento de 
que tal vício consistiria em uma mera irregularidade processual. Nessa ótica, o próprio juiz 
teria elaborado e proferido as referidas decisões judiciais, ao passo que a assinatura digital 
das decisões seria de responsabilidade do escrevente de sala, a título de auxílio. 
Tal equívoco do escrevente de sala, sob esse viés interpretativo, não resultaria em qualquer 
ato inexistente ou nulo, mas tão somente em mera irregularidade, devendo tais decisões 
ser novamente impressas e juntadas aos autos do processo – dessa vez, com a correta 
assinatura digital –, inexistindo qualquer prejuízo às partes. 
 
Teste de aprendizagem: No que tange os planos do ato processual, é incorreto afirmar que: 
▪ Resposta correta: A inexistência do ato processual deve ser aferida por meio de seus 
elementos de validade e eficácia. Fundamentação: No caso de ato inexistente, sequer é 
necessário examinar a validade e a eficácia do ato, porque sequer existe perante o mundo 
jurídico. Um ato inexistente não é passível de anulação no processo porque, por óbvio, não 
existe. Deve, portanto, tal vício processual ser sanado mediante a superveniência do ato 
inexistente. Se não há denúncia, elabore-se a denúncia. Se não há sentença proferida por 
agente público investido de poder jurisdicional, então que um juiz profira uma sentença 
no processo correspondente. 
 
Aula 03: Princípios das Nulidades 
Casuística: Durante a audiência de instrução em uma ação penal, as testemunhas de defesa foram 
ouvidas pelo juízo antes das testemunhas de acusação. Ato seguinte, realizou-se o interrogatório do 
réu, com a superveniência da sentença penal condenatória. 
Pergunta-se: houve nulidade processual na espécie? Fundamente. 
▪ Resposta esperada: Em harmonia com os princípios da instrumentalidade das formas e da 
economia processual, a doutrina e a jurisprudência pátrias entendem, de modo 
majoritário, que a inversão na ordem de oitiva das testemunhas em audiência no processo 
penal configura tão somente nulidade relativa. 
Por consequência, deve a parte interessada comprovar o efetivo prejuízo decorrente da 
inversão da ordem em questão, como, por exemplo, um fato novo trazido por uma 
testemunha de acusação, não podendo uma testemunha de defesa ter sido inquirida a 
respeito pela própria defesa do acusado. 
Caso contrário, se houver uma hipótese de mera inobservância de formalidade legal, não 
haverá falar em nulidade, à medida que o ato processual complexo (audiência de instrução) 
alcançou seu objetivo final com êxito. Se assim não fosse, o cumprimento de um 
formalismo legal, ainda que inexistindo prejuízo efetivo às partes, sobrepujaria a própria 
finalidade do processo, resultando no atraso irracional da prestação jurisdicional. 
Ressalte-se, no mais, a hipótese de ter havido a prévia concordância das partes quanto à 
inversão da ordem de oitiva das testemunhas, no momento da audiência. Nesse caso, por 
se tratar de nulidade relativa,não poderá a parte suscitar posteriormente tal vício, nos 
termos do art. 565 do Código de Processo Penal, in verbis: “Nenhuma das partes poderá 
arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a 
formalidade cuja observância só à parte contrária interesse”. 
 
Teste de aprendizagem: Assinale a alternativa que melhor retrate o princípio da causalidade dos 
atos processuais nulos: 
▪ A nulidade do ato culmina na nulidade dos atos processuais subsequentes dependentes. 
Fundamentação: Embora nenhuma afirmação esteja incorreta, somente a alternativa “A 
nulidade do ato culmina na nulidade dos atos processuais subsequentes dependentes.” 
espelha a aplicação do princípio da causalidade, o qual se relaciona à invalidade dos atos 
processuais derivados do primeiro ato anulado, desde que dependentes. 
 
Aula 04: Nulidade absoluta e relativa 
Casuística: Nas razões de um recurso de apelação, o Ministério Público suscitou, preliminarmente, 
a nulidade do processo por não ter havido a vista dos autos em seu favor antes do proferimento de 
algumas decisões judiciais. Tal alegação preliminar foi fundamentada no art. 564, III, alínea d, do 
Código de Processo Penal. 
Você, na condição de defensor de José, réu apelado, alegaria o que em sede de contrarrazões de 
apelação para afastar a preliminar arguida pelo órgão ministerial? 
▪ Pode-se alegar que, conforme sabido, a previsão disposta no art. 564, III, alínea d, do 
Código de Processo Penal constitui hipótese de nulidade relativa, tal como defendido, por 
exemplo, por Guilherme de Souza Nucci. 
Nessa linha de raciocínio, em se tratando de nulidade relativa, deveria o representante do 
Ministério Público ter suscitado tal vício de forma no momento processual oportuno, logo 
após sua ocorrência. Assim não o fazendo, tais atos relativamente nulos restaram 
convalidados no processo, inexistindo qualquer nulidade passível de reconhecimento já em 
grau recursal. Nesse sentido, deve-se observar o disposto no art. 572, inciso I, do Código 
de Processo Penal, in verbis: “As nulidades previstas no art. 564, III, “d” e “e”, segunda 
parte, “e” e “h”, e IV, considerar-se-ão sanadas: I – se não forem arguidas, em tempo 
oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior.” 
Ademais, abstraindo a clara preclusão operada, é certo que a omissão de formalidade 
alegada pelo órgão ministerial não causou qualquer prejuízo ao recorrente, sendo ônus do 
Parquet a comprovação do referido prejuízo, o que não ocorreu na espécie. E, como é 
sabido, inexistindo prejuízo, não há falar em nulidade, a teor do art. 563 do Código de 
Processo Penal. 
 
Teste de aprendizagem: Identifique a alternativa correta: 
▪ Resposta correta: A nulidade relativa sujeita-se aos efeitos da preclusão. Fundamentação: 
Por não abranger questões de ordem pública, diante da menor gravidade do vício 
processual, denotando interesse exclusivamente particular, deve a parte suscitar a 
nulidade relativa no momento processual oportuno, sob pena de convalidação do ato 
processual correspondente. 
 
 
Tema 05 – Teoria Geral dos Recursos 
Aula 01: Conceito e Natureza Jurídica 
Casuística: Daniel Amorim foi denunciado pela suposta prática do crime tipificado no art. 121, do 
Código Penal. Durante a instrução processual, requereram os genitores da vítima o ingresso no 
processo na condição de assistente de acusação, nos moldes previstos no art. 268, do Código de 
Processo Penal. Ao analisar o pleito, entendeu o magistrado pelo indeferimento da inclusão, 
alegando ser o momento processual incompatível com o pedido. Considerando que se trata de 
decisão irrecorrível (art. 273, do CPP), é possível afirmar que tal hipótese constitui violação ao 
duplo grau de jurisdição? Está a parte obrigada a se conformar com tal decisão? 
▪ Resposta esperada: Não, em que pese ser a sentença irrecorrível e constituir verdadeira 
exceção em nosso ordenamento, não há no caso narrado a violação ao duplo grau de 
jurisdição. A não existência de recurso apropriado para impugnação da decisão ou expressa 
vedação ao recurso não impede que sejam manejadas ações como o habeas corpus e o 
mandado de segurança, em casos que tragam grave prejuízo à parte. 
 
