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TCC-unisanta - biblioteconomia

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA 
BACHARELADO EM BIBLIOTECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOTECAS ITINERANTES: 
O direito de acesso à leitura e a democratização da informação 
 
 
 
 
 
 
MARIA EDUARDA SANTOS SILVA - 217858 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ribeirão das Neves – MG 
2022 
 
 
1 
 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 2 
2.2.OBJETIVO ........................................................................................................... 4 
3. METODOLOGIA.....................................................................................................4 
4. O PAPEL DA LEITURA NA SOCIEDADE E NA VIDA DE CADA INDIVÍDUO ..... 6 
4.1. BIBLIOTECAS PÚBLICAS: A LEITURA AO ALCANÇE DE TODOS ................. 9 
4.2. BIBLIOTECAS ITINERANTES: PROMOVENDO O ACESSO AO DIREITO DE 
LER E A DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO ................................................. 10 
4.2.1. A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DAS BIBLIOTECAS ITINERANTES ................ 14 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................16 
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................... 17 
 
 
 
 
2 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 A Biblioteca é um espaço cultural presente na maioria dos municípios 
brasileiros, porém, grande parte da população destes locais não frequenta as 
bibliotecas por motivos diversos. Buscando maneiras de alcançar comunidades 
vistas como minorias ou populações desprivilegiadas, que não têm acesso a 
uma biblioteca central, como por exemplo: pessoas hospitalizadas, presidiários, 
analfabetos e/ou analfabetos funcionais, moradores de periferia e outros 
públicos marginalizados, surgiu as propostas de bibliotecas itinerantes. 
 A leitura deve ser um hábito prazeroso, além de ser indispensável para o 
exercício da cidadania plena, porém é notório que grande parte dos brasileiros 
não tem interesse em ler, preferem outras atividades de lazer. Alguns 
obstáculos são comuns entre a população quando se trata de tornar a leitura 
parte do seu dia-a-dia e precisam ser enfrentados, entre eles a falta de 
bibliotecas públicas próximas as periferias, o alto índice de analfabetismo, a 
falta da construção de uma cultura literária e o grande aumento do acesso a 
computadores, celulares e televisões nos lares dos brasileiros. 
 A biblioteca trata-se de uma instituição milenar de guarda e acesso ao 
conhecimento cultural da humanidade. Tem como objetivo primordial a 
promoção do acesso a todo patrimônio cultural e científico criado pelo homem 
e paralelamente, fomentar o desenvolvimento de novas criações por tais. 
Porém, no cenário brasileiro das bibliotecas públicas, os problemas político-
sociais interferem diretamente nesse objetivo, fazendo com que se priorize a 
internalização de procedimentos técnicos em detrimento de uma fragmentação 
e expansão de ações para o seu público (ALVES, 2020). 
 A falta das bibliotecas públicas nas áreas próximas da população de baixa 
renda é um dos obstáculos que resultam no baixo índice de leitura dos 
brasileiros. Desta forma, como aponta Nascimento (2009) a movimentação das 
bibliotecas tem sido uma das soluções encontradas para levar leitura e 
conhecimento à população. Projetos de leitura viabilizados por bibliotecas 
móveis contribuem para a formação de leitores, à medida que permitem o 
acesso à informação dentro da própria comunidade, na qual o cidadão está 
inserido, ampliando os horizontes do conhecimento. 
3 
 
 Desde o início da sociedade e cada vez mais com os avanços tecnológicos, 
a informação é a força que move a sociedade e a falta dela acaba atrasando 
ainda mais o desenvolvimento social, econômico e até mesmo o 
desenvolvimento tecnológico do país. Portanto, faz-se necessário e urgente 
buscar soluções para que as pessoas de diferentes segmentos sociais tenham 
acesso à informação e sejam capazes de compreender e refletir sobre essas 
informações. 
 Nesse aspecto, a biblioteca itinerante surge como um instrumento de 
democratização da informação e garantindo a universalização do direito ao 
acesso ao livro, à leitura, à escrita, à literatura e às bibliotecas; e o 
reconhecimento da leitura e da escrita como um direito, a fim de possibilitar a 
todos, inclusive por meio de políticas de estímulo à leitura, as condições para 
exercer plenamente a cidadania, para viver uma vida digna e para contribuir 
com a construção de uma sociedade mais justa (BRASIL, 2018). 
 Sabe-se que a biblioteca só tem um viés libertário se permitir e viabilizar o 
acesso à informação a todo e qualquer indivíduo, contudo, é perceptível a falta 
de bibliotecas de acesso livre para a população de forma geral. A exclusão é 
imensurável e é neste panorama que surge a ideia das bibliotecas itinerantes, 
que alcançam locais onde as mesmas são a única fonte de informação, além 
de proporcionar a oportunidades de se desenvolver o gosto pela leitura, 
conquistando novos leitores e se mostrando um ambiente de democratização 
da cultura e de lazer. Este estudo tem como objetivo destacar a importância de 
se desenvolver e incentivar o hábito de leitura ao grande público desde a 
infância até a vida adulta, e que um dos fatores que podem contribuir para que 
isso aconteça é a ação das bibliotecas itinerantes, cujo papel social apresenta-
se de modo evidente, aproximando o livro do cidadão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2. OBJETIVO 
 
