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APG-4-HAS-Hipertrofia

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APG-4
 Hipertensão arterial sistêmica 
Objetivos 
1. Formular conhecimento acerca da hipertrofia cardíaca influenciada pela HAS;
2. Entender as consequências da HAS;
3. Discutir a importância da adesão ao tratamento da HAS e os resultados clínicos da não adesão. 
→Hipertrofia cardíaca 
A hipertrofia cardíaca é um aumento da massa cardíaca por meio do crescimento dos miocitos e estroma conjuntivo. A hipertrofia concêntrica é uma decorrência de sobrecarga pressórica que se caracteriza por adição de sarcômeros em paralelos nos cardiomiócitos (células musculares que compõem o miocárdio) diminuindo o lumém cavitário.
As células musculares cardíacas adultas crescem pela deposição de novos sarcômeros e demais constituintes citoplasmáticos, tendo em vista que são células que perderam, em sua quase totalidade, a capacidade de se multiplicar.
As hipertrofias, então, decorrem da sobrecarga de pressão e/ou volume.
O miocárdio interpreta essas sobrecargas de modo diferenciado, de modo que o resultado final nessas situações é bastante diferente, tanto em termos de mudanças na geometria ventricular quanto nas modificações bioquímicas produzidas nos componentes subcelulares, tais como as miofibrilas.
· Miócitos 
Com relação ao crescimento, não é acompanhado de multiplicação de miócitos, na hipertrofia, ele pode se fazer de duas maneiras:
· Adição de sarcômeros em serie: permite que a células aumente de comprimento, ocorrência principal nas hipertrofias excêntricas.
· Adição de sarcômeros paralelo: aumenta a secção transversal das células, ocorrência principal nas hipertrofias concêntricas. 
· Estroma conjuntivo
Com relação ao papel do estroma conjuntivo, é importante lembrar que os miócitos, embora representem 75% do volume celular do miocárdio, o seu número é pequeno se comparado ao número de fibroblastos, já que estes contribuem com mais de 70% do número de células no coração.
A complacência da parede ventricular depende da quantidade, da distribuição e da composição do colágeno que forma o estroma conjuntivo. Considerando que as fibras colágenas de maior rigidez podem aumentar em determinados tipos de hipertrofia, essa condição pode provocar deficiência no processo de relaxamento do miocárdio, levando ao aparecimento da insuficiência diastólica. O aumento dele relacionado com a condição fisiopatológica da HAS, a hipertrofia cardíaca assume uma importância devido:
1. Aumento de risco de morbimortalidade;
2. Ocorrência de morte súbita;
3. Arritmias ventriculares;
4. Isquemia miocárdicas;
5. Disfunção ventricular sistólico e diastólico. 
Nas hipertrofias concêntricas ocorre aumento de massa ventricular decorrente de aumento da espessura da parede e redução dos diâmetros cavitários. Tal condição surge em decorrência de um aumento de resistência à ejeção ou à sobrecarga de pressão. Na hipertrofia concêntrica a redução dos diâmetros cavitários permite ao ventrículo desenvolver maior pressão.
Nas hipertrofias excêntricas ocorre um aumento de massa ventricular e da espessura da parede ventricular, mas com aumento dos diâmetros cavitários. Esta condição surge em decorrência de sobrecarga de volume.
Quando a sobrecarga de pressão, por hipertensão arterial ou estreitamento de uma valva, a força contrátil precisa aumentar, o que há um aumento de tensão na parede. A doença cardíaca hipertensiva (DCH) é uma consequência do aumento das demandas no coração pela hipertensão, causando sobrecarga de pressão e hipertrofia ventricular. A sobrecarga mecânica imposta cronicamente ao coração pela hipertensão arterial sistêmica determina uma adaptação miocárdica que resulta em aumento da massa ventricular. Esse aumento persistente da pós-carga ventricular determina expansão da massa mitocondrial, multiplicação em paralelo do número de miofibrilas, com consequente aumento da espessura individual dos miócitos, aumento de deposição da matriz extracelular e redução do estresse parietal.
