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Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. APG 03 – “MUDANÇA NECESSÁRIA” Abertura: 09/02/2021 Devolutiva: 12/02/2021. Objetivos: 1. COMPREENDER O PROCESSO DE REMODELAMENTO CARDÍACO ATRAVÉS DA HAS; 2. ESTUDAR SOBRE A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM A HAS; 3. IDENTIFICAR QUAIS SÃO AS COMPLICAÇÕES QUANDO A HAS NÃO É CONTROLADA. Ao longo da vida, o coração sofre transformações ligadas ao processo natural de crescimento, maturidade e envelhecimento ou como resposta a situações locais ou sistêmicas que requerem alteração na força contrátil (p. ex., se o indivíduo desenvolve hipertensão arterial sistêmica é necessária maior força para impulsionar o sangue). Durante muito tempo, o miocárdio foi considerado um tecido com células permanentes, ou seja, sem capacidade de reposição em caso de morte celular; assim, qualquer aumento da massa celular – e do órgão – seria decorrente de aumento no tamanho das fibras miocárdicas, não de seu número. A exceção seria o período neonatal, após o qual o número de células estaria estabilizado. ATUALMENTE, CONSIDERA-SE QUE EM DIVERSAS SITUAÇÕES PODE HAVER CERTO GRAU DE REPOVOAMENTO CELULAR, A PARTIR DE CÉLULAS INTERSTICIAIS DE RESERVA E/OU DE CÉLULAS-TRONCO CIRCULANTES. ✓ De todo modo, o acréscimo de sarcômeros por célula continua sendo considerado o principal mecanismo de aumento da massa cardíaca, tanto no crescimento normal quanto em situações patológicas. Quando há sobrecarga de pressão (p. ex., por hipertensão arterial ou estreitamento de uma valva), a força contrátil precisa aumentar. Adicionalmente, há aumento da tensão na parede. Os MIOCARDIÓCITOS de parede cardíaca submetida a maior trabalho SE HIPERTROFIAM na tentativa de manter o fluxo e, conforme a lei de Laplace (T = PR/2t, em que T = tensão, P = pressão na cavidade, R = raio da cavidade e t = espessura da parede), diminuir a tensão. Em consequência, a parede se espessa, enquanto o volume da cavidade fica mantido ou, às vezes, discretamente diminuído. Desse modo, ocorre uma hipertrofia na qual o comprimento de cada célula não se altera muito, mas sim sua espessura, refletindo um aumento dos sarcômeros “em paralelo”. ESSA SITUAÇÃO É CONHECIDA COMO HIPERTROFIA CONCÊNTRICA. Se, após certo tempo, a adaptação não for mais efetiva, ou seja, o miocárdio não consegue ter força para manter o fluxo, fica mais sangue na cavidade, a qual termina sofrendo dilatação. Esta é uma das situações em que há sobrecarga de volume, que acontece também em outras doenças com mau funcionamento do miocárdio, como bombeamento não efetivo (p. ex., miocardite) ou insuficiência valvar. Também nessa situação as células se hipertrofiam, tentando manter o fluxo e diminuir o estresse na parede, mas a espessura desta é normal ou mesmo diminuída, assim como a dos cardiomiócitos, que sofrem aumento do seu comprimento, com predomínio de adição de sarcômeros dita “em série”. A esse tipo de adaptação tem sido atribuída a denominação, não muito apropriada, de HIPERTROFIA EXCÊNTRICA. Neste caso e apesar de ocorrer hipertrofia dos cardiomiócitos, a cavidade ventricular é dilatada e suas paredes distanciam-se igualmente de seu centro geométrico; a denominação “excêntrica”, portanto, não é adequada. Há, todavia, situações em que a dilatação e a hipertrofia não se distribuem igualmente por todo o ventrículo – em geral, quando há perda de cardiomiócitos de uma região da parede, como no infarto do miocárdio. Os melhores indicadores de hipertrofia são o tamanho dos núcleos e o peso do órgão, pois se alteram tanto na sobrecarga de pressão quanto na de volume, em comparação com o normal para a idade e o gênero. Ainda assim, quanto ao peso, não há valores bem estabelecidos de normalidade. Em adultos, peso acima de 420 g em homens e 350 g em mulheres é considerado elevado, mas alguns autores já chamam de hipertróficos corações com pesos um pouco menores que esses. HIPERTROFIA CORRESPONDE A UMA ALTERAÇÃO NO METABOLISMO CELULAR. Para que tal mudança ocorra, ainda que fatores neurohormonais interfiram, o papel principal é do estímulo mecânico, que é de algum modo convertido em sinais bioquímicos. Nas células, ocorre reprogramação, levando a expressão coordenada de genes envolvidos na síntese de mais componentes do sistema contrátil, de modo semelhante ao que ocorre na vida fetal (contração mais lenta e prolongada e aumento do metabolismo anaeróbico). Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. Qualquer que seja o tipo de hipertrofia, a vascularização do órgão também aumenta, mantendo-se em geral a proporção numérica capilar/fibra miocárdica. Mesmo assim, como o volume dos miocardiócitos está aumentado, pode haver carência relativa do aporte de sangue (isquemia relativa). Assim, podem ocorrer morte de pequenos grupos de células e, posteriormente, surgir inúmeros focos de fibrose intersticial. QUANDO TAIS MECANISMOS ADAPTATIVOS FALHAM OU SE ESGOTAM, ESTABELECE-SE O QUADRO CLÍNICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. Em oposição à hipertrofia, pode ocorrer a hipotrofia (USUALMENTE CHAMADA DE ATROFIA), quase sempre decorrente da falta de aporte de sangue. As miocélulas ficam mais finas e podem acumular, principalmente sob a forma de material acastanhado chamado lipofuscina, produtos de degradação e dano oxidativo. Há dados sugestivos de que pelo menos parte do envelhecimento biológico está associada a diminuição do tamanho dos telômeros, que são as extremidades dos cromossomos de eucariotos constituídas por grande número de repetições de uma única sequência no DNA (em humanos, TTAGGG). TELÔMEROS SÃO ESTRUTURAS ENVOLVIDAS NO CONTROLE DO CICLO CELULAR E NA MANUTENÇÃO DA ESTABILIDADE CROMOSSÔMICA. O número de repetições (portanto, o comprimento dos telômeros) tem determinação genética e varia entre os indivíduos desde o nascimento. Nas células somáticas, ocorre encurtamento progressivo dos telômeros a cada divisão celular, cujo grau varia de caso para caso, o que explicaria ao menos em parte a diferença entre os indivíduos na suscetibilidade a doenças cardiovasculares e na idade de surgimento, entre as quais se incluem a doença aterosclerótica coronariana e a insuficiência cardíaca. A doença cardíaca é a causa mais comum de morte nos pacientes hipertensos. A CARDIOPATIA HIPERTENSIVA É O RESULTADO DE ADAPTAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS QUE LEVAM À HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA, ICC, ANORMALIDADES DO FLUXO CAUSADAS POR DAC ATEROSCLERÓTICA, BEM COMO DOENÇA MICROVASCULAR E ARRITMIAS CARDÍACAS. Indivíduos com hipertrofia ventricular esquerda apresentam maior risco para DAC, AVE, ICC e morte súbita. O CONTROLE AGRESSIVO DA HIPERTENSÃO PODE REGREDIR OU REVERTER A HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA E REDUZIR O RISCO DE CARDIOPATIA. Não está claro se classes diferentes de agentes anti-hipertensivos apresentam um impacto adicional na redução da massa ventricular esquerda, independente de seu efeito para abaixar a pressão arterial. A ICC pode estar relacionada com disfunção sistólica, disfunção diastólica ou uma combinação das duas. ANORMALIDADES DA FUNÇÃO DIASTÓLICA, AS QUAIS VARIAM DA CARDIOPATIA ASSINTOMÁTICA ATÉ A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EVIDENTE, SÃO COMUNS NOS PACIENTES HIPERTENSOS. Aproximadamente 33% dos pacientes com ICC apresentam função sistólica normal, mas função diastólica anormal. A DISFUNÇÃO DIASTÓLICA É UMA CONSEQUÊNCIA INICIAL DA CARDIOPATIA RELACIONADA COM A HIPERTENSÃO, SENDO EXACERBADA PELA HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA E ISQUEMIA.A cateterização cardíaca fornece a avaliação mais apropriada da função diastólica. Como alternativa, a função diastólica pode ser avaliada por vários métodos não invasivos, como ecocardiografia e angiografia com radionuclídeos. OBJETIVO 02: A falência do coração geralmente é denominada insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. A ICC é o desfecho comum de muitas formas de doença cardíaca e normalmente é uma condição progressiva com prognóstico extremamente ruim. Somente nos Estados Unidos, quase cinco milhões de pessoas são afetadas, resultando em mais de um milhão de hospitalizações e em 300.000 mortes a cada ano, acarretando um ônus financeiro de mais de 18 bilhões de dólares. A MAIORIA DOS CASOS DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA RESULTA DE DISFUNÇÃO SISTÓLICA — FUNÇÃO CONTRÁTIL INADEQUADA DO MIOCÁRDIO, CARACTERISTICAMENTE CONSEQUÊNCIA DA CARDIOPATIA ISQUÊMICA OU DA HIPERTENSÃO. POR OUTRO LADO, A ICC TAMBÉM PODE RESULTAR DE DISFUNÇÃO DIASTÓLICA — INCAPACIDADE DO CORAÇÃO DE RELAXAR E SE ENCHER DE MODO ADEQUADO, COMO OCORRE NA HIPERTROFIA MACIÇA DO VENTRÍCULO ESQUERDO, NA FIBROSE DO MIOCÁRDIO, NA DEPOSIÇÃO DE AMILOIDE E NA PERICARDITE CONSTRITIVA. De fato, a insuficiência cardíaca observada em idosos, diabéticos e mulheres resulta com frequência de disfunção diastólica. Vários estudos indicam que 40-60% dos casos de ICC podem ser causados por disfunção diastólica. Por fim, a insuficiência cardíaca também pode resultar de disfunção valvar (p. ex., causada por endocardite) ou ocorrer em coração normal subitamente exposto a uma sobrecarga (p. ex., sobrecarga líquida ou pressórica). A ICC SURGE QUANDO O CORAÇÃO NÃO CONSEGUE PRODUZIR DÉBITO SUFICIENTE PARA SATISFAZER AS DEMANDAS METABÓLICAS DOS TECIDOS OU APENAS CONSEGUE SATISFAZÊ-LAS SOB PRESSÕES DE ENCHIMENTO SUPERIORES ÀS NORMAIS; EM PEQUENO NÚMERO DE CASOS, A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA PODE SER CONSEQUÊNCIA DE AUMENTO SIGNIFICATIVO DAS DEMANDAS DOS TECIDOS, COMO OCORRE NO HIPERTIREOIDISMO, OU DE CAPACIDADE INSUFICIENTE DE TRANSPORTAR OXIGÊNIO, COMO NA ANEMIA (INSUFICIÊNCIA DE ALTO DÉBITO). O início da ICC pode ser abrupto, como nos casos de infarto grande do miocárdio ou disfunção valvar aguda. Em muitos pacientes, a ICC desenvolve-se gradual e insidiosamente como resultado dos efeitos cumulativos da sobrecarga crônica de trabalho ou da perda progressiva de miocárdio. Na ICC, o coração em falência não consegue mais bombear de modo eficiente o sangue levado até ele pela circulação venosa. O RESULTADO É O AUMENTO DO VOLUME VENTRICULAR DIASTÓLICO FINAL, QUE PROVOCA ELEVAÇÃO DAS PRESSÕES DIASTÓLICAS FINAIS E, POR FIM, DAS PRESSÕES VENOSAS TAMBÉM. Assim, o débito cardíaco inadequado — denominado insuficiência anterógrada — é quase sempre acompanhado de congestão da circulação venosa, ou seja, de insuficiência retrógrada. Como consequência, embora a raiz do problema na ICC normalmente seja a função cardíaca deficiente, com o tempo praticamente todos os órgãos são afetados por uma combinação de insuficiência anterógrada e retrógrada. O sistema cardiovascular tenta compensar a redução da contratilidade miocárdica ou o aumento da carga hemodinâmica utilizando vários mecanismos homeostáticos: ✓ MECANISMO DE FRANK-STARLING. O aumento do volume de enchimento diastólico final dilata o coração e alonga as fibras musculares cardíacas; essas fibras alongadas se contraem mais vigorosamente, aumentando dessa forma o débito cardíaco. Quando o ventrículo dilatado é capaz de manter o débito cardíaco desse modo, diz-se que o paciente tem insuficiência cardíaca compensada. Contudo, a dilatação ventricular ocorre à custa de aumento na tensão das paredes e intensifica as necessidades de oxigênio de um miocárdio já comprometido. Com o tempo, o músculo em falência não consegue mais impelir sangue suficiente para satisfazer as