2.1. OBJETIVO GERAL 
 
 Descrever o papel social das bibliotecas itinerantes, sua forma de ação e sua 
capacidade de incentivar e promover o hábito da leitura na população em geral, 
viabilizando o direito de acesso à leitura e a democratização da informação a todos 
os cidadãos. 
 
2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO 
 
 Analisar o papel social e cultural das bibliotecas itinerantes 
 Demonstrar a importância da leitura para o desenvolvimento social 
 Definir os campos de atuação das bibliotecas itinerantes 
 Comparar as bibliotecas tradicionais e as bibliotecas itinerantes 
 Debater as ações das bibliotecas em prol da democratização da 
informação 
 Apontar a necessidade de viabilizar o direito de acesso à leitura 
 Demonstrar maneiras de desenvolver hábitos de leitura e o pensamento 
crítico na sociedade em geral 
 
 
3. METODOLOGIA 
 
 Esta pesquisa inicia-se com a discussão da necessidade de se viabilizar o 
acesso à cultura e a informação na sociedade atual. Na sociedade 
contemporânea, ler é uma habilidade indispensável ao exercício da cidadania 
plena, e a sua falta, um fator determinante para a exclusão social. 
 Segundo Smith (1999), o acesso à informação era restrito às elites sociais, 
limitando-se ao Governo, senhores do Engenho, intelectuais e clero do 
império. Somente a partir do século XIX, surgiram as primeiras iniciativas de 
criação de bibliotecas públicas. Na escola, a leitura era ofertada de maneira 
muito restrita, ou seja, limitada a cartas ou documentos manuscritos. 
Posteriormente, houve a introdução do livro didático e sua progressiva 
diversificação. Na atualidade, busca-se gerar oportunidades de leitura mais 
amplas. 
5 
 
 Em nosso país, a inclusão ao mundo “letrado” ainda não é uma realidade, 
visto que 7% da população é analfabeta e apenas 26% é capaz de ler, 
interpretar corretamente os textos e fazer relações entre eles (LOBATO, 
2005). Para muitos, o brasileiro não gosta de ler. Segundo Casaletti (2009), 
no Brasil, o gasto familiar com material relacionado à leitura é considerado 
supérfluo. 
 Assim, não é raro encontrarmos pessoas que jamais se interessam em ler 
sequer o jornal, contentando-se com a notícia pronta e mastigada, repassada 
pela mídia eletrônica; pessoas que passam anos a fio semtocar em um só 
livro, a não ser por rigorosa exigência profissional ou acadêmica e neste 
momento a leitura ainda é enfadonha e a elaboração de um sentido para o 
que se leu se transforma, muitas vezes, num desgaste. 
 
Em se tratando da leitura, o uso de bibliotecas deve ser incentivado e 
começar o mais cedo possível na vida do indivíduo. Infelizmente, isto 
ocorre precariamente no Brasil: o primeiro contato com a biblioteca 
escolar é muitas vezes um acontecimento negativo, onde a biblioteca 
passa a ser sinônimo de castigos, imposições, proibições e desconfortos, 
enquanto deveria constituir-se de uma experiência extremamente 
positiva. (BECKER, GROSCH, 2008, p. 41). 
 
 O trabalho aqui desenvolvido demonstrará através de uma pesquisa descritiva 
com base em artigos, livros e autores a importância de se incentivar os hábitos de 
leitura com um trabalho que se desenvolve em diferentes espaços e se movimenta, 
com a intenção de se aproximar do cidadão, buscando ser eficiente na formação de 
bons leitores. Em decorrência das necessidades culturais do Brasil atualmente, 
emerge a importância da biblioteca e de um estudo de usuários, acerca das suas 
necessidades informacionais, para que assim se possa promover o gosto pela leitura, 
ao analisar as dificuldades de aproximar as bibliotecas dos usuários nota-se que as 
comunidades de periferia não se localizam próximas das bibliotecas fixas, neste caso 
uma solução interessante é levar a biblioteca ao cidadão. Esta pesquisa visa também 
analisar a legislação vigente que garante o direito de todo cidadão ao acesso à 
leitura. Como descrito no artigo 3º da LEI Nº 13.696, DE 12 DE JULHO DE 2018, 
democratizar o acesso ao livro e aos diversos suportes à leitura por meio de 
bibliotecas de acesso público, entre outros espaços de incentivo à leitura, de forma 
6 
 
a ampliar os acervos físicos e digitais e as condições de acessibilidade; valorizar a 
leitura e o incremento de seu valor simbólico e institucional por meio de campanhas, 
premiações e eventos de difusão cultural do livro, da leitura, da literatura e das 
bibliotecas. 
 
