Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ Departamento de Engenharia Química (DEQ) Operações Unitárias I - 9078 - Turma 02 Relatório: Membranas Equipe: Jhenifer Scarlet de Souza Monteiro (ra:112428) Willian Dimas Pompeo Siqueira (ra:115410). Professora: Quelen Letícia Shimabuku Biadola MARINGÁ 2022 01. INTRODUÇÃO Em operações industriais, em particular de processos químicos, com a finalidade de produzir compostos com determinadas especificações, é necessário separar, concentrar e purificar espécies presentes em diferentes correntes dos processos envolvidos. Para estas operações, os processos de separação por membranas têm-se destacado como alternativas bastante promissoras aos processos clássicos de separação, uma vez que estes oferecem vantagens no que se refere ao consumo de energia, especificidade e facilidades de scale-up. [1] A importância dos processos de separação por membranas são amplos, como citados acima, por conta disso se faz necessário a todo futuro engenheiro saber mais sobre. Pensando nisso, durante a graduação este assunto aparece na disciplina de Operações unitárias I. 02.OBJETIVOS Objetivou trazer mais sobre membranas de uma forma nova, onde o processo de ensino-aprendizagem é feito aluno para aluno, objetivando fazer o assunto ficar mais interessante. 03.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Membranas As membranas são barreiras seletivas ao transporte de matéria e energia, visando o fracionamento dos componentes de uma mistura em função de suas diferentes taxas de permeação.Diferenciam-se pelo tamanho de partículas (com base no peso molecular P.M.) que permitem a passagem e da diferença de pressão aplicada (dp). O desempenho de uma membrana e do processo de separação é determinado, fundamentalmente, por dois parâmetros: seletividade e permeabilidade, ambos avaliados em função da rejeição da membrana aos componentes de interesse e do fluxo de permeado. [1] A seletividade é normalmente expressa pelo coeficiente de retenção: (1)𝑅 = 1 − 𝐶𝑝𝐶𝑓 em que CF representa a concentração do soluto na alimentação e CP a concentração do soluto no permeado ou filtrado. Já o fluxo ou velocidade de permeação é definido como o volume de solução que atravessa a membrana por unidade de área e por unidade de tempo (L3.L2.Θ-1). [1] De um modo geral, as membranas podem ser classificadas de acordo com a sua natureza e estrutura ou morfologia. Relativamente à sua natureza, as membranas dividem-se em biológicas (vivas ou não vivas) e sintéticas (orgânicas ou inorgânicas). Do ponto de vista estrutural, as membranas podem ser simétricas (porosas ou não porosas) e assimétricas. As simétricas apresentam uma espessura entre 100 e 200 μm e as assimétricas são constituídas por uma camada homogénea, muito fina, e em que a espessura pode variar entre 0.1 a 0.5 μm, suportada por uma camada porosa com uma espessura entre 50 a 150 μm. [2] No processo de separação por membranas, a corrente de alimentação com concentração do soluto CF é alimentada em escoamento tangencial ao longo da superfície da membrana e divide-se em duas correntes, o concentrado ou retido e o permeado, como está ilustrado na Figura 1. A corrente do retido é essencialmente constituída por partículas e solutos rejeitados pela membrana, cuja concentração CR é superior à CF, enquanto a de permeado por solvente ou solução clarificada. [1][2] Figura 1- correntes de processo [3] Elas trabalham com um permeabilidade, que é uma das principais atividades realizadas por uma membrana. Essa função corresponde à seleção de substâncias que entram e saem. Isso significa que a membrana age como uma espécie de “peneira”, escolhendo e dificultando a passagem de substâncias.A permeabilidade pode ser calculada pela seguinte fórmula: [3] (2)𝐷 = 𝑠𝑡 Onde: D = Permeabilidade s = quantidade de substância que difundiu t = tempo (mol/seg) Mas também pode ser medida pelas técnicas de deplasmólise, análise química e pelo método de isótopos. Método de deplasmólise: Uma solução hipertônica é adicionada ao meio para que as células sejam plasmolisadas. A taxa de deplasmólise é proporcional