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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA BACHARELADO EM BIBLIOTECONOMIA BIBLIOTECAS ITINERANTES: O direito de acesso à leitura e a democratização da informação MARIA EDUARDA SANTOS SILVA - 217858 Ribeirão das Neves – MG 2022 1 Sumário 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 2 2.2.OBJETIVO ........................................................................................................... 4 3. METODOLOGIA.....................................................................................................4 4. O PAPEL DA LEITURA NA SOCIEDADE E NA VIDA DE CADA INDIVÍDUO ..... 6 4.1. BIBLIOTECAS PÚBLICAS: A LEITURA AO ALCANÇE DE TODOS ................. 9 4.2. BIBLIOTECAS ITINERANTES: PROMOVENDO O ACESSO AO DIREITO DE LER E A DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO ................................................. 10 4.2.1. A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DAS BIBLIOTECAS ITINERANTES ................ 14 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................16 6. REFERÊNCIAS ................................................................................................... 17 2 1. INTRODUÇÃO A Biblioteca é um espaço cultural presente na maioria dos municípios brasileiros, porém, grande parte da população destes locais não frequenta as bibliotecas por motivos diversos. Buscando maneiras de alcançar comunidades vistas como minorias ou populações desprivilegiadas, que não têm acesso a uma biblioteca central, como por exemplo: pessoas hospitalizadas, presidiários, analfabetos e/ou analfabetos funcionais, moradores de periferia e outros públicos marginalizados, surgiu as propostas de bibliotecas itinerantes. A leitura deve ser um hábito prazeroso, além de ser indispensável para o exercício da cidadania plena, porém é notório que grande parte dos brasileiros não tem interesse em ler, preferem outras atividades de lazer. Alguns obstáculos são comuns entre a população quando se trata de tornar a leitura parte do seu dia-a-dia e precisam ser enfrentados, entre eles a falta de bibliotecas públicas próximas as periferias, o alto índice de analfabetismo, a falta da construção de uma cultura literária e o grande aumento do acesso a computadores, celulares e televisões nos lares dos brasileiros. A biblioteca trata-se de uma instituição milenar de guarda e acesso ao conhecimento cultural da humanidade. Tem como objetivo primordial a promoção do acesso a todo patrimônio cultural e científico criado pelo homem e paralelamente, fomentar o desenvolvimento de novas criações por tais. Porém, no cenário brasileiro das bibliotecas públicas, os problemas político- sociais interferem diretamente nesse objetivo, fazendo com que se priorize a internalização de procedimentos técnicos em detrimento de uma fragmentação e expansão de ações para o seu público (ALVES, 2020). A falta das bibliotecas públicas nas áreas próximas da população de baixa renda é um dos obstáculos que resultam no baixo índice de leitura dos brasileiros. Desta forma, como aponta Nascimento (2009) a movimentação das bibliotecas tem sido uma das soluções encontradas para levar leitura e conhecimento à população. Projetos de leitura viabilizados por bibliotecas móveis contribuem para a formação de leitores, à medida que permitem o acesso à informação dentro da própria comunidade, na qual o cidadão está inserido, ampliando os horizontes do conhecimento. 3 Desde o início da sociedade e cada vez mais com os avanços tecnológicos, a informação é a força que move a sociedade e a falta dela acaba atrasando ainda mais o desenvolvimento social, econômico e até mesmo o desenvolvimento tecnológico do país. Portanto, faz-se necessário e urgente buscar soluções para que as pessoas de diferentes segmentos sociais tenham acesso à informação e sejam capazes de compreender e refletir sobre essas informações. Nesse aspecto, a biblioteca itinerante surge como um instrumento de democratização da informação e garantindo a universalização do direito ao acesso ao livro, à leitura, à escrita, à literatura e às bibliotecas; e o reconhecimento da leitura e da escrita como um direito, a fim de possibilitar a todos, inclusive por meio de políticas de estímulo à leitura, as condições para exercer plenamente a cidadania, para viver uma vida digna e para contribuir com a construção de uma sociedade mais justa (BRASIL, 2018). Sabe-se que a biblioteca só tem um viés libertário se permitir e viabilizar o acesso à informação a todo e qualquer