4. O PAPEL DA LEITURA NA SOCIEDADE E NA VIDA DE CADA 
INDIVÍDUO 
 
 
 
 A leitura se mostra responsável por contribuir, de forma significativa, à 
formação do indivíduo, levando-o a analisar a sociedade e o seu dia a dia, 
ampliando e diversificando visões e interpretações sobre o mundo, com relação 
à vida e a si mesmo. 
 A leitura não deve ser vista como um processo de decodificação, por exigir 
muito mais do que apenas aspectos de decodificação do escrito. Ela 
proporciona ao leitor a oportunidade de obter seu significado através de seu 
conhecimento pessoal do mundo, possibilitando assim que todos, mesmo ao 
lerem um igual conteúdo, obterão compreensão e interpretação diversificadas 
deste texto. O leitor é ativo no processo de leitura acrescentando suas 
experiências ao conhecimento adquirido. 
 O habito de ler constitui também uma prática social, pela qual o sujeito, ao 
pratica-lo mergulha no processo de produção de sentidos, tratando-se de um 
recurso pelo qual o homem adentra o universo da cultura, configurando-se 
como um ser culto, racional e pensante. É o leitor quem atribui significado ao 
texto, processando as informações de formas diversas. 
 Para Orlandi (1995), o sujeito leitor é quem, em sua preexistência, se torna 
produtor da interpretação do texto, ao mesmo tempo em que, coloca-se como 
contemporâneo a ele, produzindo leitura, especificamente de sentido, 
garantindo sua eficácia, organizando-se com seu conhecimento de um eu-aqui-
e-agora, relacionando-se com ele sem perder sua originalidade. Assim como 
observa Lajolo: 
A leitura é, fundamentalmente, processo político. Aqueles que 
formam leitores – alfabetizadores, professores, bibliotecários – 
desempenham um papel político que poderá estar ou não 
comprometido com a transformação social, conforme estejam ou 
7 
 
não conscientes da força de reprodução e, ao mesmo tempo, do 
espaço de contradição presentes nas condições sociais da leitura, e 
tenham ou não assumido a luta contra àquela e a ocupação deste 
como possibilidade de conscientização e questionamento da 
realidade em que o leitor se insere. (1996, p. 28) 
 
 O ato de ler faz com que o indivíduo leitor tenha respostas para o mundo e 
para o que está acontecendo ao seu redor. Quando uma pessoa lê, ela passa a 
ter uma nova opinião sobre o tema lido, desde política até assuntos 
relacionados à culinária. Desta forma, se a criança é estimulada a ler desde 
pequena ela com certeza será um adulto questionador e crítico, assim, o 
indivíduo que não lê não terá base literária e experiências para formar opinião 
sobre qualquer assunto. 
 
Pessoas que não são leitoras têm a vida restrita à comunicação oral 
e dificilmente ampliam seus horizontes, por ter contato com ideias 
próximas das suas, nas conversas com amigos. [...] é nos livros que 
temos a chance de entrar em contato com o desconhecido, 
conhecer outras épocas e outros lugares – e, com eles abrir a 
cabeça. Por isso, incentivar a formação de leitores é não apenas 
fundamental no mundo globalizado em que vivemos. É trabalhar 
pela sustentabilidade do planeta, ao garantir a convivência pacífica 
entre todos e o respeito à diversidade. (GROSSI, 
2008, p.03) 
 A ação de ler não é somente para entretenimento ou uso acadêmico, é também, 
uma ótima ferramenta que oferece ao leitor uma visão ampla do mundo, onde o 
sujeito pode contextualizar suas próprias experiências com o texto lido. O gostar de 
ler é construído em um processo que é individual e social ao mesmo tempo, pois 
ouvir histórias é para quem sabe e também para aquele que não sabe ler. A leitura 
é e sempre foi o meio mais efetivo do aprendizado e da interiorização de 
conhecimentos. Ler é, antes de tudo, pertencer a um meio que se renova a cada 
dia com diferentes formas, pensamentos e ideias; lendo o indivíduo estará apto 
para desbravar desafios e ser dono do seu próprio conhecimento e usar a leitura 
como forma de integração. Ter uma leitura efetiva é saber ler nas entrelinhas e 
agregar saberes que só uma leitura factual oferece. O Hábito de ler não é 
hereditário, por isso, cabe a sociedade e profissionais deste meio, como 
8 
 
