glossário brasil colônia

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
 DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV
 COLEGIADO DO CURSO DE HISTÓRIA
 COMPONENTE CURRICULAR: BRASIL COLÔNIA
 DOCENTE: EDUARDO BORGES
 DISCENTE: MARIA EDUARDA DE LIMA CORDEIRO
GLOSSÁRIO DE TERMOS PARA PESQUISA 
 
· ESCRAVISMO 
 Prática de dominação de um ser humano e de mantê-lo cativo à outra, de forma absoluta. Ele se torna propriedade dessa pessoa, de modo que perde a autoridade sobre si mesmo (a partir do momento em que se é escravizado, apenas seu “dono” a tem) e exerce trabalho à força, sem remuneração e em condições degradantes.
 Essa atividade ocorreu desde a Antiguidade e continuou — pelo menos de forma legalizada— até a Idade Contemporânea, época em que foi proclamada a abolição da escravatura no mundo. Essas pessoas eram compradas em locais em que se fazia esse tipo de comércio ou eram apanhados em batalhas, e na grande maioria dos casos não saíam de sua condição.
PINSKY, Jaime. A Escravidão no Brasil. São Paulo, Contexto, 1992 — páginas 1 e 2.
· ANTIGO SISTEMA COLONIAL 
¹ Conjunto de relações diretas e exclusivas caracterizado pela dominação da metrópole sobre a colônia, tornando esta última subordinada e totalmente dependente e controlada pelo império que o conquistou, sendo tisso tanto em esferas econômicas, como também políticas e administrativas. 
 ² O período de tais acontecimentos foi o da Idade Moderna. Foi se estendendo até o século XVIII, quando finalmente entrou em crise devido à propagação de ideais iluministas, o que acabou ocasionando processos de revoluções e independências em várias colônias ao redor do “Novo Mundo”. 
¹ RIBEIRO, Thyago. Sistema Colonial Mercantilista. Disponível em: <hwww.infoescola.com/historia/sistema-colonial-mercantilista/>. Acesso em: 6 set. 2021
² MAURO, Giovanna. Tudo Sobre a Crise do Sistema Colonial Brasileiro!. 2021. Disponível em: <noticiasconcursos.com.br/tudo-sobre-a-crise-do-sistema-colonial-brasileiro/>. Acesso em: 6 set. 2021.
· O SENTIDO DA COLONIZAÇÃO 
Para Caio Prado Júnior, o sentido da colonização seria a produção para o mercado exterior e o fornecimento de produtos tropicais e metais preciosos ao comércio europeu, sendo uma mudança de circulação para a produção econômica fora daquele continente. Por isso que, para o historiador Caio Prado, a colonização seria um acontecimento fundamentalmente comercial.
NOVAIS, Fernando. Considerações sobre o Sentido da Colonização. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, [S. l.], p. 62-63, 7 set. 2021
· CAPITANIA HEREDITÁRIA 
 Grande faixa que terra que fazia parte de um sistema de administração territorial do Império Português na América que foi implantado em 1534. A Coroa estava com seus recursos escassos devido ao declínio do comércio de especiarias no Oriente e decidiu dessa forma iniciar a colonização e exploração de algumas áreas no Brasil.
MACEDO, Márcia. Capitanias Hereditárias. [S. l.], 10 maio 2019. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/capitanias-hereditarias. Acesso em: 8 set. 2021.
· ANTIGO REGIME 
¹ Sistema monárquico que concentrava todo o poder nas mãos de uma única pessoa: O rei, príncipe ou imperador. Desse modo, consequentemente, não havia possibilidade da população votar e escolher seus representantes, pois usava-se o argumento do Direito Divino dos Reis, em que o regente era declarado representante de Deus na Terra.
¹ Antigo Regime; Guia Estudo. Disponível em < https:www.guiaestudo.com.br/antigo-regime > . Acesso em: 10 set. 2021.
· ANTIGO REGIME NOS TRÓPICOS 
 A administração colonial que era feita de forma concentrada pela monarquia portuguesa é substituída por uma teia de acordos e negociações entre o poder local e a metrópole portuguesa, engrandecendo as relações entre a autonomia das câmaras, instituições da Igreja Católica e o poder imperial, esta última a qual mais se beneficiava dos negócios coloniais.