indivíduo, contudo, é perceptível a falta de bibliotecas de acesso livre para a população de forma geral. A exclusão é imensurável e é neste panorama que surge a ideia das bibliotecas itinerantes, que alcançam locais onde as mesmas são a única fonte de informação, além de proporcionar a oportunidades de se desenvolver o gosto pela leitura, conquistando novos leitores e se mostrando um ambiente de democratização da cultura e de lazer. Este estudo tem como objetivo destacar a importância de se desenvolver e incentivar o hábito de leitura ao grande público desde a infância até a vida adulta, e que um dos fatores que podem contribuir para que isso aconteça é a ação das bibliotecas itinerantes, cujo papel social apresenta- se de modo evidente, aproximando o livro do cidadão. 4 2. OBJETIVO 2.1. OBJETIVO GERAL Descrever o papel social das bibliotecas itinerantes, sua forma de ação e sua capacidade de incentivar e promover o hábito da leitura na população em geral, viabilizando o direito de acesso à leitura e a democratização da informação a todos os cidadãos. 2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO Analisar o papel social e cultural das bibliotecas itinerantes Demonstrar a importância da leitura para o desenvolvimento social Definir os campos de atuação das bibliotecas itinerantes Comparar as bibliotecas tradicionais e as bibliotecas itinerantes Debater as ações das bibliotecas em prol da democratização da informação Apontar a necessidade de viabilizar o direito de acesso à leitura Demonstrar maneiras de desenvolver hábitos de leitura e o pensamento crítico na sociedade em geral 3. METODOLOGIA Esta pesquisa inicia-se com a discussão da necessidade de se viabilizar o acesso à cultura e a informação na sociedade atual. Na sociedade contemporânea, ler é uma habilidade indispensável ao exercício da cidadania plena, e a sua falta, um fator determinante para a exclusão social. Segundo Smith (1999), o acesso à informação era restrito às elites sociais, limitando-se ao Governo, senhores do Engenho, intelectuais e clero do império. Somente a partir do século XIX, surgiram as primeiras iniciativas de criação de bibliotecas públicas. Na escola, a leitura era ofertada de maneira muito restrita, ou seja, limitada a cartas ou documentos manuscritos. Posteriormente, houve a introdução do livro didático e sua progressiva diversificação. Na atualidade, busca-se gerar oportunidades de leitura mais amplas. 5 Em nosso país, a inclusão ao mundo “letrado” ainda não é uma realidade, visto que 7% da população é analfabeta e apenas 26% é capaz de ler, interpretar corretamente os textos e fazer relações entre eles (LOBATO, 2005). Para muitos, o brasileiro não gosta de ler. Segundo Casaletti (2009), no Brasil, o gasto familiar com material relacionado à leitura é considerado supérfluo. Assim, não é raro encontrarmos pessoas que jamais se interessam em ler sequer o jornal, contentando-se com a notícia pronta e mastigada, repassada pela mídia eletrônica; pessoas que passam anos a fio semtocar em um só livro, a não ser por rigorosa exigência profissional ou acadêmica e neste momento a leitura ainda é enfadonha e a elaboração de um sentido para o que se leu se transforma, muitas vezes, num desgaste. Em se tratando da leitura, o uso de bibliotecas deve ser incentivado e começar o mais cedo possível na vida do indivíduo. Infelizmente, isto ocorre precariamente no Brasil: o primeiro contato com a biblioteca escolar é muitas vezes um acontecimento negativo, onde a biblioteca passa a ser sinônimo de castigos, imposições, proibições e desconfortos, enquanto deveria constituir-se de uma experiência extremamente positiva. (BECKER, GROSCH, 2008, p. 41). O trabalho aqui desenvolvido demonstrará através de uma pesquisa descritiva com base em artigos, livros e autores a importância de se incentivar os hábitos de leitura com um trabalho que se desenvolve em diferentes espaços e se movimenta, com a intenção de se aproximar do cidadão, buscando ser eficiente na formação de bons leitores. Em decorrência das necessidades culturais do Brasil atualmente, emerge a importância da biblioteca e de um estudo de usuários, acerca das suas necessidades informacionais, para que assim se possa promover o gosto pela leitura, ao analisar as dificuldades de aproximar as bibliotecas dos usuários nota-se que as comunidades de periferia não se localizam próximas das bibliotecas fixas, neste caso uma solução interessante é levar a biblioteca ao cidadão. Esta pesquisa visa também analisar a legislação vigente que garante o direito de todo cidadão ao acesso à leitura. Como descrito no artigo 3º da LEI Nº 13.696, DE 12 DE JULHO DE 2018, democratizar o acesso ao livro e aos diversos suportes à leitura por meio de bibliotecas de acesso público, entre outros espaços de incentivo à leitura, de forma 6 a ampliar os acervos físicos e digitais e as condições de acessibilidade; valorizar a leitura e o incremento de seu valor simbólico e institucional por meio de campanhas, premiações e eventos de difusão cultural do livro, da leitura, da literatura e das bibliotecas. 