professores, pedagogos, autores e bibliotecários, incentivar e instigar os cidadãos a 
explorar e a identificar-se com o mundo da leitura. 
 Em um mundo onde as pessoas vivem apressadas e as informações são 
fundamentais, a leitura, por sua vez, é um instrumento o qual, a todo instante, é 
essencial para a ascensão social do indivíduo e, consequentemente, o meio que o 
cerca, exige compreensão de sua realidade e também um preparo no que defini ser 
um excelente leitor, é imprescindível que tal indivíduo esteja em constante exercício 
do ato de ler, ou seja, é necessário que ocorra o gosto pela leitura. Quando o 
indivíduo consegue associar a leitura de mundo à leitura da palavra, ocorre o ápice 
do que é a leitura em todos seus aspectos. Uma leitura crítica da realidade faz com 
que exerçamos uma leitura crítica também da palavra. Conforme descrito por Paulo 
Freire: 
[...] a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a 
leitura desta implica na continuidade da leitura daquela. Na proposta 
a que me referi acima este movimento do mundo à palavra e da 
palavra ao mundo está sempre presente. 
Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura 
que dele fazemos. Podemos ir mais longe e dizer que a leitura do 
mundo é uma maneira de transformá-lo através de nossa prática 
consciente (FREIRE, 1995, p. 44). 
 
 O prazer ou gosto que a leitura proporciona é individual, porém não é 
intransferível. É sabido que a atitude de outros leitores pode levar muito mais 
pessoas a sentirem o mesmo prazer ou, ao menos, proporcioná-las o desejo por 
desenvolvero gosto pela leitura ou, até mesmo, a curiosidade em conhecer “toda a 
riqueza” proporcionada por meio do ato de ler. A leitura é indispensável para o ser 
humano, sendo que através do ato de ler o indivíduo possui o direito à informação, 
que como consequência amplia as ideias e a capacidade de refletir em relação 
entre o texto lido e a vida do indivíduo. Não se pode deixar de mencionar que a 
leitura pode ser entendida, também, como um modo de promover a inclusão social. 
A capacidade de ler, por sua vez, é condição cidadã básica. Afinal, sem a leitura é 
impossível estabelecer contato e consciência crítica com as transformações 
ocorridas no meio em que o indivíduo se encontra, deixando-o, assim, alheio a sua 
própria realidade. 
 
9 
 
4.1. BIBLIOTECAS PÚBLICAS: A LEITURA AO ALCANÇE DE TODOS 
 
 Etimologicamente, biblioteca deriva do grego, e significa depósito de livros. A 
Guardiã dos saberes da humanidade, tem se preocupado muito em conservar seus 
acervos e em encantar e aproximar seus leitores. Na Antiguidade, os filósofos e 
sábios se destacavam por seus diálogos. Sócrates, por exemplo, nunca escreveu 
nada, mas alguém ouviu e resolveu deixar para posterioridade suas ideias. Assim, 
surgiram as primeiras bibliotecas, da necessidade e do desejo humano de ter 
acesso à informação, e preservar os conhecimentos para a posterioridade. 
 A realidade de uma biblioteca realmente pública surgiu somente na metade do 
século XIX, com o advento da imprensa de Gutemberg e principalmente 
influenciados pelos ideais da Revolução Francesa, que almejavam dentre outros o 
acesso ao ensino e a democratização da educação. Houve grande avanço na 
produção, reprodução dos livros, mas ainda continuou restrito às classes elitizadas 
que possuam condições de comprar e manusear os livros. Já na era 
contemporânea, no início do século XX, que a concepção de biblioteca pública se 
consolida e estas passam a ser responsabilidade das autoridades públicas, 
passando a serem reconhecidas como instituições culturais, através de 
documentos e decretos oficiais. Mas agora com a necessidade de incentivar sua 
utilização e disputando espaço com os meios de comunicação em massa que 
avançaram muito neste novo milênio. Todavia, se sabe que nem todos têm acesso 
à informação, mesmo em meio a era da tecnologia. Os índices de leitura e inclusão 
digital são sofríveis no Brasil. 
 Almeida Junior (1997, p. 65) defende que as bibliotecas públicas estão presas a 
um conceito tradicional, retrógrado e ultrapassado, dissociados da realidade e dos 
interesses da comunidade a quem deve servir. Aliás, esse é o grande diferencial 
entre a biblioteca pública e a biblioteca comunitária, pois esta última “pois não será 
uma biblioteca para uma comunidade, mas da comunidade”. Concebe-se a 
biblioteca como o espaço de democratização do conhecimento, como difusor da 
cultura e do crescimento social e, portanto, um instrumento para a consolidação da 
cidadania. Contudo, para que de fato tal transformação ocorra, ou seja, para que a 
biblioteca se torne um instrumento de cidadania, somente será concretizado a partir 
do atendimento das classes menos desfavorecidas, munindo-as de informação 
relevante e de caráter utilitário. 
10 
 
