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Sanidade Animal Camilla Teotonio Pereira CINOMOSE Doença infecciosa viral altamente contagiosa, multisistêmica, que causa imunossupressão e letal, com distribuição mundial. AGENTE ETIOLOGICO O vírus CDV (canine distemperr vírus) se caracteriza pela pequena dimensão, que varia tamanho 13 a 18nm de diametro, não envelopado e o nicleocapsídeo viral possui simetria helicoidal. Pertence à família Paramyxoviridae, gênero Morbillivirus. O CDV apresenta seis proteínas estruturais: nucleocapsídio (N), fosfo (P), large (L), matriz (M), hemaglutinina (H) - espícula e de fusão (F). As proteínas H e F são as mais importantes, por serem responsáveis pela fixação do vírus na célula e processo de fusão, respectivamente. A hemaglutinina também desempenha uma função fundamental contra a imunidade específica do organismo hospedeiro e por questões adaptativas e de influências externas sobre o sistema imunológico do hospedeiro, exibe a mais elevada variabilidade genética no genoma de CDV. Geralmente são espécie-específicos, mas com possibilidade de infecção interespécies. O vírus que causa cinomose compartilha muitas características antigênicas e patogênicas com o vírus do sarampo, que acomete a espécie humana. Ácido nucleico RNA envelopado, de fita única. O envelope lipídico apresenta duas glicoproteínas de superfície, F e H, que medeiam a entrada e a saída do vírus nas células. Baixa resistência ao ambiente, devido o seu vírus RNA envelopado e não tem manutenção ambiental. Fase de absorção proteína H (hematoglutinina) é a espicula do vírus mais importante para infecção viral, que se liga no receptor da célula do hospedeiro. Os anticorpos através da vacina, doença natural ou soro hiperimune, visam neutralizar proteína H e impedir a adsorção (infecção do vírus na célula do hospedeiro), pois a proteína H é o alvo imunológico. Fase de penetração do vírus nas células do hospedeiro. Replicação viral no citoplasma com formação de corpúsculo inclusão intracitoplasmático. EPIDEMIOLOGIA A doença acomete principalmente os animais da ordem Carnivora. Apresenta distribuição mundial. O vírus RNA pode ocorrer mais mutação do ácido núcleo. O vírus da cinomose possui diversas variantes de linhagens genéticas. A diversidade do gene H é útil para investigar a epidemiologia molecular do vírus e comisso, a hemaglutinina se estabelece como foco principal das análises filogenéticas bem como de estudos moleculares e epidemiológicos importantes que envolvem o CDV. PREVALÊNCIA O CDV acomete mamíferos das famílias Canidae, Mustelidae, Hyaenidae, Procyonidae, Ailuridae, Viverridae, Felidae, Ursidae, Phocidae, Tayassuidaee Cercopithecidae. Felinos domésticos e suínos são considerados predispostos ao vírus da cinomose, porém não há o desencadeamento da doença clínica nestas espécies. A enfermidade atinge animais não vacinados, e é mais frequente quando cessa a imunidade passiva transmitida pela mãe via colostro, geralmente entre os 60 e 90 dias de vida, e não há imunização adequada. O vírus pode acometer animais em qualquer faixa etária e que não há predileção por raça ou sexo, de modo que a imunossupressão pode ser observada em qualquer idade, raça e sexo. Porém mais comum em cães jovens de 3 a 6 meses de idade. TRASMISSÃO A transmissão viral se estabelece através dos aerossóis e gotículas infectantes oriundas das excreções e secreções corpóreas dos animais infectados. Cadelas prenhes infectadas estão aptas a transmitir o vírus por via transplacentária, gerando abortos, fetos natimortos ou o nascimento de filhotes fracos e imunossuprimidos. A taxa de infecção pelo CDV é maior do que o número de animais que manifestam a doença, caracterizando os casos subclínicos da infecção. Independente da presença ou ausência de sinais clínicos, os animais portadores da infecção aguda sistêmica eliminam partículas virais em suas fezes, saliva, urina e exsudatos conjuntivais e nasais a partir do 5º dia após a evidenciação ao vírus. A transmissão ocorre por contato direto e inalação de aerossóis. FISIOPATOLOGIA O vírus CDV é epiteliotrópico, com replicação inicial no epitélio e tecido linfoide oronasal, ou seja, infecta inicialmente o trato respiratório superior. Durante as primeiras 24 horas após a