4. O PAPEL DA LEITURA NA SOCIEDADE E NA VIDA DE CADA INDIVÍDUO A leitura se mostra responsável por contribuir, de forma significativa, à formação do indivíduo, levando-o a analisar a sociedade e o seu dia a dia, ampliando e diversificando visões e interpretações sobre o mundo, com relação à vida e a si mesmo. A leitura não deve ser vista como um processo de decodificação, por exigir muito mais do que apenas aspectos de decodificação do escrito. Ela proporciona ao leitor a oportunidade de obter seu significado através de seu conhecimento pessoal do mundo, possibilitando assim que todos, mesmo ao lerem um igual conteúdo, obterão compreensão e interpretação diversificadas deste texto. O leitor é ativo no processo de leitura acrescentando suas experiências ao conhecimento adquirido. O habito de ler constitui também uma prática social, pela qual o sujeito, ao pratica-lo mergulha no processo de produção de sentidos, tratando-se de um recurso pelo qual o homem adentra o universo da cultura, configurando-se como um ser culto, racional e pensante. É o leitor quem atribui significado ao texto, processando as informações de formas diversas. Para Orlandi (1995), o sujeito leitor é quem, em sua preexistência, se torna produtor da interpretação do texto, ao mesmo tempo em que, coloca-se como contemporâneo a ele, produzindo leitura, especificamente de sentido, garantindo sua eficácia, organizando-se com seu conhecimento de um eu-aqui- e-agora, relacionando-se com ele sem perder sua originalidade. Assim como observa Lajolo: A leitura é, fundamentalmente, processo político. Aqueles que formam leitores – alfabetizadores, professores, bibliotecários – desempenham um papel político que poderá estar ou não comprometido com a transformação social, conforme estejam ou 7 não conscientes da força de reprodução e, ao mesmo tempo, do espaço de contradição presentes nas condições sociais da leitura, e tenham ou não assumido a luta contra àquela e a ocupação deste como possibilidade de conscientização e questionamento da realidade em que o leitor se insere. (1996, p. 28) O ato de ler faz com que o indivíduo leitor tenha respostas para o mundo e para o que está acontecendo ao seu redor. Quando uma pessoa lê, ela passa a ter uma nova opinião sobre o tema lido, desde política até assuntos relacionados à culinária. Desta forma, se a criança é estimulada a ler desde pequena ela com certeza será um adulto questionador e crítico, assim, o indivíduo que não lê não terá base literária e experiências para formar opinião sobre qualquer assunto. Pessoas que não são leitoras têm a vida restrita à comunicação oral e dificilmente ampliam seus horizontes, por ter contato com ideias próximas das suas, nas conversas com amigos. [...] é nos livros que temos a chance de entrar em contato com o desconhecido, conhecer outras épocas e outros lugares – e, com eles abrir a cabeça. Por isso, incentivar a formação de leitores é não apenas fundamental no mundo globalizado em que vivemos. É trabalhar pela sustentabilidade do planeta, ao garantir a convivência pacífica entre todos e o respeito à diversidade. (GROSSI, 2008, p.03) A ação de ler não é somente para entretenimento ou uso acadêmico, é também, uma ótima ferramenta que oferece ao leitor uma visão ampla do mundo, onde o sujeito pode contextualizar suas próprias experiências com o texto lido. O gostar de ler é construído em um processo que é individual e social ao mesmo tempo, pois ouvir histórias é para quem sabe e também para aquele que não sabe ler. A leitura é e sempre foi o meio mais efetivo do aprendizado e da interiorização de conhecimentos. Ler é, antes de tudo, pertencer a um meio que se renova a cada dia com diferentes formas, pensamentos e ideias; lendo o indivíduo estará apto para desbravar desafios e ser dono do seu próprio conhecimento e usar a leitura como forma de integração. Ter uma leitura efetiva é saber ler nas entrelinhas e agregar saberes que só uma leitura factual oferece. O Hábito de ler não é hereditário, por isso, cabe