Teste de aprendizagem: Referente à sentença no Tribunal do Júri, é correto afirmar que: 
▪ Resposta correta: A garantia do duplo grau de jurisdição é encontrada de forma implícita 
na Constituição Federal. Fundamentação: A garantia ao duplo grau de jurisdição não está 
expressamente prevista no texto constitucional. É encontrada de forma implícita na 
Constituição Federal, através, por exemplo, da previsão da jurisdição superior. 
 
Aula 02: Características 
Casuística: Henrique Aquino, inconformado com a decisão proferida pelo Juiz de Direito da 4ª Vara 
Criminal de Sorocaba/SP, interpôs determinado recurso, entendendo pertinente para o caso em 
voga. Ocorre que, por divergência doutrinária, manejou o recurso tido como incorreto pelo órgão 
julgador. Neste sentido, considerando que ambos os recursos possuem o mesmo prazo e não se 
constatou má-fé ou erro grosseiro por parte do advogado, é possível invocar algum princípio 
recursal para se admitir a impugnação efetuada? Discorra sobre este princípio e seus requisitos. 
▪ Resposta esperada: Sim, é possível no caso narrado invocar o princípio da fungibilidade, 
através do qual se admite recurso equivocado, processando-o conforme o rito do recurso 
que seria cabível, nos termos determinados pelo art. 579 do Código de Processo Penal. Para 
que seja acatado o recurso, com base no princípio da fungibilidade, deverá se verificar os 
seguintes requisitos: 
i) não tenha o recorrente agido de má-fé ou havido erro grosseiro; 
ii) a interposição do recurso equivocado tenha sido realizada no prazo limite do recurso 
correto. 
 
Teste de aprendizagem: Considerando os princípios e as características dos recursos, assinale a 
alternativa incorreta: 
▪ Resposta correta: O princípio da fungibilidade permite a conversão de um recurso 
manejado corretamente em outra medida judicial que seja mais favorável ao recorrente. 
Fundamentação: A alternativa faz menção ao princípio da convolação, através do qual é 
possível a conversão de um recurso manejado corretamente em outra medida judicial mais 
favorável ao recorrente. 
 
Aula 03: Efeitos 
Casuística: Coriolano Santo, denunciado pelo crime de estelionato, após a devida instrução 
processual, restou absolvido pelo juiz de primeiro grau. Inconformado com a decisão prolatada, 
interpôs o Ministério Público recurso de apelação, questionando apenas o mérito da sentença de 
primeiro grau e pleiteando a sua reforma. Recebido o recurso, notou o Tribunal de Justiça a 
presença de nulidade não arguida no recurso da acusação e prejudicial ao apelado. Frente a este 
cenário, poderá o Tribunal de Justiça reconhecer a nulidade não arguida no recurso da acusação? 
Discorra sobre o tema. 
▪ Resposta esperada: Considerando o recurso da acusação, o efeito devolutivo terá como 
limite o teor da matéria ventilada pelo Ministério Público, não sendo admissível que o 
Tribunal de Justiça reconheça nulidade não arguida pela acusação e prejudicial ao réu. 
Neste sentido é o teor da Súmula 160 do STF: É nula a decisão do Tribunal que acolhe, 
contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso 
de ofício. 
 
Teste de aprendizagem: No que tange os efeitos dos recursos, assinale a alternativa incorreta: 
▪ Resposta correta: Ocorre a reformatio in pejus indireta quando há o agravamento da 
situação do réu pelo Tribunal ao julgar recurso exclusivo da defesa. Fundamentação: 
Configura-se reformatio in pejus indireta quando, anulada a sentença por recurso 
exclusivo da defesa, é prolatada nova sentença, porém, impondo pena superior ou condição 
mais gravosa ao acusado. 
 
Aula 04: Condições 
Casuística: Jonas Silva foi denunciado pela suposta prática do crimede estelionato. Após a 
instrução processual, restou absolvido pelo juízo de primeiro grau por falta de provas, com base no 
art. 386, inciso II, do Código de Processo Penal. Em que pese a sentença favorável, deseja Jonas 
recorrer da decisão de absolvição buscando afastar eventual responsabilidade civil. 
É admissível o recurso em questão? Há interesse recursal? 
▪ Resposta esperada: Sim, no presente caso há interesse recursal. Jonas objetiva modificar o 
fundamento da absolvição para afastar eventual responsabilidade civil, pleiteando assim 
sua absolvição por restar: 
i) provada a inexistência do fato (art. 386, I, do CPP); 
ii) provado que não concorreu para a infração (art. 386, IV, do CPP); 
iii) provada a ocorrência de causa que exclua o crime (art. 386, VI, primeira parte, do CPP). 
Deste modo, o caso narrado não se enquadra à situação descrita no art. 577, do CPP, que 
determina a não admissão de recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou 
modificação da sentença. 
 
Teste de aprendizagem: Referente aos pressupostos recursais, assinale a alternativa incorreta: 
▪ Resposta correta: Trata-se o interesse de pressuposto recursal objetivo, não se admitindo 
recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão. 
Fundamentação: Trata-se o interesse de pressuposto recursal subjetivo, não se admitindo 
recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão. 
 
 
Tema 06 – Espécies de Recursos I 
Aula 01: Recurso em Sentido Estrito 
Casuística: Leia o seguinte texto e responda: 
Em um processo por crime de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A, CP), a defesa 
apresentou exceção de coisa julgada, alegando que o réu já teria sido processado pelo mesmo fato, 
sendo absolvido, decisão que já teria transitado em julgado. O juiz julgou procedente a exceção. O 
Ministério Público Federal interpôs recurso em sentido estrito, alegando que o referido processo 
tratava de períodos diversos. A defesa ofereceu contrarrazões. O juiz considerou correta a alegação 
do MPF e se retratou. 
A defesa poderá recorrer neste caso? 
▪ Resposta esperada: Quando há retratação, o recorrido passa a ter interesse recursal, razão 
pela qual poderá recorrer mediante simples petição (art. 589, parágrafo único, CPP). 
Contudo, só será possível recorrer se houver a previsão de recurso para a decisão contrária. 
No presente caso, a retratação equivale a julgar improcedente a exceção de coisa julgada, 
e contra tal decisão não há previsão de recurso. Desse modo, a defesa não poderá recorrer. 
 
Teste de aprendizagem: Cabe recurso em sentido estrito contra decisão que: 
▪ Resposta correta: Denegar a apelação. 
 
Aula 02: Apelação 
Casuística: Leia o seguinte texto e responda: 
Em um processo em que foi acusado por crime de roubo, José alegou um álibi. Segundo sua versão 
no dia do crime, ocorrido em Jundiaí-SP, ele estaria no município de Bocaina, no interior de São 
Paulo, visitando parentes. Para comprovar o álibi, ele juntou imagens de uma rede social, que foram 
tiradas no dia, arrolou testemunhas que, ouvidas, confirmaram que José passou o final de semana, 
quando o crime ocorreu, em Bocaina. A defesa pediu a absolvição, nos termos do art. 386, IV, CPP. 
Com a prova produzida pela defesa, o juiz absolveu o acusado com fundamento no inciso V, do art. 
386, CPP. 
A defesa poderá apelar, para que o réu seja absolvido pelo fundamento do inciso IV? 
▪ Resposta esperada: Sim, a defesa poderá apelar. Mesmo tendo sido absolvido, há interesse 
recursal da defesa em apelar para ser absolvido por um fundamento que lhe é mais 
favorável, seja do ponto de vista moral, seja porque a absolvição por estar provado que o 
réu não concorreu para a infração penal (inciso IV) faz coisa julgada no juízo cível e impede 
a ação de indenização. 
 