 
 FILHO, Afonso de Alencastro Graça. Resenha: O Antigo Regime nos Trópicos: a dinâmica imperial portuguesa (séculos XVI-XVIII). Revista Brasileira de História , [S. l.], v. 22, n. 44, p. 2-3, set. 2002.
· MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA COLONIAL 
 Nesse modo de produção a escravidão é a base da economia e, consequentemente, a sociedade não consegue se subsistir sem o trabalho escravo, diferentemente de outras comunidades que também utilizavam a mão de obra dessas pessoas, mas que, em sua maioria, as produções mercantis e atividades domésticas eram feitas por servos ou trabalhadores livres.
 De tal maneira, esse modelo de produção considerava os escravizados objetos de mercado, pois os vendia e os comprava, assim como era medida a sua resistência e a capacidade de trabalho.
ROSSI, Luiz Alexandre Solano. Modo de Produção Escravista e a sua Influência na Percepção da Sociedade Judaica no Pós-Exílio. Revista Mirabilia, [S. l.], p. 30-32, jul. 2005
· BRECHA CAMPONESA 
  Prática em que consistia na liberação de alguns lotes de terra por parte dos senhores de engenhos para os escravizados produzirem alimentos destinados ao próprio consumo e também à venda no mercado interno.
  Essa atividade era separada dos trabalhos que os cativos exerciam na produção e para a comercialização ao mercado exterior, de modo que havia o dia indicado para trabalharem exclusivamente naquela área demarcada pelos senhores. Tal costume foi criado afim de diminuir o custo com alimentação que os fazendeiros teriam com essas pessoas.
SOUSA, Rainer. Brecha Camponesa. [S. l.], [S.D.], Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/brecha-camponesa.htm. Acesso em: 13 set. 2021.
· ECONOMIA DA MERCÊ 
 Sistema que em os súditos prestavam serviços ao rei sempre na esperança de retribuição, como uma espécie de remuneração. Poderiam ser doações de cargos, títulos, privilégios, honrarias... Basicamente, esse elo era uma manobra de trocas, o imperante tendo dever mais moral do que jurídico de retribuir esses serviços prestados para, desse modo, não ficar “mal falado” e mantê-los ao seu serviço sempre que precisasse.
MACHADO, Estevam Henrique dos Santos. A Economia das Mercês: Apontamentos sobre Cultura Política no Antigo Regime Português. Revista Ultramares, [S. l.], v. 1, p. 1, ago. 2015.
· CAVALEIRO DA ORDEM DE CRISTO 
 Foi uma Ordem de Cavalaria com o nome oficial de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão. Foi criada em 1118 em Jerusalém e era formada por franceses, tendo como finalidade proteger os peregrinos cristãos em seu território dito como sagrado. Este grupo rapidamente cresceu e logo conseguiu grande notoriedade, tornando-se extremamente poderoso e influente nas esferas sociais, políticas e econômicas do continente europeu.
SANTANA, Ana Lucia. Ordem dos Templários. [S. l.], [S.D]. Disponível em: https://www.infoescola.com/historia/ordem-dos-templarios/. Acesso em: 5 out. 2021.
· FAMILIAR DO SANTO OFÍCIO 
 Funcionários vinculados à Inquisição que viviam nas capitanias do reino de Portugal e tinham papéis importantes nas denúncias e em prisões que eram determinadas pelo Tribunal de Lisboa. Assim que essas pessoas conseguiam ingressar no Santo Ofício como um familiar, recebiam títulos de “aliados da Inquisição”, como uma forma de valoração social e também ajudaram os inquisidores em suas atribuições.
XIV ENCONTRO REGIONAL DA ANPUH-RIO MEMÓRIA E E PATRIMÔNIO, 2010, Rio de Janeiro. Os Familiares do Santo Ofício: um estudo prosopográfico em Colônia de Sacramento no Século XVIII [...]. [S. l.: s. n.], 2010.
· ABSOLUTISMO 
 Regime parecido com o vigente na época da Idade Média, o absolutismo consistia na concentração de todo o poderio nas mãos do chefe de estado. A ele era atribuída a legitimidade do poder político e toda a autoridade e arbítrio provinha dele e não da população e de suas instituições.