a sociedade e profissionais deste meio, como 8 professores, pedagogos, autores e bibliotecários, incentivar e instigar os cidadãos a explorar e a identificar-se com o mundo da leitura. Em um mundo onde as pessoas vivem apressadas e as informações são fundamentais, a leitura, por sua vez, é um instrumento o qual, a todo instante, é essencial para a ascensão social do indivíduo e, consequentemente, o meio que o cerca, exige compreensão de sua realidade e também um preparo no que defini ser um excelente leitor, é imprescindível que tal indivíduo esteja em constante exercício do ato de ler, ou seja, é necessário que ocorra o gosto pela leitura. Quando o indivíduo consegue associar a leitura de mundo à leitura da palavra, ocorre o ápice do que é a leitura em todos seus aspectos. Uma leitura crítica da realidade faz com que exerçamos uma leitura crítica também da palavra. Conforme descrito por Paulo Freire: [...] a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica na continuidade da leitura daquela. Na proposta a que me referi acima este movimento do mundo à palavra e da palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo através da leitura que dele fazemos. Podemos ir mais longe e dizer que a leitura do mundo é uma maneira de transformá-lo através de nossa prática consciente (FREIRE, 1995, p. 44). O prazer ou gosto que a leitura proporciona é individual, porém não é intransferível. É sabido que a atitude de outros leitores pode levar muito mais pessoas a sentirem o mesmo prazer ou, ao menos, proporcioná-las o desejo por desenvolvero gosto pela leitura ou, até mesmo, a curiosidade em conhecer “toda a riqueza” proporcionada por meio do ato de ler. A leitura é indispensável para o ser humano, sendo que através do ato de ler o indivíduo possui o direito à informação, que como consequência amplia as ideias e a capacidade de refletir em relação entre o texto lido e a vida do indivíduo. Não se pode deixar de mencionar que a leitura pode ser entendida, também, como um modo de promover a inclusão social. A capacidade de ler, por sua vez, é condição cidadã básica. Afinal, sem a leitura é impossível estabelecer contato e consciência crítica com as transformações ocorridas no meio em que o indivíduo se encontra, deixando-o, assim, alheio a sua própria realidade. 9 4.1. BIBLIOTECAS PÚBLICAS: A LEITURA AO ALCANÇE DE TODOS Etimologicamente, biblioteca deriva do grego, e significa depósito de livros. A Guardiã dos saberes da humanidade, tem se preocupado muito em conservar seus acervos e em encantar e aproximar seus leitores. Na Antiguidade, os filósofos e sábios se destacavam por seus diálogos. Sócrates, por exemplo, nunca escreveu nada, mas alguém ouviu e resolveu deixar para posterioridade suas ideias. Assim, surgiram as primeiras bibliotecas, da necessidade e do desejo humano de ter acesso à informação, e preservar os conhecimentos para a posterioridade. A realidade de uma biblioteca realmente pública surgiu somente na metade do século XIX, com o advento da imprensa de Gutemberg e principalmente influenciados pelos ideais da Revolução Francesa, que almejavam dentre outros o acesso ao ensino e a democratização da educação. Houve grande avanço na produção, reprodução dos livros, mas ainda continuou restrito às classes elitizadas que possuam condições de comprar e manusear os livros. Já na era contemporânea, no início do século XX, que a concepção de biblioteca pública se consolida e estas passam a ser responsabilidade das autoridades públicas, passando a serem reconhecidas como instituições culturais, através de documentos e decretos oficiais. Mas agora com a necessidade de incentivar sua utilização e disputando espaço com os meios de comunicação em massa que avançaram muito neste novo milênio. Todavia, se sabe que nem todos têm acesso à informação, mesmo em meio a era da tecnologia. Os índices de leitura e inclusão digital são sofríveis no Brasil. Almeida Junior (1997, p. 65) defende que as bibliotecas públicas estão presas a um conceito tradicional, retrógrado e ultrapassado, dissociados da realidade e dos interesses da comunidade a quem deve servir. Aliás, esse é o grande diferencial entre a biblioteca pública e a biblioteca comunitária, pois esta última “pois não será uma biblioteca para uma comunidade, mas da comunidade”. Concebe-se a biblioteca como o espaço de democratização do conhecimento, como difusor da cultura e do crescimento social e, portanto, um instrumento para a consolidação da cidadania. Contudo, para que de fato tal transformação ocorra, ou seja, para que a biblioteca se torne um instrumento de cidadania, somente será concretizado a partir do atendimento das classes menos desfavorecidas, munindo-as de informação relevante e de caráter utilitário. 