à permeabilidade celular para a substância utilizada, caso o produto penetre. [2][3] Método de análise química: Células são colocadas em imersão em uma substância e retiradas após um tempo determinado. O suco celular é retirado com a ajuda de uma micropipeta ou seringa e analisado. [1][2] Isótopos: Podemos aumentar a sensibilidade do segundo método utilizando uma substância radioativa e será possível saber a taxa de penetração da substância no protoplasma e no vacúolo, de forma separada. [3] Aplicações Os processos que utilizam membrana têm tido aplicação nos mais diversificados sectores da indústria química, indústria alimentar e farmacêutica, biotecnologia, medicina e tratamento de águas industriais e de abastecimento. Em aplicações na área da biotecnologia, com vista à recuperação de bio-produtos de valor acrescentado (proteínas, antibióticos, vitaminas, amino ácidos, etc.), é bem conhecido que existem alguns problemas que dificultam o processamento de correntes provenientes de processos biotecnológicos, nomeadamente as características do mosto das fermentações que normalmente se apresenta em concentrações muito baixas. Os custos energéticos envolvidos nesta etapa de recuperação de compostos a partir de soluções muito diluídas são muito superiores aos custos das matérias-primas e da fermentação/bioconversão e são determinantes para tornar economicamente viável a produção dos produtos finais. Processos baseados em membranas como a Microfiltração, Ultrafiltração e a Nanofiltração, têm sido apontados como uma boa solução, por serem processos de baixo consumo energético e que proporcionam um tratamento eficiente do mosto, quer para recuperar produtos celulares ou intracelulares, quer para obter o mosto clarificado. [4] Classificações ● Densas e Porosas Membranas porosas: possuem poros fixos e portanto, definem o desempenho da membrana. Desta maneira, o tamanho e a distribuição dos poros determinam a seletividade da membrana, ou seja, eles são os responsáveis em determinar quais são os contaminantes retidos e quais passam [4]. Para elas, tem-se que: (2)𝑅 = 𝐶 𝑓 −𝐶 𝑝 𝐶 𝑓 𝑥100 onde: ● , concentração de soluto na alimentação𝐶 𝑓 ● , a concentração de soluto no permeado𝐶 𝑝 ● R é a rejeição Tem-se também que o fator de separação ( ) é:α (3)α = (𝑌𝑎/𝑌𝑏)(𝑋𝑎/𝑋𝑏) onde: ● a e b são componentes da mistura, sendo que o componente “a” permeia mais sobre a membrana do que o componente “b” ● , a concentração do componente “a” no permeado𝑌𝑎 ● , a concentração “b” no permeado𝑌𝑏 ● , a concentração do componente “a” na alimentação𝑋𝑎 ● , a concentração do componente “b” na alimentação𝑋𝑏 Exemplo Didático: Em uma situação hipotética, utilizou-se uma membrana de ultrafiltração para o tratamento de água, tem-se que água com rejeitos passa por um sistema composto por 10 membranas, tem-se também que é admitido no máximo 1% do rejeito como produto final. Realizou-se um estudo da corrente que sai no concentrado e verificou-se que há cerca de 25% de água. Supondo que cada membrana possui a mesma eficiência e que apenas 10% da corrente de alimentação deve sair no concentrado, qual é o fator de separação de rejeito em cada membrana? Os poros são classificados como: ● Macroporos (tamanho do poro maior que 50 nm); ● Mesoporos (tamanho entre 2 e 50 nm); e ● Microporos (poros menores que 2 nm). Membranas densas: não há a presença de poros fixos, assim o material da membrana determinará o desempenho da membrana, juntamente com fatores como seletividade e produtividade/fluxo. São utilizadas em osmose reversa, nanofiltração e processos de separação em gases, por exemplo [4]. ● Membranas poliméricas e não poliméricas As membranas sintéticas são classificadas em orgânicas (polímeros e macromoléculas) e inorgânicas (vidro, metálicas e zeolíticas). As membranas poliméricas normalmente são fabricadas com polissulfona (PSF), poliétersulfona (PES), poliacrilonitrila (PAN), poliamida(PA), polietileno (PE) ou polipropileno (PP). As membranas inorgânicas apresentam maiores resistências térmicas, químicas e mecânicas, contudo possuem custo superior às das poliméricas, possuindo