infecção, ocorre a replicação viral em macrófagos e linfócitos B e T (mais afetada) circulantes, até que as partículas virais se espalham pela via linfática para os gânglios e tonsilas. Essa replicação inicial nos tecidos linfoides leva a uma imunossupressão duradoura e grave. A intensidade da imunossupressão é relacionada com a magnitude da resposta humoral do hospedeiro, o que define como a doença se instalará. Durante os primeiros quatro a seis dias após a infecção, a replicação viral ocorre no sistema linfático, medula óssea, timo, baço, nódulos linfáticos, mesentéricos, placas de Peyer, as células de Kupffer e as células mononucleares nos pulmões. Entre os segundo e sexto dia pode ser observado uma hipertermia em decorrência à alta taxa de multiplicação viral nos órgãos linfoides, bem como a leucopenia causada pela depleção de células linfoides. Cerca de oito a dez dias pós-infecção, o CDV migra por meio de vias hematogênicas ou pelo LCR para os tecidos epiteliais e o sistema nervoso central, levando à sinais clínicos nervosos. Ao entrar no SNC, o vírus desencadeia alterações neurológicas importantes e muitas vezes irreversíveis, levando a um prognóstico reservado. O grau de comprometimento do SNC é diretamente relacionado ao tipo de cepa envolvida e aos fatores imunes e fisiológicos que envolvem o hospedeiro. As lesões neurológicas desencadeadas pela cinomose canina a tornam um espontâneo modelo animal para o estudo de doenças desmielinizantes associadas à imunidade em humanos, como a esclerose múltipla, devido a sua similaridade morfológica nas alterações neurais. Essa imunossupressão favorece o surgimento de infecções secundárias por agentes oportunistas, como nos quadros de broncopneumonia bacteriana, gastrenterite, dermatite pustular e conjuntivite purulenta, geralmente encontradas nos casos da doença sistêmica em animais jovens. Período de incubação média 1 a 4 semanas após infecção. Resposta imunológica humoral celular é intensa e rápida. Período de excreção viral entre 2 a 3 meses pela via aerógena. Isolamento 3 meses. Período de quarentena mínimo 4 semanas, que corresponde período de incubação. Animais não vacinados pode indicar o uso de soro hiperimune até 14 dias após infecção, antes de infectar o SNC. A fase subaguda tem aumento da imunidade com a produção de anticorpos para neutralizar vírus na maioria dos tecidos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Os sintomas são variados e exacerbados pelas infecções bacterianas oportunistas. Apresenta sob três formas clínicas clássicas: aguda, subaguda e crônica, onde a duração e gravidade da enfermidade estão diretamente atreladas à virulência da cepa, condições do ambiente e perfil imunológico do animal. Nenhum sinal clínico para esta enfermidade é classificado como patognomônico, e os sinais podem ocorrer de maneira sequencial, simultânea ou isolada. Co-infecções podem ser observadas com a toxoplasmose, a criptosporidiose, a adenovirose, a parvovirose, a micoplasmose e a coccidiose, além de infecções bacterianas no trato gastrointestinal e respiratório. SISTEMA RESPIRATÓRIO GASTROINTESTINAL Presença de manchas com coloração amarronzada que podem ser vistas contornando o esmalte dentário em animais que foram infectados quando filhotes, devido ao acometimento das células produtoras do esmalte. SISTEMA EPITELIAL SISTEMA NERVOSO CENTRAL Os sintomas neurológicos são diversos, dependendo da localizaçãodas lesões como Os déficits são assimétricos, sugestivos de afecção difusa, uma informação importante para o clínico. Encefalopatia dos cães jovens quadro observado em animais entre 0 e 2 anos de idade. Geralmente apresentam doença sistêmica, determinada por infecções secundárias. No sistema nervoso central (SNC) se instala encefalopatia multifocal, com áreas de malacia e hemorragia. As lesões podem ser encontradas na substância cinzenta e na branca, com predomínio nesta última. Podem ser difusas, mas são principalmente encontradas no cerebelo, ao redor do quarto ventrículo, nos pedúnculos cerebrais e cerebelares e na medula espinal. À histopatologia, pode haver inicialmente desmielinização sem inflamação, seguida de formação de manguitos perivasculares, gliose, neuronofagia, inclusões virais (inclusões de Lenz) em células gliais. As