10 Segundo a UNESCO (1994), a biblioteca pública é a porta de acesso local ao conhecimento, o centro de informação, tornando prontamente acessíveis aos seus utilizadores o conhecimento e a informação acessível a todos os gêneros. A biblioteca tem uma função social, mas que a população, devido aos índices sofríveis de escolarização, ainda não percebeu sua importância. Nesta perspectiva, a biblioteca pode contribuir para o desenvolvimento econômico e local, através do apoio informacional dado à comunidade, com seus serviços prestados, podendo causar impactos dentro da sociedade, contribuindo para a inclusão social dos seus envolvidos. Sabe-se da importância do acesso a biblioteca das populações menos favorecidas, mas a questão é como levar a informação e o conhecimento para essas pessoas? Considerando, a distância histórica, geográfica e cultural destas comunidades das bibliotecas, mesmo das públicas. Uma alternativa são as bibliotecas circulantes, também conhecida como bibliotecas móveis, volantes ou itinerantes. 4.2. BIBLIOTECAS ITINERANTES: PROMOVENDO O ACESSO AO DIREITO DE LER E A DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO Sabe-se que papel das bibliotecas públicas é atender às necessidades informacionais de quem a frequenta, atingindo toda a comunidade e todas as classes sociais, assim promovendo a aprendizagem e o saber das pessoas, fazendo delas verdadeiros cidadãos informados e capazes de buscar mais conhecimento com autonomia. Pensando na ideia de atender as necessidades de toda a população, busca-se alterativas para atingir comunidades tidas como minorias ou populações desprivilegiadas que não têm acesso a uma biblioteca fixa e/ou central, que são casos como idosos, pessoas hospitalizadas, presidiários, analfabetos (crianças e adultos), dentre outros públicos marginalizados, uma solução viável são as bibliotecas itinerantes, que funcionam na maioria das vezes como carros bibliotecas. São diversas as nomenclaturas dadas a esse instrumento que deve levar livros e conhecimento as comunidades mais distantes e carentes: Carro-biblioteca, moto biblioteca, biblioteca volante, biblioteca circulante, biblioteca móvel, biblioteca itinerante, enfim, este instrumento que proporciona a democratização da 11 informação, levando conhecimento e cultura para a periferia, atingindo diretamente as comunidades menos favorecidas de nossa população. Segundo Dumont (1995) a primeira biblioteca móvel no Brasil foi criada em 1936 por Mário de Andrade na cidade de São Paulo, sendo vinculada ao Departamento Municipal de Cultura. A Ford construiu e doou um modelo de caminhonete-biblioteca que passou a visitar periodicamente lugares como o Largo da Concórdia, Jardim da Luz e a Praça da República, proporcionando aos frequentadores o contato com os livros. Em 1979, o serviço voltou a funcionar com uma Kombi adaptada e passou a ser chamado de Ônibus-Biblioteca. Apesar de períodos de interrupção do serviço, o ônibus-biblioteca continuou circulando pela cidade de São Paulo. Em novembro de 2008 o projeto tomou um novo fôlego com a doação de veículos pela SPTRANS e quatro novos ônibus de cor amarela passaram a circular na cidade. Em 2015, já eram doze ônibus e 72 locais de atendimento, sendo 18 na Zona Norte, 27 na Zona Sul, 24 na Zona Leste e três na Zona Oeste. Em cada veículo, há um acervo de quatro mil itens, entre livros, revistas, gibis, mangás e jornais, para crianças, jovens e adultos. Pode-se definir a biblioteca itinerante como uma forma de biblioteca pública que se desloca por diferentes lugares por meio de um transporte móvel, ônibus, micro- ônibus, van, que leva o livro a usuários de zonas rurais e outras localidades distantes dos grandes centros urbanos. Na visão de Dumont (1990, p. 25) “o objetivo principal deste recurso é o incentivo e a difusão da leitura, possibilitando que a biblioteca atinja os desprivilegiados, especialmente os leitores marginalizados. ” Na Europa, o serviço de bibliotecas móveis públicas nos países desenvolvidos são as responsáveis, em grande parte, pela formação de leitores na comunidade e a principal fonte de estímulo ao desenvolvimento da indústria editorial. A biblioteca itinerante, além do empréstimo domiciliar e da pesquisa local, desenvolve outras atividades culturais, que servem para atrair usuários, que ao serem incentivados, passam a frequentar com regularidade