FERNANDES, Cláudio. Absolutismo. Características do Absolutismo Monárquico. [S. l.], 22 out. 2018. Disponível em: https://www.preparaenem.com/historia/absolutismo.htm. Acesso em: 1 out. 2021.
· NOBREZA DA TERRA 
 Elites senhoriaisas quais eram descendentes dos conquistadores e/ou primeiros colonos da região e que, no século XVII, começaram a exigir o título de “nobres da terra” pois seus antepassados o obtinham, além de que o termo demonstrava que o indivíduo era denotado de muita riqueza, como posses de terras e pessoas escravizadas, além de conseguir um certo prestígio social diante da sociedade.
BICALHO, Maria Fernanda Baptista. Conquista, Mercês e Poder Local: a nobreza da terra na América portuguesa e a cultura política do Antigo Regime. Almanack Braziliense, [S. l.], p. 24-25, nov. 2005.
· MERCANTILISMO
 Conjunto de práticas e medidas político-econômicas que se manteve entre os séculos XVI a XVIII predominando nos principais países europeus, de modo a substituir o feudalismo e mostrando-se o que, mais tarde, estudiosos diriam ser o primeiro modelo de capitalismo, tal qual iniciou o período da Idade Moderna.
 O objetivo principal era dar poder ao Estado, preparar-se financeiramente para guerras e também, é claro, enriquecer o rei. Dessa forma, foram tomadas várias medidas para proteger a economia da época, como protecionismo alfandegário, expansões marítimas, metalismo, entre outros.
REIS, Tiago. Mercantilismo: o que era e como funcionava esse sistema econômico?. [S. l.], 22 maio 2019. Disponível em: https://www.suno.com.br/artigos/mercantilismo/. Acesso em: 13 set. 2021.
· MONARQUIA COMPÓSITA 
 Era organizada em vários impérios, com seus próprios regimentos e regulamentos. Esses reinos se autogovernavam e mantinham suas formações originais, com seus próprios estatutos e regras, porém, havendo leis maiores advindas da Coroa que as outras monarquias anexadas a ela necessitavam de acatar. O Vice-Reino de Portugal e Ordenações Filipinas, em 1602, são alguns dos principais exemplos de monarquias compósitas do mundo.
FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima Silva. Monarquia pluricontinental e repúblicas: algumas reflexões sobre a América lusa nos séculos XVI–XVIII. [S. l.], 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tem/a/h3XBTkGMJy3NhfSf6bV6kjn/abstract/?lang=pt. Acesso em: 5 out. 2021.
· MONARQUIA PLURICONTINENTAL 
 Reino que obtém e rege inúmeras colônias espalhadas pelos continentes, geralmente da América, África e Ásia. O rei era o chefe da nação, mas a monarquia pluricontinental era consistida também de conselhos e, consequentemente, era corporativa.
 O Império Ultramarino tinha sua própria dinâmica ao cuidar de suas colônias ao redor do globo, mas as câmaras municipais, assim como também os senados, mesmo tendo a missão de administrar e controlar o coletivo, também interferiam nas ações da Coroa.
CAVALCANTI, LEANDRO LUCAS FONTENELE. MONARQUIA PLURICONTINENTAL. [S. l.], 13 abr. 2014. Disponível em: http://www.rumoaesfcex.com.br/historia/monarquia-pluricontinental-joao-fragoso/. Acesso em: 30 set. 2021.
· DESEMBARGO DO PAÇO 
 Criado em 1477 durante o reinado de Dom João II, o Desembargo do Paço foi o Tribunal Supremo de Justiça de Portugal, sendo subordinado à Casa de Suplicação e só se tornando autônomo em 1521. Era considerado de grande relevância na monarquia portuguesa e teve como presidente o próprio rei até o ano de 1578.
CARDOSO, Antonio Pessoa. Desembargo do Paço era o tribunal supremo do Reino Português. [S. l.], 29 abr. 2016. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2008-abr-29/desembargo_paco_tribunal_supremo_portugues. Acesso em: 3 out. 2021.