Teste de aprendizagem: Contra a decisão que pronunciar e impronunciar o acusado: 
▪ Resposta correta: Caberão, respectivamente, recurso em sentido estrito e apelação. 
 
Aula 03 – Correição Parcial 
Casuística: Leia o seguinte texto e responda: 
O Ministério Público ofereceu denúncia contra Abelardo, acusando-o de crime de sonegação fiscal, 
previsto na Lei 8.137/90. Na denúncia foi arrolado, como testemunha, o fiscal que autuou a empresa 
de Abelardo, autuação que originou a representação para fins penais. Contudo, o juiz indeferiu a 
oitiva da testemunha, sob o fundamento de que para comprovar tal crime, bastaria a prova 
documental. 
É possível o manejo da correição parcial? 
▪ Resposta esperada: Uma das hipóteses de uso da correição parcial apontado pela doutrina 
é o indeferimento de testemunhas arroladas na inicial. Trata-se de decisão que importa em 
violação das regras processuais, significando inversão tumultuária. Ademais, não há 
previsão de recurso contra tal decisão, razão pela qual é cabível a correição parcial. 
 
Teste de aprendizagem: Sobre a correição parcial, é correto dizer que: 
▪ Resposta correta: Serve para impugnar decisão que importe em inversão tumultuária do 
processo. 
 
Aula 04: Reclamação 
Casuística: Leia o seguinte texto e responda: 
Um advogado, no município de Registro, no interior do Estado de São Paulo, foi preso 
preventivamente, por ordem do juiz da vara criminal daquela comarca, em razão de participação 
em crime de extorsão (art. 158, CP). Sob a alegação de que não havia local adequado, de acordo 
com o preceituado no art. 7º, V, do Estatuto da Advocacia, Lei 8.906/1994, o advogado foi recolhido 
na prisão local. 
É possível o uso da reclamação nesse caso? 
▪ Resposta esperada: O Supremo Tribunal Federal decidiu na Ação Direta de 
Inconstitucionalidade 1.127 que é constitucional o disposto no art. 7º, V, do Estatuto da 
Advocacia, que estabelece que o advogado não poderá ser preso, senão em sala do Estado 
Maior e, na ausência deste, em prisão domiciliar. Por essa razão, o STF já julgou procedente 
reclamação contra decisão que não concedeu a prisão domiciliar a advogado, no caso de 
inexistência de sala do Estado Maior (STF — Rcl 5212 — Pleno — Rel. Min. Cármen Lúcia — 
j. 27/03/2008. STF — Rcl 5161 — Pleno — Rel. Min. Ricardo Lewandowski — j. 17/12/2007). 
 
Teste de aprendizagem: Sobre a reclamação, assinale a alternativa incorreta: 
▪ Resposta correta: Caberá ainda que tenha transitado em julgado a decisão que se pretende 
impugnar. Fundamentação: Quando a decisão que se pretende impugnar já transitou em 
julgado, será incabível a reclamação. Já dispunha dessa forma a súmula 734, STF e assim 
dispõe o art. 988, § 5º, do CPC. 
 
 
Tema 07 – Espécies de Recursos II 
Aula 01: Recurso Especial 
Casuística: Daniel foi denunciado, processado e condenado pela prática do delito de roubo simples 
em sua modalidade tentada. A pena fixada pelo magistrado foi de dois anos de reclusão em regime 
aberto. Todavia, atento às particularidades do caso concreto, o referido magistrado concedeu-lhe o 
benefício da suspensão condicional da execução da pena, sendo certo que, na sentença, não fixou 
nenhuma condição. Somente a defesa interpôs recurso de apelação, pleiteando a absolvição de 
Daniel com base na tese de negativa de autoria e, subsidiariamente, a substituição do benefício 
concedido por uma pena restritiva de direitos. O Tribunal de Justiça, por sua vez, no julgamento da 
apelação, de forma unânime, negou provimento aos dois pedidos da defesa e, no acórdão, fixou as 
condições do sursis, haja vista o fato de que o magistrado a quo deixou de fazê-lo na sentença 
condenatória. Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, qual 
é o recurso cabível? Explique e Fundamente. 
▪ Resposta esperada: O Recurso Cabível é o Recurso Especial, devendo ser interposto com 
fulcro no artigo 105, III, a, da Constituição Federal, sob a alegação de violação do disposto 
art. 617 do Código de Processo Penal, já que a fixação das condições cabia ao juiz de 1º grau. 
Como não houveimpugnação por parte do Ministério Público, a decisão proferida pelo 
Tribunal configura verdadeira reformatio in pejus, vedada pelo art. 617 do Código de 
Processo Penal. 
 
Teste de aprendizagem: O Ministério Público foi cientificado de acórdão exarado pela 4ª Câmara 
Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná, que não acolheu pronunciamento da Procuradoria de 
Justiça e deu provimento a recurso de apelação da Defesa do réu, por maioria de votos. Na análise 
da fundamentação judicial, verifica-se que a solução dada pela Corte Paranaense beneficiou o réu e 
contrariou lei federal, estando a matéria já prequestionada no acórdão. Discordando do que foi 
decidido, o recurso correto a ser interposto pelo Ministério Público é o: 
▪ Resposta correta: Recurso especial dirigido ao Superior Tribunal de Justiça. 
Fundamentação: Conforme disposição do artigo 105, III, “a” CF. 
 
Aula 02: Recurso Extraordinário 
Casuística: Eduarda é condenada à pena de 30 anos pelo crime bárbaro de extorsão qualificada 
pela morte (art. 158, § 2.º, do CP). Seu histórico de violência, sua reincidência e maus 
comportamentos carcerários anteriores levaram o magistrado a condená-la à pena máxima e em 
regime integralmente fechado por se tratar de crime hediondo segundo a Lei 8.072/1990. 
A condenação é confirmada de forma unânime pelo tribunal de 2.º Grau, todavia, pela omissão em 
relação ao regime de cumprimento de pena, são apresentados embargos de declaração. Colocados 
os embargos em mesa, confirma-se o cumprimento de regime de pena em regime integralmente 
fechado a ser cumprido em estabelecimento de segurança máxima no interior do Paraná. Suspeita-
se, ainda, que Eduarda chefia uma organização criminosa internacional. 
Com a situação apresentada, na qualidade de advogado, qual o recurso cabível? Explique e 
fundamente. 
▪ Resposta esperada: O recurso cabível para este caso é o Recurso Extraordinário, devendo-
se arguir o prequestionamento informando acerca dos embargos de declaração 
apresentados. Prequestionar significa informar que a matéria já fora objeto de análise nas 
instâncias inferiores. 
A Lei 8.072/1990, famosa Lei dos Crimes Hediondos, ao integrar o sistema legal e penal 
brasileiro, surgiu como uma das demonstrações da política criminal emergencial, ou seja, 
uma inocente tentativa de trazer maiores rigores aos crimes mais graves de nossa 
legislação. Uma dessas medidas foi justamente o cumprimento de pena em regime 
integralmente fechado. Todavia, esta postura contraria diretamente garantias 
constitucionais, principalmente o princípio da individualização da pena, que deve ser o 
primeiro fundamento desta questão inédita ora apresentada. 
Conforme o art. 5.º, XLVI, da CF: “XLVI – a lei regulará a individualização da pena e 
adotará, entre outras, as seguintes:”. O STF, entendendo desta forma, decidiu pela 
inconstitucionalidade do cumprimento integral no regime fechado e assim surgiram duas 
súmulas que devem ser colocadas neste recurso extraordinário: 
Súmula Vinculante 26: “Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por 
crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do 
art. 2.º da Lei 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado 
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, 
para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico”. 
Súmula 471 do STJ: “Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos 
antes da vigência da Lei 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei 7.210/1984 
(Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional”. 
 