conforme a programação de visitas às comunidades. Entre as atividades desenvolvidas que este instrumento pode desenvolver, tem-se o teatro de fantoches, apresentações musicais e folclóricas, exposições de livros,lançamentos de publicações, palestras, reuniões, conferências, concursos literários (poesias, contos, estórias infantis), etc. É importante ressaltar que todas essas atividades devem ser interessantes e principalmente úteis, de acordo com as 12 necessidades do público atendido. Portanto, informações sobre vagas para empregos, concursos públicos, cursos e treinamentos gratuitos, assistência médica, como matricular os filhos na escola, enfim, que ajuda a solucionar problemas cotidianos. Existem projetos de bibliotecas itinerantes em diferentes veículos e locais, por exemplo: tanques de guerra, em barcos, em camelos e, outros em pontos fixos como em estações de ônibus, cabines telefônicas e até em praias. Existem países onde a literatura tem dificuldades em chegar. Se para alguns ler um livro implica apenas ligar o computador ou dirigir-se à biblioteca mais próxima, para outros ler chega a ser um verdadeiro privilégio. Estes projetos com formas incomuns de bibliotecas estão espalhados pelo mundo com o intuito de tornar a leitura e a informação acessível a todos, para construção de uma sociedade mais rica em conhecimento, justa e igualitária. Seguem alguns exemplos: Biblioteca Itinerante da Mongólia: Em 1992, com o fim do comunismo e a consequente adoção de uma política de mercado livre, ocorreram grandes mudanças na Mongólia. O crescimento do país deveu-se, sobretudo, à aposta em setores lucrativos, o que não era o caso das bibliotecas e da cultura em geral. Contudo, o bibliotecário Dashdondog Jamba decidiu agir e criar uma biblioteca bastante incomum, os livros são levados as comunidades de camelo ou cavalo. Segundo Dashdondog; “as paredes da sala de leitura são feitas de montanhas cobertas por florestas, o teto é o céu azul, o chão é um tapete de flores e a luz vem do sol”. Biblioteca no Tanque de Guerra: Na cidade de Buenos Aires, na Argentina, uma iniciativa do artista Ral Lemesoff chamada Adim (sigla que significa Arma de Instrução de Massa), leva uma biblioteca em um veículo de combate que pertenceu às Forças Armadas argentinas na década de setenta. A ideia trata-se exatamente de utilizar um objeto que já foi uma “arma” para levar conhecimento e cultura pelas ruas. Biblioteca no ônibus: A ideia mostra que para fazer a diferença não precisa de muito, apenas de boa vontade. Esta Biblioteca pública foi montada por 13 Antônio da Conceição Ferreira, que trabalha como cobrador de ônibus. Em 2003, ele iniciou o projeto ‘Cultura no ônibus’ para arrecadar livros de doações e oferecer como leitura durante as viagens de ônibus. Funciona em uma linha circular entre Sobradinho e o Plano Piloto, em Brasília. Antônio reuniu um acervo de 8 mil livros. Outros lugares em países diferentes já contam com projetos parecidos como Bogotá, capital da Colômbia, que tem até mesmo paradas personalizadas e abastecidas com livros por voluntários. Bibliotecas na praia: Na Praia do Amor, litoral do Rio Grande do Norte, pode- se deparar com a biblioteca na praia. Além dos livros disponíveis para empréstimo, ainda é possível alugar cadeira e guarda-sol para curtir o momento de leitura. Ler um bom livro com os pés na areia e vista para o mar é um programa bastante atrativo. Em Albena, no nordeste da Bulgária, a “Biblioteca de Praia” também já existe e possui mais de 6000 títulos em mais de 15 idiomas distintos e chama a atenção turistas que visitam o local. Bibliotecas em barcos: Entre os projetos de bibliotecas aquáticas se destaca o projeto “ biblioteca flutuante” em Minnesota (EUA), a artista Sarah Peters faz o intercâmbio de livros apenas entre tripulantes de barcos, canoas e outras navegações, o diferencial desta é que os livros são escritos à mão e protegidos por capas a prova d’agua. Em um outro lado do mundo tem o “barco biblioteca”, projeto realizado em Laos, na Ásia, onde além de cerca de mil livros, os barcos contam também com atividades recreativas para crianças locais. Ciclotecas (bibliotecas em bicicletas): Na cidade de Portland, nos Estados Unidos, os “streetbooks” ou livros de rua, passeiam pela cidade levando conhecimento e cultura a moradores de rua e despertando o interesse dos moradores e turistas. Existe uma cicloteca aqui no Brasil, encontra-se nas ruas de Niterói (RJ), onde o estudante Lucas Garcia Nunes divulga e incentiva o amor pela leitura por meio do projeto “O Leitor Aprendiz”, nome inspirado na obra “O Turista Aprendiz”, de Mário de Andrade. 