 Segundo a UNESCO (1994), a biblioteca pública é a porta de acesso local ao 
conhecimento, o centro de informação, tornando prontamente acessíveis aos seus 
utilizadores o conhecimento e a informação acessível a todos os gêneros. A 
biblioteca tem uma função social, mas que a população, devido aos índices 
sofríveis de escolarização, ainda não percebeu sua importância. Nesta perspectiva, 
a biblioteca pode contribuir para o desenvolvimento econômico e local, através do 
apoio informacional dado à comunidade, com seus serviços prestados, podendo 
causar impactos dentro da sociedade, contribuindo para a inclusão social dos seus 
envolvidos. 
 Sabe-se da importância do acesso a biblioteca das populações menos 
favorecidas, mas a questão é como levar a informação e o conhecimento para 
essas pessoas? Considerando, a distância histórica, geográfica e cultural destas 
comunidades das bibliotecas, mesmo das públicas. Uma alternativa são as 
bibliotecas circulantes, também conhecida como bibliotecas móveis, volantes ou 
itinerantes. 
 
4.2. BIBLIOTECAS ITINERANTES: PROMOVENDO O ACESSO AO 
DIREITO DE LER E A DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
 
 Sabe-se que papel das bibliotecas públicas é atender às necessidades 
informacionais de quem a frequenta, atingindo toda a comunidade e todas as 
classes sociais, assim promovendo a aprendizagem e o saber das pessoas, 
fazendo delas verdadeiros cidadãos informados e capazes de buscar mais 
conhecimento com autonomia. Pensando na ideia de atender as necessidades de 
toda a população, busca-se alterativas para atingir comunidades tidas como 
minorias ou populações desprivilegiadas que não têm acesso a uma biblioteca fixa 
e/ou central, que são casos como idosos, pessoas hospitalizadas, presidiários, 
analfabetos (crianças e adultos), dentre outros públicos marginalizados, uma 
solução viável são as bibliotecas itinerantes, que funcionam na maioria das vezes 
como carros bibliotecas. 
 São diversas as nomenclaturas dadas a esse instrumento que deve levar livros 
e conhecimento as comunidades mais distantes e carentes: Carro-biblioteca, moto 
biblioteca, biblioteca volante, biblioteca circulante, biblioteca móvel, biblioteca 
itinerante, enfim, este instrumento que proporciona a democratização da 
11 
 
informação, levando conhecimento e cultura para a periferia, atingindo diretamente 
as comunidades menos favorecidas de nossa população. 
 Segundo Dumont (1995) a primeira biblioteca móvel no Brasil foi criada em 
1936 por Mário de Andrade na cidade de São Paulo, sendo vinculada ao 
Departamento Municipal de Cultura. A Ford construiu e doou um modelo de 
caminhonete-biblioteca que passou a visitar periodicamente lugares como o Largo 
da Concórdia, Jardim da Luz e a Praça da República, proporcionando aos 
frequentadores o contato com os livros. Em 1979, o serviço voltou a funcionar com 
uma Kombi adaptada e passou a ser chamado de Ônibus-Biblioteca. Apesar de 
períodos de interrupção do serviço, o ônibus-biblioteca continuou circulando pela 
cidade de São Paulo. Em novembro de 2008 o projeto tomou um novo fôlego com a 
doação de veículos pela SPTRANS e quatro novos ônibus de cor amarela 
passaram a circular na cidade. Em 2015, já eram doze ônibus e 72 locais de 
atendimento, sendo 18 na Zona Norte, 27 na Zona Sul, 24 na Zona Leste e três na 
Zona Oeste. Em cada veículo, há um acervo de quatro mil itens, entre livros, 
revistas, gibis, mangás e jornais, para crianças, jovens e adultos. 
 Pode-se definir a biblioteca itinerante como uma forma de biblioteca pública que 
se desloca por diferentes lugares por meio de um transporte móvel, ônibus, micro-
ônibus, van, que leva o livro a usuários de zonas rurais e outras localidades 
distantes dos grandes centros urbanos. 
 Na visão de Dumont (1990, p. 25) “o objetivo principal deste recurso é o 
incentivo e a difusão da leitura, possibilitando que a biblioteca atinja os 
desprivilegiados, especialmente os leitores marginalizados. ” Na Europa, o serviço 
de bibliotecas móveis públicas nos países desenvolvidos são as responsáveis, em 
grande parte, pela formação de leitores na comunidade e a principal fonte de 
estímulo ao desenvolvimento da indústria editorial. A biblioteca itinerante, além do 
empréstimo domiciliar e da pesquisa local, desenvolve outras atividades culturais, 
que servem para atrair usuários, que ao serem incentivados, passam a frequentar 
com regularidade conforme a programação de visitas às comunidades. Entre as 
atividades desenvolvidas que este instrumento pode desenvolver, tem-se o teatro 
de fantoches, apresentações musicais e folclóricas, exposições de livros,lançamentos de publicações, palestras, reuniões, conferências, concursos literários 
(poesias, contos, estórias infantis), etc. É importante ressaltar que todas essas 
atividades devem ser interessantes e principalmente úteis, de acordo com as 
12 
 