necessidades do corpo, e o paciente desenvolve insuficiência cardíaca descompensada. ✓ ATIVAÇÃO DOS SISTEMAS NEURO-HUMORAIS: A liberação do neurotransmissor norepinefrina pelo sistema nervoso autônomo eleva a frequência cardíaca e aumenta a contratilidade do miocárdio e a resistência vascular. ✓ A ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona estimula a retenção de sal e água (o que aumenta o volume circulatório) e eleva o tônus vascular. ✓ A liberação do peptídio natriurético atrial equilibra o sistema renina-angiotensina-aldosterona por meio da diurese e do relaxamento do músculo liso vascular. ✓ ALTERAÇÕES NA ESTRUTURA DO MIOCÁRDIO, QUE INCLUEM O AUMENTO DA MASSA MUSCULAR. Os miócitos cardíacos não são capazes de proliferar, mas conseguem se adaptar a um aumento da carga de trabalho reunindo número maior de sarcômeros — uma alteração que é acompanhada pelo aumento de tamanho dos miócitos (hipertrofia) Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. ✓ NOS ESTADOS COM SOBRECARGA DE PRESSÃO (p. ex., hipertensão, estenose valvar), novos sarcômeros tendem a ser adicionados em paralelo ao eixo maior dos miócitos, adjacentes aos sarcômeros preexistentes. O diâmetro crescente das fibrasmusculares leva à hipertrofia concêntrica — a espessura da parede ventricular aumenta sem que ocorra aumento no tamanho da câmara ✓ NOS ESTADOS COM SOBRECARGA DE VOLUME (p. ex., regurgitação valvar, shunts), os novos sarcômeros são adicionados em série aos sarcômeros preexistentes, de modo que o comprimento das fibras musculares aumenta. Como consequência, os ventrículos tendem a dilatar, e a espessura resultante das paredes pode estar aumentada, normal ou diminuída; assim, o peso do coração — em vez da espessura das paredes — é a melhor medida da hipertrofia dos corações com sobrecarga de volume. A HIPERTROFIA COMPENSATÓRIA OCORRE À CUSTA DOS MIÓCITOS. As necessidades de oxigênio do miocárdio hipertrófico estão intensificadas em consequência do aumento de sua massa celular. COMO O LEITO CAPILAR DO MIOCÁRDIO NÃO SE EXPANDE NO MESMO RITMO QUE AS DEMANDAS DE OXIGÊNIO DE SUAS CÉLULAS, O MIOCÁRDIO TORNA-SE VULNERÁVEL À LESÃO ISQUÊMICA. Normalmente, A HIPERTROFIA TAMBÉM ESTÁ ASSOCIADA A PADRÕES DE EXPRESSÃO GÊNICA REMINISCENTES DOS MIÓCITOS FETAIS, COMO MUDANÇAS NA FORMA DOMINANTE DA CADEIA PESADA DA MIOSINA PRODUZIDA. A alteração da expressão gênica pode contribuir para mudanças na função dos miócitos, as quais levam a AUMENTOS NA FREQUÊNCIA CARDÍACA E NA FORÇA DE CONTRAÇÃO, que melhoram o débito cardíaco, mas também provocar elevação do consumo cardíaco de oxigênio. Diante da isquemia e dos aumentos crônicos na carga de trabalho, surgem por fim outras alterações indesejáveis, entre elas apoptose de miócitos, alterações citoesqueléticas e aumento da deposição de matriz extracelular (MEC). A hipertrofia cardíaca compensatória patológica está correlacionada com a mortalidade maior; de fato, a hipertrofia cardíaca é um fator de risco independente para morte súbita cardíaca. POR OUTRO LADO, A HIPERTROFIA POR SOBRECARGA DE VOLUME INDUZIDA PELO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBICO REGULAR (HIPERTROFIA FISIOLÓGICA) NORMALMENTE É ACOMPANHADA DE AUMENTO NA DENSIDADE CAPILAR, COM REDUÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E DA PRESSÃO ARTERIAL EM REPOUSO. Essas adaptações fisiológicas reduzem a morbidade e a mortalidade cardiovasculares totais. Em comparação, o exercício físico estático (p. ex., o levantamento de pesos) está associado à hipertrofia por pressão e pode não ter os mesmos efeitos benéficos. INSUFICIÊNCIACARDÍACA ESQUERDA: A insuficiência cardíaca pode afetar predominantemente o lado esquerdo ou o direito, ou pode envolver ambos os lados do coração. AS CAUSAS MAIS COMUNS da insuficiência cardíaca esquerda são A CARDIOPATIA ISQUÊMICA (CI), A HIPERTENSÃO SISTÊMICA, A DOENÇA DA VALVA DA AORTA OU DA VALVA ATRIOVENTRICULAR ESQUERDA (MITRAL) E AS DOENÇAS PRIMÁRIAS DO MIOCÁRDIO (P. EX., AMILOIDOSE). Os efeitos morfológicos e clínicos da ICC esquerda provêm da diminuição da perfusão sistêmica e da elevação das pressões de retorno dentro da circulação pulmonar. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: A dispneia (falta de ar) aos esforços é geralmente o sintoma mais precoce e significativo da insuficiência cardíaca esquerda; a tosse também é comum e resulta da transudação de líquido para o interior dos espaços aéreos. À medida que a insuficiência progride, os pacientes passam a sentir dispneia quando estão deitados (ortopneia); isso ocorre porque a posição supina aumenta o retorno venoso proveniente das extremidades inferiores e também eleva o diafragma. Normalmente, a ortopneia diminui de intensidade quando o paciente senta ou fica em pé; por essa razão, os pacientes geralmente dormem sentados com o tronco ereto. A dispneia paroxística noturna é uma forma particularmente drástica de falta de ar, na qual os pacientes acordam com dispneia intensa que chega às raias do sufocamento. AS OUTRAS MANIFESTAÇÕES DA INSUFICIÊNCIA DO VENTRÍCULO ESQUERDO INCLUEM CORAÇÃO DE TAMANHO AUMENTADO (CARDIOMEGALIA), TAQUICARDIA, PRESENÇA DE TERCEIRA BULHA CARDÍACA (B3) E ESTERTORES FINOS NA BASE DOS PULMÕES CAUSADOS PELA ABERTURA DOS ALVÉOLOS PULMONARES EDEMATOSOS. À medida que a dilatação ventricular progride, os músculos papilares são deslocados para fora, o que causa regurgitação mitral e sopro sistólico. A subsequente dilatação crônica do átrio esquerdo pode causar fibrilação atrial, que se manifesta como um batimento cardíaco “irregularmente irregular”. Essas contrações atriais descoordenadas, caóticas, reduzem o volume sistólico ventricular e também podem causar estase. O SANGUE ESTAGNADO TENDE A FORMAR TROMBOS (PARTICULARMENTE NO APÊNDICE