Teste de aprendizagem: A respeito dos recursos, é correto afirmar que: 
▪ Resposta correta: Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o recurso 
especial não se presta ao exame de suposta afronta a dispositivos constitucionais, sob pena 
de invasão da competência reservada ao Supremo Tribunal Federal. Fundamentação: 
Conforme disposto na Súmula 640 do STF, “é cabível recurso extraordinário contra decisão 
proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado 
especial cível e criminal.” 
 
Aula 03: Agravo nos Tribunais 
Casuística: José, advogado atuante em uma ação penal já em pauta nos tribunais superiores, 
recebeu por seus estagiários uma notificação que o processo foi atualizado, neste, constava que 
houve um despacho do Presidente STJ, deferindo a suspensão de execução de uma liminar 
concedida. 
Na hipótese citada, há possibilidades de cabimento de um Agravo Regimental por parte de José? 
▪ Resposta esperada: Sim, apesar de não existir rol taxativo para o cabimento do Agravo 
Regimental, ele pode ser interposto contra despacho do Presidente do STJ ou STF que 
defira ou indefira a suspensão de execução de liminar concedida ou de sentença concessiva 
em mandado de segurança. 
 
Teste de aprendizagem: Quanto ao Agravo Regimental, é correto afirmar que: 
▪ Resposta correta: Não poderá o magistrado deixar de encaminhar ao Supremo Tribunal 
Federal o agravo de instrumento interposto da decisão que não admite recurso 
extraordinário. Fundamentação: Conforme disposição da Súmula 727 STF, “não pode o 
magistrado deixar de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal o agravo de instrumento 
interposto da decisão que não admite recurso extraordinário, ainda que referente a causa 
instaurada no âmbito dos juizados especiais.” 
 
Aula 04: Agravo em Execução 
Casuística: Lucas, 22 anos, foi denunciado e condenado, definitivamente, pela prática de crime de 
associação para o tráfico, previsto no art. 35 da Lei 11.343/2006, sendo, em razão das circunstâncias 
do crime, aplicada a pena de seis anos de reclusão em regime inicial semiaberto, entendendo o juiz 
de conhecimento que o crime não seria hediondo, não tendo sido reconhecida a presença de 
qualquer agravante ou atenuante. No mês seguinte, após o início do cumprimento da pena, Lucas 
vem a sofrer nova condenação definitiva, dessa vez pela prática de crime de ameaça anterior ao de 
associação, sendo-lhe aplicada exclusivamente a pena de multa, razão pela qual não foi determinada 
a regressão de regime. Após cumprir um ano da pena aplicada pelo crime de associação, o defensor 
público que defende os interesses de Lucas apresenta requerimento de progressão de regime, 
destacando que o apenado não sofreu qualquer sanção disciplinar. O magistrado em atuação 
perante a Vara de Execução Penal da Comarca de Belo Horizonte/MG, órgão competente, indefere 
o pedido de progressão, sob os seguintes fundamentos: 
a) o crime de associação para o tráfico, no entender do magistrado, é crime hediondo, tanto que o 
livramento condicional somente poderá ser deferido após o cumprimento de 2/3 da pena aplicada; 
b) o apenado é reincidente, diante da nova condenação pela prática de crime de ameaça; 
c) o requisito objetivo para a progressão de regime seria o cumprimento de 3/5 da pena aplicada e, 
caso ele não fosse reincidente, seria de 2/5, períodos esses ainda não ultrapassados; 
d) em relação ao requisito subjetivo, é indispensável a realização de exame criminológico, diante 
da gravidade dos crimes de associação para o tráfico em geral. 
Ao tomar conhecimento, de maneira informal, da decisão do magistrado, a família de Lucas procura 
você, na condição de advogado(a), para a adoção das medidas cabíveis. Após constituição nos autos, 
a defesa técnica é intimada da decisão de indeferimento do pedido de progressão de regime em 24 
de novembro de 2017, sexta-feira, sendo certo que, de segunda a sexta-feira da semana seguinte, 
todos os dias são úteis em todo o território nacional. 
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Lucas, qual a peça 
jurídica cabível? Explique e fundamente. 
▪ Resposta esperada: A peça jurídica cabível para este caso é um Agravo em Execução, uma 
vez Lucas foi condenadopela prática de crime de associação para o tráfico, delito este 
previsto no art. 35 da Lei 11.343/2006, à pena de seis anos de reclusão em regime inicial 
semiaberto, destacando o magistrado do conhecimento que o delito não teria natureza 
hedionda. Após cumprimento de 1/6 da pena, não havendo notícia de não atendimento aos 
requisitos subjetivos, já que não sofreu qualquer sanção disciplinar, faria jus o apenado à 
progressão para o regime aberto. Logo, deve-se combater todos os fundamentos 
apresentados pelo magistrado para indeferir o requerimento de progressão de regime. 
A priori deveria ser destacado que o delito praticado por Lucas não tem natureza de crime 
hediondo. Em que pese a Constituição e a Lei 8.072/1990 (Lei de Crimes Hediondos) 
tenham equiparado o crime de tráfico, tortura e terrorismo aos crimes hediondos, o mesmo 
não o fez em relação ao delito de associação para o tráfico. Da mesma forma, o rol de delitos 
de natureza hedionda trazido pelo art. 1.º da Lei 8.072/1990 não menciona o crime de 
associação para o tráfico. Exatamente em razão disso a jurisprudência, inclusive dos 
Tribunais Superiores, não considera o delito previsto no art. 35 da Lei 11.343/2006 como 
de natureza hedionda ou equiparado. Ademais, o próprio juízo de conhecimento havia 
decidido que o delito não teria natureza hedionda. 
Conforme vem sendo destacado pela jurisprudência, o simples fato de o art. 44, parágrafo 
único, da Lei 11.343/2006 exigir para a concessão do livramento condicional o 
cumprimento de mais de 2/3 da pena não tem o condão de transformar o crime de 
associação para o tráfico em hediondo, de modo que o livramento exige o cumprimento de 
2/3 da pena, enquanto que para progressão de regime basta o cumprimento de 1/6 da pena 
aplicada. 
Além disso, não há que se falar em reincidência na hipótese, tendo em vista que a 
condenação pela prática do crime de ameaça ocorreu após o trânsito em julgado da decisão 
que condenou Lucas pela prática do crime de associação para o tráfico. De acordo com o 
art. 63 do Código Penal, configura-se a reincidência quando o agente vem a ser condenado 
pela prática de crime cometido após condenação anterior, com trânsito em julgado, pela 
prática de delito pretérito. Assim, não há que se falar em reincidência na hipótese. 
Exatamente em razão da natureza não hedionda do crime e da ausência de reincidência, o 
requisito objetivo para Lucas fazer jus à progressão de regime é o cumprimento de 1/6 da 
pena, período esse já atendido pelo apenado, que cumpriu em regime semiaberto mais de 
um ano de uma sanção penal de seis anos. 
Por fim, deve o advogado de Lucas rebater o argumento do magistrado em relação ao 
requisito subjetivo, que, segundo a decisão questionada, exigiria a realização de exame 
criminológico. Desde a Lei 10.792/2003 que não mais existe obrigatoriedade da realização 
de exame criminológico para obtenção de progressão de regime, bastando o atestado de 
bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento. Certo é que 
não existe vedação à requisição de realização de exame criminológico para análise de 
eventual progressão de regime ou livramento condicional. Todavia, a justificativa para tal 
requerimento deverá ser embasada em fundamentos sólidos de acordo com o caso 
concreto, não bastando a mera alegação da gravidade em abstrato do delito. Assim, a 
fundamentação utilizada pelo magistrado a quo não foi idônea, nos termos do Enunciado 
439 da Súmula de Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e do Enunciado 26 da 
Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF). 
 