necessidades do público atendido. Portanto, informações sobre vagas para 
empregos, concursos públicos, cursos e treinamentos gratuitos, assistência médica, 
como matricular os filhos na escola, enfim, que ajuda a solucionar problemas 
cotidianos. 
 Existem projetos de bibliotecas itinerantes em diferentes veículos e locais, por 
exemplo: tanques de guerra, em barcos, em camelos e, outros em pontos fixos 
como em estações de ônibus, cabines telefônicas e até em praias. Existem países 
onde a literatura tem dificuldades em chegar. Se para alguns ler um livro implica 
apenas ligar o computador ou dirigir-se à biblioteca mais próxima, para outros ler 
chega a ser um verdadeiro privilégio. Estes projetos com formas incomuns de 
bibliotecas estão espalhados pelo mundo com o intuito de tornar a leitura e a 
informação acessível a todos, para construção de uma sociedade mais rica em 
conhecimento, justa e igualitária. 
 Seguem alguns exemplos: 
 
 Biblioteca Itinerante da Mongólia: Em 1992, com o fim do comunismo e a 
consequente adoção de uma política de mercado livre, ocorreram grandes 
mudanças na Mongólia. O crescimento do país deveu-se, sobretudo, à 
aposta em setores lucrativos, o que não era o caso das bibliotecas e da 
cultura em geral. Contudo, o bibliotecário Dashdondog Jamba decidiu agir e 
criar uma biblioteca bastante incomum, os livros são levados as 
comunidades de camelo ou cavalo. Segundo Dashdondog; “as paredes da 
sala de leitura são feitas de montanhas cobertas por florestas, o teto é o céu 
azul, o chão é um tapete de flores e a luz vem do sol”. 
 
 Biblioteca no Tanque de Guerra: Na cidade de Buenos Aires, na Argentina, 
uma iniciativa do artista Ral Lemesoff chamada Adim (sigla que significa 
Arma de Instrução de Massa), leva uma biblioteca em um veículo de 
combate que pertenceu às Forças Armadas argentinas na década de 
setenta. A ideia trata-se exatamente de utilizar um objeto que já foi uma 
“arma” para levar conhecimento e cultura pelas ruas. 
 
 Biblioteca no ônibus: A ideia mostra que para fazer a diferença não precisa 
de muito, apenas de boa vontade. Esta Biblioteca pública foi montada por 
13 
 
Antônio da Conceição Ferreira, que trabalha como cobrador de ônibus. Em 
2003, ele iniciou o projeto ‘Cultura no ônibus’ para arrecadar livros de 
doações e oferecer como leitura durante as viagens de ônibus. Funciona em 
uma linha circular entre Sobradinho e o Plano Piloto, em Brasília. Antônio 
reuniu um acervo de 8 mil livros. Outros lugares em países diferentes já 
contam com projetos parecidos como Bogotá, capital da Colômbia, que tem 
até mesmo paradas personalizadas e abastecidas com livros por voluntários. 
 
 Bibliotecas na praia: Na Praia do Amor, litoral do Rio Grande do Norte, pode-
se deparar com a biblioteca na praia. Além dos livros disponíveis para 
empréstimo, ainda é possível alugar cadeira e guarda-sol para curtir o 
momento de leitura. Ler um bom livro com os pés na areia e vista para o mar 
é um programa bastante atrativo. Em Albena, no nordeste da Bulgária, a 
“Biblioteca de Praia” também já existe e possui mais de 6000 títulos em mais 
de 15 idiomas distintos e chama a atenção turistas que visitam o local. 
 
 Bibliotecas em barcos: Entre os projetos de bibliotecas aquáticas se destaca 
o projeto “ biblioteca flutuante” em Minnesota (EUA), a artista Sarah Peters 
faz o intercâmbio de livros apenas entre tripulantes de barcos, canoas e 
outras navegações, o diferencial desta é que os livros são escritos à mão e 
protegidos por capas a prova d’agua. Em um outro lado do mundo tem o 
“barco biblioteca”, projeto realizado em Laos, na Ásia, onde além de cerca 
de mil livros, os barcos contam também com atividades recreativas para 
crianças locais. 
 