áreas de desmielinização podem ser extensas. Encefalopatia dos cães adultos quadro encontrado em animais com mais de 4 anos de idade. Eles se apresentam com ou sem desenvolvimento de doença sistêmica, em geral com curso crônico da sintomatologia. A principal alteração é uma desmielinização primária; as lesões predominam na substância branca, na porção caudal do cérebro, no ângulo cerebelopontino, ao redor do quarto ventrículo, nos pedúnculos cerebrais e cerebelares e também na medula espinal. À histopatologia, observa-se o surgimento de gliose, com astrócitos gemistocíticos e formação de placas escleróticas. Encefalopatia dos cães velhos síndrome acomete cães acima de 6 anos de idade. A principal alteração consiste em pan-encefalite subaguda, com perda seletiva do estado mental. O animal apresenta depressão com episódios de agressividade, mesmo contra o proprietário. Ataque a objetos animados e inanimados, latidos intermitentes e agressividade muitas vezes fazem suspeitar de raiva. O predomínio das lesões é na substância cinzenta dos hemisférios cerebrais, gânglios basais, tálamo, mesencéfalo e hipocampo, sendo que neste último elas provavelmente estão relacionadas com o desenvolvimento de sintomas clínicos semelhantes aos que se encontram em animais com raiva. À histopatologia, são detectados manguitos perivasculares na região cortical, neuronofagia, gliose focal; a desmielinização apresenta menor gravidade. O vírus não é mais identificado por isolamento, mas há corpúsculos virais em células nervosas, com identificação de fragmentos do genoma do vírus. Os sintomas neurológicos são demência, ataxia, déficit de visual, andar em círculo e não reconhecimento do dono. A lesão que aparece é caracterizada como panencefalite, a qual é muito semelhante ao quadro da panencefalite subaguda esclerosante, doença que acomete seres humanos que desenvolveram sarampo na infância. Encefalopatia pós-vacinal alteração ocorre em animais que foram vacinados e, logo após, apresentaram encefalite difusa que pode ser causada pela cepa vacinal não devidamente atenuada, ou por suscetibilidade individual. As lesões são difusas e predominam na substância cinzenta do córtex cerebral. À histopatologia, detecta-se polioencefalite, com manguitos perivasculares, neuronofagia e inclusões intranucleares em neurônios. Pode ocorrer malacia do tegumento. Polioencefalite com corpúsculos de inclusão da cinomose recentemente descrita em animais jovens, nos quais as lesões predominam na substância cinzenta, com grande quantidade de corpúsculos de inclusão em neurônios. Nesse quadro, o predomínio das lesões na substância cinzenta difere substancialmente em animais jovens e adultos, pela localização das lesões e pelo grau de envolvimento da substância branca. Não há histórico de vacinação e desenvolvimento de encefalite pós- vacinal, ou de manifestação da encefalopatia do cão adulto, pela idade dos animais acometidos. Embora o isolamento do vírus não tenha sido realizado, confirmou- se a existência de fragmentos de genoma do vírus. A doença se assemelha muito ao quadro da polioencefalite com corpúsculos de inclusão de humanos, na qual foram identificados fragmentos do genoma do vírus do sarampo. Essas alterações estão relacionadas com a produção do mRNA do vírus, mas com baixa produção dos produtos de tradução, levando a uma infecção não produtiva, com persistência do vírus. TIPOS DE LESÃO E PATOGENIA DA DESMIELINIZAÇÃO Leucoencefalomielite com desmielinização é um achado comum em cinomose, principalmente em encefalopatia do cão jovem e do cão adulto. Poliencefalite achado muito incomum, pouco e raro diagnosticado, visto em quadros de encefalopatia dos cães velhos, encefalopatia pós-vacinal e poliencefalite com corpúsculos de inclusão da cinomose. As lesões podem ser classificadas de acordo com o tempo de evolução do processo inflamatório que as acompanha. Encefalite aguda não inflamatório, as placas de desmielinização predominam. As lesões recentes, que se desenvolveram em meio à imunossupressão sistêmica causada pelo vírus, são mínimas. A perda de mielina é considerada consequência da replicação restrita do vírus em oligodendrócitos, com diminuição da transcrição dos produtos do gene da mielina. Fatores que colaboram para a