Teste de aprendizagem: José, após responder ao processo cautelarmente preso, foi condenado à 
pena de oito anos e sete meses de prisão em regime inicialmente fechado. Após alguns anos no 
sistema carcerário, seu advogado realizou um pedido de livramento condicional, que foi deferido 
pelo magistrado competente. O membro do parquet entendeu que tal benefício era incabível no 
momento e deseja recorrer da decisão. 
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa que menciona o recurso correto. 
▪ Resposta correta: Agravo em Execução, no prazo de 05 (cinco) dias. Fundamentação: 
Conforme disposto no artigo 197 da LEP (Lei n.º 7.210/84) c/c Súmula 700 STF. 
 
 
Tema 08 – Espécies de Recursos III 
Aula 01: Embargos de Declaração 
Casuística: Ciro, famoso comerciante no interior de Minas Gerais, fora acusado pelo crime de 
receptação (art. 180 do CP), roubo (art. 157 do CP) e associação criminosa (art. 288 do CP). Segundo 
o Ministério Público, Ciro rouba cargas em outros estados e as revende, além de frequentemente 
comprar equipamentos eletrônicos roubados. Durante a instrução, o Ministério Público consegue 
provar a receptação com as provas testemunhal e documental, todavia não consegue demonstrar 
os crimes de roubo e associação criminosa. Em alegações finais, o membro do Parquet reitera seus 
argumentos e pede a condenação nos três crimes. Já a defesa apresenta argumentos sólidos e 
consistentes, além de pedidos subsidiários, tais como eventual condenação exclusiva na receptação 
e o deferimento da suspensão condicional do processo, segundo o art. 89 da Lei 9.099/1995. O juiz 
da 18.ª Vara Criminal profere sentença, em 14 de junho de 2013, condenando Ciro a pena mínima 
de 1 (um) ano, sem indicar por qual/quais delitos e sem uma fundamentação consistente. Somente 
com os fatos narrados acima, apresente a medida mais célere, exclusiva de advogado(a), para o 
caso. 
▪ Resposta esperada: Como advogado(a), deve-se pedir, com fundamento no artigo 382 do 
CPP, declaração da sentença, no prazo de dois, para o próprio Juiz de Direito da 18ª Vara 
Criminal, uma vez que a decisão restou fulminada de omissão e obscuridade, tendo em 
vista a ausência de manifestação sobre qual o crime que ensejara a condenação em 1 ano, 
além da falta de provimento jurisdicional acerca da suspensão condicional do processo 
requerida expressamente pela parte. 
 
Teste de aprendizagem: Bartolomeu foi denunciado pela prática dos crimes de estupro (Pena: 
reclusão, de 06 a 10 anos) e corrupção de menores (Pena: reclusão, de 01 a 04 anos). Em primeira 
instância, Bartolomeu foi condenado nos termos da denúncia, sendo fixada a pena base em 07 anos 
do crime de estupro pelo grande trauma causado à vítima, que precisou de tratamento psicológico 
por anos. A defesa apresentou apelação e o Tribunal, por ocasião do julgamento, decidiu pela 
redução da pena base do crime de estupro para o mínimo legal, de maneira unânime. Bartolomeu 
foi, ainda, absolvido do crime de corrupção de menores por maioria de votos. No momento da 
publicação do acórdão, foi verificado que, apesar de constar que a sanção penal estava sendo 
acomodada no mínimo legal, foi fixada pena de 06 anos e 06 meses de reclusão em relação ao crime 
de estupro. 
Considerando apenas as informações expostas, o Procurador de Justiça, ao ser intimado do teor do 
acórdão, poderá apresentar: 
▪ Resposta correta: Embargos de declaração, mas, mesmo após o esclarecimento, não poderá 
interpor embargos infringentes. Fundamentação: Nos termos do artigo 609 e artigo 619 
do CPP. 
 
Aula 02: Embargos Infringentes e de Nulidade 
Casuística: Isabel foi condenada a pena de dois anos de reclusão e multa pela prática do crime 
previsto no art. 171, §3º, do Código Penal, porque teria recebido, fraudulentamente, benefício 
previdenciário, no valor de R$ 25.000,00, em prejuízo do INSS. A sentença determinou o 
cumprimento da pena em regime aberto, negando expressamente a sua substituição por pena 
restritiva de direitos. O apelo interposto pela defesa de Isabel teve provimento negado pela 1ª 
Turma do Tribunal por decisão não unânime. Restou vencido o voto do desembargador Soares que 
acolhia a preliminar de nulidade da sentença pela ausência de exame pericial no documento 
utilizado e no mérito, reformava a sentença condenatória para absolver Isabelpor insuficiência de 
provas para a condenação. Redija a peça processual adequada à situação descrita, invocando todos 
os fundamentos jurídicos pertinentes. 
▪ Resposta esperada: Deve-se opor, com fundamento no art. 609, parágrafo único, do CPP, 
embargos infringentes e de nulidade, dirigindo o pedido de interposição e as razões do 
recurso ao próprio Tribunal Regional Federal, tendo-se em vista a divergência existente no 
que tange à nulidade absoluta e ao mérito, reiterando o pedido de reconhecimento da 
nulidade absoluta da sentença condenatória em virtude da ausência de exame de corpo de 
delito obrigatório nos crimes materiais (art. 158 c/c art. 564, III, “b”, do CPP) e da 
absolvição do embargante por insuficiência de provas (art. 386, VII, do Estatuto Processual 
Penal). 
 
Teste de aprendizagem: É cabível a interposição de embargos infringentes e de nulidade em face 
de: 
▪ Resposta correta: Acórdão não unânime que julga improcedente recurso em sentido estrito 
interposto pela defesa para reconhecer a extinção da punibilidade do réu. Fundamentação: 
Nos termos do artigo 609, parágrafo único do CPP. 
 
Aula 03: Carta Testemunhável 
Casuística: João foi pronunciado pela prática de homicídio simples. Intimado da decisão, o(a) 
defensor(a) não interpôs o recurso cabível. Posteriormente, intimado pessoalmente, o réu assinou 
termo de recurso, por entender que seria conveniente a revisão da decisão pelo tribunal. Por conta 
disso, o defensor apresenta as razões do recurso, mas o magistrado rejeita tal recurso, sob a 
alegação de que a defesa técnica, prevalente sobre a autodefesa, deixara escoar o prazo. 
Como advogado(a) de João, elabore a peça cabível (diversa de habeas corpus) em seu favor. 
▪ Resposta esperada: Deverá o(a) advogado(a) interpor carta testemunhável, com 
fundamento no art. 639 do CPP, uma vez que a decisão do juiz da primeira fase do Júri 
denegou o recurso interposto, sob o fundamento da prevalência da defesa técnica sobre a 
autodefesa. Nesse sentido, deve-se requer o recebimento e o processamento do recurso 
denegado, sob a tese de que, por interpretação extensiva da súmula 707 do STF, quando 
há divergência entre defesa técnica e a vontade do acusado, prevalecerá a defesa técnica. 
 