ATRIAL) QUE PODEM Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. LIBERAR ÊMBOLOS QUE, POR SUA VEZ, CAUSAM ACIDENTES VASCULARES CEREBRAIS E MANIFESTAÇÕES DE INFARTO EM OUTROS ÓRGÃOS. Do ponto de vista sistêmico, a diminuição do débito cardíaco causa redução da perfusão renal que, por sua vez, ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona, que eleva o volume e as pressões intravasculares. Infelizmente, ESSES EFEITOS COMPENSATÓRIOS EXACERBAM O EDEMA PULMONAR. Uma redução adicional da perfusão renal poderá provocar azotemia pré-renal, com excreção deficiente de resíduos nitrogenados e aumento do distúrbio metabólico. NA ICC GRAVE, A DIMINUIÇÃO DA PERFUSÃO CEREBRAL PODE SE MANIFESTAR NA FORMA DE ENCEFALOPATIA HIPÓXICA, COM IRRITABILIDADE, DIMINUIÇÃO DA COGNIÇÃO E INQUIETAÇÃO, QUE PODEM PROGREDIR PARA ESTUPOR E COMA. MORFOLOGIA: Os achados cardíacos macroscópicos dependem do processo mórbido subjacente; pode haver, por exemplo, infarto do miocárdio ou deformidades valvares. Com exceção da insuficiência causada pela estenose da valva atrioventricular esquerda ou por miocardiopatias restritivas, o ventrículo esquerdo geralmente está hipertrofiado e pode estar dilatado, às vezes de forma maciça. A DILATAÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO PODE RESULTAR EM INSUFICIÊNCIA MITRAL E NO AUMENTO DO TAMANHO DO ÁTRIO ESQUERDO, O QUE ESTÁ ASSOCIADO À INCIDÊNCIA MAIOR DE FIBRILAÇÃO ATRIAL. AS ALTERAÇÕES MICROSCÓPICAS DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SÃO INESPECÍFICAS E CONSISTEM PRINCIPALMENTE NA HIPERTROFIA DOS MIÓCITOS ACOMPANHADA DE FIBROSE INTERSTICIAL DE GRAVIDADE VARIÁVEL. Sobre esse pano de fundo, pode haver outras lesões que contribuem para o desenvolvimento da insuficiência cardíaca (p. ex., infarto do miocárdio recente ou antigo). PULMÕES. Com o tempo, a elevação da pressão nas veias pulmonares é transmitida retrogradamente aos capilares e artérias dos pulmões, PROVOCANDO CONGESTÃO E EDEMA, assim como derrame pleural, por causa do aumento da pressão hidrostática nas vênulas da pleura visceral. Os pulmões tornam-se encharcados e pesados, e microscopicamente exibem transudatos perivasculares e intersticiais, edema nos septos alveolares e acúmulo de líquido edematoso nos espaços alveolares. Além disso, quantidade variável de glóbulos vermelhos extravasa dos capilares para os espaços alveolares, onde são fagocitados por macrófagos. A subsequente degradação dos glóbulos vermelhos e sua hemoglobina deixa os macrófagos alveolares repletos de hemossiderina — são as chamadas células da insuficiência cardíaca —, que refletem episódios prévios de edema pulmonar. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIREITA: A insuficiência cardíaca direita geralmente é a consequência da insuficiência cardíaca esquerda, visto que qualquer aumento de pressão na circulação pulmonar produz inevitavelmente aumento da carga do lado direito do coração. A insuficiência cardíaca direita isolada também pode ocorrer em algumas doenças. A MAIS COMUM É A HIPERTENSÃO PULMONAR GRAVE, QUE PROVOCA UMA PATOLOGIA DO LADO DIREITO DO CORAÇÃO DENOMINADA COR PULMONALE. NO COR PULMONALE, A HIPERTROFIA E A DILATAÇÃO DO MIOCÁRDIO GERALMENTE ESTÃO CONFINADAS AO ÁTRIO E VENTRÍCULO DIREITOS, EMBORA A PROJEÇÃO DO SEPTO VENTRICULAR PARA A ESQUERDA POSSA CAUSAR UMA DISFUNÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO. A insuficiência direita isolada também pode ocorrer em pacientes com doença primária da valva atrioventricular direita ou da valva do tronco pulmonar, ou naqueles com cardiopatia congênita, como nos shunts da esquerda para a direita que provocam sobrecarga crônica de volume e pressão. Os principais efeitos morfológicos e clínicos da insuficiência cardíaca direita pura diferem daqueles da insuficiência cardíaca esquerda, já que, NA FALÊNCIA DIREITA, O INGURGITAMENTO DOS SISTEMAS VENOSOS SISTÊMICO E PORTAL NORMALMENTE É PRONUNCIADO, E A CONGESTÃO PULMONAR É MÍNIMA. MORFOLOGIA: Fígado e Sistema Portal. O tamanho e o peso do fígado estão geralmente aumentados (hepatomegalia congestiva). A superfície de corte exibe congestão passiva intensa — um padrão conhecido como fígado em noz-moscada; as áreas centrolobulares congestas estão circundadas por parênquima periférico mais pálido, não congesto. QUANDO HÁ TAMBÉM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ESQUERDA, A HIPÓXIA CENTRAL INTENSA PRODUZ NECROSE CENTROLOBULAR, ALÉM DE CONGESTÃO SINUSOIDAL. NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIREITA GRAVE DE LONGA DURAÇÃO, AS ÁREAS CENTRAIS PODEM SE TORNAR FIBRÓTICAS, DANDO ORIGEM À CHAMADA “CIRROSE CARDÍACA”. A insuficiência cardíaca direita também produz elevação da pressão na veia porta e em suas tributárias (hipertensão portal), e a congestão vascular faz com que o baço aumente de tamanho e fique tenso (esplenomegalia congestiva). A congestão passiva crônica afeta a parede do intestino tornando-a edematosa, e o quadro pode ser grave suficiente a ponto de interferir na absorção de nutrientes e medicamentos. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. Espaços Pleural, Pericárdico e Peritoneal. A congestão venosa sistêmica causada pela insuficiência cardíaca direita pode produzir transudatos (derrames) nos espaços pleural e pericárdico, mas geralmente não causa edema no parênquima pulmonar. OS DERRAMES PLEURAIS SÃO MAIS PRONUNCIADOS QUANDO HÁ AUMENTO DAS PRESSÕES VENOSAS PULMONAR E SISTÊMICA, COMO OCORRENA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COMBINADA (DIREITA E ESQUERDA). Quando grandes (p. ex., um litro ou mais), os derrames pleurais podem causar atelectasia e, em raras ocasiões, derrames pericárdicos substanciais (com mais de 500 mL) podem restringir o enchimento cardíaco e levar à insuficiência cardíaca (por tamponamento). A combinação de congestão hepática (COM OU SEM REDUÇÃO DA SÍNTESE DE ALBUMINA) com hipertensão portal dá origem a transudatos peritoneais (ascite). O líquido que se acumula em várias cavidades do corpo normalmente tem natureza serosa, com baixo teor de proteína e ausência de células da inflamação. Tecidos Subcutâneos. O edema periférico das partes inferiores do corpo, principalmente o edema de tornozelo (pedioso) e o edema pré-tibial, é uma característica inconfundível da insuficiência cardíaca direita. Nos pacientes cronicamente acamados, o edema pode ser principalmente pré-sacral. Em casos particularmente graves, pode ocorrer edema maciço generalizado (anasarca). CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Ao contrário da insuficiência cardíaca esquerda, A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIREITA PURA NORMALMENTE PRODUZ POUCOS SINTOMAS RESPIRATÓRIOS. Em vez disso, as manifestações clínicas estão relacionadas com a congestão venosa portal e sistêmica, que CAUSA AUMENTO DE TAMANHO DO FÍGADO E DO BAÇO, EDEMA PERIFÉRICO, DERRAME PLEURAL E ASCITE. A congestão venosa e a hipóxia dos rins e do encéfalo que RESULTAM DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIREITA produzem alterações comparáveis àquelas provocadas pela hipoperfusão associada à insuficiência cardíaca esquerda. VALE DESTACAR QUE, NA MAIORIA DOS CASOS DE DESCOMPENSAÇÃO CARDÍACA CRÔNICA, OS PACIENTES APRESENTAM ICC BIVENTRICULAR, QUE ABRANGE AS SÍNDROMES CLÍNICAS DE AMBAS AS FORMAS DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. À medida que a insuficiência cardíaca congestiva progride, os pacientes podem se tornar claramente cianóticos e acidóticos, como consequência da redução da perfusão tecidual que advém da diminuição do fluxo anterógrado e da crescente congestão retrógrada. Função de bomba inadequada do coração, que leva à congestão resultante de líquido nos pulmões e tecidos periféricos, é o resultado final comum a muitos processos de doença cardíaca. A APRESENTAÇÃO CLÍNICA É ALTAMENTE VARIÁVEL; PARA UM PACIENTE INDIVIDUAL, OS SINTOMAS DEPENDEM DA RAPIDEZ COM QUE A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SE DESENVOLVE, E SE ELA ENVOLVE O VENTRÍCULO ESQUERDO, DIREITO, OU AMBOS. 1. INSUFICIÊNCIA VENTRICULAR ESQUERDA: Os pacientes com insuficiência do ventrículo esquerdo apresentam-se mais comumente com uma sensação de dispneia, particularmente quando deitados (ortopneia) ou à noite (dispneia paroxística noturna). Além disso, o paciente pode se queixar de escarro com rajas de sangue (hemoptise) e, ocasionalmente, dor torácica. Fadiga, noctúria e confusão também podem ser causadas por insuficiência cardíaca. ✓ AO EXAME FÍSICO, o paciente geralmente tem frequências respiratória e cardíaca elevadas. ✓ A PELE pode estar pálida, fria e suada. ✓ NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA GRAVE, a palpação do pulso periférico pode revelar alternância de batimentos fortes e fracos (pulso alternante). ✓ A AUSCULTA DOS PULMÕES revela ruídos anormais, chamados de estertores crepitantes, que têm sido descritos como "folhas estalando”. Além disso, as bases dos campos pulmonares podem estar maciças à percussão. ✓ AO EXAME CARDÍACO, o impulso apical com frequência está deslocado lateralmente e mantido. Terceira e quarta bulhas cardíacas podem ser ouvidas à ausculta do coração. Como muitos pacientes com insuficiência ventricular esquerda também têm insuficiência ventricular direita acompanhante, sinais de insuficiência ventricular direita também podem estar presentes. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. ETIOLOGIA: A insuficiência cardíaca é um complexo fisiopatológico associado com disfunção do coração, e É Um Ponto Terminal Comum Para Muitas Doenças Do Sistema Circulatório. Há muitas causas possíveis, e a razão específica para insuficiência cardíaca em um determinado paciente sempre deve ser pesquisada. Em geral, a insuficiência cardíaca pode ser causada por 1. CARGAS DE TRABALHO INADEQUADAS COLOCADAS SOBRE O CORAÇÃO, COMO SOBRECARGA DE VOLUME OU SOBRECARGA DE PRESSÃO; 2. DIMINUIÇÃO DO ENCHIMENTO VENTRICULAR; 3. PERDA DE MIÓCITOS; OU 4. CONTRATILIDADE DE MIÓCITOS DIMINUÍDA. QUALQUER UMA DESSAS CAUSAS PODE INICIAR UMA SEQUÊNCIA EVOLUTIVA DE ICC. FISIOPATOLOGIA: A fisiopatologia da insuficiência cardíaca é complexa e deve ser compreendida em múltiplos níveis. TRADICIONALMENTE, A PESQUISA TEM ENFOCADO AS ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS DO CORAÇÃO INSUFICIENTE, CONSIDERANDO O CORAÇÃO COMO UM ÓRGÃO ISOLADO. Contudo, estudos do coração insuficiente têm enfatizado a importância de se compreender alterações ao nível celular e as interações neuro-hormonais entre o coração e outros órgãos do corpo. ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS: de um ponto de vista hemodinâmico, a insuficiência cardíaca pode surgir devido à piora da função sistólica ou diastólica, ou, mais frequentemente, a uma combinação de ambas. ✓ NA DISFUNÇÃO SISTÓLICA, a curva de pressão sistólica isovolumétrica da relação pressão-volume é desviada para baixo. Isso reduz o volume sistólico do coração com uma diminuição concomitante do débito cardíaco. Para manter o débito cardíaco, o coração pode responder com três mecanismos compensatórios. Primeiro, o retomo aumentado de sangue ao coração (pré-carga) pode levar ao aumento da contração de sarcômeros (relação de Frank-Starling). Na relação pressão-volume, o coração opera em a' em vez de a, e o volume sistólico aumenta, mas à custa de pressão diastólica final aumentada. Segundo, a liberação aumentada de catecolaminas pode elevar o débito cardíaco tanto pelo aumento da frequência cardíaca quanto pelo desvio da curva isovolumétrica