· ORDENANÇAS 
 As Companhias de Ordenanças eram as forças militares do império português, organizadas e estabelecidas em suas colônias, que foram criadas em 10 de dezembro de 1570 e sendo formadas nas cidades e vilas, contando com dezenas de homens, compostos por grupos distintos e cada um destes realizando uma determinada função.
CAMARGO, Angélica Ricci. Companhias de Ordenanças. [S. l.], 9 nov. 2016. Disponível em: http://mapa.an.gov.br/index.php/dicionario-periodo-colonial/157-companhia-das-ordenancas. Acesso em: 4 out. 2021.
· TROPAS AUXILIARES 
 Foram criadas em 1645 com o objetivo de reorganizar o exército português durante a Guerra de Restauração, época que o território e reino de Portugal estava vinculado ao da Espanha no período denominado de União Ibérica. Junto com outras infantarias, formaram as principais forças militares, atuando nas fronteiras e auxiliando as outras tropas de primeira linha.
TROPAS Auxiliares. [S. l.], 10 nov. 2016. Disponível em: http://mapa.an.gov.br/index.php/dicionario-periodo-colonial/213-tropas-auxiliares. Acesso em: 3 out. 2021.
· SANTO OFÍCIO 
 O Tribunal do Santo Ofício ou A Inquisição foi uma instituição da Igreja Católica que tinha caráter judicial, perseguindo e punindo pessoas que iam contra a suas crenças religiosas e concepções de vida. Segundo o historiador Rogério Luiz de Souza, da Universidade Federal de Santa Catarina, “Qualquer um que professasse práticas diferentes daquelas reconhecidas como cristãs era considerado herege”.
 A Inquisição Europeia se deu nos países da Itália, França, Alemanha e em Portugal e, embora no caso da Inquisição medieval ter, na maioria das vezes, punições leves, os mais variados tipos de tortura já eram autorizados pelo papa desde o século XIII. A sua segunda versão — que iniciou - se no ano de 1478 — foi a que utilizou de forma mais frequente tal método e, consequentemente, foi caracterizada como mais violenta do que a primeira “geração” de inquisidores.
O QUE foi a Inquisição? Leia mais em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-a-inquisicao/. [S. l.], 4 jul. 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-a-inquisicao/. Acesso em: 2 out. 2021.
· TRIBUNAL DA RELAÇÃO 
 Órgão colegiado do Reino de Portugal que foi instituído nas colônias durante o domínio de Felipe II, na época da chamada União Ibérica. O 1º deles foi construído no estado da Bahia, em 1587, e denominado de Tribunal de Relação da Bahia, contando com uma dezena de desembargadores que eram nomeados pelo rei e serviam à coroa durante seis anos.
CARDOSO, Antonio Pessoa. Bahia abrigou o primeiro Tribunal de Justiça do Brasil. [S. l.], 31 mar. 2008. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2008-mar-31/bahia_abrigou_primeiro_tribunal_justica_brasil. Acesso em: 3 out. 2021.
· SANTA CASA DE MISERICÓRDIA 
 Instituição humanitária que tem como missão o cuidado de pessoas doentes, inválidas e recém nascidos abandonados no local. Seus ensinamentos e objetivos são: “Ensinar os mais simples, dar bons conselhos, castigar os que erram, consolar os tristes, perdoar as ofensas, sofrer com paciência, orar pelos vivos e pelos mortos, visitar os enfermos e os presos, remir os cativos, vestir os nus, dar de comer aos famintos e de beber aos sedentos, abrigar os viajantes e enterrar os mortos.”
A HISTÓRIA Das Santas Casas. [S. l.], 2 fev. 2016. Disponível em: http://www.scmp.org.br/materia/61/a-historia-das-santas-casas. Acesso em: 2 out. 2021
· ARQUIVO DA TORRE DO TOMBO 
 Órgão público, tutelado pelo Ministério da Cultura, que funciona como um arquivo central do Estado ao guardar e preservar documentos históricos originais desde o séc. IX, assim como novos arquivos eletrônicos do campo de atuação dessa instituição, sendo ela obtendo seu próprio patrimônio, personalidade jurídica, e autonomia administrativa.
AATT - Torre do Tombo. [S. l.], [S.D.]. Disponível em: https://www.aatt.org/site/index.php?P=2. Acesso em: 2 out. 2021.