 Ciclotecas (bibliotecas em bicicletas): Na cidade de Portland, nos Estados 
Unidos, os “streetbooks” ou livros de rua, passeiam pela cidade levando 
conhecimento e cultura a moradores de rua e despertando o interesse dos 
moradores e turistas. Existe uma cicloteca aqui no Brasil, encontra-se nas ruas 
de Niterói (RJ), onde o estudante Lucas Garcia Nunes divulga e incentiva o 
amor pela leitura por meio do projeto “O Leitor Aprendiz”, nome inspirado na 
obra “O Turista Aprendiz”, de Mário de Andrade. 
 
14 
 
 Bibliotecas nas caixas de correio: Nos países da América do Norte o projeto 
“Pequenas Bibliotecas” é um sucesso, já conta com cerca de 400 pequenas 
bibliotecas dentro de caixas de correio. A coisa é levada tão a sério que 
existe até um mapa no site oficial para que você encontre a mais próxima de 
você. O mesmo site também vende itens e dá dicas de construção e 
decoração para pessoas que queiram ter a sua própria minibiblioteca no 
quintal. 
 
 Projeto maleta viajante: este último é um pequeno projeto de livros 
itinerantes bastante popular nas escolas, podem ser realizados nas 
bibliotecas escolares ou até mesmo na sala de aula em pequenas bibliotecas 
improvisadas, nas escolas que não contam com espaço especifico para 
biblioteca. Neste os alunos levam os livros para casa, realizam a leitura e na 
escola participam de atividades literárias sobre as leituras realizadas. 
 
4.2.1. A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DAS BIBLIOTECAS ITINERANTES 
 
 As atividades que visam o desenvolvimento do hábito de leitura devem ser 
realizadas por diversos âmbitos da sociedade para que a leitura dos livros, seja uma 
prática constante no cotidiano das pessoas. De acordo com Freire (1989), a leitura 
possibilita a descoberta de novos horizontes. Assim como, Antunes (2010, p. 05) 
afirma que “[...] a leitura provoca a necessidade de compreensão e da interação com 
o mundo, enriquecendo as próprias ideias e experiências intelectuais. O indivíduo 
que lê contribui para o seu enriquecimento pessoal”. 
 Dessa forma, as bibliotecas itinerantes atuam no direito à cidadania ao 
disponibilizar o acesso à informação, ao conhecimento, além de incentivar a prática 
da leitura em comunidades muitas vezes distantes. Desse modo, surgem novos 
leitores e consequentemente cidadãos mais conscientes, atenuando de certa forma 
as disparidades sociais. Desse modo, as bibliotecas itinerantes dentro das suas 
atividades, têm desenvolvido significativo papel social ao proporcionar o contato com 
o livro às pessoas que dispõem muitas vezes de poucos recursos. Assim, de acordo 
com Nascimento: 
 
A itinerância de bibliotecas tem sido uma das soluções encontradas 
para levar leitura e conhecimento à população, em se tratando de 
frequência, cada dia atende um público e, em alguns casos, 
15 
 
desenvolve projetos educacionais e sociais nas comunidades. Como 
um agente facilitador sua atuação engloba a formação de leitores 
através da circulação de livros entre a comunidade, além disso, 
intenta valorizar o livro como propulsor de novos aprendizados. 
(Nascimento, 2009, p. 66). 
 
 A leitura é vital para o ser humano, devido ao fato de ser essencialmente social. 
Nem toda tecnologia disponível e seus aspectos podem substituir o que o ato da 
leitura pode proporcionar. Rodrigues (2000) salienta que a tecnologia facilita a 
transmissão da informação, porém, nada pode substituir a leitura tradicional e 
corriqueira na vida do homem. A leitura é um valioso instrumento de comunicação 
entre os homens, pode funcionar como um importante recurso para o ajustamento 
social do indivíduo, estabelecer relações entre o passado e o presente, contribuir 
para a formação integral do homem, além de representar um elo que permite ao 
cidadão reconhecer o meio em que vive. A formação crítica do cidadão, o 
desenvolvimento e o fortalecimento da democracia exigem uma educaçãode 
qualidade para todos, assim como do livre e ilimitado acesso ao conhecimento, aos 
bens culturais e à informação. 
 Ler é a base para a formação de opiniões, ideias, atitudes e análises, ou seja, 
ler é muito mais do que um repertório de informações. Evangelista, Brandão e 
Machado (2003) dizem que o produto que resulta da ação de ler é muito mais que a 
simples acumulação de informações, não importando a natureza destas, mas a 
representação da realidade presente no texto. A biblioteca, cujo objetivo é 
incentivar a leitura (MILANESI, 2002), tem que ser aberta para que os leitores, 
sejam eles crianças, jovens ou adultos, possam encontrar ali grande quantidade e 
variedade de suportes, mas não só em seu espaço físico, e também criar 
mecanismos para que seu conteúdo alcance aqueles que não se aproximam deste 
espaço. Para uma sociedade que almeja o crescimento, a existência de 
bibliotecas itinerantes contribuirá para a formação de leitores (TABOSA; 
PEREIRA, 2012). A biblioteca itinerante é um meio de estender os produtos de 
informação a determinados locais, onde o público não tem fácil acesso às 
bibliotecas. Assim, deve estimular a prática da leitura nas comunidades distantes, 
desenvolvendo a formação intelectual das pessoas. 
 Na visão de Montalegre (2014), o papel da biblioteca itinerante é promover a 
equidade na prestação do serviço, melhorando a oportunidade de acesso aos 
16 
 