sistólica Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. para a esquerda. Finalmente, o músculo cardíaco pode se hipertrofiar e o volume ventricular pode aumentar, o que desvia a curva diastólica para a direita. EMBORA CADA UM DESSES MECANISMOS COMPENSATÓRIOS POSSA MANTER TEMPORARIAMENTE O DÉBITO CARDÍACO, CADA UM É LIMITADO EM SUA CAPACIDADE DE FAZÊ-LO, E SE A CAUSA SUBJACENTE PARA A DISFUNÇÃO SISTÓLICA PERMANECER SEM TRATAMENTO, O CORAÇÃO, POR FIM, ENTRA EM FALÊNCIA. ✓ NA DISFUNÇÃO DIASTÓLICA, a posição da curva isovolumétrica sistólica permanece inalterada (a contratilidade dos miócitos está preservada). Entretanto, a curva pressão-volume diastólica está desviada para a esquerda, com um aumento da pressão diastólica final do ventrículo esquerdo e sintomas de insuficiência cardíaca. A DISFUNÇÃO DIASTÓLICA PODE ESTAR PRESENTE EM QUALQUER DOENÇA QUE CAUSE RELAXAMENTO DIMINUÍDO, DIMINUIÇÃO DA RETRAÇÃO ELÁSTICA OU AUMENTO DA RIGIDEZ DO VENTRÍCULO. A HIPERTENSÃO FREQUENTEMENTE LEVA A AUMENTOS COMPENSATÓRIOS DA ESPESSURA DA PAREDE VENTRICULAR ESQUERDA, QUE PODE CAUSAR DISFUNÇÃO DIASTÓLICA POR ALTERAR TODOS OS TRÊS PARÂMETROS. 1. A escassez de sangue para os miócitos (isquemia) também pode causar disfunção diastólica por diminuição do relaxamento. Se a isquemia for grave, como no infarto do miocárdio, pode ocorrer dano irreversível dos miócitos, com substituição das células contráteis por fibrose, o que levará à disfunção sistólica. Na maioria dos pacientes, uma combinação de disfunção sistólica e diastólica é responsável pelossintomas de insuficiência cardíaca. ALTERAÇÕES NEURO-HORMONAIS: após uma lesão no coração, observa-se SECREÇÃO AUMENTADA DE NEURO-HORMÔNIOS ENDÓGENOS E CITOCINAS. Inicialmente, a atividade aumentada do sistema adrenérgico e do sistema renina-angiotensina fornece uma resposta compensatória que mantém a perfusão de órgãos vitais. ENTRETANTO, COM O TEMPO, ESSAS ALTERAÇÕES PODEM LEVAR À DETERIORAÇÃO PROGRESSIVA DA FUNÇÃO CARDÍACA. Aumento da atividade simpática ocorre precocemente no desenvolvimento de insuficiência cardíaca. Os níveis plasmáticos elevados de noradrenalina causam aumento da contratilidade cardíaca e aumento da frequência cardíaca, que, inicialmente, ajudam a manter o débito cardíaco. Contudo, aumentos continuados levam a uma pré-carga aumentada (como um resultado da vasoconstrição venosa) e pós-carga aumentada (da vasoconstrição arterial), que pode piorar a insuficiência cardíaca. Além disso, a hiperatividade simpática causa alterações celulares deletérias, que serão discutidas na próxima seção. ✓ A pressão sanguínea renal reduzida estimula a liberação de renina e aumenta a produção de angiotensina II. ✓ Tanto a angiotensina II quanto a ativação simpática causam vasoconstrição arteriolar glomerular eferente, que ajuda a manter a taxa de filtração glomerular apesar do débito cardíaco reduzido. ✓ A angiotensina II estimula a síntese de aldosterona, que leva à reabsorção de sódio e à excreção de potássio pelos rins. Entretanto, um círculo vicioso se inicia quando a hiperatividade continuada do sistema renina-angiotensina leva a vasoconstrição intensa, pós-carga aumentada e redução maior do débito cardíaco e da taxa de filtração glomerular. A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ESTÁ ASSOCIADA COM LIBERAÇÃO AUMENTADA DE VASOPRESSINA PELA NEURO-HIPÓFISE. A vasopressina é outro vasoconstritor potente que também promove reabsorção de água nos túbulos renais. A insuficiência cardíaca está associada com liberação de citocinas e outros peptídeos circulantes. As citocinas constituem uma família heterogênea de proteínas que são secretadas por macrófagos, linfócitos, monócitos e células endoteliais em resposta à lesão. As interleucinas (ILs) e o fator de necrose tumoral (TNF) são os dois grupos principais de citocinas que podem desempenhar um papel fisiopatológico importante na insuficiência cardíaca. A suprarregulação do gene responsável por TNF, com um aumento dos níveis circulantes plasmáticos de TNF, tem sido encontrada em pacientes com insuficiência cardíaca. O TNF PARECE EXERCER UM PAPEL IMPORTANTE NO CICLO DE HIPERTROFIA DE MIÓCITOS E NA MORTE CELULAR (APOPTOSE). Dados preliminares in vitro sugerem que IL-1 pode acelerar a hipertrofia de miócitos. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. Outro peptídeo importante para mediar alguns dos efeitos fisiopatológicos observados na insuficiência cardíaca é o vasoconstritor potente endotelina, que é liberado por células endoteliais. Dados preliminares têm sugerido que a liberação excessiva de endotelina pode ser responsável pela hipertensão nas artérias pulmonares observada em pacientes com insuficiência cardíaca ventricular esquerda. A endotelina também está associada com crescimento de miócitos e depósito de colágeno na matriz intersticial. ALTERAÇÕES CELULARES: as alterações fisiopatológicas no nível celular são muito complexas e incluem mudanças no manejo de Ca2 +, receptores adrenérgicos, aparelho contrátil e estrutura dos miócitos. ✓ Na insuficiência cardíaca, tanto o aporte de Ca2 + ao aparelho contrátil quanto a recaptação de Ca2 + pelo retículo sarcoplasmático estão lentos. Níveis diminuídos de ácido ribonucleico mensageiro (RNAm) para os canais especializados de liberação de Ca2 + têm sido relatados por alguns pesquisadores. ✓ De modo semelhante, miócitos de corações insuficientes têm níveis reduzidos de RNAm para as duas proteínas do retículo sarcoplasmático, fosfolambam e Ca2 +-ATPase. ✓ Duas classes principais de receptores adrenérgicos são encontradas no coração humano. ✓ Os receptores a.1 -adrenérgicos são importantes para indução da hipertrofia do miocárdio; níveis de receptores a.1 estão levemente aumentados na insuficiência cardíaca. A insuficiência