Teste de aprendizagem: A respeito da carta testemunhável, assinale a assertiva CORRETA: 
▪ Resposta correta: Admite-se seja a carta testemunhável interposta pelo Ministério Público, 
pelo defensor e pelo assistente de acusação. Fundamentação: Nos termos do artigo 577, 
Código de Processo Penal. 
 
Aula 04: Recurso Ordinário Constitucional 
Casuística: Cristiano foi denunciado pela prática do delito tipificado no art. 171 do Código Penal. 
No curso da instrução criminal, o magistrado que presidia o feito decretou a prisão preventiva do 
réu, com o intuito de garantir a ordem pública, “já que o crime causou grave comoção social, além 
de tratar-se de um crime grave, que coloca em risco a integridade social, configurando conduta 
inadequada ao meio social”. O advogado de Cristiano, inconformado com a fundamentação da 
medida constritiva de liberdade, impetrou habeas corpus perante o Tribunal de Justiça, no intuito 
de relaxar tal prisão, já que a considerava ilegal, tendo em vista que toda decisão judicial deve estar 
amparada em uma fundamentação idônea. O Tribunal de Justiça, por unanimidade, não concedeu 
a ordem, entendendo que a decisão que decretou a prisão preventiva estava corretamente 
fundamentada. 
De acordo com a jurisprudência atualizada dos Tribunais Superiores, qual o recurso que o advogado 
de Cristiano deve manejar visando à reforma do acórdão, em qual o prazo e para qual Tribunal? 
▪ Resposta esperada: De acordo com a jurisprudência atualizada, tanto do STJ como do STF, 
bem como com o mandamento descrito no art. 105, II, “a”, da Constituição Federal, em 
habeas corpus caberá recurso ordinário. O art. 30 da Lei 8.038/1990 determina ser de 
cinco dias o prazo para interposição de recurso ordinário contra decisão denegatória de 
habeas corpus proferida pelos Tribunais dos Estados. No caso narrado no enunciado, o 
recurso deve ser dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, conforme informa o art. 105, II, 
“a”, da Constituição Federal, já que se trata de decisão proferida pelo Tribunal de Justiça. 
 
Teste de aprendizagem: Maurício foi denunciado pela prática do delito de estelionato perante a 
1.ª Vara Criminal de Justiça de Belo Horizonte – MG. Por entender que não havia justa causa para 
a ação penal, o advogado contratado pelo réu impetrou habeas corpus perante o TJ/MG, que, por 
maioria de votos, denegou a ordem. 
Nessa situação hipotética, em face da inexistência de ambiguidade, omissão, contradição, ou 
obscuridade no acórdão, caberá recurso: 
▪ Resposta correta: Recurso Ordinário Constitucional ao STJ, nos termos do artigo 105, II, a, 
da Constituição Federal. 
 
 
Tema 09 – Ações de Impugnação: Habeas Corpus 
Aula 01: Conceito, Origem e Natureza Jurídica 
Casuística: Caio foi preso em flagrante na posse de 15 porções individualizadas de cocaína e 5 
porções de maconha, tendo sido incurso na prática do crime previsto no art. 33, caput, da Lei nº 
11.343/06. O juiz competente houve por bem converter a prisão em flagrante em prisão preventiva, 
fundamentando tal decisão exclusivamente na gravidade abstrata do crime imputado ao agente, 
embora este seja primário e ostente bons antecedentes, além de ter ocupação lícita e residência fixa. 
Você, na condição de defensor, resolve impetrar habeas corpus em favor de Caio. Especifique: 
a) a autoridade competente para o julgamento do habeas corpus; 
b) os requisitos da petição inicial; 
c) a fundamentação normativa; 
d) a possibilidade de pedido liminar; 
e) o conteúdo do pedido final. 
▪ Resposta esperada: a) A autoridade competente para o julgamento do habeas corpus será 
o Tribunal de Justiça ou o Tribunal Regional Federal, uma vez que a autoridade coatora foi 
o magistrado de primeiro grau. 
b) Quanto à petição inicial, é importante observar que o habeas corpus é uma ação de 
conhecimento, devendo o impetrante se atentar, portanto, às condições da ação e aos 
pressupostos processuais. Em relação à aptidão da petição inicial (pressuposto processual 
de validade), deverá o impetrante observar os requisitos específicos previstos no art. 654, 
§ 1º, do Código de Processo Penal, como a especificação do nome do paciente e da 
autoridade coatora; a descrição fática da coação ilegal e as razões jurídicas 
correspondentes; e a assinatura do impetrante. 
c) A fundamentação do habeas corpus, nesse caso, deve partir sempre da previsão 
constitucional (CF, art. 5º, inciso LXVIII). No plano infraconstitucional, é importante 
mencionar o disposto nos arts. 647 e 648 do Código de Processo Penal, salientando que, 
nesse caso, a “coação ilegal” é fundada na ausência de “justa causa” para a prisão 
preventiva (hipótese genérica constante no art. 648, inciso I, do CPP), uma vez não 
preenchidos os requisitos legais do art. 312 do Código de Processo Penal no caso concreto 
(segundo, é claro, o entendimento do defensor). Deverá o defensor, portanto, ressaltar que 
a gravidade abstrata do delito não é suficiente para, por si só, justificar a segregação 
cautelar, conforme amplamente delineado pela jurisprudência pátria.1 E, no presente caso, 
as condições pessoais do agente são favoráveis, ao passo que a quantidade de droga é 
pequena, de maneira a justificar a concessão da liberdade provisória. 
d) O pedido liminar encontra cabimento na espécie, por se tratar de uma ação de 
conhecimento. 1 Por todos: “PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. SÚMULA 691/STF. 
FLAGRANTE ILEGALIDADE. SUPERAÇÃO. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. 
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. 
HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA, DE OFÍCIO. 1. Nos termos do 
Enunciado n. 691 da Súmula do Supremo Tribunal Federal, não é cabível habeascorpus 
contra indeferimento de pedido de liminar em outro writ, salvo em casos de flagrante 
ilegalidade ou teratologia da decisão singular, sob pena de indevida supressão de instância. 
No caso, observa-se flagrante ilegalidade a permitir a superação do referido óbice sumular. 
2. A prisão preventiva do paciente foi decretada com base em fundamentos genéricos 
relacionados à gravidade abstrata e no caráter hediondo do crime de tráfico de drogas. Não 
foram apontados dados concretos a justificar a segregação provisória, nos termos do que 
dispõe o art. 312 do Código de Processo Penal. Nem mesmo a quantidade do entorpecente 
apreendido - 10,637 gramas de cocaína - pode ser considerada relevante a ponto de 
autorizar, por si só, a custódia cautelar do paciente, sobretudo quando considerada sua 
primariedade e seus bons antecedentes.3. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida, 
de ofício, para revogar a prisão preventiva do paciente, mediante a aplicação das medidas 
cautelares previstas no art. 319 do Código de Processo Penal, a critério do Juízo de primeiro 
grau.” (HC 411.792/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 
19/10/2017, DJe 25/10/2017). 
Deverá tal pedido observar os requisitos da tutela cautelar, com a demonstração do 
periculum in mora e do fumus boni iuris, ambos lastreados em prova pré-constituída. A 
fundamentação legal, por sua vez, embora desnecessária porque decorrente da própria 
natureza jurídica do instituto do habeas corpus, poderá ser realizada com fulcro nos arts. 
649 e 660, § 2º, ambos do Código de Processo Penal. 
e) Já o pedido final, por fim, consistirá no requerimento de concessão da ordem de habeas 
corpus, fazendo cessar a coação ilegal em questão, com a revogação da prisão preventiva e 
a expedição de alvará de soltura. Poderá o impetrante pugnar, subsidiariamente, se assim 
entender a autoridade competente, pela fixação de medidas cautelares diversas da prisão, 
caso a liberdade provisória sem fiança não se mostre possível. 
 