assim uma utilização restrita [5] ● Divisão do processo de separação por membranas Microfiltração Na microfiltração, a pressão aplicada, no entanto, é um fator interveniente na capacidade de rejeição das membranas e, consequentemente, no tamanho mínimo das partículas que conseguem filtrar, podendo aumentar a até 10 μm. O motivo é que maior pressão pode facilitar a passagem de partículas de tamanho quase igual ao tamanho dos poros da membrana [6]. Quando essas membranas são utilizadas, os dois processos mais comuns são: in-line e cross-flow. No primeiro, o fluido é pressionado contra a membrana por meio de bombeamento. No segundo, a circulação na superfície da membrana faz com que a parte permeada seja separada da parte concentrada formando um sistema de 3 vazões: alimentação, permeado e concentrado. Ultrafiltração As membranas de ultrafiltração podem possuir poros até 10 vezes menores que as de microfiltração [7]. O indicador de capacidade de filtração de membranas UF é o peso molecular das substâncias. No entanto, muitos fatores como a forma das moléculas (linear ou globular) e o pH podem influenciar a rejeição dessas membranas [8]. Assim como as membranas microfiltrantes, as membranas ultrafiltrantes também possuem problemas de diminuição de fluxo por deterioração causada por entupimento dos poros e incrustação. Nanofiltração Por apresentarem menor consumo energético e maior fluxo do que as membranas de Osmose Reversa, são largamente estudadas como soluções alternativas à essas membranas. O tamanho dos poros é de aproximadamente 1 nm. Por ter superfície com carga elétrica definida, o processo de remoção dos poluentes se dá tanto por exclusão por tamanho, por efeitos de carga quanto por processo de difusão. Assim, compostos orgânicos, cujo tamanho é relativamente grande, são removidos por mecanismo de “peneiração” enquanto sais inorgânicos são removidos por efeitos de carga. Osmose reversa As membranas de Osmose Reversa possuem os menores poros entre as membranas comerciais e, também por isso, possuem os maiores índices de rejeição de moléculas orgânicas e inorgânicas. Esse índice de rejeição pode, inclusive, ser de 100% para algumas substâncias. A pressão de operação pode variar de 7000 kPa (70 bar) para as membranas que operam em baixa pressão, até 15000 kPa (150 bar) para membranas que operam em alta pressão [9]. Como o próprio nome já sugere, a ideia operacional dessas membranas é a reversão do processo de osmose, por meio da passagem de água do meio mais concentrado para o meio menos concentrado. Para isso, é necessário que se aplique uma pressão maior que a pressão osmótica da solução alimentadora. A principal e até mesmo mais conhecida aplicação dessas membranas é a dessalinização da água, tanto para uso industrial quanto para abastecimento público. Através dos fenômenos de transporte, podem ser feitos os seguintes cálculos na osmose reversa: (4)𝐽 𝑤 = 𝐴 (∆𝑃 − ∆π) (5)𝐽 𝑠 = 𝐵 (𝑐 𝐽𝑓 − 𝑐 𝑗𝑝 ) Sendo: ● A e B coeficientes ● , a variação de pressão∆𝑃 ● , a pressão osmótica∆π ● , a concentração na alimentação𝑐 𝐽𝑓 ● , a concentração no permeado𝑐 𝐽𝑝 Figura 2 - Pressão e diâmetro de poro para cada tipo de membrana Figura 3 - Força motriz, material retido e material permeado para processos envolvendo diferentes tipos de membranas Figura 4 - Retenção de materiais para diferentes processos ● Força motriz Dois modelos foram propostos para explicar o mecanismo da permeação: No primeiro, o “diffusion-solution”, no qual o permeante se dissolve no material da membrana e se difunde, em razão do gradiente de concentração. Os materiais que entram na membrana são separados por causa das diferenças nas solubilidades dos materiais na membrana e diferenças nas taxas de difusividade através da membrana. No segundo, o “pore-flow”, no qual os permeantes são transportados por fluxo convectivo acionado por pressão através de poros minúsculos. A separação ocorre porque um dos permeantes é excluído (filtrado) de alguns dos poros da membrana através dos quais outros permeantes se movem. Ambos os modelos foram propostos no século XIX, mas o modelo pore-flow, por