14 Bibliotecas nas caixas de correio: Nos países da América do Norte o projeto “Pequenas Bibliotecas” é um sucesso, já conta com cerca de 400 pequenas bibliotecas dentro de caixas de correio. A coisa é levada tão a sério que existe até um mapa no site oficial para que você encontre a mais próxima de você. O mesmo site também vende itens e dá dicas de construção e decoração para pessoas que queiram ter a sua própria minibiblioteca no quintal. Projeto maleta viajante: este último é um pequeno projeto de livros itinerantes bastante popular nas escolas, podem ser realizados nas bibliotecas escolares ou até mesmo na sala de aula em pequenas bibliotecas improvisadas, nas escolas que não contam com espaço especifico para biblioteca. Neste os alunos levam os livros para casa, realizam a leitura e na escola participam de atividades literárias sobre as leituras realizadas. 4.2.1. A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DAS BIBLIOTECAS ITINERANTES As atividades que visam o desenvolvimento do hábito de leitura devem ser realizadas por diversos âmbitos da sociedade para que a leitura dos livros, seja uma prática constante no cotidiano das pessoas. De acordo com Freire (1989), a leitura possibilita a descoberta de novos horizontes. Assim como, Antunes (2010, p. 05) afirma que “[...] a leitura provoca a necessidade de compreensão e da interação com o mundo, enriquecendo as próprias ideias e experiências intelectuais. O indivíduo que lê contribui para o seu enriquecimento pessoal”. Dessa forma, as bibliotecas itinerantes atuam no direito à cidadania ao disponibilizar o acesso à informação, ao conhecimento, além de incentivar a prática da leitura em comunidades muitas vezes distantes. Desse modo, surgem novos leitores e consequentemente cidadãos mais conscientes, atenuando de certa forma as disparidades sociais. Desse modo, as bibliotecas itinerantes dentro das suas atividades, têm desenvolvido significativo papel social ao proporcionar o contato com o livro às pessoas que dispõem muitas vezes de poucos recursos. Assim, de acordo com Nascimento: A itinerância de bibliotecas tem sido uma das soluções encontradas para levar leitura e conhecimento à população, em se tratando de frequência, cada dia atende um público e, em alguns casos, 15 desenvolve projetos educacionais e sociais nas comunidades. Como um agente facilitador sua atuação engloba a formação de leitores através da circulação de livros entre a comunidade, além disso, intenta valorizar o livro como propulsor de novos aprendizados. (Nascimento, 2009, p. 66). A leitura é vital para o ser humano, devido ao fato de ser essencialmente social. Nem toda tecnologia disponível e seus aspectos podem substituir o que o ato da leitura pode proporcionar. Rodrigues (2000) salienta que a tecnologia facilita a transmissão da informação, porém, nada pode substituir a leitura tradicional e corriqueira na vida do homem. A leitura é um valioso instrumento de comunicação entre os homens, pode funcionar como um importante recurso para o ajustamento social do indivíduo, estabelecer relações entre o passado e o presente, contribuir para a formação integral do homem, além de representar um elo que permite ao cidadão reconhecer o meio em que vive. A formação crítica do cidadão, o desenvolvimento e o fortalecimento da democracia exigem uma educaçãode qualidade para todos, assim como do livre e ilimitado acesso ao conhecimento, aos bens culturais e à informação. Ler é a base para a formação de opiniões, ideias, atitudes e análises, ou seja, ler é muito mais do que um repertório de informações. Evangelista, Brandão e Machado (2003) dizem que o produto que resulta da ação de ler é muito mais que a simples acumulação de informações, não importando a natureza destas, mas a representação da realidade presente no texto. A biblioteca, cujo objetivo é incentivar a leitura (MILANESI, 2002), tem que ser aberta para que os leitores, sejam eles crianças, jovens ou adultos, possam encontrar ali grande quantidade e variedade de suportes, mas não só em seu espaço físico, e também criar mecanismos para que seu conteúdo alcance aqueles que não se aproximam deste espaço. Para uma sociedade que almeja o crescimento, a existência de bibliotecas itinerantes contribuirá para a formação de leitores (TABOSA; PEREIRA, 2012). A biblioteca itinerante é um meio de estender os produtos de informação a determinados locais, onde o público não tem fácil acesso às bibliotecas. Assim, deve estimular