Teste de aprendizagem: Quanto ao habeas corpus, é correto afirmar: 
▪ Resposta correta: O direito de locomoção tutelado pelo habeas corpus não se resume à 
liberdade de ir e vir. 
 
Aula 02: Condições da Ação e Competência 
Casuística: Em determinado caso, o magistrado competente indeferiu a petição inicial de um 
habeas corpus. Como fundamento, mencionou que a pessoa jurídica não possui legitimidade ativa 
para impetrar habeas corpus e que a autoridade coatora apontada na exordial também carece de 
legitimidade passiva ad causam, já que tal pessoa não pode ser um particular. Ademais, afirmou o 
magistrado que o impetrante não possui interesse de agir, tendo em vista a inadequação da via do 
habeas corpus em questão, já que seria possível o ajuizamento de uma ação judicial comum para 
discutir a suposta coação ilegal à liberdade de locomoção do paciente. 
Pergunta-se: andou bem o magistrado? Qual seria o instrumento processual cabível para 
questionar tal decisão? 
▪ Resposta esperada: O magistrado não decidiu de maneira acertada, por diversos motivos. 
Em primeiro lugar, conforme estudamos, a pessoa jurídica pode, sim, impetrar habeas 
corpus, possuindo legitimidade ativa para a causa, como ocorre nos casos da OAB, 
sindicatos e associações em geral. 
Também estudamos, de mais a mais, que a pessoa física pode ser autoridade coatora, haja 
vista a eficácia horizontal dos direitos fundamentais, desde que seja a responsável pelo ato 
coator prejudicial à liberdade de locomoção de terceiro. 
A fundamentação inerente à ausência de interesse de agir encontra-se totalmente 
equivocada, porquanto o mero fato de existir outra via processual à disposição do 
impetrante, como uma ação de conhecimento comum, não retira seu interesse para a 
impetração de um habeas corpus, sobretudo nos casos onde, além de uma ilegalidade 
flagrante, há urgência para a apreciação da coação ilegal por parte da autoridade judicial 
competente. 
Se assim não fosse, haveria uma patente hipótese de cerceamento do direito de ação do 
interessado, o qual não teria sua pretensão examinada em tempo hábil pelo Poder 
Judiciário, em clara violação aos princípios processuais penais, sobretudo o devido 
processo legal. 
Por fim, o recurso cabível para a impugnação da referida decisão é o recurso em sentido 
estrito, nos termos do art. 581, inciso X, do Código de Processo Penal. De todo modo, um 
novo habeas corpus poderá ser impetrado perante o Tribunal competente, tendo a mesma 
causa de pedir e idêntico pedido, desde que demonstrada a urgência na apreciação da 
medida e a insuficiência do RESE, salientando que a autoridade coatora, agora, seria o 
magistrado prolator de tal decisão. 
 
Teste de aprendizagem: Não compete ao Supremo Tribunal Federal julgar ações de habeas corpus 
impetradas contra: 
▪ Resposta correta: Governador do Distrito Federal. Fundamentação: Segundo o art. 105, 
inciso I, alínea c, da Constituição Federal, compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar 
habeas corpus que possui como autoridades coatoras, dentre outras, os Governadores do 
Estado e do Distrito Federal. Nos demais casos, a competência é, de fato, do Supremo 
Tribunal Federal. 
 
Aula 03: Requisitos e Espécies de Habeas Corpus 
Casuística: Beltrano foi denunciado pela suposta prática do crime de estelionato, porque teria 
prometido a seu cliente a vitória em um processo judicial trabalhista, o que acabou não se 
concretizando. O juiz competente houve por bem receber a denúncia, sob o entendimento genérico 
de que não seria caso de absolvição sumária, existindo prova da materialidade delitiva e indícios de 
autoria. 
Indaga-se: seria cabível a impetração de um habeas corpus no caso em exame? 
▪ Resposta esperada: Na condição de advogado, seria possível a impetração de um habeas 
corpus perante o Tribunal de Justiça competente com o fim de se buscar o imediato 
trancamento da ação penal. 
Embora se trate de uma medida excepcional, o trancamento da ação penal em sede de 
habeas corpus é cabível quando estiver evidenciada, de maneira flagrante e com lastro em 
prova pré-constituída, a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a patente 
ausência de indícios de autoria. Nesse sentido, a jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal é pacífica: HC 95.058/ES, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; HC 89.398/SP, Rel. Min. 
Cármen Lúcia; HC 84.738/PR, Rel. Min. Marco Aurélio; e HC 92.183/PE, Rel. Min. Carlos 
Britto. 
Portanto, deverá o advogado impetrante sustentar a cristalina atipicidade da conduta 
descrita na denúncia, inexistindo sequer menção à fraude e ao induzimento da vítima a 
erro, razão pela qual, segundo a argumentação defensiva, tal conduta de Beltrano não 
constituiria crime de estelionato por não se amoldar ao tipo penal correspondente, 
tornando de rigor o trancamento imediato da ação penal por ausência de justa causa. Nesse 
caso, a ordem de habeas corpus não resultará na expedição de alvará de soltura ou 
contramandado de prisão, mas tão somente na expedição de um ofício destinado à 
autoridade coatora, determinando o imediato trancamento da ação penal em tela. 
 
Teste de aprendizagem: Assinale a alternativa correta: 
▪ Resposta correta: As hipóteses de coação ilegal previstas em lei são meramente 
exemplificativas. Fundamentação: O rol previsto no art. 648 do Código de Processo Penal 
é exemplificativo, e não taxativo. É impossível o legislador prever todas as hipóteses de 
coação ilegal, porquanto são mutáveis e ajustáveis ao caso concreto, de modo que, a fim de 
se evitar lesões em geral aos direitos do paciente, se entende que outras medidas ilícitas 
podem ser consideradas como coação ilegal. O que importa, aqui, é a violação ao direito de 
locomoção no caso concreto, e não a forma prescrita em lei para esta violação. 
 