cardíaca está associada com dessensibilização significativa de receptor BETA-adrenérgico como um resultado da ativação simpática crônica. Este efeito é mediado pela regulação para baixo de receptores BETA adrenérgicos, desacoplamento a jusante da via de transdução de sinal e suprarregulação de proteínas G inibidoras. TODAS ESSAS MUDANÇAS LEVAM A UMA REDUÇÃO MAIOR DA CONTRATILIDADE DOS MIÓCITOS. Os miócitos cardíacos não podem proliferar uma vez que tenham amadurecido para sua forma adulta. Contudo, há uma renovação constante das proteínas contráteis que compõem o sarcômero. EM RESPOSTA AOS ESFORÇOS HEMODINÂMICOS ASSOCIADOS COM A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, ANGIOTENSINA II, TNF, NORADRENALINA E OUTRAS MOLÉCULAS INDUZEM A SÍNTESE DE PROTEÍNAS POR MEIO DE MEDIADORES INTRANUCLEARES DA ATIVIDADE GÊNICA, TAIS COMO C-FOS, C-JUN E C-MYC. ISSO CAUSA HIPERTROFIA DE MIÓCITOS COM UM AUMENTO DO NÚMERO DE SARCÔMEROS E UMA REEXPRESSÃO DE FORMAS FETAIS E NEONATAIS DE MIOSINA E TROPONINA. A ativação desse programa primitivo resulta no desenvolvimento de miócitos grandes que não se contraem normalmente e têm atividade diminuída de ATPase ou remodelamento. O CORAÇÃO AUMENTA EM RESPOSTA AO ESTRESSE HEMODINÂMICO CONTINUADO. Alterações no tamanho e no formato do miocárdio associadas com insuficiência cardíaca são designadas coletivamente como remodelamento ventricular esquerdo. Várias alterações teciduais parecem mediar esse processo. PRIMEIRAMENTE, A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ESTÁ ASSOCIADA COM PERDA DE MIÓCITOS POR MEIO DE UM PROCESSO CHAMADO APOPTOSE (MORTE CELULAR PROGRAMADA). Ao contrário do processo de necrose, as células em apoptose inicialmente demonstram volume celular diminuído sem desintegração da membrana celular. Entretanto, quando o processo de apoptose continua, o miócito finalmente morre e "lacunas" são deixadas no miocárdio. A perda de miócitos ocasiona esforço aumentado sobre os miócitos remanescentes. O processo de apoptose é acelerado pelos sinais proliferativos que estimulam a hipertrofia de miócitos, como o TNF. EMBORA A APOPTOSE SEJA UM PROCESSO NORMAL QUE É ESSENCIAL EM ÓRGÃOS COMPOSTOS POR CÉLULAS EM PROLIFERAÇÃO, NO CORAÇÃO A APOPTOSE INICIA UM CÍRCULO VICIOSO NO QUAL A MORTE CELULAR CAUSA AUMENTO DO ESFORÇO QUE LEVA À HIPERTROFIA E MAIOR ACELERAÇÃO DA APOPTOSE (REMODELAMENTO). UMA SEGUNDA ALTERAÇÃO TECIDUAL OBSERVADA NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA É UMA QUANTIDADE AUMENTADA DE TECIDO FIBROSO NOS ESPAÇOS INTERSTICIAIS DO CORAÇÃO. O depósito de colágeno é devido à ativação de fibroblastos e à morte de miócitos. A liberação de endotelina leva ao depósito de colágeno intersticial. O aumento de tecido conectivo faz crescer a rigidez das câmaras e desvia a curva de volume-pressão diastólica para a esquerda FINALMENTE, A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ESTÁ ASSOCIADA COM DILATAÇÃO GRADUAL DO VENTRÍCULO. O "ESCORREGAMENTO'' DE MIÓCITOS COMO UM RESULTADO DA ATIVAÇÃO DE COLAGENASES QUE DESINTEGRAM A REDE DE COLÁGENO PODE SER RESPONSÁVEL POR ESSE PROCESSO. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. OBJETIVO 03: A hipertensão é um fator predisponente independente para insuficiência cardíaca, DAC (doença arterial coranariana), AVC (acidentevascular cerebral), doença renal e doença arterial periférica (DAP) CORAÇÃO: A doença cardíaca é a causa mais comum de morte nos pacientes hipertensos. A CARDIOPATIA HIPERTENSIVA É O RESULTADO DE ADAPTAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS QUE LEVAM À HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA, ICC, ANORMALIDADES DO FLUXO CAUSADAS POR DAC ATEROSCLERÓTICA, BEM COMO DOENÇA MICROVASCULAR E ARRITMIAS CARDÍACAS. ✓ Indivíduos com hipertrofia ventricular esquerda apresentam maior risco para DAC, AVE, ICC e morte súbita. ✓ O controle agressivo da hipertensão pode regredir ou reverter a hipertrofia ventricular esquerda e reduzir o risco de cardiopatia. ✓ Não está claro se classes diferentes de agentes anti- hipertensivos apresentam um impacto adicional na redução da massa ventricular esquerda, independente de seu efeito para abaixar a pressão arterial. ✓ A ICC pode estar relacionada com disfunção sistólica, disfunção diastólica ou uma combinação das duas. ✓ Anormalidades da função diastólica, as quais variam da cardiopatia assintomática até a insuficiência cardíaca evidente, são comuns nos pacientes hipertensos. ✓ APROXIMADAMENTE 33% DOS PACIENTES COM ICC APRESENTAM FUNÇÃO SISTÓLICA NORMAL, MAS FUNÇÃO DIASTÓLICA ANORMAL. ✓ A disfunção diastólica é uma consequência inicial da cardiopatia relacionada com a hipertensão, sendo exacerbada pela hipertrofia ventricular esquerda e isquemia. A cateterização cardíaca fornece a avaliação mais apropriada da função diastólica. Como alternativa, a função diastólica pode ser avaliada por vários métodos não invasivos, como ecocardiografia e angiografia com radionuclídeos. ARTÉRIAS PERIFÉRICAS: Além de contribuir para a patogênese da hipertensão, os vasos sanguíneos podem ser um órgão-alvo para a doença aterosclerótica secundária à pressão arterial elevada de longa duração. NOS PACIENTES HIPERTENSOS, A DOENÇA VASCULAR É UMA CONTRIBUINTE IMPORTANTE PARA AVC, DOENÇA CARDÍACA E INSUFICIÊNCIA RENAL. Os pacientes hipertensos com doença arterial das extremidades inferiores apresentam maior risco de futura doença cardiovascular. ✓ Embora os pacientes com lesões estenóticas as extremidades inferiores possam ser assintomáticas, claudicação intermitente é o sintoma clássico de DAP. ✓ O índice tornozelo-braquial é uma abordagem útil à avaliação da DAP, sendo definido pela razão entre as pressões arterial sistólica do tornozelo e a do braço avaliadas de maneira não invasiva. ✓ Um índice tornozelo-braquial inferior a 0,90 é considerado diagnóstico de DAP e está associado a mais de 50% de estenose em pelo menos um vaso principal de membro inferior. ✓ Um índice tornozelo-braquial inferior a 0,80 está associado à pressão arterial elevada, em particular pressão arterial sistólica. RIM: O RIM É TANTO UM ALVO COMO UMA CAUSA DE HIPERTENSÃO. • A doença renal primária é a etiologia mais comum da HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA. • Os mecanismos de hipertensão relacionados com o rim incluem redução da capacidade de excretar sódio, excesso de secreção de renina em relação ao estado de volume e excesso de atividade do sistema nervoso simpático. Em contrapartida, a hipertensão é um fator de risco para lesão renal e DRET. O maior risco associado à pressão arterial alta é graduado, contínuo e está presente na distribuição da pressão arterial acima do ideal. • O risco renal parece estar mais estreitamente relacionado com a pressão sistólica do que com a diastólica, e os homens negros apresentam maior risco do que os brancos para o desenvolvimento de DRET em qualquer nível de pressão arterial. As lesões vasculares ateroscleróticas relacionadas com a hipertensão no rim AFETAM PRIMARIAMENTE AS ARTERÍOLAS PRÉ-GLOMERULARES, resultando em alterações isquêmicas nos glomérulos e estruturas pós-glomerulares. A lesão glomerular também pode ser uma consequência de lesão direta aos capilares glomerulares devido à hiperperfusão glomerular. • Estudos de lesões renais relacionadas com a hipertensão, principalmente em animais experimentais, sugerem que a perda de autorregulação do fluxo sanguíneo renal na arteríola aferente resulta em transmissão de pressões elevadas para um glomérulo Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. não protegido com subsequente hiperfiltração, hipertrofia e esclerose glomerular segmentar focal. • Com lesão renal progressiva há perda da autorregulação do fluxo sanguíneo renal e taxa de filtração glomerular, a qual resulta em um limiar de pressão arterial mais baixo para lesão renal e uma curva mais exagerada entre a pressão sanguínea e a lesão renal. O RESULTADO PODE SER UM CICLO VICIOSO DE LESÃO RENAL E PERDA DE NÉFRON QUE CAUSA HIPERTENSÃO MAIS GRAVE, HIPERFILTRAÇÃO GLOMERULAR E AINDA MAIS LESÃO RENAL. A patologia glomerular progride para glomerulosclerose e, subsequentemente, os túbulos renais também podem tornar-se isquêmicos e gradualmente atróficos. A LESÃO RENAL ASSOCIADA À HIPERTENSÃO MALIGNA CONSISTE EM NECROSE FIBRINOIDE DAS ARTERÍOLAS AFERENTES, ALGUMAS VEZES ESTENDENDO PARA O GLOMÉRULO, E PODE RESULTAR EM NECROSE FOCAL DO TUFO GLOMERULAR Clinicamente, a macroalbuminúria (razão aleatória albumina/creatinina urinária > 300 mg/g) ou microalbuminúria (razão aleatória albumina/creatinina urinária de 30 a 300 mg/g) são marcadores precoces de lesão renal. Elas também são fatores de risco para a progressão das doenças renal e cardiovascular. CÉREBRO/SIS. NERVOSO: AVC é a segunda causa mais frequente de morte no mundo; é responsável por 5 milhões de mortes a cada ano, com mais 15 milhões de pessoas tendo AVE não fatal. • A PRESSÃO ARTERIAL ELEVADA É O FATOR DE RISCO MAIS FORTE PARA AVC. • CERCA DE 85% DOS AVCS SÃO POR INFARTO, E OS RESTANTES, POR HEMORRAGIA INTRACEREBRAL OU SUBARACNOIDE. • A INCIDÊNCIA DE AVC AUMENTA PROGRESSIVAMENTE COM O AUMENTO DOS NÍVEIS DE PRESSÃO ARTERIAL, EM PARTICULAR PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA EM INDIVÍDUOS COM MAIS DE 65 ANOS. O TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO REDUZ A INCIDÊNCIA TANTO DE AVE ISQUÊMICO COMO HEMORRÁGICO. A hipertensão também está associada à deficiência cognitiva na população que está envelhecendo e estudos longitudinais sustentam uma associação entre hipertensão na meia-idade e declínio cognitivo de início tardio. A deficiência cognitiva, relacionada com a hipertensão, e a demência podem ser consequência de um único infarto causado pela oclusão de um vaso maior “estratégico” ou infartos lacunares múltiplos causados por doença oclusiva de pequenos vasos, os quais resultam em isquemia subcortical da substância branca. VÁRIOS EXPERIMENTOS CLÍNICOS SUGEREM QUE A TERAPIA ANTI-HIPERTENSIVA TEM UM EFEITO BENÉFICO NA FUNÇÃO COGNITIVA, EMBORA ISSO CONTINUE SENDO UMA ÁREA ATIVA DE INVESTIGAÇÃO. O fluxo sanguíneo cerebral permanece sem alterações durante ampla variação de pressões arteriais (pressão arterial média de 50 a 150 mmHg) por meio de um processo chamado de autorregulação do fluxo sanguíneo. • Nos pacientes com a síndrome clínica de hipertensão maligna, a encefalopatia está relacionada com falha de autorregulação do fluxo sanguíneo cerebral no limite de pressão mais alto, resultando em vasodilatação e hiperperfusão. • Os sinais e sintomas de encefalopatia hipertensiva podem consistir em cefaleia grave, náuseas e vômitos (frequentemente de natureza em jato), sinais neurológicos focais e alterações no estado mental. • Se não tratada, a encefalopatia hipertensiva pode PROGREDIR PARA ESTUPOR, COMA, CONVULSÕES E MORTE EM UM PERÍODO DE HORAS. É importante distinguir a encefalopatia hipertensiva das outras síndromes neurológicas que podem estar associadasà hipertensão, como isquemia cerebral, AVC hemorrágico ou trombótico, distúrbios convulsivos, lesões de massas, pseudotumor cerebral, delirium tremens, meningite, porfiria intermitente aguda, lesões cerebrais traumática ou química e encefalopatia urêmica. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. Bogliolo Patologia de Geraldo Brasileiro Filho. 9ª Edição; 2. Fisiopatologia Da Doença de Hammer e McPhee. 7ª Edição; 3. Patologia Básica de Robbins. 9ª Edição; 4. Medicina Interna de Harrison. Volume 01.
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