estar mais próximo da experiência física normal, foi mais popular até meados da década de 1940. Figura 5 - Modelos de difusão de membranas Lei de Fick: (6) Adaptando levando em conta o gradiente de pressão: (7) onde dp/dx é o gradiente de pressão existente no meio poroso, é a concentração𝑐 𝑖 do componente i no meio e K é o coeficiente referente a natureza do meio. Figura 6 - Diâmetro nominal para os diferentes processos O ponto de partida para a descrição matemática da difusão em membranas é a proposição, solidamente baseada na termodinâmica, de que as forças motrizes de pressão, temperatura, concentração e potencial elétrico estão inter-relacionadas e que a força motriz global que produz o movimento de um permeante é o gradiente em seu potencial químico. (8) (9) Para fases incompressíveis (membranas em fase sólida ou líquida), volume é constante: (10) Para fases compressíveis (volume muda com a pressão): (11) Para definir cada modelo de permeação, são feitas algumas considerações: 01) os fluidos de cada lado da membrana estão em equilíbrio com o material da membrana na interface. Essa suposição significa que o gradiente de potencial químico de um lado da membrana para o outro é contínuo. 02) A segunda suposição diz respeito aos gradientes de pressão e concentração na membrana. O modelo "solution-diffusion" assume que quando a pressão é aplicada através de uma membrana densa, a pressão através da membrana é constante no valor mais alto. Isso pressupõe, com efeito, que as membranas de difusão de solução transmitem pressão da mesma maneira que os líquidos. Consequentemente, o modelo "solution-diffusion" assume que a pressão dentro de uma membrana é uniforme e que o gradiente de potencial químico através da membrana é expresso apenas como um gradiente de concentração. Consequências destas duas considerações: (12) Figura 7 - Comportamento de variáveis no modelo “solution-diffusion” Ao considerar que a pressão é constante em um sistema sal-água, tem-se: Figura 8 - Comportamento de variáveis no modelo “solution-diffusion” num sistema sal-água Na situação de equilíbrio osmótico (quando uma pressão suficiente é aplicada no lado salino é levado através da membrana). Figura 9 - Comportamento de variáveis no modelo “solution-diffusion” no equilíbrio osmótico Módulos comerciais Tabela 1 - Características dos módulos comerciais Módulo Quadro e placas Figura 10 - Representação no módulo quadro e placas ❖ Vantagens: Bom controle de sujeira. ❖ Desvantagens: A troca da membrana no módulo pode ser trabalhosa. Módulo Tubular Figura 11 - Representação no módulo tubular ❖ Vantagens: Oferece uma alta velocidade de fluxo cruzado e uma alta queda de pressão e uma pequena tendência a sujar, sendo de fácil limpeza. ❖ Desvantagens: Alto custo de operação. Módulo Fibra Oca Figura 12 - Representação do módulo fibra oca ❖ Vantagens: Oferece uma alta área de contato da membrana, é a que possui a melhor custo benefício para a maioria das aplicações e pode ser operada para pressões maiores que 10 bar. ❖ Desvantagens: Difícil de controlar a sujeira. Módulo Espiral explodida ❖ Vantagens: Possui uma boa densidade de empacotamento e possui uma energia de consumo aceitável. ❖ Desvantagens: É muito sensível a sujeira. Figura 13 - Representação do módulo espiral explodida Módulo capilar Figura 14 - Representação do módulo capilar ❖ Vantagens: custo de produção baixo e a limpeza da membrana pode ser controlada por uma corrente de entrada apropriada. ❖ Desvantagens: Requer uma baixa pressão de operação (menor que 4 bar). Estudo de Caso ● Análise da implementação do sistema de membranas ultrafiltrantes em um ETAde ciclo completo a partir do estudo de caso da ETA meia ponte [10] (As referências citadas nesta seção são as mesmas de [10]) As novas atividades humanas, como a expansão agrícola e farmacêutica, fazem com que novos contaminantes estejam presentes nas fontes de água naturais. Apesar de não serem projetadas para isso, as membranas podem ser adaptadas para esta aplicação. As vantagens da utilização da membrana são: o ganho da qualidade da água, diminuição da