Aula 04: Pontos Polêmicos 
Casuística: Maria, então primária, foi sentenciada à pena de 5 anos e 4 meses de reclusão, emregime inicial fechado, além de 13 dias-multa, pela prática do crime de roubo majorado, tendo a 
sentença condenatória já transitado em julgado. Entretanto, em sede de execução definitiva da 
pena, Maria já cumpriu pena em regime inicial fechado por período superior a 3 anos, não tendo 
sido, até o presente momento, concedida a progressão de regime prisional ou qualquer outro 
benefício, como o livramento condicional. 
Você, na qualidade de defensor de Maria, peticionou nos autos da execução penal, a fim de obter o 
benefício da progressão prisional em favor da sentenciada, tendo o magistrado competente 
indeferido tal pleito. 
Poderá ser impetrado habeas corpus contra a decisão proferida pelo magistrado ou somente será 
cabível o recurso de agravo em execução, próprio à discussão de tal matéria? 
▪ Resposta esperada: No âmbito de matéria inerente à execução penal, em regra, o 
instrumento mais adequado é o recurso de agravo em execução, haja vista o confronto 
entre a exigência de prova pré-constituída em habeas corpus e as especificidades de cada 
execução penal (datas, contagem de prazos, benefícios concedidos, situação do preso etc.). 
Entretanto, em casos onde há uma flagrante ilegalidade na execução e desde que a exordial 
seja suficientemente instruída com documentos hábeis a ilustrar a questão e formar o livre 
convencimento motivado do magistrado, o habeas corpus poderá ser manejado em favor 
do reeducando, com o fim de fazer cessar a lesão ao seu direito de locomoção. 
No caso ora proposto, verifica-se fazer jus a sentenciada à progressão ao regime prisional 
semiaberto e até mesmo aberto, haja vista o lapso temporal de cumprimento da pena, 
desde que preenchidos os requisitos legais de cunho objetivo e subjetivo. 
Portanto, caso a exordial do habeas corpus seja instruída, por exemplo, com o prontuário 
da reeducanda, com todas as informações inerentes ao cumprimento da pena no 
estabelecimento prisional; o cálculo de pena realizado pela serventia do juízo a quo; e os 
documentos inerentes à condenação transitada em julgado e à execução penal em geral, 
poderá tal progressão, em tese, ser obtida por meio da referida ação constitucional, com a 
concessão da ordem de habeas corpus. 
Nessa hipótese, será determinada a progressão ao regime prisional mais benéfico, direito 
subjetivo da reeducanda, com a consequente expedição de alvará de soltura. 
 
Teste de aprendizagem: É incorreto afirmar: 
▪ Resposta correta: Em ação de alimentos, cabe tão somente a impetração de mandado de 
segurança. Fundamentação: O habeas corpus não é um instrumento exclusivamente penal. 
A prisão civil de devedor de alimentos relaciona-se diretamente com o direito de 
locomoção, podendo, portanto, ser discutida em sede de habeas corpus, cuja competência 
para julgamento será da autoridade judiciária civil. 
 
 
Tema 10 – Ações de Impugnação – Revisão Criminal e Mandado de Segurança 
Aula 01: Revisão Criminal I 
Casuística: João, condenado em 1ª instância por duplo homicídio culposo na direção de veículo 
automotor, interpôs recurso de apelação, arguindo, como tese principal, o reconhecimento do 
perdão judicial, visto que uma vítima era sua namorada e, a outra, um amigo bastante próximo. O 
Tribunal de Justiça, em duplo grau recursal, deu provimento ao pedido, extinguindo a punibilidade 
de João. A decisão transitou em julgado. Pouco tempo depois do trânsito em julgado, saiu uma nota 
de recall do fabricante do veículo, tendo em vista que acidentes de semelhante origem ocorreram e 
a própria fabricante verificou que carros automáticos daquela série apresentaram defeitos de 
fábrica. Diante disso, foi requerido um laudo, que apresentou conclusões apontando a presença do 
mesmo defeito no veículo do sentenciado. Razão pela qual ingressou com Revisão Criminal com o 
fito de obter a absolvição. O ajuizamento da ação revisional é possível? 
▪ Resposta esperada: É controversa a natureza jurídica da decisão que concede o perdão 
judicial. A depender da natureza jurídica adotada, haverá, ou não, a possibilidade de 
ajuizamento da ação revisional. 
Alguns entendem tratar-se de decisão condenatória, pois o raciocínio do magistrado é 
vislumbrar a culpa do réu para poder perdoá-lo. Não se concede clemência ao inocente, 
mas, sim, ao culpado, que não merece cumprir pena1. Para essa corrente, adotada pelo 
doutrinador Guilherme de Souza Nucci, é perfeitamente cabível a Revisão Criminal, 
porquanto inegáveis os efeitos secundários da decisão condenatória, como a inclusão do 
nome do réu no rol dos culpados, antecedentes e obrigação de reparar o dano. 
Predomina, contudo, o entendimento segundo o qual a decisão concessiva de perdão 
judicial possui natureza declaratória. Nesse prisma, a Súmula 18, do STJ: “A sentença 
concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo 
qualquer efeito condenatório”. Para essa corrente, não haveria necessidade de ajuizamento 
da Revisão Criminal, pois inexistem efeitos da decisão proferida. 
 
Teste de aprendizagem: Assinale a alternativa correta no que concerne à revisão criminal, tratada 
nos artigos 621 a 630 do CPP. 
▪ Resposta correta: É pedido que pode ser articulado a qualquer tempo, antes da extinção da 
pena ou após. 
 
Aula 02: Revisão Criminal II 
Casuística: Antônio, condenado em 1ª instância, teve seu recurso de apelação não conhecido 
porque não estava recolhido à prisão, nos termos dos artigos 594 e 495, do CPP, vigentes à época 
(Art. 594: “O réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, ou prestar fiança, salvo se for 
primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória, ou condenado por 
crime de que se livre solto. Art. 595: Se o réu condenado fugir depois de haver apelado, será 
declarada deserta a apelação”). A Súmula nº 09, do STJ, corroborava a previsão legal, ao destacar 
que “a exigência da prisão provisória, para apelar, não ofende a garantia constitucional da 
presunção da inocência”. 
Não conhecida a apelação, a condenação de Antônio transitou em julgado. Tempos depois, em 
especial por influência da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, houve uma mutação 
jurisprudencial, cancelando a súmula, resultando, inclusive, na revogação dos mencionados artigos. 
Firmou-se que o conhecimento do recurso de apelação do réu independe de sua prisão (Súmula 
347, STJ). 
Sobrevindo novo entendimento, fruto de mutação jurisprudencial, o que o advogado de Antônio 
poderia fazer no caso em apreço? Mesmo depois de anos, a apelação interposta por Antônio poderia 
ser analisada? 
▪ Resposta esperada: Entende-se que a mutação jurisprudencial, quando, obviamente, 
benéfica ao acusado, autoriza o ajuizamento da Revisão Criminal. O caso em apreço retrata 
esse cenário. Muitos foram os que, à época, tiveram o direito ao duplo grau de jurisdição 
negado, posto não terem se recolhido à prisão (ou fugido da Penitenciária). Superado esse 
entendimento, violador da ampla defesa, o advogado de Antônio poderia ajuizar a ação 
revisional, pleiteando o direito ao duplo grau de jurisdição. Assim, o trânsito em julgado 
da decisão que não conheceu da apelação em virtude do não recolhimento do réu à prisão 
seria desconstituído, permitindo-se que o apelo fosse apreciado pelo Tribunal. 
 
Teste de aprendizagem: Sobre a revisão criminal, é correto afirmar: 
▪ Resposta correta: A revisão criminal poderá ser proposta para beneficiar o condenado que 
faleceu. 
 
Aula 03: Revisão Criminal III 
Casuística: José foi absolvido em 1ª instância após ser denunciado pela prática de um crime de 
extorsão em face de Marina. O Ministério Público interpôs recurso de apelação, sendo a sentença 
de primeiro grau reformada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo para condenar o réu à pena de 
05 anos, sendo certo que o acórdão transitou em julgado. Sete anos depois da condenação, já tendo 
cumprido integralmente a pena, José vem a falecer. Posteriormente,

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