A hipertrofia dos miócitos é uma resposta adaptativa à sobrecarga de pressão; no entanto, existem limites para a capacidade adaptativa do miocárdio, e a hipertensão persistente pode, com o tempo, levar à disfunção miocárdica, à dilatação cardíaca, à ICC e até mesmo à morte súbita. Embora a cardiopatia hipertensiva afete com mais frequência o lado esquerdo do coração como consequência da hipertensão sistêmica, a hipertensão pulmonar também pode acarretar alterações hipertensivas no lado direito do coração — é o chamado “cor pulmonale”.
A HAS impõe uma sobrecarga de pressão ao coração e esta associada a alterações macroscópicas e microscópicas um pouco diferentes daquela causadas pela sobrecarga de volume. A característica básica da cardiopatia hipertensiva sistêmica é a hipertrofia do ventrículo esquerdo, normalmente sem dilatação ventricular até a fase avançada do processo. O peso do coração pode exceder 500g (normal pessoa de 60 a 70 kg 320-360g), e a espessura da parede do ventrículo esquerdo pode ultrapassar 2,0 cm (normal é 1,2-1,4 cm). Com o tempo, o aumento da espessura da parede do VE confere a essa câmara uma rigidez que prejudica o enchimento diastólico e pode levar a dilatação do átrio esquerdo. 
A cardiopatia hipertensiva compensada normalmente é assintomática; suspeita-se de sua presença apenas quando a pressão arterial está elevada nos exames físicos de rotina ou quando os achados do ECG ou do ecocardiograma revelam hipertrofia do ventrículo esquerdo. Em alguns pacientes, a doença é diagnosticada quando surge fibrilação atrial (decorrente do aumento do átrio esquerdo) e/ou ICC. Dependendo da gravidade e da duração da condição, da causa subjacente da hipertensão e da adequação do controle terapêutico, os pacientes podem (1) ter vida longa e morrer de causas não relacionadas, (2) desenvolver cardiopatia isquêmica progressiva em decorrência dos efeitos potencializadores da hipertensão sobre a aterosclerose coronariana, (3) sofrer lesão renal progressiva ou acidente vascular encefálico, ou (4) desenvolver insuficiência cardíaca progressiva. O risco de morte súbita cardíaca também está aumentado. O controle eficaz da hipertensão pode impedir o desenvolvimento ou levar à regressão da hipertrofia cardíaca e dos riscos que a acompanham.
→Consequências da HAS
Níveis elevados de tensão arterial por tempo prolongado são agentes agressores potentes para o coração e os vasos sanguíneos, no primeiro pela sobrecarga que a HA determina ao miocárdio (aumento da força de contração) e nos segundos pela ação física exercida sobre a parede vascular. 
Coração. A HA causa sobrecarga ao miocárdio, que passa a trabalhar com maior força para vencer a resistência vascular periférica aumentada. As modificações cardíacas na HA constituem a cardiopatia hipertensiva.
Vasos sanguíneos. As lesões são diferentes conforme a constituição e o calibre dos vasos. Em artérias de grande e médio calibres, a HA favorece a aterosclerose. Em pequenas artérias e arteríolas, surge a arterioloesclerose.
· Lesão das artérias 
Nossas artérias costumam ser resistentes, elásticas e lisas, de forma a permitir a livre circulação do sangue no seu interior. Essas características se perdem no paciente hipertenso, pois a elevada pressão nas paredes das artérias danifica o seu interior, reduzindo a elasticidade, resistência e capacidade de regeneração, além de facilitar a formação de placas de gordura na sua parede.
A aterosclerose, que é a deposição de gordura nas artérias, é o mecanismo inicial de quase todas as complicações da hipertensão arterial. Podendo causar isquemia, que é um resultado da arteriosclerose ou do endurecimento das artérias, o que impedi o fluxo sanguíneo podendo evoluir par uma ataque do coração.
· Aneurisma
O enfraquecimento da parede arterial favorece o surgimento de aneurisma, que são dilatações ao longo do trajeto da artéria. Os aneurismas provocados pela hipertensão são mais comuns na artéria aorta. O seu rompimento é uma emergência medica que pode levar o paciente ao óbito em poucos minutos. 
· Angina de peito
O acúmulo de placas de colesterol ocorre com grande frequêncianas artérias coronárias, que são os vasos sanguíneos responsáveis pela nutrição do músculo cardíaco, conhecido como miocárdio.