desmielinização - Expressão em grande quantidade de mRNA viral, expressão mínima ou moderada de complexo de histocompatibilidade principal (MHC) II e ausência ou participação mínima de linfócitos T CD8. - Produção de fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) pelos astrócitos. Esta substância é altamente tóxica para os oligodendrócitos e age na progressão da lesão. Acomete filhotes, cães jovens e adultos imunossuprimidos. Resumo ase inicial, ação direta do vírus nas células nervosas com destruição neurônios, ocasionando polioencefalomalacia (necrose e amolecimento da substância cinzenta do encéfalo). Também ocorre o processo de desmielinização da bainha mielina com destruição dos oligodendrócitos (manutenção) Cerca de 50% dos animais infectados desenvolvem encefalomielite não supurativa aguda bastante grave. Quando os animais se recuperam da fase aguda, a doença pode evoluir para um quadro de desmielinização crônica, com aparecimento de sintomas graves. Encefalite crônica inflamatórias estão associadas a redução ou eliminação total do antígeno e do mRNA do vírus, aumento da expressão do MHC II e infiltração proeminente de linfócitos. O aumento de níveis da interleucinas 1,6,8 e 12, mais o TNFα, nas lesões recentes, são interpretadas como indicação de uma complexa resposta imunomediada no desenvolvimento da lesão. Resumo marcado por intensa resposta imunológica (processo inflamatório), que exacerba as lesões iniciais da encefalite aguda. Também ocorre a intensificação do processo de desmielinização, devido a ligação dos anticorpos na mielina. A encefalite crônica ocorre de 6 e 7 semanas após a encefalite aguda. Acomete mais cães adultos. Em animais já livres da infecção viral, podem-se observar sequelas características de lesões da cinomose, como a mioclonia de músculos mastigatórios ou de algum dos membros. Esse movimento é provavelmente dado ao estabelecimento de um marca- passo autônomo em região de neurônio motor inferior. HOSPEDEIROS INFECTADOS Os portadores e doentes excretam partículas virais através da via aerossóis. Fatores de risco de infecção PORTADORES INAPERENTES Portadores assintomáticos na fase subclínica, período de incubação ou convalescença. Correspondem 25 a 75% da população, que não apresenta manifestações clínicas. A única forma de detectar os portadores assintomáticos é realizar testes de diagnóstico do método direto. DOENTES Fase aguda coincide com a diminuição dos anticorpos maternos em filhotes de 3 a 6 meses de idade. Necessário isolamento e tratamento. DIAGNÓSTICO Baseado no exame físico, anamnese e exames laboratoriais. No caso de diagnóstico laboratorial, o vírus pode ser detectado através de diversas amostras biológicascomo urina, sangue total, leucócitos, fezes, saliva e secreção respiratória. A urina tem sido a amostra de eleição devido à alta quantidade viral e por ser um método de colheita não invasivo. MÉTODO DIRETO Utilizado para diagnóstico clínico na rotina clínica. Isolamento viral cultivo celular utilizado em instituições de pesquisas e produção vacinal. Pesquisa de corpúsculo de inclusão visualizar a presença de corpúsculo Lentz. Exame de baixa sensibilidade, dá muito resultado falso negativo. Teste rápido: imunocromatografia detecta a presença de antígeno (vírus). As amostras podem ser sangue, urina, secreções nasais e secreção conjuntiva. Resultado falso + entre 1 a 4 semanas após a vacinação. PCR detecta e amplifica fragmentos de RNA do vírus. As amostras podem serem sangue, urina, secreções nasais e secreção conjuntiva. Depende da amostra ideal pode dar resultado falso negativo. Resultado falso + 1 a 4 semanas após a vacinação. , Achados histopatológicos broncopneumonia, com necrose do revestimento epitelial das vias aéreas e espessamento de paredes alveolares nos pulmões. No estômago, pode-se reportar um alto número de corpúsculos de inclusão viral; já com relação ao sistema nervoso, achados de lesões desmielinizantes, necrose neuronal, gliose e meningoencefalomielite não supurativa podem ser verificados. MÉTODO INDIRETO Testes sorológicos detecta anticorpos no soro. Tem altos níveis de especificidade e sensibilidade. Dá muito resultado falso +, pois animal que recebeu o colostro, vacina ou teve uma infecção passada apresentam anticorpos e