a prática da leitura nas comunidades distantes, desenvolvendo a formação intelectual das pessoas. Na visão de Montalegre (2014), o papel da biblioteca itinerante é promover a equidade na prestação do serviço, melhorando a oportunidade de acesso aos 16 serviços bibliotecários. Uma biblioteca itinerante proporciona o serviço bibliotecário mais flexível, sem se limitar a um determinado centro populacional e sendo capaz de responder às necessidades de populações flutuantes. Sendo assim, para contribuir com inclusão social e cultural da sociedade, de maneira a levar informação, literatura e lazer para fora do espaço físico da biblioteca, minimizando assim as lacunas existentes em alguns aspectos sociais, especificamente o acesso aos livros, a biblioteca itinerante pode colaborar para o bem-estar social das pessoas. A biblioteca deve cooperar na construção da cidadania, na formação cultural e social dos indivíduos, objetivando sempre o desenvolvimento humano. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O hábito de ler necessita ser incentivado ao público em geral, ou seja, a população em massa, sobretudo as comunidades vistas como minorias, de classes menos favorecidas economicamente. Permitindo que esta parte da população se aproprie também do seu direito garantido por lei de acesso à leitura e a informação. O número ilimitado de informações disponíveis na sociedade atual por veículos tecnológicos traz consigo, novos desafios a serem enfrentados, entre eles a exclusão social daqueles que não possuem meios de acesso a essa modernidade. Assim, se faz urgente e necessário buscar soluções para que as pessoas de diferentes segmentos sociais tenham acesso à leitura, a cultura e a informação. Nesse sentido, a biblioteca surge como um instrumento de democratização da informação. Tratar essa chuva de informações e tornar estas disponíveis e acessíveis a todos é a função primordial das bibliotecas e de todos aqueles que trabalham neste campo. Um dos fatores que pode contribuir para que isso aconteça é o trabalho realizado com as bibliotecas itinerantes, que atualmente estão espalhadas por todo mundo, até mesmo em locais remotos. Contudo, infelizmente a falta de uma biblioteca em muitas cidades demonstra que os recursos investidos pelo Poder Público para criação, ampliação, manutenção e atualização dos acervos e principalmente da continuidade dos serviços bibliotecários ainda são escassos. Tal cenário faz com que a maioria dos indivíduos desconheçam a função da biblioteca pública: o direito inalienável que todas as pessoas possuem de ter acesso ao conhecimento, sem diferenciação de 17 classes. Somente o conhecimento é capaz de minimizar as diferenças culturais, econômicas e educacionais e diminuir a nossa tão gritante desigualdade social. Conclui-se que a biblioteca pública deve, portanto, interagir com a comunidade de forma que possa atuar de modo mais participativo, agregando valores e conceitos a vida de inúmeros indivíduos, os quais ela atende e presta serviços, que são indispensáveis para o desenvolvimento pessoal e intelectual, contribuindo assim para a valorização do saber e consequentemente também para a participação no conhecimento e construção da cultura. Sendo a biblioteca itinerante essencial para um primeiro contato das classes mais carentes com o universo lúdico da leitura para a concretização e conhecimento de direitos e deveres, gerando acesso a cidadania. Este trabalho permitiu conhecer um pouco mais sobre os projetos de bibliotecas itinerantes e suas várias formas de atuação. É válido ressaltar que as questões apresentadas e o estudo realizado possibilitam a realização de novas pesquisas, tendo em vista a dimensão e a relevância do tema descrito para a sociedade, no que diz respeito ao incentivo da leitura e os seus benefícios intelectuais para os indivíduos. Portanto, espera-se que este trabalho possa contribuir para a valorização das bibliotecas itinerantes, de modo que sejam vistas como indispensável instrumento para o acesso ao conhecimento através do livro, da leitura e da democratização da informação. 6. REFERÊNCIAS ALMEIDA JR., O. F. de. Sociedade e biblioteconomia. São Paulo: Polis, 1997. ALVES, Mariana de Souza. Biblioteca comunitária: conceitos, relevância cultural e políticas. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 16, p. 1-29, jan.2020. ISSN 1980-6949. Disponível em: <https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1252/1164>. Acesso em: 20 abr. 2022. ANTUNES, Maria Cristina. 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