quantidade de resíduos e ganhos operacionais relacionados à automação. As desvantagens são: o custo elevado e o grande consumo de energia. Analisando as grandes cidades (como no caso de estudo, Goiânia e a ETA Meia Ponte), observa-se que as fontes de água, principalmente as fontes superficiais, são mais suscetíveis à deterioração devido ao processo de urbanização e industrialização. Observou-se também que no Rio Meia Ponte há a presença de poluentes emergentes em vários pontos do rio, inclusive no ponto a montante da ETA. Em estudo anterior, verificou-se também que o Índice de Qualidade de Água (IQA) para o ponto a montante da captação da ETA Meia Ponte é considerado “ruim” em uma escala de classificação que possui 5 níveis: muito ruim, ruim, regular, bom e excelente. Essa situação tem a ver com o longo processo de poluição que afetou o rio, com destaque para a ocupação irregular de suas margens e desenvolvimento de atividades agrícolas e industriais no entorno. O objetivo do trabalho foi estudar o atual cenário de operação da ETA Meia Ponte e as possíveis consequências da implementação de um sistema de tratamento por membranas, a fim de avaliar as necessidades de ajustes operacionais de qualidade de água e custos envolvidos. Os parâmetros de potabilidade são os seguintes (podem haver outros dependendo da localidade): ● Microbiológico: Escherichia coli e os coliformes totais ● Físico: turbidez, cujo valor máximo permitido em qualquer ponto do sistema é 5,0 uT. ● Radiológico: valores de concentração de atividade alfa total e beta total excedam, respectivamente, a 0,5 e 1 Bq/L. ● Orgânicos: se dividem em inorgânicos, orgânicos, agrotóxicos e desinfetantes e produtos secundários da desinfecção. O fluxograma do ETA Meia Ponte pode ser visto na figura abaixo: Figura 14 - Fluxograma do tratamento de água na ETA meia ponte Foi investigado também que a capacidade nominal da ETA era de 1,98 m³/s. No entanto, a vazão média mensal produzida no ano de 2016 foi de 2,334 m³/s, ultrapassando a marca média de 2,4 m³/s em 2 meses do ano: maio e agosto, isto indicou que o sistema está sobrecarregado e através de um estudo de concentração de sólidos, concluiu-se uma relação entre a capacidade de operação e a qualidade da água bruta. Para a qualidade da água tratada, o trabalho sobre poluentes emergentes no rio Meia Ponte de Fonseca (2013) foi comparado com a capacidade de membranas UF em deter as substâncias encontradas, obtida no trabalho de Snyder et al (2007). Além disso, os valores de turbidez na saída da ETA foram comparados com os valores obtidos por Oliveira (2010), Bergamasco et al (2011) e os valores definidos pelo fabricante da membrana. Em suma: Figura 15 - Comparação entre os métodos e variáveis de custo e propriedades da água tratada No período de estiagem, outros 5 poluentes foram encontrados: cafeína, triclosan, atenolol, propranolol e ibuprofeno. Apesar do número de estudos sobre esses poluentes ser relativamente baixo, o potencial de bioacumulação e os impactos sobre os sistemas reprodutivo e nervoso de animais mostram que é preciso preocupação com seus efeitos sobre os seres humanos,. Snyder et al (2007) mostra que membranas ultrafiltrantes podem ser eficientes para bloquear o triclosan (rejeição de 87,5%), embora sejam pouco eficientes para bloquear cafeína (rejeição de 7%), ibuprofeno (rejeição de 8,3%) e carbamapezina (rejeição de 15,7%). Esse estudo foi feito com efluente secundário de uma estação de tratamento de esgoto. Para os demais poluentes analisados, as membranas mostraram eficiência na remoção de esteroides, tendo pouco efeito nos demais grupos (SNYDER ET AL, 2007). Portanto, a adoção de membranas na ETA Meia Ponte poderia ser uma resposta parcial para o problema dos poluentes emergentes, sendo necessário uma planta piloto para conclusão mais assertiva. Em relação aos dados obtidos sobre a qualidade da água na saída da ETA Meia Ponte, os valores se encontram abaixo dos Valores Máximos Permitidos (VMP) definidos pela Portaria MS 2914/11. No entanto, apenas alguns parâmetros organolépticos, químicos e físicos foram obtidos (como turbidez, alumínio, cloro residual e sólidos totais dissolvidos), com nenhuma informação sobre substâncias orgânicas e agrotóxicos. Especificamente para a turbidez, há indícios que os valores obtidos em filtração por membrana seriam menores, apesar dos valores atuais – mostrados no gráfico da figura 4.3 – já estarem enquadrados dentro do limite de 1,0 uT na saída da ETA. Sabesp (2016) mostra que após a instalação de membranas ultrafiltrantes na ETA Alto da Boa Vista, os valores médios diários de turbidez da água permeada foram menores do que 0,1 uT. Esse fato já havia sido indicado por Oliveira (2010). A água bruta, entretanto, apresentava valores médios de turbidez menores do que a água bruta da ETA Meia Ponte. Em relação aos custos, Mierzwa et al (2008) mostra que o custo de aquisição de membranas pode ser de quase 50% do investimento inicial total, Sabesp (2016) mostra que o custo inicial do sistema de membranas ultrafiltrantes é 25% maior do que o sistema convencional. O custo com energia deve ser destacado, podendo representar aproximadamente 50% dos custos operacionais do sistema de membrana (MIERZWA, 2008). Sabesp (2016) mostra, por meio das experiências da ETA Alto da Boa Vista e ETA Rio Grande, ambas em São Paulo, que o custo com energia do sistema de membranas chega a 4 vezes o custo do sistema convencional, Sabesp (2016) mostra que, além do custo com área, os custos com geração e disposição de lodo e os custos com químicos foram diminuídos. Mierzwa (2008) mostra que o custo com pessoal é significativamente reduzido, devido, provavelmente, à maior automação do sistema de membranas. 04.CONCLUSÃO O conteúdo sobre membranas conseguiu ser passado de uma maneira inovadora com apoio de recursos audiovisuais como figuras e vídeos, de forma a inovar a disseminação de conhecimento. Ademais, pôde se estudar os principais aspectos teóricos e práticos da membrana, com o estudo dos módulos comerciais e a análise do estudo de caso em uma estação de tratamento de água Referências [1] OPERAÇÕES unitárias filtração por membrana.Portal de laboratório virtual de reações químicas. Disponível em: http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=5 7&Itemid=206 [2] Baker, R.W., “Membrane Technology and Applications”, John Wiley & Sons (2004) [3] Mulder, M., “Basic principle of membrane technology”, Kluwer Academic Publishers (1991) [4] TECNOLOGIA de membranas. Pentair, 2021. Disponível em: https://xflow.pentair.com/pt-pt/spectrum/membrane-technology-in-general/polymeric- membranes. Acesso em: 11/09/2022. http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=57&Itemid=206 http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=57&Itemid=206 https://xflow.pentair.com/pt-pt/spectrum/membrane-technology-in-general/polymeric-membranes https://xflow.pentair.com/pt-pt/spectrum/membrane-technology-in-general/polymeric-membranes [5] MEMBRANAS poliméricas. Pentair, 2021. Disponível em: https://xflow.pentair.com/pt-pt/spectrum/membrane-technology-in-general/polymeric- membranes. Acesso em: 11/09/2022. [6] BERGAMASCO, R.; KONRADT-MORAES, L.C.; VIEIRA, M.F.; FAGUNDES-KLEN, M.R.; VIEIRA, A.M.S. Performance of a coagulation–ultrafiltration hybrid process for water supply treatment. Chemical Engineering Journal, v. 166, n. 2, p. 483-489, 2011. [7] AWWA - AMERICAN WATER WORKS ASSOCIATION. Microfiltration and UltrafiltrationMembranes for Drinking Water. Journal-American Water Works Association, v. 100, n. 12, p. 84-97, 2008. [8] BAKER, W. R. Membrane Technology and Applications. John Wiley & Sons, Ltd, 2012. [9] PETERS, T. Membrane technology – past, present and future within the water industry. F&S International Edition. VDL-Verlag. N. 16, 2016. [10] GUIMARÃES FILHO, MÚCIO BONIFÁCIO. ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE MEMBRANAS ULTRAFILTRANTES EM UMA ETA DE CICLO COMPLETO A PARTIR DO ESTUDO DE CASO DA ETA MEIA PONTE. 2017. https://xflow.pentair.com/pt-pt/spectrum/membrane-technology-in-general/polymeric-membranes https://xflow.pentair.com/pt-pt/spectrum/membrane-technology-in-general/polymeric-membranes
Compartilhar