difícil afirmar e diferenciar vírus selvagem de vírus vacinal. Utilizado como marcador de níveis de imunidade (proteção). Pode utilizar a amostra liquor. Se resultado positivo, diagnóstico definitivo, pois anticorpos não ultrapassam a barreia hematoencefálica. PERFIL BIOQUÍMICO / HEMOGRAMA TRATAMENTO O tratamento inicialmente, consiste em isolar o animal acometido para impedir que ocorra disseminação entre outros animais. A terapêutica no decorrer da abordagem clínica é de suporte. Fluidoterapia solução RL e reposição de hidroeletrolítica. Antibioticoterapia de amplo espectro em casos de enfermidade bacterianas secundárias. Sulfametoxazol + trimetropim 30mg/Kg, VO, BID, pelo menos 15 dias em casos de broncopneumonia e enterite. Soro hiperimune somente em casos de animais não vacinados, contactantes. Utilizar na fase precoce da doença para neutralização de vírus livre, Vitaminas complexo B para adequar a regulação e metabolização de neurotransmissores, 1 gota/Kg, VO, BID ou 1 drágea, VO, BID. Vitamina A para proteção e regeneração de epitélios. Vitamina C usado como antioxidantes na dose de 500 UI/cão, VO, BID. Anti-inflamatórios esteroidais indicado em caso de infecção aguda, porém pode favorecer o paciente que tenha sintomatologia neurológica. A dexametasona usado para reduzir edema cerebral, mantendo doses anti-inflamatórias. Devido ao efeito imunossupressor dos corticoides, podem-se favorecer novas infecções, além de provocar efeitos colaterais, bem como distúrbios gastrointestinais, em nível de sistema nervoso central, pode provocar aumento de apoptose neural e desmielinização, comprometendo ainda mais o prognóstico do animal acometido. Anticonvulsivantes em casos de convulsão. Ex: fenobarbital na dose de 2 a 6mg/Kg, BID, VO. Ribavirina é um antiviral com ação de inibidor da replicação de RNA, porém diversos efeitos colaterais. Achados clínicos associados à toxicose como sinais gastrointestinais, anemia hemolítica, hepatotoxicidade, trombocitopenia e supressão da MO. Dose de 30 mg/Kg, SID, VO associado a DMOSO 20mg/kg, SID, IV, diluído em solução 10 a 20% de cloreto de sódio (NaCl) a 0,9%, ambos por 15 dias, sendo que desta forma, permite que ocorra maior difusão tecidual do fármaco, além de potencializar a ação antiviral da ribavirina. O uso da Ribavirina pode provocar aumento da bilirrubina, ferro e ácido úrico e alguns paciente apresentam queda acentuada na concentração de hemoglobina. Estimulante de apetite cloridrato ciproeptadina (Apevitin BC ®) na dose de 0,1 Ml/Kg em cães e gatos. Antieméticos metoclopramida ou ondansetrona. Analgésico se necessário, dipirona 25 a 18mg/Kg, VO, BID ou cloridrato de tramadol 2 a 4mg/Kg, VO, BID/TID. Imunoestimulantes interferon α, 30 UI/cão, VO, SID ou lecogen 5mL/cão, VO, BID ou Levamisol 1 a 2 mg/Kg a cada 2 dias. Tratamentos alternativos empregados para reabilitação e/ou melhora da qualidade de vida de animais que foram acometidos pela cinomose e mantiveram sequelas. A acupuntura, fisioterapia atualmente proporcionam bons resultados e são indicadas em casos de paresias e paralisias, mioclonia, déficit de propriocepção, retenções urinária e fecal, incontinência urinária e atrofia muscular. Também tem o uso de células tronco. PROXILAXIA Prevenção primária é o protocolo vacinal para animais susceptíveis. Preconiza-se a utilização de vacinas atenuadas e polivalentes para a profilaxia da cinomose. Há algumas variedades nas vacinas utilizadas, visando a resposta imune adequada. A vacina com vírus vivo modificado mantém o organismo causador da doença, porém não é patogênico, permitindo que haja resposta imunológica e consequente proteção em animais hígidos. Já a vacina inativada, possui um organismo inativo, incapaz de provocar doença, necessitando de doses múltiplas para atingir o objetivo imune. Complicação encefalite pós vacinal. Monitoração após vacinação, principalmente vacina viva atenuada. Contraindicado vacinação viva atenuada em gestantes e filhotes com menos de 4 semanas de vida. Contactantes não vacinados e entrou em contato com infectados, pode utilizar o soro hiperimune. Contactantes vacinados realizar reforço vacinal com única dose. O Vaccicheck serve para monitorar os níveis de anticorpos, ou seja, o tempo de duração imunidade protetora.