A obstrução das coronárias pela aterosclerose reduz a quantidade de sangue que chega ao miocárdio, o que se manifestar como angina, que é a dor no peito que surge quando o paciente faz algum esforço ou se estressa.
· Infarto agudo do miocárdio 
Se a obstrução de uma ou mais artérias coronárias for maior que 90%, a quantidade de sangue que chega ao miocárdio torna-se tão pequena que o músculo cardíaco sofre necrose, um evento chamado infarto do miocárdio.
· Insuficiência cardíaca
A hipertensão arterial aumenta o esforço do coração, pois o mesmo precisa bombear o sangue contra uma pressão maior. Ao longo dos anos, esse esforço excessivo vai provocando dilatação progressiva do coração, que torna-se mais fraco e incapaz de bombear o sangue adequadamente.
· AVC (derrame cerebral)
A hipertensão aumenta o risco de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e hemorrágico. O primeiro ocorre pela deposição de placas de colesterol nas artérias cerebrais; o segundo por tornar os vasos mais frágeis e propícios ao rompimento.
· Insuficiência renal crônica 
Anos e anos de hipertensão arterial não controlada adequadamente podem provocar lesões nos vasos renais e nos glomérulos, estruturas responsáveis pela filtração do sangue.
A insuficiência renal crônica pode ser provocada pela hipertensão ou pode ser agravada por ela.
· Lesão da retina
Com o passar do tempo, a hipertensão arterial pode causar lesão nos vasos que levam sangue para a retina, camada de tecido sensível à luz localizada na parte de trás do globo ocular.Gabriel Alfredo Krauss; Amanda Garcia Gudrin Fonzar; Guilherme Seiti Orikasa. Não adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica, causas e consequências. Campinas, Galoá, 2017.
FILHO, Geraldo Brasileiro. Bogliolo-Patologia, 10ª. Cap. 15 (474) e 16 (pag. 515-517). 2021.
NEVES, Alice Maria Teixeira das. Mecanismos etiopatogénicos da hipertrofia ventricular esquerda na hipertensão arterial. 2020.
A retinopatia hipertensiva causa perda da acuidade visual e, em casos mais avançados, pode provocar cegueira.
· Demência
A hipertensão pode causar lesão em múltiplos pequenos vasos cerebrais, provocando pequenos e assintomáticos AVC. Com o tempo, o acúmulo de lesões nos neurônios pode provocar uma forma de demência, chamada de “demência vascular”. 
· Impotência sexual 
A hipertensão arterial pode afetar o fluxo de sangue em qualquer parte do corpo. Sem sangue suficiente para o pênis, o paciente pode ter dificuldade de iniciar ou manter a ereção.
Além da lesão direta pela hipertensão, os medicamentos anti-hipertensivos também pode ter a impotência sexual como efeito adverso.
→Adesão ou não ao tratamento
A adesão ao tratamento de uma doença consiste em seguir o que foi proposto pelos profissionais de saúde. No que se refere ao tratamento farmacológico, a não adesão significa o abandono do uso dos medicamentos, sem orientação médica ou a execução de forma irregular do tratamento, seja na prática de atrasar a tomada do medicamento ou de realizar pequenas interrupções da terapêutica prescrita. A baixa adesão ao tratamento é um dos principais fatores para a persistência de valores elevados da PA.
A adesão ao tratamento é um fator importante para que a terapia alcance o efeito esperado. Uma boa adesão inclui, não somente, fazer uso dos medicamentos nos dias e horários certos, mas também alterar alguns hábitos. A adesão ocorre quando o comportamento do paciente coincide com a orientação médica, em termos de uso de medicamentos nas doses corretas, nos horários corretos, mudanças do estilo de vida, seguimento de dietas, uso de equipamentos, havendo concordância e compreensão entre pacientes e médicos.
As consequências causadas pela não adesão ao tratamento adequado da HAS, são consideradas um dos fatores importantes para uma das mais importantes causas de morbimortalidade universal, tornando-se assim, um dos mais prevalentes fatores de risco para o desenvolvimento de doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, insuficiência renal e insuficiência cardíaca congestiva, levando a incapacidade física e até a morte prematura.

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