serviços bibliotecários. Uma biblioteca itinerante proporciona o serviço bibliotecário 
mais flexível, sem se limitar a um determinado centro populacional e sendo capaz 
de responder às necessidades de populações flutuantes. Sendo assim, para 
contribuir com inclusão social e cultural da sociedade, de maneira a levar 
informação, literatura e lazer para fora do espaço físico da biblioteca, minimizando 
assim as lacunas existentes em alguns aspectos sociais, especificamente o acesso 
aos livros, a biblioteca itinerante pode colaborar para o bem-estar social das 
pessoas. A biblioteca deve cooperar na construção da cidadania, na formação 
cultural e social dos indivíduos, objetivando sempre o desenvolvimento humano. 
 
 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O hábito de ler necessita ser incentivado ao público em geral, ou seja, a 
população em massa, sobretudo as comunidades vistas como minorias, de classes 
menos favorecidas economicamente. Permitindo que esta parte da população se 
aproprie também do seu direito garantido por lei de acesso à leitura e a informação. 
 O número ilimitado de informações disponíveis na sociedade atual por veículos 
tecnológicos traz consigo, novos desafios a serem enfrentados, entre eles a 
exclusão social daqueles que não possuem meios de acesso a essa modernidade. 
Assim, se faz urgente e necessário buscar soluções para que as pessoas de 
diferentes segmentos sociais tenham acesso à leitura, a cultura e a informação. 
Nesse sentido, a biblioteca surge como um instrumento de democratização da 
informação. Tratar essa chuva de informações e tornar estas disponíveis e 
acessíveis a todos é a função primordial das bibliotecas e de todos aqueles que 
trabalham neste campo. Um dos fatores que pode contribuir para que isso aconteça 
é o trabalho realizado com as bibliotecas itinerantes, que atualmente estão 
espalhadas por todo mundo, até mesmo em locais remotos. 
 Contudo, infelizmente a falta de uma biblioteca em muitas cidades demonstra 
que os recursos investidos pelo Poder Público para criação, ampliação, 
manutenção e atualização dos acervos e principalmente da continuidade dos 
serviços bibliotecários ainda são escassos. Tal cenário faz com que a maioria dos 
indivíduos desconheçam a função da biblioteca pública: o direito inalienável que 
todas as pessoas possuem de ter acesso ao conhecimento, sem diferenciação de 
17 
 
classes. Somente o conhecimento é capaz de minimizar as diferenças culturais, 
econômicas e educacionais e diminuir a nossa tão gritante desigualdade social. 
 Conclui-se que a biblioteca pública deve, portanto, interagir com a comunidade 
de forma que possa atuar de modo mais participativo, agregando valores e 
conceitos a vida de inúmeros indivíduos, os quais ela atende e presta serviços, que 
são indispensáveis para o desenvolvimento pessoal e intelectual, contribuindo 
assim para a valorização do saber e consequentemente também para a 
participação no conhecimento e construção da cultura. Sendo a biblioteca itinerante 
essencial para um primeiro contato das classes mais carentes com o universo 
lúdico da leitura para a concretização e conhecimento de direitos e deveres, 
gerando acesso a cidadania. 
 Este trabalho permitiu conhecer um pouco mais sobre os projetos de bibliotecas 
itinerantes e suas várias formas de atuação. É válido ressaltar que as questões 
apresentadas e o estudo realizado possibilitam a realização de novas pesquisas, 
tendo em vista a dimensão e a relevância do tema descrito para a sociedade, no 
que diz respeito ao incentivo da leitura e os seus benefícios intelectuais para os 
indivíduos. Portanto, espera-se que este trabalho possa contribuir para a 
valorização das bibliotecas itinerantes, de modo que sejam vistas como 
indispensável instrumento para o acesso ao conhecimento através do livro, da 
leitura e da democratização da informação. 
 
6. REFERÊNCIAS 
 
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